Atalia Dionisia Lucia CQA Carbohidratos

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

“ISCISA”

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

CADEIRA: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ALIMENTOS

2° ANO. 2° SEMESTRE

CARBOHIDRATOS

Nomes:

Atália Augusto Lapissone

Dionísia Rui Chenga

Lúcia Neta Maurício

Docente:

Dr. Aleixo Luciano

Maputo, Janeiro de 2022


ÍNDICE

Conteúdo

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1

1.1 Objectivos ......................................................................................................................... 1

1.1.1 Geral ................................................................................................................................ 1

1.1.2 Específicos ...................................................................................................................... 1

1.2 Metodologia ........................................................................................................................... 2

1.3 Estrutura do trabalho .............................................................................................................. 2

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 3

2.1 Breve caracterização histórica e definição dos carbohidratos ............................................... 3

2.2 Funções dos carbohidratos ................................................................................................ 4

2.3 Classifica cação dos carbohidratos e sua fonte nos alimentos .......................................... 5

2.4 Digestão dos carbohidratos .................................................................................................. 10

2.5 Excesso e défice de carbohidratos .................................................................................. 11

CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 14

CAPÍTULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 15


CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Os carbohidratos constituem a mais abundante classe de biomoléculas presentes no


planeta Terra, formados fundamentalmente por moléculas de carbono, hidrogénio e oxigénio
além de encerrarem uma gama de funções biológicas, constituindo ¾ do mundo biológico e
aproximadamente 80% do aporte calórico da humanidade, sendo a principal fonte energética da
maioria das células não fotossintéticas (Liberato, 2011).

O autor acima citado continua dizendo que os Carbohidratos, hidratos de carbono ou


glícidos, popularmente conhecidos como açucares, são as macromoléculas responsáveis
primariamente pelo fornecimento de energia aos sistemas bioquímicos.

A unidade básica que forma um açúcar e o monossacárido. Por sua vez, dois a dez
monossacáridos unidos por ligações glicosídeas são chamados oligossacarídios. Já os
polissacarídeos são muito maiores, contendo centenas de unidades de monossacáridos. Vamos
conhecer mais sobre cada um deles.

Todavia, os carbohidratos são pouco discutidos no Ensino. Com o propósito de apresen-


tar importantes informações acerca desses compostos, o presente trabalho objectiva-se em
compreender a cerca dos carbohidratos, desde o seu conceito, a sua classificação, as suas funções,
o local de absorção no organismo, as fontes alimentares que possuem os carbohidratos assim
como a patologia dos mesmos.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

 Compreender sobre os carbohidratos.

1.1.2 Específicos

 Definir os carbohidratos;
 Classificar os carbohidratos;

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 Descrever as funções dos carbohidratos;
 Identificar o local de absorção no organismo, as suas fontes nos alimentos;
 Caracteriza o consumo excessivo dos carbohidratos assim como o seu défice.

1.2 Metodologia

De acordo com Furlanetti e Nogueira (2013), a metodologia é a sequência dos


procedimentos que são fundamentais para descrever a forma como será elaborado a pesquisa, em
razão de que responderá como é possível atingir as metas estabelecidas. Assim sendo,
metodologia exibe o universo em que é feito a pesquisa, o tipo, o método de análise e qual
instrumento utilizado para a colecta de dados para realizar a pesquisa.

A pesquisa bibliográfica foi elaborada por meio de livros, internet, artigos já publicados,
de maneira qualitativa, em que é um estudo não-estatístico. Segundo Vergara (2016), os dados
qualitativos são codificados, analisados e expostos de maneira mais estruturada. As pesquisas
bibliográficas contribuirão para a compreensão dos possíveis encalces relacionados à Nutrição,
especificamente a composição dos alimentos.

O material foi colectado nas bases electrónicas de dados Medline, Lilacs e SciELO.
Foram seleccionados os periódicos com textos completos, na área das ciências da saúde,
especificamente, Medicina e Enfermagem.

1.3 Estrutura do trabalho

O presente trabalho está organizado em capítulos, com isso para uma melhor ilustração
segue abaixo o resumo da estrutura: Capitulo I: Introdução contendo os objectivos, a estrutura
do trabalho e Metodologia; Capitulo II: Revisão da Literatura; Capitulo III: Considerações
finais; Capitulo IV: Referências Bibliográficas (segundo a regra de APA).

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Breve caracterização histórica e definição dos carbohidratos

Os carbohidratos são as macromoléculas mais abundantes na natureza. Suas


propriedades já eram estudadas pelos alquimistas no século 12. Durante muito tempo acreditou-se
que essas moléculas tinham função apenas energética no organismo humano. A glicose, por
exemplo, é o principal carbohidrato utilizado nas células como fonte de energia. A p a r t i r d a d
é c a da de 1970, o surgimento de técnicas avançadas de cromatografia, electroforese e
espectrometria permitiu ampliar a compreensão das funções dos carbohidratos. Hoje, sabe-se que
os carbohidratos participam da sinalização entre células e da interacção entre outras moléculas,
acções biológicas essenciais para a vida (Nelson, 2002)

Além disso, sua estrutura química se revelou mais variável e diversificada do que a das
proteínas e dos ácidos nucléicos. Os primórdios do estudo de carbohidratos estão ligados ao seu
uso como agentes adoçantes (mel) ou no preparo do vinho a partir da uva. Nos escritos dos
alquimistas mouros, no século 12, há referências ao açúcar da uva, conhecido hoje como glicose
(Campbell, 2000).

Os relatos iniciais sobre açúcares na história vêm dos árabes e persas. Na Europa, o
primeiro agente adoçante foi sem dúvida o mel, cuja composição inclui frutose, glicose, água,
vitaminas e muitas outras substâncias. Há indícios de que Alexandre, o Grande - o imperador
Alexandre III da Macedónia (356-323 a.C.) – introduziu na Europa o açúcar obtido da sacarose (e
o primeiro açúcar a ser cristalizado). A dificuldade do cultivo da cana-de-açúcar no clima
europeu levou ao uso, como alternativa, do açúcar obtido da beterraba (glicose), cristalizado em
1747 pelo farmacêutico alemão Andreas Marggraf (1709-1782) (Marzzoco, 1990).

A história dos carbohidratos está associada a seu efeito adoçante, mas hoje sabemos que
a maioria desses compostos não apresenta essa propriedade. A análise da glicose revelou sua
fórmula química básica - CH2O -, que apresenta a proporção de um átomo de carbono para uma
molécula de água. Daí vem o nome carbohidrato (ou hidrato de carbono). Tal proporção mantém-
se em todos os compostos desse grupo (Campbell, 2000).

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Segundo o autor acima citado, o avanço científico permitiu conhecer de modo mais
detalhado as propriedades físico- químicas dos carbohidratos, resultando na exploração dessas
características em diversos processos industriais, como nas áreas alimentícia e farmacêutica. A
carragenana, por exemplo, é empregada para revestir cápsulas (drágeas) de medicamentos, para
que o fármaco seja liberado apenas no intestino, aumentando a sua absorção. O ágar é utilizado
para a cultura de microorganismos, em laboratórios.

Tanto o ágar como a carragenana são também usados como espessantes na produção de
sorvetes. A sacarose (extraída da cana-de-açúcar) é o principal adoçante empregado na culinária e
na indústria de doces. O açúcar „invertido‟ (obtido pela „quebra‟ da sacarose, que resulta em uma
mistura de glicose e frutose) é menos cristalizável, mas muito usado na fabricação de balas e
biscoitos. A quitosana, um polissacarídeo derivado da quitina, tem sido utilizada no tratamento da
água (para absorver as gorduras) na alimentação e na saúde. Por sua actuação na redução da
gordura e do colesterol, a quitosana pode ajudar no combate à obesidade; além disso, estudos
farmacológicos recentes comprovaram que ela apresenta efeitos antimicrobianos e antioxidantes
(Stryeret al. 2004).

Segundo Harris (2001), Os carbohidratos são compostos orgânicos que contêm: C, H e


O em várias combinações conhecidos como açúcar ou sacarídeo. Quimicamente definem-se os
carbohidratos como poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas (Figura 1) ou substâncias que
liberam tais compostos por hidrólise. O termo sacarídeo é derivado do grego sakcharon que
significa açúcar. Por isso, são assim denominados, embora nem todos apresentem sabor
adocicado. O termo carbohidratos denota hidratos de carbono, designação oriunda da fórmula
geral , apresentada pela maioria dessas moléculas.

2.2 Funções dos carbohidratos

De acordo com Campbell (2000), os carbohidratos apresentam diferentes funções nos organismos
vivos destacadamente:

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i. Função energética: Os carbohidratos são utilizados pelas células para a produção de
ATP, fornecendo, portanto, energia para a realização das actividades celulares. A glicose
é o principal carbohidrato utilizado pelas células para produzir energia;
ii. Função estrutural: Alguns carbohidratos destacam-se por seu carácter estrutural. Esse é
o caso da celulose, que é o principal componente da parede celular dos vegetais, e a
quitina, um carbohidrato encontrado no exoesqueleto de artrópodes. Os carbohidratos
participam das estruturas dos ácidos nucléicos (RNA e DNA), sob a forma de ribose e
desoxirribose, que são monossacarídeos com cinco átomos de carbono em sua fórmula.
iii. Função de reserva energética: Além de fornecer energia de maneira imediata, os
carbohidratos podem ser armazenados de diferentes formas. Nos vegetais, o carbohidrato
de reserva é o amido; nos animais, o carbohidrato de reserva é o glicogénio.

O amido, um tipo de polissacarídeo energético, é a principal substância de reserva energética em


plantas e fungos. Os seres humanos também possuem uma substância de reserva energética: o
glicogénio, que fica armazenado no fígado e nos músculos. Quando o corpo necessita de energia,
o glicogénio é hidrolisado em moléculas de glicose, que são carbohidratos mais simples, com
apenas seis átomos de carbono. O glicogénio é resultado da união de milhares de moléculas de
glicose, assim como a celulose.

2.3 Classifica cação dos carbohidratos e sua fonte nos alimentos

Na óptica de Wolk (s/d), de acordo com a quantidade de átomos de carbono em suas


moléculas, os carbohidratos podem ser divididos em monossacarídeos, dissacarídeos e
polissacarídeos. Importa referir que a descri cação foi baseada nas ideias do mesmo autor, assim:

Os monossacarídeos, também chamados de açúcares simples, consistem em uma única


unidade cetônica. O mais abundante é o açúcar de seis carbonos D-glucose; é o monossacarídeo
fundamental de onde muitos são derivados. A D-glucose é o principal combustível para a maioria
dos organismos e o monómero primário básico dos polissacarídeos mais abundantes, tais como o
amido e a celulose.

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São os carbohidratos mais simples, dos quais derivam todas as outras classes.
Quimicamente são poliidroxialdeídos (ou aldoses), ou poliidroxicetonas (ou cetoses), sendo os
mais simples monossacarídeos compostos com a dihidroxicetona. Com excepção da
dihidroxicetona, todos os outros monossacarídeos, e por extensão todos os outros carbohidratos,
possuem centros de assimetria e fazem isomeria óptica.

A classificação dos monossacarídeos também pode ser baseada no número de carbonos


de suas moléculas; assim, as trioses são os monossacarídeos mais simples, seguidos das tetroses,
pentoses, hexoses, heptoses, etc. Destes, os mais importantes estão as pentoses e as hexoses. As
pentoses mais importantes são a ribose, a arabinose e a xilose.

As hexoses mais importantes são a glicose, a galactose, a manose e a frutose.

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Os dissacarídeos são carbohidratos ditos glicosídeos, pois são formados a partir da
ligação de dois monossacarídeos através de ligações especiais denominadas “ligações
glicosídicas”. A ligação glicosídica ocorre entre o carbono anomérico de um monossacarídeo e
qualquer outro carbono do monossacarídeo seguinte, através de suas hidroxilas e com a saída de
uma molécula de água. Os glicosídeos podem ser formados também pela ligação de um
carbohidrato a uma estrutura nãocarbohidrato, como uma proteína, por exemplo. Os principais
dissacarídeos incluem a sacarose, a lactose e a maltose.

Os polissacarídeos são os carbohidratos complexos, macromoléculas formadas por


milhares de unidades monossacarídicas ligadas entre si por ligações glicosídicas, unidas em
longas cadeias lineares ou ramificadas. Os polissacarídeos possuem duas funções biológicas
principais, como forma armazenadora de combustível e como elementos estruturais. Os

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polissacarídeos mais importantes são os formados pela polimerização da glicose, em número de
três e incluem o amido, o glicogénio e a celulose.

O amido é o polissacarídeo de reserva da célula vegetal, formado por moléculas de


glicose ligadas entre si através de numerosas ligações a (1,4) e poucas ligações (1,6), ou “pontos
de ramificação” da cadeia. Sua molécula é muito linear, e forma hélice em solução aquosa.

O glicogénio é o polissacarídeo de reserva da célula animal. Muito semelhante ao


amido, possui um número bem maior de ligações a (1,6), o que confere um alto grau de
ramificação à sua molécula. Os vários pontos de ramificação constituem um importante
impedimento à formação de uma estrutura em hélice.

A celulose é o carbohidrato mais abundante na natureza. Possui função estrutural na


célula vegetal, como um componente importante da parede celular. Semelhante ao amido e ao
glicogénio em composição, a celulose também é um polímero de glicose, mas formada por
ligações tipo b (1,4). Este tipo de ligação glicosídica confere á molécula uma estrutura espacial
muito linear, que forma fibras insolúveis em água e não digeríveis pelo ser humano.

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As tabelas abaixo demostram a classificação dos carbohidratos e as fontes de alimentos dos
mesmos segundo a descrição de Campbell e Farrel (2008).

Carbohidratos Fontes Produções Observação


finais da
digestão
Monossacarídeos
1. Glicose Frutas, mel, xarope de Em frutas e vegetais, as concentrações
Sorbitol* milho Frutas, vegetais e Glicose de glicose e frutose dependem do
produtos dieté- ticos amadurecimento da espécie e do estado
2. Frutose Frutas e mel Frutose de preservação.

3.Galactose - Galactose
4.Manose - Esses monossacarídeos não ocorrem na
Manitol* Abacaxi, azeitona, forma livre no alimento.
Manose
aspargos, batata-
-doce, cenoura e
produtos diet
Pentoses
1. Ribose - Ribose
2. Xilose Frutas, vegetais, cereais, Ribose, Xilose e Arabinose não
cogumelos, frutos do ocorrem na forma livre nos alimentos.
Xilitol* Xilose
mar, gomas de mascar São derivados de pentosanas de frutas,
die- téticas e outros dos ácidos nucleicos de produtos da
produtos dietéticos carne e frutos do mar.
3.Arabinose - Arabinose
Derivados de Carbohidratos
1. Álcool Etílico Licores fermentados
Absorvidos São produtos da quebra natural ou
2. Ácido Láctico Leite e produtos lácteos
nessa forma induzida de carbohidratos.
3. Ácido Málico Frutas
Dissacarídeos
Açúcar Fonte Significado Clínico
Maltose Digerido pela amilase ou hidrólise do
amido. Cereais e malte em germinação.

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Lactose Leite. Pode ocorrer na urina durante a Na deficiência de láctase. A má absorção provoca
gravidez. diarreia e flatulência.
Sacarose Açúcar de cana e beterraba. Sorgo. Na deficiência da sacarase. A má absorção
Abacaxi. Raiz de cenoura. provoca diarreia e flatulência.
Trealose Fungos e leveduras. Principal açúcar da
hemolinfa de insectos.
Carbohidratos Fontes Produções finais Observação
da digestão
Dissacarídeos e Oligossacarídeos
1. Sacarose Açúcar de cana e beterraba, melaço e Glicose e Frutose
xarope de bordo
2. Lactose Leite e derivados Glicose e
Galactose
Não aparece em
3. Lactulose Produtos sintéticos Não alimentos; é
metabolizados sintético, não
digerível e é
usado como
laxativo.
4. Maltose e Produtos do Malte; alguns cereais Glicose
Maltotriose matinais
5. Trealose Cogumelos, insectos, leveduras Glicose
Hexoses de importância fisiológica
Açúcar Fonte Importância bioquímica Significado clínico
Sucos de frutas. É o açúcar do organismo. O Presente na urina
D-Glicose Hidrólise do amido, do açúcar transportado pelo (glicosúria) no diabetes
açúcar de cana, da sangue, e o principal usado mellitus devido ao
maltose e da lactose. pelos tecidos. aumento da glicose
sanguínea
(hiperglicemia).
Sucos de frutas. Mel. Pode ser transformada em Intolerância hereditária
D-Frutose Hidrólise do açúcar de glicose no fígado e assim a frutose conduz ao
cana e da inulina (da usada no organismo. acúmulo de frutose e
alcachofra de hipoglicemia.
Jerusalém).
Pode ser transformada em A falha na
D-Galactose Hidrólise da lactose. glicose no fígado e metabolização conduz à
metabolizada. Sintetizada na galactosemia e à
glândula mamá- ria para catarata.
formar a lactose do leite.

2.4 Digestão dos carbohidratos

Os carbohidratos são encontrados na nossa dieta em formas complexas, como


dissacarídeos e polímeros do amido (amilose e amilopectina), além do glicogénio. O polímero de
celulose também e consumido, mas não pode ser digerido. A primeira etapa da digestão dos

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carbohidratos já começa na boca. A saliva tem um pH ligeiramente ácido (aproximadamente 6,8)
e contem a enzima amilase salivar (Nelson, 2002).

Já no estômago, o pH ainda mais ácido contribui para a degradação dos carbohidratos.


Quando chega ao intestino delgado, a enzima alfa-amilase, secretada pelo pâncreas, auxilia nesse
processo. Ela tem a mesma actividade que a amilase salivar, ou seja, degrada grandes polímeros
de carbohidratos em dissacarídeos e trissacarídeos (Harris, 2001).

Em seguida, os dissacarídeos entram em contacto com as enzimas dissacaridases, que


estão na borda das células do intestino (a chamada “borda em escova”), e são quebrados em
monossacáridos. Dentre as enzimas dissacaridases, a maltase e quem hidrolisa dissacarídeos e
trissacarídeos, mas há também outras enzimas mais especificas que atuam na digestão, como a
sacarase-isomaltase, a lactase (beta-galactosidase) e a trealase (Marzzoco, 1990).

Por fim, restam apenas os monossacáridos (glicose, frutose e galactose) que, por serem
moléculas mais simples, podem ser absorvidos pelas células intestinais. Entretanto, vale lembrar
que, para entrar nas células do intestino, os monossacáridos precisam ser auxiliados por proteínas
transportadoras. SGLT1 (transportador de glicose dependente de sódio) e o principal
transportador de glicose a partir do lúmen do intestino delgado. A galactose também e absorvida
por meio da acção do SGLT1 (Wolk, s/d).

Já a frutose e absorvida pelo transportador que não depende de sódio, o chamado


GLUT5, o qual tem uma afinidade muito mais elevada com a frutose que com a glicose. Depois
de estarem dentro das células intestinais, os monossacáridos são transportados para a circulação
sanguínea pelo transportador GLUT2 presente na membrana basolateral das células. A partir da
circulação sanguínea, os monossacáridos podem ser usados para fornecer energia pelo processo
de oxidação chamado de glicolise, ou podem ser armazenados na forma de glicogénio (Nelson,
2002).

2.5 Excesso e défice de carbohidratos

O fato de que muitas doenças, genéticas ou adquiridas, decorrem de defeitos no


metabolismo de carbohidratos é outro forte estímulo para o estudo desses compostos. A
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galactosemia, por exemplo, é uma doença hereditária rara, caracterizada pela deficiência em
enzimas que processam a galactose (Campbell e Farrel, 2008).

Nos portadores, esse carbohidrato, normalmente convertido em glicose, é acumulado na


forma de galactose fosfato, o que leva a retardo mental severo e, com frequência, à morte.
Recém-nascidos e crianças com galactosemia não podem ingerir substâncias com galactose, em
particular o leite (a lactose, presente no leite, é um dissacarídeo formado por glicose e galactose)
(Stryer, 2004).

Já a intolerância à lactose, também causada por deficiência enzimática, pode ter três
origens: defeito genético raro na capacidade de sintetizar a lactase intestinal, redução da produção
da enzima devido a doenças intestinais ou deficiência adquirida com o avanço da idade. Tanto na
galactosemia quanto na intolerância à lactose, é essencial uma dieta livre de lactose. Outros
exemplos de doenças ligadas a desordens no metabolismo dos carbohidratos são as
mucopolissacaridoses, como as síndromes de Hurler e de Hunter, que levam a retardo mental e à
morte prematura.

A doença mais conhecida relacionada aos carbohidratos é a diabetes, decorrente de


factores hereditários e ambientais, que levam a uma deficiência na produção ou a uma
incapacidade de acção da insulina (hormônios cuja função principal é controlar a entrada de
glicose nas células) (Campbell e Farrel, 2008).

Nos portadores, a quantidade de glicose no sangue aumenta, comprometendo vários


órgãos e os sistemas renal, nervoso e circulatório. A doença pode ser regulada pelo consumo
controlado de carboidratos e, em casos mais severos, pela administração de insulina. Além do
diabetes, uma dieta exagerada em carboidratos pode acarretar outros problemas, como obesidade,
doenças cardiovasculares, tromboses e avanço da aterosclerose (depósito de substâncias nas
paredes dos vasos sanguíneos, obstruindo a circulação).

O excesso na ingestão desses compostos também intensifica a síntese e o


armazenamento de gordura, além de desestimular os receptores de insulina nas células, gerando a
forma mais grave do diabetes. Esse quadro piora com um estilo de vida sedentário, que reduz a

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metabolização dos glicídios. Em contrapartida, dietas com poucos carboidratos também podem
prejudicar a saúde, já que eles são a fonte principal de energia para as células (Stryer, 2004).

Carboidratos consumidos em excesso podem aumentar o peso e a gordura corporal, além


de estarem relacionados a hiperglicemia e elevação de doenças crónicas não transmissíveis.
Carboidratos consumidos em quantidade insuficiente podem resultar em hipoglicemia,
irritabilidade, emagrecimento exagerado, desnutrição, fadiga, depressão, etc. Em relação a
quantidade de carboidratos tanto o excesso quanto a falta são prejudiciais. Porém, também é de
fundamental importância a qualidade dos carboidratos da dieta.

Dessa forma o consumo em excesso e em longo prazo, principalmente, dos carboidratos


simples, acarretara em aumento dos níveis de insulina, e de acumulo de gordura no organismo,
podendo contribuir para o desenvolvimento de doenças crónicas como:

 Diabetes mellitus tipo 2;


 Obesidade;
 Dislipidemias (colesterol e triglicérides altos);
 Doenças cardiovasculares;
 Doença renal crónica;
 Constipação

Além dessas doenças, o excesso de carboidratos pode causar problemas dentários,


fadiga, falta de concentração, inchaço, sonolência, alterações no sistema imunológico, estes
últimos decorrentes da resistência à insulina que ocorre com o consumo excessivo e em longo
prazo dos carboidratos.

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CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Carbohidrato é um macronutriente formado fundamentalmente por moléculas de


carbono, hidrogénio e oxigénio. Este macronutriente quando ingerido e absorvido é responsável
por liberar glicose e fornecer energia para as células.

Existem vários tipos de carbohidratos, nomeadamente monossacarídeos que presentam


de 3 a 7 carbonos em sua estrutura: glicose, frutose e galactose dissacarídeos que são o resultado
da ligação entre dois monossacarídeos (sacarose, maltose e lactose) e por fim polissacarídeos que
são moléculas formadas através da união de vários monossacarídeos. Alguns apresentam em sua
fórmula átomos de nitrogénio e enxofre no caso do amido e celulose.

Fazem parte dos monossacarídeos os seguintes tipos de carbohidratos: Glicose (açúcar


presente no xarope de milho e no mel), Frutose (açúcar presente nas frutas) e Galactose (não é
encontrado livre na natureza), onde combinado com a glicose forma a lactose que está presente
no leite e nos produtos lácteos.

Fazem parte dos dissacarídeos os seguintes a Sacarose (Açúcar de mesa), extraído da


cana-de-açúcar, da beterraba, da uva e do mel, Maltose (o açúcar do malte). Não é encontrado
livre na em que por sua vez é obtido pela indústria através da fermentação de cereais em
germinação, tais como a cevada e a Lactose (o açúcar do leite) que é sintetizado nas glândulas
mamárias dos mamíferos. Fazem parte dos polissacarídeos o amido que é a reserva energética dos
vegetais. Estão presentes nos grãos e cereais como trigo, aveia, centeio, cevada.

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CAPÍTULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Campbell, M (2000). Bioquímica. Porto Alegre: Artes Médicas.

Campbell, M. K.; Farrel, S. Ov(2008). Bioquímica.Vol. 3. São Paulo: Thomson Learning.


Monossacarídeos, Dissacarídeos, Oligossacarídeos são comentados no Capítulo 16.

Harris, D.C (2001). Análise química quantitativa. Trad. C.A.S Riehl e A.W.S Guarino. 5ª ed.
Rio de Janeiro: LTC.

Liberato, M. C. T. Cb (2011). Estudo Químico e Bioprospecção de Produtos da Abelha Apis


mellifera L. do Estado do Ceará. Tese. (Doutorado em Biotecnologia). Universidade Estadual
do Ceará – Renorbio. Fortaleza. O assunto Mel e os monossacarídeos neles contidos são
abordados exaustivamente.

Marzzoco, A. e Torres, B.B. (1990) Bioquímica Básica. Ed. Guanabara Koogan S.A., 232p.

Nelson, D. L. & Cox, M. Lehninger (2000). Princípios de Bioquímica. São Paulo: Sarvier, 3ª ed.

Stryer, L.; Tymoczko, J.L.; Berg, J.M (2004). Bioquímica. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan,
5ª ed.

Wolk, Robert L (s/d). O que Einstein disse ao seu cozinheiro: a ciência na Cozinha.
www.brasilescola.com.

Compilado por Atália, Dionísia e Lúcia Página 15

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