Did. Bantu
Did. Bantu
Did. Bantu
Resumo
Universidade Licungo
Beira
2021
O ENSINO BILINGUE EM MOÇAMBIQUE
Pesquisas demonstram que nem todos os alunos que entravam na escola têm as mesmas
possibilidades em termos linguísticos e, por conta disso, podemos verificar que, de
acordo com Benson (1997) citado por Palme (1992), “num total de 1000 alunos que
ingressavam para a 1ª classe apenas 5 sobreviviam até 7ª classe. Portanto, dos 995 que
não chegaram a 7ª alguns abandonaram a escola e outros teriam reprovado na 1ª e nas
classes intermediárias”. No entanto, estudos avançados por Martins (1992) “constatou
que, em 1000 alunos que ingressam(vam) na 1ª classe, perto de 120 é que chegam(vam)
ao fim da 5ª classe e destes, apenas 77 é que concluem(íam) com êxito”. Apesar das
discrepâncias nos estudos, podemos verificar que cerca de 90% das crianças que
ingressam na primeira classe chegam até ao final.
Ademais, alguns estudos realizados pelo INDE demonstram que uma das maiores
causas do fracasso escolar em Moçambique está ligada aos aspectos relacionados com a
linguagem. Dentre eles está o estudo de Martins (1992) entre o sistema educativo
moçambicano e dos países vizinhos com tradição no ensino bilingue.
No segundo ciclo (3ª, 4ª, 5ª classes), ocorre o que se chama transição, que é a passagem
da língua de ensino, de uma língua moçambicana para o Português. Este processo é
gradual, pois na 3ª classe, a língua de ensino continua uma língua moçambicana, mas na
4ª classe já é o Português a desempenhar essas funções.
No terceiro ciclo (6ª e 7ª classes), as línguas moçambicanas são disciplinas, mas podem,
porventura, ser usadas como meios auxiliares para a clarificação de conceitos.
Considerações Históricas sobre a Educação Bilingue em Moçambique