Manual Projeto de Intervenção Pedagógica (4417)

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PROJETO E PLANO; PROJETO EDUCATIVO E PROJETO DE ESTABELECIMENTO

A palavra projeto vem do latim “Projectus”, que significa “lançado para a frente.”

Um projeto parte de uma ideia, de um sonho, de uma vontade, de uma intenção, e


define aquilo que é necessário para alcançar esse sonho, vontade, intenção.

Todos nós estamos envolvidos em projetos, sejam eles profissionais, pessoais ou


globais.

Em pedagogia, um projeto é uma metodologia de trabalho que tem como ponto de


partida uma pesquisa e que leva à aquisição de saberes e conhecimentos.

Quando utilizamos o trabalho de projeto como metodologia de trabalho no contexto


escolar, os conteúdos dos projetos são, por norma, assuntos que dizem respeito à vida
das crianças, dos seus familiares, ou sobre acontecimentos, situações, objetos ou
conhecimentos em relação aos quais eles querem aprender mais.

Os projetos escolares contribuem muito para a motivação e autonomia dos alunos, de


uma forma integradora nas diversas áreas de conhecimento. Despertam o espírito
crítico, o pensamento argumentativo e a capacidade de investigação.
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PROJETO E PLANO

Plano: Um plano é uma construção de ideias, que podem ou não ser colocadas em
prática

Tem a ver com o planeamento, com a tomada de decisões.

Projeto: O projeto é o resultado do planeamento. Tem um caráter mais operacional, o


de colocar em prática o que está previsto no plano. Vai detalhar de que forma as
atividades e ações planeadas e contidas no plano vão ser executadas.
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PROJETO EDUCATIVO E PROJETO DE ESTABELECIMENTO

Projeto educativo: O Projeto Educativo é um documento que orienta a atividade


escolar. É o documento de planificação institucional e estratégica da escola, onde se
abordam de forma clara, entre outros, a missão, a visão e os objetivos gerais da escola
que orientam a ação educativa no âmbito da sua autonomia.

Reflete a identidade de cada escola, espelhando as suas opções educativas. Cria uma
“matriz de suporte”, orientações pedagógicas que vão depois ser concretizadas e
operacionalizadas pelos Projetos Curriculares de Escola e de Sala, que vão adequar as
suas linhas orientadoras à especificidade de cada escola e dos alunos que a
frequentam.

Define assim as opções da escola quanto ao ideal da educação a seguir, as metas e as


finalidades a perseguir, bem como as políticas a desenvolver. Sempre de acordo com a
legislação vigente, explicita os princípios, os valores, as metas, as estratégias através
das quais a escola propõe realizar a sua função educativa.

Tem como fundamento opções de educação decorrentes das Políticas Educativas


Nacionais e baseia-se na participação, possível e realista, da sua comunidade
educativa.

Projeto educativo de estabelecimento: Operacionaliza as intenções pedagógicas


definidas no Projeto Educativo. Cada estabelecimento de ensino tem as suas
características próprias e uma especificidade que decorre:

o da rede onde se encontra incluído (pública, privada ou cooperativa)


o da dimensão dos recursos materiais e humanos de que dispõe
o dos níveis educativos que engloba.

A dinâmica própria de cada estabelecimento de ensino está espelhada no seu projeto


educativo de estabelecimento, que funciona como instrumento de orientação global da
sua ação e melhoria, sendo complementado pelo regulamento da instituição e pelo
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Plano Anual de Atividades, onde se definem as atividades fixas que se vão realizar ao
longo do ano.

O projeto educativo de estabelecimento é assim um instrumento global de gestão e


orientação pedagógica da organização letiva que prevê os modos de melhorar o
funcionamento e eficácia do estabelecimento, promovendo a aprendizagem de todos
os alunos, apoiando o desenvolvimento profissional de docentes e não docentes,
respondendo às características da comunidade, tentando sempre articular o currículo
nacional preconizado pelo Ministério da Educação com as especificidades da escola,
dos alunos e as características do meio.

Nele aborda-se de mais específica a missão, visão e os objetivos gerais da escola, que
orientam a sua ação educativa no âmbito da sua autonomia.
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PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

 CARATERIZAÇÃO

Um Projeto de Intervenção é uma ação planeada e organizada com vista a


alcançar determinados objetivos.

Deve responder a uma ou mais necessidades que estejam implícitas na causa


sobre a qual vai incidir a intervenção, ou seja, trata-se de uma proposta objetiva
e focalizada, para resolver problemas que existem na realidade.

Parte do pressuposto de que existe um problema que precisa de solução


(intervenção positiva) e convida quem nele está envolvido a refletir sobre
propostas efetivas que possam trazer soluções para os problemas detetados.

Para elaborar um projeto de intervenção é essencial conhecer a realidade sobre


a qual se vai atuar, para propor e programar estratégias/ações que possam
transformar essa realidade.

Isto implica um processo de planeamento, execução e controle constantes, que


assegurem uma contínua monitorização das atividades, terminando com a
execução do plano traçado e avaliação dos resultados obtidos

Um Projeto de Intervenção Pedagógica é um Projeto de Intervenção que decorre


no meio escolar. Tem como finalidade delinear a intencionalidade das ações que
vão ser implementadas na escola, tendo uma relação direta com as atividades
curriculares previstas.
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 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES

Para elaborar um projeto de intervenção pedagógica é necessário conhecer a


realidade na qual se pretende atuar. É preciso conhecer o grupo ao qual se vai
destinar o projeto e saber quais são as suas necessidades.

Uma prática pedagógica fundamentada e refletida ao nível escolar implica um


conhecimento profundo das crianças, tanto ao nível das características
sociológicas do meio sócio-cultural e familiar onde se inserem, como ao nível do
seu desenvolvimento cognitivo, motor e psicossocial.

Este conhecimento parte da observação, primeira etapa desta ação pedagógica,


que vai permitir então identificar quais são as necessidades do grupo em
questão.

 PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS

Depois de se identificar as necessidades às quais é preciso responder, o passo


seguinte é criar estratégias/ações para ir de encontro a essas necessidades,
para transformar essa realidade.

Estas estratégias devem estar alinhadas com a filosofia daquilo que é a


metodologia do trabalho de projeto. Enquanto que no modelo tradicional o
professor é o único transmissor de conteúdos, sendo o aluno um recetor
passivo, no trabalho em projeto parte-se de um desafio, que vai resolvido pelos
alunos com a sua participação ativa.
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Procedimentos/estratégias no trabalho em projeto:

o Leitura
o Trabalho em grupo
o Discussão
o Reflexão
o Pesquisa
o Debate

 ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO

Quando trabalhamos com projetos, a avaliação incide nos resultados que decorrem
do trabalho que se implementou.

A avaliação de um projeto educativo permite:

 Perceber se o projeto se ajustou aos objetivos que se definiram


 Perceber se estes objetivos foram ou não cumpridos
 Perceber em que medida a sua implementação contribuiu para a melhoria
dos serviços prestados na escola
 Refletir na eficiência e eficácia das ações
 Acompanhar a qualidade da sua execução
 Perceber se o projeto foi ou não uma mais valia
 Apresenta também indicadores para reformulações e melhorias.
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PEDAGOGIA DE PROJETO

CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO DE PROJETO

A metodologia do trabalho de projeto é a concretização na prática da metodologia


preconizada pelo Movimento da Escola Moderna, um movimento que defende um
ensino mais democrático e que pretende substituir a pedagogia tradicional por novos
modelos pedagógicos, onde o aluno tem uma participação ativa na construção do seu
próprio conhecimento através do desenvolvimento de metodologias educativas mais
ativas.

Ao promover a cooperação escolar, a autonomia dos alunos e a sua criatividade eles


desenvolvem capacidades cognitivas que privilegiam o aprender em conjunto para que
todos atinjam o sucesso, independentemente das capacidades de cada um.

Há um ambiente de cooperação mútua entre professores, alunos e restante


comunidade educativa, para conseguir um objetivo comum: a construção da
aprendizagem.

É uma metodologia ativa, que se carateriza pela introdução de uma componente mais
prática na educação e pelo fomentar da autonomia desenvolvimento do sentido crítico
nos alunos. Quando o aluno é autónomo, consegue ter uma perceção acerca do seu
conhecimento, das suas potencialidades e das suas fraquezas relativamente ao
processo de aprendizagem. Quando isto acontece ele consegue desenvolver
estratégias que lhe permitam controlar a forma como aprende. Este processo chama-se
a auto regulação da aprendizagem.
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FASES DE ELABORAÇÃO DE UM RELATÓRIO DE PROJETO

 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES/CONSTRANGIMENTOS

A primeira fase da elaboração de um relatório de projeto, como já foi acima referido,


é conhecer a realidade na qual se pretende atuar. É preciso fazer um diagnóstico da
situação para saber quais são as necessidades/constrangimentos em relação às
quais se vai querer atuar. Isto permite uma melhor planificação e uma ação mais
direta e dirigida para transformar e melhorar essa realidade.

 FUNDAMENTAÇÃO

O trabalho de projeto tem como objetivo central a análise e resolução de problemas


em equipa, através de diversas técnicas que permitem a recolha, obtenção e
análise da informação.

Esta metodologia determina assim as ações a ser implementadas, em que sentido,


quando e como devem ser implementadas. Não é um processo estanque, mas sim
dinâmico, permite a flexibilidade de procedimentos e permite reorientações e
adaptações sempre que for necessário.

 FASE DE PREPARAÇÃO

 Definição de um problema
 Identificação das causas dos problemas
 Análise da evolução do problema no passado e perspetivas da sua evolução
futura
 Levantamento de experiências concretas já existentes de intervenção a esse
problema
 Ponderação da necessidade do projeto
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 FASE DE ORGANIZAÇÃO/PLANIFICAÇÃO

 São definidas as prioridades de intervenção, face à análise dos problema ou


necessidades identificadas
 Estabelecem-se os objetivos do projeto
 Formulam-se as metas e objetivos a atingir
 Identificam-se dos intervenientes
 Clarificam-se os recursos e meios que vão ser necessários

Este momento, de planificação, é muito importante, e pode determinar o sucesso


do projeto.

Deve ser elaborado um plano de ação para cada um dos objetivos enunciados,
pelos diferentes meios e recursos planificados.

 FASE DE LANÇAMENTO

O projeto é lançado, para ser então implementado.

 FASE DE REALIZAÇÃO

É a fase em que vai haver o desenvolvimento do cronograma do projeto na


prática, no terreno. Realizam-se diversas atividades, segundo a planificação que
foi feita e onde são disponibilizados os materiais que foram preparados .

O processo de concretização das atividades é regularmente acompanhado e


monitorizado.

 FASE DE AVALIAÇÃO
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Em metodologia de projeto o processo é tão importante quanto o resultado, pelo


que a avaliação é contínua.

A avaliação como um processo dinâmico implica a comparação entre os objetivos


previamente definidos e os objetivos que efetivamente foram atingidos.

Nesse sentido deve ser rigorosa e prever espaço para adaptações e


reorganizações.

 FASE DE DIVULGAÇÃO

A equipa coordenadora responsável pela conceção do projeto deve delinear


estratégias e atividades adequadas para a sua divulgação. É a oportunidade para a
efetiva mobilização de todos em torno do grande objetivo, que é a concretização
das metas nele estabelecidas.

Após a validação em conselho pedagógico e aprovação em conselho geral, o


projeto deve então ser apresentado a toda a comunidade educativa e também à
comunidade envolvente (parceiros sociais e económicos).

Esta apresentação deve constituir um momento de impacto e de afirmação da


escola não só perante os seus atores primordiais (professores, alunos,
encarregados de educação, pessoal não docente), como também perante a
comunidade envolvente com a qual coopera e interage, isto é, agentes económicos,
parceiros institucionais, etc.
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Regra geral o projeto é:

o Apresentado no Conselho Escolar; 


o Disponibilizado para consulta na página web da escola;
o Divulgado aos encarregados de educação/ Famílias na reunião geral no início do ano
letivo; 
o Afixado nos placares da escola; 
o Enviado por correio eletrónico a todos os docentes da escola; 
o Arquivado no gabinete do diretor

A apresentação do projeto também se pode traduzir numa sessão solene aberta a toda
a comunidade educativa– expressamente convidada para o efeito – contando com a
presença de representantes das forças vivas do meio (parceiros económicos,
instituições, autarquia, escolas do concelho, antigos alunos, etc.).

Nesta sessão são apresentadas as linhas gerais do plano estratégico e as metas que
se pretendem atingir, os meios e recursos que se pretendem mobilizar, as
oportunidades e os condicionalismos que se pretendem ultrapassar.
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MEIOS PARA A CONCRETIZAÇÃO DE UM PROJETO, RELACIONADOS COM AS


ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL

O desenvolvimento humano é um processo de crescimento físico, cognitivo e


emocional ao longo da vida, com caraterísticas específicas que surgem em cada fase.
Existem linhas orientadoras que se aplicam a grande parte das crianças no seu
percurso de desenvolvimento. No entanto, todas as crianças têm especificidades que
fazem com que atinjam estas etapas em tempos diferentes.

O trabalho de projeto numa pedagogia de participação respeita estas particularidades,


ao nível dos seus objetivos, conteúdos, materiais, processos de aprendizagem, etapas
e formas de avaliar.

Na metodologia de projeto procura-se promover o desenvolvimento, estruturar a


experiência, envolver a criança no seu processo de aprendizagem, permitindo-lhe que
construa as suas aprendizagens dando significado às suas experiências.

É uma pedagogia que promove a aprendizagem pela descoberta, recorrendo à


resolução de problemas por via da experimentação.

Os educadores devem possibilitar às crianças oportunidades de experimentação e


proporcionar-lhes aprendizagens significativas, contribuindo para a construção do seu
conhecimento num ambiente educativo rico em possibilidades.

Neste âmbito o trabalho de projeto, pelas suas caraterísticas, tem um papel


fundamental.
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ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Ao elaborar um projeto de intervenção pedagógica devemos adaptar a linguagem e o


conteúdo da informação que se está a transmitir às caraterísticas dos seus
destinatários. É diferente escrever para alguém que esteja familiarizado para o projeto
e para alguém que não o conhece, ou não está habituado a esta metodologia. Assim, o
tipo de linguagem utilizada, o conteúdo da informação, a forma de transmissão e os
recursos utilizados devem ser adaptados aos destinatários.

TRABALHO DE PROJETO

PROJETO EDUCATIVO

O Projeto Educativo é então um documento de caráter pedagógico, elaborado com a


participação da comunidade educativa, de define as opções pedagógicas e
estratégicas da escola, consagrando a sua orientação educativa. É um documento
orientador de toda a atividade escolar.

 CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO

Enquanto organizações, as escolas não podem ser consideradas fora do contexto


em que existem, ao qual chamamos comunidade educativa. Cada escola
desenvolve a sua própria cultura, resultante deste contexto, que integra
componentes pessoais, sociais e institucionais.

Um Projeto Educativo tem como objetivo responder a algumas das necessidades


fundamentais da comunidade educativa, nomeadamente de professores e alunos,
pais e encarregados de educação e meio económico e social. Deve integrar a
participação da comunidade educativa, de forma a que todos os membros sintam
que estiveram envolvidos no projeto e que este lhes pertence.

Assim, na sua elaboração é essencial fazer uma caraterização desta comunidade


educativo, ou contexto, que envolve a escola.
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 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES/CONSTRANGIMENTOS

O PE tem por objetivo responder a necessidades que sejam apresentadas pela


comunidade educativa, nomeadamente de professores, alunos, pais e
encarregados de educação, bem como do meio económico e social.

Os colaboradores devem colaborar no desenvolvimento do processo formativo, no


sentido de melhor responder às necessidades locais de formação. Assim, devem
ser ouvidos sobre os cursos necessários para responder às suas necessidades.

Pais e encarregados de educação, ao escolher a escola para os seus filhos, devem


ser inquiridos no desenvolvimento do processo sobre o tipo de educação e
formação que gostariam para os seus filhos, afim de que se possam conhecer as
suas preocupações e aspirações.

 DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES E CAMPOS DE ATUAÇÃO

Ao elaborar um Projeto Educativo é essencial estabelecer prioridades. Não é


possível abarcar todos os objetivos estratégicos estabelecidos, seja pela
insuficiência de recursos, seja pela dispersão que isso implicaria. Assim, a
focalização num número restrito de objetivos é uma condição de eficácia do projeto.

A definição de prioridades deve ser criteriosamente ponderada no início de cada


exercício de planeamento. Também é essencial considerar os resultados da
avaliação e intervenções anteriores, que nos podem dar luzes relativamente ao que
funciona e ao que não funciona.
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 OBJETIVOS GERAIS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

A escola educa e forma para a sociedade. Assim, o Projeto Educativo deve ter em
conta não apenas os interesses imediatos dos alunos como também os seus
interesses futuros, e em particular as necessidades da própria sociedade.

Os objetivos gerais do estabelecimento de ensino devem estar presentes de forma


clara e inequívoca na estruturação do projeto.

 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O Projeto Educativo deve ser conduzido por uma equipa orientada pelo Conselho
Pedagógico e/ou diretor da escola.

A equipa deve ser pequena, de modo a garantir a sua operacionalidade.

Papel desta equipa:

o organizar a recolha de informação


o proceder ao seu tratamento e análise
o promover a participação dos diferentes sectores da comunidade
o organizar a audição dos diferentes departamentos e grupos da comunidade,
para validar as suas análises e conclusões
o redigir o documento final
o após aprovação, proceder ao seu acompanhamento e avaliação.
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 METAS

A definição de metas completa e concretiza os objetivos a atingir pelo projeto.

As metas devem explicitar:

o O que se pretende atingir


o A qualidade do que se quer atingir
o Em que momento se vai atingir

 RELAÇÕES COM A COMUNIDADE E OUTROS PARCEIROS

É essencial fortalecer a integração da escola com a comunidade qual está inserida,


de modo a conseguir uma maior participação das famílias e representantes da
comunidade local na construção e execução do seu Projeto Educativo. Esta
integração deve ser o objetivo das estratégias de articulação das escolas com as
famílias dos alunos e parceiros da comunidade.

Isto porque o envolvimento da comunidade local no projeto educativo das escolas


contribui para que esta assuma, junto com cada estabelecimento de ensino, a
responsabilidade pelo desenvolvimento integral de sua população, condição
necessária para a construção de uma educação voltada para a cidadania,
aconvivência e os valores democráticos.
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 AVALIAÇÃO

O Conselho Pedagógico elabora, no final de cada ano letivo, o relatório de


avaliação do Projeto Educativo. Esta avaliação tem por objetivo medir o grau de
realização das ações, medidas e atividades definidas no plano estratégico, através
das quais a escola se propõe desenvolver a sua ação educativa.

É um processo de aferição dos resultados obtidos, das metas alcançadas, de


objetivos concretizados.

Contempla que em momentos intercalares se possam implementar medidas de


revisão do plano, de forma a ultrapassar problemas encontrados ou a ajustar alguns
objetivos e estratégias a novas circunstâncias ou contextos.

Na elaboração do relatório final é habitual ter em consideração os seguintes


critérios:

 a eficácia do projeto, medida pelo nível de concretização dos seus objetivos;


 a coerência do projeto, medida pela coerência existente entre o processo e
os produtos alcançados;
 a pertinência do projeto, pela sua exequibilidade e adequabilidade;
 a eficácia do projeto, pela utilidade e precisão que determinarão a sua
validade.

Este processo é objeto de uma constante monitorização, de modo a poder orientar uma
possível reformulação das estratégias adotadas.

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PROJETO CURRICULAR DE TURMA

O Projeto Curricular de Turma tem como referência o Projeto Educativo.

Objetivos do Projeto Curricular de Turma:

Responder às especificidades de cada turma


Permitir a articulação entre áreas disciplinares e conteúdos
Proporcionar uma visão interdisciplinar e integrada do saber, em oposição a
currículos standard, definidos em geral para todo o país, que não têm em conta
as especificidades de cada turma ou grupo de crianças.

Assim, na elaboração do Projeto Curricular de Turma procuram-se encontrar respostas


adequadas aos alunos e aos contextos concretos e específicos onde os professores
trabalham diariamente.

Este documento propõe uma maior capacidade de decisão por parte dos professores
relativamente ao desenvolvimento e gestão curricular e uma maior articulação entre as
diferentes disciplinas, servindo de base ao trabalho a desenvolver nas aulas das
turmas em questão, ao longo do ano, por cada professor.

É no Projeto Curricular de Turma que se incorporam as componentes locais e regionais


e se articulam as áreas curriculares disciplinares e não disciplinares com vista à
integração dos saberes: saber, saber fazer, saber ser, saber estar.

O Projeto Curricular de Turma integra-se ao nível da construção local do currículo e


deve incluir outros atores do processo educativo, como o delegado de turma e um
representante dos pais e encarregados de educação, com direito a representação no
conselho de turma.

A participação dos pais no desenvolvimento curricular considerada nos normativos é


valorizada pelo conhecimento que eles têm dos seus educandos. No entanto, a sua
intervenção no Projeto Curricular de Turma, bem como a dos alunos na figura do
delegado de turma, restringe-se à seleção de algumas temáticas, problemas e
atividades a desenvolver/resolver.
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 CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E DOS ALUNOS

Para poder proporcionar às crianças e jovens momentos e experiências ricas e a


aquisição de novas competências e aprendizagens de forma significativa, é
necessário que estas se encontrem adequadas ao grupo em questão. Torna-se
desta forma essencial uma caraterização do grupo, para se poder ter a noção dos
seus interesses, necessidades e dificuldades e orientar a ação pedagógica nesse
sentido.

A caraterização da turma no Projeto Curricular de Turma deve abordar os seguintes


pontos:

o Perfil da turma
o Nível etário
o Nível socio cultural do agregado familiar
o Necessidades/motivações/expectativas dos alunos
o Desenvolvimento cognitivo
o Desenvolvimento psico-afetivo
o Alunos com necessidades educativas especiais
o Atividades de enriquecimento curricular (alunos que frequentam recursos
existentes na escola: clubes, participação em projetos…)
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 IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS

A partir do diagnóstico feito na caraterização do grupo devemos enunciar os


problemas que foram identificados nesse grupo, ao nível:

 Do contexto escolar
 Ao nível comportamental
 Ao nível da aprendizagem

Por exemplo: problemas de integração na turma, de relação interpessoal ou outras,


conteúdos não lecionados nos anos anteriores, dificuldades ao nível da
compreensão e interpretação de textos, dificuldades na organização dos trabalhos e
outras situações impeditivas do sucesso escolar.

 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE EDUCATIVO

Tendo sempre por referência o currículo nacional, o Projeto Curricular de Turma


relaciona-se com o Projeto Educativo e com o e com o Projeto Educativo de
Estabelecimento, adaptando as orientações currivulares destes documentos à
especificidade de cada turma.

É assim um documento de gestão curricular, elaborado pelo Conselho de Turma (ou


pela Educadora de Infância e Professora titular de cada sala, nos casos dos Jardins
de Infância e escolas do 1 ciclo do ensino básico, para (re)definir as práticas
educativas, para facilitar a articulação dos conteúdos e a ação de todos os
professores, numa perspetiva de integração, que permita dar um sentido articulado
e relevante às aprendizagens que se propõem aos alunos.

A partir do 2 ciclo do ensino básico cada turma tem vários docentes, cada um
responsável pelos objetivos, conteúdos e métodos específicos do currículo da sua
área disciplinar.
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 OPÇÕES E PRIORIDADES CURRICULARES

O Projeto Curricular de Turma pressupõe a adequação curricular ao contexto sócio-


cultural, económico, escolar e psicológico da turma, e constitui o documento guia
das atividades a desenvolver com esses alunos, ao longo do ano.

Desta forma, a primeira etapa para a construção do Projeto Curricular de Turma


consiste na caraterização da turma, que deve ser feita com base em questionários
preenchidos pelos alunos no início do ano e nas informações que o Diretor de
Turma e restantes professores do Conselho de Turma têm ao seu dispor.

A partir daí, e tendo em conta diferentes níveis (contexto escolar, comportamento,


aprendizagens), é fundamental a identificação de problemas e necessidades reais
da turma, que constituem o ponto de partida para a definição das prioridades
educativas (ao nível das competências a desenvolver) e das estratégias a
implementar, quer gerais quer específicas das diferentes disciplinas.

As atividades curriculares disciplinares e não disciplinares a promover pelo


Conselho de Turma, os temas/conteúdos a abordar, a identificação dos recursos, a
calendarização e a articulação interdisciplinar devem ser definidas conjuntamente,
segundo uma perspetiva integradora, e devem constar no respetivo Projeto
Curricular de Turma.

Tendo em conta que cada professor leciona em várias turmas e que portanto
contribui na conceção e operacionalização do Projeto Curricular de Turma para
cada uma delas, é fundamental a existência de um guião que oriente a elaboração
deste documento.
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As prioridades curriculares devem:

o Identificar as competências gerais (definir o perfil de competências a


desenvolver por todos os alunos ao longo do ciclo de escolaridade em que se
encontram
o Identificar competências transversais (que atravessam todas as áreas de
aprendizagem do currículo)
o Identificar as competências essenciais de cada área curricular (elencar as
aprendizagens centrais em cada uma das áreas disciplinares).

 METODOLOGIA

Metodologias de ensino centradas na igualdade de oportunidades, no valor e


respeito pela diversidade humana, na importância das novas tecnologias de
informação, numa educação para a cidadania abrangente e integradora, apela a
formas de atuação profissional que orientem, em novos sentidos, as competências
docentes.

Espera-se que a aquisição destas competências se integre num perfil de docente


intelectual, reflexivo e crítico, que consiga ler a sociedade em que vive e na qual
está a educar crianças e jovens, bem como a diversidade dos seus alunos,
reconhecendo e educando para a diferença.

O professor/gestor do currículo surge aqui uma vez mais como o líder na


organização das diferentes situações de aprendizagem, competindo-lhe criar as
condições para que o aluno “aprenda a aprender”, desenvolvendo estratégias de
aprendizagem diferenciadas e estimulando a articulação entre diferentes saberes,
desenvolvendo condições para que eles participem na nova sociedade do
conhecimento.
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 ESTRATÉGIAS

A estratégia educativa global a seguir na turma deve responder aos seguintes


pontos:

o Dados obtidos a partir da avaliação diagnóstica


o Metas a atingir (tendo em conta o Projeto Educativo e o Projeto de
Estabelecimento)
o Critérios de atuação para a intervenção educativa, adaptados à turma
o Metodologias de ensino mais adequadas à turma
o Linhas orientadoras da socialização dos alunos (educação para a cidadania)
o Modalidades e instrumentos de avaliação

 AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS E EFEITOS

A avaliação é uma ferramenta estratégica importantíssima,que permite diagnosticar,


prever, reformular e reorientar os projetos.

No que se refere à avaliação dos efeitos, presentemente deseja-se que a avaliação


dos alunos se faça em função das competências que cada um deles demonstre
dominar, ao invés de uma mera acumulação de saber.

No fim de cada ciclo de ensino, os alunos deverão estar aptos a mobilizar os


saberes e estratégias adequadas que lhes permitam resolver problemas
emergentes no dia a dia.

Em relação à avaliação do sistema curricular, este agrega em si a grandeza da


avaliação.

Estabelecidas as metas, as preferências que delas sucedem, as condutas e


estratégias a incrementar, deve-se avaliar todo o processo, a fim de verificar:

 o que resultou ou não


 a conformidade com as escolhas ou necessidade de as voltar a definir
 os acertos a inserir.
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 RELAÇÃO COM AS FAMÍLIAS E OUTROS PARCEIROS

Cada vez mais a distinção entre mundo da vida e mundo da escola é menos nítida.

Hoje pretende-se que a escola seja o início da preparação para a vida, daí que as
parcerias que se fazem sejam tão importantes, com os diversos intervenientes do
processo educativo, que cada vez é mais global.

Cada escola constrói o seu projeto estratégico como instituição tendo cada vez mais
presente o contexto próprio de cada situação.

Esta tarefa acarreta, inevitavelmente, implicações ao nível da lógica de


funcionamento de cada escola e da atitude profissional dos professores.

Para que esta gestão flexível do currículo se constitua na mudança que se deseja é
preciso que os professores a adotem. Para isso, eles também devem ser
informados e formados.

Por outro lado, também é necessário que pais e encarregados de educação


pensem a escola de uma forma construtiva, colaborando com as suas propostas e
iniciativas e acompanhando a vida e percurso escolar dos seus educandos,
deixando de ter uma atitude passiva e deixando de considerar a escola como um
depósito, demitindo-se das suas responsabilidades como encarregados de
educação para passarem a ser agentes interventivos no processo de educação dos
seus filhos.

As autarquias, enquanto parceiros privilegiados, deverão assimilar a necessidade


da prestação de todo o apoio indispensável à consecução dos objetivos do currículo
e que as escolas não têm, nomeadamente ao nível de recursos materiais e
humanos, particularmente no que se refere a técnicos de diferentes áreas.

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