Vegetaçâo Mato Grosso
Vegetaçâo Mato Grosso
Vegetaçâo Mato Grosso
2.2.1 Relevo 3
2.2.2 Geologia 10
2.2.3 Solos 16
2.2.4 Fauna 16
2.2.3 Vegetação 17
A - Savana 18
i
D.1 - Florestas Estacional Decidual de Terras Baixas 23
E - Formação de Transição 24
G - Ecótono 24
H - Encrave 24
2.2.4 Clima 25
2.2.5 Hidrografia 26
2.7.1 Ecoturismo 63
ii
2.7.2 Artesanato 65
2.7.3 Reciclagem 66
2.10 REFERÊNCIAS 80
iii
LISTA DE QUADROS
Quadro Página
Tabela 1: Municípios onde se insere o Parque Nacional da Serra da Bodoquena 1
Tabela 2: Coluna estratigráfica da região segundo Godoi et al. (2001) 14
Tabela 3: Evolução da população rural e urbana nos municípios onde se
localiza o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, entre 1.950 e 2.000 50
Tabela 4: Residentes acima e abaixo dos 10 anos, população alfabetizada e taxas de
alfabetização e analfabetismo 52
Tabela 5: Informações sobre saneamento básico nos municípios do Parque 53
Tabela 6: Domicílios pesquisados e classes de abastecimento de água e destinação
de resíduos 55
Tabela 7: Opiniões a respeito da criação do Parque levantadas por Milano
(2002) junto a 6 grupos de interesse 60
Tabela 8: Hospitais, leitos hospitalares, leitos cirúrgicos, leitos obstétricos,
leitos de clínica médica, leitos psiquiátricos e leitos de pediatria segundo
município 72
Tabela 9: Unidades, consultórios, equipo odontontológico, sala de gesso,
sala de pequenas cirurgias, sala de cirurgias ambulatorial segundo
município. 72
Tabela 10: Agências e guias de turismo na Serra da Bodoquena até
dezembro de 2002 73
Tabela 11: Rede de Serviços na Serra da Bodoquena 73
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
Figura 1: Divisão municipal do Mato Grosso do Sul e municípios da área do Parque
Nacional da Serra da Bodoquena 2
Figura 2: Sinopse estratigráfica do grupo Corumbá segundo Godoi et al. (2001) 15
Figura 3: Principais formações vegetais do Sudoeste do MS 28
Figura 4: Alguns dos principais rios do MS 29
Figura 5: Imagem sombreada do Sudoeste do MS com principais rios 30
Figura 6: Exemplo de degradação a recurso hídrico causada pela construção de
açudes 45
Figura 7: Bebedouro de gado no rio 46
Figura 8: Gráfico do crescimento populacional nas zonas urbana e rural de cada
município onde o Parque Nacional possui área 51
Figura 9: Gráfico ilustrativo das informações sobre saneamento básico 53
Figura 10: Gráfico ilustrativo das classes de abastecimento de água e
destinação de esgoto e lixo adotados nos domicílios em cada assentamento
rural situado a até 10 km do PNSB 56
Figura 11: Localização dos assentamentos a até 10 km ao longo do Parque 57
iv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FUNAI Fundação Nacional do Índio
IAGRO Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal
IASB Instituto das Águas da Serra da Bodoquena
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDATERRA Foi substituído pela AGRAER - Agência de Desenvolvimento Agrário e
Extensão Rural do Mato Grosso do Sul
IMASUL Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul
INCRA Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Ma Milhões de Anos
MMA Ministério do Meio Ambiente
MPE Projeto Melhores Práticas em Ecoturismo
MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
MS Mato Grosso do Sul
ONG Organização Não-Governamental
PDITS Plano de desenvolvimento integrado do turismo sustentável
PNSB Parque Nacional da Serra da Bodoquena
PRODETUR/SUL Programa de Desenvolvimento do Turismo na região do Estado de Mato
Grosso do Sul
Rb Rubídio
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
S/A Sociedade Anônima
SAD 69 Datum da América do Sul, 1.969
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEMAC Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da
Ciência e da Tecnologia
SPRING Sistema de Processamento de Informações Geográficas (software)
Sr Estrôncio
UC Unidade de Conservação
UTM Projeção Universal Transversa de Mercator
v
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
1
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.2.1 RELEVO
3
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
4
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
6
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Rio Miranda, estende-se larga faixa de solos gleissolos háplicos eutróficos. A vegetação
original de Savana (cerrado) ou as áreas de Tensão Ecológicas (Contato Savana –
Floresta Estacional) foram substituídas por exploração agropecuária (Fernandes et al.,
2009).
7
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
8
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
A região pantaneira é limitada a norte pelo Rio Itiquira, ao sul pelo Rio Apa, a leste
pela borda ocidental da Bacia do Paraná e a oeste pelas fronteiras com a Bolívia e
República do Paraguai. Corresponde a uma extensa superfície de acumulação, de
topografia plana, tendo suas cotas altimétricas oscilando entre 80 metros e 150 metros.
Apresenta uma extensa rede hidrográfica, sujeita a inundações periódicas, sendo o Rio
Paraguai o principal eixo da drenagem regional (Fernandes et al., 2009).
9
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.2.2 GEOLOGIA
A área tem sido alvo de vários trabalhos de cunho regional e específicos, no que diz
respeito aos aspectos geológicos. Entretanto, várias questões necessitam de estudos
suplementares. Entre elas se destacam: execução de datações geocronológicas
confiáveis; levantamentos geológicos em escalas de detalhe, com furos estratigráficos,
visando esclarecer, principalmente, as relações de contato entre os grupos Corumbá e
Jacadigo, e um estudo sedimentológico integrado, visando uma melhor definição dos
ambientes de deposição das coberturas plataformais. Do ponto de vista geotectônico, a
área está inserida no setor sudoeste da Província Tocantins onde afloram rochas do
embasamento cristalino — Complexo Rio Apa (porção meridional do Cráton
Amazônico), além de terrenos proterozóicos: 1) rochas metavulcano-sedimentares, da
Associação Metamórfica do Alto Tererê; 2) Suíte Plutono-Vulcânica Ácida, do Grupo
Amoguijá; 3) Faixa de Dobramentos Paraguai-Araguaia — Grupos Cuiabá, Corumbá e
Jacadigo. Os terrenos paleozóicos estão representados pela Formação Coimbra, e os
mesozóicos pela Formação Serra Geral e pelo Grupo São Bento. Por fim, expressivas
coberturas quaternárias estão relacionadas à planície do pantanal (Godoi et al., 2001).
10
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
11
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
15
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.2.3 SOLOS
2.2.4 FAUNA
16
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.2.3 VEGETAÇÃO
17
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
A - Savana
18
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
É caracterizada por ser uma fisionomia estritamente campestre, formada pelo estrato
graminóide entremeado de vegetais arbóreos raquíticos esparsos. Por vezes, observa-se
a existência de tufos de vegetação arbórea, com destaque para as espécies: lixeira
19
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Esta formação abrange os Campos de Várzeas que revestem o leito maior do rio
Paraguai e seus afluentes, inundados todos os anos na época das enchentes (Pereira,
2009).
Este nome foi adotado para definir a vegetação neotropical de cobertura arbórea
estépica, em geral com plantas lenhosas, baixas e espinhosas, associadas a um campo
graminoso, savanícola. Assim a Savana Estépica é uma região ecológica constituída por
elementos fanerófitos, cactáceos e lenhosos camefíticos espinhosos, sobre um tapete
graminoso hemicriptofítico entremeado de ervas terófitas, muitas vezes abrigando
florestas-de-galeria (Pereira, 2009).
20
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Esta região foi dividida em quatro fisionomias: Savana Estépica Arbórea Densa,
Savana Estépica Arbórea Aberta, Savana Estépica Parque e Savana Estépica Gramíneo-
lenhosa (Pereira, 2009).
21
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
22
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Taub., ipês amarelo e roxo Tabebuia spp., jequitibá Cariniana estrellensis, bálsamo
guaritá Astronium graveolens Jacq. e pau-marfim Balfourodendron riedelianum (Engl.)
(Pereira, 2009).
Esta formação está restrita à Serra da Bodoquena. Apresenta mais de 60% de suas
plantas decíduas durante a época desfavorável. É dominada por ecótipos savanícolas e
florestais mesofanerófitas, sendo constituída por gêneros afro-amazônicos e andino-
argentinos, com destaque para Pterodon pubescens, Plathymenia reticulata, Guarea
kunthii, Qualea sp., Chorisia speciosa, Psidium, Vitex sp., Cocoloba sp. e Terminalia
sp. (Pereira, 2009).
23
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
E - Formação de Transição
Há diversas comunidades vegetais com domínio nítido de uma espécie. Neste caso,
a comunidade toma o nome da espécie dominante. As mais conhecidas comunidades
vegetais são: Canjiqueiral, com dominância de Canjiqueira Byrsonima intermedia
(Malpighiaceae), Carandazal, com dominância do carandá Copernicia Alba (Palmae),
Paratudal, com dominância de paratudo Tabebuia caraiba (Bignoniaceae), Gravatal,
com dominância de gravatá Bromélia balansae (Bromeliaceae), Caronal, com
dominância de capim-carona Elyonurus muticus (Graminae) e Pirizal, com dominância
de piri Cyperus giganteus e Scirpus validus (Cyperaceae) (Pereira, 2009).
G - Ecótono
H - Encrave
24
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Na região Sudoeste, partindo do rio Paraguai rumo a Leste, até a Serra de Maracaju,
padrões de cobertura vegetal nativa vão se tornando cada vez mais escassos e as
coberturas de uso (agropecuária e pastagens), mais freqüentes. A Leste do rio Paraguai,
as formações pioneiras de influência aluvial transicionam para uma vegetação
tipicamente chaquenha, classificada em quatro formas de savana estépica (florestada,
arborizada, parque e gramíneo-lenhosa). Ao se aproximar da Serra da Bodoquena (Sano,
2007), as manchas de vegetação tornam-se menos estépicas e as mesmas classes
aplicáveis à savana estépica são encontradas na savana (florestada, arborizada, parque e
gramíneo-lenhosa).
2.2.4 CLIMA
25
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.2.5 HIDROGRAFIA
O Mato Grosso do Sul possui cerca de 2/3 de área do Pantanal, considerada a maior
planície inundável do mundo. O Estado abrange duas das doze Regiões Hidrográficas
do Brasil, conforme a Resolução nº 32/2003 do Conselho Nacional de Recursos
Hídricos: a Região Hidrográfica do Paraguai, a oeste, e a Região Hidrográfica do Rio
Paraná, a leste. A Serra de Maracaju, que se estende de nordeste a sudoeste, é o grande
divisor de águas no Estado de Mato Grosso do Sul e delimita duas paisagens bem
distintas do ponto de vista físico, cada uma delas correspondendo ao segmento das duas
grandes bacias hidrográficas existentes no território sul-matogrossense (Broch, 2009).
No Mato Grosso do Sul, a Região Hidrográfica do Paraná ocupa uma área total de
169.488,662 km², o que representa aproximadamente 47,46% do território. Aí vivem
78,26% da população sul-mato-grossense. Os principais rios são o Aporé, Sucuriú,
Verde, Pardo, Ivinhema, Amambai e Iguatemi (à margem direita do rio Paraná). Trata-
se da bacia hidrográfica com o maior impacto ambiental. Os problemas referem-se às
emissões das indústrias instaladas e lixões, supressão de matas ciliares e das reservas
legais, processos erosivos e poluição das águas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos.
As áreas mais críticas encontram-se nas bacias do rio Pardo e do rio Ivinhema (Broch,
2009).
26
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
(Figura 5). Nessa situação encontram-se os rios Formoso, Prata, Salobra, do Peixe
(nascidos a Leste da Serra da Bodoquena), das Velhas, Roncador e Nioaque (nascidos a
Oeste da Serra de Maracaju).
Uma área úmida a oeste do espaço entre os fragmentos Norte e Sul do Parque
alimenta com suas águas a cabeceira do rio Perdido. O rio Salobra apresenta-se
temporário em seu curso inicial. Porém, cerca de 10km quilômetros após a nascente,
esse rio torna-se perene. Salobra e Perdido são os principais cursos d‘água do Parque
Nacional. O trecho superficial do rio Formoso dentro do Parque é temporário. Ele só se
pereniza fora da Unidade, após receber o aporte de uma caverna submersa, cujo fluxo de
água é originado no subsolo do Parque Nacional. Mais adiante, o rio Formoso corta uma
área úmida após a qual sofre um visível acréscimo de volume. São temporários os
córregos da cabeceira do rio da Prata, que se torna perene após penetrar em uma área
úmida fora do Parque (observações pessoais). O limite das áreas úmidas dos rios da
Prata, Perdido e Formoso coincide com as planícies de tufa descritas por Sallun Filho e
Karmann (2007). Assim, as águas por elas armazenadas podem ter percorrido terrenos
calcários a montante, parte deles dentro do Parque Nacional.
27
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
30
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
A região que veio a ser conhecida como Itatim ou província do Itatim (ou ainda
Nueva Vizcaya) localizava-se entre o rio Paraguai (a oeste), a Serra de Amambai (a
leste), o rio Apa (ao sul) e o rio Taquari (ao norte), ou seja, dentro do atual Mato Grosso
do Sul (Sousa, 2.002; Vieira e Sousa, 2.004).
1
Entre 1.580 e 1.640 vigorou a União Ibérica, em que a definição de fronteiras entre as duas nações foi na
prática suspensa. Os títulos de terras concedidos durante a vigência da união continuaram sendo
reconhecidos mesmo após a restauração
31
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
do Itatim era um ponto de contato de etnias guaranis (ou sob o julgo destes) com etnias
do chaco, das quais se destacam os guaicurus (Sousa, 2.002).
Após o fim das reduções, na área hoje brasileira da bacia do Paraguai, a província
do Itatim passou então a ser dominada por duas etnias da família ligüística Guaicurus:
os Mbaiás (ramo que originou os atuais Kadiwéu) e os Paiaguás (considerados extintos
no Brasil). Esses índios possuíam culturas guerreiras e expansionistas. Os Paiaguás
eram remadores, dominavam o conhecimento das vias aquáticas. Os Mbaiás eram
caçadores que no contato com os espanhóis foram dominando as técnicas da criação de
cavalos e a montaria. Firmavam com os povos dominados, entre eles os Terenas,
relações do tipo suzerania e vassalagem (Pechincha, 1.999). Por mais de um século,
contribuíram para conter o domínio branco, seja espanhol ou português, sobre essa vasta
região hoje pertencente ao Mato Grosso do Sul (Maldi, 1.997).
Grande parte do atual Mato Grosso do Sul torna-se então estratégica aos
portugueses, pois além de servir de rota para o acesso às regiões auríferas poderia
produzir bens que abasteceriam a população envolvida na mineração. Para tanto, os
portugueses deveriam superar a resistência da coroa espanhola e dos povos indígenas
hostis (Maldi, 1.997).
32
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
mineração se dava através das rotas monçoeiras. Entre 1719-1724 foi usado o seguinte
trajeto: a partir de Porto feliz (SP), passando pelo rio Miranda, o rio Paraguai e deste
para o rio Cuiabá. A partir de 1725, o roteiro monçoeiro sofreu alteração, passando do
rio Tietê para o Taquari, Paraguai e São Lourenço. Logo foi registrado o primeiro
ataque às monções, pelos Paiaguás, em 1725. Esses índios conheciam a região melhor
do que os brancos, contra quem aplicavam táticas de guerrilha (Maldi, 1.997).
2
Naquela época, presídio era uma espécie de forte militar.
33
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
34
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Uma lei provincial de 1.871 criou o município de Miranda, com terras abrangendo
as atuais áreas de Aquidauana, Campo Grande, Rio Brilhante, Dourados, Ponta Porã,
Nioaque, Bela Vista, Porto Murtinho, Guia Lopes da Laguna, Bodoquena, Bonito,
Parnaíba, Jardim e Três Lagoas (Ferreira, 1.958).
35
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
novas terras. Suas influências no poder não cessaram durante a república. Outra
amizade frutífera é a que iniciou com Joaquim Murtinho, médico do então presidente da
república Deodoro da Fonseca.
36
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
A área onde hoje se encontra a cidade de Jardim foi sendo ocupada por fazendas de
gado a partir do século XIX. Em 1.938, a Comissão de Estradas de Rodagem n° 3, do
Ministério da Guerra, instalou ali um canteiro de obras para o trabalho de construção da
rodovia Porto Murtinho – Aquidauana (atual BR-267). Em volta do canteiro de obra,
foram loteados 40 hectares de terra, representando o nascimento do povoado que viria a
se constituir em um núcleo urbano. Dez anos depois, Jardim foi levado à categoria de
distrito do município de Bela Vista (por sua vez, originado de Miranda). Em 1.953,
Jardim ganhou a autonomia em relação à Bela Vista (Ferreira, 1.958).
37
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
conhecido como Vila Campão (hoje sede de Bodoquena). Em 1.980, foi desmembrado
de Miranda o atual município de Bodoquena.
Conforme se deduz do relato acima, as cidades mais antigas do então Mato Grosso
Meridional tem sua origem no fim do século XVIII. Até o século XIX, a população
indígena representou a principal contribuição para a formação das áreas urbanas e para a
produção rural. Com o estabelecimento da maioria dos municípios no século XX, o
Mato Grosso (posteriormente dividido) atraiu migrantes de tal sorte que sua população,
de 118.025 habitantes em 1.900 (IBGE, 1.986), passou a 2.297.981 no Mato Grosso do
Sul e a 2.803.274 no Mato Grosso em 2.000 (IBGE, 2.007).
38
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
madeira por suas andanças. A mudez do andarilho não impediu a população de lhe
atribuir curas, milagres e profecias. Outra de suas realizações teria sido o
aprisionamento de um minhocão ou serpente em uma caverna cuja entrada foi selada
com uma cruz, a violação da qual libertaria o monstro e sujeitaria os bonitenses a
conseqüências apavorantes. A eficiência nas curas e o apelo popular despertaram a
inimizade de políticos, párocos, médicos e farmacêuticos. Os opositores conseguiram
capturar Sinhozinho e assassiná-lo cruelmente. Seu corpo foi esquartejado em várias
partes, cada uma jogada em um rio da região, fato a que se atribui a clareza de suas
águas. Todos os anos, no dia 12 de outubro, uma procissão parte de Bonito rumo à
capela do Sinhozinho (situada na beira do rio Mimoso, a cerca de 12 km).
39
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
segunda mais populosa, vivem principalmente Terenas e até hoje é possível identificar
traços de uma relação de vassalagem peculiar com os Kadiwéu.
40
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
41
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Os problemas ambientais das grandes lavouras são bem conhecidos e não são
exclusividade do entorno do Parque Nacional. Digno de nota são os indícios da
destruição de pequenas áreas úmidas (nascentes) e o assoreamento dos cursos de água.
O impacto ambiental do uso de agroquímicos e das lavouras sobre o rio Perdido deverá
ser alvo de estudos sistemáticos quando da implementação deste Plano de Manejo, já
que até hoje nunca ocorreram de modo satisfatório (observações pessoais).
42
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Na década de 70, uma importante atividade agrícola da região foi o plantio do café
(também por estímulo governamental) entre o fragmento norte e a Reserva Kadiwéu.
Hoje, observam-se pastagens ou capoeiras onde antes havia cafezais e todos os cursos
de água que cortavam as áreas cafeicultoras estão degradados a montante do Parque
(Almeida, 2.005; observações pessoais).
Pequenas lavouras estão dispersas no entorno do Parque, quase sempre nas pequenas
propriedades e lotes de assentamentos. Observam-se plantios permanentes, como
banana, limão, manga e laranja, e temporários, como algodão, arroz, cana-de-açúcar,
feijão e mandioca (IBGE, 1996). Estão presentes nos assentamentos Santa Lúcia e
Campina, ambos apresentando relevo plano e solos mais profundos. Os principais
problemas ambientais das pequenas lavouras são a sua instalação preferencial junto aos
cursos de água e o uso do fogo para o preparo do solo, no caso das temporárias. Nos
assentamentos Guaicurus e Canaã, com solos rasos e relevo acidentado, sobressai-se a
pecuária (observações pessoais).
4
Na estação seca (inverno), é fornecida suplementação nutricional que varia de acordo com os recursos
do produtor e visa a evitar as perdas de rezes por falta de alimento, já que muitas não sobreviveriam à
estiagem.
43
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
O acesso do gado à água é outro aspecto da pecuária que gera problemas ambientais.
A maioria dos cursos de água que nascem fora do Parque Nacional da Serra da
Bodoquena e correm para o seu interior apresentam degradação causada por atividades
antrópicas (Figura 6). Em várias fazendas, houve a supressão total da mata ciliar de
pequenos córregos, com a construção de açudes em seqüência sobre os seus leitos de tal
sorte que hoje em dia é difícil saber se algum dia foram perenes ou qual o período em
que apresentavam água. Pequenos brejos foram drenados ou escavados de maneira a
aumentar a área de pastagens ou para disponibilizar água ao gado. Nos rios de barrancos
íngremes, abriram-se rampas para a dessedentação do rebanho (Figura 7). Não raro, a
jusante desses bebedores desenvolvem-se atividades ecoturísticas.
44
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
No Centro-Oeste, a urbanização não se deu só pelo êxodo rural local, mas também
pelo fluxo migratório de outras regiões brasileiras. Na região do Parque, observa-se que
até 1980 predominava a população rural, com exceção de Jardim (Tabela 3), que desde
o recenseamento de 1960 apresentou uma progressão no crescimento urbano (MPOG,
IBGE, 2.007). A partir dos anos 70, a população rural passou a declinar em Bonito,
Jardim e Porto Murtinho (figura 8).
49
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Tabela 3: evolução da população rural e urbana nos municípios onde se localiza o Parque
Nacional da Serra da Bodoquena, entre 1.950 e 2.000. A cada ano especificado na primeira
coluna, correspondem três linhas indicativas do número total de habitantes por domicílio (1ª
linha de cada ano) por município, das respectivas taxas dos domicílios em relação à população
total (2ª linha) e da população total de cada município (3ª linha).
ANO MUNICÍPIO BODOQUENA BONITO JARDIM PORTO
MURTINHO
Domicilio Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural
1950 Habitantes Criado em 1.985 483 3.877 1.096 1.495 2.806 5.630
% 11,08 88,92 42,30 57,70 33,26 66,74
Total 4.360 2.591 8.436
1960 Habitantes 863 4.929 4.054 2.007 4.443 4.641
% 14,90 85,10 66,89 33,11 48,91 51,09
Total 5.792 6.061 9.084
1970 Habitantes 1.563 6.350 7.102 3.358 4.834 6793
% 19,75 80,25 67,90 32,10 41,58 58,42
Total 7.913 10.460 11.627
1980 Habitantes 5.110 5.904 11.038 2.784 5.099 6.589
% 46,40 53,60 79,86 20,14 43,63 56,37
Total 11.014 13.822 11.688
1991 Habitantes 4.125 3.995 10322 5.221 17.601 1.724 6.184 6.624
% 50,80 49,20 66,41 33,59 91,08 8,92 48,28 51,72
Total 8.120 15.543 19.325 12.808
2000 Habitantes 5.223 3.144 12.928 4.028 20.953 1.589 8.339 4.977
% 62,42% 37,58% 76,24% 23,76% 92,95% 7,05% 62,62% 37,38%
Total 8.367 16.956 22.542 13.316
Fonte: IBGE, 2.007
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
BODOQUENA Rural
20000
BONITO Urbano
15000
Habitantes
BONITO Rural
JARDIM Rural
5000
PORTO MURTINHO
Urbano
0 PORTO MURTINHO Rural
1950 1960 1970 1980 1991 2000
Figura 8: o gráfico utiliza os dados da tabela 3 para ilustrar o crescimento populacional nas
zonas urbana e rural de cada município onde o Parque Nacional possui área. Todos os
municípios tem apresentado decréscimo na população rural desde os anos 70 (Bonito, Jardim e
Porto Murtinho) ou 90, no caso de Bodoquena, criado nos anos 80.
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Tabela 4: para cada um dos quatro municípios é exibida a população total acima e
abaixo de 10 anos (neste caso indicando-se, entre parênteses, a taxa dessa faixa etária
sobre a população total), assim como o total de indivíduos acima de 10 anos
alfabetizados e as taxas de alfabetização e analfabetismo da população com mais de 10
anos de idade.
MUNICIPIOS BODOQUENA BONITO JARDIM PORTO
MURTINHO
Residentes acima de 10 anos 6.517 13.385 17.786 9.914
Residentes abaixo de 10 anos (% 1.850 (22,1%) 3.571 (21,1%) 4.756 (21,1%) 3.402 (25,5%)
da população total)
POPULAÇÃO ALFABETIZADA 5.533 11.905 15.988 8.345
(Residentes acima de 10 anos)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO % 84,9 88,9 89,9 84,2
Acima de 10 anos
Taxa de analfabetismo % 15,1 11,1 10,1 15,8
Acima de 10 anos
Fonte: IBGE, 2007
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
6000
5000
4000
3000
2000
Bodoquena
1000
Bonito
0 Jardim
Porto Murtinho
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Outro - - 1 3,45 - - - -
escoadouro
Não existe 4 11,43 - - 2 16,67 1 5,56
Privada
3. Destino do Enterrado ou 2 5,71 3 10,34 - - 4 22,22
Lixo jogado
Queimado 31 88,57 25 86,21 12 100,0 14 77,78
0
Outros 2 5,71 1 3,45 - - - -
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
30
25
20
15
10
5 Canaã
0
Campina
Sta. Lúcia
Guaicurus
Classe
Figura 10: gráfico ilustrativo das classes de abastecimento de água e destinação de esgoto e lixo
adotados nos domicílios em cada assentamento rural situado a até 10 km do PNSB
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Com a criação do Parque, a região da Serra da Bodoquena ficou mais evidente. Uma
equipe de servidores passou a trabalhar na Unidade e, seis meses por ano, o Parque
conta com o reforço de uma brigada de combate a incêndios. Soma-se a isso o
monitoramento remoto dos focos de calor. O poder público começou a abordar o
problema dos incêndios florestais pela primeira vez na Serra da Bodoquena. Duas
ONGs (a Fundação Neotrópica do Brasil e o Instituto das Águas da Serra da
Bodoquena) passaram a conduzir projetos no entorno do Parque Nacional, aumentando
o monitoramento da área de influência do Parque. A promotoria de Justiça de Bonito,
em ações pioneiras, seguidas por outras promotorias, passou a estimular uma série de
ações voltadas à adequação ambiental de atividades econômicas. Indiretamente, todos
esses fatos podem ter contribuído para o aumento do controle sobre as práticas em
desacordo com a legislação ambiental, comparando-se ao panorama anterior à criação
da Unidade de Conservação.
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
Segundo a pesquisa, 42% dos grandes e médios proprietários rurais pensavam que a
situação poderia melhorar com a criação do Parque. O diagnóstico sócio-econômico
encontrou uma freqüência maior de sentimentos positivos no grupo de grandes
produtores rurais. Dos entrevistados, 71,4% afirmaram que houve benefícios com a
criação da Unidade, como por exemplo: ganhos coletivos na preservação ambiental,
contribuição para preservação da serra, da fauna e da flora, além de contribuição para a
prevenção e controle de incêndios, assessoria em assuntos específicos e status por ter
propriedade vizinha a um parque. Somente 28,6% dos participantes alegaram que não
houve nenhum benefício da criação do Parque.
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
A entrevista junto a 94 assentados procurou ainda saber qual seria na opinião deles o
principal ganho com a criação do Parque: 30,9% não souberam dizer; 28,7%
responderam ―ajudar a preservação ambiental‖; para 26,6% o ganho seria criar postos
de trabalho; e 13,8% deram outras respostas ligadas à preservação.
62
Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.7.1 ECOTURISMO
Dos quatro municípios onde se encontra o PNSB, Bonito funciona como pólo
regional de ecoturismo, atraindo a maioria dos visitantes. O turismo é considerado a
segunda atividade econômica de Bonito após a pecuária. A revista Viagem e Turismo
escolheu Bonito como o melhor destino de ecoturismo no Brasil por seis anos
consecutivos.
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Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena
Encarte 2 – Descrição da Região da UC
É óbvio que passeios sem licença não seguem os critérios técnicos de implantação
de infra-estruturas como trilhas, banheiros e decks, além de a operação poder ser lesiva
ao meio ambiente. Não se limita uma capacidade de carga. O monitoramento ambiental
nem sempre é adequado. Mesmo nos passeios licenciados, as exigências do licenciador
podem ser subjetivas e contraditórias. Além disso, a fiscalização é ineficiente. Nos
feriados – períodos de pico da visitação – não se organizam com freqüência forças-
tarefa para fiscalizar o cumprimento dos condicionantes das licenças, como a
capacidade de carga e a manutenção das trilhas. Dentre os feriados, o carnaval e o ano
novo constituem os maiores picos de visitação. Nessas duas épocas, determinados
balneários ultrapassam em 15 vezes a capacidade de carga. Nos empreendimentos sem
licença, a situação é pior.
Assim, não se encara de maneira sistêmica o cuidado com o meio ambiente que é
divulgado Brasil afora. Alguns dos atrativos devidamente licenciados enquadram-se
nesse ideal, mas não são a regra. Muito do ecoturismo pode ser mais impactante do que
se costuma supor e por isso, ajustes no processo de licenciamento e nos
empreendimentos são necessários para que a atividade não entre em decadência.
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
2.7.2 ARTESANATO
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2.7.3 RECICLAGEM
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2.7.6.2 Ecopousadas
2.7.6.4 Agroflorestas/Permacultura
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
seleção de espécies arbóreas para o plantio nas pastagens pode representar aumento da
produtividade na pecuária e fonte de renda da exploração da madeira após alguns anos.
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2.8.3.1 Bonito
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Tabela 8: Hospitais, leitos hospitalares, leitos cirúrgicos, leitos obstétricos, leitos de clínica
médica, leitos psiquiátricos e leitos de pediatria segundo município
LEITOS
MUNICÍPI HOSPITA
Hospitalares Cirúrgicos Obstétricos Clínica Psiquiatrico UTI Pediátricos
O IS
Médica s
TOTAL 4 118 23 29 43 4 19
Bodoquena 1 23 4 6 9 1 3
Bonito 1 36 9 10 8 1 8
Jardim 1 39 7 7 19 1 5
Porto 1 20 3 6 7 1 3
Murtinho
Fonte: DATASUS (http://www.datasus.gov.br)
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Tabela 10: Agências e guias de turismo na Serra da Bodoquena até dezembro de 2002
Município Guias Formados Agências
Bonito 138 24
Jardim 75 04
Bodoquena 03 01
Total 216 51
Fonte: MPE/FUNBIO, 2002.
Bonito é servida por um aeroporto inaugurado em 2004, com vôos duas vezes por
semana vindos de Campo Grande.
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
As polícias civil e militar estão presentes nos 4 municípios, que contam ainda com
patrulhamento de batalhões de polícia militar ambiental: 2o Pelotão em Jardim, 3o
Pelotão em Porto Murtinho e 4a Companhia em Bonito; Bodoquena é servida pela 2a
Companhia localizada no município de Miranda. Em Jardim e Porto Murtinho, existem
instalações do exército e, no caso deste último, da Marinha.
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2.9.6.1 Governamentais
No Brasil, seu primeiro projeto de conservação teve início em 1988 para proteger o
maior primata das Américas, o muriqui ou monocarvoeiro Brachyteles arachnoides. A
CI-Brasil possui sede em Belo Horizonte (MG) e escritórios em Brasília (DF), Belém
(PA), Campo Grande (MS), Salvador (BA) e Caravelas.
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Encarte 2 – Descrição da Região da UC
recuperação desse rio, assim como realizar atividades educativas junto aos proprietários
ribeirinhos. No final de 2003, os sócios, a fim de ampliar o escopo de atuação da
Associação, decidiram transformá-la em uma entidade chamada Instituto das Águas da
Serra da Bodoquena. Hoje, o Instituto conta com aproximadamente 52 sócios, entre eles
proprietários rurais e pessoas jurídicas preocupados com a questão ambiental.
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O PROJETO ANIMA vem atuando em Mato Grosso do Sul desde 1997. Um dos
principais trabalhos desenvolvidos foi a mobilização de todo município de Bodoquena
para a discussão a respeito do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, através de
reuniões e palestras sobre a importância de se preservar a área. Elaborou também o
diagnóstico sócio econômico físico e ambiental do município; fez levantamento do
potencial ecoturístico deste, com descrição física das áreas e propostas de uso adequado
para as mesmas; elaborou uma pré agenda local; em parceria com o IBAMA, fez o
levantamento das grutas e cavernas nos assentamentos; elaborou e implantou o projeto
Mãos na Massa, que visa a contribuir na formação integral de crianças e adolescentes;
promoveu cursos de formação para artesãos com objetivo de criar alternativas para o
uso dos recursos naturais de forma não predatória. Atua em parceria com o Idaterra em
trabalhos voltados às questões sócio-ambientais e, com a FUNAI, no território indígena
Kadiwéu.
Atualmente dividida entre oficina de artesanato e sala verde, a Brazil Bonito (com
―z‖ devido a seu principal patrocinador e fundador ser partidário da numerologia) foi
criada inicialmente para capacitar a população carente na confecção de produtos a partir
de resíduos. Em 16 de Setembro de 2002, a oficina virou ONG. A prática de geração de
renda através do artesanato com material descartado busca atender questões sociais e
ambientais. Conduz ações de Educação Ambiental junto à rede escolar e organiza,
mediante agendamento, oficinas de fabricação de papel reciclado com quaisquer grupos
interessados.
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ECOA
Foi uma das ONGs mais atuantes em prol da criação do Parque Nacional da Serra da
Bodoquena. A ECOA associa investigação cientifica e ação política, envolvendo
comunidades, instituições de ensino e pesquisa, instituições governamentais e outras
organizações não governamentais. Como ferramentas, promove campanhas e processos
de diálogos multisetoriais para criar espaços de reflexão, negociação e decisão frente a
questões prioritárias para a conservação ambiental e a sustentabilidade.
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2.10 REFERÊNCIAS
1. ALHO, Cleber J. R.; SABINO, José; ANDRADE, Luciana Paes de. O Papel do
Turismo para a Conservação dos Recursos Hídricos: o caso de Bonito, em Mato Grosso
do Sul. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 27, 2.006, São Paulo.
Anais... Porto Alegre: ABRH, 2.006. Disponível em:
<www.bonitobrazil.com.br/fotos/arquivos/42.pdf>. Acesso em mai. 2.009.
2. ALMEIDA, Fernando Flavio Marques de. Geologia da Serra da Bodoquena (Mato
Grosso), Brasil. Boletim da Divisão de Geologia e Mineralogia, DNPM, 1965, Rio de
Janeiro, n. 219, 96 p.
3. ALMEIDA, Márcia Ajala. Política de desenvolvimento e estruturação do espaço
regional da área da Bodoquena em Mato Grosso do Sul. 2.005. Orientador: Eliseu
Savério Sposito. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente. 2.005
4. ALVARENGA, S.M.; BRASIL, A.E.; Del‘Arco, D.M. Geomorfologia. Folha SF-21 –
Campo Grande, In: BRASIL, Min. Das Minas e Energia-Secretaria Geral, Projeto
RADAMBRASIL. Rio de Janeiro, 1.982. v. 28, p. 23-124.
5. ARAÚJO H. J. T., SANTOS NETO A., TRINDADE C. A. H., PINTO J. C. A.,
MONTALVÃO R. M. G., DOURADO T. D. C.; PALMEIRA R. C. B., TASSINARI C.
C. G. Geologia, Folha SF. 21 – Campo Grande. In: BRASIL, Min. Das Minas e
Energia-Secretaria Geral, Projeto RADAMBRASIL. Rio de Janeiro, 1.982. v. 28, p.
23-124.
6. AVELINO, Paulo. Uma desconhecida história. (Resenha do livro: BIANCHINI, Odaléa
da Conceição Deniz. A Companhia Matte Larangeira e a ocupação da terra do sul
de Mato Grosso (1880-1940). Campo Grande: Ed. UFMS, 2000. 264p.) Disponível
em: http://fla.matrix.com.br/pavelino/mattelarangeira.htm em outubro de 2.006. Acesso
em nov. 2.007.
7. BARCELOS, Artur H. F. Os Jesuítas e a Ocupação do Espaço Platino nos séculos XVII
e XVIII. Revista Complutense de Historia de América, Madrid, n.26, p. 93-116,
2.000.
8. BOGGIANI, P.C.; COIMBRA, A.M.; GESICKI, A.L.; SIAL, A.N.; FERREIRA, V.P.;
RIBEIRO, F.B.; FLEXOR, J.M. Tufas Calcárias da Serra da Bodoquena. In:
SCHOBBENHAUS, C.; CAMPOS, D.A.; QUEIROZ, E.T.; WINGE, M.; BERBERT-
BORN, M. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. 1999. Disponível
em: http://www.unb.br/ig/sigep/sitio034 /sitio034.htm. Acesso em mai. 2.007.
9. BOGGIANI, Paulo César. Serra da Bodoquena: Parque Nacional ou APA? Instituto de
Geociências da Universidade de Brasília, 1999. Disponível em:
http://www.unb.br/ig/pvista/ParqueSerraBodoquena.htm. Acesso em 10 jun. 2.009.
10. BRANT, Sérgio. Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
11. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.
Plano de conservação da Bacia do Alto Paraguai, pantanal: diagnóstico dos meios
físicos e bióticos. Brasília, DF, 1997
12. BROCH, Synara Olendzki. Recursos Hídricos. In: YONAMINE, Sérgio Seiko (Coord.
Geral). Zoneamento Ecológico-Econômico do Mato Grosso do Sul: Contribuições
Técnicas, Teóricas, Jurídicas e Metodológicas. Campo Grande, 2009, Vol. 1.
Disponível em: <http://www.semac.ms.gov.br/zeems/>.Acesso em 10 fev. 2010.
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