Contar Histórias

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A importncia de contar

histrias s crianas
In Plano Nacional de Leitura

Como ler com as crianas


Mostre a capa, mostre os livros e fale sobre as
ilustraes. Deixe a criana virar a pgina, se ela
quiser.
Leia as frases e mostre-as com o dedo.
Torne a histria viva, faa uma voz diferente para
cada personagem e use mmica para contar a histria.
Quando a criana comea a saber ler deixe-a ler
palavras e frases.

Como ler com as crianas


Quando j sabe ler, distribua papis e leia a par.
Faa perguntas e converse sobre a histria, sobre as
informaes e sobre as imagens.
Verifique se est a compreender bem.
Deixe a criana comentar o livro, contar a histria ou
partes da histria.
Se a criana no mostrar interesse no insista. Leia
outra histria ou leia a mesma histria noutra altura.

7 excelentes razes para ler com as


crianas
Ouvir ler em voz alta, ler em conjunto, conversar sobre
livros, desenvolve a inteligncia e a imaginao.
Os livros enriquecem o vocabulrio e a linguagem.
As imagens, informaes e ideias dos livros alargam o
conhecimento do mundo.
Quem tem o hbito de ler conhece-se melhor a si prprio e
compreende melhor os outros.
Ler em conjunto divertido, refora o prazer do convvio.
Os laos afectivos entre as crianas e os adultos que lhes
lem tornam-se mais fortes.
A leitura torna as crianas mais calmas, ajuda-as a ganhar
autoconfiana e poder de deciso.

5 Conselhos s famlias
Faa da leitura um momento agradvel no dia-adia da sua famlia

1 - Incluir os livros no dia-a-dia das crianas


noite quando as crianas j esto na cama, leia-lhes
antes de adormecerem. Os livros acalmam e do
serenidade.
Aproveite alguns momentos de pausa ou de convvio
para ler.
O momento do banho pode incluir livros de plstico
ou de borracha.

2 - Tornar a leitura uma actividade divertida


As crianas pequenas gostam de descobrir as imagens e as
histrias dos livros. E comeam muito cedo a querer
aprender a ler.
Faa das imagens e das histrias dos livros uma espcie de
brinquedos. As crianas adoram descobrir imagens, letras
palavras e adoram ouvir ler histrias.
Deixe a criana escolher o livro que quer ler consigo. Pode
propor outros livros, mas no force. importante que leia
ou oia ler com prazer.

3 - Guardar alguns minutos para ler


Reserve sempre alguns minutos do dia para ler, observar e
conversar sobre os livros que a criana aprecia.
Torne os momentos de leitura alegres e carinhosos. O
tempo passar a correr.
As crianas pequenas no aguentam muito tempo, quando
est cansada ou desinteressada, no se deve forar.
medida que as crianas vo crescendo passam a gostar de
ver livros e ouvir ler histrias durante mais tempo.

4 - Visitar as Bibliotecas
No nosso pas as bibliotecas pblicas so muito
acolhedoras e esto cheias de livros interessantes,
para todas as idades. Visite a que fica mais perto da
sua casa, ou do seu local de trabalho. O atendimento
muito agradvel e o emprstimo gratuito!
Experimente ir com os seus filhos. Nas bibliotecas h
sempre uma zona prpria para crianas.
As bibliotecas escolares tambm emprestam livros
para as crianas lerem em casa. Encoraje os seus
filhos a usar mais a biblioteca da escola.
Requisite livros para ler em casa com os seus filhos.
Vai ver que toda a famlia ficar cliente.

5 - Oferecer livros s crianas


Habitue a criana a escolher um livro para dar aos
amigos como presente.
Visite livrarias, supermercados e feiras do livro e deixe
a criana mexer nos livros expostos. Valorize o livro e
a leitura oferecendo livros aos seus filhos.
Convide-a a observar, folhear e escolher um ou alguns
para levar para casa ou para oferecer.

Sugestes para reforar interesse


pelos livros
Faa perguntas divertidas sobre as imagens, sobre as
situaes observadas e sobre a histria.
Faa jogos de descoberta e adivinhas para suscitar a
ateno.
Ilustre passagens, desenhando ou pintando com as
crianas.
Recorte figuras de jornais e revistas e fazer colagens
colar para reconstituir cenas do livro.

Sugestes para reforar interesse


pelos livros
Pea criana que conte a histria ou partes da
histria.
Faa versos e rimas sobre a histria que encaixem em
msicas conhecidas para poderem ser cantadas.
Dramatize cenas que reproduzam os momentos da
histria, distribuindo papis. Faa mscaras para
apoiar a dramatizao. Use fantoches, ou silhuetas
de teatro de sombras para dramatizar cenas que
reproduzam os momentos da histria.

Ajudar a criana a virar as pginas.


Observar a criana para a interessar sem cansar.
Captar as reaces para continuar ou parar.
Brincar e interagir, dando ateno criana e
mostrando-lhe que compreende o que ela quer fazer.

Contar histrias uma arte


Tcnicas para contar histrias

Contar histrias uma arte, no h


dvida, mas uma arte que pode
ser desenvolvida.

As histrias so bastante teis para


trabalhar
Carcter
As histrias tm muitas vezes heris, lies de vida,
fbulas em que o bem prevalece sobre o mal; estes
contedos acabam por ser importantes para as
crianas absorverem.
Atravs das histrias, as crianas defrontam-se com
situaes fictcias e percebem as vrias alternativas
que elas oferecem, podendo antever as
consequncias que cada uma trar. Desta forma,
adquirem vivncia e referncias para construrem os
seus prprios valores.

Raciocnio
As histrias mais elaboradas e de enredos intrigantes,
agitam o raciocnio das crianas e fazem com que as
prprias se interroguem sobre a forma como agiriam.

Imaginao
Com as histrias podemos transitar pelo tempo e pelo
espao; fazemos viagens pr-histria, voamos pelas
galxias
Numa histria, tudo possvel.
Imaginar um exerccio mental e traz grande
proveito para as crianas, pois as mesmas tm uma
grande necessidade de o fazer.

As fantasias no so somente um passatempo, elas


ajudam na formao da personalidade na medida em
que possibilitam fazer suposies, combinaes,
visualizaes: como seria se fosse desta ou de outra
forma?!

Criatividade
Uma vez que a criatividade directamente
proporcional quantidade de referncias que cada
um possui; quantas mais viagens a imaginao a
criana fizer, maiores sero as suas vivncias ou
referncias e, consequentemente, ser tambm a
criatividade.
As emoes semeiam imaginao e estimulam a
criatividade.

Senso-crtico
A cada dia que passa so cada vez menos as pessoas
que se questionam, que tm as prprias ideias, que
seguem modas e massas.
de extrema importncia que as pessoas consigam
perceber o que as cerca, podendo assim identificar e
incentivar as atitudes que levam prosperidade e
reprimir as danosas.

As histrias actuam como ferramentas de grande valia para


a construo do senso-crtico, porque atravs delas os
alunos tomam conhecimento de situaes alheias sua
realidade, uma vez que podem navegar em diferentes
culturas, classes sociais, raas e costumes.
A viso de outras realidades far com que vejam os dois
lados da mesma moeda gerando assim tomadas de
posio e construindo uma personalidade interventiva.

Disciplina
Normalmente a disciplina entendida como aceite e
praticada espontaneamente quando o adulto pede.
Quando as crianas trabalham algo que gostam e
sentem que foi preparado intencionalmente para
elas, as probabilidades de terem uma postura atenta
e participativa aumentam.

Narrar histrias

Disposio
Os ouvintes devero sentar-se em crculo.
O narrador dever fazer parte deste crculo, sentando-se
junto com os ouvintes.
absolutamente desaconselhvel ficar de p quando a
plateia est sentada no cho ou vice-versa. Poder
acontecer de o narrador estar de p caso os ouvintes
estejam sentados em cadeiras ou em escadas.
Devero sempre ficar ao mesmo nvel dos olhos, isso ser
o ideal.

Local
A escolha fundamental para o sucesso da narrativa.
A historia dever comear s quando os ouvintes
estiverem calmos e bem acomodados.
Deves evitar-se rudos vindos do exterior ou coisas
que distraiam, pois as crianas tm um poder de
concentrao pequeno e qualquer coisa fora do
normal desviar a sua ateno.

Horrio
A histria pode ser contada aps algum momento de
agitao ou de jogo movimentado pois assim as
crianas tero descarregado as energias.

de extrema importncia que o


narrador esteja seguro, que aja
com naturalidade e que esteja
preparado para cont-la

Em suma.
O que preciso para contar histrias

1
Fazer a escolha cuidadosa da sua histria. Procurar
aquela que se identifica com os seus valores pessoas,
que incita a imaginao e que lhe d prazer em
trabalhar.

2
Estudar a histria, lendo-a atentamente.

3
Identificar os momentos importantes da histria,
nomeadamente, introduo, enredo, ponto
culminante e desfecho. Anotar se possvel as
personagens, as suas caractersticas

4
Preparar os materiais que vo fazer parte da histria:
cenrios, fantoches, entre outros.

5
Contar a histria para si em voz alta, de preferncia
diante do espelho. Ter em ateno para adequar o
tamanho histria e tempo da narrao idade dos
ouvintes.

6
Treinar a entoao de voz;
Dar voz prpria aos personagens;
Os gestos tambm devem ser exercitados;

7
Pedir silncio e dar uma introduo sobre o que se
dir.
Olhinhos bem abertos, ouvidinhos bem limpinhos,
vamos todos sossegar para a histria escutar. (bis)
Entregar-se histria, sendo fiel ao que foi ensaiado.

8
Falar sobre a histria no fim, para saber se as crianas
estiveram atentas e se a entenderam.
Reflectir sobre a histria.
Fazer um actividade que complemente: desenho,
pintura, entre outras.

Tirar maior partido da

VOZ

Para se contar uma histria, muitas vezes, no adianta


estar s preparado, preciso que a audincia entenda
as palavras que so ditas.
O raciocnio pode estar perfeito, todos os detalhes
vivos, a sequncia das ideias sincronizada, mesmo
assim pode acontecer que por diversas razes, o
pblico no consiga entender o que est a ser dito.

H algo que indiscutvel, para se falar em pblico,


mesmo que seja simplesmente contar uma histria
para um pequeno grupo de crianas, no se utiliza a
voz da mesmo forma como quando se est a ter uma
conversa informal entre duas ou trs pessoas. Devese ter em conta de que a voz est a ser usada para
comunicar com um grupo. Isso faz com que a ateno
seja outra, a distncia entre pessoas maior e o
objectivo a ser alcanado ser outro.

Existem elementos a ter em conta


para que a plateia entenda o que
est a ser dito e aproveite o
contedo da mensagem
ESSES ESTO LIGADOS
VOZ

ESSES ESTO LIGADOS VOZ

Dico
Volume
Velocidade
Tonalidade
Vocabulrio

Dico
As palavras devem ser bem pronunciadas;
Se as palavras forem mal pronunciadas a mensagem
recebida de forma incompleta porque a nocompreenso de uma palavra pode levar a no
entender uma frase e, desta forma, prejudicar o
entendimento da histria.
Para se ter uma boa dico deve-se pronunciar de
forma clara cada slaba da palavra.

Outra ateno que se deve ter, dar espao entre


uma e outra palavra. No fim das frases, onde h
vrgula ou ponto, o espao deve ser maior.
Existe um exerccio muito conhecido que o da rolha,
porque contribui de facto para a melhoria da dico.
Deve ser feito da seguinte maneira:

Exerccio da rolha
Escolher um texto e fazer a sua leitura pausadamente em
voz alta.
Colocar uma rolha entre a arcada dentria superior e a
inferior.
Ler novamente o texto, esforando-se para pronunciar as
palavras com clareza.
Ler novamente o texto sem a rolha para perceber a
diferena.
Se for possvel acompanhar o exerccio com um gravador,
ser mais fcil notar as diferenas.

Exerccio da rolha
A rolha faz com que haja dificuldade para pronunciar
correctamente as palavras. Este exerccio obriga a
vencer a dificuldade e faz com que a pessoa
movimente mais os lbios, a lngua e o palato mole.

Volume
O narrador deve ter conscincia de que ele no est
mesma distncia das pessoas do que quando est a
conversar informalmente.
Falar muito alto tambm desagradvel.
Cada ambiente exige um volume diferente. Deve-se
ter em conta:
Distncia entre narrador e a sua plateia quanto mais
longe estiverem os ouvintes mais alto deve ser o
volume da voz.

Tamanho da sala Se o espao grande exigir um


volume maior. A altura entre o cho e o tecto
influenciam muito: se ele for muito alto a voz perdese, logo necessitar de subir o volume.
A acstica da sala o formato da sala e os materiais
que a revestem influenciam a propagao da voz.

Contar uma histria ao ar livre com a natureza como


cenrio poder ser muito cativante mas deve-se ter em
conta que o som da voz ao ar livre dispersa-se e h
sempre rudos externos.

Velocidade
A velocidade pode ser medida pelo nmero de
palavras que uma pessoas pronuncia em um
determinado espao de tempo.
A velocidade est muito ligada boa dico.
Variar a velocidade da voz pode auxiliar na
interpretao do texto: ao falar mais rpido pode
passar mais emoo e um sentimento de urgncia
enquanto que ao falar mais devagar pode passar um
sentimento de paz, harmonia e serenidade.

Entoar a voz entre o baixo (limitado a um volume que


todas as pessoas entendam) e o alto (sem exageros)
e variar tambm a velocidade d o colorido
narrativa e tira a monotonia. A fala monocrdica
(enfadonha, aborrecida), sempre na mesma ritmo e
ritmo um dos principais factores de desinteresse,
principalmente quando estamos a falar de narrativas
infantis.

Tonalidade
O sons classificam-se como graves ou agudos. Cada
pessoas tem o seu registo vocal prprio, mas facilmente
pode alcanar alguns tons abaixo e acima desse registo.
A adopo de alguns esteretipos ajudam a compreenso
do texto, por exemplo: as meninas tm por norma a voz
mais fina ou aguda, os homens corajosos e os ursos tem
um vozeiro mais grosso ou grave. As velhinha tem uma
voz aguda e tremida, as fadas uma voz doce e as bruxas
tm uma voz aguda e estridente.

Os diversos personagens dentro de uma narrativa


podem ter caractersticas vocais prprias, o que ser
mais atraente, mas tambm mais difcil, pois necessita
de muita ateno do narrador.

Vocabulrio
Deve-se usar uma linguagem simples.
Uma histria cheia de fantasia poder at permitir algumas
palavras mais elaboradas, dando desta forma algum
floreado mesma para alm de dar a conhecer novo
vocabulrio. Mas neste casos no deve ser usado em
exagero e o narrador deve sempre explicar as palavras
durante a histria. A princesa tinha a pele alva como a
neve. Todas as pessoas admiravam aquela pele
branquinha. A explicao pode estar no texto ou pode
o narrador explicar no momento em que conta.

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