Universidade Católica de Moçambique: Nome
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Nome:
Conceitos ..................................................................................................................................... 4
Bilingue ....................................................................................................................................... 4
Bilinguismo ................................................................................................................................. 4
Conclusão .................................................................................................................................... 9
Bibliografia................................................................................................................................ 10
1. Introdução
O bilinguismo é um fenômeno existente desde o começo da linguagem da humanidade. A
história das línguas associa-se profundamente à existência do povo que a fala. Há muito para ser
discutido acerca deste assunto; apesar de o tema estar em alta, diferente do que se pensa, definir
o que é bilinguismo ainda pode ser uma tarefa árdua, devido às diversas definições literárias que
se encontram sobre o assunto. Segundo o dicionário Macmillan English (2014), bilíngue é
definido como: “bilíngue é aquele capaz de falar duas línguas extremamente bem” (Someone
who is bilingual is able to speak two languages extremely well). Bloomfield (1933), citado por
Chimbutana (2011:03), também compartilha desta visão de bilinguismo ao afirmar que: “No
caso extremo de aprendizagem de línguas estrangeiras, o sujeito torna-se tão eficiente como o
falante nativo em volta dele. [...] Nos casos de aprendizagem perfeita, de línguas estrangeiras,
não é acompanhada da perda da língua nativa, resulta em bilinguismo, controle nativo das duas
línguas”
A partir de 2004, o papel da língua portuguesa, como meio de escolarização básica, foi sujeito a
alterações devidas a diversos fatores, entre os quais se destacam o fraco desempenho dos alunos,
a necessidade de escolarização em línguas maternas (nacionais) nas classes iniciais. Estas
intervenções levaram-nos à necessidade de analisar a relevância do ensino dessas línguas no
cenário educacional moçambicano, caracterizado por multilinguismo/plurilinguismo da
população escolar. Deste modo, o presente trabalho visa abordar o impacto da modalidade do
ensino bilingue nos alunos da 5ª classes.
2. Conceitos
a) Bilingue
Termo Latino “bilingui”, adjectivo que se utiliza em referência a um indivíduo que fala duas
línguas ou àquilo que está escrito em dois idiomas, segundo Macmillan English (2014:72)
b) Bilinguismo
É a capacidade de uma pessoa para utilizar duas línguas com destreza e facilidade, podendo ser
nativo ou adquirido; capacidade manejar perfeitamente duas línguas, que possam ser utilizadas
pelo indivíduo com toda a facilidade (na medida em que se consegue expressar sem problemas
em ambos os idiomas), BLOOMFIELD(1933), apud MARCELINO (2009:03).
Katchan (1986), por sua vez, apresenta revisão de literatura que pode ser entendida como
pertencente à dimensão cognitivo-linguística. Dentro da abordagem cognitiva, Bialystok é uma
pesquisadora de destaque, com diferentes obras e revisões de literatura sobre influências do
Bilinguismo sobre o desenvolvimento cognitivo, abordado de diferentes maneiras.
3. Educação bilíngue
Entender educação bilíngue nem sempre é uma tarefa fácil porque a sua caracterização extrapola
os limites da escola e inclui outros agentes socializantes como a família, os amigos, a vizinhança,
a sociedade maior, os meios de comunicação etc. AKKARI (1998). Além disso, envolve a
compreensão de aspectos da história, da ideologia, da política e dos interesses individuais e
coletivos da sociedade – como as línguas são vistas e usadas na sociedade, o que significa educar
uma população linguística e culturalmente diversa, o que se espera atingir e para quem são
destinados os programas de ensino, entre outros.
A Educação Bilingue é uma forma de ensino em que estão envolvidas duas línguas. Para o
contexto moçambicano, refere-se ao ensino em uma língua bantu moçambicana e o Português e
é, normalmente, implementado em áreas linguisticamente homogéneas. Para este tipo de ensino,
Moçambique optou pelo modelo de transição com características de manutenção de forma a
desenvolver-se um bilinguismo aditivo nos alunos (PCEB 2003).
Em Moçambique, é uma modalidade de ensino que foi introduzido numa fase experimental em
1993 a1997 numa escola das Províncias de Gaza e Tete com as línguas materna local. Em 2017,
incrementou-se a expansão abrangendo actualmente um total de 3,5550 escolas primárias e um
universo de quase dois milhões de alunos em todo país, segundo o relatório da Estratégia do
Ensino Bilingue (2019)
Em Moçambique as línguas moçambicanas são usadas na educação tendo como base três tipos
de fundamentos, nomeadamente:
Nesta fase de escolaridade, as línguas moçambicanas são disciplinas, mas podem, porventura, ser
usadas como meios auxiliares para a clarificação de conceitos. Neste ciclo, a língua de ensino é
exclusivamente o Português, pois se acredita que os alunos tenham já atingido um bom nível de
desempenho nesta língua.
A língua portuguesa só assume o papel integral de meio de ensino a partir da 6ª classe. Portanto,
a língua moçambicana dos alunos será usada como meio de ensino da 1ª a 5ª classe. As
disciplinas novas introduzidas a partir da 4ª classe (Ciências Naturais e Ciências Sociais) serão
leccionadas na língua moçambicana. A língua moçambicana poderá ser usada como recurso no
processo de ensino aprendizagem para explicar ou clarificar conceitos difíceis em qualquer
disciplina.
Os autores que defendem a tese do „período crítico‟ (alguns preferem a expressão „período
sensível‟) indicam que as crianças, até uma certa idade, aprenderiam uma segunda língua mais
facilmente do que na adolescência ou na fase adulta
1. As crianças que entram na escolas pela 1ª vez, encontra um melhor aconhego, integração
facilitada uma vez que há uma continuidade da língua falada no seio familiar, isto é,
aprende sem barreiras linguísticas;
2. Permite logo cedo, aprendizagem eficiente uma vez que é capaz de formar logo no 1º
Ciclo a formação de palavras e frases simples;
3. Adquire competências comunicativas da L2 pois, simultanêamente aprende a língua
portuguesa, embora seja através da oralidade à medida que consolida o conhecimento do
alfabeto.
4. Adquiridas com exitos as competencias exigidas no 1º ciclo, de leitura e escrita na L1 e
com as competencias comunicativas orais da L2, os alunos da 5ª classe estão em altura
de ler e escrever perfeitamente em L1 assim como em L2.
7. Conclusão
A Educação Bilingue é uma forma de ensino em que estão envolvidas duas línguas. Para o
contexto moçambicano, refere-se ao ensino em uma língua bantu moçambicana e o Português e
é, normalmente, implementado em áreas linguisticamente homogéneas. Para este tipo de ensino,
Moçambique optou pelo modelo de transição com características de manutenção de forma a
desenvolver-se um bilinguismo aditivo nos alunos (PCEB 2003).
Implementada de forma eficáz, as crianças aprende sem barreiras linguísticas; adquire logo cedo,
competências comunicativas da L2 pois, simultanêamente aprende a língua portuguesa, embora
seja através da oralidade à medida que consolida o conhecimento do alfabeto. Também em altura
dos alunos da 5ª classe estão em altura de ler e escrever perfeitamente em L1 assim como em L2.
8. Bibliografia
1. BENTES, Anna Christina. Introdução à Linguística: domínios e fronteiras, v. 2.
São
2. BUTLER, Y. G.; HAKUTA, K. Bilingualism and Second language Acquisition.
In: BHATIA, T.K.; RITCHIE, W.C. The Handbook of Bilingualism. United
Kingdom: Blackwell Publishing, 2004.
3. DNEP & INDE, Estratégia de expansão do ensino bilingue, 2020-2029
4. GROSJEAN, François. Individual Biligualism. In: The Encyclopedia of Language
and Linguistics. Oxford: Pergamon Press, 1994, p. 1.
5. Lei do SNE, lei 18, 2018 de 28 de Dezembro, Bolentim da República, I Série –
Número 254
6. Paulo: Cortez, 2001. p. 203 – 231EDWARDS, John. Foundations of Bilingualism.
In: BHATIA, Tej K.; RITCHIE, William C. The Handbook of Bilingualism.
Malden: Blackwell Publishing, 2006. p. 7 – 30.
7. SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da Linguagem. In: MUSSALIM, Fernanda;