Modúlo 3
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Arqueologia e Pré-
história no Brasil
Material Teórico
A arqueologia e a pré-história do homem
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
A arqueologia e a pré-história do homem
Leia atentamente o conteúdo desta unidade, que irá tratar da arqueologia e dos estudos
sobre a pré-história do homem.
Você também encontrará nesta unidade uma atividade composta por questões de múltipla
escolha, relacionadas com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar
conhecimentos e debater questões no fórum de discussão.
É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos em
informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre este assunto.
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Unidade: A arqueologia e a pré-história do homem
Contextualização
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A arqueologia e a pré-história do homem
O homem sempre buscou formas de conhecer suas origens, bem como entender as diferenças
entre os seres humanos que habitam diferentes regiões do planeta.
No decorrer dos séculos, várias foram as tentativas de encontrar alguma resposta satisfatória
a esse questionamento humano. As explicações e teorias acerca das origens da humanidade
geravam conflitos e discussões. E embora muito se tenha descoberto, através de pesquisas das
mais diferentes áreas da ciência, do uso de várias tecnologias e dos avanços, a busca do homem
por uma resposta continua.
de anos. Os estudos irão procurar as origens da espécie humana em períodos cada vez mais
remotos, e os instrumentos utilizados pelo homem, como a pedra, serão usados para datar
os períodos históricos e estabelecer a pré-história e o surgimento da arqueologia pré-histórica
(FUNARI, 2012).
Ao tratar desses mesmos artefatos como mediadores, Funari (2012) afirma que eles atuam
como direcionadores e mediadores das atividades humanas, enquanto parte de uma cultura
material. Daí que “o objeto apresenta-se como o “meio de relação” entre os indivíduos que
vivem em sociedade, como forma peculiar de inter-relação, pois todo o relacionamento das
pessoas com o mundo em que vivem passa pelos artefatos.” (FUNARI, 2012, p. 33.)
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O arqueólogo acessa esses artefatos por meio do estudo dos vestígios materiais que chegam
até os dias atuais. As prospecções e escavações são os meios para se alcançar os mais variados
tipos de vestígios, que podem oferecer valiosas informações de como era a vida no passado.
Os restos que atestam essa presença do homem na Terra são de diferentes tipos e entre os
que mais se preservam, e daí a grande quantidade encontrada, encontram-se os artefatos feitos
de pedra – os chamados lítios. São encontrados nas formas de ferramentas, que podem ajudar
a conhecer um pouco mais sobre as práticas e técnicas de caça, pesca e agricultura. Esses lítios
oferecem as condições para elaborar as teorias a respeito das construções e dos terrenos onde
foram instaladas aldeias e cidades. Também é possível encontrá-los na forma de esculturas,
que representam um papel simbólico ou artístico e que podem dizer algo tanto do ponto de
vista artístico como estético dos homens que as construíram. A presença e os estudos com os
vestígios de pedra estão, segundo Funari (2014, p. 16), “entre os mais importantes vestígios pré-
históricos, tanto por acompanharem os homens por toda sua milenar existência quanto por se
preservarem muito bem”.
Fonte: revistadehistoria.com.br
O homem também deixou sua marca ao cozer o barro para criar novos instrumentos ou
utensílios. Os artefatos em cerâmica são, junto com os líticos, fontes de informação sobre o
homem pré-histórico. As variadas formas e técnicas, assim como os tipos de objetos cerâmicos
encontrados, atestam a diversidade no domínio da técnica de cozer o barro. Ela foi desenvolvida
mais tardiamente, por volta de 12 ou 13 mil AP*, mas os autores acreditam que a fabricação de
cerâmica pode ser mais antiga em um lugar do que no outro. Portanto, os artefatos de cerâmica
encontrados em escavações “podem nos informar sobre como as pessoas armazenavam
produtos ou comiam, mas, em alguns casos, a forma e a decoração também podem nos dar
indicações a respeito da simbologia e dos valores sociais adotados”, afirma Funari (2014, p. 19.)
*AP – “Antes do Presente”, equivale a “antes de 1950”, como se costuma usar no estudo da pré-
história. Essa data tem como referência a descoberta da datação por carbono-14, em 1952.
Outro material que pode ajudar a encontrar os vestígios do homem na Terra é o que ficou
registrado em pinturas ou gravuras feitas nos mais diferentes materiais ou locais: nas paredes
de cavernas, em vasos, em outras pedras. As pinturas, chamadas de rupestres, podem registrar
as mais diferentes cenas e indicam elementos que podem ajudar na compreensão de como
determinado grupo realizava suas tarefas cotidianas, como a caça, a pesca ou a representação
de figuras humanas.
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Unidade: A arqueologia e a pré-história do homem
(FUNARI, 2014).
Os artefatos feitos com outros tipos de materiais – ossos de animais, madeira etc., devido à
dificuldade de preservação, embora difíceis de serem encontrados, são bastante importantes
para a reconstrução dessa presença humana. Segundo Funari (2014, p. 20): “O conjunto dessas
informações resultantes de artefatos produzidos ou simplesmente utilizados pelo homem, bem
como os locais que transformavam para habitar, é considerado a sua “cultura material”.
Fonte: edgblogs.s3.amazonaws.com
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A arqueologia em parceria com outras áreas do saber tem conseguido importantes avanços
tecnológicos e a datação de artefatos por meio de técnicas de laboratório foi de fundamental
importância. A datação por Carbono-14 é um dos exemplos desses avanços.
Outra técnica de datação que vem sendo usada com bastante frequência atualmente é a de
medir a quantidade de luz que os materiais inorgânicos – como a cerâmica – liberam ao serem
aquecidos em aparelhos especiais. É chamada de termoluminescência. Todos os vestígios são
encontrados nos chamados sítios arqueológicos.
Os vestígios que atestam a presença do homem na Terra encontram-se em conjuntos que são
denominados sítios arqueológicos*; estes podem conter materiais provenientes de apenas uma
ocupação ou de várias delas.
*!Os sítios arqueológicos não são entidades isoladas, mas elementos dentro da ocupação de
um território por uma população. Alguns deles refletem ocupações sazonais, enquanto outros
correspondem a habitações de longa duração. Alguns mostram apenas atividades precisas e limitadas
(cemitérios, locais de extração de matéria-prima, ateliês de fabricação de instrumentos, locais de
preservação de alimentos etc.), enquanto outros guardam vestígios de atividades diversificadas.
Uns evidenciam a exploração de zonas baixas (por exemplo, para agricultura ou pesca), enquanto
outros correspondem a um uso casual (tal como caça, coleta de determinadas plantas ou realização
de rituais). Cada sítio deve ser abordado de uma maneira específica, e nenhum deles apresenta uma
visão completa da ocupação do território. (PROUS, 2007, p.12.)
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Unidade: A arqueologia e a pré-história do homem
Nesses sítios é aplicada uma das principais técnicas de trabalho dos arqueólogos: a
escavação, que é realizada após um levantamento de informações acerca do terreno, das
possíveis ocupações anteriores, por meio de fotos ou pinturas. Somente depois de identificados
os vestígios e delimitada a área e a zona de escavação, é que o trabalho de campo tem início.
As técnicas de escavação não são universalmente válidas, nem culturalmente neutras, e seus
procedimentos podem ser divididos em dois amplos campos: o desenterramento e a escavação
estratigráfica. Funari (2012, p. 63) afirma que “o uso dessa ou daquela técnica insere-se num
conjunto de questões metodológicas que derivam do ponto de vista teórico e das escolhas
políticas do arqueólogo.” As técnicas são escolhidas tendo em vista as metas a serem alcançadas
pelo pesquisador, uma vez que existem objetivos a serem satisfeitos com o trabalho. Portanto, o
critério para a escolha de determinada técnica de escavação deve levar em conta a diversidade
de objetivos implícitos em cada técnica específica.
Desde o século XVIII, o trabalho de
arqueólogos, nos seus mais diferentes
estilos e técnicas, revelou ao mundo
um grande número de sítios
arqueológicos. Ainda nos dias atuais,
durante os trabalhos de fundações
para abertura de estradas, construções
de linhas subterrâneas de metrô ou
na edificação de grandes obras, as
escavações acabam por revelar
Fonte: fumdham.org.br
O Povo de Lagoa Santa, em Minas Gerais, forma um dos maiores e mais importantes sítios
arqueológicos do Brasil desde a sua descoberta, em 1843, pelo arqueólogo dinamarquês Peter
Lund. No Amapá, será descoberto o sítio arqueológico de Calçoene, que ganhará destaque pelo
seu conjunto de megalitos e peças variadas
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Fonte: Yurileveratto/Wikimedia Commons
O século seguinte será rico em descobertas arqueológicas que oferecem ao mundo novas
e significativas informações sobre o passado da humanidade. Machu Picchu (1911), por
suas características únicas, em 1983 será tombado pela Unesco como Patrimônio Mundial. A
descoberta da tumba de Tutancâmon no Egito (1922), por Howard Carter, será um dos maiores
achados arqueológicos. A arqueologia bíblica terá acesso, por meio da descoberta acidental
de um agricultor, a uma série de documentos com textos bíblicos e apócrifos nas cavernas da
Judeia – os manuscritos do Mar Morto (1947). E na Turquia, serão descobertos dois importantes
sítios arqueológicos, o de Catal Huyuk, em 1958, e o de Gobekli Tepe, em 1960.
Os trabalhos da arqueóloga Niéde Guidon no Piauí levaram à descoberta, em 1979, do maior
número de pinturas rupestres do mundo, com mais de mil sítios arqueológicos no atual Parque
Nacional da Capivari; o mais famoso é o da Pedra Furada. Entretanto, o mais antigo sítio de
pinturas rupestres do mundo é o de Altamira, na Espanha. As pesquisas nos vários sítios do Brasil
prosseguem, e em 1998 um crânio encontrado no sítio de Lagoa Santa é considerado como o
mais antigo do continente americano: Luzia põe o Brasil na cena da arqueologia mundial.
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Material Complementar
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Unidade: A arqueologia e a pré-história do homem
Referências
FUNARI, P.P. Arqueologia. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2012. (Repensando a História)
FUNARI, P.P.; NOELI, F. S. Pré-história do Brasil. As origens do homem brasileiro. O Brasil antes
de Cabral. Descobertas arqueológicas. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2014. (Repensando a História)
PROUS, A. O Brasil antes dos brasileiros. A pré-história do nosso país. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 2007. (disponível versão para download)
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Anotações
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Unidade: A arqueologia e a pré-história do homem
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