Diagnóstico Pdu 2006
Diagnóstico Pdu 2006
Diagnóstico Pdu 2006
DPUR-FAU-UFRJ
Coordenador: Profa. M. Sc. Ione Machado da Silveira
Prof. Dr. Luiz Manoel Cavalcanti Gazzaneo
Prof. M. Sc. Luis Cesar Peruci
Prof. Raimundo Orler Nunes
Graduando FAU – UFRJ - Anderson da Silva
Graduando FAU – UFRJ – Dominique Nóbrega Zebedeu
Graduando FAU – UFRJ – Giselle Baldansa Loureiro
Graduando FAU – UFRJ – Juliana Rodrigues Aleixo de Souza
Graduando FAU – UFRJ – Luciene de Jesus Lourenço
Graduando FAU – UFRJ – Marcio da Silva Coelho
Graduando FAU – UFRJ – Priscila Cordeiro Miranda
Setembro de 2006
INDICE GERAL
APRESENTAÇÃO 12
II. 1. Origens 25
IV. 3. Geomorfologia 55
IV. 5. Geologia 64
IV. 6. Pedologia 66
V. 3. Características Demográficas 83
V. 4. Características Imobiliárias 89
V. 4.1. Distribuição e condição dos Domicílios 89
V. 5. Uso do Solo 95
V. 5.1. Uso Comercial 97
V. 5.2. Uso Industrial 97
V. 5.3. Uso Institucional 98
V. 5.4. Uso Residencial 99
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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Bibliografia 167
Tabela 57: Valores do IDH e seus componentes em 1991 e 2000 .............. 148
Tabela 58: Evolução do ranking das Regiões Metropolitanas.................... 149
Tabela 59: Produto Interno Bruto por Setores (1.000 R$) ............................ 150
Tabela 60: Principais Lavouras em 2003........................................................... 151
Tabela 61: Principais Rebanhos em 2003 ......................................................... 152
Tabela 62: Empresas de Exploração Mineral................................................... 153
Tabela 63: Conselhos Municipais previstos em Lei....................................... 159
Tabela 64: Finanças Públicas............................................................................... 159
Tabela 65: Plano das Leituras Comunitárias ................................................... 162
Tabela 66: Plano das Leituras Técnicas............................................................ 163
Apresentação
COORDENAÇÃO GERAL
Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente
Secretária de Urbanismo Arq. Renata Evaristo Alvarenga
Guilherme Augusto Rocha – Superintendente de Urbanismo
Pedro Hugo Müller Xaubet – Superintendente de Meio Ambiente
Katia Monteiro – Superintendente de Licenciamento de Obras e Posturas-SLOP
Diego Souto Monteiro – Assessor Executivo
Ronaldo Goulart da Cunha – SLOP –Análise Técnica
Marcelo Moreira Lobo – SLOP - Cadastro Técnico
Bernadete Barroso Bento – Superintendente de Comunicação
Ygor Oliveira – Assistente Administrativo
Josemir Veloso de Oliveira – Procurador Geral do Município
Jaderval de Sá Rego Monteiro – Superintendente de Tributo
- Fiscais: Maria do Carmo Marconi
Janclar Lima Janhar
Rosa Luiza Janhar
Maycon Cardoso Berriel
Chaves
Secretaria Municipal de Saúde e Qualidade de Vida – Sec. Sandro dos Santos
Ronquetti
Secretaria Municipal de Educação – Sec. Ana Maria Ignácio dos Reis
Secretaria Municipal da Cultura – Sec. Walter Guedes de Almeida
Secretaria Municipal da Fazenda – Sec. Luiz Carlos Bittencourt Coelho
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da Família e do Trabalho – Sec.
Maria do Amparo V. Queiroz da Silva
Poder Legislativo:
Vereador Aldair Machado da Silva
Vereador Pedro Gomes
Representantes da Comunidade:
Associações de Moradores:
AMAPONTE – Ana Cristina M. Silva e Therezinha Ramos Abreu
AMI-Assoc. Moradores de Inoã – Humberto Braga
AMAVE – Inoã – Edward de Carvalho Montalvão
AMAB-Assoc. de Moradores do Bosque Fundo – Carlos Henrique Sarmento e Plínio
Silva Costa
Centro Comunitário de Itaipuaçu – Alberto Augusto M. Lima
CCIIn-Conselho Comunitário de Itaipuaçu e Inoã – Sergio Roberto Silva Santos
AMAJF – Rose Fernandes Castro e Leandro Gomes Gentil
APMIV-Assoc. Prop. e Moradores de Itaocaia Valley – Valdemir Pereira Tavares e
Carlos R. M. Teixeira
APALMA – Flávia Lanarc Coelho
AMABARRA – Cláudio Ramos
AMBARMA – Nikey Braga
Assoc.de Moradores da Restinga de Jaconé – Jorge Murilo
AMADOC – Antonio Sergio Carneiro
AMAPG – Assoc. de Moradores de Ponta Grossa – Paulo Muniz Borges
AMAJ-Assoc. de Moradores e Amigos de Jacaroá – Mara Ney
Assoc.Moradores dos Lot.Felipe da Laguna, Raphaville e Bairro do Retiro – Antonio
Sergio Carneiro
UNIAFRI –União Afro dos Irmãos –Cond. Santa Paula – Watusi Madeira
Outras entidades:
Assesi – Cláudio Braz de Souza e Odinei Mattos
OAB – Eusália Ferreira M.Ramos e Orlando Pessanha da Encarnação
CEPEI – Centro de Estudos e Projetos Estratégicos de Itaipuaçu:
Oscar Abritta Rodrigues
Maria Adelaide M. de S. Maués
Raymundo Adilson Maués
AMEA –Assoc.Maricaense de Engenheiros e Arquitetos - Adailton Jorge da Silva
MEI/MAMA/CCIIn – Regina do Couto Rabêllo
Radio Sideral – Vicente Silva
Jornal Exato/CEPEI - Alberto Gentile Filho
APEDEMA-RJ – Gerhard Sardo
Igreja Católica – Wolfgang Muller
Introdução
Fonte: www.ibge.gov.br.
A Região Metropolitana de Rio de Janeiro (RMRJ), desde que foi criada pela Lei
Fonte: DPUR
A Região dos Lagos, uma região turística que compreende os municípios banhados
pelas lagoas litorâneas do Estado compreende uma área de 2.308,5 Km², ou seja,
cerca de 5% da extensão territorial do estado. Possui, segundo dados do Censo IBGE
2000, 440.556 habitantes, o que representa aproximadamente 3% da população
estadual. A Região dos Lagos é formada por 7 municípios a saber: Maricá,
Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do
Cabo onde Maricá se configura como o seu portal de entrada um município onde se
opera a transição das funções metropolitanas com as funções de recreação e turismo.
II. 1. Origens
A ocupação do território do atual Município de Maricá remonta ao quarto quartel do
século XVI. Os historiadores têm duas versões para a origem do nome Maricá.
Segundo Teodoro Sampaio a palavra se divide em duas partes: Mari que significa
espinheiro e Caá que quer dizer Mata, respectivamente, e na região existiam muitas
acácias espinhosas em suas florestas. Por outro lado, segundo Macedo Soares, houve
uma corruptela da palavra Maracá, em face das vargens secas da planta Marie que
produzia um som parecido aos das maracás, uma espécie de chocalho que os índios
usavam em festividades guerreira.
As primeiras sesmarias foram concedidas na faixa litorânea compreendida entre
Itaipuaçu1 e as margens da Lagoa onde mais tarde seria erguida a sede do município.
Lembramos os primeiros requerentes e as respectivas datas de concessão, a saber:
Antônio de Mariz, Manoel Teixeira e Duarte Martins Moirão, nos anos de 1574,1578 e
1590, respectivamente. Posteriormente outras sesmarias foram concedidas aos
senhores João de São João, Gaspar Martins, Henrique de Araújo, Bartolomeu Afonso,
Gaspar Fernandes e Simão de Oliveira.
O historiador Eduardo R. Figueiredo salienta que em 1584 quando o padre José de
Anchieta partiu da Aldeia de São Barnabé de Cabuçu em companhia do padre Leitão e
de um número importante de índios com destino a Lagoa de Maricá atravessando a
serra de Itaitindiba já encontrou sinais de ocupação e colonização na região onde já se
encontrava as sesmarias que estavam sendo exploradas. Sua passagem pela região
foi marcada pela famosa Pesca Milagrosa, o maior feito realizado em Maricá pelo
grande apóstolo. O milagre aconteceu na Praia de Araçatiba, onde foi lançada a pedra
fundamental do marco que lembrará a todas as gerações o grande feito.
No século XVII, outras concessões foram feitas, beneficiando entre outros os senhores
Pascoal Martins em 1614, Diogo Martins Moirão em 1623, Miguel Carvalho em 1630, a
Ordem dos Beneditinos em 1635, e a Luiz Gomes Sardinha em 1651. A região foi
ocupada pelo desenvolvimento e a exploração das atividades extrativista, agrícola e
pastoril.
O maior pólo de desenvolvimento foi em São José do Imbassai. Os monges
beneditinos receberam em 31 de outubro de 1635 uma sesmaria com 1.750 alqueires
do Governador Rodrigo de Miranda Henrique denominado-a Fazenda de São Bento, a
maior propriedade da região. A Fazenda São Bento estava associada à de São
Salvador dos Campos de Goytacazes também dos beneditinos e um dos maiores
criadores de gado e fornecedor de carne da Capitania do Rio de Janeiro.
Posteriormente foi construída na região uma capelinha de Nossa Senhora do Amparo.
1
Todas as denominações são usadas neste relatório com a grafia atualizada.
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para vender nos mercados de Niterói e São Gonçalo. Da mesma forma, o município
também escoava sua produção de banana.
Por outro lado com a abolição da escravidão em 1888 a economia maricaense sofreu
um grande impacto face ao abandono das lavouras e a inexistência de mão de obra
para desenvolvê-las com o novo sistema de trabalho remunerado. O empresariado
local não havia se organizado para as mudanças previstas pelo processo abolicionista
que vinha sendo anunciado desde 1850.
2
Informações extraídas de Brum, 2004 e Lambraki, 2005
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3
Figueiredo, Eduardo Rodrigues. Grandeza e Decadência da Vida Rural de Maricá e Notas para a
História de Marica. Acervo da Prefeitura Municipal de Maricá
pai, Hugo Ferraz Porto, comprou esta fazenda, em meados do século XX para plantar
café. Sobre seus proprietários iniciais a única informação que se tem, é a de que esta
fazenda pertencia a João Antonio Monteiro que lá faleceu em 1866 e de que Manoel
Torres Braga se tornou seu proprietário no início do Séc. XX tendo a seguir sido
comprada por Hugo F. Porto das filhas de Ermenegídio, Inês e Francisca. Atualmente
pertence a Ricardo Vieira Filho. Os principais produtos desta fazenda eram o café, a
farinha de mandioca e cereais.
10-FAZENDA DO RETIRO – Nas suas terras haviam engenhos de açúcar e
plantações de café.
11-FAZENDA CASSOROTIBA – Cassorotiba significa “lugar onde há fartura de mato”
ou “planta que se atola e que saí da água abundante”. A origem da fazenda está na
sesmaria doada a Amaro Reis Tibau em 1696. Estando ele sempre ausente quem
tomou conta da fazenda, por mais de 50 anos, foi um capitão Jerônimo, célebre por
suas maldades. Inicialmente o principal produto era a cana de açúcar, e
posteriormente a produção de aguardente. João Elisiário da Cruz Pombo foi quem a
seguir tomou conta da fazenda construindo sua sede. Após o seu falecimento a
fazenda foi subdividida em várias partes. Em 1835 Alexandre Nunes da Costa Tibau
adquiriu a parte principal desta fazenda nela trabalhando e reformando a sede. A
fazenda permanece com seus herdeiros até 1975 quando Fernando Lourenço Costa
compra a Fazenda Cassorotiba. A fazenda está conservada, com as lembranças dos
tempos de outrora.
12-FAZENDA DO BOSQUE FUNDO – Esta fazenda foi fundada na primeira metade
do Século XVIII por João Luiz Barbosa que a adquiriu por desmambramento da
Fazenda de Cassorotiba. Nestas terras eram cultivados cereais e cana de açúcar, não
possuindo engenho até 1862. Mais tarde foi seu proprietário Joaquim Bernardino Alves
Ilustre e seu filho Emiliano Antunes Costa após o falecimento do pai. Abandonada
devido a crise econômica, sobreviveu do fabrico de aguardente. Em 1922 foi
subdividida em 5 partes, ficando uma das partes a Adalberto Antunes da Costa onde
se localiza a sede da fazenda.
13-FAZENDA ITAOCAIA – A história desta fazenda está ligada ao testemunho de
Charles Darwin que teria passado por ela com sua comitiva em 1832. “A descrição do
local pelo cientista não deixa dúvidas afirmando que a fazenda ficava perto da colossal
pedra revestida por matas seculares, e existia um quilombo formado por negros fujões
das fazendas que ali se abrigavam.” A fazenda em estilo colonial também possui uma
capela anexa e um engenho aonde se encontram os cones usados para o melado.
Verifica-se a partir de 1850, como proprietário o Sr. João Nunes da Costa Tibau que a
vendeu para João Belisiário de Almeida. Depois de arrendada durante anos, tornou-se
produtiva nas mãos de Joaquim Fernandes Ribeiro. Recentemente a fazenda
sobrevive sendo alugada para festas.
14-FAZENDA DE INOÃ – Quanto à sua origem, sabe-se apenas que foi fundada aos
fins de Século XVII e início do XVIII assim como a do Taquaral, Cassorotiba e Itaocaia.
Como as demais propriedades possuía um engenho de açúcar e de aguardente em
pleno funcionamento, com grande produção de farinha de mandioca e cereais e um
amplo paiol onde passava a linha da estrada de ferro e onde foi construída a
respectiva estação. Consta que em 1863 era sua proprietária Dona Antônia Rosa do
Espírito Santo que depois vendeu à Vicente Adrião Ferraz. A partir de então foi
sucessivamente vendida em 1888, 1895, 1906 e 1912 quando então ficou dividida em
duas partes. Por força do destino esta fazenda foi novamente integralizada em 1923
tendo como proprietários os irmãos Pollo, Roberto e Mário, organizadores da
Companhia Cerâmica de Inoã. “Loteada ou mesmo invadida, forma hoje a localidade
de Inoã.”
15-FAZENDA BANANAL – Esta fazenda teve seus dias de glória quando era a maior
produtora de bananas. A origem da fazenda remonta ao início do século XIX quando o
alferes Antônio Joaquim Soares e sua jovem esposa D. Antônia Reginalda herdaram
dos Frades do Mosteiro de São Bento uma porção de terras em mata virgem, próximo
ao povoado de Ponta Negra. A bananeira-do-mato era abundante na região por isso o
casal deu à fazenda a denominação de Fazenda do Bananal. O alferes morreu em
1812, deixando D. Reginalda viúva, com seis filhos. D. Reginalda passou a dirigir a
fazenda casando-se posteriormente com o também viúvo José Rodrigues Ferreira. Em
1835 foi concluída a construção de uma capela ao lado da casa da fazenda. Em 1932
a fazenda foi dividida, uma parte denominada de Bananal Pequeno ou Bananal Baixo
ficou com Joaquim Mariano de Azevedo. A parte do Bananal de Cima pertenceu em
1834 ao filho de Reginalda chamado de Luiz Manoel. Posteriormente um dos Macedo
Soares, doou ao seu afilhado Horácio Gomes Leite de Carvalho a Fazenda Bananal.
Após o seu falecimento sua mãe, D. Lili de Carvalho, então esposa do empresário
Roberto Marinho, confiou ao arquiteto Oscar Niemeyer o planejamento para a divisão
A maior parte da área loteada, mais de cinqüenta por cento dela, situou-se no Distrito
Sede com 2.782.020,17 m² (278 ha). Em seguida o terceiro distrito - Inoã abrigou
quase um quinto da área loteada, 1.245.773,77 m² (125 ha). O quarto distrito –
Itaipuaçu com cerca de um sexto da área total com 907.430,55 m² (91 ha) e o segundo
distrito – Ponta Negra com um pouco mais de um oitavo da área total, isto é,
654.720,67 m² (65 ha).
Composição espacial da área loteada na década de noventa:
1-Trinta e dois no Distrito Sede com uma área de 2.782.020,17 m² (278 ha).
Doze na parte central perfazendo um total de 448.530,00 m²;
Oito à beira da Lagoa perfazendo um total de 1.040.835,19 m²;
Quatro ao norte da RJ 106 perfazendo um total de 496.101,64 m²; e
Oito ao longo da RJ 106 perfazendo um total de 796.553,34 m².
2-Cinco no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 654.720,67 m² (65
ha);
3-Vinte e quatro no terceiro Distrito – Inoã, perfazendo um total de 1.245.773,77 m²
(125 ha);
4-Quatro no quarto Distrito – Itaipuaçú, perfazendo um total de 907.430,55 m² (91 ha);
Século XXI – 1ª Década
A partir do ano 2000 até 2005, foram aprovados 25 parcelamentos permanecendo a
ênfase nos condomínios o que totalizou 2.290.157,47 m² (229 ha), isto é praticamente
a metade da área parcelada em toda a década de 90, mantendo-se então o mesmo
ritmo de parcelamento urbano do solo municipal.
Um pouco mais metade desta área, 1.194.041,12 m² (119 ha) está localizada no
Distrito Sede. O terceiro distrito de Inoã abriga cerca de um quarto do total da área
parcelada e o segundo – Ponta Negra a metade deste último. No quarto distrito de
Itaipuaçu só foi aprovado um parcelamento, o Condomínio Atlantic Blue em 2002.
Composição espacial da área loteada na primeira década do século XXI:
1-Nove no Distrito Sede com uma área de 1.194.041,12 m² (119 ha).
Três na parte central perfazendo um total de 60.179,76 m²;
Um à beira da Lagoa com uma área de 298.240,00 m²;
Três ao norte da RJ-106 perfazendo um total de 643.206,92 m²; e
Dois ao longo da RJ 106 perfazendo um total de 192.414,44 m².
2-Cinco no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 389.965,53 m² (39
ha);
3-Dez no terceiro Distrito – Inoã, perfazendo um total de 688.288,63 m² (69 ha);
4-Um no quarto Distrito – Itaipuaçú, com uma área de 17.862,19 m² (1,8 ha).
A partir de 2006, os Governos Federal e Estadual começaram a desenvolver o projeto
de implantação do Pólo Petroquímico de Itaboraí, com vários efeitos promissores para
o Município de Maricá. A RJ 114 será reestruturada em toda a sua extensão – de
Maricá a Itaboraí, até a RJ 109 (ainda em projeto). Segundo a Petrobrás nos espaços
ainda disponíveis do Território do Município de Maricá, e devido a proximidade entre
os dois municípios Itaboraí e Maricá, as ofertas e oportunidades de habitações
deverão crescer nesta década, com a abertura de novos parcelamentos, o que poderá
trazer um reflexo positivo e impulsionador à economia maricaense.
A partir deste do gráfico da Tabela 04 podemos observar que dos 100% da área do
município, 41% correspondem a área rural4, assim determinado pelos setores
censitários rurais e 10% de superfície de água sendo os restantes 49% de área
urbana. Nestes 49% descontamos a APA da Restinga de Maricá correspondendo a
3,4% do total e as áreas acima da cota 100 referentes a Zona de Preservação da Vida
Silvestre na Serra da Tiririca, Pedra de Itaocaia, Serra do Caju, Serra de Jaconé e
Serra do Mato Grosso correspondendo a 7,8% do total. Como resultado, verificamos
que os parcelamentos que se sucederam a partir dos anos 40 até o ano de 2005 foram
4
Neste total de área rural estão incluídas todas as áreas acima da cota 100 nela localizados, o
que corresponde a maioria das áreas das serras limítrofes do município.
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6,7% Dec.40
10,0% 0,3%
0,8% Dec.50
9,5% Dec.60
0,1%
1,5% Dec.70
0,6% Dec.80
Dec.90
Séc.XXI
18,2% Área Urb.
41,0%
APA
ZPVS
3,4%
Área Rural
7,8%
Água
da Rodovia Amaral Peixoto vêm provocando esta mudança. Como veremos a seguir
muitos domicílios outrora de uso ocasional estão se tornando de uso fixo. Maricá vem
se transformando numa opção de moradia com alta qualidade ambiental e com alto
poder de atração turística.
Tabela 05: Crescimento Populacional
120.000
99.052
100.000
80.000
Habitantes
76.556
60.000 46.542
40.000 32.692
23.664
18.976 19.468
20.000
18.892
0
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2006
Censos do IBGE
Fonte: IBGE
Bens Tombados
5
Matriz de N.Sra. do Amparo Casa da Câmara e Cadeia Fazenda do Bananal³
5
Fotos do Site do INEPAC
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6
25ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO - Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e
Popular de 15 de novembro de 1989.
Capela de São José do Imbassai Centro de Manoel Ribeiro Farol de Ponta Negra
7
Fotos do Site da Prefeitura
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Maricá. Seria muito importante também preservar os locais a beira d´água onde se
encontram nichos religiosos para proteção dos pescadores e banhistas, moradores e
veranistas do município.
Nichos Religiosos
Conforme nos mostra o Mapa 09, dentre estes locais, alguns já foram preservados a
saber:
1-Parque Estadual da Tiririca através da Lei Estadual nº1.901 de 29/11/91 e do
Decreto Estadual nº18.598 de 19/04/93 ocupando 853,15 ha de área terrestre no
Município de Maricá e 171,78 ha de área marítima.
2-A Área de Proteção Ambiental-APA de Maricá através do Decreto Estadual nº7.230
de 23/04/84 que protege 909,76 ha abrangendo a área da Restinga de Marica, a orla
lacustre das lagoas de Maricá, da Barra, de Guaratiba, de Jacaroá, Lagoa do Padre e
de Guarapina além da Ponta do Fundão, da Ilha Cardosa e o entorno da Lagoa Brava.
A seguir foi feita a integração morfológica dos terrenos com os solos, vegetação
primária e demais temas para identificação das unidades geoambientais.
Fonte:CPRM-Embrapa
Baixadas (3ª)
Baixadas (3b2)
Estão isolados pela sedimentação fluvial nos baixos cursos dos principais rios.
Amplitudes topográficas inferiores a 50 m. Predominam Latossolos e Podzólicos
Vermelho-Amarelos Álicos. A vegetação original era composta por floresta
subcaducifólia. Tendência natural a serem ocupadas por pastagens e pequenos
fragmentos de mata e urbanizadas. A precipitação anual varia de 1200 a 2000 mm (no
sopé da Serra do Mar).
IV. 3. Geomorfologia
Fonte:CPRM
Essa situação física do território de Maricá nos levou, baseados nos estudos já
realizados e citados anteriormente, à identificação e mapeamento dentro dos sistemas
de relevos às seguintes unidades geomorfológicas:
Fonte:DPUR – 2006
O Relevo
5. Praia de Guaratiba
6. Praia de Ponta Negra
7. Praia de Jaconé
8. Praia das Amendoeiras (Lagoa de Maricá)
9. Praia do Imbassaí (Lagoa de Maricá)
10. Praia de Itapeba (Lagoa de Maricá)
11. Praia de Araçatiba (Lagoa de Maricá)
12. Praia de Jacaroá (Lagoa de Guaratiba)
Fonte:DPUR - 2006
determinadas condições.
IV. 5. Geologia
Esse mapa geológico de Maricá, que estamos apresentando como parte integrante
deste diagnóstico, tambémm faz parte do Estudo Geoambiental do Estado do Rio de
Janeiro, desenvolvido pelo Serviço Geográfico do Brasil – CPRM, no sentido de
disponibilizar em meio digital, para o gerenciamento governamental, dados de
informações geológicas e dos recursos minerais com cobertura de todo o estado, e do
qual extraímos este mapa.
Mapa 15: Mapa da Geologia
Fonte: CPRM
Abreu (Meso-neoproterozóico).
MNps – Unidade São Fidélis – Complexo Paraíba do Sul
Granada – Biotita – Silimanita – Gnaisse Quartzo-Feldspático (metagrauvaca), com
bolsões e veios anatéticos in situ ou injetados de com composição granítica.
Intercalações de Gnaisse Calcissilicática e Quartzito freqüentes. Variedades com
Cordierita contatos transicionais com Granada Biotita Gnaisse. Horizontes de Xistos
grafitosos são comuns. Também ocorrem rocha calcissilicática, metacarbonática (Ca)
e Quartzito (qz). Em raros domínios com baixas taxas de strain, estruturas turbídicas
são preservadas (meso-neoproterozóico).
Qhml - Depósitos Praiais Eólicos e/ou Lagunares
Areias quartzosas esbranquiçadas, finas e médias, bem selecionadas, recobertas por
areias eólicas, na forma de depósitos eólicos. Mantiformes ou dunas transgressivas.
Estratificações cruzadas de pequeno e grande portes nas fácies eólicas. Depósitos de
areias marinhas holocênicos ocorrem de modo praticamente contínuo ao longo do
litoral estudado. A sua função varia muito em função da configuração do litoral
(cenozóico – quaternário).
Qhfl - Depósitos Flúvio-lagunares
Litologicamente, estes depósitos encontram-se registrados na área através de uma
extensa sedimentação superficial areno-lamosa, sobrejacente a camadas de areias
biodetríticas e sedimentos lamosos de fundo lagunar. Em algumas áreas pode-se ter a
presença de Turfas. Nos depósitos associados ao canal fluvial (depósitos residuais de
canais) ocorrem areias e cascalhos (cenozóico - quaternário).
Qpm - Depósitos Praiais Marinhos e/ou Lagunares
Areias quartzosas marinhas e/ou lagunares, de granulometria fina a média e coloração
acastanhada, recoberta por areias eólicas em matriz secundária composta por argilas
e óxido de ferro. São depósitos praiais marinhos ou lagunares de idade pleistocênica
que formam uma barreira única que fecha a laguna de Itaipu-Maricá (cenozóico -
quaternário).
Qc - Depósitos Colúvio-Aluvionares
Cascalhos, areias e lamas resultantes da ação de processos de fluxos gravitacionais e
aluviais de transporte de materiais de alteração de vertentes. Encontram-se
constituídos por material de espessura, extensão e granulometria variada, que envolve
desde argila até blocos de rocha e matacões provenientes de embossamento
(cenozóico - quaternário).
IV. 6. Pedologia
Foram utilizados os critérios estabelecidos pela Embrapa (1988), na individualização
das classes de solos identificados e mapeados neste trabalho, em relação ao
município de Maricá.
Como critério adicional, para distinção de unidades de mapeamento, foram também
empregadas fases visando a prover mais informações sobre as condições ambientais
da área, bem como subsídios para interpretação do potencial agrícola do solo do
município. No exame e diagnóstico foram considerados diversos atributos que
normalmente, e em proporções diferentes, dão suas contribuições que influenciam na
constituição dos solos e na sua identificação. Entre os diversos atributos
diagnósticados e nas condições já citadas, podemos enumerar material orgânico;
material mineral; saturação do complexo de troca (eutrófico = saturação por base igual
ou superior a 50%; distrófíco - saturação por bases inferior a 50%; álico saturação por
alumínio igual ou superior a 50%); atividade da fração argila, caráter sódico; mudança
textural abrupta; cerosidade; plintita; contato lítico; material sulfídricos; limites de cor
para latossolos e solos podzólicos.
Fonte: CPRM
Conforme pode ser visto no Mapa 16, foram identificados no município de Maricá e
mapeados os seguintes tipos de solos:
9
Santos, .......
10
Num estudo mais amplo, que se pretenda realizar, deve-se utilizar a “Tabela de Correlação” entre esta classificação
adotada e o atual “Sistema Brasileiro de Classificação de Solos”. Essa tabela consta dos estudos do Projeto do Rio de
Janeiro, já citado anteriormente.
Classe constituída por solos com horizonte B textual de coloração amarelada e baixos
teores de Fe2O3, geralmente inferiores a 70 g. /Kg, com predomínio de caulinita na
fração argila. São em geral profundos e bem drenados e apresentam seqüência de
horizontes do tipo A-Bt-C ou A-E-Bt-C. Em geral, ocorrem em relevo suave, com
rampas longas e por isso são bastante utilizados com cana-de-açúcar, pastagens e,
em áreas pouco amplas, com culturas de abacaxi e maracujá, entretanto apresentam
um certo potencial erosivo.
PODZOL HIDROMÓRFICO
Compreende solos minerais hidromórficos, em geral de textura arenosa, ao longo de
todo o perfil. Estão relacionados aos sedimentos arenosos de origem marinha que
constituem os cordões litorâneos dispostos em faixas subparalelas ao longo da costa.
Em sua maior parte, são recobertos por vegetação de restinga do tipo campestre ou
arbóreo-arbustiva. São utilizados, em geral, com pastagem natural de baixa qualidade,
além de pequenos plantios de coco.
GLEI HÚMICO
Os solos dessa classe distinguem-se por apresentar horizonte superficial mais
desenvolvido. São solos em geral mal ou muito mal drenados, com lençol freático
elevado na maior parte do ano, e seqüência de horizontes do tipo A-Cg ou H-Cg.
Ocorrem em áreas de várzea, principalmente nas grandes baixadas. Originalmente,
esses solos encontravam-se recobertos por vegetação de campo ou floresta de
várzea, hoje preservados apenas em poucos locais. Atualmente, são utilizados
principalmente com pastagens e alguma olericultura em áreas menores. Apresentam
características bastante diversificadas, com ocorrência de solos distróficos, eutróficos
ou mesmo álicos e argilas de baixa ou alta atividade. A composição textural é também
bastante variada, em razão da própria natureza dos sedimentos dos quais se
desenvolvem.
GLEI POUCO HÚMICO
Esses solos são muito semelhantes aos Gleis Húmicos, dos quais se diferenciam por
apresentarem horizonte superficial menos desenvolvido, do tipo A moderado
(Camargo et ai., 1987), com uma tendência geral a encontrarem-se em áreas
relativamente menos encharcadas, mas ainda com fortes restrições de drenagem.
SOLOS ALUVIAIS
Essa classe compreende solos minerais pouco evoluídos, desenvolvidos a partir de
Fonte: CPRM-Embrapa
fauna.
11
Índice de Qualidade dos Municípios CIDE 2001
A mesma consideração deve ser tomada também em relação às margens destes rios,
pois neste grupo, muitas destas margens já não possuem mais mata ciliar ao longo de
seu percurso, estando a malha urbana bem próxima a elas.
O terceiro grupo diz respeito às margens das lagoas e as ilhas num total de 9 lagoas e
9 ilhas conforme Tabela 08.
O quarto grupo refere-se à alguns setores urbanos onde, segundo o Censo do IBGE-
2000, o esgotamento sanitário está sendo feito em valas ou outros cursos de água.
Em Maricá, oito foram os setores detectados e situados 4 em Maricá, sendo 3 ao
longo do Rio Mumbuca e 1 em São José do Imbassaí mais 4 em Inoã, sendo 3
próximos ao Rio Inoã, um no Rio Taquaral.
O quinto grupo diz respeito também, a alguns setores urbanos onde, segundo o Censo
do IBGE-2000, o esgotamento sanitário continua sendo feito através de fossas
rudimentares. Foram detectados 20 setores nestas condições no primeiro distrito, 10
em Ponta Negra, 8 no distrito de Inoã e 7 em Itaipuaçu num total de 15 setores onde a
situação é crítica (>de 80% dos domicílios) como nos mostra o Mapa 20. 5 casos em
Itaipuaçu, 1 em Inoã, 3 casos no Distrito Sede e 6 em Ponta Negra.
O sexto grupo refere-se ao depósito de lixo existente no Município como é o caso do
Aterro Sanitário do Ipê Rosa, localizado no Caxito.
O sétimo grupo abrange os desmatamentos que estão destruindo a cobertura vegetal
das serras e onde foram detectados 14 pontos críticos já comentados no item IV.9 e
V.5.8.
O oitavo grupo diz respeito ao funcionamento da pedreira do SPAR em Inoã, onde
medidas de segurança devem ser reavaliadas e seus impactos analisados.
O nono ou último grupo diz respeito às autorizações para a extração de minerais no
território maricaense analisando os impactos destas atividades. 4 foram os casos
encontrados que merecem atenção.
A manutenção de um adequado equilíbrio entre o ambiente natural e o ambiente
urbano deve ser perseguida, para garantir um crescimento urbano com qualidade
ambiental, ou seja, um desenvolvimento sustentável.
Toda cidade abriga dentro de sua estrutura uma complexa rede de articulações
sociais, culturais e econômicas, configurando a imagem de uma entidade viva, sempre
em processo de transformação. Ela é o testemunho vivo do legado da história, por
apresentar em seu tecido, malhas diferenciadas e monumentos simbolicamente
significativos, marcas de um espaço e de um tempo. É nela que se desenvolve uma
vida artística e cultural intensa representada por seus moradores com suas
características peculiares, que ao se apropriarem deste espaço urbano, aí inserem
suas produções, seus desejos e aspirações e cuja mobilidade se traduz na verdadeira
essência da vida urbana.
Fonte: IBGE
Este espaço urbano portanto foi criado e se desenvolve em detrimento do espaço rural
outrora predominante. Como vimos no histórico, Maricá cresceu tendo como base a
atividade agropecuária desenvolvida por suas grandes fazendas. Hoje o quadro se
inverteu e são as atividades urbanas, principalmente serviços e comércio que
Fonte:IBGE 2000
12
Documentação do Arquivo – Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo– Censo
Demográfico -2000 – IBGE pag. 4
V. 1.3. Os Bairros
A divisão em bairros encontrada e delimitada pelo Plano de Desenvolvimento Urbano
para o Município de Maricá, aprovado pela Lei 463 de 17/12/1984, nos mostra a
existência de 37 bairros cobrindo toda a área urbana do município. Este abairramento,
conforme dito anteriormente é desconhecido pelo IBGE e portanto não orientou ou
serviu de base para a divisão dos setores censitários. A partir da pesquisa de campo e
visitas às comunidades observamos que este abairramento apresenta diversas
incompatibilidades seja em relação às delimitações, seja quanto a ausência de outras
comunidades nesta divisão não contempladas, tais como Pindobas, Cordeirinho,
Barroco, Flamengo e Morada das Águias. Algumas denominações por sua vez não
são reconhecidas pelas comunidades tais como Nossa Senhora da Conceição, Lagoa
do Padre e Bambu. O Município precisa rever e atualizar sua divisão em bairros.
Fonte:PDUM de 1984
13
Lei Orgânica Municipal Nº xxxx de 05/04/1990, Artigo 5º.
Algumas observações podem ser levantadas a partir destes dados, obtidos através da
planta cadastral da AMPLA (1998) e da foto de satélite Quickbird (Jun/2006).
Interessante observar, por exemplo, que a efetiva área urbana já ultrapassa a área
preservada do município. Que a área rural conforme o IBGE (Mapa 21) já está em
muito reduzida. Que muitos loteamentos ainda não saíram do papel e que muitos lotes
de antigos loteamentos ainda se encontram vazios.
V. 3. Características Demográficas
A população urbana com suas características básicas representa um dos
condicionantes básicos para se entender a estrutura urbana. Conhecer o seu perfil
significa conhecer também as necessidades da cidade, suas potencialidades e
fraquezas.
A densidade bruta de Maricá é da ordem de 210 hab./km² ou 2 hab./ha. Em termos
quantitativos, esta densidade não é considerada uma alta densidade, tendo em vista
que a respectiva taxa de conforto fica na ordem de 4.762 m²/hab. Convém lembrar no
entanto que Maricá, por ser um município de veraneio, possui uma população flutuante
da ordem de 52.206 veranistas14 que somados aos residentes daria no ano do censo
um total de 128.762 moradores e portanto uma densidade de 354 hab/Km² ou 3,5
hab./ha. Considerando agora somente a área urbanizada do município obteríamos os
seguintes valores para as respectivas densidades líquidas: nos períodos de férias e
feriados 1.124 hab./Km² ou 11 hab./ha. e nos períodos de baixa temporada 667
14
Este cálculo foi obtido multiplicando-se o tamanho médio de uma família pelo número de domicílios de
uso ocasional.
hab./Km² ou 7 hab./ha. Resta saber se o município está preparado para atender esta
demanda ou se está preparado para aumentá-la.
Conforme nos mostra a Tabela 17, estas densidades não são homogêneas entre os
distritos havendo uma maior concentração no distrito de Inoã seguido pelo Centro e
por Itaipuaçu.
15
Divisão preconizada pela Lei Orgânica Municipal de 05/04/1990
12000
10000
8000
6000
4000
2000
5 >65 anos
4 de 20 a 64 anos
Faixas Etárias
3 de 15 a 19 anos
2 de 7 a 14 anos
1 de 0 a 6 anos
Residentes
100% 30% - -
Fonte: IBGE – Censo 2000
16
www.ibge.gov.br
Tabela 24: Rendimentos Nominais dos Responsáveis por Categoria e por Sexo
(H=Homens e M=Mulheres)
Responsáveis Sem até 1SM 1a5 6 a 10 11 a 20 > 20 SM
rendimentos SM SM SM
H 17.166 1.582 2.521 8.270 3.045 1.272 476
V. 4. Características Imobiliárias
Uso Coletivo 22 11 4 8 45
Conforme nos mostra a Tabela 25, observamos que dos domicílios pesquisados no
Censo de 2000, num total de 43.444, 53% correspondem aos residentes e 34% aos
veranistas estando os restantes 13% fechados ou vagos. Verificamos outrossim que
nos distritos de Ponta Negra e de Itaipuaçu a quantidade de domicílios de uso
ocasional ultrapassa os domicílios ocupados, ou seja, distritos estes bem preferidos
por veranistas. Por sua vez o menos preferido é Inoã.
3500
Uso Fixo
3000
Uso Ocasional
Vagos
2500
2000
1500
1000
500
0
Condado de Maricá
Manoel Ribeiro
Barra de Maricá
Centro de Maricá
São Bento da Lagoa
Espraiado
Pilar
Pindobal
Jaconé
Camburi
Engenho Velho
Recanto de Itaipuaçú
Retiro
Caxito
Bananal
Cajú
Inoã
N. Sra.da Conceição
Lagoa de Guarapina
Lagoa do Padre
Ponta Negra
Itaitindiba
Itapeba
Jacaroá-Jrd.Lagomar
Pedra de Inoã
Ubatiba
Jardim Atlântico
Araçatiba
Bambu
Cassorotiba
Jardim Interlagos
Cajueiros
Bambuí
Lagoa Brava
Itaocaia Valley
Improvisados 26 26 32 25 109
Como vemos, praticamente 96% dos domicílios são casas, havendo algumas
concentrações de apartamentos e de cômodos em determinados setores
representando respectivamente 1,43% e 1,25% do total dos domicílios. Em termos de
domicílios improvisados e unidades em coletivos estes representam menos de meio
porcento cada um. A concentração de prédios como era de se esperar fica no primeiro
distrito, no centro da cidade, representando 58% do total de apartamentos, vindo logo
a seguir Ponta Negra com 21%. Os domicílos improvisados se distribuem quase que
igualmente pelos distritos. Os domicílios tipo Cômodos foi mais encontrado em
Itaipuaçu, seguido pelo Centro e Inoã. Já as unidades em coletivos se concentrou no
primeiro distrito com 84% do total. A fim de podermos visualizar as tendências quanto
aos processos de verticalização já existentes, pontuamos a seguir a localização dos
setores onde houve maior ocorrência de apartamentos.
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
V. 5. Uso do Solo
Estudos mais recentes do uso do solo urbano, em suas análises, têm levado em conta
fatores tais como, as leis de mercado, a estruturação das cidades em comunidades, o
sistema viário e os transportes (acessibilidade) além da identificação dos agentes
modeladores do solo urbano.
Assim sendo, um estudo abrangente do uso do solo urbano não deve descartar
nenhuma destas teorias, mas sim tentar encontrar o quanto cada uma delas contribui
para explicar a organização dos diversos usos do solo urbano.
Nesta leitura, demos destaque aos usos urbanos do Município de Maricá por
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 95
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
observarmos que a área rural, situada ao norte do território em muito já cedeu lugar à
expansão urbana. O uso e a ocupação do município em muito foi controlado pelo
Plano de Desenvolvimento Urbano, aprovado em 1984. O que se previa eram 4 tipos
de áreas residenciais urbanas, 3 tipos de áreas comerciais, uma zona industrial e 4
tipos de unidades de conservação, além da área rural. No decorrer destes 20 anos
estes usos mostraram suas tendências através das modificações ocorridas. Esta lei
precisa urgentemente ser revisada e atualizada a partir das diretrizes e novos
instrumentos a serem aprovados pelo Plano Diretor Participativo.
Fonte: IBGE2000
Deste modo, o território de Maricá, além de considerarmos os seis usos urbanos clássicos,
ou seja, o uso comercial e serviços, o uso industrial, o uso institucional caracterizado pelos
equipamentos comunitários de uso público ou privado, o uso recreacional, o uso residencial
nas suas diversas categorias e o uso da circulação, inserimos também o uso rural ainda
existente e as áreas de vegetação natural ainda bastante presentes e espalhadas pelo solo
municipal.
Esta leitura parte do pressuposto de que, a maioria dos usos a serem analisados não
acontece de forma exclusiva no espaço urbano, mas sim misturados, havendo é claro
algumas exceções. Entretanto podemos notar uma predominância de determinados
usos sobre os outros, levando-se em consideração as condições determinantes da
localização e da oferta de infra-estrutura necessária para que cada um deles se
estabeleça num determinado local e se desenvolva. Foi a partir destas predominâncias
que esta leitura detectou alguns padrões destes usos.
condicionantes favoráveis que esta estrada proporcionou à este uso, fácil acesso para
matéria prima e produtos, infra-estrutura e proximidade aos centros consumidores.
17
Adotamos para esta classificação a variável faixa de renda, ou seja: classe baixa de 1 a 5 SM, classe
média de 6 a 10 SM e classe alta acima de 10 SM.
Praças
Vias
18
Também conhecida por Estrada Velha de Maricá e Av. Abreu Sodré.
VI – QUADRO HABITACIONAL
19
Índice de Qualidade dos Municípios – CIDE 2001
Assim, verificamos que nos últimos seis anos (2000 a 2006) a taxa de crescimento
anual médio de Maricá tem sido de 4,8%, a maior de toda a região das baixadas
fluminenses e inclusive da região metropolitana. Este índice nos permite concluir que o
processo de urbanização-periferização está também avançando para o leste e está
sendo bastante acentuado.
20
Manual do IBGE para o Censo Demográfico de 2000 – Agregado por Setores Censitários dos Resultados do
Universo.
analisados e relacionados aos bairros existentes para se ter uma idéia aonde se
localiza a população de mais alta renda e os bolsões de pobreza.
A quantificação e representação dos setores e responsáveis por distrito estão
explicitadas na Tabela 33.
11 Rurais 8% 1.420 6%
2 Rurais 1% 216 1%
5 Rurais 4% 1.119 5%
134 100,00%
Fonte: DPUR, 2006.
21
O primeiro número refere-se ao distrito e o segundo ao setor propriamente dito, uma vez que a
numeração recomeça em cada distrito segundo o IBGE- 1=Maricá, 2=Inoã e 3=Manoel Ribeiro
Tabela 39: Setores que apresentam mais de 45% dos responsáveis ganhando
menos de 1 SM e os sem rendimentos - Classes D e F
Setores Classe F Classe D Bairro Circunscrito
1.36 26% 25% Caxito-Zona Rural
1.41 40% 20% Ubatiba - Granjas
2.5 25% 22% Bambu – Chácaras de Inoã
2.50 53% 3% Cassorotiba
3.1 4% 43% Bambuí – Manoel Ribeiro
3.6 23% 23% Bananal – Ponta Negra
3.9 37% 15% Jaconé
3.12 23% 35% Lagoa de Guarapina – Praia
3.23 11% 41% Bambuí
Fonte: IBGE-2000.
Fonte: IBGE-2000
22
IBGE-Documentação dos Arquivos de Dados do Censo Demográfico 2000
23
No caso de Maricá, só foi considerado como problemático o abastecimento de água além daqueles
abastecido por rede e daqueles abastecidos por poço ou nascente pois estes últimos compreendem a
grande maioria dos domicílios.
2-44 Itaocaia X X X X X
Serra
2-50 XX X X
daTiririca
1-43 Ubatiba X X X X
Serra de
3-06 X X X X
Jaconé
3-09 Jaconé X X X X
3-26 Cajú X X X X
3-30 Silvado X X X X
3-31 Espraiado X X X X
1-36 Caxito X X X
1-37 Pilar X X X
2-01 Inoã X X X
2-05 Inoã X X X
Serra de
2-13 X X X
Itaitindiba
São José do
2-20 X X X
Imbassaí
São José do
2-25 X XX
Imbassaí
2-28 Lagoa Brava X XX
Praia de
2-46 X X X
Itaipuaçu
São José do
2-59 X X X
Imbassaí
3-03 Bananal X X X
Centro de
3-10 X X X
Ponta Negra
3-21 Pindobal X X X
3-23 Bambuí X X X
3-29 Silvado X X X
3-32 Espraiado X X
Fonte: IBGE-Censo 2000
município pela orla marítima até Ponta Negra aonde se interliga com a RJ-118;
• a RJ-110, representada pela Avenida Prefeito Alcebíades que partindo da RJ-106 e
atravessando a área preservada da restinga de Maricá, vai dar na RJ-102;
• a RJ-114, outro eixo bastante importante interliga o Município de Itaboraí com o
Município de Maricá até cruzar a RJ-106, neste trecho, a parte em Maricá encontra-
se em bom estado, estando a parte de Itaboraí em péssimo estado. Este eixo
promete num futuro bem próximo ser um importante meio de conexão tendo em
vista a implantação de Pólo Petroquímico de Itaboraí. Depois de cruzar a RJ-106
esta rodovia passa pelo centro de Maricá, indo até a RJ-102, passando por vários
trechos ou logradouros densamente ocupados tais como, Av. Gov. Roberto Silveira,
Av. Francisco Sábino da Costa, Rua Domício da Gama, Estrada d Boqueirão e Av.
João Saldanha, trechos estes, que do ponto de vista da competência e definição
do uso e ocupação do solo, deveriam ser municipalizados;
• a RJ-118 que partindo da RJ-106 vai ter em Ponta Negra e depois em Jaconé,
sendo hoje reconhecida como Estrada de Ponta Negra e Estrada de Jaconé,
recentemente alargada e recapeada. Este trecho também promete num futuro bem
próximo, ser uma alternativa de acesso a Saquarema visando formar um binário
com o trecho da RJ-106 na travessia da Serra do Mato Grosso.
Fonte: DPUR
Outros corredores municipais, não menos importantes, que compõe a malha viária
básica são os seguintes:
Vias Arteriais Vias exclusivas Via Arterial Principal: servindo Via de Trânsito Rápido:
para tráfego motorizado, que se os principais centros de aquela caracterizada por
caracterizam por grande atividades de áreas acesos especiais com trânsito
volume e pouco acesso de urbanizadas, os maiores livre, sem interseções em nível,
tráfego, várias pistas, corredores de volume de sem acessibilidade direta aos
cruzamentos em dois planos, tráfego e as viagens mais lotes lindeiros (aqueles situados
escoamento contínuo, elevada longas. ao longo das vias urbanas e
velocidade de operação e rurais e que com elas se limita)
estacionamento proibido na e sem travessia de pedestres
pista. ...grandes geradoras de em nível.
tráfego e viagens de longas
distâncias...
Vias Coletoras Vias exclusivas Via Arterial Secundária: Via Arterial: aquela
para tráfego motorizado, que se conecta e aumenta a via arterial caracterizada por interseções
caracterizam por um volume de principal. Suporta viagens de em nível, geralmente controlada
tráfego inferior e por um acesso duração moderada a um nível por semáforo, com
de tráfego superior àqueles das mais baixo de mobilidade. Esta acessibilidade aos lotes
vias arteriais. via distribui para áreas lindeiros e as vias secundárias
geográficas menores do que as e locais, possibilitando o trânsito
identificadas com as Arteriais entre as regiões da cidade.
Principais.
24
NBR 5101 Abr 1992
25
O Código de Trânsito Brasileiro adota, dentre outros conceitos e definições, os seguintes: faixas de
domínio: superfície lindeira as vias rurais, delimitada por lei específica e sob a responsabilidade do órgãos
ou entidade de trânsito competente com circunscrição sobre a via; logradouro público: espaço livre
destinado pela municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de
pedestres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões. Pista: parte da via normalmente
utilizada para a circulação de veículos, identificada por elementos separadores ou por diferença de nível
em relação às calçadas, ilhas ou canteiros centrais. (ANEXO I)
Vias Locais vias que permitem Via Coletora: tendo dupla Via Coletora: aquela destinada
acesso às propriedades rurais, função, coletar o tráfego entre a coletar e distribuir o trânsito
com grande acesso e pequeno as vias locais e as artérias que tenha necessidade de
volume de tráfego. secundárias e principais. As entrar ou sair das vias de
Vias Coletoras ligam as áreas trânsito rápido ou arteriais,
de uso homogêneo com as possibilitando o trânsito direto
Vias Arteriais. das regiões da cidade.
Via Local: permitindo acesso a Via Local: aquela caracterizada
sítios, residências, comércio ou por interseções em nível não
qualquer outra propriedade semaforizadas, destinada
adjacente. apenas ao aceso local ou áreas
restritas.
Faz-se necessário um Plano Diretor Setorial Viário que estabeleça a malha viária
básica do município assim como os perfis viários desejadas para cada uma das
classificações viárias e com isso se estabelecendo os alinhamento dos logradouros
públicos.
Fonte: DPUR
As análises que se seguem foram feitas a partir dos dados coletados pelo IBGE no
Censo de 2000, agregados por setores censitários. Foram considerados significativos
os setores que apresentaram porcentagens de domicílios ocupados acima de 25%
(vinte e cinco porcento) nas diversas classificações adotadas pelo IBGE. O Município
de Maricá com 363,9 Km², possui 134 setores censitários sendo 115 urbanos,
representando 87% dos domicílios ocupados pesquisados, ou seja, 23.075 domicílios
e 19 setores rurais representando com 3.004 domicílios ocupados, representando 13%
do total. Os setores censitários foram analisados e relacionados a partir de sua
26
No Mapa só constam os circuitos da Nossa Senhora do Amparo pois a Costa Leste não forneceu seus
circuitos.
localização nos distritos hoje existentes, de acordo com a Lei Orgânica Municipal.
Tabela 46: Setores onde a maioria dos domicílios é abastecida de água por
rede, poço ou outra forma.
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Rede Geral 28 setores 0 0 0
Poço ou 31 setores 25 27 22
Nascente
Proporção Total 59/60 25/25 27/27 22/22
Fonte: IBGE – Censo 2000
O setor restante do primeiro distrito 1-15 apresentou 45% domicílios abastecidos por
rede e 47% dos domicílios abastecidos por poço ou rede. Outras combinações foram
27 a
IBGE - Documentação do Arquivo – Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo- 2 edição
Censo Demográfico 2000
encontradas com incidência de 25% dos domicílios. Foram elas: uma outra forma de
abastecimento de água concomitantemente com poço ou nascente nos setores 1-26 e
2-27 com respectivamente 48% e 30% com “outra” forma e 50% e 70% com poço ou
nascente.
Conforme podemos observar, o abastecimento d´água por rede, apenas se verifica no
1º Distrito, ainda assim na porcentagem de 47%, sendo que no restante dos distritos a
água é, na sua grande maioria, abastecida por poço ou nascente.
Mapa 41: Abastecimento de Água
Fonte: DPUR
Fonte: DPUR
aberto;
Rio, lago ou mar, quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamente a um rio,
lagoa ou mar;
Outro escoadouro, qualquer outra situação não descrita anteriormente.
Nesta pesquisa o IBGE só considera os domicílios com banheiro, assim sendo no
Município de Maricá foram encontradas as seguintes proporções de domicílios com
banheiro sobre o total de domicílios:
Os setores onde foram encontrados ≥20 domicílios sem banheiro foram os seguintes:
1-14 em Maricá, 2-14 e 2-16 em Inoã e 2-44 em Itaipuaçu o que equivale a dizer que
possivelmente nestes setores encontraremos assentamentos em condições
subnormais.
Tabela 48: Setores onde a maioria dos domicílios é servida por rede, fossa
séptica, fossa rudimentar, vala, rio, lagoa ou mar ou outro escoadouro.
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Tabela 49: Setores que apresentaram 25% ou mais domicílios com as seguintes
combinações de esgotamento sanitário
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Fossa Séptica + fossa rudimentar 5 setores 5 4 0
Fossa Séptica + rede 6 setores 0 2 0
Fossa Séptica + vala 0 setores 1 1 0
Fossa Séptica + Rio/lago 2 setores 0 0 0
Fossa Rudimentar + vala 0 setores 0 1 0
Vala + rede 0 setores 0 2 0
Fossa Séptica + fossa rudimentar + vala 1 setores 0 0 0
Fossa Séptica + fossa rudimentar + rio/lago 1 setores 0 0 0
Fossa Séptica + rio/lago + outro 0 setores 0 1 0
Fossa Séptica + outro 0 setores 0 0 2
Fonte: IBGE – Censo 2000
Como vimos a maioria das combinações são entre fossas sépticas com fossas
rudimentares.
Conforme informações obtidas, não existe nenhuma rede oficial de esgotamento
sanitário, havendo, no entanto uma Estação de Tratamento de Esgotos em Araçatiba.
Mapa 43: Esgotamento Sanitário
Fonte: DPUR
Sendo assim, os domicílios dos setores que foram detectados com rede, devem fazer
parte de redes particulares de condomínios ou conjuntos residenciais organizados.
Aconselhamos um levantamento mais pormenorizado dos loteamentos e condomínios
VIII. 3. Drenagem
O sistema de drenagem do município de Maricá é inexistente, sendo que apenas o
entorno da RJ-106 possui este serviço formalmente.
Pelo que pudemos observar o escoamento das águas se dá através de sarjetas
rebaixadas ao longo das ruas, das manilhas do esgoto ou valas abertas, que via de
regra têm como destino final os cursos d´água do município.
28
Na maioria das vezes por indicação ou influência de algum vereador.
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 134
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
lago ou mar;
Outro destino, quando o lixo do domicílio tinha destino distinto dos descritos
anteriormente.
Tabela 50: Setores onde a maioria dos domicílios possui a seguinte destinação
final de resíduos sólidos
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Tabela 51: Setores que apresentaram 25% ou mais domicílios com as seguintes
combinações de destinação final de lixo
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Fonte: DPUR
Concluímos que o serviço de coleta do lixo precisa ser ampliado, devendo, no entanto
se verificar se o aterro sanitário existente suporta tal ampliação. Da mesma forma
aconselhamos a implantação da coleta seletiva e uma reeducação da sociedade como
um todo, para não gerarmos tanto lixo. Em função da tonelagem pode-se também
pensar numa usina de reciclagem, acoplada ao aterro.
A partir dos encontros comunitários, foi patente a solicitação por mais lixeiras tanto nos
logradouros públicos quanto, próximo às praias.
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Pilar 387 3 0 0 3 0 0 0
Retiro 618 2 0 2 12 0 0 0
São Bento
da Lagoa 311 0 0 0 2 0 0 0
São José do
Imbassaí 5.391 5 1 6 11 4 0 0
Silvado 181 1 0 7 0 0 0 0
Ubatiba 3.786 2 1 1 4 0 0 0
Bananal 705 1 0 0 0 0 0 0
Engenho
Velho 526 0 0 2 3 0 0 0
Espraiado 389 1 1 1 1 0 0 0
Jaconé 454 1 0 5 5 0 0 0
Bambuí 1.440 1 1 0 0 4 0 1
Jardim
Interlagos 583 0 0 2 0 4 0 0
Lagoa de
Guarapina 1.354 2 0 0 11 6 0 0
Lagoa do
Padre 1.331 2 0 0 5 6 0 0
Manoel
Ribeiro 455 2 0 0 0 0 0 0
Pindobal 391 1 0 0 0 0 0 0
Ponta
Negra 1.670 3 1 6 9 1 1 1
Bambu 5.499 4 0 7 9 2 0 0
Cassorotiba 6.482 4 1 17 7 2 0 0
Inoã 1.022 4 0 1 2 0 0 1
Itaitindiba 1.659 2 0 0 1 1 0 0
N. Sra. da
Conceição 1.271 1 0 1 11 0 0 0
Pedra de
Inoã 3.210 1 0 7 4 0 0 0
Cajueiros 689 2 0 0 7 2 0 0
Itaocaia
Valley 2.785 2 0 7 7 0 0 0
Jardim
Atlântico 4.014 3 1 4 19 17 1 1
IX. 1. Educação
Com relação aos equipamentos de educação, podemos observar que o município de
Maricá é bem servido de escolas, num total de 82 unidades. Considerando que
existem escolas municipais, estaduais e particulares, a tabela a seguir nos mostra esta
subdivisão pelos bairros existentes.
Jacaroá-Jrd.Lagomar 0 0 0
Maricá 1 4 13
Pilar 1 0 2
Retiro 1 1 0
São Bento da Lagoa 0 0 0
São José do Imbassaí 2 3 0
Silvado 1 0 0
Ubatiba 1 1 0
Bananal 1 0 0
Engenho Velho 0 0 0
Espraiado 1 0 0
Jaconé 1 0 0
Bambuí 1 0 0
Jardim Interlagos 0 0 0
Lagoa de Guarapina 1 0 1
Lagoa do Padre 1 1 0
Manoel Ribeiro 1 1 0
Pindobal 1 0 0
Ponta Negra 1 1 1
Bambu 1 3 0
Cassorotiba 1 2 1
Inoã 2 1 1
Itaitindiba 2 0 0
N. Sra. da Conceição 1 0 0
Pedra de Inoã 1 0 0
Cajueiros 1 0 1
Itaocaia Valley 0 0 2
Jardim Atlântico 0 0 3
Lagoa Brava 1 0 0
Recanto de Itaipuaçú 1 0 1
TOTAIS 31 23 28
Fonte: PMM – DPUR, 2006
A partir de uma análise quantitativa verificamos que o município é bem servido por
escolas havendo uma relação da ordem de 11.000 crianças em idade escolar29 sobre
82 escolas ou seja 134 crianças por escola. Quanto à sua localização espacial em
relação as densidades demográficas observamos que os bairros do Jardim Atlântico,
29
14% da Tabela 20 pela população total.
Lagoa Brava, Pedra de Inoã, Araçatiba e Lagomar já poderiam receber cada um, uma
escola a mais. Considerando as leituras comunitárias a população gostaria de ver uma
melhoria qualitativa nas unidades escolares e a implantação ou ampliação do ensino
médio assim como cursos técnicos e profissionalizantes.
IX. 2. Saúde
Saúde é direito de todo cidadão e cabe ao Poder Público a garantia de um
atendimento de qualidade. Um grande número de doenças que acometem os
indivíduos é evitável por ações preventivas já conhecidas e comprovadamente
eficazes. É, portanto, fundamental que todos os cidadãos tenham acesso à prevenção
destas doenças, por meio de ações básicas de saúde.
O trabalho desenvolvido pelo Programa Saúde da Família – PSF, e dos Agentes
Comunitários de Saúde (cidadãos da própria comunidade que são treinados para
realizar visitas domiciliares e orientar as famílias) – PACS, busca levar a cada
domicílio o acesso ao tratamento e à prevenção das doenças. Essas equipes vão até
a casa das pessoas, prestando atenção para reconhecer os principais problemas,
evitando deslocamentos desnecessários às Unidades de Saúde e, juntos, procuram as
melhores soluções para enfrentar os desafios locais que possam estar determinando
os problemas de saúde, antes que eles se instalem de modo mais grave. Significa
atuar nos momentos precoces iniciais da transmissão de doenças, assim como sobre
os riscos sanitários, ambientais e individuais. Junto com a comunidade, cada equipe
deve elaborar um plano para enfrentar os principais problemas detectados e trabalhar
para desenvolver a educação de saúde preventiva, promovendo a qualidade de vida
dos habitantes daquela área.
A equipe de Saúde da Família é multiprofissional, composta por, no mínimo, um
médico de família e comunidade, um enfermeiro de saúde pública, um auxiliar de
enfermagem e de 4 a 6 agentes comunitários de saúde. Cada equipe trabalha em
áreas de abrangência definida, por meio do cadastramento e do acompanhamento de
um número determinado de famílias de forma individualizada. Cada equipe de Saúde
da Família acompanha de 600 a 1.000 famílias, com limite máximo de 4.500 pessoas
por equipe. Cada agente comunitário de saúde acompanha até o máximo de 150
famílias ou 450 pessoas.
hospitalares, numa proporção de 0,6 leitos por mil munícipes, enquanto a média no
Estado é de 2,9 leitos por cada mil habitantes.
IX. 3. Recreação
Com relação a existência de praças, podemos observar que no município de Maricá
pouquíssimas são as praças que estão adequadas ao uso recreacional, perfazendo
um total de 85 conforme Tabela 31.
Podemos observar no Mapa 32 a distribuição destas 85 praças. Muitas delas são
áreas livres, advindas dos loteamentos e condomínios que precisam ser aproveitadas
para este uso.
Com relação a existência de clubes e áreas de lazer, podemos observar que no
município de Maricá a maioria destes equipamentos pertencem a associações e
clubes fechados, ou seja, de natureza particular. Encontramos em Maricá um total de
25 clubes e áreas de lazer conforme nos mostra o Mapa 33.
Já em relação ao futebol, esporte de preferência nacional, no município encontramos
um total de 203 campos e quadras.
30
Informações do Site www.pnud.org.br/idh/
31
Ibidem
32
Maricá - TCE
X – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Co mércio A tacadista
0% 1% 2%
A gro pecuária
0% 2% 4%
Extração M ineral
5% Indústria de Transfo rmação
Co mércio Varejista
7%
Co municaçõ es
Transpo rtes
8% A dministração P ública
Co nstrução Civil
A luguéis
O PIB per capita no município em 2003, portanto foi da ordem de R$ 3.662,00, que
comparando com os dados de 2002 fornecidos pelos Estudos Socioeconômicos do
TCE mostram uma queda33.
Conforme podemos observar o setor que mais gera renda é o de alugueis sendo
seguido pela construção civil, representando estes dois setores 54% do PIB. Os
setores economicamente produtivos tais como, agropecuária, industria de
transformação e comercio varejista, contribuem respectivamente com 0%, 2% e 4%. O
terceiro setor que mais contribui para o PIB é a prestação de serviços com 12%.
Conforme foi discutido o município precisa investir mais nos setores produtivos.
X. 1. Setor Primário
No setor primário, os principais produtos agrícolas são a cana-de-açúcar, a
mandioca/aipim e a fruticultura. A pecuária, pouco expressiva, se baseia na avicultura
e na criação de bovinos.34
33
O PIB per capita em 2002 foi de R$ 3.986,00 – Estudos Socioeconômicos - TCE
34
Estudos Socioeconômicos - TCE
35
IBGE - 2003
X. 1.1. A Pesca
A pesca em Maricá se faz representar por 12 Colônias de Pescadores que há muito
exploram as lagoas de Maricá onde outrora a produção era bastante abundante senão
colossal. Ha que tomar cuidados especiais quanto a pesca predatória que vem
afetando o ecossistema local.
As espécies mais encontradas são tainhas, acarás, bagres, pampos, linguados,
corvinas e crustáceos.37
Fonte: DPUR
36
Maricá - TCE
37
Ibidem
X. 2. Setor Secundário
No setor secundário, os gêneros mais importantes estão representados pela extração
mineral e pela construção civil representada pelas tradicionais olarias, pré-moldados e
outros do gênero, em função da segunda residência (veraneio).
De acordo com o IBGE, Maricá abrigava em 2003, 17 unidades extrativas e 116
indústrias de transformação, ocupando cerca de 1.023 pessoas.
A Rodovia Amaral Peixoto é o local preferido para a instalação destas indústrias,
devido à facilidade de acesso e disponibilidade de infra-estrutura. A zona industrial
prevista em Inoã não vingou tendo sido inclusive parcialmente loteada para fins
residenciais. Com a localização do Pólo Petroquímico em Itaboraí, um outro eixo
bastante propício à instalação de indústria será a RJ114 que interliga Maricá à
Itaboraí, tornando assim este eixo, viável à instalação de um pólo industrial.
Fonte: DPUR
X. 3. Setor Terciário
As atividades terciárias basicamente abrangendo as atividades comerciais e de
serviços, podem ser caracterizadas em quatro grupos: a cidade ou centro do Município
onde o comércio se encontram bastante concentrado. A seguir iremos encontrar os
centros das vilas, também conhecidos como subcentros a saber: o subcentro de Inoã,
principalmente concentrado num trecho bastante tumultuado da RJ106 e no início da
Estrada de Itaipuaçu. Em Itaipuaçú, encontramos um comércio concentrado no
Barroco e em Ponta Negra na Avenida São Pedro Apóstolo. Um terceiro grupo poderia
Fonte: DPUR
X. 3.1. O Turismo
A questão do turismo como opção de desenvolvimento ainda está sendo pouco
explorada, constata-se no entanto que a expansão desta atividade está condicionada
à presença de condições mínimas de infra-estrutura. Por outro lado, Maricá apresenta
um grande potencial para o desenvolvimento turístico, porém não faltam acusações de
degradação cultural e ambiental, provocada pelo exercício das atividades econômicas
e pela falta de consciência destes dois temas.
Se o turismo for bem planejado e implementado adequadamente, ele contribui para
diminuir as desigualdades regionais: (a) gerando empregos e renda; (b) integrando ao
Fonte: DPUR
38
Lei n.° 10.683, de 28 de maio de 2003.
Gabinete do Prefeito
Gabinete do Vice-Prefeito
Procuradoria Geral
Controle Interno
Superintendências Regionais (5)
1. Secretaria Municipal de Urbanismo, Obras e Meio Ambiente
2. Secretaria Municipal de Administração
3. Secretaria Municipal da Fazenda
4. Secretaria Municipal de Educação da Juventude e Esportes
5. Secretaria Municipal da Cultura
6. Secretaria Municipal de Saúde e Qualidade de Vida
7. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da Família e do Trabalho
8. Secretaria Municipal de Turismo, Lazer, Indústria e Comércio
9. Secretaria Municipal de Energia
10. Secretaria Municipal de Segurança
Defesa Civil
funcionamento e aqueles que ainda não foram regulamentados e/ou não se encontram
instalados, conforme nos mostra a tabela a seguir.
As leituras foram realizadas por meio do emprego do Método ZOPP (do alemão:
planejamento de projetos orientado para o objetivo), que vem sendo utilizado há mais
de duas décadas de forma flexível com sucesso.
O Método desenvolvido pelo GTZ (Sociedade Alemã de Cooperação Técnica) como
um instrumento para a gestão de projetos de cooperação para o desenvolvimento
As Leituras Comunitárias
Optou-se pelo horário das 16:30 em diante priorizando também facilitar a participação.
Vários foram os locais onde ocorreram as leituras técnicas pois nossa equipe também
se aproveitou de alguns eventos para se pronunciar e colocar em discussão o
desenvolvimento do Plano Diretor. Tais foram os casos de dois seminários que
ocorreram no Colégio Elisiário Matta, onde no segundo seminário fomos inclusive
convidados a participar como palestrantes.
XII. 4. Resultados
Apresentaremos a seguir a síntese dos resultados produzidos a partir da análise em
conjunto do material coletado nas leituras a partir dos temas previamente escolhidos e
maricaense.
Manter e incentivar as poucas
atividades rurais.
Competência acumulada por Provocar e abrir para a
Gestão Municipal
algumas secretarias, falta de participação comunitária.
infra-estrutura para o pleno Implantar o Orçamento
funcionamento das Participativo e os Conselhos
secretarias e insuficiência de Comunitários Distritais. Rever
fiscalização no município. e redefinir as competências
Participação comunitária das Superintendências
pouco desenvolvida e não Regionais.
incentivada. Revisão e atualização do
Código de Obras. Extinguir a
mais valia. Melhorar a
fiscalização e promover
adequadamente a
regularização dos imóveis
irregulares. Implantar o
Código Ambiental.
Bibliografia
ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12267/92.
Normas para elaboração de Plano Diretor. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
CIDE. Índice de Qualidade dos Municípios – Verde II, Rio de Janeiro, 2003