Sebenta - Estrategia Empresarial 2015
Sebenta - Estrategia Empresarial 2015
Sebenta - Estrategia Empresarial 2015
Augusto J. Mondlane
SEBENTA
ESTRATTÉGIA EMPRESARIAL
Maputo, 2016
1
A estratégia de uma empresa assenta pois na gestão criteriosa dos seus recursos
distintivos para criar produtos e serviços que alcancem uma aceitação no mercado
superior à da concorrência.
Estratégias em Competição
Estratégie da
Estratégie da
Empresa
Empresa
Apesar de serem relativamente bem sucedidas, as empresas sem estratégias como por
exemplo a Isuzu, Apple, Yamaha (música), entre outras, mais tarde ou mais cedo
passarão por períodos de crise, em virtude de não se terem adequado correctamente à
evolução do meio envolvente.
Assim, com frequência, a importância da estratégia torna-se mais evidente nos períodos
de pior desempenho, quando os objectivos não estão a ser alcançados perante a
constatação da queda nas vendas e resultados próprios, da conquista de quota de
mercado pela concorrência mais inovadora ou da descida do valor da empresa, os
gestores reconhecem que só uma orientação estratégica consistente com a evolução das
necessidades dos clientes e a actuação dos concorrentes pode proporcionar o sucesso a
longo prazo à organização.
De facto, na sua essência, a estratégia pode ser definida como o conjunto de decisões e
acções da empresa que, de uma forma consistente, visam proporcionar aos clientes
mais valor que o oferecido pela concorrência.
4
Clientes
Valor
Valor
Empresa Concorrên
cia
Preço
Performance
Rapidez
Serviço
Descrição
Objectivo Conduzir a empresa ao sucesso, enquadrando-a no seu meio envolvente
Definição dos objectivos da empresa
Auditoria externa: identificação das oportunidades e ameaças do meio envolvente
Processo Auditoria interna: identificação dos pontos fortes e fracos da empresa
Avaliação das opções estratégicas e selecção da melhor alternativa
Operacionalização da estratégia
Pressupostos A criação de uma estratégia é um acto formal e consciente
Uma estratégia bem formulada é completa e explícita
Autoria Responsável pelo planeamento e gestores de topo
Resultado Plano estratégico
Planeamento Estratégico
Pensamento Estratégico
Natureza do Estratego
Uma maneira de conciliar o conservadorismo natural dos executivos de topo coo visão
menos tradicional dos restantes membros da empresa consiste na criação de um órgão
de reflexão estratégica conjunta, onde gestores seniores responsáveis pela concepção
da estratégia possam ser expostos às ideias pouco convencionais dos activistas
estratégicos, elementos de níveis inferiores interessados em participar no processo de
criação da estratégia da organização.
Tipo de Pensamento
Sistemático Intuitivo
Planificador Empreendedor
- Estratégia planeada e participativa - Estratégia imposta pelo topo
- Objectivos claros e atingíveis - Objectivos imprecisos e
- Reflexão influenciada por novas ambiciosos
informações - Reflexão influenciada pela
Exploradora - Análise cuidadosa de várias percepção de novas oportunidades
alternativas estratégicas - Rápida análise de poucas
- Orientação integrada e de longo alternativas estratégicas
prazo - Predominância da orientação
- Adequado a decisões complexas e comercial e de médio prazo
de grande impacte na organização - Adequado a decisões simples e de
Atitudes médio impacte na organização
face ao
risco Burocrático Reactivo
- Estratégia derivada base - Estratégia mista
- Objectivos claros e perfeccionistas - Objectivos imprecisos e seguros
- Reflexão influenciada por reuniões - Reflexão influenciada por novos
Conservadora periódicas de planeamento problemas
- Análise conservadora de poucas - Inexistência de análise das
alternativas estratégicas alternativas estratégicas
- Predominância da orientação - Ausência de orientação de curto
financeira e de curto prazo ou longo prazo
- Desadequado a qualquer tipo de - Desadequado a qualquer tipo de
decisão estratégica decisão estratégica
Ao longo dos últimos 50 anos, o pensamento estratégico tem evoluído em sintonia com
as tendências do meio envolvente e com a própria natureza das organizações. Em
resultado, assiste-se à criação de novas empresas e à restauração de empresas
estabelecidas um pouco por todo o mundo, com vista a alcançar ou consolidar o
sucesso.
Em suma:
Anos 50
Anos 60
Anos 70
Estratégia Estratégia
intencionada Realizada
Estratégia Estratégia
não realizada emergente
Análise Estratégica
Análise Estratégica
Análise do Meio Análise da Empresa
Envolvente
Formulação da Estratégia
Missão, Objectivos
e Estratégia
Produtos-Mercados
Diversificação
II - MACRO ENVOLVENTE
A análise do meio envolvente deve ser feita a dois níveis: o meio envolvente
contextual, comum a todas as organizações, e o meio envolvente transaccional,
específico para cada indústria.
Níveis de Análise do Meio Envolvente
Meio Envolvente
Contextual
Contexto
Tecnológico
Contexto
Económico
Meio Envolvente
Transaccional
Clientes Concor-
rentes
Empresa
Fornecedores Comunidade
Contexto Contexto
Sócio-Cultural Político Legal
Por último, devem ser identificados os factores críticos de sucesso do negócio, para
garantir uma adequação correcta entre os requisitos do mercado e as capacidades de
gestão da empresa.
aquisição de bens e serviços por parte dos consumidores. Elevadas taxas de inflação e
de juros têm naturalmente o efeito inverso na economia.
rendimento tende a induzir alterações no estilo de vida e nos valores das pessoas,
tornando-as mais receptivas a produtos sofisticados e inovadores.
Por outro lado, a monitorização do meio envolvente contextual deve ser sempre um
exercício prático, com o objectivo explícito de identificar o impacte das tendências
observadas no desempenho da empresa. É por isso recomendável construir um quadro
síntese no fina da análise, onde as conclusões possam ser claramente apontadas.
Quadro Síntese da Análise do Meio Envolvente Contextual para o Sector Dos Chocolates
Contexto Tendências Impacte Positivo Impacte neutro Impacte negativo
Económico - Crescimento do - Maior consumo
rendimento familiar - Contenção
- Redução da Taxa de salarial
Inflação
Sócio- - Envelhecimento da - Criação de Menor consumo
cultural população novos chocolates
- Maior preocupação com a
saúde
Político- - Reforço das leis - Menor
legal antimonopólios concentração do
- Maior fiscalização dos retalho Manutenção das
recibos verdes actuais políticas
Tecnológico - Nova geração de - Maior
computadores informatização
- Proliferação de sistema - Melhor gestão
EDI (Electonic data logística
interchange: transmissão
electrónica de dados)
2.2.1. Clientes
Os múltiplos clientes de uma dada indústria apresentam geralmente características
distintas consoante os seus objectivos, necessidades e padrões de consumo. Por isso é
necessário identificar o comportamento dinâmico dos vários segmentos do mercado, de
forma a adequar a gestão da empresa às tendenciais específicas de cada grupo de
clientes.
Segmentação do mercado
Para garantir uma cobertura total das opções de segmentação, é conveniente recorrer a
sete critérios genéricos
etc.
Porque: razão da compra Necessidade física, beneficio psicológico, tipo
de uso, compra para oferta etc.
Forma de pagamento, modalidade de
Como: modo de compra encomenda (contacto pessoal, por telefone e
por correio, entre outros), tipo de informação
requerida processo de tomada de decisão, etc.
Não é preciso usar sempre a totalidade dos critérios numa análise de segmentação, mas
é importante reflectir sobre todos eles para decidir quais os que melhor segmentam o
mercado em estudo.
18-24
25-34
35-44
45-54
>54
Áreas geográficas
Classe social Cidade de Matola A Subúrbio Zona Iterior Zona
(quem) Maputo A de Costeira Maputo costeira
Maputo Maputo Proíncia Nampula
Alta
Média
Média/Baixa
Baixa
2.2.2. Concorrentes
A recolha e tratamento de informação sobre os concorrentes directos de uma empresa
têm dois objectivos distintos:
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A caracterização dos actuais pontos fortes e fracos da concorrência bem como das suas
motivações que deverão ser levadas em linha de conta na formulação da estratégia de
qualquer empresa.
2.2.3. Fornecedores
Os fornecedores contribuem para o desenvolvimento da oferta através da prestação de
serviços e venda de matérias-primas e componentes intermédios aos vários concorrentes
da indústria.
Na análise dos fornecedores é importante manter uma perspectiva alargada dos inputs
requeridos pelas empresas, de forma a identificar com rigor as tendências nos diversos
mercados a montante da indústria.
Nesse sentido deve ser analisada não só a evolução das principais fontes de recursos
físicos para a produção, como também a dinâmica dos mercados de trabalho, recursos
financeiros, informação, tecnologia e outros serviços relevantes.
23
2.2.4. Comunidade
A actividade da empresa tem de ser enquadrada na comunidade onde opera.
A análise da empresa deve pois começar pela identificação da natureza dos principais
recursos ao seu dispor e pela avaliação dos respectivos méritos. Porém, é importante
perceber a dinâmica dos custos da organização para apurar o nível de eficiência da
utilização dos seus recursos. Apenas da análise conjunta dos benefícios e custos é
possível determinar o valor real dos recursos da empresa.
Diagnóstico Estratégico
O diagnóstico, auditoria ou análise deve ser efectuado de forma mais real possível, pois
qualquer tomada de posição errada nesta fase prejudicará todo o resto do processo de
desenvolvimento e implementação do planeamento estratégico na empresa.
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A decisão de planear decorre da percepção de que os eventos futuros poderão não estar
de acordo com o desejável se nada for feito. O ponto de partida para esta percepção é a
disponibilidade de diagnósticos, de análises e projecções da empresa. O diagnóstico
pode ser interno e externo à empresa.
A análise interna tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu
ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua posição produto-
mercado e, provavelmente, quanto à sua posição produto mercado desejada no futuro.
Dificuldades
O executivo pode não ter muita facilidade para efectuar a análise ambiental, podendo,
entre várias, se mencionar as mais comuns:
Tipos de Oportunidades
Tipos de Ameaças
Ameaças aceitáveis – são as que a empresa permite aceitar, sendo importante analisar
até que a situação é aceitável. Exemplo, a ameaça que uma empresa pode sofrer ao
entrar no mercado com um produto já existente e aceite pelos consumidores.
Ameaças inaceitáveis – são as que a empresa não aceita devido à sua incapacidade em
explorar uma situação de êxito quando esta ameaça existir.
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Neste caso, são enumeradas todas as oportunidades; cada uma é testada em termos da
sua contribuição para a empresa, escolhe-se um grupo das melhores oportunidades para
a formação de uma carteira de projectos de diversificação.
b) Quanto à tecnologia:
Quais as alterações tecnológicas possíveis;
Quais as entidades de pesquisa, institutos e universidades que estão ou poderão
estar envolvidos;
Quais os programas de pesquisa;
Quais são as maiores economias de escala que podem ocorrer;
O usuário cria ou compra aperfeiçoamento no equipamento;
Quais são os custos de capital para a empresa entrar no mercado.
c) Quanto ao governo
A legislação pertinente;
A identificação e análise dos órgãos que legitimam;
Os planos governamentais e seus objectivos;
A política económica e financeira.
f) Quanto à comunidade
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Seu tamanho;
Tendências e perspectivas;
Tipos de produtos;
Causas de crescimento e possíveis consequências;
Necessidades básicas identificadas.
Pontos neutros são variáveis que existem dentro da empresa mas não existe no memento
um critério que permita saber se trata-se de um ponto forte ou fraco da empresa.
Portanto não são considerados como deficiências nem como qualidades da empresa.
Mas como o planeamento é um processo dinâmico, estes pontos neutros vão sendo
enquadrados como pontos fortes ou fracos ao longo do tempo.
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Para facilitar a análise da empresa poderá se fazer a análise das grandes funções da
empresa:
1. Função de marketing
2. Função finanças
3. Função produção
4. Função recursos humanos
Função de marketing:
Aqui são aspectos a serem considerados:
a) Sistema de distribuição;
b) Analise dos produtos;
c) Pesquisa de mercado
d) Força de venda;
e) Novos produtos
f) Promoção e propaganda
g) Politicas mercadológicas
h) Organização do departamento de marketing
Alternativas de médias;
Critérios de escolha dos midias
Formas de elaboração do texto;
Função finanças
Neste processo se faz:
Analise dos índices financeiros
Analise do sistema de planeamento e controlo financeiro e do sistema de registro
e de analise contábil.
Função produção
Aqui a que ter em conta aspectos como:
A instalação industrial (localização, tamanho conservação)
Equipamentos e instalações (nível de utilização, manutenção correctiva e
preventiva)
Processo produtivo (utilização da capacidade instalada)
Programação e controlo da produção (cumprimento de prazos de entrega de
produtos)
Qualidade (nível de qualidade, nível de devolução de produtos)
Sistema de custos industriais (nível de controlo de resultados
Pesquisa e desenvolvimento (de produtos)
Suprimentos (matérias primas seu custo e rotação de estoques)
Organização da fábrica (estrutura organizacional, procedimentos tempos e
métodos)
Sindicalização
Índice de rotação de empregados
Moral e a produtividade dos empregados
Absentismo
Tipo de reivindicações dos empregados
Carreira cargos e salários
Benefícios dos funcionários
Existência de substitutos adequados
Clima organizacional
As unidades organizacionais;
Os grupos de indivíduos; e
Os indivíduos
SWOT (Strengths, weaknesses, opportunities and threats) é uma sigla usada para definir
uma ferramenta analítica que permite trabalhar com toda a informação que possui sobre
o seu negócio, útil para examinar as suas Debilidades, Ameaças, Forças e
Oportunidades.
A análise SWOT é uma forma útil para ajudar as organizações a identificar factores
externos e internos, assim como salientar oportunidades em potencial. A análise SWOT
é um processo de identificar sistematicamente:
Forças (Strengths)
Fraquezas (Weaknesses)
Oportunidades (Opportunities)
Ameaças (Treats).
Forças – são os recursos ou aptidões que fazem com que a empresa suplante os
concorrentes.
Vantagens na concorrência
Capacidade de inovar
Sistema de distribuição
Habilidade de marketing
Reconhecimento da marca
Vantagem no custo
Capacidade financeira
Linha de produtos completa
Reputação/imagem
A análise SWOT deve focalizar-se somente nos factores chave para o êxito do seu
negócio. Deve permitir identificar as forças e as debilidades diferenciais internas e
compará-las de maneira objectiva e realista com a concorrência e com as oportunidades
e ameaças chave do contexto ambiental externo.
Isto significa que a análise SWOT consta de duas partes: uma interna e outra externa. A
parte interna tem a ver com as forças e as debilidades do seu negócio, aspectos sobre os
quais o gestor tem algum grau de controlo.
1- Forças e Debilidades
Considere áreas tais como:
Análise de Recursos
Capital, recursos humanos, sistemas de informação, activos fixos, activos não
tangíveis.
Análise de Actividades
Recursos de gestão, recursos estratégicos, criatividade.
Análise de Riscos
Em relação aos recursos e às actividades da empresa (organização).
Análise de Portfólio
A contribuição consolidada das diferentes actividades da organização.
2- Oportunidades e Ameaças
As oportunidades organizacionais encontram-se naquelas áreas que poderiam
proporcionar altos desempenhos. As ameaças organizacionais estão naquelas áreas onde
a empresa encontra dificuldade em alcançar altos níveis de desempenho.
Considere:
Análise do contexto
Estrutura da sua indústria (Fornecedores, canais de distribuição, clientes, mercados,
concorrentes).
Grupos de interesses
Governo, instituições públicas, sindicatos, grémios, accionistas, comunidade.
Depender de um único produto (ou serviço) determina um alto nível de risco. Portanto,
se aconselha as organizações a possibilidade de manter vários produtos em forma
simultânea, cada um com seu ciclo. Não é fácil analisar a situação exacta apresentada
por cada produto ou serviço da organização. O Bóston Consulting Group dos Estados
Unidos desenvolveu uma matriz para este propósito, conhecida como BCG (atendendo
as siglas da organização).
Com esta matriz se pode analisar a posição de cada produto da organização com
relação ao crescimento do mercado. Este produto leva a manter um número amplo de
serviços em diferentes mercados para dispersar os riscos, portanto alguns valores desta
matriz podem relacionar-se com a teoria do ciclo de vida do produto.
Vendas 3
2
1 – Interrogantes
2 – Estrelas
3 – Vacas Leiteiras
4 – Pesos Mortos
1
Tempo
São produtos de baixa quota relativa de mercado que estão situados no mercado com
uma alta taxa de crescimento. Sua baixa quota de mercado implica benefícios reduzidos.
Ao mesmo tempo necessitam de grandes quantidades de investimento para aumentar
sua quota de mercado, já que se encontra em mercados em expansão.
Estrelas
São produtos com uma grande quota relativa de mercado e com uma grande taxa de
crescimento. São produtos de caixa equilibrada já que os grandes benefícios que eles
obtêm se compensam com a necessidade de liquidez para financiar seu crescimento e
manter sua quota de mercado.
Vacas Leiteiras
São produtos com uma alta quota de mercado relativa, com pouco crescimento.
Geradores de liquidez, não necessitam de grandes investimentos. Seus fundos restantes
são utilizados para financiar investimentos de outros produtos.
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Pesos Mortos
São produtos com uma baixa quota relativa de mercado, pouco crescimento. Não geram
liquidez nem absorvem.
2. Manter a quota:
Esta estratégia é adequada para os produtos que se encontram na fase de produtos
maduros e que tem grandes quotas e mercado (vacas leiteiras).
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3. Colher:
Esta estratégia pretende maximizar os benefícios a curto prazo e cash-flow deixando
que a quota de mercado diminua. Esta estratégia é adequada para produtos cães assim
como para vacas leiteiras de futuro incerto e no momento necessitam de uma maior
liquidez.
Retirada
Esta estratégia se recomenda em produtos cuja quota de mercado é inferior e se encontra
em um sector onde não é possível a expansão.
O Modelo BCG assenta em alguns pressupostos básicos a ter em conta para melhor ser
entendido e para relativizar as conclusões a que se poder chegar na análise de uma
carteira de negócios:
ciclo de vida do produto;
curva de experiência ou da aprendizagem.
C – Custo unitário
P – Produção Acumulada/Tempo
A teoria da curva da experiência, explica uma redução de custos unitários dos produtos
à medida que aumenta o volume de produção acumulada, o que é justificado pela
aprendizagem das pessoas e da organização. Significa que as actividades são, de um
modo geral, desempenhadas com maior eficiência – pelos conhecimentos e
competências adquiridas – não cometendo os erros que as empresas com menor
experiência estão sujeitas a cometer e, muitas vezes, cometem.
Exercício
Em um determinado mês do ano de 2010 a Empresa B vendeu 823.543,98Mt e no
mesmo mês de 2012 vendeu 1.424.879,89Mt. Calcule a taxa de crescimento deste
período (expressa em percentagem), considerando os valores apresentados.
3. Os Produtos Substitutos
4. À semelhança do que sucede com o poder negocial dos clientes, os produtos
substitutos podem condicionar o preço, os custos inerentes a serviços adicionais
prestados e o volume de investimento necessário.
A ameaça de produtos substitutos diminui a atractividade de uma indústria porque, ao
limitar o preço a praticar para um determinado bem ou serviço, reduz a margem e, por
sua via, a rentabilidade.
Esta ameaça será tanto maior quanto mais interessante for a oferta do produto substituto,
designadamente em termos do binómio utilidade-preço. É particularmente nociva
quando o produto substituto provém de indústrias com rentabilidades elevadas, ou
quando o produto substituto alberga ainda uma larga margem para melhoramentos, ao
nível de qualquer uma das suas componentes essenciais de preço ou desempenho.
VI - FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
A partir da visão do seu intento estratégico futuro são então definidas a missão, os
objectivos e a estratégia da empresa.
Os vários elementos que integram a estratégia da empresa são consistentes entre si, para
garantir a uniformidade da actuação no mercando. Nesse sentido, é conveniente
verificar em que medida a missão, os objectivos e a estratégia formam uma sequência
lógica de raciocínio estratégico e estão enquadrados na visão global da empresa,
conforme se observa no esquema abaixo.
VISÃO
VISÃO
Na maioria das empresas, a visão partilhada não está escrita, reflectindo apenas os
ideais dos seus líderes, comunicados em conversas ou apresentações públicas. A
manifestação verbal ou escrita não é o essencial, o mais importante são as acções no
terreno dos líderes e dos gestores do topo. (ex. Visitas frequentes do presidente da
empresa...). A explicitação da visão, geralmente origina a missão da empresa, que é
uma declaração escrita que traduz os ideais e orientações globais da organização para o
futuro.
MISSÃO
A criação de uma missão visa, em última análise, difundir o espírito da empresa pelos
membros e congregar os esforços para a prossecução dos objectivos gerais. Por isso, a
missão deve acentuar o domínio das competências centrais mais relevantes para a
satisfação dos factores críticos de sucesso do negócio.
empresa nipónica dos Caminhos de ferro Hankyu, definiu seu negócio não apenas o
transporte de pessoas, mas também prestar serviços para pessoas em movimento
(criação de terminais com outros serviços), o que fez disparar as suas vendas.
OBJECTIVOS
Os objectivos são definido em sintonia com a missão da empresa, com vista a nortear
suas actividades. Devem ser definidos de forma a sensibilizar os membros da empresa a
cooperar para a sua concretização e permitir o desenvolvimento a longo prazo. Os
objectivos devem apresentar duas características-Chave:
Quantificação: Um objectivo deve ser quantificado e medido, senão não passa
de uma mera expressão de boas vontades (ex: reduzir a taxa de produtos
defeituosos para metade; aumentar a percentagem de produtos de primeira
escolha em 25%;...)
sem isso significar que devem ser definidos objectivos inatingíveis, mas sim os que
inspiram o desenvolvimento do potencial de RH.
Objectivos financeiros:
Volume de vendas (alcançar o volume de venda de ... De contos no ano...);
Crescimento das vendas (Expansão de vendas líquidas de __% ao ano durante
.... anos);
Quota de mercado (Conquistar __% das vendas nos segmentos x, y... Em dois
anos);
Valor da empresa (Aumentar a cotação da bolsa em ...% nos próximos ....anos)
Resultados (Atingir lucros líquidos de __ mil em ... anos);
Rentabilidade (Aumentar a rentabilidade de capitais próprios em __% ao fim
de quatro anos);
Produtividade (aumentar a produtividade em __% em __ anos).
Objectivos não-financeiros
Liderança de qualidade: (Buscar um prémio de qualidade a até ao fim da
década);
Difusão de imagem (alcançar a notoriedade da marca de __% em três anos);
Ambiente laboral: (aumentar a índice de satisfação no emprego em 10 pontos
no próximo inquérito anual);
Nível de serviço: (Obter 80% de respostas favoráveis nos inquéritos aos
consumidores até o ano ....);
Tempo de inovação: (diminuir o ciclo de introdução de novos produtos para
dois anos até ao final de ....);
Integração social (duplicar o número de actividades sociais na comunidade em
dois anos).
De uma forma genérica, os objectivos empresariais podem estar relacionados com oito
categorias distintas de factores:
58
É importante frisar que nem todos os objectivos são relevantes. Os objectivos que
promovem o reforço das competências centrais da empresa nos factores críticos de
sucesso do seu negócio são os objectivos estratégicos. A concretização destes objectivos
(estratégicos) tem um grande impacto no desempenho da empresa, pelo que devem ser
monitorados com especial atenção. Na maioria das organizações (industriais e de
serviços), os objectivos estratégicos têm um carácter não-financeiro. O bom
desempenho dos objectivos financeiros como o aumento da rentabilidade, o crescimento
de vendas ou a melhoria do valor da empresa resulta geralmente da realização de outros
objectivos, de natureza mais operacional. Por isso, é recomendável que, no conjunto de
objectivos adoptados pela empresa, sejam identificados os que são verdadeiramente
estratégicos e os que têm um impacto menos directo no sucesso da empresa.
Estratégia Empresarial
No caso de uma empresa estar presente apenas num sector de actividade, a estratégia
corporativa não é relevante e as atenções dos gestores devem estar concentradas na
estratégia do negócio. De acordo com o conteúdo das decisões tomadas no contexto da
estratégia empresarial, podem ser identificadas quatro dimensões estratégicas críticas
ao sucesso da empresa: produto-mercado, integração vertical, internacionalização e
diversificação.
Qualquer umas destas iniciativas estratégicas pode ser levada a cabo duas vias de
desenvolvimento empresarial: o desenvolvimento interno ou externo.
Desenvolvimento interno (por exemplo aumento de numero de balcões de um
banco); ou
Desenvolvimento externo (por exemplo aquisição de um outro banco).
Estratégia corporativa
âmbito misto
estratégia do negocio
Em resumo
Os gestores devem procurar defender os interesses a longo prazo da organização, é
necessário conciliar a missão, objectivos e estratégia da empresa com as aspirações dos
diversos constituintes que interagem na empresa (accionistas, empregados, clientes,
fornecedores, bancos e comunidade).
Caso do Japão
No Japão prevalece a pratica da extensa participação de entidades industriais e
financeiras no capital de outras entidades. Os accionistas japoneses de longo prazo
constituem um núcleo duro e estável, que permite um elevado grau de autonomia aos
gestores. Em retorno, os accionistas beneficiam da estabilidade dos dividendos e
garantia de continuidade de relações como clientes fornecedores ou financiadores.
Conclusão
Quanto mais abrangente for a governação da empresa maior tende a ser a sua
estabilidade laboral e operacional
Incentivos individuais
Premeiam directamente o desempenho de pessoas específicas da empresa, contudo,
podem afectar o moral dos gestores menos avaliados.
1. Remuneração pelo output, aplica-se normalmente nas áreas fabris, os gestores
recebem um prémio pela produtividade anual, induzindo-os a esforçar-se para
aumentar a quantidade e qualidade das peças produzidas. Esta deve incluir a
variação dos stocks nos armazéns senão corre-se o risco de fomentar o fabrico
de artigos não vendáveis.
2. Comissões tem maior aplicação no departamento de vendas, recebendo o
respectivo gestor uma percentagem do volume ou valor das receitas efectuadas.
Devendo ter em atenção as cobranças efectivamente realizadas.
3. Bónus individuais são geralmente atribuídos aos responsáveis máximos das
divisões ou da empresa para premiar o seu desempenho, é preferível calcular o
montante do bónus em função de um conjunto alargado de variáveis como
crescimento das vendas, o nível de rentabilidade, a variação da cotação bolsista,
a rotação do pessoal ou mesmo a avaliação da qualidade dos produtos, para
assegurar a maximização de todos os factores pelos gestores.
Incentivos de grupo.
1. Os incentivos de grupo premeiam desempenhos colectivos pelo seu impacte na
motivação de pessoas específicas é menos acentuado. Contudo, ao reforçar o
espírito de entreajuda, melhora as relações de trabalho e a produtividade geral da
organização.
IX - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Após a formulação da estratégia, é necessário proceder à criação da estrutura que ira
servir de suporte à implementação das opções delineadas.
Divisão/ Divisão/
Empresa Empresa
Microestrutura
Relação Estratégia-estrutura.
Melhoria da performance
67
Formalização
A formalização dos processos de gestão de uma empresa tem dois impactes distintos.
Por um lado, contribui para a minimização da incerteza organizacional, através da clara
definição das relações de autoridade e das áreas de responsabilidade de cada unidade
operacional. Por outro lado, tende a restringir a iniciativa pessoal, a tomada de riscos e o
espírito de inovação na empresa. Por esta razão diferentes postos de trabalho tem níveis
distintos de formalização.
Centralização
Uma organização é tanto mais centralizada quanto mais elevado for o nível hierárquico
onde as decisões são tomada. A centralização facilita o controlo e coordenação das
actividades mas aumenta o tempo de resposta ao mercado e desmotiva os membros da
empresa.
Complexidade.
A complexidade de uma organização é função da sua dispersão espacial, diferenciação
vertical e diferenciação horizontal.
Estrutura simples
A estrutura simples é geralmente adoptada por pequenas empresas geridas pelo próprio
empresário ou gestor, que supervisiona directamente as actividades de todos
funcionários e trabalhadores. As decisões costumam ser tomadas de uma forma
centralizada e autocrática e o planeamento tende a ser efectuado apenas para curto prazo
com o intuito de preservar a sobrevivência da empresa.
Estrutura simples
Empresário/ gestor
Trabalhadores
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Esta estrutura tem como pontos negativos, o facto de não existirem regras claras e
possibilidades de ascensão na carreira pode ser desmotivador para os membros mais
capazes da empresa. Existem também riscos devido a excessiva dependência ao
empresário cuja orientação nem sempre é a mais correcta. Estas empresas tendem a
enfrentar crises de liderança mais cedo ou mais tarde.
Estrutura funcional
Na estrutura funcional diferentes gestores responsabilizam-se por funções distintas.
Neste contexto, as decisões são tomadas de uma forma mais colegial e o planeamento é
efectuado numa perspectiva de médio prazo, para assegurar a efectiva coordenação
entre as diversas funções.
Estrutura funcional
Gestão de topo
Estrutura divisional
Na estrutura divisional as diferentes linhas de produtos e mercados são geridos de uma
forma descentralizada. A estrutura divisional facilita a expansão da estratégia de
produtos-mercados para um maior número de segmentos e linhas de produtos como
propicia também o aumento do grau de integração vertical sem afectar negativamente a
eficiência operacional. Além de permitir empreender a diversificação para sectores
relacionados e não relacionados, uma vez que cada negócio é gerido com autonomia.
Gestão de topo
Produto A Produto B
Gestão de topo
Estrutura Matricial
A estrutura matricial visa explorar sinergias entre produtos similares vendidos em
muitos mercados. Embora numa estrutura matricial os recursos humanos reportem a
dois superiores hierárquicos distintos a filiação funcional tende a ser mais estável que a
filiação por produtos ou mercados.
72
Estrutura matricial
Gestão de topo
Estrutura em rede
A estrutura em rede integra as actividades de um vasto conjunto de empresas externas e
internas a organização. Esta organização assemelha-se a uma teia de alianças
estratégicas coordenadas por um órgão central que tem por missão a optimização da
performance conjunta.
73
Empresa
Empresa Empresa
Empresa empresa
Empresa
9.4. Microestruturas
A microestrutura diz respeito a organização dos grupos de trabalho no seio das divisões
ou departamentos da empresa.
Grupo departamental
Nas estruturas de grupos departamentais cada membro da empresa desempenha as suas
funções com bastante autonomia, competindo ao chefe de secção ou departamento
supervisionar e coordenar o conjunto de actividades sob a sua responsabilidade.
Funcão da pessoa
Grupo de ligação
A estrutura por grupos de ligação traduz-se na criação de comissões ou conselhos para
lidar com questões específicas de índole interdepartamental. Neste caso, os elementos
mantêm-se activos nas suas respectivas funções e adicionalmente representam as suas
posições dos respectivos departamentos ou secções na comissão ou conselho.
75
Função da pessoa
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Equipa independente
Grupo de ligacao
Grupo departamental
A concepção da estrutura organizacional não deve ser estática, sob risco de mais tarde
ou mais cedo não se adequar a evolução do meio envolvente e da estratégia da empresa.
Vendas
da
industria
Maturidade
estrutura Declinio
Crescimento divisional Estrutura
Estrutura divisional ou
básica ou
functional ou avançada funcional
Introducão divisional
Estrutura
Simples
Tempo
78
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR.