Introdução Lunda Tshokwé

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................2

RESISTÊNCIA DOS LUNDA TCHOKWE.....................................................................3

CADEIRA DE UM SOBA LUNDA.................................................................................4

AS VARIANTES LINGUÍSTICAS..................................................................................4

O ARTESANATO LUNDA E OS DESENHOS NA AREIA..........................................5

Máscara Lunda..................................................................................................................5

Escultura Lunda.................................................................................................................5

O MUSEU DO DUNDO.................................................................................................11

CONCLUSÃO.................................................................................................................12

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA.................................................................................13

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INTRODUÇÃO

O tema escolhido para objecto desta dissertação “Resistência dos Lunda


Tshokwe” Os Tshokwe viviam na Serra de Muzamba, a norte de Angola, quando
foram invadidos, no final do século XV, pelos Lunda. A partir de 1830,
conseguiram libertar-se do poderio dos invasores e empreenderam uma enorme
expansão com o apoio de armas e de tráfico, essencialmente, de marfim, escravos
e cera.

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RESISTÊNCIA DOS LUNDA TCHOKWE

O Reino Lunda, que no Séc.XVII chegou a ser um dos grandes potentados


de Africa, foi fundado no início do Séc.XVI, por Mwatiânvua e sua mulher
Lukocheka.Segundo a tradição lunda, Mwatiânvua era descendente de Lweji,
filha de Kondo grande chefe lunda, que era casada com o grande caçador Luba
Tyibinda Ilunga. Depois da morte de sua mãe, Muatiânvua, submeteu várias
tribos lundas e formou um Reino, nos finais do séc. XVI.

Embora fosse um Reino só e coeso em todos os aspetos e sentidos,


Mwatiâmvua governava a metade Norte e a Rainha Lukocheka reinava na
metade Sul. Tinham poderes iguais, e as decisões que fossem concernentes ao
Reino como um todo, eram baseadas no consenso dos dois, ajudados pelo
conselho de séculos (velhos).

Depois de lutas com os Tchokwé até ao fim do século XIX, os Tchokwé


sublevaram-se definitivamente, forçando as barreiras de governantes lunda que
os cercavam e expandiram-se rapidamente para norte e sul. Há muitos séculos
atrás os Lundas e tchokwes tinham sido um povo só. Saíram do mesmo núcleo, a
grande diferença é que os Lunda ficam no seu território desde sempre, os
tchocwe transformam-se num grupo de extrema mobilidade que a partir do
século XVI percorre todo o país. São essencialmente caçadores e comerciantes
saindo, por isso, em busca de marfim borracha, etc.

Essa extrema mobilidade não lhes permite desenvolver estruturas


políticas tão pesadas como era a hierarquia da Mussumba, por isso fazem aquilo
que se chama a diáspora Tchokue, inflectem para o sul, dividem os Nganguela ao
meio. Angola tem Tchokwe em todo o território.

No final do século XIX os Tchokwe regressam ao seu território de origem,


tomam, militarmente, o poder dos Lunda e absorveram as suas instituições.Em
1885, ocorre a primeira invasão Tchokwé, que munidos de armas capturaram seis
mil lundas, após Musumba, a capital do império, ter sido saqueada. Dois anos

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depois, em Janeiro de 1887, ocorre uma nova invasão Tchokwé. Musumba foi
incendiada e os lunda ficaram sob domínio Tchokwé, até ao final do século XIX.
Os Tchokwé estabeleceram então o seu próprio reino com a sua língua e
costumes. Os chefes lundas e o povo continuaram a viver na região lunda porém
diminuidos de poder. A expansão dos Tchokwé levou-os para além das fronteiras
de Angola, encontrando-se grandes núcleos na República Democrática do Congo
e na Zâmbia.

CADEIRA DE UM SOBA LUNDA

No início do século XX, após a expulsão dos Tchokwé que acabaram


sendo vencidos pelas forças coloniais portuguesas, por volta de 1920, o Império
Lunda já havia perdido alguns territórios e muito do seu poderio inicial.

Diz-nos Manuela Palmeirim que “é decorrente deste contexto histórico


que muitos grupos distintos a nível linguístico se encontram frequentemente
designados na literatura como ‘povos lunda’, hoje grupos inteiramente
autónomos mas que, outrora, partilharam uma unidade política comum sob a
autoridade do Mwant Yaav e que reconhecem esta ligação através de um corpus
de tradições orais.

Podem ser referidos como “lunda” – para além do próprio grupo a partir
do qual o império se originou e que ficariam conhecidos na literatura por ‘lunda
do Mwant Yaav’ (os aruwund) – os ndembu (ou lunda-ndembu), os yaka, os
luvale (também designados por lunda-baluvale ou lwena), os imbangala (reino de
Kasanje), as gentes do Luapula sob o domínio do rei Kazembe.

AS VARIANTES LINGUÍSTICAS

Os Lunda-Tchokwé são o grupo etnolinguístico predominante do nordeste


de Angola, tendo-se estabelecido, em finais do século XIX, nas províncias
administrativas da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico, mas estendendo-se,
posteriormente, até ao interior da província da Huíla.

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Segundo Vatomene Kukanda, este grupo apresenta poucas variantes
linguísticas. Na província da Lunda-Norte predominam o lunda, o cokwe (kioku),
o mataba, o kakongo ou badimba e o mai.

Na província da Lunda-Sul: o Tchokwé (kioku). Em uma parte da


província do Moxico: o lunda-lua-shinde, o lunda, o ndembo e o Tchokwé
(kioku). Noutra parte das províncias do Bié e do Kuando-Kubango: o cokwe
(kioku).

O ARTESANATO LUNDA E OS DESENHOS NA AREIA

Apresentavam, em 1960, uma população de 360 mil pessoas, que se espalhavam


por milhares de quilómetros quadrados, não apresentando, por este fato, uma
população densa. Por tradição, são caçadores savânicos, embora hoje vivam da
agricultura.

 Máscara Lunda

São também grandes artistas a trabalhar em ferro ou madeira. José


Redinha revela-nos que os Tchokwé constituem a parte que mais se destaca neste
grupo etnolinguístico e que a designação Lunda-Tchokwé é, a bem dizer, de
ordem histórica, porque, na realidade, quem predomina são os Tchokwé.

 Escultura Lunda

Para além de hábeis em várias espécies de artesanato, os Tchokwé (kioku)


ou Quiocos (na forma aporteguesada), estando na aldeia ou no acampamento de
caça, sentados à volta da fogueira ou à sombra de árvores frondosas, costumam
passar o tempo a conversar e vão ilustrando os temas dessas conversas com
desenhos na areia. Muitos desses desenhos, de acordo com Paulus Gerdes,
pertencem a uma velha tradição. Referem-se a provérbios, fábulas, jogos,
animais, etc. Acabam por desempenhar um papel importante na transmissão do
conhecimento e da sabedoria de uma geração para a seguinte.

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Em 1906 - Revolta dos Luchazes, 1908 - Revolta dos Lunda Tchokwes
dirigida por Quelendende (Muene Luchico) que o governo Português denominou
de rebelião, como sempre acontece, quando o dono da terra reclama o
colonizador chama a reclamação de REBELIÃO, e finalmente em 1916 –
Revolta dos Luchazes, dos Bundas e dos Lunda Tchokwes e, entre 1950 a 1960
foi criada a ATCR – Associação de Lunda Tchokwes de Angola, Congo e
Rodesia, actual Zâmbia para a renegociação dos tratados com as potências
Europeias ocupantes do Imperio Lunda; Bélgica, Portugal e o Reino Unido da
Inglaterra, acção que não teve êxito, primeiro devido a fraca participação dos
filhos Lundas ao projecto ATCAR, falta de visão e a incerteza do futuro por parte
de alguns intelectuais da época.

Portanto, a questão da reivindicação da Independência da Nação Lunda


Tchokwe, sob ocupação estrangeira, não é um assunto de hoje, ela data do início
do século passado, as provas da época o descreve, Portugal, Bélgica e a Inglaterra
são testemunhas desta reivindicação.

Confirmada na portaria régia de 24 de Março de 1884,que determinou a


organização da exploração científica Portuguesa ao Muat Yanvua, cuja chefia foi
confiada ao major do exército Henrique Augusto Dias de Carvalho, que passando
o Reino de Kassanje, descreve assim a região: Não tivemos dificuldades para
atravessar esta região à excepção de termos de atravessar as enchentes dos rios, e
molharmo-nos com as chuvas quase constantes, mas quando nos aproximamos a
tribo denominada Lunda Tchokwe, fomos tão incomodados com multas lançadas
pelos mais frívolos protestos que mudamos a nossa rota.

A multa é uma pena passiva aplicada ao infractor, quem paga a multa


dentro de um território não é Soberano. Não é imposto que advêm de rendimento
de trabalho. Como a partir de 1885 até 1975, e, nos acordos do Alvor, não houve
com o governo Português o acordo de integração da Nação Lunda Tchokwe a
Angola, a actual integração a Angola feriu com o direito Internacional da Lunda
Tchokwe como Nação Livre.

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O Governo Português não abordou a questão da Nação Lunda em 1975,
fez a mesma coisa com o TIMOR LESTE, deixando o direito intacto pelos
ascendentes que nós descendentes, estamos a reivindicar, com justa causa, para
além das discriminações, é um direito legítimo natural e transcendental que a
Nação Lunda Tchokwe tem.

Informações sobre os acordos de alvor, dão-nos conta de ter havido


negociações secretas entre os signatários: Drº Jonas Malheiro Savimbi, Drº
António Agostinho Neto, Sr. Holden Roberto e a Delegação Portuguesa, de
silenciarem a “Questão do protectorado da Lunda Tchokwe”, em que os três
líderes dos três movimentos FNLA, MPLA e a UNITA, teriam dito ao governo
português que o mais importante era a independência de Angola outros
diferendos seriam resolvidos entre irmãos, e o MPLA.

Quando Kundi, o sucessor de Iala Maku, envelheceu, a harmonia entre os


povos lundas estremeceu. Quem seria o sucessor do velho Kundi? Um dos
rapazes? – O Tchinguri ou o Tchinhama? - Ou a menina, Lweji, a mais jovem
filha da segunda esposa? Dizem que os irmãos não se entendiam. Tchinguri era o
mais afoito e Tchinhama o mais ponderado. Porém, numa tarde, os dois irmãos
irromperam embriagados de vinho de palma pela tchota (palácio) do pai e
maltrataram-no, ambos querendo sucedê-lo. 

O velho, meio cego, no seu leito de morte, amaldiçoou-os e logo ali avisou
que nenhum deles seria o seu sucessor. Chamou os macotas (anciãos) e informou
da sua decisão de entregar o poder a Lweji, meia-irmã de Tchinguri e
Tchinhama. Iria agora começar na Mussumba (povoação) o império Muatyânvua,
constituído que foi o casamento de Lweji, a nova rainha lunda, com o caçador
baluba Tchibinga Ilunga.

Várias são as versões contadas sobre este império. Embora todas elas
interessantes, optamos pela versão do engenheiro Sá Vicente, no livro A Lunda,
os diamantes e a Endiama. Das várias conversas que tivemos com alguns mais-
velhos da Lunda-Norte, sem querer meter a foice em seara alheia, apelamos aos
historiadores que nos deixem romancear mais uma vez esta maravilhosa epopeia.
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Assim que o velho Kundi morreu, Lweji recebeu o lukano (pulseira feita
com tendões humanos que simboliza o poder) e de imediato é conduzida à chefia
dos Lundas. Lweji, digo a bela Lweji (Lua em português), já que se diz que era
uma jovem de extraordinária beleza, mas também munida de muita inteligência,
foi governando os Lundas com a prestimosa ajuda dos mais velhos, os macotas.
Um belo dia, vindo do Leste, apareceu Tchibinda Ilunga, um caçador da etnia
luba, também de sangue nobre, neto do fundador do segundo império luba,
Mutondo Mukulo (árvore velha) que com as suas gentes desafiou os lundas
caçando nos seus domínios.

Tchibinda Ilunga (tchibinda significa caçador) não trazia mulheres no seu


séquito. Somente o acompanhavam homens, caçadores e guerreiros, e ele era,
para além de destemido, conhecedor da pólvora e da arma de fogo da altura – o
canhangulo (arma de carregar pelo cano), que iria revolucionar para sempre
aqueles povos, ao contrário dos lundas que ainda estavam no tempo da zagaia
(arco e flecha), que embora conhecedores do ferro, ainda desconheciam
a pólvora.

Lweji apaixonou-se de imediato pelo corajoso caçador com quem se


casou, contra o que lhe era permitido, já que o seu povo praticava a endogamia,
que a obrigava a contrair matrimónio unicamente dentro da sua tribo. Para
agravar ainda mais a situação, entregou-lhe o lukano, a pulseira dos antepassados
que representa o poder.

Tchinguri, o primogénito, e Tchinhama, já de si agastados com o


casamento com o estrangeiro Ilunga, com a entrega do lukano viraram-se contra
a irmã. Nada conseguiram, porém, já que o poder dos guerreiros lubas e dos
canhangulos de Tchibinda suplantavam o arco e a flecha usados pelos lundas.

É Lweji, mais uma vez, quem sai a ganhar e expulsa os dois irmãos da
tribo, embora se diga também que os próprios a terão abandonado de sua própria
iniciativa, depois desta ter pedido a Tchibinda que lhes ensinasse os seus
conhecimentos sobre a arma e a pólvora.

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Tchinguri, o mais agressivo, rumou para ocidente e estabelece-se às portas
de Luanda, tendo sido recebido pelo governador português D. Manuel Pereira
Forjaz, com quem fez aliança ajudando-o a combater os povos do interior, e de
quem recebeu em troca o título de Jaga (Grande chefe) e também a oferta de
terras na região de Ambaka e do Golungo Alto. Acabou, finalmente, por se
estabelecer na Baixa do Cassanje, fundando o jagado dos bangalas.

Tchinhama, por sua vez, acompanhado da sua tia Anguina Cambamba e


pelo chefe guerreiro Andumba Uá Tembué, subiram o rio Cuango até às suas
cabeceiras onde se fixaram, formando as tribos kiokas ou tchokwes, que são os
povos que, descontentes com o casamento de Lwéji com o caçador Luba
Tchibinda Ilunga, se separaram dos lundas, seguindo o caminho dos desavindos
irmãos.

Entretanto, os vários Muatas que acompanharam Tchinhama e Andumba


Uá Tembué foram-se separando para formarem estados independentes. Esta é
uma versão contada na Lunda-Norte, que não obtém consenso naquelas paragens,
já que os lubas, partidários de Tchibinda Ilunga, defendem o seu herói. Os
lundas, que ficaram com Lweji e Tchibinda, defenderam a sua rainha, e os
partidários de Tchinguri e Tchinhama terão certamente a sua versão sobre este
caso, que remonta ao início do século XVII.

Entretanto, a Lunda não é só história, é detentora de colossais reservas de


diamantes, descobertos em 1912 pelos prospectores da Forminiére, que
encontraram sete diamantes no rio Musalala, um afluente do rio Chiumbue,
próximo do que é hoje a cidade do Dundo.

Em 1917, sob domínio português, criou-se a companhia Diamang,


detentora do monopólio da extracção de diamantes e do comércio naquela região.
Finalmente, em 1984, criou-se a Endiama, a companhia angolana que controla
até agora a exploração dos diamantes angolanos.  

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Com uma colossal superfície de 103.760 Km2, a Lunda-Norte possui
apenas, segundo estimativas, 800 mil habitantes, que se dividem em vários
grupos étnicos, como os cokwe, lunda, kakhongo ou bandinga, baluba, musuku,
bondo bangala, khoji, khari, xinje matapa, bena may, kakhete e songo. Os lundas
são exímios escultores e é da sua autoria a famosa estatueta do Samanyonga
(pensador) e a de Tchibinda Ilunga, o famoso guerreiro-caçador que se casou
com a Lwéji. Tchibinda é sempre representado com uma arma na mão, enquanto
que Samanyonga se apresenta sentado de cócoras, agarrado à cabeça no acto
de pensar.

A mulher não deixa de ser lembrada em escultura, sendo a máscara


Mwana Pó uma peça de grande beleza e muito destacada pelos artistas tchokwé.
A máscara é exibida normalmente por um bailarino vestido de mulher, para
entretimento da sociedade, que imita as virtudes da mulher e os seus devaneios. 

Caçadores por natureza, os homens lunda-tchokwés não se dedicam à


agricultura, que é uma tarefa somente atribuída às mulheres, enquanto os homens
se dedicam, além da caça, ao artesanato, à arte ferreira e mesmo à pesca,
abundante nos inúmeros rios que sulcam esta província.

A dança e a música são também muito comuns e fazem parte do dia-a-dia


das festividades lunda-tchokwé. As danças mais vulgares, dançadas ao som de
diversos batuques, xilofones e idiofones, são Akixi Cianda, Ulengo, Makopo,
Cisela, Diximbi Kundula-Ve, Canga, etc. Como entretenimento, os mascarados
actuam nas cerimónias de entronamento dos grandes chefes.

Os Akixi e Cikuza dançam principalmente na cerimónia da Mukanda,


referente à circuncisão masculina. Já a dança Cikungu é usada no acto de
investidura dos grandes chefes tradicionais. Hoje a Lunda-Norte tem a sua capital
no Dundo, antiga sede da companhia de diamantes Diamang, e está prevista a
construção de uma nova cidade, já que a estrutura colonial, que se situa no
município do Chitato, compõe-se apenas de uma rua onde está situado o palácio,
um hospital e algumas casas de comércio.

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O MUSEU DO DUNDO

O emblemático Museu do Dundo foi criado em 1936, com a finalidade de


estudar a área cultural, as populações lunda-tchokwe e os povos circunvizinhos,
potenciais trabalhadores da antiga Diamang, a poderosa empresa de diamantes.

Com os trabalhos da sua implantação conduzidos pelo etnólogo José


Redinha, a construção do edifício central do museu foi iniciada em 1942, tendo
sido somente finalizada em 1948. Congrega áreas de etnografia, história natural,
arqueologia e paleontologia.

Possui 14 salas de exposição, sendo 12 permanentes, uma de folclore e


outra de exposições temporárias. Com uma colecção etnográfica de cerca de 10
mil peças, já foi considerado um dos maiores a sul do Saara.

Estão publicados diversos trabalhos de pesquisa da região lunda-tchokwe,


realizados por diversos investigadores de renome, como Luoise Bastin, Manuel
Laranjeira, Henri Breuil e José Redinha.

Hoje o edifício do museu está completamente reabilitado, estando em


curso a preparação das salas de exposição permanente, no sentido da sua breve
reabertura ao público. A Lunda-Norte brilha novamente, como os diamantes que
são extraídos das suas entranhas.

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CONCLUSÃO

Depois de longas investigações chegamos a conclusão de que o povo


tchokwe tinham sido um povo só, saíram do mesmo núcleo. A grande diferença é
que os Lundas ficam no seu território desde sempre, ao passo que os tchokwe
transformam-se num grupo de extrema mobilidade que a partir do século XVI
percorre todo país. São essencialmente caçadores e comerciantes em busca de
marfins, borracha, que lhes permite desenvolver as estruturas políticas tal como a
hierarquia da mussunda.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Kizerbo, Joseph. História de África Negra, Vol. I, Publicações Europa –


América, 1999.

M´bokolo, Elikia, África negra – História e Civilizações até ao século XVIII, 1ª


Edição portuguesas, Editora Vulgata, 2003.

O povo Lunda. Disponível em: http://www.africafederation.net/Lunda_3.htm.


Acessado aos 27 de Março de 2015, pelas 14h30min.

Thornton, Jhon K. A África e os africanos na formação do mundo atlântico:


1400 – 1800. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

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