Soc Lidia
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Índice
1. Introdução .................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivo do trabalho ............................................................................................................... 3
1.2. Estrutura do Trabalho ............................................................................................................... 3
2. Fundamentação Teórica ............................................................................................................... 4
2.1. Situação sociolinguística de Moçambique ............................................................................... 4
3. Conclusão .................................................................................................................................... 8
4. Referencias Bibliográficas ........................................................................................................... 9
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1. Introdução
Quanto a estrutura, o trabalho apresenta elementos pré-textuais que são: a capa, a folha de rosto,
índice; elementos textuais que são: introdução, desenvolvimento e conclusão e elementos pós-
textuais que são as referências bibliográficas.
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2. Fundamentação Teórica
Moçambique é um país caracterizado pela diversidade linguística e cultural, onde, além das
línguas de sinais, a LP coexiste com as línguas bantas que são maioritariamente faladas pela
população, com línguas de origem asiática (Mandarim, Urdo, Gujarati, Indi e Memane) e com as
línguas das ex-colônias britânicas e francesas. Esta diversidade linguística faz de Moçambique
um país plurilíngue e pluricultural, resultado de convivências entre várias etnias, línguas e
culturas (NHAMPOCA, 2015; GUNDANE, 2019). Decorre, deste fato, que uma política
referente ao ensino de línguas atenda a essa diversidade, como um indicador importante a ter em
consideração, com vista à promoção de uma educação fundamentada por fatores linguísticos,
históricos, sociais, identitários e culturais.
A educação bilíngue teve, primeiramente, suas motivações nos EUA, no Canadá, na União
Soviética, na Índia, tendo se expandido para outras regiões do mundo após a declaração da
Unesco de 1951. Numa reflexão sobre o papel e função das línguas vernaculares na educação, em
conformidade com Unesco (1953, p. 11), “é axiomático que o melhor método de ensinar às
crianças é com base na sua LM, comparativamente a uma outra L2 que não lhes é familiar”.
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Porém, nem sempre é possível o uso da LM do aluno como meio de instrução devido a vários
factores que podem impossibilitar o seu uso. Trata-se de factores tais como: políticos,
linguísticos, educacionais, socioculturais, económicos, financeiros, práticos, entre outros.
Megale (2005, p. 7) refere que a “educação bilíngue pressupõe conceitos distintos em contextos
diferenciados em função de questões étnicas, dos próprios educadores e legisladores e de factores
sociopolíticos”. Em países africanos, por exemplo, espera-se que a criança desenvolva as suas
habilidades de leitura e escrita e aprenda matérias curriculares através de uma língua que ela
melhor entende. O ensino bilíngue tem sido sempre recomendado em paralelo com o ensino e
aprendizagem de uma língua ex-colonial, como é o caso do Português em Moçambique. As
recomendações incluem o uso da LM como disciplina e como meio de ensino e aprendizagem a
partir das classes intermediárias do ensino primário (HEUGH, 2011).
Para Mello (2010), entender educação bilíngue nem sempre é uma tarefa fácil, pois a sua
caracterização extrapola os limites da escola e inclui outros agentes socializantes como: a família,
os amigos, a vizinhança, a sociedade, os meios de comunicação, etc. A educação bilíngue tem
sido usada de maneira abrangente para caracterizar diferentes formas de ensino nas quais os
alunos recebem instrução (ou parte da instrução) numa língua diferente daquela que normalmente
eles usam no ambiente familiar (veja-se GUNDANE, 2017).
2.3. Integração das línguas bantu em vários domínios da vida sociocultural dos
moçambicanos
O Ensino Geral é composto por doze anos lectivos, os primeiros sete anos correspondem ao
ensino básico que, no Brasil, é o ensino fundamental, e é composto por dois ciclos de ensino, o
primeiro comporta desde o 1° ao 5° anos, o segundo comporta o 6° e o 7° anos. Os últimos cinco
anos correspondem ao ensino médio, tendo a mesma designação no Brasil, sendo também
composto, em Moçambique, por dois ciclos de ensino, os primeiros três anos inerentes ao
primeiro ciclo, 8°, 9°, e 10° e os últimos dois inerentes ao segundo ciclo do ensino médio, 11° e
12° anos.
É, no entanto, possível que esta estruturação do ensino geral esteja susceptível a sofrer algumas
alterações, uma vez que nos últimos anos o governo tem implementado várias reformas na
estrutura curricular do país, como foi o caso da abolição dos exames finais em algumas
disciplinas nas classes transitórias de um ciclo para o outro em todos os níveis (básico e médio).
A língua portuguesa foi instaurada desde a chegada dos portugueses (nos finais do Séc. XV-
1498) até a conquista da independência, em 1975. A partir daí, o governo vem implementado
vários programas no sentido de reconstituição dos valores patrióticos e nacionais.
Observamos que, tal como acontece com a grande parte dos países multilíngues africanos, não se
sabe ao certo quantas línguas nativas podem ser contabilizadas em Moçambique. Mas existem
estudos que apontam para um conjunto vasto de cerca de vinte (20) línguas nativas do grupo
bantu, que convivem simultaneamente com o português, criando uma situação de diglossia que
motiva o Estado a implementar o ensino bilíngue, como forma de responder às adversidades
linguísticas dos alunos procurando abranger um número significativo de crianças, que ingressa na
escola e que encontram na língua portuguesa, uma barreira no acesso ao letramento escolar,
nesses primeiros anos de escolaridade. Segundo o Instituto de Desenvolvimento da Educação -
INDE, (2003) dos anos 90 até à actualidade, muito se fez para a promoção das línguas Bantu em
Moçambique, culminando com a introdução da educação bilingue no ensino básico entre 1993-
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1997, numa fase experimental, nas províncias de Gaza (utilizando as línguas Changana e
Português) e em Tete (utilizando as línguas Nyanja e Português), (INDE, 2003, p.127).
Fato que importa frisar na fase inicial da implementação experimental da educação bilíngue em
Moçambique é que foram selecionadas 16 línguas nacionais (bantu) que já possuíam uma
padronização, sendo: Emakhuwa, Cinyanja, Cinyungwe, Cisena, Cindau, Xichangana, Xironga,
Xitshwa, Ciyao, Shimakonde, Echuwabo, Elómwe, Kimwani, Cicopi, Citonga e Cishona. De entre
elas, destacam-se: o Emakhuwa e o Echuwabo que são as duas línguas bantu faladas na província
da Zambézia e que têm as suas variedades a medida que vão se expandindo pelos dezoito (18)
distritos que a constituem: Quelimane, Inhassunge, Nicoadala, Namacurra, Chinde, Mocuba, Alto
Molócue, Lugela, Maganja da Costa, Mopeia, Milange, Gilé, Luabo, Gurue, Ile, Morrumbala,
Namarrói e Mulumbo.
A educação bilíngue foi implementada em Moçambique como forma de criar uma oportunidade
de maior integração de alunos com a língua materna diferente do português no contexto do ensino
e aprendizagem. Para além desse fato, esta modalidade de ensino espelhava uma visão positivista
e que, ao mesmo tempo, garantiria a revalorização das línguas nacionais no contexto do processo
de ensino e aprendizagem e contribuiria para a melhoria da qualidade da educação no país, com
enfoque principal para as zonas rurais, onde o português é segunda língua para parte significativa
da população.
3. Conclusão
4. Referencias Bibliográficas
HEUGH, K. “Da língua materna ao uso de uma língua internacional no processo de ensino e
aprendizagem: as limitações do modelo de transição no sistema escolar em África”. In:
CHIMBUTANE, F.; STROUND, C. (Orgs). Educação bilingue em Moçambique: reflectindo
criticamente sobre políticas e práticas. Maputo: Textos Editores, 2011, p. 53-74.
SEVERINO, A. J. Metodologia de Trabalho Cientifico. 23ª ed., São Paulo: Cortez, 2007.