Controle Judicial Da Administração Pública

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Controle judicial da administração administrativa que fere direito ou ameaça ferir

pública direito.

• Introdução Em nosso país foi adotado o sistema de jurisdição

O controle judicial da administração pública é o una, segundo o qual o Poder Judiciário possui o

exercido, claro, pelo Poder Judiciário, sendo certo monopólio da função jurisdicional em todos os

que o mesmo incidirá sobre os atos temas, sendo este a quem compete decidir em

administrativos praticados pelas autoridades do caráter definitivo o tema levado ao seu

Poder Executivo, do Poder Legislativo e do próprio conhecimento.

Poder Judiciário quando realizarem atividade Este controle judicial é classificado como externo,
meramente administrativa. pois que desprovido de caráter hierárquico e

Este controle, em que pese em regra seja exercido por ente diverso daquele que praticou o

repressivo, pode ser também prévio ou ato administrativo.

concomitante. Devemos ainda perceber que o objetivo do

A Constituição Federal, conforme previsão do controle judicial é amplo. Com efeito, o Poder

inciso XXXV, do artigo 5º, declara que “a lei não Judiciário pode analisar atos da Administração

excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou Pública de qualquer natureza, sejam eles gerais ou

ameaça a direito”. individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou


discricionários.
Este princípio da inafastabilidade da jurisdição ou
princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário faz Todavia, a análise é

significar que aquele que tiver um direito violado restrita ao exame da legalidade do ato ou atividade

ou ameaçado de violação poderá buscar o Poder administrativa. Isso significa que a vontade da

Judiciário e requerer providências para justamente autoridade judicial não se sobreporá a vontade da

afastar a lesão ou a possibilidade de lesão a um autoridade administrativa acaso o ato analisado

direito. não possua vícios e tenha sido praticado em


observância ao sistema jurídico, notadamente no
Bem, tal preceito caminha em conjunto com o
que toca às regras e princípios de Direito Público.
postulado da legalidade, ao qual está adstrito a
Assim, subsistindo legalidade o ato administrativo
administração pública, funcionando, claramente,
é mantido íntegro, ao passo que em caso de
como mecanismo para que se controlem desvios
existência de vício o mesmo será anulado.
da autoridade administrativa.
Frise-se, portanto, que não cabe ao Judiciário
Há de se notar que o Poder Judiciário é inerte, pelo
externar análise sobre a conveniência e a
que há de subsistir sua provocação, via
oportunidade do agir administrativo, sendo-lhe
instrumento judicial adequado e pelo legitimado
vedado adentrar no mérito do ato, pois que a
adequado, para então o mesmo analisar o ato
análise feita é meramente acerca da conformação
comissivo ou omissivo praticado pela autoridade
do ato com o ordenamento jurídico.
Inobstante a isso, identificar o limite exato da limite da intervenção judicial se dá no tocante ao
abrangência da análise do ato pelo Poder Judiciário mérito do ato administrativo discricionário.
não é tarefa das mais fáceis, seja teórica ou
O Poder Judiciário só pode invalidar a escolha feita
concretamente.
pelo administrador, e, portanto, anular o ato
• Os limites do controle judicial discricionário, se identificar que os elementos
referentes ao motivo e objeto (mérito) desse ato
A lição basilar é de que o controle exercido pelo
discricionário forem contrários ao Direito, como
Poder Judiciário é de legalidade.
por exemplo na identificação do desvio de
Mas como percepção inicial dos limites do finalidade, na percepção da ausência ou falsidade
Controle Judicial devemos perceber este como do motivo, ou o objeto ofender princípios basilares
sendo o impedimento de que a autoridade judicial do Direito, etc.
invada aspectos que são reservados à apreciação
Tal análise judicial do mérito do ato administrativo
subjetiva da Administração Pública na hipótese
pode encetar na conclusão, por exemplo, de que
desta apreciação ter sido produzida sem quaisquer
dos princípios do Direito Administrativo foram
vícios pela última. E, se rememorarem as notas
violados, o que torna o ato viciado e, portanto,
iniciais das lições de Direito Administrativo
passível de anulação. Ora, mesmo os atos
perceberão que estamos falando do mérito
discricionários devem guardar respeito aos
administrativo, a conjugação da conveniência e
princípios do Direito Administrativo, como por
oportunidade feita pela autoridade administrativa
exemplo, o respeito ao princípio da
quanto ao motivo e ao objeto do ato
proporcionalidade e razoabilidade, ou ainda da
administrativo.
moralidade. Deixemos um exemplo claro: será nulo
Tal limite, entretanto, não exclui da apreciação o ato que impõe sanção de exoneração ao servidor
judicial os atos discricionários praticados pela público, após regular processo administrativo
autoridade administrativa. Com efeito, mesmo os disciplinar, por ter este cometido a única falta
atos discricionários possuem aspectos vinculantes, administrativa de meramente ter se atrasado em
como a competência, a finalidade e a forma. Logo, um dia de serviço, pois que ofendida a
o controle de legalidade sobre tais aspectos é proporcionalidade e razoabilidade na imposição da
claro e pode ser exercido pelo Poder Judiciário, sanção (ainda que se reconheça que a aplicação
pois que nulo será o ato praticado por quem é da sanção é ato discricionário).
incompetente, ou com desvio de finalidade ou
Assim, ainda que se trate de ato discricionário,
ainda com ofensa a forma pautada em lei.
poderá a autoridade judicial analisar se o ato
Todavia, esse controle de legalidade exercido pelo administrativo foi produzido em observância ao
Poder Judiciário não pode descambar para uma ordenamento jurídico, de forma a identificar se
interferência indevida no ato administrativo este não descambou para o arbítrio, que é vedado
regularmente praticado, ainda que discricionário. pelo nosso Sistema Jurídico. E se identificado o
Então, a problemática mais clara na percepção do arbítrio o ato discricionário deve ser anulado.
Todavia, não identificado o arbítrio, ou seja, o vício jurisdicionais atuem no controle da legalidade dos
no ato, o ato administrativo discricionário deve ser atos e atividades administrativos.
mantido íntegro pela autoridade judicial, pois que
a opinião do juiz não pode se sobrepor a da
autoridade detentora da competência para a
prática do ato. Essa é a perspectiva do controle
de legalidade, o de verificação da conformação do
ato com o sistema jurídico, o que inclui a análise
da conformação do mérito do ato com o sistema
jurídico. Mas se o mérito do ato discricionário não
ofende o ordenamento jurídico a opção da
autoridade administrativa há de prevalecer, pois
que o controle de mérito (v.g. revogação do ato)
lhe pertence.

Com relação aos atos vinculados é mais simples a


verificação da incidência do controle de legalidade
exercido pelo Poder Judiciário. Com efeito, a
perspectiva de conformação legal do ato se torna
mais clara, pois que o ato vinculado que não
observa os dispositivos legais aplicáveis é
claramente ilegal, e, portanto, assim deve ser
declarado.

• Meios de controle jurisdicional

O controle judicial dos atos administrativos, em


razão da própria inércia do Poder Judiciário, será
exercido quando o mesmo for validamente instado
pela via judicial adequada.

Assim, os instrumentos de controle judicial dos


atos administrativos consistem-se nas vias
processuais existentes, quais sejam aquelas
atinentes aos procedimentos ordinário, sumário ou
especial de que dispõe o titular do direito lesado
ou ameaçado de lesão.

O exercício de um destes meios pelo legitimado


ativo é que possibilitarão que os órgãos

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