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UFCD: 10649-Fundamentos de Pedagogia 50 H

MANUAL DE FORMAÇÃO

Manual elaborado por:


10649-Fundamentos de Pedagógica

Índice
OBJECTIVO(S) GERAL(AIS).................................................................................................................................................. 3
OBJECTIVO(S) ESPECÍFICO(S)............................................................................................................................................ 3
I. Modelos Pedagógicos em diferentes contextos educativos.......................................................................4
a. Modelos Pedagógicos...........................................................................................................................4
i. Movimento da Escola Moderna (MEM)............................................................................................4
ii. High-Scope........................................................................................................................................6
iii. João de Deus.....................................................................................................................................8
iv. Reggio Emília....................................................................................................................................9
PEDAGOGIA DE PROJETO..........................................................................................................................9

II. Modelos Pedagógicos e implicação na organização e funcionamento dos espaços educativos


12
Organização do espaço educativo em atl...................................................................................................12
Áreas de conteúdo.....................................................................................................................................13

III. Teorias da aprendizagem................................................................................................................................... 16


i. Comportamentalista...........................................................................................................................16
ii. Cognitivista.........................................................................................................................................16
iii. Construtivista......................................................................................................................................17

IV. Principais correntes pedagógicas................................................................................................................... 18


i. Froebel................................................................................................................................................18
ii. Montessori.........................................................................................................................................22
iii. Decroly................................................................................................................................................27
iv. Freinet................................................................................................................................................29
v. Piaget..................................................................................................................................................35

V. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................................. 40

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O manual de formação que se apresenta incide sobre a unidade de formação 10649 –


Fundamentos da Pedagogia, incluída no Curso Técnico de Ação Educativa.

OBJECTIVO(S) GERAL(AIS)
1. Identificar as principais correntes pedagógicas e seus autores.
2. Caracterizar os modelos pedagógicos.
3. Identificar as influências determinantes para a construção do pensamento atual, que
fundamenta a organização curricular na educação básica.
4. Reconhecer os pressupostos postulados por importantes figuras da educação e da
psicologia.

OBJECTIVO(S) ESPECÍFICO(S)
1. Conhecer os modelos pedagógicos em diferentes contextos educativos, assim como a sua
implicação na organização e funcionamento dos espaços educativos.
2. Reconhecer a implicação dos modelos pedagógicos na organização e funcionamento dos
espaços educativos.
3. Identificar as diferentes teorias da aprendizagem.
4. Conhecer as principais correntes pedagógicas.

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I. MODELOS PEDAGÓGICOS EM DIFERENTES CONTEXTOS EDUCATIVOS

PEDAGOGIA
➢ Ciência que trata da educação dos jovens, que estuda os problemas relacionados com o seu
desenvolvimento como um todo.

➢ Conjunto de métodos que asseguram a adaptação recíproca do conteúdo informativo aos


indivíduos que se deseja formar.

➢ É um conjunto de técnicas, princípios, métodos e estratégias da educação e do Ensino,


relacionados à administração de escolas e à condução dos assuntos educacionais num

determinado contexto.

➢ A pedagogia estuda os ideais de educação, segundo uma determinada conceção de vida e dos

processos e técnicas mais eficientes para realizá-los, visando aperfeiçoar e estimular a capacidade
das pessoas, seguindo objetivos definidos.

A. MODELOS PEDAGÓGICOS

I. MOVIMENTO DA ESCOLA MODERNA (MEM)


Este é um modelo construtivista criado nos anos 60, com base nos trabalhos de Freinet. Algumas
características:

✓ Os meios pedagógicos como veículo

✓ A atividade escolar como contrato social e educativo

✓ Os processos de trabalho como processos sociais de construção da cultura

✓ Partilha da informação

✓ As práticas escolares com sentido social imediato

✓ Os alunos como intervenientes no meio social.

Este sistema desenvolve-se a partir de um conjunto de seis áreas básicas de atividades, distribuídas

à volta da sala (conhecidas também por oficinas ou ateliers na tradição de Freinet), e de uma área
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central polivalente para trabalho coletivo. Nos espaços pedagógicos que não dispõem de cozinha
acessível às crianças, organiza-se, também, uma área para cultura e educação alimentar. As áreas

básicas desenvolvem-se em espaços para:

Biblioteca e Documentação

A biblioteca dispõe, geralmente, de um tapete com almofadas que convidam à consulta dos documentos

que aquela contém, para além de livros e revistas, trabalhos produzidos no âmbito das atividades e
projetos das crianças que frequentam atualmente o jardim-de infância ou de outras crianças que já o

frequentaram e dos amigos correspondentes ou de outras escolas.

Oficina de Escrita e Reprodução

A oficina de escrita integra a máquina de escrever e, sempre que possível, o computador com impressora.
Nesse espaço expõem-se, de preferência, os textos enunciados pelas crianças e captados para a escrita

pela educadora e as tentativas várias de pré-escrita e escrita realizadas nesse espaço ou noutro qualquer.

Laboratório de Ciências e Experiências

O laboratório de ciências proporciona as atividades de medições e de pesagens, livres ou aplicadas (com


medidas de capacidade, de comprimento, balanças, etc.), criação e observação de animais (aves, peixes,

coelhos, etc.), roteiros de experiências em ficheiros ilustrados, o registo das variações climatéricas (mapa
do tempo) e outros materiais de apoio ao registo de observações e à resolução de problemas no âmbito

da iniciação científica.

Carpintaria e Construções

A oficina de carpintaria serve para a produção de construções várias, improvisadas ou concebidas para
servir outros projetos, como, por exemplo, a montagem de maquetas ou de instrumentos musicais. A

cozinha, ou um espaço de substituição, polariza as atividades de cultura e educação alimentar e nela se


encontram livros de receitas para crianças e utensílios básicos para confeção rudimentar de alimentos. Aí

se expõem, também, regras de higiene alimentar enunciadas e ilustradas pelas crianças e algumas normas
sociais de estar à mesa.

Atividades Plásticas e outras Expressões Artísticas

O atelier de atividades plásticas e outras expressões artísticas integra os dispositivos para a pintura,

desenho, modelagem e tapeçaria.

Canto dos Brinquedos, Jogos e “Faz de Conta”


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O canto dos brinquedos inclui outras atividades de “faz de conta” e jogos tradicionais de sala. É neste
espaço que as crianças dispõem de uma arca que guarda-roupas e adereços que as ajudam a compor as

suas personagens para atividades de “faz de conta” e projetos de representação dramática. Por vezes,
integra uma tradicional casa de bonecas. A área polivalente é constituída por um conjunto de mesas e

cadeiras suficientes para todo o tipo de encontros coletivos do grande grupo (acolhimento, conselho,
comunicações e outros encontros) e que vai servindo de suporte para outras atividades de pequeno

grupo, ou individuais ou de apoio do educador às tarefas de escrita e de leitura.

O ambiente geral da sala deve resultar agradável e altamente estimulante, utilizando as paredes

como expositores das produções das crianças onde rotativamente se reveem nas suas obras de
desenho, pintura, tapeçaria ou texto. Será também numa das paredes, de preferência perto de um

quadro preto à sua altura, que as crianças poderão encontrar todo o conjunto de mapas de registo
que ajudem a planificação, gestão e avaliação da atividade educativa participada por elas. Aí se

disporão o Plano de Atividades, a Lista Semanal dos Projetos, o Quadro Semanal de Distribuição
das Tarefas de manutenção da sala e de apoio às rotinas, o Mapa de Presenças e o Diário do

grupo, instrumentos orientadores e condutores da ação educativa que poderão ser completados
por outros, quando se justifique.

II. HIGH-SCOPE
Este é um modelo com base nas teorias de Piaget de orientação cognitivista e construtivista.
Começou a ser estruturado nos anos sessenta, em Ypsilanti (Michigan, USA), recebendo o nome da
instituição em que se desenvolveu.
Algumas características:
• Rotina diária estruturada (pouco flexível no início do ano letivo)
• A aprendizagem ativa e experiências chave
• A rotina diária com o ciclo: planear – fazer – rever
• A organização do espaço e materiais

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O projeto pré-escolar High/Scope tem como “lei” a aprendizagem ativa da


Aprendizagem

pela Ação
criança, ou seja, acredita que as vivências diretas e imediatas que as crianças
vivem no seu dia-a-dia, são muito importantes se essa criança retirar delas

algum significado através da reflexão.

Esta aprendizagem ativa que o Currículo High/Scope tanto fala, depende


Interação Adulto -

inequivocamente da interação positiva entre os adultos e as crianças. Os


Crianças

adultos deverão apoiar as conversas e brincadeiras das crianças, deverão

ouvi-las com atenção e fazer os seus comentários e observações que


considere pertinentes. Desta forma a criança sentir-se-á confiante e com

liberdade para manifestar os seus pensamentos e sentimentos.

O Currículo High/Scope dá uma grande importância ao planeamento da

estrutura da pré escola e à seleção dos materiais adequados. As crianças


integradas num contexto de aprendizagem ativa, têm a oportunidade de
Contexto de Aprendizagem

realizar escolhas e tomar as suas próprias decisões. Deste modo, os adultos


dividem o espaço de brincadeira em áreas de interesse específicos. Estas

diferentes áreas contêm materiais facilmente acessíveis que as crianças


podem escolher para depois usarem conforme o que tinham planeado, para

levar a cabo as suas brincadeiras e jogos. Quando a criança termina a tarefa


que realizou, arruma devidamente no lugar os materiais que utilizou. Para

que isto aconteça é necessário que todos os materiais se encontrem em


prateleiras baixas, dentro de caixas transparentes aonde esteja colado uma
etiqueta com o símbolo do que a caixa contém.

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Todos os dias, os adultos fazem um plano de uma rotina que apoiará a

aprendizagem ativa da cada criança. Os adultos ficam a saber o que as


crianças pretendem fazer (processo planear – fazer – rever) questionando-os.

As crianças põem depois em prática aquilo que planearam, e cabe ao adulto


depois incentivá-las a rever as suas experiências. Isto não significa que elas
Rotina Diária

tenham que contar de forma oral todos os passos que deram dentro da área
aonde estiveram a fazer o que havia sido planeado. A criança pode fazer uma

revisão da sua experiência e do que acha que aprendeu, através de um


simples desenho. Por outro lado, além dos planos individuais, podem criar-se

pequenos grupos numa sala, devendo o educador encorajar as crianças a


explorar e a experimentar novos materiais. Quando se trabalha em grandes

grupos pode optar-se por atividades de música e de movimento e de jogo


cooperativo (incentivando a coesão de grupo).

Avaliar segundo a abordagem pré-escolar High/Scope implica um conjunto


de tarefas. Os professores deverão fazer um registo diário de notas

ilustrativas, baseando-se naquilo que veem e ouvem quando observam as


crianças. Avaliar significa então trabalhar em equipa para construir e apoiar o

trabalho nos interesses e competências de cada criança. O espaço é, segundo


Avaliação

o Currículo High-Scope, um meio fundamental de aprendizagem que deve

exigir do educador grande investigação e investimento no seu arranjo e


equipamento. É fundamental que os materiais sejam interessantes para as

crianças, diversos, mutáveis, organizados e guardados de forma visível e


acessível. Devem estar estruturados em áreas de interesse bem identificadas,

flexíveis para que a criança possa usá-los de maneiras diferentes, descobrindo


formas alternativas de os usar e jogar com eles.

III. JOÃO DE DEUS


É um modelo que ainda hoje é usado nos espaços pedagógicos que têm o mesmo nome. O

primeiro jardim de infância João de Deus foi criado em Coimbra em 1911 e a metodologia usada é
sólida e consistente e assenta na cartilha maternal (1876) para a iniciação precoce da leitura e da

escrita. É um modelo centrado na preparação académica da criança e a educadora tem um papel


ativo e diretivo. A organização do espaço traduz-se por uma decoração simples, mas onde a arte

tem Presença. Valoriza se uma arquitetura funcional e atraente de características nacionais e


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Regionais. Existem diversos materiais para as atividades programadas em cada dia: para a
Educação sensorial, percetiva, motora e física, materiais para os trabalhos manuais e Atividades

plásticas, materiais de apoio para a aprendizagem da matemática como Tangran, calculador. Para
os mais pequenos existem materiais para imitar; para Aprender a viver e integrar se no meio social;

a loja, a casa das bonecas e os jogos de Trânsito.

IV. REGGIO EMÍLIA


É um modelo pedagógico que nasceu depois da segunda guerra mundial, em 1945, no Norte de

Itália, em Villa Cella, próximo da cidade de Reggio Emília, pela necessidade de se construir uma
escola para as crianças pequenas, após a destruição de todas as existentes, durante a guerra. Nesta

missão participaram as famílias, principalmente as Mães das crianças. Deste modo surge a primeira
escola daquele que virá a ser conhecido 8 como um dos Modelos pedagógicos de educação de

infância de maior qualidade no mundo o modelo Curricular de Reggio Emília. Na educação e


formação das crianças participam os pais, a comunidade, a sociedade em geral. O

monitor/educador tem um papel ativo no apoio educativo.

PEDAGOGIA DE PROJETO
Para que serve?

Todos nós trabalhamos com projetos em todos os momentos da nossa vida. Na escola ou no

jardim de infância, o Projeto é uma forma de ajudar a criança a aprender de maneira prática,
tornando a aprendizagem atraente e eficaz. A realização de um projeto exige processos mentais,

tarefas físicas e propostas de problemas e respostas a várias questões. O projeto parte de uma
situação problema, um desafio para o encontro da solução.

Através do projeto, a criança é incentivada a:

1) desenvolver atividades com objetivos concretos;

2) realizar tarefas produtivas;

3) desenvolver a compreensão por meio da experiência;

4) desenvolver a iniciativa e a responsabilidade;

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5) estimular a perseverança na realização de tarefas;

6) valorizar o trabalho cooperativo;

7) desenvolver o pensamento reflexivo;

8) ampliar campos de interesses.

Fases de um projeto

1) Intenção e incentivo: inicia se um projeto quando se percebe um grande interesse por parte das
crianças por um determinado assunto ou situação concreta. O educador/professor deve aproveitar

esse interesse para desenvolver o assunto e propor questões (desafios) para a resolução do
problema ou situação.

2) Preparação do plano de trabalho: realizam se pesquisas, procurando os instrumentos


necessários, planeando as atividades para a solução dos problemas. Esse roteiro funcionará como

referência para a realização do trabalho.

3) Execução: é a fase da ação e a mais estimulante para as crianças. Nesta fase podem surgir

dificuldades, erros e imprevistos e as crianças serão orientadas a resolvê-los e a continuar o


trabalho. O educador/professor deve estar atento e estimular as crianças, valorizando o seu

desenvolvimento e acompanhando as suas dificuldades. O trabalho deve ser sempre feito pelas
crianças.

4) Avaliação: serão avaliados, pelas crianças, o objetivo, o planeamento, as atividades e o resultado


final. Com a ajuda e orientação do educador/professor, as crianças farão uma análise do seu

trabalho, apresentando críticas e comentários apropriados sobre o projeto.

Culminância é o atingir do objetivo básico do projeto através de uma apresentação, exposição,

exibição do resultado obtido o educador/professor deve facilitar a integração dos conteúdos dos
diversos materiais e oferecer oportunidades para o exercício da liberdade e uso de direitos a

criança aprende fazendo e a aprendizagem é mais consistente e duradoura.

A função do educador/professor é a de orientador, sensibilizador, conselheiro, desafiador, em que


exerce e controla as atividades, avaliando as crianças e o seu próprio desempenho. Uma discussão

na sala pode ser uma forma de avaliar um projeto, dando oportunidades para refletir sobre a
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contribuição e a validade do projeto. A avaliação deve ser constante, através de observações,


atividades, participação e colaboração.

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II. MODELOS PEDAGÓGICOS E IMPLICAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO


DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO EDUCATIVO EM ATL


É importante como o espaço de ATL é organizado. Uma vez que influencia e condiciona toda a
atividade da criança, as suas escolhas, a concretização dos seus planos, utilização de materiais e a

relação com os outros. Ele deverá ser um espaço onde a criança se possa movimentar, expressar,
criar, construir, explorar, experimentar, brincar, jogar e levar a cabo todos os seus projetos. Assim,

tendo em conta que a qualidade do meio que rodeia a criança é fundamental para a progressiva
conquista da sua autonomia, a organização do espaço constitui um dos suportes para a atividade

educativa, uma vez que o espaço é a condição básica para poder levar avante muitos outros
aspetos organização do espaço educativo em ATL. É por isso fundamental que o monitor/educador

reflita sobre as potencialidades educativas que oferece, planifique e avalie o modo como o espaço
contribui para o desenvolvimento efetivo das crianças. A organização do espaço não deve ser

rígida ao longo de todo o ano deve até ser bastante flexível, possibilitando a transformação do
mesmo, de modo a poder responder a posteriores necessidades que possam surgir (seja durante

um dia em que se tenha de fazer o recreio no interior, por motivos como sejam a alteração
climatérica, seja pelo facto de não existirem outros espaços para a realização de atividades de

expressão corporal). O importante é que as crianças participem na organização e manutenção do


espaço, para que saibam onde podem fazer o quê e onde estão os materiais que necessitam para a
execução de determinadas atividades. Esta participação ativa das crianças na organização do
espaço acaba por promover um trabalho centrado nas iniciativas e necessidades das crianças

quando não existe esta integração das crianças na organização do espaço, o trabalho acaba por ser
estruturado pelo monitor/educador, o que condiciona fortemente a autonomia da criança. Logo,

uma boa organização dos espaços pressupõe a existência de espaços abertos e amplos com
possibilidade de diferenciação em áreas de jogo bem definidas e identificadas, as quais promovem

uma maior dinâmica de trabalho pois as crianças podem ser divididas pelas várias áreas, passando,
no entanto, por todas elas, só que em tempos diferentes. A reflexão do espaço é assim

indispensável para evitar espaços estereotipados e padronizados que não sejam desafiadores para
as crianças. Apesar da possibilidade de existir uma grande diversidade de espaços, os materiais

existentes em cada um deles condicionam aquilo que as crianças podem fazer e aprender assim
sendo, cada área deverá incluir materiais adequados ao tipo de atividades que nela se podem

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realizar estes devem ir ao encontro das necessidades, níveis de desenvolvimento e interesses das
crianças. O espaço exterior é também outro aspeto a ter em conta este é igualmente um espaço

educativo, possibilitando tanto a vivência de atividades intencionalmente planeadas pelo como a


vivência de atividades informais.

Áreas de conteúdo
É de referir que, seguindo qualquer um dos modelos pedagógicos, o monitor/educador ou
professor precisa de planificar as suas atividades usando, para isso, metodologias adequadas.

Sentido curricular: Desenvolver a capacidade de planeamento; Permitir à


Área da organização do trabalho

criança ter intervenção no trabalho a desenvolver;


Experimentação de atividades desafiadoras para o

seu nível de desenvolvimento.

Atividades cognitivas: Adquirir a noção de tempo; Aprender a gerir opções

(mapas) e a desenvolver etapas de realização de planos;


Desenvolver o sentido crítico; Estruturar os seus

conhecimentos e adquirir novas competências.

Sentido curricular: Proporcionar momentos de partilha (de livros) quer

individualmente, quer em grupo; Trabalhar o repouso


físico e /ou o relaxamento; Estimular o gosto pela
Área dos Livros

leitura e pelas diferentes formas de comunicação.

Atividades cognitivas: Perceber e discriminar: escutar contos, contar

histórias; ouvir música; Desenvolver a capacidade de


memorizar e recontar; Contactar com o código

escrito.

Sentido curricular: Estimular o sentido da curiosidade e a necessidade


Área de Expressão Plástica

de experimentação da criança; (nesta área o que tem


mais sentido é o processo de exploração, de

captação e de funcionamento do que os resultados


ou produto elaborado.

Atividades cognitivas: Misturar materiais, cores e texturas; Manusear

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diferentes materiais; Cortar, colar, rasgar, dobrar, etc.

Criar e observar as alterações produzidas nos


materiais manuseados.

Sentido curricular: Converter a criança para o centro dos jogos de


simulação; Experimentar, atuar, elaborar

coisas/situações banais que lhes são familiares,


próximas e significativas do seu meio vital: papeis,
Área da Casinha

situações, Pessoas e conflitos; Permitir o trabalho em


equipa, o comentário das coisas, valorizar a

expressão de sentimentos e ideias; Verbalizar as


ações do jogo.

Atividades cognitivas: Dramatizar; Explorar experiências; Imaginar; Usar


ferramentas, utensílios, instrumentos de vida diária;

Vivenciar o “fazendo de conta”.

Sentido curricular: Os blocos permitem uma grande variedade de


Área dos Jogos de chão ou dos blocos

utilização, tanto a nível individual como de grupo;


Facilitam o desenvolvimento da capacidade de

manuseamento das estruturas: verticais, circulares de


inclusão, etc.; Trabalham também o pensamento

espacial: o equilíbrio;

Atividades cognitivas: Explorar; Construir individualmente e/ou em grupo;

Classificar; Agrupar; Comparar; Ordenar objetos;


Representar experiências

Sentido curricular: Área facilitadora da socialização; Permite à criança


Área da garagem

brincar individualmente ou em pares; Permite à

criança deitar se ou rolar no tapete de chão.

Atividades cognitivas: Representar vivências da utilização da via pública;

Percorrer percursos, contornando obstáculos;

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Sentido curricular: Convidar a criança para criar situações imaginárias;

Proporcionar à criança momentos lúdicos; Dar a


Área das brincadeiras

oportunidade de se expressar livremente utilizando

ou não acessórios que a caracterizem.

Atividades cognitivas: Dramatizar; Explorar experiências; Imaginar; Passar o

tempo: dançando, vestindo se e despindo se,


olhando se ao espelho, “fazendo de conta”.

Sentido curricular: Jogos simples, de pequeno grupo ou Individual;


Área dos Jogos de Mesa

Atividade calma e de concentração;

Atividades cognitivas: Desenvolver noções lógico matemáticas (juntar,


classificar, Comparar); Formar classes e ou modelos;

Fomentar a coordenação oculo manual; Desenvolver


a motricidade fina.

Sentido curricular: Familiarizar a criança com a natureza e os seus


animais e das
Área dos

ritmos; Contribuir para que aprendam a cuidar e a ter


plantas

responsabilidade acerca de outros seres; Desenvolver


uma sensibilidade ambiental;

Atividades cognitivas: Criar a noção acerca dos tempos de alimentação e


dos cuidados necessários a ter com outros seres

vivos.

Sentido curricular: Atividade motora por excelência, de socialização e de


Área dos jogos de exterior

expressão dramática; Atividades estruturadas e livres


de partilha entre pares ou grupo alargado.

Atividades cognitivas: Experiências físicas ativas, correr, saltar, baloiçar,


esconder, etc.; Jogos coletivos onde se desenvolvem

noções variadas: número, conjunto, espaciais, etc.;

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III. TEORIAS DA APRENDIZAGEM


Denominam-se teorias da aprendizagem, em Psicologia e em Educação, aos diversos modelos que

visam explicar o processo de aprendizagem pelos indivíduos. Embora desde a Grécia antiga se
hajam formulado diversas teorias sobre a aprendizagem, as de maior destaque na educação

contemporânea são a de Jean Piaget e a de Lev Vygotsky.

I. COMPORTAMENTALISTA
O behavorismo, ou teoria comportamental, foi desenvolvido nos Estados Unidos da América John

Watson (1878-1958) e na Rússia por Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936). Embora as bases desta
teoria tenham sido desenvolvidas por estes pesquisadores, foi Burrhus Frederic Skiiner (1904-1990)

que a popularizou, através de experimentos com ratos. Em seus experimentos, os ratos eram
condicionados a determinadas ações, com recompensas boas ou ruins pelos seus atos. Assim, se

moldava o comportamento destes a partir de um sistema de estímulo, resposta e recompensa.

Nesta teoria, o comportamento deve ser estudado e sistematizado para que se possa modificá-lo.

De acordo com esta teoria, a maneira como o indivíduo aprende é uma grandeza possível de ser
mensurada tal e qual um fenômeno físico. Nesta teoria, a aprendizagem, independente da pessoa,

deverá seguir as seguintes etapas:

– Identificação do problema

– Questionamentos acerca dos problemas

– Hipóteses

– Escolha das hipóteses

– Verificação

– Generalização. O cérebro a utilizará ao identificar problemas futuros semelhantes

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II. COGNITIVISTA
Esta teoria defende que, a capacidade do aluno em aprender coisas novas depende diretamente

dos conhecimentos prévios que ele possui. Para estes teóricos, é necessário investigar quais os
saberes do aluno acerca do assunto que será ensinado. Depois, deve-se auxiliar o aluno para que

ele consiga sistematizar e organizar os novos conhecimentos, através de associações com o seu
conhecimento prévio.

III. CONSTRUTIVISTA
O construtivismo é uma abordagem psicológica desenvolvida a partir da teoria da epistemologia
genética, elaborada por Jean Piaget. Nesta teoria, o indivíduo aprende a partir da interação entre

ele e o meio em que ele vive. O professor é visto como um mediador do conhecimento.

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IV. PRINCIPAIS CORRENTES PEDAGÓGICAS

I. FROEBEL
Friedrich Wilhelm August Fröbel Oberweißbach 21 de abril de 1782 Schweina 21 de junho de 1852
foi um pedagogo e pedagogista alemão com raízes na escola Pestalozzi. Foi o fundador do

primeiro jardim de infância. Seu pai era um pastor protestante Seus princípios filosóficos teológicos
apontam um Fröbel (com um espírito profundamente religioso que desejava manifestar ao exterior

o que lhe acontecia interiormente sua união com Deus.

As suas ideias reformularam a educação. A essência de sua pedagogia se centra nos


princípios educacionais da atividade e da liberdade.

Esses princípios e sua crença determinaram alguns de seus postulados, tais como:

• o educando tem que ser tratado de acordo com sua dignidade de filho de Deus, dentro de um
clima de compreensão e liberdade

• o educador é obrigado a respeitar o discípulo em toda sua integridade

• o educador deve manifestar se como um guia experimentado e amigo fiel que exija e oriente

com mão flexível, mas firme. Não é somente um guia, mas também sujeito ativo da educação: dá e
recebe, orienta, mas deixa em liberdade, é firme, mas concede

•o educador deve conhecer os diversos graus de desenvolvimento do homem para realizar sua
tarefa com êxito, sendo três as fases de desenvolvimento, que vão desde quando o homem nasce

até a adolescência

Em 1837 Fröbel abriu o primeiro jardim de infância onde as crianças eram consideradas como
plantinhas de um jardim do qual o professor seria o jardineiro A criança se expressaria através das

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atividades de perceção sensorial, a linguagem e do brinquedo A linguagem oral se associaria à


natureza e à vida Fröbel foi um defensor do desenvolvimento genético. Para ele o desenvolvimento

ocorre segundo as seguintes etapas:

✓ A infância

✓ a meninice

✓ a puberdade

✓ a mocidade

✓ a maturidade

Observava, portanto, a gradação e a continuidade do desenvolvimento, bem como a unidade das


fases de crescimento. Enfim, a educação da infância se realiza através de três tipos de operações:

•a ação atividade importante para o desenvolvimento infantil, pois havia um termo utilizado por
Fröbel que era a ' auto atividade ', ou seja, dizia que a criança aprende através da ação dela sobre

determinado objeto.

•o jogo

•o trabalho

Fröebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica, a apreender o


significado da família nas relações humanas.

É interessante frisar que, para Froebel o brincar caracteriza a ação da criança e que o próprio ato

de brincar é uma linguagem, pois apreende, no ato de brincar, a linguagem gestual/corporal,


sonora, verbal, entre outras.

Idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem:

Blocos de construção que eram utilizados pelas crianças em suas atividades criadoras, papel,

papelão, argila e serragem. O desenho e as atividades que envolvem o movimento e os ritmos


eram muito importantes. Para a criança se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para
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os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo.
Valorizava também a utilização de histórias, mitos, lendas, contos de fadas e fábulas, assim como

as excursões e o contato com a natureza.

Fröbel afirma, em sua obra "A educação do homem" (1826):

“A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana autoconsciente, com
todos os seus poderes funcionando completa e harmoniosamente, em relação à natureza e à

sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo,
originariamente se elevara acima do plano animal e continuara a se desenvolver até a sua condição

atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal.”

Cada objeto é parte de algo mais geral e é também uma unidade, se for considerado em relação a
si mesmo. No campo das relações humanas, o indivíduo é, para ele, uma unidade, quando

considerado em si mesmo, mas mantém uma relação com o todo, isto é, incorpora se a outros
homens para atingir certos objetivos.

Esse conceito de parte todo foi um dos mais bem desenvolvidos por Fröbel.

Principais conceções educacionais

• a educação deve basear se na evolução natural das atividades da criança.

• o objetivo do ensino é sempre extrair mais do homem do que colocar mais e mais dentro dele. A

criança não deve ser iniciada em nenhum novo assunto enquanto não estiver madura para ele.

•o verdadeiro desenvolvimento advém de atividades espontâneas.

•na educação inicial da criança o brinquedo é um processo essencial.

•os currículos das escolas devem basear se nas atividades e interesses de cada fase da vida da

criança.

Sua proposta pode ser caracterizada como um "currículo por atividades", no qual o caráter
lúdico é o fator determinante da aprendizagem das crianças.

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A grande tarefa da educação consiste em ajudar o homem a conhecer a si próprio, a viver em paz

com a natureza e em união com Deus. É o que ele chamou de educação integral. Sua conceção de
ser humano era profundamente religiosa.

Entende a educação como suporte no processo de apropriação do mundo pelo homem. É um


modelo de educação esférica, onde os alunos aprendem em contato com o real, com as coisas em

sua volta, com os objetos de aprendizagem. Logo, a Matemática só é entendida quando o sujeito
for capaz de estruturar a realidade.

Uma das melhores ideias com que Froebel contribuiu para a pedagogia moderna foi a de que o ser
humano é essencialmente dinâmico e produtivo, e não meramente articulável, recetivo e

depositário. O homem é uma força auto geradora e não uma esponja que absorve conhecimento
do exterior.

Outro acerto de Fröebel foi o de não esquecer as diferentes etapas que marcam a evolução do
homem, especialmente a infância. Cabe lembrar que sua doutrina pedagógica, em síntese, consiste

basicamente na atividade e na liberdade; o homem deve aprender a trabalhar e a produzir,


manifestando sua atividade em obras exteriores.

Friedrich Wilhelm August Fröbel (1782 1852) foi o fundador do primeiro Jardim de Infância

Kindergarten) e o primeiro a desenvolver brinquedos didáticos. Estes brinquedos não só


iriam ser copiados por empresas como a Lego, como também exerceram influência positiva

em pessoas, como por exemplo, o arquiteto Frank Lloyd Wright.

A ideia mais luminosa com que este visionário contribuiu para a pedagogia foi a de que o ser
humano é essencialmente dinâmico e produtivo e não meramente recetivo: «O homem é uma

força auto geradora e não uma esponja que absorve conhecimento do exterior».

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II. MONTESSORI
O método montessori é o resultado de pesquisas científicas e empíricas desenvolvidos pela médica

e pedagoga maria montessori. De acordo com sua criadora, o ponto mais importante do método é,
não tanto o seu material ou sua prática, mas a possibilidade criada pela utilização deste, de se

libertar a verdadeira natureza do indivíduo, para que esta possa ser observada, compreendida, e
para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança. A criança é o centro do

método montessoriano e o professor tem o papel de acompanhador do processo de aprendizado.


Ele guia, aconselha, mas não dita e nem impõe o que vai ser aprendido pela criança.

É caracterizado por uma ênfase na autonomia, liberdade com limites e respeito pelo
desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da criança.

A pedagogia Montessoriana insere se no movimento das Escolas Novas. Opõe se aos métodos
tradicionais que não respeitem as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento

da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas técnicas que apresentou
para os jardins de infância e para o ensino fundamental do ensino tradicional.

O material criado por Montessori tem um papel preponderante no seu trabalho educativo partindo
do concreto (o material didático) para o pensamento abstrato.

• A criança literalmente vê e sente através do material didático preparado, o tema a ser aprendido

• A criança deixa de usar o material didático quando a abstração para o tema aprendido já é

completa

• O meio preparado e o material didático tem como função, estimular e desenvolver na criança um

impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto

Características de uma Escola Montessoriana

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A Association Montessori Internationale (AMI) cita os seguintes elementos como essenciais a uma
escola montessoriana:

1. O ambiente é organizado e atraente

2. O ambiente é composto por materiais didáticos e utensílios da vida cotidiana (para fins didáticos

3. As classes são agrupamentos de alunos com diferentes idades

4. O professor atua como guia, acompanhante do processo de aprendizado e interfere só o

necessário

5. Material multissensorial e aprender fazendo são hábitos de aprendizagem

6. Cada aluno tem oportunidade de escolher o trabalho (a atividade) que mais lhe interesse

7. A ênfase é na aprendizagem ativa e no desenvolvimento social em lugar de memorização, regras

e busca de informação para uma única pergunta específica

8. O aluno pode trabalhar o tempo que necessite num assunto que lhe interesse, sem que alguém

ou uma campainha o interrompa

9. O aluno tem o direito de escolher um lugar para trabalhar em vez de um lugar fixo

10. A criança tem o direito de escolher se vai trabalhar só ou em grupo e com quem vai trabalhar

11. Os alunos são estimulados a ensinarem, colaborarem e ajudarem uns aos outros.

12. Os alunos têm oportunidade de trabalharem com outros de diferentes idades

13. Os alunos demonstram respeito aos professores e ao ambiente

14. Todos os adultos demonstram respeito pelo aluno

15. A escola encoraja a autodisciplina

16. Aprender é o maior prêmio; não existe motivação através de prêmios e reconhecimentos
exteriores. Sem exageros, usando sempre o bom senso

17. Os alunos tendem a ser calmos, concentrados, felizes equilibrados). Para isso deve contribuir a
postura do educador

Materiais de Desenvolvimento

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Na pedagogia montessoriana , utilizam se objetos desenvolvidos para "auxiliar a criança a no por


ordem em seu espírito e facilitar lhe a compreensão das inúmeras coisas que a envolvem".

O material didático é dividido em cinco áreas:

• Exercícios de Vida Prática

• Material Sensorial

• Material de Linguagem

• Material de Matemática

• Material de Conhecimento de Mundo "Cosmo" (História , Ciências e Geografia)

Estes materiais são constituídos por peças sólidas de diversos tamanhos, formas e espessuras
diferentes; coleções de superfícies de diferentes texturas e diferentes sons. Tudo visando o prazer

absoluto do aluno e atendendo as capacidades e necessidades da criança.

O trabalho com o material montessoriano pode ser feito individualmente ou em grupo, de acordo

com a vontade da criança. A criança não está presa a um lugar fixo na sala de aula, portanto ela
pode trabalhar com o material em uma mesa de forma tradicional, ou em um tapete no chão. Com

a prévia autorização da professora ela também pode trabalhar em outra sala da escola.

No trabalho com esses materiais a concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas

por uma intensa preparação, e, quando terminam, a criança se solta, feliz com sua concentração,
comunicando então com seus semelhantes num processo de socialização.

A livre escolha das atividades pela criança é outro aspeto fundamental para que exista a
concentração e para que a atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha realiza se com

ordem, disciplina e com um relativo silêncio em consideração à perturbação dos professores.

O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança equilibrada emocionalmente pelo

próprio método, aprende a expressar se de modo natural e adequado à situação. O professor


também expressa se de forma natural, em tom adequado. Como o professor não atua de forma

frontal com sua classe, mas como orientador individual ou de pequenos grupos, este não tem
necessidade de trabalhar com tom de voz elevado.

Pés e mãos tem grande destaque nos exercícios sensoriais não se restringem apenas aos sentidos),
fornecendo oportunidade às crianças de manipular os objetos , sendo que a coordenação se

desenvolve com o manuseamento dos instrumento.


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Material para Matemática

"Material Dourado" é um dos materiais mais conhecidos


criado por Maria Montessori. O "Material Dourado"

desperta no aluno a concentração, o interesse, além de


desenvolver sua inteligência e imaginação criadora, pois a

criança, está sempre predisposta ao jogo. Além disso, permite o estabelecimento de relações de
graduação e de proporções, e finalmente, ajuda a contar e a calcular.

Material de linguagem

Os mais conhecidos são o alfabeto móvel e as letras de lixa.

Material Sensorial

As Barras vermelhas, a escada marrom cilindros coloridos caixas de cores tubinhos de cheiro, caixa

dos rumores placas do tato caixa das fazendas (com panos de diferentes texturas sólidos
geométricos, a torre rosa e muitos outros.

Exercícios da vida prática

Para os exercícios da vida prática são usados todos os utensílios da vida prática normal, tentando
levar em consideração o tamanho da criança. Exemplo: jarras pequenas para se aprender a servir

água, sapatos infantis para se aprender a amarrar e engraxar sapatos, etc. Deste método
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pedagógico vem a ideia de que os móveis no jardim de infância devem ser adequados ao tamanho
da criança, conceito este que usamos hoje no nosso ensino tradicional.

Pilares da Educação Montessori

Segundo proponentes desta perspetiva pedagógica, o método Montessori contaria com seis
princípios responsáveis por formar a base da teoria e prática desta pedagogia. Seriam eles:

AUTOEDUCAÇÃO Seria a capacidade inata da criança para querer aprender. Por compreender

que a criança deseja absorver e compreender a realidade que a circunda, e


que por isso a criança a explora, investiga e pesquisa o método Montessori

proporcionaria um ambiente adequado e materiais interessantes para que a


criança possa se desenvolver por seus próprios esforços, no seu ritmo e

seguindo seus interesses.

EDUCAÇÃO CÓSMICA É uma maneira de organizar o conhecimento. De acordo com este princípio, o

educador deve levar o conhecimento à criança de forma organizada cosmos


significa ordem, em oposição a caos --, estimulando sua imaginação e

evidenciando que tudo no universo tem sua tarefa e que o ser humano deve
ser consciente de seu papel na manutenção e melhora do mundo.

EDUCAÇÃO COMO é a maneira de compreender a criança e o fenômeno educativo de acordo


CIÊNCIA com Montessori, e defendida pela ciência de hoje. Em Montessori, o

professor utiliza o método científico de observações, hipóteses e teorias para


entender a melhor forma de ensinar cada criança e para verificar a eficácia de

seu trabalho no dia a dia.

AMBIENTE PREPARADO É o local onde a criança desenvolve sua autonomia e compreende sua

liberdade em escolas e lares montessorianos O ambiente preparado é


construído para a criança, atendendo às suas necessidades biológicas e

psicológicas. Em ambientes preparados encontram se mobília de tamanho


adequado e materiais de desenvolvimento para a livre utilização da criança.

ADULTO PREPARADO É o nome que se dá em Montessori, para o profissional que auxilia a criança
em seu desenvolvimento completo Esse adulto deve conhecer

cientificamente as fases do desenvolvimento infantil e, por meio da


observação e do domínio de ferramentas educativas de eficiência
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comprovada , guiar a criança em seu desabrochar , de forma que este se dê

nas melhores condições possíveis.

PROFESSOR O papel do professor na escola montessoriana é de guia e acompanhador de

ACOMPANHADO desenvolvimento infantil e não o que impõe ou dita o que e como deve ser
aprendido.

CRIANÇA EQUILIBRADA É qualquer criança em seu desenvolvimento natural. Por meio da utilização
correta do ambiente e da ajuda do adulto preparado, as crianças expressam

características que lhes são inatas. Entre outras, encontram-se o amor pelo
silêncio, pelo trabalho e pela ordem. Todas as crianças nascem com estas

características e as desenvolvem melhor entre zero e seis anos.

III. DECROLY
Ovide Decroly nasceu em 1871, em Renaix, na Bélgica, filho de um industrial e de uma professora

de música. Como estudante, não teve dificuldade de aprendizagem, mas, por causa do seu mau
comportamento, foi expulso de várias escolas. Formou se em medicina e estudou neurologia na

bélgica e na Alemanha.

O desenvolvimento pedagógico didático de Decroly surge dentro da estrutura do movimento

‘Escola Nova’. Esse movimento começou no final do século XIX e reúne uma série de princípios que
têm como objetivo a renovação das formas anteriores de educação tradicional.

Assim como alguns dos princípios básicos do movimento da Escola Nova, a proposta educacional
de Decroly baseia se no respeito à criança e à sua personalidade. Por isso, ele argumenta que a

educação tem como objetivo a preparação das crianças para que elas vivam em liberdade.

Decroly levanta a necessidade de uma base científica para a intervenção educacional. Assim, as

suas contribuições são baseadas em disciplinas relacionadas à infância e à sociedade, tais como
psicologia ou biologia. Ciências que ajudam a desenvolver a sua metodologia específica com base

nos ‘centros de interesse significativos para a infância’.

Decroly argumenta que são o motor fundamental da educação e que devem ser mobilizados para

atender às necessidades próprias da fase infantil. Ou seja, é necessário saber quais são as

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necessidades das crianças e quais são os seus interesses para atrair a sua atenção e vontade de
saber e aprender.

O conceito de interesse é fundamental no pensamento de Decroly. Segundo ele, a necessidade

gera o interesse e só este leva ao conhecimento.

Para Decroly, há quatro necessidades naturais fundamentais e é em torno delas que os centros de
interesse devem ser agrupados. Ele fala sobre as necessidades de:

• Alimentar se.

• Lutar contra o frio e o mau tempo

• Defender se dos perigos e inimigos.

• Agir e trabalhar de forma solidária, divertir se e melhorar.

Embora o autor coloque essas quatro como as principais, ele também menciona a necessidade de

luz, descanso e ajuda mútua.

Os centros de interesse consistem na razão pela qual entra em jogo o que Decroly chama de ‘ação

globalizadora ou ‘princípio de globalização Isso constitui um procedimento didático que também


se aplica ao ensino da alfabetização.

Como consequência, o princípio de globalização baseia se na ideia de que a criança percebe a


realidade ao seu redor como um todo. Dessa forma, devemos, então, saber o que chama a atenção

dela e o que estimula o seu conhecimento, além de atender aos seus conhecimentos anteriores.
Portanto, para que a ação globalizada entre em ação, deve haver um interesse, e esse interesse não

surge se não houver uma necessidade.

Dessa forma, os estímulos ambientais adquirem importância para as crianças, alcançando, assim,

aprendizagens significativas que contribuem para o seu desenvolvimento físico, psicológico e


social.

Primeiramente, Decroly sugere que, para que os centros de interesse funcionem corretamente, as
classes devem ser relativamente homogêneas. Ou seja, as crianças que as compõem devem ter

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ritmos de aprendizagem semelhantes, além de mesmas idades e níveis de desenvolvimento. E, em


segundo lugar, não devem exceder 30 crianças.

Além disso, os centros de interesse devem seguir diferentes fases ou ser organizados de acordo
com três tipos de exercícios, que respondem ao nome de ‘tríptico decrolyano’ e são os:

• Observação. É essencial para despertar os sentidos e colocar as crianças em contato com objetos,
seres ou eventos. Esse é o ponto de partida para atividades intelectuais realizadas a partir do

conhecimento do meio ao seu redor.

• Associação. Trata se de um processo de associação e coordenação das. As dimensões espaciais e

temporais, como as relações de causa e efeito, por exemplo, devem estar interrelacionadas. Além
disso, também há comparações, classificações e a definição de semelhanças e diferenças.

• Expressão. Para comunicar o que foi aprendido, os conhecimentos. Refere se a dois tipos de
expressão, a concreta e a abstrata. A primeira trata de trabalhos manuais e desenhos, incluindo a

música. E a segunda trata da tradução do pensamento por meio de símbolos e códigos (letras,
números, sinais, etc.

É essencial que a aprendizagem seja organizada de acordo com os interesses das crianças e que
sejam o produto das suas necessidades. E não apenas isso, também devem fazer com que os

conhecimentos prévios que as crianças têm sejam considerados. Essa foi uma grande contribuição
que Decroly deu à educação atual.

Os centros de interesse concentram o ensino em torno de assuntos atraentes para os alunos e que
satisfazem as suas necessidades básicas. Necessidades como o descanso e a diversão, por exemplo,

ou relacionadas ao seu entorno, tais como a família ou o meio ambiente.

Em suma, eles são unidades de trabalho que articulam toda a aprendizagem que a criança deve

realizar em torno de um núcleo operativo e de maneira global. Sem a necessidade, portanto, de


fragmentar o conteúdo em matérias ou disciplinas.

Além disso, colocar em primeiro plano o caráter, a individualidade, a personalidade e o


conhecimento das crianças, bem como o contacto com o seu ambiente, é algo essencial para que o

ensino possa ser eficaz.

IV. FREINET

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Freinet nasceu a 15 de outubro de 1896, em Gars, sul da França. Foi pastor de rebanhos antes de
estudar. Freinet lutou na Primeira Guerra Mundial em 1914, quando os gases tóxicos do campo de

batalha afetaram seus pulmões para o resto da vida.

Crítico da escola tradicional e das escolas novas, Freinet foi criador do movimento da escola

moderna.

O seu objetivo básico era desenvolver uma escola popular. Hoje em dia as suas propostas

continuam, ainda, a ser uma grande referência para a educação. A criança era considerada o centro
da educação, pois a educação não começa na idade da razão, mas sim desde que a criança nasce.

Em 1920, começou a lecionar na aldeia de Bar-sur Loup, onde pôs em prática algumas das suas
principais experiências, como a aula - passeio e o livro da vida. No ano de 1925, Freinet filiou-se ao

Partido Comunista Francês. Em 1928, Freinet e sua esposa (Élise Freinet, sua parceira e divulgadora)
mudaram-se para Saint – Paul de Vence, iniciando intensa atividade.

Passado cinco anos, foi exonerado do cargo de professor. No ano de 1935, o casal Freinet
construiu uma escola própria em Vence. Durante a Segunda Guerra Mundial o educador foi preso

e adoeceu num capo de concentração alemão. Após um ano, foi libertado e reorganizou a escola.

Proposta Pedagógica

Para Freinet, a educação deveria proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. A sua

carreira como docente teve início construindo os princípios educativos da sua prática. Ele
propunha uma mudança da escola, pois a considerava teórica e, portanto, desligada da vida.

As suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da maneira de pensar da


criança e de como ela construía o seu conhecimento. Através da observação constante ele percebia

onde e quando tinha que intervir e como despertar a vontade de aprender do aluno. De acordo
com Freinet, a aprendizagem através da experiência seria mais eficaz, porque se o aluno fizer uma

experiência e isso der certo, repeti-lo-á e avançará no processo; porém, não avançará sozinho, pois
precisará da cooperação do professor.

As suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da maneira de pensar da


criança e de como ela construía o seu conhecimento. Através da observação constante ele percebia

onde e quando tinha que intervir e como despertar a vontade de aprender do aluno. De acordo
com Freinet, a aprendizagem através da experiência seria mais eficaz, porque se o aluno fizer uma
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experiência e isso der certo, repeti-lo-á e avançará no processo; porém, não avançará sozinho, pois
precisará da cooperação do professor.

Há princípios no saber Pedagógico que Freinet considerava invariáveis, ou seja,


independentemente do local ou período histórico, certos pressupostos deveriam sempre ser

levados em conta na prática educativa. Desta forma, postulou as chamadas "Invariantes


Pedagógicas", consideradas como pilares de sua proposta pedagógica. Há princípios no saber

Pedagógico que Freinet considerava invariáveis, ou seja, independentemente do local ou período


histórico, certos pressupostos deveriam sempre ser levados em conta na prática educativa. Desta

forma, postulou as chamadas "Invariantes Pedagógicas", consideradas como pilares de sua


proposta pedagógica.

Há princípios no saber Pedagógico que Freinet considerava invariáveis, ou seja,


independentemente do local ou período histórico, certos pressupostos deveriam sempre ser

levados em conta na prática educativa. Desta forma, postulou as chamadas "Invariantes


Pedagógicas", consideradas como pilares de sua proposta pedagógica. Há princípios no saber

Pedagógico que Freinet considerava invariáveis, ou seja, independentemente do local ou período


histórico, certos pressupostos deveriam sempre ser levados em conta na prática educativa. Desta

forma, postulou as chamadas "Invariantes Pedagógicas", consideradas como pilares de sua


proposta pedagógica.

Invariantes pedagógicas

A obra de Freinet que apresenta as invariantes pedagógicas foi originalmente publicada em 1964.
Com esta obra ele pretendia realizar um guia de iniciação para novos professores… “que não varia

nem pode variar, quaisquer que sejam as atitudes pessoais. [...] A invariante constitui a base mais
sólida, evita tanto as deceções como os erros” Freinet considerava que apenas transmitir conselhos

técnicos para os professores poderia ser insuficiente e por este motivo resolveu dar instruções mais
exatas. Com este intuito elaborou as invariantes pedagógicas, estabelecendo uma nova gama de

valores escolares, numa busca pela verdade, que deveria ser feita a partir da experiência e do bom
senso. Freinet considerava que apenas transmitir conselhos técnicos para os professores poderia

ser insuficiente e por este motivo resolveu dar instruções mais exatas. Com este intuito elaborou as
invariantes pedagógicas, estabelecendo uma nova gama de valores escolares, numa busca pela

verdade, que deveria ser feita a partir da experiência e do bom senso.


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Para sinalizar os resultados destes testes, foi utilizado o código pedagógico criado por Freinet,
como código de trânsito:

• Verde para quando estivessem de acordo com a invariante em questão

• Amarelo para quando uma prática estivesse em desacordo com a invariante

• Vermelho para quando a atitude for circunstancialmente benéfica, ou “quando mais se afastam
das invariantes”.

As variantes pedagógicas de Freinet:

1. A criança é da mesma natureza que o adulto.

2. Ser maior não significa necessariamente estar acima dos outros.

3. O comportamento escolar de uma criança depende do seu estado fisiológico, orgânico e

constitucional.

4. A criança e o adulto não gostam de imposições autoritárias.

5. A criança e o adulto não gostam de uma disciplina rígida, quando isto significa obedecer
passivamente uma ordem externa.

6. Ninguém gosta de fazer determinado trabalho por coerção, mesmo que, em particular, ele não o
desagrade. Toda atitude imposta é paralisante.

7. Todos gostam de escolher o seu trabalho mesmo que essa escolha não seja a mais vantajosa.

8. Ninguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar como máquina, sujeitando-se a rotinas nas

quais não participa.

9. É fundamental a motivação para o trabalho.

10. É preciso abolir a escolástica. - Todos querem ser bem-sucedidos. O fracasso inibe, destrói o
ânimo e o entusiasmo. - Não é o jogo que é natural na criança, mas sim o trabalho.

11. Não são a observação, a explicação e a demonstração - processos essenciais da escola - as


únicas vias normais de aquisição de conhecimento, mas a experiência tateante, que é uma conduta

natural e universal.

12. A memória, tão preconizada pela escola, não é válida, nem preciosa, a não ser quando está

integrada no tateamento experimental, onde se encontra verdadeiramente a serviço da vida.

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13. As aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e leis, como às vezes se crê, mas sim pela
experiência. Estudar primeiro regras e leis é colocar o carro na frente dos bois.

14. A inteligência não é uma faculdade específica, que funciona como um circuito fechado,
independente dos demais elementos vitais do indivíduo, como ensina a escolástica.

15. A escola cultiva apenas uma forma abstrata de inteligência, que atua fora da realidade fica
fixada na memória por meio de palavras e ideias.

16. A criança não gosta de receber lições autoritárias.

17. A criança não se cansa de um trabalho funcional, ou seja, que atende aos rumos de sua vida.

18. A criança e o adulto não gostam de ser controlados e receber sanções. Isso caracteriza uma
ofensa à dignidade humana, sobretudo se exercida publicamente.

19. As notas e classificações constituem sempre um erro.

20. Fale o menos possível.

21. A criança não gosta de sujeitar-se a um trabalho em rebanho. Ela prefere o trabalho individual
ou de equipe numa comunidade cooperativa.

22. A ordem e a disciplina são necessárias na aula.

23. Os castigos são sempre um erro. São humilhantes, não conduzem ao fim desejado e não

passam de paliativo.

24. A nova vida da escola supõe a cooperação escolar, isto é, a gestão da vida pelo trabalho escolar
pelos que a praticam, incluindo o educador.

25. A sobrecarga das classes constitui sempre um erro pedagógico.

26. A conceção atual das grandes escolas conduz professores e alunos ao anonimato, o que é
sempre um erro e cria barreiras.

27. A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola. Um regime autoritário na


escola não seria capaz de formar cidadãos democratas.

28. Uma das primeiras condições da renovação da escola é o respeito à criança e, por sua vez, a
criança ter respeito aos seus professores; só assim é possível educar dentro da dignidade.

29. A reação social e política, que manifesta uma reação pedagógica, é uma oposição com o qual
temos que contar, sem que se possa evitá-la ou modificá-la.
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30. É preciso ter esperança otimista na vida.

Técnicas desenvolvidas por Freinet

A técnicas da pedagogia freinetiana respeitam a livre expressão, sendo esta uma postura

pedagógica que torna a escola “um verdadeiro lugar de vida e produção, onde se faz a
aprendizagem da democracia pela participação cooperativa”.

A técnicas da pedagogia freinetiana respeitam a livre expressão, sendo esta uma postura
pedagógica que torna a escola “um verdadeiro lugar de vida e produção, onde se faz a

aprendizagem da democracia pela participação cooperativa”.

As técnicas se feitas separadamente ou fora do contexto da cooperativa escolar não podem ser

consideradas pedagogia Freinet. Devemos entendê-las como parte de uma totalidade. As técnicas
são:

• A Aula-Passeio: aulas de campo, voltadas para os interesses dos estudantes

• A Autoavaliação: fichas criadas por Freinet, preenchidas pelos alunos, como forma de registar a

própria aprendizagem

• A Autocorreção: modalidade de correção de textos feita pelos próprios autores, no caso os

alunos, sob a orientação do educador

• A Correspondência Interescolar: atividade largamente utilizada por Freinet, na qual os alunos se


comunicavam com outros estudantes de escolas diferentes

• O Fichário de consulta: fichas criadas por alunos e professores, para suprir as lacunas deixadas

pelos livros didáticos convencionais

• A Imprensa escolar: os textos escritos pelos alunos tinham uma função social real, já que não

serviam meramente como forma avaliativa, já que eram publicados e lidos pelos colegas

• O Livro da vida: caderno no qual os alunos registam as suas impressões, sentimentos,

pensamentos em formas variadas, o qual fica como um registo de todo o ano escolar de cada
turma

• O Plano de trabalho: atividade realizada em pequenos grupos que sob a orientação do


educador, com base em um dado tema, desenvolvem um plano a ser realizado num certo intervalo

de tempo
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• O Texto Livre: tipo de texto em que o aluno não é obrigado a escrever como nas escolas
tradicionais. É livre em formato e em tema. Relaciona-se com a técnica da Imprensa Escolar, Livro

da vida e Correspondência Interescolar.

• Cantos de atividades: divisões no espaço físico com diferentes propostas de trabalhos, onde os

alunos possam executar de maneira autônoma, socializando com outros alunos. “Este tipo de
organização possibilita a formação de grupos menores e assim há um aprofundamento maior dos

contatos. Sem a interferência direta dos adultos, a sociabilização das crianças ganha um ritmo
próprio.”

• O Jornal Mural: Mural feito pelas crianças em criação coletiva, fica em exposição na escola e
conta com os factos significativos para os alunos, acontecimentos, exposição de trabalhos e

projetos.

• Estudo do meio: Freinet levava os seus alunos para fora de sala de aula para conhecerem o

ambiente, as pessoas, a cultura local e para descobrir novos interesses que surgissem no caminho.
A aula passeio faz parte de uma proposta de estudo do meio que envolve muitas outras ações

pedagógicas

V. PIAGET
Jean Piaget, nasceu em 9 de agosto 1896, na Suíça, cidade de Neuchâtel, filho de uma família

abastada e culta. Aos sete anos de idade, Piaget já revelava sua capacidade científica e, aos 10,
publica um artigo sobre o Pardal Branco, na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza de

Neuchâtel. Aos 11 anos, torna-se assessor do Museu de História Natural Local de sua cidade natal.

Desde o ensino ginasial, Piaget mostrava -se interessado por Filosofia e Psicologia, mas é em

Biologia que ele se forma, em 1915. Em 1918, defende sua tese de doutorado sobre moluscos e
inicia, em Zurique, estudos sobre Psicologia, especialmente Psicanálise. No ano seguinte, ingressa

na Universidade de Paris, onde é convidado a trabalhar com testes de inteligência infantil. Em 1921,
passa a fazer pesquisas destinadas à formação de professores no Instituto Jean Jacques Rousseau,

em Genebra. Em 1923, lança seu primeiro livro, intitulado A linguagem do pensamento da criança.

Em 1925, começa a lecionar Psicologia, História da Ciência e Sociologia, na cidade em Neuchâtel.

Em 1929, passa a lecionar História do Pensamento Científico, em Genebra, e assume o Gabinete


Internacional de Educação dedicado a estudos pedagógicos.

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Na década de 30, escreve vários trabalhos sobre as fases do desenvolvimento por meio de
observações diretas de seus filhos. Na década de 40, Piaget torna -se sucessor de Claperède e

assume como professor-diretor, o Laboratório de Psicologia.

Em 1941, com a colaboração de alguns pesquisadores, publica trabalhos sobre a formação de

conceitos matemáticos e físicos. Em 1946, participa da constituição da UNESCO, tornando-se


membro do Conselho Executivo e assumindo, diversas vezes, a subdireção geral do Departamento

de Educação.

Nos anos 50, publica a Epistemologia Genética, sua primeira tese sobre teoria do conhecimento.

Em 1955, assume o lugar do filósofo Merleau-Ponty, lecionando na Universidade de Sorbonne


Paris. No mesmo ano, na cidade de Genebra, Piaget funda o Centro Internacional de Epistemologia

Genética, destinado a pesquisas interdisciplinares sobre a formação da inteligência.

Em 1967, Piaget escreve Biologia e Conhecimento, considerada a principal obra de sua maturidade.

Em 16 de setembro de 1980, na cidade de Genebra, morre Jean Piaget.

A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget

A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget foi um avanço na época ao colocar o ser humano

como sujeito ativo em sua aprendizagem. O seu foco principal era investigar o processo pelo qual
as pessoas adquirem o conhecimento, não em o quanto adquirem.

A teoria de Piaget introduziu um conceito revolucionário nas teorias de aprendizagem


contemporâneas. Apresentou as crianças como agentes ativas da sua aprendizagem, que

interagem com seu ambiente para interpretá-lo. Esta interação recíproca dá -se de forma pré-
determinada através de diversos estágios evolutivos, que irão se desenvolver progressivamente

conforme o amadurecimento e interação da criança com seu ambiente. O interesse principal de


Piaget concentrou -se em como as pessoas processam a informação ao longo de sua vida.

O desenvolvimento cognitivo seria o processo pelo qual o ser humano obtém conhecimento,
através de sua interação com o meio que o rodeia. Segundo a teoria de Piaget, este processo se dá

através das várias etapas evolutivas que vão se sucedendo no ser humano, desde seu nascimento
até a fase adulta.

Os princípios básicos que regem o desenvolvimento cognitivo e a evolução progressiva de um


estágio até o outro são:
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• Organização e adaptação. De maneira inata, as pessoas organizam em mapas mentais a


informação que recebem e, assim, adaptam-se às exigências do ambiente em que nos

desenvolvemos.

• Assimilação e acomodação. Moldamos a informação que recebemos para acomodá-la aos

esquemas mentais do momento. Se ela diverge de nossos esquemas mentais atuais, os ajustamos
para acomodarem a informação nova.

• Mecanismos de desenvolvimento. Os mecanismos que condicionam o desenvolvimento cognitivo


e a passagem pelos diferentes estágios, serão determinados pela maturação das estruturas físicas

herdadas, pelas experiências físicas com o ambiente, pela transmissão social de informação e pela
busca contínua de equilíbrio, que se dará através dos processos de assimilação e acomodação.

Os estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget

Piaget acreditava que o conhecimento evoluía no decorrer de uma série de estágios, diferentes
qualitativa e quantitativamente, e que compartilham quatro características:

•A sequência de aparição segue uma ordem fixa pré - determinada •Cada estágio apresenta uma
estrutura de conjunto e um modo de funcionamento próprios

•Os estágios são hierarquicamente inclusivos, isto é, cada estágio inclui os anteriores

•A transição entre os estágios é gradual, não abrupta e apresenta uma grande variabilidade
individual

As quatro etapas ou estágios que Piaget identificou são os seguintes:

Estágio sensório-motor (0-2 anos aprox.) O bebé interage com seu ambiente através dos

sentidos e das ações motoras que realiza através de seu corpo. A repetição dos reflexos inatos
permite que ele interaja com seu corpo, inicialmente, e com o exterior, posteriormente, através dos

sentidos e de ações concretas. Começa a criar os primeiros esquemas internos para estruturar as
aprendizagens que vai adquirindo do mundo que o rodeia.

Estágio pré-operacional (2-7 anos) Nesta etapa inicia-se uma integração mental de todas as
ações/reações realizadas no período anterior. Deste modo, começa a abstrair toda esta informação,

criando esquemas mentais que permitem à criança ir desenvolvendo a linguagem e os jogos


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simbólicos (utilizando gestos, palavras, números e imagens). O egocentrismo segue presente nesta
etapa, mas pouco a pouco vai evoluindo para uma abertura até o outro.

Estágio das operações concretas (7-11 anos) Neste estágio os processos de racionalização
tornam-se lógicos e podem ser aplicados para solucionar problemas concretos. Alguns dos

processos cognitivos que se desenvolvem neste período são a seriação, o ordenamento mental de
conjuntos e a classificação dos conceitos de casualidade, espaço, tempo e velocidade. A nível

social, as crianças já dispõem de desenvolvimento maduro o suficiente para interagir socialmente e


são precisamente suas novas estruturas lógicas que permitem a elas solucionar problemas sociais

concretos. O egocentrismo da etapa anterior, vai transformando-se em um comportamento cada


vez mais empático.

Estágio das operações formais (a partir dos 11 anos) De acordo com a teoria de Piaget, nesta
etapa, que continua durante toda a vida adulta, os adolescentes já são capazes de realizar

abstrações de problemas concretos e utilizá-los em racionalizações lógicas indutivas e dedutivas.


Isto permite que eles desenvolvam, de maneira mais profunda, a perceção de si mesmos, dos

outros e do mundo, o que os leva a se interessarem e desenvolver os valores morais.

Apesar das críticas feitas posteriormente à teoria de Piaget , e sem desconsidera-las, vale ressaltar
que ela gerou uma mudança de paradigma no que diz respeito à aprendizagem que as crianças

têm de suas experiências de vida. Comparado com a passividade que era atribuída a elas, sendo
modeladas unicamente através de sua relação com o ambiente ou condicionadas exclusivamente

por seus atributos genéticos, Piaget introduziu um modelo inovador que integra ambas as
influências.

Sua abordagem da criança como agente ativa de sua aprendizagem e a descrição de seus estágios
iluminaram a pedagogia, que orientou boa parte das aplicações educativas realizadas a partir deste

momento. Sendo assim, nunca devemos baixar a guarda; e revisar e repensar as teorias e
aplicações são uma parte primordial do processo educativo para garantir a nossos filhos uma

educação com cada vez mais qualidade.

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V. BIBLIOGRAFIA
Carolyn Webster-Stratton (2010). Os Anos Incríveis: Guia para pais de crianças com problemas de
comportamento dos 2 aos 8 anos. Psiquilibrios.

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Costa J. e Santos, A. L. (2003). A falar como os bebés. O desenvolvimento linguístico das crianças.
Primeiros passos. Editorial Caminho, SA. Lisboa.

Diane E. Papalia, Ruth Duskin Feldman e Sally Wendkos Olds (2001). O Mundo da Criança. Mc
Graw-Hill.

Eduardo Sá (2017). Más Maneiras de Sermos Bons Pais. BIS

Formosinho, J. O. (2008). Modelos Pedagógicos para a Educação em Creche. Porto Editora.

Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.

Isabel Lopes da Silva (coord.) (2016). Orientações Curriculares para a Educação PréEscolar.
Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE)

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