Sentido Do Direito Sociológico Material

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

1.

SENTIDO DO DIREITO SOCIOLÓGICO MATERIAL, BEM


COMO INSTRUMENTAL, POLITICO ORGÂNICA E
TÉCNICA JURÍDICA.

Existe um ramo da Sociologia Geral, denominado de Sociologia Jurídica que


tenta perceber a relação existente entre duas ciências de grande importância para a vida
da sociedade, por tratarem das relações, dos conflitos, das normas, do controle, enfim,
de todas as ligações que possam surgir entre os indivíduos e que necessite de um
regulador.
A Sociologia, pode ser descrita como uma ciência positiva que estuda a
formação, transformação e desenvolvimento das sociedades humanas e seus fatores,
econômicos, culturais, artísticos e religiosos, enfim possui uma vasta acepção. Já o
Direito pode ser vislumbrado como uma ciência normativa, que estabelece e sistematiza
as regras necessárias para assegurar o equilíbrio das funções do organismo social.
Diante disto percebe-se que é de fundamental importância o aprofundamento deste
estudo e a percepção que se deve ter do real sentido existente entre a Sociologia e o
Direito, como ciências essenciais que o são.
As relações humanas no período helênico eram vistas ou como preceitos
religiosos ou como teorias do direito. Por exemplo, pensadores helênicos como Platão,
que escreveu "A República" e Aristóteles, que escreveu "A Política", foram os
primeiros a sistematizar e a encarar os problemas sociais separadamente da religião,
porém, ligando-os à política e à economia. Santo Agostinho, que teve como obra "A
cidade de Deus", apresentou idéias e análises básicas para as modernas concepções
jurídicas e até sociológicas.
Na Idade Média Européia o cristianismo traçou regras de conduta que deveriam
ser obedecidas, por ser este dominante na época. Durante a Renascença surgiram obras
que propunham normas entrosadas com a política e a economia. No séc. XVIII,
apareceram obras de grande valor no campo da política, economia e sociologia.
Portanto, percebe-se que houve sempre uma tentativa, com relação aos estudos
sociológicos, de se analisar as modificações que ocorreram na sociedade, seus conflitos
e conseqüências. O objeto da Sociologia é exatamente este, examinar os fenômenos
coletivos, através de teorias e métodos próprios. Muitas teorias surgiram para que se
tivesse uma visão mais objetiva da sociedade, de sua formação, de sua estrutura, mas,
esta sofre mutações todos os dias e necessário se faz que a Sociologia seja bastante
dinâmica para acompanhar este processo. Esta ciência, que possui um objeto de estudo
tão complexo, engloba em suas análises a relação existente entre a sociedade e as outras
ciências, no que diz respeito às influências que estas acarretam para a mesma e as
transformações que geralmente ocorrem ao se correlacionarem.
O homem é um ser social por natureza, isto pode ser percebido ao se analisar a
sua constituição física, que o leva a relacionar-se com outro ser de sua espécie, para que
este possa reproduzir-se, criando assim a base da sociedade, que é a família. A partir
desta, ele irá começar a exercitar a sua sociabilidade iniciando suas atividades em
grupos sociais maiores, como o do seu bairro, o da escola e etc.
Ao ingressar na sociedade o indivíduo terá que adaptar-se às normas que a mesma
impõe. Estas, podem ser de acordo com a moral social ou com a lei, divergindo com
relação ao tipo de conduta. O comportamento considerado como um desvio de conduta
terá sanções que podem ser repressivas, excludentes e se a infração estiver prevista na
lei, estas serão objeto do direito. Pode-se citar como exemplo um indivíduo que faça
parte de um grupo religioso e que venha a trair a sua esposa, o mesmo sofrerá uma
sanção de repressão do grupo, uma vez que este grupo social condena essa conduta,
podendo o mesmo ser até expulso ou mesmo responder a um processo judicial.
Diante disto, percebe-se que o homem durante toda a sua vida social irá
submeter-se a regras, sejam estas impostas por um grupo social ou pelo Estado. Daí
surge a ligação entre a Sociologia e o Direito, que é expressa desde a mais simples das
relações sociais, podendo ser vislumbrada até mesmo num jogo entre crianças, onde há
regras a serem cumpridas para que não haja conflitos. Percebe-se pois, que na sociedade
existem vários tipos distintos de grupos sociais e estes caracterizam-se basicamente
pelas normas que impõem, e os indivíduos escolhem o grupo do qual queiram participar
de acordo com a doutrina de cada um, pois, se o mesmo discorda das regras do grupo
este será rapidamente banido. A moral de cada grupo é rigorosamente respeitada,
chegando a ter mais força do que a própria lei, inclusive o indivíduo que responde a um
processo judicial, seja ele criminal ou não, geralmente sofre discriminação pelo seu
grupo social.

2. DEBRUCE A LEI JURISPRUDÊNCIA, COSTUME E


DOUTRINA.

1. Lei
A lei é o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral e
obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, que disciplina as relações de fato
incidentes no Direito, cuja observância é imposta pelo poder estatal. Segundo Del
VECCHIO, lei “é o pensamento jurídico deliberado e consciente, formulado por órgãos
especiais, que representam a vontade predominante numa sociedade.”3 Assim, a lei
constitui a vontade do povo, sendo elaborada por legisladores eleitos pelo mesmo.
A lei tem por objetivo resolver o problema da antinomia, ou seja, o problema do
conflito e da contradição das normas, hipótese em que mais de uma norma incide sobre
o caso concreto. Mas, quanto à aplicação da lei, devem seguir uma hierarquia, sendo a
Constituição Federal a lei maior, as leis complementares e ordinárias abaixo e da
Constituição Federal e os decretos, portarias e demais atos administrativos por último.
Sendo assim, as leis de menor grau devem obedecer às de maior grau.
1.1. Analogia

Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da


lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência
de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional, a
que se denomina anomia.
1.2. Costumes

O costume no direito é considerado uma norma aceita como obrigatória pela


consciência do povo, sem que o Poder Público a tenha estabelecido. Segundo
RIZZATTO, “o costume jurídico é norma jurídica obrigatória, imposta ao setor da
realidade que regula, possível de imposição pela autoridade pública e em especial pelo
poder judiciário.”4 Nesse sentido, os costumes de um dado povo é fonte do direito, pois
pode ser aplicado pelo poder judiciário, uma vez que o próprio costume constitui uma
imposição da sociedade.

O direito costumeiro possui dois requisitos: subjetivo e objetivo. O primeiro


corresponde ao “opinio necessitatis”, a crença na obrigatoriedade, isto é, a crença que,
em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo corresponde à “diuturnidade”,
isto é, a simples constância do ato.

1.3. Doutrina

Doutrina é o conjunto de indagações, pesquisas e pareceres dos cientistas do Direito.


Há incidência da doutrina em matérias não codificadas, como no Direito Administrativo
e em matérias de Direito estrangeiro, não previstas na legislação pátria. POMPÉRIO
compreende a doutrina como “o acervo de soluções trazidas pelos trabalhos dos
juristas.”5 Nesse sentido, a doutrina é considerada como fonte por sua contribuição para
a aplicação e também preparação à evolução do direito.

1.4. Jurisprudência

A jurisprudência é uma função atípica da jurisdição, considerada também como uma


fonte do direito. MACHADO assim explica a jurisprudência:

A palavra jurisprudência pode ser empregada em sentido amplo, significando a


decisão ou o conjunto de decisões judiciais, e em sentido estrito, significando o
entendimento ou diretiva resultante de decisões reiteradas dos tribunais sobre um
determinado assunto. De acordo com o exposto, jurisprudência são decisões reiteradas,
constantes e pacíficas do Poder Judiciário sobre determinada matéria num determinado
sentido.

A jurisprudência não precisa ser sumulada para ser fonte. Não pode ser confundida
com a orientação jurisprudencial, que é qualquer decisão do Poder Judiciário que
esclareça a norma legal. A orientação jurisprudencial é apenas um método de
interpretação da lei e não precisa de uniformidade. Em razão disso, é rara a adoção da
jurisprudência como fonte.

Você também pode gostar