Diagnóstico Pdu 2006

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 168

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

DPUR-FAU-UFRJ
Coordenador: Profa. M. Sc. Ione Machado da Silveira
Prof. Dr. Luiz Manoel Cavalcanti Gazzaneo
Prof. M. Sc. Luis Cesar Peruci
Prof. Raimundo Orler Nunes
Graduando FAU – UFRJ - Anderson da Silva
Graduando FAU – UFRJ – Dominique Nóbrega Zebedeu
Graduando FAU – UFRJ – Giselle Baldansa Loureiro
Graduando FAU – UFRJ – Juliana Rodrigues Aleixo de Souza
Graduando FAU – UFRJ – Luciene de Jesus Lourenço
Graduando FAU – UFRJ – Marcio da Silva Coelho
Graduando FAU – UFRJ – Priscila Cordeiro Miranda

Setembro de 2006

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 1


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INDICE GERAL

APRESENTAÇÃO 12

I - CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL E CARACTERIZAÇÃO GERAL DO


MUNICÍPIO 20

I. 1. Localização do Município e Contextualização Regional 20

I. 2. Principais Meios de Ligação/Conexão Geográfica 25


I. 2.1. Sistema Rodoviário 25
I. 2.2. Sistema Aeroviário 25

II - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO URBANA 25

II. 1. Origens 25

II. 2. As Fazendas de Maricá 29

II. 3. Desenvolvimento atual 36

III – PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO 42

III. 1. Localização das Áreas e Bens Imóveis Tombados 42

III. 2. Localização das Áreas e Bens de Interesse Cultural e Histórico 43


II. 2.1. Áreas de Interesse Histórico 45
II. 2.2. Áreas de Interesse Cultural 46
II. 2.3. Áreas de Interesse Ambiental 47

III. 3. Traços Culturais e Identidade Local/Regional 49


III. 3.1. Artesanato 49
III. 3.2. Trilhas Ecológicas 49

IV - MEIO AMBIENTE NATURAL 49

IV. 1. Aspectos Geoambientais 49

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 2


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

IV. 2. Aspectos Físicos 53

IV. 3. Geomorfologia 55

IV. 4. Bacias Hidrográficas 61


IV. 4.2. Hidrogeologia 63

IV. 5. Geologia 64

IV. 6. Pedologia 66

IV. 7. Aptidão Agrícola 69

IV. 8. Cobertura do Uso do Solo 71

IV. 9. Cobertura Vegetal 72

IV. 10. Áreas de Risco Ambiental e/ou Social 73

IV. 11. Considerações Finais 76

V - QUADRO URBANO E RURAL 77

V. 1. Ordenação e Compartimentação Territorial 78


V. 1.1. Os Distritos e Setores considerados pelo IBGE 78
V. 1.2. Os Distritos pela Lei Orgânica de 05/04/1990 79
V. 1.3. Os Bairros 80

V. 2. Identificação e Localização dos Aglomerados Urbanos 82

V. 3. Características Demográficas 83

V. 4. Características Imobiliárias 89
V. 4.1. Distribuição e condição dos Domicílios 89

V. 5. Uso do Solo 95
V. 5.1. Uso Comercial 97
V. 5.2. Uso Industrial 97
V. 5.3. Uso Institucional 98
V. 5.4. Uso Residencial 99
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 3
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

V. 5.5. Uso Recreacional 100


V. 5.6. Uso Circulação 104
V. 5.7. Uso agrícola 105
V. 5.8. Vegetação natural – “Áreas non aedificandi” 105

VI – QUADRO HABITACIONAL 105

VI. 1. Crescimento Populacional 105

VI. 2. Espacialização Social 107


VI. 2.1. Localização das Classes de Salário Mínimo Adotadas 108
VI. 2.2. Localização das Classes Media e Alta 109
VI. 2.3. Localização das Classes Média e Baixa 110
VI. 2.4. Localização das Classes Baixa e Carente 111
VI. 2.5. Caracterização dos setores rurais 113

VI. 3. Crescimento Imobiliário 115

VI. 4. Déficit Habitacional 116

VI. 5. Identificação dos Aglomerados de Interesse Social 120

VII – REDE VIÁRIA, SISTEMAS DE TRANSPORTES E MOBILIDADE 122

VII. 1. Sistema Viário 123

VII. 2 – Transporte Rodoviário 127

VII. 3 – Transporte Cicloviário 128

VII. 4 – Transporte Hidroviário 128

VIII – INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL URBANA E RURAL 128

VIII. 1. Abastecimento de Água 129

VIII. 2. Esgotamento Sanitário 131

VIII. 3. Drenagem 134

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 4


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

VIII. 4. Resíduos Sólidos 134

VIII. 5. Fornecimento de Energia Elétrica – Iluminação Pública 137

IX – EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS E QUALIDADE DE VIDA 138

IX. 1. Educação 140

IX. 2. Saúde 143

IX. 3. Recreação 145

IX. 4. Equipamentos de Segurança 145

IX. 5. Equipamentos de Administração Pública 146

IX. 6. Qualidade de Vida 147


IX. 6.1. Índice de Desenolvimento Humano – IDH 147
IX. 6.1. Índice de Qualidade Municipal 149

X – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 150

X. 1. Setor Primário 151


X. 1.1. A Pesca 153

X. 2. Setor Secundário 154

X. 3. Setor Terciário 154


X. 3.1. O Turismo 155

XI – QUADRO INSTITUCIONAL, FINANÇAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO


SOCIAL E COMUNITÁRIA. 157

XI. 1. Órgãos e Instituições Federais Sediados no Município 157

XI. 2. Órgãos e Instituições Estaduais Sediados no Município 157

XI. 3. Administração Municipal 157


XI. 3. 1. Poder Executivo Municipal 157

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 5


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

XI. 3. 2. Poder Legislativo Municipal 158


XI. 3. 3. Poder Judiciário Municipal 158

XI. 4. Conselhos Municipais 158

XI. 5. Finanças Públicas 159

XI. 6. Organização Social e Comunitária 160

XII – PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO 160

XII. 1. Transparência do processo participativo 161

XII. 2. Técnica de visualização 161

XII. 3. Plano das Leituras Comunitárias e das Leituras Técnicas 162

XII. 4. Resultados 163

Bibliografia 167

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 6


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INDICE DOS MAPAS

Mapa 01: Região Sudeste do Brasil 20


Mapa 02: Meso-Região das Baixadas Litorâneas do Rio de Janeiro 21
Mapa 03: A Região Metropolitana de Rio de Janeiro 22
Mapa 04: A Região dos Lagos do Rio de Janeiro 24
Mapa 05: Maricá em 1940 28
Mapa 06: As Fazendas Históricas de Maricá 36
Mapa 07: Evolução dos Parcelamentos em Maricá 40
Mapa 08: Potencial Turístico do Município 46
Mapa 09: Unidades de Conservação Ambiental 48
Mapa 10: Mapa Geoambiental 51
Mapa 11: Mapa do Município 54
Mapa 12: Mapa da Geomorfologia 56
Mapa 13: Mapa Hipsométrico 58
Mapa 14: Bacias Hidrográficas 61
Mapa 15: Mapa da Geologia 64
Mapa 16: Mapa da Pedologia 66
Mapa 17: Mapa da Aptidão Agrícola 70
Mapa 18: Mapa da Cobertura do Uso do Solo 71
Mapa 19: Mapa da Antiga Cobertura Vegetal 73
Mapa 20: Grupos de Risco Ambiental 75
Mapa 21 : Área Urbana e Rural 77
Mapa 22: Subdivisão em Distritos e Setores Censitários - IBGE 79
Mapa 23: Subdivisão em Distritos pela LOM 80
Mapa 24: Subdivisão em Bairros – PDUM-1984 81
Mapa 25: Aglomerados Urbanos de Maricá 82
Mapa 26: Densidade Demográfica por Setores 84
Mapa 27: Distribuição Domicílios Fixos x Uso Ocasional 91
Mapa 28: Densidade Imobiliária por setores 94
Mapa 29: Zoneamento pela Lei 463 de 17/12/84 96
Mapa 30: Mapa do Uso Comercial 97
Mapa 31: Mapa do Uso Industrial 98
Mapa 32: Mapa do Uso Recreacional – Praças 101
Mapa 33: Mapa do Uso Recreacional – Clubes e Esportes 103

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 7


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 34: Crescimento Populacional 1991-2000 106


Mapa 35: Espacialização Social – predominâncias 114
Mapa 36: Crescimento Imobiliário 1991-2000 115
Mapa 37: Déficit Habitacional 119
Mapa 38: Comunidades Carentes 122
Mapa 39: Sistema Viário 124
Mapa 40: Circulação 127
Mapa 41: Abastecimento de Água 130
Mapa 42: Localização dos Sistemas de Abastecimento de Água 131
Mapa 43: Esgotamento Sanitário 133
Mapa 44: Coleta e Destino Final do Lixo 136
Mapa 45: Distribuição das Escolas Municipais 142
Mapa 46: Distribuição das Escolas Estaduais 142
Mapa 47: Distribuição das Escolas Particulares 143
Mapa 48: Distribuição dos Equipamentos de Saúde 144
Mapa 49: Distribuição dos Equipamentos de Segurança 146
Mapa 50: Distribuição dos Equipamentos de Administração Pública 146
Mapa 51: Distribuição das Fazendas e Colônias de Pesca 153
Mapa 52: Distribuição das Indústrias 154
Mapa 53: Distribuição dos Centros e Subcentros de Comércio 155
Mapa 54: Potencial Turístico 156

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 8


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INDICE DAS TABELAS

Tabela 01: População da Região Sudeste 1991/2000/2005 ............................ 20


Tabela 02: População dos Municípios da Meso-Região das Baixadas
Litorâneas do Rio de Janeiro 1991/2000/2005 ........................................... 21
Tabela 03: População: Municípios da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro 1991/2000/2005.................................................................................... 23
Tabela 04: Gráfico da Ocupação do Território Maricaense ........................... 41
Tabela 05: Crescimento Populacional ................................................................. 42
Tabela 06: Áreas Brutas do Município (Km²) ..................................................... 53
Tabela 07: Áreas Líquidas do Município (Km²) ................................................. 54
Tabela 08: Lagoas e Ilhas........................................................................................ 54
Tabela 09: Serras, Morros e Pedras do Município de Maricá ........................ 59
Tabela 10: Pontas, Enseadas e Praias................................................................. 60
Tabela 11: Rios, Córregos e Canais do Município de Maricá........................ 62
Tabela 12: Classes de Solos................................................................................... 67
Tabela 13: Níveis de Manejo ................................................................................... 69
Tabela 14: Cobertura do Uso e Ocupação do Solo .......................................... 71
Tabela 15: Distribuição dos Bairros pela PDUM de 1984 ............................... 80
Tabela 16: Distribuição de áreas e população por distritos (LOM) ............. 83
Tabela 17: Densidades por distrito (LOM) .......................................................... 84
Tabela 18: Hierarquia Populacional dos Bairros .............................................. 86
Tabela 19: Grupos de habitantes por bairro ...................................................... 86
Tabela 20: Faixas de Idade da População Residente ...................................... 86
Tabela 21: Gráfico da Estrutura Etária................................................................. 87
Tabela 22: Relação entre Residentes, Responsáveis e Domicílios ............. 88
Tabela 23: Quantidade de Moradores por Domicílios ..................................... 88
Tabela 24: Rendimentos Nominais dos Responsáveis por Categoria e por
Sexo (H=Homens e M=Mulheres) .................................................................. 89
Tabela 25: Condição dos Domicílios.................................................................... 89
Tabela 26: Domicílios Fixos, Uso Ocasional e Vagos por bairro ................. 90
Tabela 27: Tipos de Domicílios.............................................................................. 92
Tabela 28: Localização dos Apartamentos......................................................... 92
Tabela 29: Densidades Imobiliárias por distrito ............................................... 93
Tabela 30: Hierarquia Domiciliar dos Bairros.................................................... 95

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 9


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 31: Relação das Praças por Distrito ..................................................... 101


Tabela 32: Relação dos Equip. Esporte e Lazer por Distrito....................... 103
Tabela 33: Quantificação e porcentagem de Setores e Responsáveis..... 108
por Distrito................................................................................................................. 108
Tabela 34: Porcentagem de Responsáveis por Classes de Rendimento. 108
Tabela 35: Combinação das classes adotadas e % de setores .................. 109
Tabela 36: Setores que apresentam concentrações de responsáveis nas
Classes B, A e AA............................................................................................ 109
Tabela 37: Combinação das Classes B e C ...................................................... 110
Tabela 38: Combinação das Classes C, D e F ................................................. 111
Tabela 39: Setores que apresentam mais de 45% dos responsáveis
ganhando menos de 1 SM e os sem rendimentos - Classes D e F.... 113
Tabela 40: Setores da Zona Rural ....................................................................... 113
Tabela 41: Déficit Habitacional ............................................................................ 116
Tabela 42: Setores com baixo grau de habitabilidade .................................. 118
Tabela 43: Assentamentos considerados precários em Maricá................. 121
Tabela 44: Hierarquização e Classificação Funcional do Sistema Viário 126
Tabela 45: Porcentagem de Setores e Domicílios por Distrito (LO).......... 129
Tabela 46: Setores onde a maioria dos domicílios é abastecida de água
por rede, poço ou outra forma..................................................................... 129
Tabela 47: Porcentagem de domicílios com banheiro .................................. 132
Tabela 48: Setores onde a maioria dos domicílios é servida por rede,
fossa séptica, fossa rudimentar, vala, rio, lagoa ou mar ou outro
escoadouro. ...................................................................................................... 132
Tabela 49: Setores que apresentaram 25% ou mais domicílios com as
seguintes combinações de esgotamento sanitário ............................... 133
Tabela 50: Setores onde a maioria dos domicílios possui a seguinte
destinação final de resíduos sólidos ......................................................... 135
Tabela 51: Setores que apresentaram 25% ou mais domicílios com as
seguintes combinações de destinação final de lixo.............................. 135
Tabela 52: Distribuição dos imóveis residenciais por bairro...................... 137
Tabela 53: Grupos de imóveis por bairro ......................................................... 138
Tabela 54: Distribuição dos Equipamentos Comunitários por bairro....... 139
Tabela 55: Distribuição das instituições de ensino por bairro ................... 140
Tabela 56: Distribuição das unidades ambulatoriais..................................... 145

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 10


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 57: Valores do IDH e seus componentes em 1991 e 2000 .............. 148
Tabela 58: Evolução do ranking das Regiões Metropolitanas.................... 149
Tabela 59: Produto Interno Bruto por Setores (1.000 R$) ............................ 150
Tabela 60: Principais Lavouras em 2003........................................................... 151
Tabela 61: Principais Rebanhos em 2003 ......................................................... 152
Tabela 62: Empresas de Exploração Mineral................................................... 153
Tabela 63: Conselhos Municipais previstos em Lei....................................... 159
Tabela 64: Finanças Públicas............................................................................... 159
Tabela 65: Plano das Leituras Comunitárias ................................................... 162
Tabela 66: Plano das Leituras Técnicas............................................................ 163

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 11


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Apresentação

O presente Relatório do Diagnóstico é um dos produtos acordados pelo CONVÊNIO


celebrado entre a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ, Estado do Rio de Janeiro,
através de sua SECRETARIA DE URBANISMO, OBRAS E MEIO AMBINTE e a
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ através da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo – FAU com seu Departamento de Urbanismo e Meio
Ambiente - DPUR, tendo como gestora a FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA JOSÉ
BONIFÁCIO - FUJB.
O PLANO DIRETOR pela natureza, complexidade e amplitude dos estudos para
elaborá-lo, demanda o envolvimento de técnicos de diversas áreas e a necessária
participação dos diversos agentes locais, como os poderes Executivo e Legislativo,
sendo o primeiro o proponente dos projetos de leis e o segundo a instância analítica e
deliberativa dos mesmos, assim como a participação dos setores produtivos e da
sociedade civil, como determina o art. 39 da Lei nº 10.257, do Estatuto da Cidade.
Neste sentido, a elaboração deste diagnóstico contou com a participação da equipe
técnica do DPUR/FAU/UFRJ em conjunto com a equipe técnica destacada pela
Prefeitura Municipal e a participação da comunidade maricaense, objetivando a
elaboração do Plano Diretor.
Observa-se que a materialidade do PLANO DIRETOR ultrapassa o momento da sua
constituição em lei municipal, implicando necessariamente na revisão e/ou elaboração
de leis complementares tais como a Lei de Uso e Ocupação do Solo (ex Lei de
Zoneamento), a Lei de Parcelamento do Solo, o Código de Obras e Edificações, o
Código Ambiental, o Estudo de Impacto de Vizinhança, dentre outras. Desta forma, o
PLANO DIRETOR DE MARICÁ estará necessariamente sujeito a revisões e
aprimoramentos, decorrentes dos novos cenários projetados e materializados ao longo
dos anos.
Na elaboração do relatório do diagnóstico foram utilizadas diversas metodologias
técnico-científicas abalizadas, reconhecidas e condizentes com a normalização técnica
adotada no país, necessárias ao pleno desenvolvimento do trabalho. O processo de
elaboração do diagnóstico contemplou 5 fases básicas, conforme relacionadas a
seguir:
Organização e preparação das equipes;
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 12
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

1ª Audiência Pública de lançamento do PDA;


Coleta e sistematização de dados;
Leituras Comunitárias e Leituras Técnicas;
2ª Audiência Pública – Apresentação do Diagnóstico.
No transcurso destas fases, sob a coordenação geral da consultoria e cooperação
entre a equipe da UFRJ e a equipe da Prefeitura Municipal de Maricá, objetivou-se
atender aos preceitos contidos na Lei Orgânica Municipal, na legislação brasileira e no
que se refere à garantia da gestão democrática por meio da participação da população
e de associações representativas dos vários setores da comunidade no
acompanhamento dos estudos e na formulação de diretrizes e projetos de
desenvolvimento urbano (inciso II do art. 2.º do Estatuto da Cidade), a começar pelo
processo de preparação (levantamento de dados e informações) do diagnóstico
municipal necessário para à elaboração do Plano Diretor.
O presente relatório foi resultado da realização dos procedimentos e atividades
conforme relacionados a seguir:
-Audiência Pública para o lançamento do processo de constituição do Plano Diretor,
onde foram expostos e discutidos, dentre outros, os seguintes aspectos: objetivos,
metodologia, cronograma, áreas e temas de abrangência e produtos intermediários e
finais;
-Atividades de pesquisa secundária e primária com a coleta de dados e informações
através de pesquisa de campo e de reuniões com moradores e representantes dos
diversos segmentos sociais e econômicos do Município, a saber: associações de
bairros, movimentos sociais, setores produtivos e o Poder Legislativo Municipal além
de outros órgãos estaduais e federais que atuam no município;
-Audiência Pública para a apresentação do relatório preliminar do diagnóstico onde foi
apresentado um resumo da realidade dos temas discutidos nos encontros
comunitários e técnicos, mostrados os mapas temáticos confeccionados e discutido
ampla e abertamente todos os problemas municipais;
-Tendo em vista a agenda apertada para a elaboração do Plano Diretor, foi solicitado
por ocasião da Audiência de apresentação do Diagnóstico que a partir de um prazo
estipulado, acréscimos e complementações ao diagnóstico assim como sugestões de
estratégias e diretrizes para o planejamento urbano e rural do Município de Maricá
deveriam ser encaminhados à Secretaria de Urbanismo.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 13


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A construção deste Diagnóstico do Município de Maricá e respectivo Relatório,


portanto, contou com a privilegiada participação e dedicação de representantes dos
meios empresariais, acadêmicos, governamentais, dos membros das associações de
bairros, organizações não governamentais, de sindicatos, das equipes técnicas da
Prefeitura de Maricá e da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A equipe da Técnica da UFRJ agradece a participação da equipe técnica da Prefeitura
Municipal de Maricá e demais representantes, a seguir discriminados que auxiliaram e
contribuíram para a confecção deste Relatório e do Plano Diretor de Maricá:

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ:


Poder Executivo:

Prefeito Ricardo Queiroz da Silva


Gabinete do Prefeito – Vicente de Paulo de Souza Nogueira

COORDENAÇÃO GERAL
Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente
Secretária de Urbanismo Arq. Renata Evaristo Alvarenga
Guilherme Augusto Rocha – Superintendente de Urbanismo
Pedro Hugo Müller Xaubet – Superintendente de Meio Ambiente
Katia Monteiro – Superintendente de Licenciamento de Obras e Posturas-SLOP
Diego Souto Monteiro – Assessor Executivo
Ronaldo Goulart da Cunha – SLOP –Análise Técnica
Marcelo Moreira Lobo – SLOP - Cadastro Técnico
Bernadete Barroso Bento – Superintendente de Comunicação
Ygor Oliveira – Assistente Administrativo
Josemir Veloso de Oliveira – Procurador Geral do Município
Jaderval de Sá Rego Monteiro – Superintendente de Tributo
- Fiscais: Maria do Carmo Marconi
Janclar Lima Janhar
Rosa Luiza Janhar
Maycon Cardoso Berriel

Uriel Distasio Pereira - Sub-Prefeitura de Itaipuaçu


Sydney Rocha Dias – Sub-Prefeitura do Jardim Atlântico

Secretaria Municipal de Turismo, Lazer, Indústria e Comércio – Sec. Maurício

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 14


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Chaves
Secretaria Municipal de Saúde e Qualidade de Vida – Sec. Sandro dos Santos
Ronquetti
Secretaria Municipal de Educação – Sec. Ana Maria Ignácio dos Reis
Secretaria Municipal da Cultura – Sec. Walter Guedes de Almeida
Secretaria Municipal da Fazenda – Sec. Luiz Carlos Bittencourt Coelho
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da Família e do Trabalho – Sec.
Maria do Amparo V. Queiroz da Silva

Superintendente de Articulação Parlamentar – Antonio Gama do Amaral

Poder Legislativo:
Vereador Aldair Machado da Silva
Vereador Pedro Gomes

Representantes da Comunidade:

• Diretoras das Escolas Municipais onde ocorreram os encontros comunitários:


E.M. Antonio Lopes Fontoura – Profa. Marinézia C. de Araújo
CAIC do Imbassaí – Profa. Maria da Penha Correia da Silva
E.M. Ver.João da Silva Bezerra – Profa. Vanda Maria de Souza Bezerra
E.M. Ver. Osdevaldo M.da Matta – Profa. Lucimere R. de Melo
E.M. João Monteiro – Prof. Leonardo Espíndola Correia
E.M. Marques de Maricá – Profa. Gérica Pereira de Mattos
E.M. Prof. Ataliba de Macedo Domingues – Profa. Maria Vanda Timóteo da Silva
• Diretoras dos Colégios Estaduais onde ocorreram os encontros comunitários:
C.E. Elisiário Matta – Profa. Adriana Luiza da Costa
C.E. Francisco José do Nascimento – Profa. Marilene da Silva França
C.E. Dr. João Monteiro Sobrinho – Profa. Alba Maria Barbosa da Silva
Representantes do Sindicato Estadual dos Professores Estaduais-SEPE:
Prof. Leonardo N. Fernandes de Oliveira e
Prof. Sydnei Pequeno Lemos
Profa. Maria de Lourdes Teixeira Gomes

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 15


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Associações de Moradores:
AMAPONTE – Ana Cristina M. Silva e Therezinha Ramos Abreu
AMI-Assoc. Moradores de Inoã – Humberto Braga
AMAVE – Inoã – Edward de Carvalho Montalvão
AMAB-Assoc. de Moradores do Bosque Fundo – Carlos Henrique Sarmento e Plínio
Silva Costa
Centro Comunitário de Itaipuaçu – Alberto Augusto M. Lima
CCIIn-Conselho Comunitário de Itaipuaçu e Inoã – Sergio Roberto Silva Santos
AMAJF – Rose Fernandes Castro e Leandro Gomes Gentil
APMIV-Assoc. Prop. e Moradores de Itaocaia Valley – Valdemir Pereira Tavares e
Carlos R. M. Teixeira
APALMA – Flávia Lanarc Coelho
AMABARRA – Cláudio Ramos
AMBARMA – Nikey Braga
Assoc.de Moradores da Restinga de Jaconé – Jorge Murilo
AMADOC – Antonio Sergio Carneiro
AMAPG – Assoc. de Moradores de Ponta Grossa – Paulo Muniz Borges
AMAJ-Assoc. de Moradores e Amigos de Jacaroá – Mara Ney
Assoc.Moradores dos Lot.Felipe da Laguna, Raphaville e Bairro do Retiro – Antonio
Sergio Carneiro
UNIAFRI –União Afro dos Irmãos –Cond. Santa Paula – Watusi Madeira

Outras entidades:
Assesi – Cláudio Braz de Souza e Odinei Mattos
OAB – Eusália Ferreira M.Ramos e Orlando Pessanha da Encarnação
CEPEI – Centro de Estudos e Projetos Estratégicos de Itaipuaçu:
Oscar Abritta Rodrigues
Maria Adelaide M. de S. Maués
Raymundo Adilson Maués
AMEA –Assoc.Maricaense de Engenheiros e Arquitetos - Adailton Jorge da Silva
MEI/MAMA/CCIIn – Regina do Couto Rabêllo
Radio Sideral – Vicente Silva
Jornal Exato/CEPEI - Alberto Gentile Filho
APEDEMA-RJ – Gerhard Sardo
Igreja Católica – Wolfgang Muller

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 16


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ONGs – Pais em Ação – Joceli Ferreira de Azevedo e Edmilson Palheta


Cidade Digna – Luiz Carlos de Freitas
Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente – Maria José ...
Agentes Imobiliários – José Ferreira da Silva e Marcos Rangel
Rotary Club de Maricá – Alnieda G. Vegas
Rotary Clube de Itaipuaçu – Renato Poubel do Carmo
ACM-Assoc. de Comércio de Maricá – Luciézio Melo
EMATER-Maricá – Paulo César Fernandes
CEDAE – Robinson Kale – Chefe da Divisão de Desenvolvimento e Apoio Operacional

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 17


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Introdução

Este relatório é composto por 12 capítulos onde procuramos relacionar os temas


tratados com a realidade do Município.
No primeiro capítulo - Contextualização Regional e Caracterização Geral do Município,
expomos sobre a localização do município, sua contextualização regional, seus
principais meios de ligação e conexão geográfica, os sistemas rodoviário e aeroviário
de Maricá, assim como uma caracterização geral do município.
No segundo capítulo - Histórico e Evolução Urbana apresentamos uma síntese
histórica da evolução urbana de Maricá.
No terceiro capítulo – Patrimônio Histórico e Cultural, mencionamos a localização das
áreas e bens de interesse cultural e histórico, assim como identificamos os bens
tombados no município.
Ao entrarmos no quarto capítulo - Meio Ambiente Natural dissertamos sobre a
delimitação territorial do município, sobre seus aspectos físicos e caracterizamos o
meio ambiente através dos estudos de sua geologia, pedologia, vegetação e áreas de
risco.
No quinto capítulo - Quadro Urbano e Rural analisamos as características
demográficas, imobiliárias, a ordenação e compartimentação territorial, com seus
distritos, bairros e setores censitários. No subitem -O Solo Urbano- discorremos sobre
os seguintes usos: comercial, industrial, institucional, residencial, recreacional,
circulação, agrícola e vegetação natural.
No sexto capítulo - Quadro Habitacional abordamos o crescimento populacional e
domiciliar, a espacialização social, a situação fundiária, e a ocorrência dos
aglomerados de interesse social.
No sétimo capítulo - Circulação tratamos da rede viária e dos sistemas de transporte.
No capítulo oitavo - Infra-estrutura esclarecemos sobre os sistemas de: abastecimento
de água, esgotamento sanitário, drenagem, resíduos sólidos, fornecimento de energia
elétrica, linhas de transmissão, abastecimento de gás e telecomunicações.
No nono capítulo falamos sobre os Equipamentos Comunitários e a Qualidade de
Vida. Apresentamos a distribuição e localização dos equipamentos de educação,
saúde, religião, recreação, segurança e administração pública. Por fim mostramos os
parâmetros de qualidade de vida e sua classificação.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 18


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

No décimo capítulo – Desenvolvimento Econômico, caracterizamos as atividades do


setor primário citando a agricultura, sua comercialização, a pecuária, a exploração dos
recursos naturais e a pesca, no setor secundário, os principais setores produtivos e
sua classificação e do setor terciário identificamos as principais concentrações no
município.
No décimo primeiro capítulo Quadro Institucional, Finanças Públicas e Organização
Social e Comunitária, discursamos sobre a estrutura administrativa de Maricá: dos
órgãos e instituições estaduais e federais sediadas no município, da administração
municipal em seus três poderes, conselhos, finanças e a organização social e
comunitária.
Finalmente, no décimo segundo capítulo – Planejamento Participativo apresentamos
como este diagnóstico se utilizou do método ZOPP (do alemão: planejamento de
projetos orientado para o objetivo) nas leituras comunitárias abordando: o processo
participativo, a transparência do processo, a técnica de visualização, o plano dos
encontros e seus resultados.
Este diagnóstico se conclui com a Bibliografia estando as referências bibliográficas
utilizadas situadas ao final de cada página.
Este diagnóstico contém ainda uma série de Mapas, Fotos e Tabelas que servem para
ilustrar e comprovar as análises e levantamentos realizados.
Acompanha este diagnóstico um Atlas com 46 mapas no formato A3.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 19


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

I - CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL E CARACTERIZAÇÃO


GERAL DO MUNICÍPIO

I. 1. Localização do Município e Contextualização Regional


O município de Maricá está situado na porção sudeste do Estado do Rio de Janeiro
que, juntamente com os estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais
compõem a Região Sudeste do Brasil, porção significativa do território nacional por ser
a mais produtiva e populosa. Esta Região possui uma área de 924.781,29 Km²,
correspondendo a cerca de 11% do território brasileiro.

Mapa 01: Região Sudeste do Brasil

Fonte: www.ibge.gov.br.

No período de 1991/2000 registrou-se uma taxa de crescimento populacional no País


na ordem de 15,6%, tendo o Estado do Rio de Janeiro apresentado uma taxa de
15,1%.

Tabela 01: População da Região Sudeste 1991/2000/2005


MUNICÍPIO 1991 2000 2005*

São Paulo 31.588.925 36.966.527 40.442.795

Minas Gerais 15.743.152 17.835.488 19.237.450

Rio de Janeiro 12.807.706 14.367.225 15.383.407

Espírito Santo 2.600.618 3.093.171 3.408.365

Região Sudeste 62.742.392 72.262.411 78.474.022

BRASIL 146.825.475 169.799.170 187.384.669


Fonte: IBGE * Estimativa IBGE

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 20


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

O Estado do Rio de Janeiro com 92 municípios está dividido em 08 meso-regiões


(econômicas segundo o IBGE): Meso-Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Meso-
Região das Baixadas Litorâneas, Meso-Região do Médio Paraíba, Meso-Região
Centro Sul Fluminense, Meso-Região da Costa Verde, Meso-Região Norte
Fluminense, Meso-Região Noroeste Fluminense e Meso-Região Serrana.

Mapa 02: Meso-Região das Baixadas Litorâneas do Rio de Janeiro

Fonte: Fundação CIDE

A Meso-Região das Baixadas Litorâneas de Rio de Janeiro, compreende uma área de


5.291 Km², ou seja, cerca de 12% da extensão territorial do estado. Segundo dados do
Censo IBGE 2000, possui 636.851 habitantes, o que representa aproximadamente 4%
da população estadual.
A Meso-região das Baixadas Litorâneas de Rio de Janeiro inclui 13 municípios, a
saber: Maricá, Saquarema, Araruama, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Iguaba
Grande, Arraial do Cabo, Armação de Búzios, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Rio
Bonito, Cachoeiras de Macacú e Silva Jardim.

Tabela 02: População dos Municípios da Meso-Região das Baixadas Litorâneas do


Rio de Janeiro 1991/2000/2005
MUNICÍPIO 1991 2000 Taxa de 2005*
Cresc
Maricá 46.542 76.556 64% 95.653

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 21


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Araruama 58.286 82.717 42% 97.701


Armação de Búzios - 18.179 23.011
Cabo Frio 84.635 126.894 50% 159.685
Arraial do Cabo 19.707 23.864 21% 26.390
Cachoeiras de Macacú 40.181 48.460 21% 53.765
Casimiro de Abeu 15.563 22.052 42% 26.243
Iguaba Grande - 15.052 19.346
Rio Bonito 45.093 49.596 10% 52.529
Rio das Ostras 18.155 36.769 103% 47.819
São Pedro da Aldeia 50.370 63.009 25% 76.414
Saquarema 37.780 52.464 39% 61.591
Silva Jardim 18.149 21.239 17% 23.222
Total 434.461 636.851 46,5% 763.369
Fonte: IBGE * Estimativa IBGE

No período analisado, o Município de Armação de Búzios se desmembrou de Cabo


Frio assim como Iguaba Grande se desmembrou de São Pedro da Aldeia.

Mapa 03: A Região Metropolitana de Rio de Janeiro

Fonte: Fundação CIDE

A Região Metropolitana de Rio de Janeiro (RMRJ), desde que foi criada pela Lei

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 22


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Complementar Federal nº 20, de 01 de julho de 1974, passou por diversas


modificações e hoje compreende 20 municípios com uma área de 5.726 Km², cerca de
13% da extensão territorial do estado. Possui, segundo dados do Censo IBGE 2000,
11.037.386 habitantes, o que representa aproximadamente 77% da população
estadual. A Meso-região Metropolitana de Rio de Janeiro incorpora os seguintes
municípios: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Belford
Roxo, Nova Iguaçu, Magé, Guapimirim, Mesquita, Queimados, Paracambi, Japeri,
Seropédica, Itaguaí e Mangaratba e à oeste da Baía de Guanabara e Niterói, São
Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Maricá à leste da Baía de Guanabara.
O Municípo de Maricá, apesar de não mais pertencer à Região Metropolitana do Rio
de Janeiro, foi incluído na análise desta região por este diagnóstico, por
considerarmos que suas funções e ligações com a metrópole o tornam parte
integrante da mesma.
O Município de Maricá, situado na porção sudeste do estado, distante cerca de 64 Km
da Metrópole do Rio de Janeiro, apresentou a maior taxa de crescimento nesta última
década, chegando a 95.653 habitantes em 2005 segundo estimativa do IBGE,
distribuídos em seus 363,9 Km².
A Tabela 03, que apresenta os valores apurados nos censos de 1991 e 2000 e uma
estimativa para 2005, permite verificar o extraordinário processo de crescimento
populacional vivido pelo município de Maricá.

Tabela 03: População: Municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro


1991/2000/2005
MUNICÍPIO 1991 2000 Taxa de Cresc. 2005*
Rio de Janeiro 5.473.905 5.850.544 7% 6.094.183
Duque de Caxias 665.343 770.858 16% 842.890
São João de Meriti 424.689 449.562 6% 464.327
Nilópolis 157.936 153.572 -3% 150.968
Belford Roxo 337.698 433.120 28% 480.695
Nova Iguaçú 766.216 915.364 19% 830.902
Magé 163.244 205.699 26% 232.251
Guapimirim 28.005 37.857 35% 44.139
Mesquita - 165.843 - 182.546
Queimados 124.121 121.681 -2% 136.509

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 23


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Japeri 65.576 83.160 27% 94.239


Paracambi 36.391 40.412 11% 43.011
Seropédica - 65.020 - 75.032
Itaguai 113.019 81.952 -27% 93.662
Mangaratiba 17.922 24.854 39% 29.272
Niteroi 435.658 458.465 5% 474.046
São Gonçalo 778.831 889.828 14% 960.841
Itaborai 161.398 187.038 16% 215.877
Tanguá - 26.001 - 29.481
Maricá 46.542 76.556 64% 95.653
TOTAL RMRJ 9.796.494 11.037.386 13% 11.570.524
Fonte: IBGE * Estimativa IBGE

Observamos que o processo de urbanização da Região Metropolitana de Rio de


Janeiro nos últimos anos consolidou o também acelerado processo de conurbação dos
municípios de Niterói, São Gonçalo e Maricá, estando a malha urbana destes
municípios quase sedimentada a partir do eixo da BR-101 entre Niterói e São Gonçalo
e a partir do eixos das rodovias RJ-104 e RJ-106 ou Rodovia Amaral Peixoto entre
Niterói, São Gonçalo e Maricá que a partir da sua duplicação em 2004 vem acelerando
este processo.

Mapa 04: A Região dos Lagos do Rio de Janeiro

Fonte: DPUR

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 24


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A Região dos Lagos, uma região turística que compreende os municípios banhados
pelas lagoas litorâneas do Estado compreende uma área de 2.308,5 Km², ou seja,
cerca de 5% da extensão territorial do estado. Possui, segundo dados do Censo IBGE
2000, 440.556 habitantes, o que representa aproximadamente 3% da população
estadual. A Região dos Lagos é formada por 7 municípios a saber: Maricá,
Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do
Cabo onde Maricá se configura como o seu portal de entrada um município onde se
opera a transição das funções metropolitanas com as funções de recreação e turismo.

I. 2. Principais Meios de Ligação/Conexão Geográfica

I. 2.1. Sistema Rodoviário


O sistema rodoviário da região possui como eixo principal a rodovia RJ-106 que
permite a ligação da Metrópole do Rio de Janeiro com a região leste do estado. Essa
rodovia, a RJ-106, antes de chegar ao Rio de Janeiro, corta o território de Niterói, São
Gonçalo, Maricá, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Casimiro
de Abreu, Rio das Ostras, no sentido leste-oeste sendo o principal acesso e eixo viário
para esta região estadual com substancial potencial turístico e de veraneio.
A posição estratégica de Maricá neste eixo de acesso transforma-a num portal de
entrada desta região. Mapa 04.

I. 2.2. Sistema Aeroviário


Quanto ao transporte aeroviário, Maricá dispõe de um aeroporto em seu território,
facilitando o seu acesso aos dois aeroportos da Metrópole do Rio de Janeiro, além dos
outros, existentes no Estado do Rio de Janeiro.

II - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO URBANA

II. 1. Origens
A ocupação do território do atual Município de Maricá remonta ao quarto quartel do
século XVI. Os historiadores têm duas versões para a origem do nome Maricá.
Segundo Teodoro Sampaio a palavra se divide em duas partes: Mari que significa
espinheiro e Caá que quer dizer Mata, respectivamente, e na região existiam muitas

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 25


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

acácias espinhosas em suas florestas. Por outro lado, segundo Macedo Soares, houve
uma corruptela da palavra Maracá, em face das vargens secas da planta Marie que
produzia um som parecido aos das maracás, uma espécie de chocalho que os índios
usavam em festividades guerreira.
As primeiras sesmarias foram concedidas na faixa litorânea compreendida entre
Itaipuaçu1 e as margens da Lagoa onde mais tarde seria erguida a sede do município.
Lembramos os primeiros requerentes e as respectivas datas de concessão, a saber:
Antônio de Mariz, Manoel Teixeira e Duarte Martins Moirão, nos anos de 1574,1578 e
1590, respectivamente. Posteriormente outras sesmarias foram concedidas aos
senhores João de São João, Gaspar Martins, Henrique de Araújo, Bartolomeu Afonso,
Gaspar Fernandes e Simão de Oliveira.
O historiador Eduardo R. Figueiredo salienta que em 1584 quando o padre José de
Anchieta partiu da Aldeia de São Barnabé de Cabuçu em companhia do padre Leitão e
de um número importante de índios com destino a Lagoa de Maricá atravessando a
serra de Itaitindiba já encontrou sinais de ocupação e colonização na região onde já se
encontrava as sesmarias que estavam sendo exploradas. Sua passagem pela região
foi marcada pela famosa Pesca Milagrosa, o maior feito realizado em Maricá pelo
grande apóstolo. O milagre aconteceu na Praia de Araçatiba, onde foi lançada a pedra
fundamental do marco que lembrará a todas as gerações o grande feito.
No século XVII, outras concessões foram feitas, beneficiando entre outros os senhores
Pascoal Martins em 1614, Diogo Martins Moirão em 1623, Miguel Carvalho em 1630, a
Ordem dos Beneditinos em 1635, e a Luiz Gomes Sardinha em 1651. A região foi
ocupada pelo desenvolvimento e a exploração das atividades extrativista, agrícola e
pastoril.
O maior pólo de desenvolvimento foi em São José do Imbassai. Os monges
beneditinos receberam em 31 de outubro de 1635 uma sesmaria com 1.750 alqueires
do Governador Rodrigo de Miranda Henrique denominado-a Fazenda de São Bento, a
maior propriedade da região. A Fazenda São Bento estava associada à de São
Salvador dos Campos de Goytacazes também dos beneditinos e um dos maiores
criadores de gado e fornecedor de carne da Capitania do Rio de Janeiro.
Posteriormente foi construída na região uma capelinha de Nossa Senhora do Amparo.

1
Todas as denominações são usadas neste relatório com a grafia atualizada.
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 26
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Segundo Monsenhor Pizzaro no ano de 1687 a capelinha foi inspecionada por um


visitante chamado Dr. Araújo, concluindo, portanto que sua construção foi anterior a
este ano. A Capelinha foi sacramentada como paróquia em 12 de janeiro de 1755.
A região foi marcada por febres palustres que muito dificultou o seu desenvolvimento e
que motivou o deslocamento dos habitantes para a outra margem da lagoa onde o
clima era mais saudável, favorecendo o assentamento de uma povoação com futuro
promissor.
O Povoado foi elevado à categoria de Vila pelo alvará de 26 de maio de 1914 com a
denominação de Santa Maria de Maricá em homenagem a Rainha D. Maria I e só foi
instalada aos 27 de agosto de 1815, “tendo por Termo o terreno compreendido desde
a barra da lagoa de Saquarema até a ponta de Manditiba, dividindo-se pelo interior
pelas serras da Tiririca, Piiba Grande, Cordeiros e Itaitindiba; daí, à Serra do
Catimbau, e desta seguindo a mais cômoda divisão até voltar a fechar na barra da
lagoa de Saquarema: ficando o sobredito território desmembrado dos Termos da
Cidade do Rio de Janeiro, da Cidade de Cabo Frio, e da Vila de Santo Antônio de Sá
aos quais pertencia”.
Em 10 de maio de 1819 a Vila foi extinta e seu território anexado ao da Vila de Praia
Grande atual Município de Niterói. Em 15 de janeiro de 1833 por decreto geral, às
vésperas da criação do Município Neutro da Corte, foi restabelecida a autonomia de
Santa Maria de Maricá. Por este decreto os termos das vilas da Praia Grande e de
Maricá ficaram divididos um do outro pela Praia de Manditiba, Pedra de Itaocaia, Serra
do Malheiros, servindo de ponto o Caminho da Boiada pelo alto da Serra de Inoã,
Itaitindiba, Cassoritiba, seguindo pelo ponto alto até Maricá, compreendendo-se no
termo dessa vila as fazendas de Cassorotiba, Taquaral e Inoã; conservando-se as
ditas duas vilas em seus termos, todo o território restante de que constavam. Logo
após a instauração da República houve a elevação da “Vila” em “Cidade” pelo Decreto
nº 18 de 27 de dezembro de 1889. O município contava então com o distrito-sede e os
distritos de Itapeteiú(2º) e Inoã(3º).
Em 1887, surgiu em Maricá a idéia de se construir uma estrada de ferro. Criou-se uma
comissão de membros atuantes da comunidade, que empregaram seus capitais e, em
1889, era inaugurado o trecho até Itapeba e, posteriormente, Manoel Ribeiro. O
Governo Federal prolongou-a até Cabo Frio via Jaconé, Saquarema e Araruama,
ligando-a com a Central do Brasil. Através dela, os pescadores levavam seus peixes

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 27


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

para vender nos mercados de Niterói e São Gonçalo. Da mesma forma, o município
também escoava sua produção de banana.

As Estações da Ferrovia em Inoã e Maricá

Fonte: Lambraki pág 152

Por outro lado com a abolição da escravidão em 1888 a economia maricaense sofreu
um grande impacto face ao abandono das lavouras e a inexistência de mão de obra
para desenvolvê-las com o novo sistema de trabalho remunerado. O empresariado
local não havia se organizado para as mudanças previstas pelo processo abolicionista
que vinha sendo anunciado desde 1850.

Mapa 05: Maricá em 1940

Fonte:Enciclopédia dos Municípios Brasileiros

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 28


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

II. 2. As Fazendas de Maricá2


A economia brasileira durante o Período Imperial teve seu maior sustentáculo nas
propriedades rurais. As principais fazendas de Maricá não fugiram a essa regra. As
extensas áreas dessas propriedades foram, em muitos casos, resultantes da união de
famílias da mesma classe e às vezes do mesmo sangue. Posteriormente, a partir da
subdivisão dessas propriedades em face de desmembramentos e subdivisões entre
herdeiros, passamos a ter uma outra característica nessas extensas propriedades.
Fazemos, nas linhas abaixo, um breve relato das principais características dessas
fazendas.
1-FAZENDA SÃO BENTO – Os monges beneditinos construíram a fazenda, em 1635
à beira da Lagoa de São José (atual Lagoa de Maricá) e sempre foi considerada como
a maior propriedade rural de Maricá. Cultivava-se cana e produzia açúcar além da
criação de gado que chegou a ter um rebanho de 9.000 cabeças sob a administração
do frei João Carapeba. A fazenda ficou reduzida a 41 escravos em 1823 e entrou em
decadência no final do século XIX. Das suas construções não existem mais vestígios
restando apenas os alicerces da antiga capela, dedicada a São Bento. Um dos
motivos para o declínio da fazenda foi a malária. A fazenda foi comprada pela
Companhia Videira – Covibra que iniciou o processo de loteamento no município.
2-FAZENDA BOM JARDIM – Segundo Lambraki, esta fazenda é desmembrada do
latfúndio da Posse por João da Silva Nogueira que a vende em 1817 a Thomaz de
Aquino Gurgel Pereira. A fazenda era grande produtora de anil, algodão, milho, feijão,
mandioca e arroz, além da grande produção de café. Após sua morte, seu filho João
Clímaco Pereira assume a fazenda e passa a cultivar cana de açúcar em vez de café
devido a crise deste. Em 1868 inaugura a maquinaria a vapor para o fabrico de
aguardente que depois viria a declinar. Em 1899 seu filho, João Gualberto da Costa
Pereira inova amplia as terras da fazenda e constrói nova fábrica e faz florescer de
novo a fazenda que em 1924 alcança o seu apogeu. Assim é vendida para Sebastião
Brandão que por sua vez acrescenta uma chaminé a usina. Após passar por outros
proprietários, a Fazenda Bom Jardim, em 1932, é vendida para Dr. José Eduardo de
Macedo Soares e passa a se chamar Santo Antonio, sob a administração de Euclides
Antonio de Abreu Rangel. O trem chegava a parar na fazenda para transportar a cana

2
Informações extraídas de Brum, 2004 e Lambraki, 2005
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 29
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

para a usina. Em 1936 a caldeira explodiu e determinou o seu fechamento. A fazenda


é vendida para Durval Rodrigues da Cruz que renova a criação de gado, a lavoura e a
floricultura. Com a morte de Durval a fazenda declina e é subdividida e o imóvel da
fazenda com uma área de 172,71 ha é transformada no Loteamento Condado de
Maricá. A parte onde era a sede da fazenda, hoje Itapeteiú pertence a João Carlos de
Almeida e no local ainda persiste a velha chaminé da antiga usina.
3-FAZENDA UBATIBA – Sua fundação remonta à segunda metade do Século XVII,
sendo constituída por uma das seis sesmarias da região de Ubatiba. Pelo que se sabe
seu engenho foi construído em 1762 pelo pai do mestre de campo Miguel Antunes
Ferreira, um dos primeiros proprietários. Em 1778 trabalhavam nesse engenho 50
escravos e se produzia cerca de 40 faixas de açúcar e 20 pipas de aguardente por
ano. Em 1781, torna-se proprietário o capitão José Francisco Ferreira. Depois de
passar por outros proprietários, coube ao comendador Antonio Joaquim Soares
Ribeiro a propriedade destas terras, aí fazendo importantes melhorias. Nos últimos
tempos, passando por períodos de decadência, ela foi arrendada diversas vezes. Em
suas terras se cultivava a cana de açúcar para o fabrico de aguardente e outras
atividades agrícolas. Esta propriedade foi parcelada no Século XX tornando-se o
Loteamento Condado de Maricá onde ainda podemos testemunhar a sede da fazenda.
4-FAZENDA DO RIO FUNDO – Essa é a segunda maior fazenda de Maricá que
também pertenceu a família Boaventura Maciel desde que foi comprada no século
XVIII do padre José Martins Pereira, até 1861. Os irmãos Boaventura também eram
proprietários de extensas terras em Niterói, na atual Alameda Boaventura.
Posteriormente estes irmãos passaram a propriedade para os sobrinhos Constantino e
João Figueiredo Pereira de Barros, o Barão de São João de Icaraí e o Barão do
Fonseca respectivamente. Em 1861 os barões venderam a fazenda ao bacharel
Joaquim Mariano Álvares de Castro que teve oito filhos. Somente o de nome Theófilo
Álvares de Castro casado com Maria Pereira de Castro permaneceu em Maricá. O
filho de Theófilo, Adalberto Álvares de Castro loteou e vendeu parte de suas terras,
hoje conhecidas como Flamengo e Colinas de Maricá. Seus herdeiros, por sua vez,
venderam a área do Jardim Nova Metrópoles e do Mumbuca, onde hoje existe o
Conjunto da Caixa Econômica. Finalmente a sede da fazenda foi vendida em 1968 ao
Almirante José Celso de La Roque Macedo Soares Guimarães, descendente dos
Álvares de Azevedo. Nas suas terras haviam engenhos de açúcar e se produzia

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 30


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

farinha de mandioca além da plantação de café.


5-FAZENDA DO PILAR – A Fazenda do Pilar contava com dois engenhos de cana-de-
açúcar que em algumas ocasiões trabalhavam dia e noite e sempre esteve na mesma
família. João Soares de Lemos Brandão recebeu as terras por herança, adquiriu
outras a transformando numa próspera propriedade. Um dos três filhos de Joaquim
Soares Ribeiro foi o Barão de Inoã, nascido nesta fazenda. Outra filha, sua irmã
Guilhermina, casou-se com o conselheiro do Império Benevenuto Augusto de
Magalhães Taques, homem importante do Império, por ter sido governador de quatro
províncias e ministro do Exterior de D. Pedro II. A filha única do casal, Beatriz Taques
casou-se com José Caetano Rodrigues Horta, tendo quatro filhos: José Caetano,
Benvindo, Antônio e Pedro de Alcântara. Os dois filhos caçulas conseguiram
conservar a casa deixada ao abandono porque o Dr. Horta permanecia mais tempo
em Minas Gerais onde também era fazendeiro. A casa hoje, encontra-se em bom
estado de conservação, tendo a madeira resistido ao tempo, graças a obstinação do
mais novo dos herdeiros, Pedro. Dentre os reparos que tiveram que ser efetuados
constata-se o assoalho que foi trocado, assim como o forro, preservando-se,
entretanto as características originais. Quando D. Beatriz faleceu em 1943, seus dois
filhos caçulas compraram as partes dos outros dois irmãos. A data da conclusão da
casa grande, 1848, permanece até hoje estampada na fachada da mesma. Na época
a fazenda media 530 braças de testada e meia légua de fundos perfazendo uma área
de 79 alqueires.
6-FAZENDA DO LAGARTO – Essa propriedade, outrora um grande latifúndio, foi
sendo dividida no decorrer dos anos pelos herdeiros de seu primeiro proprietário.
Joaquim Ribeiro de Almeida ao falecer deixou para suas filhas, grande parte de sua
imensa fortuna e para os seus filhos a divisão de suas terras. Na época faziam parte
desta propriedade, as fazendas do Coqueiro e do Caboclo. Coube a Manoel Ribeiro
de Almeida a Fazenda do Lagarto, para Francisco de Paula Ribeiro de Almeida a
Fazenda do Coqueiro e para João Ribeiro de Almeida a Fazenda do Caboclo. A
Fazenda do Lagarto passou por vários processos de subdivisão entre os herdeiros e
em 1954, com a morte de Agripino Ribeiro de Almeida, novamente foi subdividida.
Hoje o Bairro do Lagarto guarda as lembranças daquilo que foi essa imponente
fazenda. Nela se cultivava cana de açúcar, anil, cereais e café.
7-FAZENDA DA MANGUEIRA (atual Fazenda N.Sra.das Graças, ex Fazenda do

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 31


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Coqueiro) – Esta fazenda, herdada por Francisco de Paula Ribeiro de Almeida


passou para a família Macedo Soares, pelo casamento de José Eduardo (neto de D.
Reginalda da Fazenda do Bananal) com Cândida Rosa, uma das filhas de Francisco
de Paula. Após os Macedo Soares, a fazenda foi comprada pelo Almirante Celso
Aprígio que posteriormente a vendeu para Antônio Calado que mudou o nome da
fazenda para Nossa Senhora das Graças. Após sua morte em 1992, ela foi vendida
para Eduardo Balesteros. A fazenda tinha 800 hectares dos quais 250 em mata
virgem. Nela se cultivava cana de açúcar, farinha de mandioca, café e cereais.
7-FAZENDA DO CABOCLO – A história dessa fazenda confunde-se com a da
Fazenda Mangueira. Entretanto convêm salientar que com o falecimento do
comendador João Ribeiro de Almeida a fazenda passou para os seus dois filhos Maria
Guilhermina e José Frederico. Eles não se casaram e este último adotou uma criança
e deu o nome de Militão. O menino foi educado com todo o esmero e, segundo alguns,
ele era filho do José Frederico com uma cabocla. Militão herda e administra a fazenda.
Um dos filhos de Militão vende a fazenda a Antônio Calcado da fazenda do Coqueiro.
José Celso Ribeiro de Almeida neto de Militão lembra com saudades do avô sentado
na varanda da outrora pujante Fazenda do Caboclo.
8-FAZENDA DO VALE – Esta fazenda localizada na região do vale do Rio Camburi,
era caminho para as ruínas das Reduções Jesuíticas de São Barnabé na Serra do
Camburi. Segundo o historiador Eduardo Rodrigues de Figueiredo3, João Ribeiro de
Almeida foi um dos primeiros proprietários desta fazenda. Nesta fazenda
desenvolveram-se plantações de anis que a tornaram afamada. Cirilo Ribeiro de
Almeira, herdeiro desta fazenda montou um grande engenho, plantou cana e também
produziu aguardente. Posteriormente a fazenda passa por mais quatro proprietários
até que Hugo Ferraz Porto a adquire em 1942. Dedicou-se inicialmente a plantação de
limão e mamão e depois ao cultivo de antúrios e orquídeas, sua maior paixão. Hoje
esta fazenda pertence a seus herdeiros que mantêm a tradição pela floricultura.
9-FAZENDA CAMBURÍ – O nome camburi é de origem indígena com duas versões:
“terra onde há leite, mel e água” ou “mato flexível”. A mais antiga fazenda de Maricá.
Suas ruínas, segundo Lambraki, indicam ser de uma majestosa construção devendo
ainda ser pesquisada para revelar sua história. Arivaldo Ferraz Porto, conta que seu

3
Figueiredo, Eduardo Rodrigues. Grandeza e Decadência da Vida Rural de Maricá e Notas para a
História de Marica. Acervo da Prefeitura Municipal de Maricá

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 32


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

pai, Hugo Ferraz Porto, comprou esta fazenda, em meados do século XX para plantar
café. Sobre seus proprietários iniciais a única informação que se tem, é a de que esta
fazenda pertencia a João Antonio Monteiro que lá faleceu em 1866 e de que Manoel
Torres Braga se tornou seu proprietário no início do Séc. XX tendo a seguir sido
comprada por Hugo F. Porto das filhas de Ermenegídio, Inês e Francisca. Atualmente
pertence a Ricardo Vieira Filho. Os principais produtos desta fazenda eram o café, a
farinha de mandioca e cereais.
10-FAZENDA DO RETIRO – Nas suas terras haviam engenhos de açúcar e
plantações de café.
11-FAZENDA CASSOROTIBA – Cassorotiba significa “lugar onde há fartura de mato”
ou “planta que se atola e que saí da água abundante”. A origem da fazenda está na
sesmaria doada a Amaro Reis Tibau em 1696. Estando ele sempre ausente quem
tomou conta da fazenda, por mais de 50 anos, foi um capitão Jerônimo, célebre por
suas maldades. Inicialmente o principal produto era a cana de açúcar, e
posteriormente a produção de aguardente. João Elisiário da Cruz Pombo foi quem a
seguir tomou conta da fazenda construindo sua sede. Após o seu falecimento a
fazenda foi subdividida em várias partes. Em 1835 Alexandre Nunes da Costa Tibau
adquiriu a parte principal desta fazenda nela trabalhando e reformando a sede. A
fazenda permanece com seus herdeiros até 1975 quando Fernando Lourenço Costa
compra a Fazenda Cassorotiba. A fazenda está conservada, com as lembranças dos
tempos de outrora.
12-FAZENDA DO BOSQUE FUNDO – Esta fazenda foi fundada na primeira metade
do Século XVIII por João Luiz Barbosa que a adquiriu por desmambramento da
Fazenda de Cassorotiba. Nestas terras eram cultivados cereais e cana de açúcar, não
possuindo engenho até 1862. Mais tarde foi seu proprietário Joaquim Bernardino Alves
Ilustre e seu filho Emiliano Antunes Costa após o falecimento do pai. Abandonada
devido a crise econômica, sobreviveu do fabrico de aguardente. Em 1922 foi
subdividida em 5 partes, ficando uma das partes a Adalberto Antunes da Costa onde
se localiza a sede da fazenda.
13-FAZENDA ITAOCAIA – A história desta fazenda está ligada ao testemunho de
Charles Darwin que teria passado por ela com sua comitiva em 1832. “A descrição do
local pelo cientista não deixa dúvidas afirmando que a fazenda ficava perto da colossal
pedra revestida por matas seculares, e existia um quilombo formado por negros fujões

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 33


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

das fazendas que ali se abrigavam.” A fazenda em estilo colonial também possui uma
capela anexa e um engenho aonde se encontram os cones usados para o melado.
Verifica-se a partir de 1850, como proprietário o Sr. João Nunes da Costa Tibau que a
vendeu para João Belisiário de Almeida. Depois de arrendada durante anos, tornou-se
produtiva nas mãos de Joaquim Fernandes Ribeiro. Recentemente a fazenda
sobrevive sendo alugada para festas.
14-FAZENDA DE INOÃ – Quanto à sua origem, sabe-se apenas que foi fundada aos
fins de Século XVII e início do XVIII assim como a do Taquaral, Cassorotiba e Itaocaia.
Como as demais propriedades possuía um engenho de açúcar e de aguardente em
pleno funcionamento, com grande produção de farinha de mandioca e cereais e um
amplo paiol onde passava a linha da estrada de ferro e onde foi construída a
respectiva estação. Consta que em 1863 era sua proprietária Dona Antônia Rosa do
Espírito Santo que depois vendeu à Vicente Adrião Ferraz. A partir de então foi
sucessivamente vendida em 1888, 1895, 1906 e 1912 quando então ficou dividida em
duas partes. Por força do destino esta fazenda foi novamente integralizada em 1923
tendo como proprietários os irmãos Pollo, Roberto e Mário, organizadores da
Companhia Cerâmica de Inoã. “Loteada ou mesmo invadida, forma hoje a localidade
de Inoã.”
15-FAZENDA BANANAL – Esta fazenda teve seus dias de glória quando era a maior
produtora de bananas. A origem da fazenda remonta ao início do século XIX quando o
alferes Antônio Joaquim Soares e sua jovem esposa D. Antônia Reginalda herdaram
dos Frades do Mosteiro de São Bento uma porção de terras em mata virgem, próximo
ao povoado de Ponta Negra. A bananeira-do-mato era abundante na região por isso o
casal deu à fazenda a denominação de Fazenda do Bananal. O alferes morreu em
1812, deixando D. Reginalda viúva, com seis filhos. D. Reginalda passou a dirigir a
fazenda casando-se posteriormente com o também viúvo José Rodrigues Ferreira. Em
1835 foi concluída a construção de uma capela ao lado da casa da fazenda. Em 1932
a fazenda foi dividida, uma parte denominada de Bananal Pequeno ou Bananal Baixo
ficou com Joaquim Mariano de Azevedo. A parte do Bananal de Cima pertenceu em
1834 ao filho de Reginalda chamado de Luiz Manoel. Posteriormente um dos Macedo
Soares, doou ao seu afilhado Horácio Gomes Leite de Carvalho a Fazenda Bananal.
Após o seu falecimento sua mãe, D. Lili de Carvalho, então esposa do empresário
Roberto Marinho, confiou ao arquiteto Oscar Niemeyer o planejamento para a divisão

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 34


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

e venda da propriedade. O arquiteto conservou parte da propriedade em torno da


sede. Convêm salientar que apesar de todas as reformas, as lembranças do tempo
áureo da fazenda sob a égide de D. Reginalda ainda permanecem no local. Os
principais produtos eram os cultivos de banana, café e produção de açúcar.
16-FAZENDA DA POSSE E FAZENDA DO ENGENHO VELHO DA POSSE – Esta
fazenda e suas terras foram deslocadas do latifúndio existente em Manoel Ribeiro pelo
famoso posseiro Custódio José Fernandes Guimarães. Originalmente era conhecida
como a Fazenda da Posse cujas terras se estendiam da Serra do Mato Grosso ou
Serra da Posse como era conhecida, até o Flamengo além de parte do Bananal Baixo
que era da Ordem dos Beneditinos. Custódio trabalhou a terra, instalou engenhos e
com suas atividades de arrendamento que fazia com os lavradores, tornou próspera a
região de Manoel Ribeiro, produzindo açúcar, farinha de mandioca, feijão e café. Seu
genro, José Gomes da Cunha Vieira, casado com Cândida Ana assumiu parte desta
fazenda, ali trabalhando até morrer aos 111 anos de idade. Esta fazenda passou a ser
conhecida como Fazenda do Engenho Velho da Posse.
Após o falecimento de Custódio a Fazenda da Posse passou para sua neta, Maria
Feliciana Custódio Vieira, filha de José Gomes que, como seu tutor, passou a tomar
conta desta fazenda até casá-la com Joaquim Mariano Álvares de Castro. Após o
falecimento de Maria Feliciana a fazenda passou por outros proprietários e acabou
sendo vendida em 1935 para Antonio de Oliveira Carvalho. Seu filho José assumiu a
fazenda em 1942 remodelando-a e tornando-a próspera.
17-FAZENDA BAMBUÍ – Essa fazenda era conhecida como Guarapina, antiga
fazenda do Império. Em 1815 o príncipe alemão Maximiliano Alexandre de Wied
juntamente com os naturalistas Sellow e Freyreis e numerosa comitiva saíram da
Cidade de Maricá com destino a Ponta Negra e se perderam entre as matas e trilhas
da região, encontrando pouso na Fazenda Guarapina do alferes José Gomes da
Cunha Vieira. No início do século XVIII a fazenda já estava organizada e produzia café
milho, laranja, farinha de mandioca, cana de açúcar (600 arrobas anuais), polvilho e
também açúcar. A fazenda foi vendida pelo alferes a Fernando Henrique de Farias.
Por casamento, ele assume a Fazenda do Engenho Velho da Posse, ampliando sua
produção e criando outros engenhos. Posteriormente com a presença da Companhia
Videira a fazenda é desmembrada e loteada (Lot. Vale das Figueiras).
18-FAZENDA DO ENGENHO NOVO – A história desta fazenda está ligada à Fazenda

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 35


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

da Posse e Fazenda do Engenho Velho da Posse. Segundo Lambraki, após a morte


de Cândida Ana, filha de Custódio José Fernandes Guimarães, esta passou a
Fazenda do Engenho Velho da Posse para seu filho Joaquim Gomes Vieira que ali
instalou novos engenhos e por isso passou a ser conhecida como Fazenda do
Engenho Novo, hoje Manoel Ribeiro. Este a vendeu a Fernando Henrique Soares, que
passou ao seu genro e depois a seus netos. Em 1933 a fazenda é vendida a Joaquim
de Oliveira Carvalho que se associando a João Pedro Machado, consegue fazer com
que a fazenda floresça de novo com as lavouras de banana, laranja, milho e arroz, não
sem antes terem gasto muito dinheiro com obras de saneamento. João Pedro
Machado construiu um posto de saúde, uma escola e a Capela de São Sebastião
doando terras no que se constituiu o Centro de Manoel Ribeiro e onde ainda podemos
encontrar o prédio da antiga estação de trem, apesar de totalmente descaracterizado.
Atualmente seu filho. Antonio Terra Machado continua tocando a fazenda com a
criação de gado.
A Fazenda da Posse, Fazenda do Engenho Velho da Posse e a Fazenda do Engenho
Novo fazem parte da história de Manoel Ribeiro e Figueira e, portanto de Maricá.

Mapa 06: As Fazendas Históricas de Maricá

Fonte: DPUR -2006

II. 3. Desenvolvimento atual


Nas linhas abaixo faremos um relato da evolução urbana do Município de Maricá por
décadas através do seu processo de parcelamento considerado a partir de 1940.
O território do Município de Maricá entra em processo de subdivisão das antigas

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 36


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

fazendas, grandes propriedades rurais na primeira metade do século XX.


Na década de quarenta são aprovados os primeiros loteamentos no Município. Nesta
década foram abertos oito loteamentos, todos localizados no Distrito Sede, dos quais
dois: o Balneário Bela Vista e o Jardim Nova Maricá à beira da Lagoa, marcam o início
da ocupação do território por loteamentos turísticos.
A área total loteada nos anos quarenta do século XX foi de 1.124.073,73 m² (112 ha),
dos quais 812.092,00 m² (81 ha) (72%) destinados à vocação turística.
Na década de cinqüenta o parcelamento turístico alcança cifras altíssimas,
principalmente impulsionadas pelo asfaltamento da Rodovia Amaral Peixoto-RJ106 em
1952, e que favorecia o acesso ao município. Esta década testemunha o primeiro
boom imobiliário. Os loteamentos avançam pelas praias tanto do complexo lagunar
quanto da orla oceânica. Nesta década são abertos 29 loteamentos totalizando
24.301.002,80 m² (2.430 ha) dentre os quais podemos destacar os grandes
loteamentos do Jardim Atlântico, em Itaipuaçu, o Praia das Lagoas na orla marítima, o
Jardim Interlagos e o Jardim Balneário Bambuí, só estes representando 68% do total
da área loteada.
Composição espacial da área loteada na década de cinqüenta:
1-Vinte no Distrito Sede - 8.562.853,93 m² (856 ha), assim distribuídos:
Oito na parte central perfazendo um total de 1.249.279,00 m²;
Nove à beira da Lagoa perfazendo um total de 4.799.344,93 m²;
Um ao longo da RJ-106 com 320.000,00 m²; e
Dois ao norte da RJ-106 perfazendo um total de 2.194.230,00 m².
2-Quatro no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 7.376.100,00 m²
(738 ha);
3-Três no terceiro Distrito – Inoã, perfazendo um total de 3.214.548,87 m² (321 ha);
4-Dois no quarto Distrito – Itaipuaçú, perfazendo um total de 5.147.500,00 m² (515 ha).
Na década de sessenta o solo urbano municipal já se encontrava bastante parcelado,
porém pouco ocupado. São abertos, no entanto 14 novos loteamentos totalizando
3.029.379,00 m² (303 ha) tendo a seguinte composição espacial:
1-Nove no Distrito Sede – 1.528.289,64 m² (153 ha) assim distribuídos:
Três na parte central perfazendo um total de 782.012,64 m²;
Dois à beira da Lagoa perfazendo um total de 135.485,00 m²; e
Dois ao norte da RJ-116 perfazendo um total de 550.802,00 m².

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 37


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

2-Dois no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 489.833,83 m² (49


ha);
3-No terceiro Distrito – Inoã, não foi aberto nenhum loteamento;
4-Três no quarto Distrito – Itaipuaçú, perfazendo um total de 1.011.256,00 m² (101 ha).
Na década de setenta é verificado um novo boom turístico no solo do município,
desta vez impulsionado pela inauguração da Ponte Rio-Niteroi o que facilitou ainda
mais o acesso e valorizou as terras da região dos lagos. São abertos 53 loteamentos
totalizando 34.666.204,06 m² (3.467 ha), isto é, onze vezes mais do que a área
loteada na década anterior. A maior parte da área loteada, ou seja, mais de cinqüenta
por cento dela, situava-se no terceiro distrito – Inoã com 17.584.415,50 m² (1.758 ha).
Em seguida com cerca de um quarto da área total o segundo distrito – Ponta Negra
com 8.431.819,00 m² (843 ha). O quarto distrito – Itaipuaçú com um pouco mais do
que um sétimo da área total, isto é, 4.634.283,90 m² (463 ha). O distrito sede abrigou
um pouco mais do que um oitavo da área loteada, 4.015.677,15 m² (402 ha).
Composição espacial da área loteada na década de setenta:
1-Vinte loteamentos no Distrito Sede – 4.015.677,15 m² (402 ha) assim distribuídos:
Nove na parte central perfazendo um total de 1.550.398,70 m²;
Sete à beira da Lagoa perfazendo um total de 549.090,92 m²; e
Três ao norte da RJ-106 perfazendo um total de 1.810.494,53 m²;
Um ao longo da RJ-106 com 105.693,00 m².
2-Quinze no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 8.431.819,00 m²
(843 ha);
3-Dez no terceiro Distrito – Inoã, perfazendo um total de 17.584.415,50 m² (1.758 ha);
4-Seis no quarto Distrito – Itaipuaçú, perfazendo um total de 4.634.283,90 m² (463 ha).
Na década de oitenta o parcelamento não apresentou números significativos se
comparados às décadas anteriores. Foram abertos apenas oito loteamentos com uma
área total de 229.314,71 m² (23 ha). Destes sete estão localizados no distrito sede
com uma área de 206.428,81 m² (21 ha) e o outro no segundo distrito-Ponta Negra.
Na década de noventa verifica-se um outro boom imobiliário, desta vez, impulsionado
pela duplicação da RJ 106, muito embora de intensidade menor do que o da década
de setenta. São aprovados 65 parcelamentos na sua grande maioria condomínios
fechados totalizando 5.589.945,16 m² (559 ha), isto é, quase seis vezes menos do que
a área parcelada/loteada na década de setenta.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 38


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A maior parte da área loteada, mais de cinqüenta por cento dela, situou-se no Distrito
Sede com 2.782.020,17 m² (278 ha). Em seguida o terceiro distrito - Inoã abrigou
quase um quinto da área loteada, 1.245.773,77 m² (125 ha). O quarto distrito –
Itaipuaçu com cerca de um sexto da área total com 907.430,55 m² (91 ha) e o segundo
distrito – Ponta Negra com um pouco mais de um oitavo da área total, isto é,
654.720,67 m² (65 ha).
Composição espacial da área loteada na década de noventa:
1-Trinta e dois no Distrito Sede com uma área de 2.782.020,17 m² (278 ha).
Doze na parte central perfazendo um total de 448.530,00 m²;
Oito à beira da Lagoa perfazendo um total de 1.040.835,19 m²;
Quatro ao norte da RJ 106 perfazendo um total de 496.101,64 m²; e
Oito ao longo da RJ 106 perfazendo um total de 796.553,34 m².
2-Cinco no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 654.720,67 m² (65
ha);
3-Vinte e quatro no terceiro Distrito – Inoã, perfazendo um total de 1.245.773,77 m²
(125 ha);
4-Quatro no quarto Distrito – Itaipuaçú, perfazendo um total de 907.430,55 m² (91 ha);
Século XXI – 1ª Década
A partir do ano 2000 até 2005, foram aprovados 25 parcelamentos permanecendo a
ênfase nos condomínios o que totalizou 2.290.157,47 m² (229 ha), isto é praticamente
a metade da área parcelada em toda a década de 90, mantendo-se então o mesmo
ritmo de parcelamento urbano do solo municipal.
Um pouco mais metade desta área, 1.194.041,12 m² (119 ha) está localizada no
Distrito Sede. O terceiro distrito de Inoã abriga cerca de um quarto do total da área
parcelada e o segundo – Ponta Negra a metade deste último. No quarto distrito de
Itaipuaçu só foi aprovado um parcelamento, o Condomínio Atlantic Blue em 2002.
Composição espacial da área loteada na primeira década do século XXI:
1-Nove no Distrito Sede com uma área de 1.194.041,12 m² (119 ha).
Três na parte central perfazendo um total de 60.179,76 m²;
Um à beira da Lagoa com uma área de 298.240,00 m²;
Três ao norte da RJ-106 perfazendo um total de 643.206,92 m²; e
Dois ao longo da RJ 106 perfazendo um total de 192.414,44 m².
2-Cinco no segundo Distrito – Ponta Negra, perfazendo um total de 389.965,53 m² (39

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 39


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ha);
3-Dez no terceiro Distrito – Inoã, perfazendo um total de 688.288,63 m² (69 ha);
4-Um no quarto Distrito – Itaipuaçú, com uma área de 17.862,19 m² (1,8 ha).
A partir de 2006, os Governos Federal e Estadual começaram a desenvolver o projeto
de implantação do Pólo Petroquímico de Itaboraí, com vários efeitos promissores para
o Município de Maricá. A RJ 114 será reestruturada em toda a sua extensão – de
Maricá a Itaboraí, até a RJ 109 (ainda em projeto). Segundo a Petrobrás nos espaços
ainda disponíveis do Território do Município de Maricá, e devido a proximidade entre
os dois municípios Itaboraí e Maricá, as ofertas e oportunidades de habitações
deverão crescer nesta década, com a abertura de novos parcelamentos, o que poderá
trazer um reflexo positivo e impulsionador à economia maricaense.

Mapa 07: Evolução dos Parcelamentos em Maricá

Fonte: PMMA-Secretaria de Urbanismo -2006

A partir deste do gráfico da Tabela 04 podemos observar que dos 100% da área do
município, 41% correspondem a área rural4, assim determinado pelos setores
censitários rurais e 10% de superfície de água sendo os restantes 49% de área
urbana. Nestes 49% descontamos a APA da Restinga de Maricá correspondendo a
3,4% do total e as áreas acima da cota 100 referentes a Zona de Preservação da Vida
Silvestre na Serra da Tiririca, Pedra de Itaocaia, Serra do Caju, Serra de Jaconé e
Serra do Mato Grosso correspondendo a 7,8% do total. Como resultado, verificamos
que os parcelamentos que se sucederam a partir dos anos 40 até o ano de 2005 foram

4
Neste total de área rural estão incluídas todas as áreas acima da cota 100 nela localizados, o
que corresponde a maioria das áreas das serras limítrofes do município.
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 40
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ocupando respectivamente, 0,3% do território maricaense, na década de 40, 6,7% na


década de 50, 0,8% na década de 60, 9,5% na década de 70, 0,1% na década de 80,
1,5% na década de 90, e 0,6% na primeira metade da primeira década do Século XXI.
Os maiores avanços, portanto se verificaram nas décadas de 50 e 70 restando ainda
18,2% do território para futuras expansões. O Município de Maricá por apresentar
diversos e distintos cenários urbanos, com características bastante distintas uma das
outras, acomoda diversos estágios de urbanização concomitantemente. Alguns
territórios pode-se dizer já estão saturados tendo-se início um processo de
adensamento, outras partes, apesar de parceladas, mas sem infra-estrutura,
encontram-se bastante vazias além de ainda disponibilizar para expansão, de 18,5%
do seu território.

Tabela 04: Gráfico da Ocupação do Território Maricaense

6,7% Dec.40
10,0% 0,3%
0,8% Dec.50
9,5% Dec.60
0,1%
1,5% Dec.70
0,6% Dec.80
Dec.90
Séc.XXI
18,2% Área Urb.
41,0%
APA
ZPVS
3,4%
Área Rural
7,8%
Água

Fonte: PMM-Secretaria de Urbanismo -2006

A partir dos dados da Tabela 05 podemos verificar que desde a década de 60 o


município vem apresentando taxas de crescimento bem altas culminando em 64,5%
na década de 90, tendo a população residente quase duplicado. Deduzindo-se do
próprio gráfico, comprova-se o maior aclive entre os anos de 91 a 2000. Outro fator
importante a explicitar é que nesta última década Maricá vem deixando de ser um local
de veraneio da Metrópole para ser um local de residência de apoio a Metrópole do Rio
de Janeiro sem, no entanto se transformar numa cidade dormitório. As melhorias de
suas conexões com a Metrópole desde a abertura da ponte Rio-Niteroi e a duplicação

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 41


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

da Rodovia Amaral Peixoto vêm provocando esta mudança. Como veremos a seguir
muitos domicílios outrora de uso ocasional estão se tornando de uso fixo. Maricá vem
se transformando numa opção de moradia com alta qualidade ambiental e com alto
poder de atração turística.
Tabela 05: Crescimento Populacional

Evolução da População Municipal

120.000
99.052
100.000

80.000
Habitantes

76.556

60.000 46.542

40.000 32.692
23.664
18.976 19.468
20.000
18.892
0
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2006
Censos do IBGE

Fonte: IBGE

III – PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO

III. 1. Localização das Áreas e Bens Imóveis Tombados


O município de Maricá possui em seu território poucas Áreas ou Bens Imóveis
tombados, seja pelo poder Municipal, Estadual ou Federal. Dentre eles podemos
destacar a Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora do Amparo datada de 1775,
tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a antiga Casa da
Câmara e Cadeia, hoje transformada num Centro Cultural e a Fazenda do Bananal,
ambos tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cutltural – INEPAC.
Em termos de área, iremos encontrar o tombamento também pelo INEPAC da Serra
do Mar/Mata Atlântica englobando ao nível do Estado, áreas de 38 municípios,
inclusive Marica.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 42


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Bens Tombados

5
Matriz de N.Sra. do Amparo Casa da Câmara e Cadeia Fazenda do Bananal³

Tendo em vista a história de desenvolvimento do Município de Marica, aconselhamos


um levantamento pormenorizado das áreas e bens imóveis que serviram de
testemunho da sua história, que, diga-se de passagem, não são poucos, e que os
mesmos sejam tombados imediatamente, seja pelo município através de um setor de
tombamento municipal a ser implantado, cujos bens poderiam, a posterior ser
passados para a tutela seja do INEPAC quanto do IPHAN. Uma outra medida, a ser
posta em prática, seria o de proibir a demolição ou alteração de qualquer imóvel
construído antes de 1940 sem a prévia autorização da Secretaria de Turismo e
Cultura. Deste modo os imóveis mais antigos estariam preservados e poderiam até
receber incentivos para permanecerem como testemunhos do patrimônio histórico e
cultural de Marica.

III. 2. Localização das Áreas e Bens de Interesse Cultural e


Histórico
A cultura tradicional e popular é o conjunto de criações que emanam de uma
comunidade, fundada na tradição, expressa por um grupo ou por indivíduos isolados
que reconhecidamente respondem às expectativas da comunidade enquanto
expressão de sua identidade cultural e social. A cultura também pode se representar
através de normas e valores transmitidos oralmente, por imitação ou por outras
maneiras. Suas formas compreendem, entre outras, a língua, a literatura, a música, a

5
Fotos do Site do INEPAC
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 43
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

dança, os jogos, a mitologia, os rituais, os costumes, o artesanato, a arquitetura e


outras artes. Assim sendo, a cultura tradicional e popular, enquanto Expressão
Cultural, deve ser salvaguardada pelo e para o grupo (familiar, profissional, nacional,
regional, religioso, étnico etc.), cuja identidade exprime6”.
A Constituição da República Federativa do Brasil em seus artigos 30º e 216º indica:
“Art. 30. Compete aos Municípios.....IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual”.
“Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento
e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela
necessitem.
§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e
valores culturais.
§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos”.
No que se refere a este tema, buscou-se identificar traços históricos e culturais
remanescentes no município.

6
25ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO - Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e
Popular de 15 de novembro de 1989.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 44


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

II. 2.1. Áreas de Interesse Histórico


Em virtude da evolução histórica de Maricá foi possível identificar, a priori, os
seguintes locais e prédios de interesse histórico, a seguir organizados em:
monumentos civis, monumentos religiosos e imóveis particulares.
2.1.1-Monumentos Civis:
Farol de Ponta Negra
Local da Estátua de Padre Anchieta
Locais das Antigas Estações de Trem e trechos do seu leito incluindo o túnel do trem
em Inoã.
2.1.2- Monumentos religiosos:
Capela de São José do Imbassaí
Capela de São Pedro em Araçatiba
Igreja Metodista do Brasil em Ubatiba
Capela N.Sra. da Saúde em Ubatiba
Capela N. Sra.de Fátima de Itaipuaçu
Capela N. Sra.de Fátima do Espraiado
Capela de São Sebastião em Manoel Ribeiro
Igreja N. Sra. das Graças em Ponta Negra.
2.1.3-Imóveis particulares:
Local das ruínas da Fazenda São Bento
Sede da Fazenda Bom Jardim
Sede da Fazenda Ubatiba
Sede da Fazenda do Rio Fundo
Sede da Fazenda e Capela do Pilar
Sede da Fazenda e Capela de N.Sra.das Graças
Sede da Fazenda do Caboclo
Sede da Fazenda do Vale
Sede da Fazenda Camburi
Sede da Fazenda Retiro
Sede da Fazenda Cassorotiba
Sede da Fazenda do Bosque Fundo
Sede da Fazenda e Capela Itaocaia
Sede da Fazenda de Inoã

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 45


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Sede da Fazenda do Engenho Velho


Sede da Fazenda Bambuí
Sede da Fazenda do Engenho Novo.
Monumentos a Preservar7

Capela de São José do Imbassai Centro de Manoel Ribeiro Farol de Ponta Negra

Mapa 08: Potencial Turístico do Município

Fonte: PMMA-Secretaria de Urbanismo -2006

II. 2.2. Áreas de Interesse Cultural


Em virtude do conhecimento das expressões culturais existentes em Maricá foi
possível identificar um artesanato latente e alguns locais onde ocorreram ou ocorrem
eventos de valor cultural para o município. Por exemplo o local de abertura da barra
onde se podia presenciar o encontro das águas do mar com as águas das lagoas de

7
Fotos do Site da Prefeitura
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 46
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Maricá. Seria muito importante também preservar os locais a beira d´água onde se
encontram nichos religiosos para proteção dos pescadores e banhistas, moradores e
veranistas do município.
Nichos Religiosos

Nicho localizado na Barra de Maricá Nicho localizado no Canal de Cordeirinho

II. 2.3. Áreas de Interesse Ambiental


Em virtude do potencial ambiental existente em Maricá foi possível identificar e
recomendar uma série de locais de valor ambiental admiráveis e que poderiam ser
adequadamente protegidos e explorados para o turismo:
No 1º Distrito- Maricá:
Orla das seguintes praias lacustres: Amendoeiras, São José do Imbassaí, Itapeba,
Araçatiba e Jacaroá;
Orla das praias oceânicas da Restinga e da Barra;
Pontas: do Imbassaí, Ponta Grossa, Ponta de Araçatiba, Ponta do Boqueirão, Ponta
da Preguiça, Ponta Cardosa e Ponta da Fundão;
Serras do Caju, do Silvado com sua Pedra, Serra do Lagarto, do Camburi, e do
Macaco com suas trilhas;
Recanto da Toca da Onça na Serra do Macaco e o local da rampa de vôo livre na
Serra do Camburi.
No 2º Distrito- Ponta Negra:
Orla das lagoas de Guaratiba, do Padre , de Guarapina e de Jaconé;
Orla das praias oceânicas de Guaratiba, Ponta Negra e de Jaconé;
A Ponta Negra incluindo suas grutas e a orla do canal;
As serras de Jaconé com o Pico do Cedro, Serra do Mato Grosso, Serra do Padre,
Serra do Espraiado com suas cachoeiras e o Pico da Lagoinha, Serra da Chuva com
suas trilhas e a Serra do Engenho Novo; e

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 47


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Trilhas de Manoel Ribeiro.


No 3º Distrito- Inoã:
A pedreira do SPAR e suas grutas;
As serras do Calaboca, Itaitindiba, Cassorotiba, Serra do Macaco com suas trilhas,
Serra Grande da Cachoeira e a Pedra de Inoã.
No 4º Distrito- Itaipuaçú:
Orla das praias oceânicas de Itaipuaçu, Jardim Atlântico e Praia do Francês;
A orla do Canal da Costa e do Canal do Brejo da Costa ou Canal de São Bento;
A Serra Tiririca com seu parque e suas trilhas, a Pedra do Elefante, a Pedra de
Itaocaia;
A Lagoa Brava e seu entorno, incluindo o encontro das águas e a Lagoa do Costa
Verde.

Mapa 09: Unidades de Conservação Ambiental

Fonte: PMMA-Secretaria de Urbanismo -2006

Conforme nos mostra o Mapa 09, dentre estes locais, alguns já foram preservados a
saber:
1-Parque Estadual da Tiririca através da Lei Estadual nº1.901 de 29/11/91 e do
Decreto Estadual nº18.598 de 19/04/93 ocupando 853,15 ha de área terrestre no
Município de Maricá e 171,78 ha de área marítima.
2-A Área de Proteção Ambiental-APA de Maricá através do Decreto Estadual nº7.230
de 23/04/84 que protege 909,76 ha abrangendo a área da Restinga de Marica, a orla
lacustre das lagoas de Maricá, da Barra, de Guaratiba, de Jacaroá, Lagoa do Padre e
de Guarapina além da Ponta do Fundão, da Ilha Cardosa e o entorno da Lagoa Brava.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 48


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

3-A Área de Relevante Interesse Ecológico-ARIE do Espraiado com 968,74 ha.


Apesar de legalmente protegidos estas áreas precisam de seus Planos Diretores
Específicos assim como seus Planos de Manejo e Administração para sua correta
preservação.

III. 3. Traços Culturais e Identidade Local/Regional


Três grandes manifestações populares e religiosas ocorrem em Maricá anualmente: a
festa da padroeira da Cidade, Nossa Senhora do Amparo, o Aniversário da Cidade e
a festa dos Pecadores no dia de São Pedro, comemorados respectivamente em 8 de
Dezembro, 26 de Maio e 29 de Julho, além de outros eventos tais como o Rodeio, as
Olimpíadas Escolares e outros.

III. 3.1. Artesanato


Em relação ao artesanato local, atualmente muito reduzido, registra-se a tapeçaria e a
pintura. Quanto à tapeçaria não poderíamos deixar de mencionar a famosa Tapeceira
Madeleine Colaço que morou e teve seu atelier na Fazenda Pedregulho no Espraiado.
Também seria oportuno mencionar o atelier de bonecas de Sandra Maria de Andrade
Porto na Fazenda do Vale.

III. 3.2. Trilhas Ecológicas


Em Marica podemos encontrar pelo menos quatro trilhas exploradas pelos amantes da
natureza, a Trilha do Macaco, a Trilha do Silvado, a Trilha de Manoel Ribeiro e a Trilha
do Espraiado.

IV - MEIO AMBIENTE NATURAL

IV. 1. Aspectos Geoambientais

Esse diagnóstico geoambiental do município de Maricá segue integralmente a


orientação e metodologia do diagnóstico realizado dentro das atividades do Programa
de Informações para Gestão Territorial – GATE, desenvolvido pelo Serviço Geológico
do Brasil – CPRM, mediante cooperação técnica com a EMBRAPA Solos e o DRM –
Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 49


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

O zoneamento geoambiental corresponde a um diagnóstico físico-biótico, cujo objetivo


é individualizar zonas homólogas, com características similares, possibilitando orientar
as diretrizes de planejamento do território.

A compartimentação geoambiental foi realizada a partir da superposição dos mapas


temáticos multidisciplinares, desenvolvidos em conformidade com suas metodologias,
considerando as características geológicas para delimitar os grandes domínios
geoambientais.

A seguir foi feita a integração morfológica dos terrenos com os solos, vegetação
primária e demais temas para identificação das unidades geoambientais.

Os solos foram caracterizados por classes dominantes e subordinantes em suas


diversas associações.

Entre os domínios geoambientais estabelecidos para o Estado do Rio de Janeiro,


encontramos o Domínio Geoambiental Faixa Litorânea, que para fins de análise foi
subdividida em: Região Metropolitana, Região Norte Fluminense, Região Leste
Fluminense e Região dos Lagos, a que nos interessa.

A Região dos Lagos situa-se à leste da Região Metropolitana e consiste numa


seqüência de planícies costeiras que se estendem de Maricá até o Parque Nacional de
Jurubatiba, localizado entre Macaé e Barra do Furado. Está presente a essa região um
extenso relevo colinoso, localizado entre a linha da costa e a Serra do Mar, que vai de
Niterói até a Baixada Campista.

O Clima é tropical variando um pouco em função dos diversos ambientes naturais


encontrados no território do Município tais como orla marítima, a beira das lagoas, os
vales e as serras.

Nesse contexto geográfico vamos localizar toda a área do Município de Maricá, e na


qual foram identificadas as seguintes unidades geoambientais:

Planícies Flúvio-lagunares ou Brejos (2b1); Baixadas (3ª; 3b2); Planícies


Costeiras (5ª); Colinas Isoladas (7ª2) e Maciços Costeiros (15ª2; 15b).

As Unidades Geoambientais diferenciam-se quanto à origem, relevo, litologia,


cobertura vegetal, solo, arranjo estrutural, atividades antrópicas e mostram-se
sensíveis à ação dos fenômenos atuais.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 50


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 10: Mapa Geoambiental

Fonte:CPRM-Embrapa

Planícies Flúvio-lagunares ou Brejos (2b1)

Campos hidrófilos de várzea.

Planícies Flúvio-lagunares com sedimentos quaternários, argilo-arenosos ou argilosos,


ricos em matéria orgânica. Ambiente redutor com solos Gleis Húmicos Salinos. Gleis
Húmicos Tiomórficos e solos Orgânicos Tiomórficos. Precipitação média anual de 700
a 1300 mm.

Baixadas (3ª)

Planícies constituídas por sedimentos quaternários, argilo-arenosos e/ou areno-


argilosos. Predominância de Solos Aluviais e Cambissolos Eutróficos associados a
Planícies melhor drenadas e subordinadamente, Gleis Pouco Húmicos Eutróficos. A
vegetação original era composta por florestas de várzea, e, atualmente, essas terras
podem estar ocupadas por pastagens, agricultura e, subordinadamente, por pequenos
fragmentos de mata. A precipitação média anual varia de 800 a 1100 mm.

Baixadas (3b2)

Campos higrófilos de várzea.

Planícies constituídas por sedimentos quaternários, argilo-arenosos e/ou areno-


argilosos. Solos Hidromórficos com Gleis Pouco Húmicos Eutróficos, associados à
Planícies melhor drenadas, são os solos predominantes. A vegetação original era
composta por florestas de várzea, e, atualmente, essas terras devem estar ocupadas

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 51


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

por pastagens e áreas urbanas e, subordinadamente, por pequenos fragmentos de


mata. A precipitação média anual varia de 1500 a 2200 mm.

Planícies Costeiras (5ª)

Cordões Litorâneos constituídos por sedimentos quaternários, arenosos, de origem


marinha. Predominam Podzóis Hidromórficos e Areias Quartzosas Marinhas. A
vegetação original era composta por florestas de restinga arbóreo-arbustiva e campos
de restinga. Atualmente estão ocupados por vegetação de restinga, pastagens,
núcleos urbanos e, subordinadamente, por agricultura. A precipitação anual varia de
700 a 1400 mm. Esta subunidade é expressiva na Região dos Lagos.

Colinas Isoladas (7ª2)

Colinas residuais sustentadas por ortognaisses, paragnaisses, granitóides e


granodioritos.

Estão isolados pela sedimentação fluvial nos baixos cursos dos principais rios.
Amplitudes topográficas inferiores a 50 m. Predominam Latossolos e Podzólicos
Vermelho-Amarelos Álicos. A vegetação original era composta por floresta
subcaducifólia. Tendência natural a serem ocupadas por pastagens e pequenos
fragmentos de mata e urbanizadas. A precipitação anual varia de 1200 a 2000 mm (no
sopé da Serra do Mar).

Maciços Costeiros (15ª2)

Floresta Subperenifólia e Subcaducifólia.

Maciços montanhosos isolados nas baixadas litorâneas, sustentados por granitos,


granitóides, ortognaisses, charnokitos e paragnaisses. Vertentes convexas a côncavas
e escarpadas e topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente arredondados.
Amplitudes topográficas superiores a 300 m. Predominam Podzólicos e Latossolos
Vermelho-Amarelos e Cambissolos Álicos. A vegetação original era composta por
floresta perenifólia e subcaducifólia, que pode ser encontradas, não só em Maricá,
mas em toda a Região dos Lagos, mantendo, em grande parte, a mata preservada. A
precipitação média anual varia de 1200 a 2000 mm, sob domínio das florestas
subperenifólia e subcaducifólia (15ª2).

Maciços Costeiros (15b)

Maciços montanhosos isolados nas baixadas litorâneas, sustentados por granitóides


(gnaisse facoidal) e granitos. Vertentes convexas e côncavas e escarpadas e topos de

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 52


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

cristas alinhadas, aguçadas ou levemente arredondadas. Amplitudes topográficas


superiores a 300 m. Predominam afloramentos de Rocha e Solos Litólicos em áreas
de vegetação preservadas. A vegetação original era composta por formações
rupestres e florestas subcaducifólias. A precipitação média anual varia de 1200 a 1400
mm.

IV. 2. Aspectos Físicos


A sede do Município de Maricá está localizada a 22º 55´ 24´´de latitude sul e 42º
49´24´´ longitude W.Gr., a 64 Km distante da Metrópole do Rio de Janeiro.
O Município está situado na Microregião dos Lagos fazendo fronteira com os seguinte
municípios: a oeste com Niterói e São Gonçalo, ao norte com Itaboraí e a leste com
Saquarema, sendo longitudinalmente atravessado pela RJ106 – Rod. Amaral Peixoto.
A sua área, de acordo com o IBGE é de 362 Km², porém nos Estudos Sócio-
econômicos do TCE encontramos o valor de 363,9 Km², o qual adotamos por
constatar que este valor também foi obtido a partir da planta cadastral fornecida pela
AMPLA. O município se encontra dividido em 4 distritos segundo sua Lei Orgânica de
05/04/90. A distribuição de áreas pode ser observada nas Tabelas 06 e 07, onde se
verifica que as lagoas se concentram nos territórios dos distritos de Maricá e de Ponta
Negra. Conforme podemos verificar o município possui uma lâmina d´água bastante
expressiva representada por suas lagoas internas e que consomem 10% de seu
território. Além das ilhas lacustres, possui ainda um conjunto de ilhas marítimas em
frente à praia de Itaipuaçu. Algumas ilhas lacustres estão se formando devido ao
assoreamento das lagoas, principalmente a Lagoa do Padre conforme foi constatado
pelas imagens de satélite. Para efeito de cálculo as áreas das ilhas lacustres estão
inseridas na área das lagoas tendo sido computado em separado na Tabela 07
apenas a área das ilhas marítimas.

Tabela 06: Áreas Brutas do Município (Km²)


1º Distrito – Maricá 149,20 41%
2º Distrito-Ponta Negra 111,12 31%
3º Distrito-Inoã 61,95 17%
4º Distrito-Itaipuaçu + Ilhas Marítimas 41,63 11%
363,90 100%
Fonte:DPUR

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 53


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 11: Mapa do Município

Fonte: AMPLA – DPUR

Tabela 07: Áreas Líquidas do Município (Km²)


Distritos Área Territorial Águas Total
1º Distrito – Maricá 130,53 18,67 149,20
2º Distrito-Ponta Negra 93,25 17,87 111,12
3º Distrito-Inoã 61,95 0 61,95
4º Distrito-Itaipuaçu 41,22 0 41,22
326,95 36,54 363,49
Ilhas Marítimas 0,41 0,41
TOTAIS 327,36 36,54 363,90
Fonte:DPUR

Tabela 08: Lagoas e Ilhas


Lagoas
1. Lagoa de Maricá / Lagoa de Araçatiba
2. Lagoa da Barra / Lagoa de Guaratiba
3. Lagoa do Padre
4. Lagoa de Guarapina
5. Lagoa de Jaconé
6. Lagoa Brava (Itaipuaçu)
7. Lagoa Verde (Itaipuaçu-Costa Verde)
8. Lagoa de Bacopari (Barra de Maricá)

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 54


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

9. Lagoa do Cordeirinho (Cordeirinho)


Ilhas
1. Ilha Cardosa (Lagoa de Guaratiba) = 22,93 ha
2. Ilha de Guaratiba (Lagoa de Guaratiba) = 8,68 ha
3. Ilha 1 (Lagoa de Guaratiba)
4. Ilha 2 (Lagoa do Padre)
5. Ilha 3 (Lagoa do Padre)
6. Ilha 4 (Lagoa do Padre)
7. Ilha 5 (Lagoa do Padre)
8. Ilha 6 (Lagoa de Guarapina)
9. Ilhas de Maricá no Mar(2)

IV. 3. Geomorfologia

A ciência que estuda as formas de relevo, tendo em vista a origem, estrutura e


natureza das rochas, o clima da região e as diferentes forças endógenas e exógenas
que, de modo geral, entram como fatores modificadores do relevo terrestre, é a
Geomorfologia.
O presente diagnóstico geomorfológico se baseia totalmente nos resultados dos
estudos relacionados à Geomorfologia apresentados pelo Projeto Rio de Janeiro,
Subprograma de Compartimentação Geofísica, Geomorfológica e Diagnóstico do Meio
Físico, aplicados ao Planejamento Territorial do Estado do Rio de Janeiro.
O reconhecimento e o mapeamento das diversas unidades geomorfológicas do
município de Maricá, com seus 363,9 Km², são de fundamental importância para a
avaliação do impacto decorrente de cada tipo de intervenção e para subsidiar
propostas básicas de diagnóstico ambiental e de planejamento ordenado do território
desse município.
Na Unidade Geomorfológica “Baixadas da Região dos Lagos”, onde se encontra
Maricá, considerada como Portal de Entrada dessa região, é freqüente a ocorrência de
pequenas lagunas alongadas ou brejos intercordões entre os dois alinhamentos de
cristas arenosas. Os cordões arenosos (121) isolaram uma série de corpos lagunares
que preencheram as reentrâncias do antigo litoral delineado pelas elevações do
embasamento cristalino. Esses sistemas lagunares estão progressivamente
colmatados pelo movimento recente de regressão marinha, expondo amplamente as
planícies flúvio-lagunares (124), ou sendo recobertos pelos sedimentos das baixadas
colúvio-aluviais (122). Com bastante freqüência está sendo possível identificar e

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 55


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

mapear colinas isoladas (221) no interior dessas baixadas. O Sistema Lagunar de


Maricá está contido na baixada de Maricá, circundado pelos maciços costeiros da
Região dos Lagos (251). Todos os sistemas lagunares têm comunicação natural com
o oceano.
A rede de drenagem que converge para as lagunas é pouco expressiva, contribuindo
muito pouco para a diminuição da salinidade. As correntes de circulação interna dos
sistemas lagunares promovem o desenvolvimento de pontões arenosos,
perpendiculares ao eixo longitudinal das lagunas, formando feições morfológicas
peculiares, denominadas “Esporões”. Dentre os principais canais que convergem para
os sistemas lagunares destacam-se os rios Vigário e Ubatiba, que desembocam na
Lagoa de Maricá.
A previsível expansão imobiliária que se dará em Maricá, ocasionada pela implantação
de um pólo petroquímico nas suas proximidades requer cuidados especiais para que
não se agrave o comprometimento dos corpos lagunares, devido ao lançamento de
esgotos, detritos e aterros. As planícies arenosas apresentam, localmente, problemas
de erosão costeira, como já verificado em Itaipuaçu, e sofrem risco de contaminação
dos lençóis freáticos por implantação inadequada de fossas sanitárias. Os núcleos
urbanos de Itaipuaçu, Inoã, Maricá e Ponta Negra, na baixada de Maricá, merecem
maior atenção.
Mapa 12: Mapa da Geomorfologia

Fonte:CPRM

Essa situação física do território de Maricá nos levou, baseados nos estudos já
realizados e citados anteriormente, à identificação e mapeamento dentro dos sistemas
de relevos às seguintes unidades geomorfológicas:

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 56


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

121 – Relevo Litorâneo: Planícies Costeiras (Terrenos Arenosos de Terraços


Marinhos, Cordões Arenosos e Campos de Dunas): Superfícies sub-horizontais,
com micro-relevo ondulado de amplitudes topográficas inferiores a 20 metros, geradas
por processos de sedimentação marinha e/ou eólica. Terrenos bem drenados, com
padrão de drenagem paralelo acompanhando as depressões intercordões.
122 – Planícies Colúvio – Alúvio – Marinhas (Terrenos Argilo-arenosos das
Baixadas): Superfícies sub-horizontais, com gradientes extremamente suaves e
convergentes à linha de costa, de interface com os Sistemas Deposicionais
Continentais (processos fluviais de encosta) e marinhos. Terrenos mal drenados com
padrão de canais meandrantes e divagantes. Presença de superfícies de
aplainamento e pequenas colinas ajustadas ao nível de base das baixadas.
124 – Planícies Flúvio-Lagunares (Terrenos argilosos orgânicos de paleolagunas
Colmatados): Superfícies Planas de interface com os Sistemas Deposicionais
Continentais e Lagunares. Terrenos muito mal drenados com lençol freático
subaforante.
221 – Relevos de Degradação Entremeados na Baixada: Colinas isoladas. Formas
de relevo residuais, com vertentes convexas e topos arredondados ou alongados, com
sedimentação de colúvios, remanescentes do afogamento generalizado do relevo
produzido pela sedimentação flúvio-marinha que caracteriza as baixadas litorâneas.
Densidade de drenagem muito baixa com padrão de drenagem dendrítico (ramificado)
e drenagem imperfeita no fundo de vales afogados. Predomínio de amplitudes
topográficas inferiores a 100 metros e gradientes suaves.
251 – Maciços Costeiros e Interiores (Relevo de Degradação em Áreas
Montanhosas): Relevo, extremamente acidentado, localizado em meio ao domínio
das baixadas e planícies costeiras, ou em meio ao domínio colinoso, no caso de
maciços interiores. Vertentes predominantemente retilíneos a côncavos, escarpados e
topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente arredondados. Densidade de
drenagem muito alta com padrão de drenagem variável, de paralelo a dendrítico,
geralmente centrífugo. Predomínio de amplitudes topográficas superiores a 300
metros e gradientes muito elevados, com ocorrência de colúvios e depósitos de tabus,
solos rasos e afloramento de rochas.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 57


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 13: Mapa Hipsométrico

Fonte:DPUR – 2006

Conforme podemos observar no mapa hipsométrico, Maricá é contornado por serras,


sete delas adentrando o seu território. Seu ponto culminante é o Pico da Lagoinha com
879 metros situado na confluência da Serra do Espraiado com a Serra do Mato
Grosso. A maior parte do território se situa nas cotas abaixo de 20 m. O litoral
marítimo apresenta poucos acidentes a não ser pela Ponta Negra, que divide a orla
das praias de Itaipuaçu até Ponta Negra perfazendo um total de 34 km, da orla da
praia de Jaconé com 8 km. È no complexo lagunar onde encontramos vários acidentes
geográficos e onde a natureza oferece uma variedade de paisagens esplendorosas.
Paisagens do Complexo Lagunar

Lagoa de Guaratiba Ponta do Fundão

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 58


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 09: Serras, Morros e Pedras do Município de Maricá


Serras
1. Serra da Tiririca
2. Serra do Calaboca
3. Serra de Itaitindiba
4. Serra de Cassorotiba
5. Serra do Camburi
6. Serra da Sapucaia
7. Serra do Lagarto
8. Serra do Barro de Ouro
9. Serra do Espraiado
10. Serra do Mato Grosso
11. Serra Grande da Cachoeira (431m)
12. Serra do Macaco
13. Serra do Caju
14. Serra do Silvado (624m)
15. Serra do Engenho Novo (625m)
16. Serra da Chuva
17. Serra do Padre
18. Serra de Jaconé
Morros
1. Pedra do Elefante (406)
2. Morro do Telégrafo (317m)
3. Morro da Serrinha
4. Pedra de Inoã
5. Pedra de Itaocaia
6. Pedra dos Criminosos ou Morro Inoã Pequeno (168m)
7. Morro da Peça
8. Morro da Penha
9. Morro do Céu
10. Morro do Mololô (27m)
11. Morro dos Cajueiros
12. Morro de Itapebinha
13. Morro do Macaco (367m)
14. Morro da Flora
15. Morro Bosque Fundo
16. Morro do Sapê
17. Morro do Retiro
18. Morro do Caxito
19. Morro do Chapéu
20. Pedra do Silvado (623m)
21. Morro de Santo Antonio
22. Monte Viana (373m)
23. Pico da Lagoinha (879m)
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 59
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

24. Pico do Cedro (636m)


25. Morro do Padre Guedes (282m)
26. Morro do Bambuí
27. Morro do Pindobal
28. Morro Nilo Peçanha (242m)

O Relevo

As Serras de Ponta Negra A Pedra de Inoã

Tabela 10: Pontas, Enseadas e Praias


Pontas
1. Ponta Negra (Mar)
2. Ponta de Imbassaí (Lagoa de Maricá)
3. Ponta Grossa (Lagoa de Maricá)
4. Ponta do Boqueirão (Entre a Lagoa de Maricá e a Lagoa da Barra)
5. Ponta do Fundão (Lagoa da Barra)
6. Ponta da Preguiça (Lagoa da Barra)
7. Ponta Cardosa (Lagoa da Barra)
8. Ponta de Guaratiba (Lagoa de Guaratiba)
Enseadas
1. Enseada de São Bento (Lagoa de Maricá)
2. Enseada de São José do Imbassaí (Lagoa de Maricá)
3. Enseada de Itapeba (Lagoa de Maricá)
4. Saco da Lama (Lagoa da Barra)
Praias (do oeste para o leste)
1. Praia de Itaipuaçu
2. Praia do Francês
3. Praia de Zacarias
4. Praia da Barra

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 60


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

5. Praia de Guaratiba
6. Praia de Ponta Negra
7. Praia de Jaconé
8. Praia das Amendoeiras (Lagoa de Maricá)
9. Praia do Imbassaí (Lagoa de Maricá)
10. Praia de Itapeba (Lagoa de Maricá)
11. Praia de Araçatiba (Lagoa de Maricá)
12. Praia de Jacaroá (Lagoa de Guaratiba)

IV. 4. Bacias Hidrográficas

Mapa 14: Bacias Hidrográficas

Fonte:DPUR - 2006

No Município de Marica podemos encontrar, a grosso modo, 16 bacias hidrográficas e


mais a baixada das praias. A maior bacia é a do Rio Ubatiba que recebe várias
denominações ao longo de seu percurso, começando como Rio Silvado e terminando
como Rio Mumbuca. Não menos importante é a bacia do Rio Vigário em Inoã que
também recebe várias denominações como Rio Taquaral e Rio Bambu até chegar na
Lagoa Brava, transformando-se depois em Canal de São Bento. Das bacias de médio
porte iremos encontrar a bacia do Rio Itaocaia em Itaipuaçú, a bacia do Rio
Carangueijo e Rio Doce em Ponta Negra e a metade da bacia do Rio Grande Jaconé
também em Ponta Negra, dividida pelos limites municipais com Saquarema. As
demais 11 microbacias praticamente deságuam suas águas nas lagoas. Na Tabela 11
estão assinalados todos os cursos de água encontrados no município por distritos,
destacando-se as bacias e seus rios principais, além de seus afluentes. Ao todo foram

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 61


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

constatados 59 cursos d´água quase todos bastante poluídos e assoreados.

Tabela 11: Rios, Córregos e Canais do Município de Maricá


1º Distrito - MARICÁ
1 Rio Ubatiba (1)
2 Rio Ludegero (1)
3 Rio Mumbuca (1)
4 Canal da Avenida
5 Canal do Aeroporto
6 Rio Pilar
7 Rio Fundo
8 Rio Sapucaia
9 Rio Silvado
10 Rio Caboclo
11 Rio Itapeteiú (1)
12 Córrego Riachinho
13 Córrego da Lama (2)
14 Córrego Lagomar
15 Rio Buris (3)
16 Rio Camburi (3)
18 Rio Retiro
17 Rio Itapeba (4)
18 Rio e Canal do Buriche (4)
19 Rio Imbassaí (5)
20 Rio Madruga (6)
21 Canal de São Bento ou Canal do Brejo da Costa (Margem Direita)
22 Rio do Caju (7)
23 Córrego da Serra
24 Córrego do Padre Guedes
2º Distrito – PONTA NEGRA
1 Rio Grande de Jaconé (8)
2 Córrego Jaconé
3 3 Córregos do Éden
4 Córrego da Ponta Negra (9)
5 Córrego Nilo Peçanha
6 Córrego Paracatu
7 Canal de Ponta Negra
8 Rio Caranguejo (10)
9 Rio Doce (10)
10 Córrego Pedregulho
11 Córrego das Águas
12 Córrego do Engenho Novo
13 Córrego das Conchas
14 Rio Paolera (11)
15 Córrego do Engenho Velho
16 Rio Bananal (12)
17 Córrego do Bambuí (13)

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 62


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

18 Córrego do Padre (14)


3º Distrito – INOÃ
1 Rio do Vigário (15)
2 Rio da Flora
3 Rio Taquaral (15)
4 Rio Inoã
5 Rio do Bosque Fundo
6 Rio da Preguiça
7 Córrego do Padre de Inoã
4º Distrito – ITAIPUAÇU
1 Rio Taquaral (15)
2 Rio Inoã
3 Rio Bambu (15)
4 Canal de São Bento ou Canal do Brejo da Costa (Margem Esquerda)
5 Canal da Costa
6 Córrego da Pedra
7 Rio dos Cajueiros
8 Córrego da Lagoa Brava
9 Córrego das Piabas
10 Rio Itaocaia (16)
11 Córrego do Céu
12 Córrego da Tiririca 1
13 Córrego da Tiririca 2

IV. 4.2. Hidrogeologia


O presente estudo, desenvolvido pelo CPRM faz parte do Estudo Geoambiental do
Estado do Rio de Janeiro e apresenta uma primeira avaliação das características
hidrogeológicas, propondo um mapeamento dos sistemas aqüíferos cristalinos. O
levantamento consistiu em reunir diversos temas determinantes para a ocorrência de
água subterrânea em rochas cristalinas combinando-os através de uma análise de
multicritério usando técnicas de GIS.
Na região do município de Maricá os aqüíferos são sedimentares e portanto são
considerados de expressão local com uso restrito e sempre apresentando uma alta
vulnerabilidade. São aconselhados estudos mais detalhados.8
Assim sendo, o município possui um potencial hidrogeológico restrito (poços com
baixa vazão), com ocorrência de água ferruginosa e/ou salobra. Essa situação dificulta
o abastecimento de água no verão, quando a população veranista multiplica a
demanda de água. Água essa que não é recomendada à absorção humana em

CPRM – Estudo Geoambiental do Estado do Rio de Janeiro. Hidrogeologia pág 22.


8

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 63


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

determinadas condições.

IV. 5. Geologia

Esse mapa geológico de Maricá, que estamos apresentando como parte integrante
deste diagnóstico, tambémm faz parte do Estudo Geoambiental do Estado do Rio de
Janeiro, desenvolvido pelo Serviço Geográfico do Brasil – CPRM, no sentido de
disponibilizar em meio digital, para o gerenciamento governamental, dados de
informações geológicas e dos recursos minerais com cobertura de todo o estado, e do
qual extraímos este mapa.
Mapa 15: Mapa da Geologia

Fonte: CPRM

O enquadramento geológico de toda área do município de Maricá, dentro desse


estudo, identifica dentro do Domínio Região dos Lagos, com as seguintes unidades:
Complexo Búzios (MNb); Unidade São Fidélis (MNps); Depósitos Praiais Eólicos
e/ou Lagunares (Qhml); Depósitos Flúvio-lagunares (Qhfl); Depósitos Praiais
Marinhos e/ou Lagunares (Qpm); Depósitos Colúvio-Aluvionares (Qc).
MNb – Complexo Búzios
Cianita – Silimanita – Granada – Biotita – Xisto e Gnaisse Calcissilicática. Fusão
parcial in situ com formação de leucogranito granadífero. Ocorre regionalmente. Nos
domínios com baixa taxa de strain, estruturas turbídicas são preservadas.
Fonseca et al. (1979), designaram de Seqüência de Búzios, aos paragnaisses deste
complexo exposto no Cabo de Búzios. Optou-se, de acordo com Schmitt et al. (1999a)
por incluir no Complexo de Búzios a região entre Maricá, Saquarema e Casimiro de

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 64


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Abreu (Meso-neoproterozóico).
MNps – Unidade São Fidélis – Complexo Paraíba do Sul
Granada – Biotita – Silimanita – Gnaisse Quartzo-Feldspático (metagrauvaca), com
bolsões e veios anatéticos in situ ou injetados de com composição granítica.
Intercalações de Gnaisse Calcissilicática e Quartzito freqüentes. Variedades com
Cordierita contatos transicionais com Granada Biotita Gnaisse. Horizontes de Xistos
grafitosos são comuns. Também ocorrem rocha calcissilicática, metacarbonática (Ca)
e Quartzito (qz). Em raros domínios com baixas taxas de strain, estruturas turbídicas
são preservadas (meso-neoproterozóico).
Qhml - Depósitos Praiais Eólicos e/ou Lagunares
Areias quartzosas esbranquiçadas, finas e médias, bem selecionadas, recobertas por
areias eólicas, na forma de depósitos eólicos. Mantiformes ou dunas transgressivas.
Estratificações cruzadas de pequeno e grande portes nas fácies eólicas. Depósitos de
areias marinhas holocênicos ocorrem de modo praticamente contínuo ao longo do
litoral estudado. A sua função varia muito em função da configuração do litoral
(cenozóico – quaternário).
Qhfl - Depósitos Flúvio-lagunares
Litologicamente, estes depósitos encontram-se registrados na área através de uma
extensa sedimentação superficial areno-lamosa, sobrejacente a camadas de areias
biodetríticas e sedimentos lamosos de fundo lagunar. Em algumas áreas pode-se ter a
presença de Turfas. Nos depósitos associados ao canal fluvial (depósitos residuais de
canais) ocorrem areias e cascalhos (cenozóico - quaternário).
Qpm - Depósitos Praiais Marinhos e/ou Lagunares
Areias quartzosas marinhas e/ou lagunares, de granulometria fina a média e coloração
acastanhada, recoberta por areias eólicas em matriz secundária composta por argilas
e óxido de ferro. São depósitos praiais marinhos ou lagunares de idade pleistocênica
que formam uma barreira única que fecha a laguna de Itaipu-Maricá (cenozóico -
quaternário).
Qc - Depósitos Colúvio-Aluvionares
Cascalhos, areias e lamas resultantes da ação de processos de fluxos gravitacionais e
aluviais de transporte de materiais de alteração de vertentes. Encontram-se
constituídos por material de espessura, extensão e granulometria variada, que envolve
desde argila até blocos de rocha e matacões provenientes de embossamento

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 65


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

(cenozóico - quaternário).

IV. 6. Pedologia
Foram utilizados os critérios estabelecidos pela Embrapa (1988), na individualização
das classes de solos identificados e mapeados neste trabalho, em relação ao
município de Maricá.
Como critério adicional, para distinção de unidades de mapeamento, foram também
empregadas fases visando a prover mais informações sobre as condições ambientais
da área, bem como subsídios para interpretação do potencial agrícola do solo do
município. No exame e diagnóstico foram considerados diversos atributos que
normalmente, e em proporções diferentes, dão suas contribuições que influenciam na
constituição dos solos e na sua identificação. Entre os diversos atributos
diagnósticados e nas condições já citadas, podemos enumerar material orgânico;
material mineral; saturação do complexo de troca (eutrófico = saturação por base igual
ou superior a 50%; distrófíco - saturação por bases inferior a 50%; álico saturação por
alumínio igual ou superior a 50%); atividade da fração argila, caráter sódico; mudança
textural abrupta; cerosidade; plintita; contato lítico; material sulfídricos; limites de cor
para latossolos e solos podzólicos.

Mapa 16: Mapa da Pedologia

Fonte: CPRM

Conforme pode ser visto no Mapa 16, foram identificados no município de Maricá e
mapeados os seguintes tipos de solos:

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 66


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 12: Classes de Solos


SÍMBOLO CLASSE DE SOLO
SOLOS ALUVIAIS Ae 2 SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS
AFLORAMENTOS DE ROCHAS AR 1 AFLORAMENTO DE ROCHAS
GLEISSOLOS GPd GLEI POUCO HÚMICO DISTRÓFICO
GLEISSOLOS GPs 1 GLEI POUCO HÚMICO SALINO – SOLÓDICO
PODZÓIS HPd 2 PODZOL HIDROMÓRFICO DISTRÓFICO
PODZÓIS PAa 2 PODZÓLICO AMARELO ÁLICO
PODZÓLICO PVa 1 PODZÓLICO VERMELHO – AMARELO ÁLICO
PODZÓLICO PVa 2 PODZÓLICO VERMELHO – AMARELO ÁLICO
PODZÓLICO PVa 9 PODZÓLICO VERMELHO – AMARELO ÁLICO
PODZÓLICO PVd 4 PODZÓLICO VERMELHO – AMARELO DISTRÓFICO

As unidades de mapeamento do solo são constituídas, na quase totalidade, por


associações compostas usualmente por duas ou três classes de solos. A ordenação e
simbologia das unidades de mapeamento seguiram as indicações de Santos et ai.
(1996).9
A seguir, serão definidas as principais classes de solos de Maricá, em função das
descrições morfológicas, análises físicas, químicas e mineralógicas de seus perfis
representantes.10
PODZÓLICOS
Essa classe compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural
de coloração que varia de vermelho a amarela e teores de Fe2O3 com seqüência de
horizontes ou A-E-Bt-C e A-Bt-C, inferiores a 150 g. /Kg. São solos em geral profundos
e bem drenados. São subdivididos em função de diferenças de cor e teor de ferro.
PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
Os solos dessa classe distinguem-se dos Podzólicos Vermelho-Escuros pela
coloração mais amarelada do horizonte Bt. Os teores de Fe2O3 são normalmente
inferiores a 110 g. /Kg. É comum a presença de solos com características
intermediárias com Latossolos; com os quais se encontram freqüentemente
associados.
PODZÓLICO AMARELO

9
Santos, .......
10
Num estudo mais amplo, que se pretenda realizar, deve-se utilizar a “Tabela de Correlação” entre esta classificação
adotada e o atual “Sistema Brasileiro de Classificação de Solos”. Essa tabela consta dos estudos do Projeto do Rio de
Janeiro, já citado anteriormente.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 67


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Classe constituída por solos com horizonte B textual de coloração amarelada e baixos
teores de Fe2O3, geralmente inferiores a 70 g. /Kg, com predomínio de caulinita na
fração argila. São em geral profundos e bem drenados e apresentam seqüência de
horizontes do tipo A-Bt-C ou A-E-Bt-C. Em geral, ocorrem em relevo suave, com
rampas longas e por isso são bastante utilizados com cana-de-açúcar, pastagens e,
em áreas pouco amplas, com culturas de abacaxi e maracujá, entretanto apresentam
um certo potencial erosivo.
PODZOL HIDROMÓRFICO
Compreende solos minerais hidromórficos, em geral de textura arenosa, ao longo de
todo o perfil. Estão relacionados aos sedimentos arenosos de origem marinha que
constituem os cordões litorâneos dispostos em faixas subparalelas ao longo da costa.
Em sua maior parte, são recobertos por vegetação de restinga do tipo campestre ou
arbóreo-arbustiva. São utilizados, em geral, com pastagem natural de baixa qualidade,
além de pequenos plantios de coco.
GLEI HÚMICO
Os solos dessa classe distinguem-se por apresentar horizonte superficial mais
desenvolvido. São solos em geral mal ou muito mal drenados, com lençol freático
elevado na maior parte do ano, e seqüência de horizontes do tipo A-Cg ou H-Cg.
Ocorrem em áreas de várzea, principalmente nas grandes baixadas. Originalmente,
esses solos encontravam-se recobertos por vegetação de campo ou floresta de
várzea, hoje preservados apenas em poucos locais. Atualmente, são utilizados
principalmente com pastagens e alguma olericultura em áreas menores. Apresentam
características bastante diversificadas, com ocorrência de solos distróficos, eutróficos
ou mesmo álicos e argilas de baixa ou alta atividade. A composição textural é também
bastante variada, em razão da própria natureza dos sedimentos dos quais se
desenvolvem.
GLEI POUCO HÚMICO
Esses solos são muito semelhantes aos Gleis Húmicos, dos quais se diferenciam por
apresentarem horizonte superficial menos desenvolvido, do tipo A moderado
(Camargo et ai., 1987), com uma tendência geral a encontrarem-se em áreas
relativamente menos encharcadas, mas ainda com fortes restrições de drenagem.
SOLOS ALUVIAIS
Essa classe compreende solos minerais pouco evoluídos, desenvolvidos a partir de

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 68


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

depósitos aluviais recentes, referidos ao Quaternário. Caracterizam-se por


apresentarem estratificação de camadas, sem relação genética entre si. Têm
seqüência de horizontes do tipo A-C.

IV. 7. Aptidão Agrícola

O consumo e a apropriação dos recursos naturais, sem as devidas preocupações com


as conseqüências futuras, ocasionam vários problemas, nem sempre perceptíveis,
mas que danificam a biosfera e a vida humana de forma alarmante e irreversível.
Este diagnóstico tem a pretensão de fornecer elementos que possam ser utilizados na
busca da melhor convivência possível, entre a exploração dos recursos naturais e a
preservação do meio-ambiente.
A avaliação da aptidão agrícola tem como finalidade a indicação do potencial agrícola
das terras para diferentes tipos de uso. Procura atender a uma relação custo/benefício
favorável sob os pontos de vista econômico e ambiental, devendo ser entendida não
como uma recomendação para uso direto pelos produtores rurais, mas como uma
base para o planejamento agrícola.
O sistema de avaliação e classificação da aptidão agrícola do solo, deste trabalho, foi
desenvolvido pela Divisão de Pedologia e Fertilidade do Solo, do Ministério da
Agricultura, atual Centro Nacional de Pesquisa de Solos (CNPS), da EMBRAPA,
contidos nos estudos realizados no Programa de Informações para Gestão Territorial,
dentro do Projeto Rio de Janeiro.
A partir de levantamentos sistemáticos, consiste fundamentalmente na avaliação das
condições agrícolas das terras, sintetizando em cinco qualidades básicas, ou sejam:
fertilidade natural, excesso de água, deficiência de água, suscetibilidade à erosão e
impedimento à mecanização e na intensidade de limitação que persistir após a
utilização de práticas agrícolas inerentes aos níveis de manejo A, B e C.
Tabela 13: Níveis de Manejo
Baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo nível tecnológico, praticamente
A não há aplicação de capital para manejo, melhoramento e conservação das condições
das terras e das lavouras. As práticas agrícolas dependem do trabalho braçal.
Baseado em práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico médio, caracteriza-se
B pela modesta aplicação de capital e de resultados de pesquisa para manejo. Tração
animal.
Baseado em práticas agrícolas que refletem um alto nível tecnológico, exigindo uma
C intensiva aplicação de capital e de resultado de pesquisas para manejo, melhoramento
e conservação das terras e das lavouras. Tração moto-mecanizada.
Fonte: CPRM

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 69


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A simbologia adotada tem como objetivo precípuo permitir a apresentação “em um só


mapa”, da classificação de aptidão agrícola das terras para diversos tipos de
utilização, sob três níveis de manejo. Nessa representação são utilizados, em
conjunto, números e letras. Os algarismos de 1 a 6 referem-se aos grupos de aptidão
agrícola e indicam o tipo de utilização mais intensivo permitido. Grupos de 1 a 3
abrigam terras com boa aptidão para lavoura, o grupo 4 para pastagem plantada, o
grupo 5 para silvicultura e/ou pastagem natural e o grupo 6 para a preservação da
flora e da fauna, independente de classe de aptidão.
Os subgrupos expressam a aptidão agrícola das terras para um determinado tipo de
utilização (lavouras, pastagens plantadas, silvicultura e pastagens naturais) com
relação a um dos três níveis de manejo considerados. Estes, por sua vez refletem o
grau de intensidade com que as limitações afetam as terras, classificando-as como:
Boa, Regular, Restrita ou Inapta.
Mapa 17: Mapa da Aptidão Agrícola

Fonte: CPRM-Embrapa

No município de Maricá identificamos, em conformidade com essa metodologia e


orientação adotadas, áreas de terras com as seguintes classificações:

2(b)c - Aptidão regular para as lavouras no nível de manejo C, restrita no nível B e


inapta no nível A.
3(bc) - Aptidão restrita para lavouras nos níveis de manejo B e C e inapta no nível
A.
3(abc) - Aptidão restrita para lavouras no nível de manejo A e para culturas especiais
nos níveis de manejo B e C.
5(n) - Aptidão restrita para pastagem natural e inapta para silvicultura.
5(s) - Aptidão restrita para silvicultura e inapta para pastagem natural.
6 - Sem aptidão para uso agrícola. Terras indicadas para preservação de flora e

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 70


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

fauna.

IV. 8. Cobertura do Uso do Solo

Mapa 18: Mapa da Cobertura do Uso do Solo

Fonte: TCE 2001

Examinando o atual uso e cobertura do solo do município de Maricá, vimos que o


mesmo, a exemplo de outras localidades, tem levado em consideração fatores como
leis de mercado; estruturação da cidade em comunidades; acessibilidade e transportes
através do sistema viário e o posicionamento geográfico.
Nesse mapa poderemos observar a representação individualizada das seguintes
classes de usos e cobertura do solo: Campo e Pastagem, Área degradada, Cultura,
Restingas, Salina, Campo Inundável, Vegetação, Áreas Urbanas, Lagoa, Manguezais,
Florestas, Reflorestamento, Afloramento Rochoso, Solo Exposto, Praias e outros
pouco expressivos em Maricá.

Tabela 14: Cobertura do Uso e Ocupação do Solo


Uso do Solo Área em % Área em %
Km² (1994) Km² (2001)
Campo, Pastagens 87,35 24% 160,11 44%
Florestas ombrófilas densas 90,97 25% 21,83 6%
(formações florestais)

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 71


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Capoeiras 65,50 18% 58,22 16%


(vegetação secundária)
Áreas Agrícolas 7,28 2% 7,28 2%
Restingas, manguezais, praias 21,83 6% 7,28 2%
e várzeas
(formações pioneiras)
Área Urbana 54,58 15% 72,78 20%
Corpos d´água 36,39 10% 36,39 10%
Total 363,9 100% 363,9 100%

Conforme podemos verificar pela Tabela 14 as duas manchas que mais se


sobressaem são as áreas urbanas e os campos e pastagens, ocupando um total de
64% do território municipal. O uso agrícola não é significante aparecendo
simplesmente com 2% no vale do rio do Vigário em Cassorotiba e no vale do Córrego
do Engenho Velho e Paolera na Serra do Mato Gosso. As florestas, a vegetação
secundário e as formações pioneiras contribuem com os restantes 24% do município.
É bastante visível é a mancha das vegetações secundárias e a mancha das florestas
que ainda resistem ao desflorestamento. A Serra de Jaconé e a Serra do Mato Grosso
representam estas florestas remanescentes.

IV. 9. Cobertura Vegetal


De um modo geral a cobertura vegetal natural encontra-se bastante devastada e,
dentro de um planejamento integrado, necessitam de bastante atenção das
autoridades competentes para a sua regeneração e proteção. Não menos necessária
é a preservação dos cursos d´água, que começam a ficar irremediavelmente
comprometidos a partir dos desmatamentos. Ao compararmos os Mapas 18 e 19
constatamos a devastação da Serra da Tiririca, do fundo do vale do Rio do Vigário, do
fundo do vale de Ubatiba e do Silvado e do fundo do vale do Rio Carangueijo no
Espraiado, principalmente as Serras do Engenho Novo e a Serra da Chuva. Conforme
o estudo do CIDE11 somente as florestas das Serras do Mato Grosso e de Jaconé
permanecem intactas as demais encontram-se em estágio de sucessão avançada
cedendo espaço para campos e pastagens.

11
Índice de Qualidade dos Municípios CIDE 2001

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 72


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 19: Mapa da Antiga Cobertura Vegetal

Fonte: FUNDREM -1976

IV. 10. Áreas de Risco Ambiental e/ou Social


O objetivo deste capítulo é enfatizar a integração da temática ambiental à social,
visando uma melhoria de qualidade de vida, percebida como um direito e dever de
cidadania e como um instrumento de base para o bem-estar social no equilíbrio
ambiental, aí incorporando a questão do meio ambiente urbano.
A proteção ambiental não é algo que o Estado ou outros atores econômicos façam
voluntariamente, geralmente acontece através de pressão pública social, ou seja,
acontece porque há movimentos ambientais ou ameaça deles, portanto, o ativismo
ambientalista e social são forças de importância crucial.
O primeiro movimento ambientalista denunciava as agressões do homem à natureza e
à convivência social. 0 segundo movimento ambientalista, denunciou o forte
componente não-neutro da tecnologia, a serviço de uma sociedade onde uns
exploram os outros. Já o terceiro e último movimento que se deflagrou a partir da
Conferência de Estocolmo, em 1972, e que ficou consagrado a partir da Rio/92
ficou conhecido como "desenvolvimento sustentável" para se referir a um crescimento
econômico que não mais fosse devastador dos recursos naturais mas que levasse em
conta as necessidades das gerações futuras e seu direito à vida e à natureza.
A noção de desenvolvimento sustentável é proposta como uma espécie de
compromisso e defende o argumento de que o crescimento econômico não é

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 73


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

inerentemente destrutivo, cabendo-nos escolher formas de desenvolvimento que


tenham a vantagem de serem ambientalmente benévolas e de que muitos dos
problemas ambientais são causados pela pobreza, donde se conclui que, em se
cuidando diretamente de políticas de alívio a pobreza, haverá benefícios ambientais.
No Brasil, o debate sobre riscos ambientais aponta para a contradição entre o modelo
de desenvolvimento socioeconômico adotado, a fragilidade institucional e a
vulnerabilidade social dos trabalhadores e comunidades pobres localizadas em áreas de
risco. A idéia de um desenvolvimento sustentável portanto resulta de um compromisso
internacional entre grupos interessados em proteção ambiental e grupos preocupados
em promover uma agenda de desenvolvimento social.
As questões ambientais não devem se resumir aos grandes temas constantes da
agenda internacional na atualidade, tais como o efeito estufa, o buraco na
camada de ozônio, as chuvas ácidas, a poluição dos oceanos, os
desflorestamentos, mas incorporar temas do nosso cotidiano espacialmente
mais visíveis, mais próximos à nossa realidade.
É importante promover o acesso a informação dos riscos ambientais, geralmente
esparsa e por vezes de difícil compreensão, como parte de uma política de forta-
lecimento do papel dos vários agentes intervenientes. E preciso incentivar a abertura
de um diálogo franco, em um processo coletivo de construção de conhecimentos,
responsabilidades e atitudes.
Os riscos e a questão ambiental têm de ser entendidos como questões decorrentes
de processos sociais, políticos e socioeconômicos que precisam ser
contextualizados.
Os problemas urbanos referentes ao uso e distribuição de bens e equipamentos
coletivos - água, esgoto, energia, transporte - e os problemas sobre o destino final e
tratamento dos resíduos sólidos, rejeitos industriais e hospitalares, são questões
ambientais primordiais
Assim sendo após analisarmos o material a respeito de Maricá, selecionamos e
apresentamos nove grupos de risco que vêm desequilibrando a relação entre o
ambiente natural e o ambiente urbano construído.
O primeiro grupo diz respeito às nascentes dos cursos de água, num total de 24
nascentes que precisam ser preservadas.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 74


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 20: Grupos de Risco Ambiental

Fonte: DPUR - 2006

A mesma consideração deve ser tomada também em relação às margens destes rios,
pois neste grupo, muitas destas margens já não possuem mais mata ciliar ao longo de
seu percurso, estando a malha urbana bem próxima a elas.
O terceiro grupo diz respeito às margens das lagoas e as ilhas num total de 9 lagoas e
9 ilhas conforme Tabela 08.
O quarto grupo refere-se à alguns setores urbanos onde, segundo o Censo do IBGE-
2000, o esgotamento sanitário está sendo feito em valas ou outros cursos de água.
Em Maricá, oito foram os setores detectados e situados 4 em Maricá, sendo 3 ao
longo do Rio Mumbuca e 1 em São José do Imbassaí mais 4 em Inoã, sendo 3
próximos ao Rio Inoã, um no Rio Taquaral.
O quinto grupo diz respeito também, a alguns setores urbanos onde, segundo o Censo
do IBGE-2000, o esgotamento sanitário continua sendo feito através de fossas
rudimentares. Foram detectados 20 setores nestas condições no primeiro distrito, 10
em Ponta Negra, 8 no distrito de Inoã e 7 em Itaipuaçu num total de 15 setores onde a
situação é crítica (>de 80% dos domicílios) como nos mostra o Mapa 20. 5 casos em
Itaipuaçu, 1 em Inoã, 3 casos no Distrito Sede e 6 em Ponta Negra.
O sexto grupo refere-se ao depósito de lixo existente no Município como é o caso do
Aterro Sanitário do Ipê Rosa, localizado no Caxito.
O sétimo grupo abrange os desmatamentos que estão destruindo a cobertura vegetal
das serras e onde foram detectados 14 pontos críticos já comentados no item IV.9 e

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 75


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

V.5.8.
O oitavo grupo diz respeito ao funcionamento da pedreira do SPAR em Inoã, onde
medidas de segurança devem ser reavaliadas e seus impactos analisados.
O nono ou último grupo diz respeito às autorizações para a extração de minerais no
território maricaense analisando os impactos destas atividades. 4 foram os casos
encontrados que merecem atenção.
A manutenção de um adequado equilíbrio entre o ambiente natural e o ambiente
urbano deve ser perseguida, para garantir um crescimento urbano com qualidade
ambiental, ou seja, um desenvolvimento sustentável.

IV. 11. Considerações Finais

O meio ambiente vem sendo degradado através de desmatamentos, loteamentos e


adensamentos populacionais em áreas de fragilidade física.

Os recursos hídricos superficiais da região Araruama-Maricá, além de escassos


encontram-se contaminados pela ação do homem. Esses resultados são bastante
preocupantes, pois esses elementos se consumidos em quantidades elevadas e por
vários anos, podem provocar doenças cancerígenas, cardiovasculares, Mal de
Alzheimer, osteoporose, nanismo, flurose, hipertensão, osteomacia, disfunção renal,
nefrite e deformação dos ossos, entre outras enfermidades.

Algumas recomendações a seguir, com o intuito de estabelecer perspectivas de


utilização e de conservação de recursos naturais, respeitando as restrições ao uso das
terras.
• Identificar os principais processos de degradação das terras, sob diferentes
sistemas de manejo;
• Promover o reassentamento de populações que possam estar ocupando áreas
inadequadas, como áreas inundáveis, manguezais, áreas de restinga e áreas
especiais, como unidades de conservação (parques, reservas);
• Promover o turismo de baixa densidade e o ecoturismo, compatíveis com a
capacidade de suporte da região;
• Elaborar estudos de detalhe para o levantamento de jazidas de materiais de
emprego imediato na construção civil (areia, argila, cascalho, pedra para brita,
pedra ornamental, saibro), tendo em vista reduzir os custos das obras de
engenharia e os impactos ambientais;

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 76


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

• Adotar políticas e mecanismos eu incentivem o incremento de unidades de


conservação e que facilitem investimentos para as unidades existentes
(pesquisas, planos de manejo);
• Estimular projetos de educação ambiental nas comunidades, destacando o
valor e a importância da conservação da biodiversidade da cobertura vegetal.

V - Quadro Urbano e Rural

Toda cidade abriga dentro de sua estrutura uma complexa rede de articulações
sociais, culturais e econômicas, configurando a imagem de uma entidade viva, sempre
em processo de transformação. Ela é o testemunho vivo do legado da história, por
apresentar em seu tecido, malhas diferenciadas e monumentos simbolicamente
significativos, marcas de um espaço e de um tempo. É nela que se desenvolve uma
vida artística e cultural intensa representada por seus moradores com suas
características peculiares, que ao se apropriarem deste espaço urbano, aí inserem
suas produções, seus desejos e aspirações e cuja mobilidade se traduz na verdadeira
essência da vida urbana.

Mapa 21 : Área Urbana e Rural

Fonte: IBGE

Este espaço urbano portanto foi criado e se desenvolve em detrimento do espaço rural
outrora predominante. Como vimos no histórico, Maricá cresceu tendo como base a
atividade agropecuária desenvolvida por suas grandes fazendas. Hoje o quadro se
inverteu e são as atividades urbanas, principalmente serviços e comércio que

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 77


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

sustentam o município. Como podemos observar no Mapa 21 as áreas consideradas


urbanas ultrapassam as áreas consideradas rurais que por sua vez já se encontram
bastante parceladas. De acordo com o IBGE, no censo de 2000, 115 foram os setores
considerados urbanos onde 5 foram caracterizados como de expansão urbana e 19
setores rurais, muito embora esta situação já esteja bastante alterada, precisando ser
revista e oficialmente reformulada.

V. 1. Ordenação e Compartimentação Territorial


O Município de Maricá possui oficialmente três distritos, o Distrito-Sede Maricá, o
Distrito de Inoã e o Distrito de Manoel Ribeiro. Entretanto a Lei Orgânica de 5/4/90,
apresenta quatro distritos, que provavelmente não foram homologados pela ALERJ-
Assembléia Legislativa do Estado e nem reconhecidos pelo IBGE. Quanto à divisão de
bairros estes se encontram instituídos e delimitados pelo Plano de Desenvolvimento
Urbano de Marica, Lei 463 de 17/12/1984, mas que também não foram reconhecidos
pelo IBGE quando da revisão dos setores para o Censo de 2000. Existe ainda uma
subdivisão em subdistritos constante da Lei Orgânica, conforme Art. 5º das
Disposições Transitórias, onde iremos encontrar 38 unidades, mas sem qualquer
delimitação. Assim sendo encontramos na documentação pesquisada 4 tipos de
compartimentações territoriais que vigoram em Maricá a saber em ordem decrescente:
Subdivisão em distritos pelo IBGE; (3)
Subdivisão em distritos pela Lei Orgânica;(4)
Subdivisão em bairros;(37)
Subdivisão em setores censitários. (134)
A partir das pesquisas efetuadas, aconselhamos a revisão da compartimentação
territorial, objetivando integrá-la às atuais necessidades da gestão municipal urbana e
rural de Maricá.

V. 1.1. Os Distritos e Setores considerados pelo IBGE


A divisão em distritos considerada pelo IBGE remonta à década de 80 onde iríamos
encontrar o Distrito sede – Maricá com 43 setores censitários, o 2º Distrito – Inoã com
59 setores e o 3º Distrito ainda denominado Manoel Ribeiro, com 32 setores
censitários.
A subdivisão em setores censitários é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 78


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

para fins do recenseamento demográfico. “O setor censitário é a unidade territorial


criada para fins de controle cadastral da coleta. Os setores têm limites físicos
identificáveis em campo que respeitam os limites da divisão político-administrativa, do
quadro urbano e rural legal e de outras estruturas territoriais de interesse, além de um
quantitativo de domicílios adequado à operação censitária”12. Esta subdivisão nos
permite analisar em detalhes determinadas áreas do município onde foram
computados pelo IBGE, 527 variáveis que cobrem as características dos domicílios,
dos seus responsáveis e das pessoas residentes.

Mapa 22: Subdivisão em Distritos e Setores Censitários - IBGE

Fonte:IBGE 2000

V. 1.2. Os Distritos pela Lei Orgânica de 05/04/1990


A divisão em distritos encontrada na Lei Orgânica se baseou na divisão de bairros
delimitados criados e delimitados pela Lei 463 de 17/12/1984, a seguir explicitada.
Nela vamos encontrar 4 distritos, atualmente aceitos pela comunidade e que se
encontram com a seguinte ordem: Distrito Sede de Maricá, 2º Distrito – Ponta Negra,
3º Distrito – Inoã e 4 º Distrito – Itaipuaçu.
Como podemos observar o Distrito sede atualmente abrange uma área bem maior
abrigando 17 bairros conforme Tabela 14 representando 41% do território de Maricá.
Já o 2º Distrito – Ponta Negra, abrange 31% do território e abriga 12 bairros. Inoã fica
como 3º Distrito, ocupando 17% do território e abrangendo 6 bairros e Itaipuaçu, o 4º

12
Documentação do Arquivo – Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo– Censo
Demográfico -2000 – IBGE pag. 4

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 79


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Distrito, com 4 bairros abrangendo 11% do território. Esta é a compartimentação hoje


adotada pela Prefeitura, muito embora alguns bairros não estejam consagrados e que
portanto precisa ser revista.

Mapa 23: Subdivisão em Distritos pela LOM

Fonte: Lei Orgânica (1990) e PDUM (1984)

V. 1.3. Os Bairros
A divisão em bairros encontrada e delimitada pelo Plano de Desenvolvimento Urbano
para o Município de Maricá, aprovado pela Lei 463 de 17/12/1984, nos mostra a
existência de 37 bairros cobrindo toda a área urbana do município. Este abairramento,
conforme dito anteriormente é desconhecido pelo IBGE e portanto não orientou ou
serviu de base para a divisão dos setores censitários. A partir da pesquisa de campo e
visitas às comunidades observamos que este abairramento apresenta diversas
incompatibilidades seja em relação às delimitações, seja quanto a ausência de outras
comunidades nesta divisão não contempladas, tais como Pindobas, Cordeirinho,
Barroco, Flamengo e Morada das Águias. Algumas denominações por sua vez não
são reconhecidas pelas comunidades tais como Nossa Senhora da Conceição, Lagoa
do Padre e Bambu. O Município precisa rever e atualizar sua divisão em bairros.

Tabela 15: Distribuição dos Bairros pela PDUM de 1984


1º Distrito - Maricá 2º Distrito – Ponta Negra
Centro de Maricá Camburi Vila de Ponta Negra Interlagos
Araçatiba Retiro Bananal Bambuí

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 80


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Jacaroá Itapeba Manoel Ribeiro Lagoa do Padre


Ubatiba S. José do Imbassaí Engenho Velho Jaconé
Condado de Maricá São Bento da Lagoa Espraiado Lagoa de Guarapina
Silvado Barra de Maricá Pindobal Cordeirinho
Pilar Caju
Caxito Zacarias
3º Distrito - Inoã 4º Distrito - Itaipuaçú
Centro de Inoã Cassorotiba Jardim Atlântico Lagoa Brava
Bambu N. Sra. de Conceição Itaocaia Cajueiros
Pedra de Inoã Itaitindiba
Fonte:Lei Orgânica Municipal de 5/4/90

Mapa 24: Subdivisão em Bairros – PDUM-1984

Fonte:PDUM de 1984

Em 1990, a Lei Orgânica Municipal em suas Disposições Transitórias, propos a


subdivisão do Município em 38 subdistritos13, utilizando-se basicamente da mesma
nomenclatura da divisão de bairros existente, porém excluindo o Recanto de Itaipuaçú
em Itaipuaçu e acrescentando os subdistritos de Cordeirinho e Zacarias. Esta
compartimentação entretanto não possui delimitação que a caracterize.
Concluímos ser necessário homogeneizar esta compartimentação afim de que as
pesquisas e as informações possam ser cruzadas, o que viria a enriquecer ainda mais
as pesquisas em andamento.

13
Lei Orgânica Municipal Nº xxxx de 05/04/1990, Artigo 5º.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 81


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

V. 2. Identificação e Localização dos Aglomerados Urbanos


O Município de Maricá está dividido, segundo sua Lei Orgânica em 4 distritos com
características bem marcantes, existindo assim quatro aglomerados urbanos – uma
cidade e três vilas. Todos possuem áreas urbanas e apenas um deles não possui área
rural, atividades estas em declínio no município. De acordo com o censo de 2000, a
população rural representava apenas 13% da população total do município. O distrito
sede aonde se encontra a Cidade de Maricá é a parte mais densamente urbanizada
com 149,2 Km² e 38.448 habitantes,ou seja, 50% da população total. O 4º distrito
também se destaca como o segundo mais urbanizado, tendo ultrapassado o distrito de
Inoã nesta última década. O distrito menos urbanizado, portanto permanece sendo o
de Ponta Negra. Com a expectativa da implantação do Pólo Petroquímico em Itaboraí,
este processo deverá se acelerar e a área rural deverá ceder espaço para a expansão
urbana.
Em termos quantitativos, a área restante passível de ser urbanizada sem considerar
as áreas rurais, mas subtraindo as áreas de água, as ilhas, a APA de Maricá, as áreas
acima da cota 1000 e as áreas já comprometidas com a urbanização, conforme Mapa
26, teremos uma equação igual a X = 363,9 Km² - (36,54 Km² + 0,41 Km² + 9,10 Km² +
93,28 Km² + 114,61 Km²). O resultado é de 109,96 Km² ou seja 30% do território
maricaense. Resta saber se esta é a perspectiva para o desejado desenvolvimento
municipal.

Mapa 25: Aglomerados Urbanos de Maricá

Fonte: AMPLA, DPUR, 2006.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 82


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Algumas observações podem ser levantadas a partir destes dados, obtidos através da
planta cadastral da AMPLA (1998) e da foto de satélite Quickbird (Jun/2006).
Interessante observar, por exemplo, que a efetiva área urbana já ultrapassa a área
preservada do município. Que a área rural conforme o IBGE (Mapa 21) já está em
muito reduzida. Que muitos loteamentos ainda não saíram do papel e que muitos lotes
de antigos loteamentos ainda se encontram vazios.

Tabela 16: Distribuição de áreas e população por distritos (LOM)


Distritos Área Pop. Urbana Pop. Rural Total %
(ha)
1º Distrito – Maricá 14.920 33.515 4.933 38.448 50%
2º Distrito – Pta. Negra 11.112 8.125 777 8.902 12%
3º Distrito – Inoã 6.195 14.775 3.783 18.558 24%
4º Distrito – Itaipuaçu 4.162 10.648 0 10.648 14%
Totais 36.390 67.063 9.493 76.556 100%
Fonte: IBGE – Censo 2000

V. 3. Características Demográficas
A população urbana com suas características básicas representa um dos
condicionantes básicos para se entender a estrutura urbana. Conhecer o seu perfil
significa conhecer também as necessidades da cidade, suas potencialidades e
fraquezas.
A densidade bruta de Maricá é da ordem de 210 hab./km² ou 2 hab./ha. Em termos
quantitativos, esta densidade não é considerada uma alta densidade, tendo em vista
que a respectiva taxa de conforto fica na ordem de 4.762 m²/hab. Convém lembrar no
entanto que Maricá, por ser um município de veraneio, possui uma população flutuante
da ordem de 52.206 veranistas14 que somados aos residentes daria no ano do censo
um total de 128.762 moradores e portanto uma densidade de 354 hab/Km² ou 3,5
hab./ha. Considerando agora somente a área urbanizada do município obteríamos os
seguintes valores para as respectivas densidades líquidas: nos períodos de férias e
feriados 1.124 hab./Km² ou 11 hab./ha. e nos períodos de baixa temporada 667

14
Este cálculo foi obtido multiplicando-se o tamanho médio de uma família pelo número de domicílios de
uso ocasional.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 83


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

hab./Km² ou 7 hab./ha. Resta saber se o município está preparado para atender esta
demanda ou se está preparado para aumentá-la.

Tabela 17: Densidades por distrito (LOM)15


MARICÁ Pta. NEGRA INOÃ ITAIPUAÇU Total

População Residente 38.448 8.902 18.558 10.648 76.556

Área Territorial (ha) 13.053 9.325 6.195 4.122 32.695

Densidade Bruta(Hab/ha) 2,9 1,0 3,0 2,6 2,3


Fonte: Dados IBGE – Censo 2000

Conforme nos mostra a Tabela 17, estas densidades não são homogêneas entre os
distritos havendo uma maior concentração no distrito de Inoã seguido pelo Centro e
por Itaipuaçu.

Mapa 26: Densidade Demográfica por Setores

Fonte: DPUR e IBGE-Censo-2000

Com o objetivo de melhor visualizarmos a distribuição e os grupamentos das


densidades demográficas existentes no município e podermos prever os futuros
índices de adensamento para o município de Maricá, reagrupamos os setores por
faixas de densidades e podemos constatar que 6 foram as categorias arrematadas: os
setores acima de 40 hab/ha, os que ficaram entre 31 a 40 hab/ha, os que ficaram entre
21 a 30 hab/ha, os que apresentaram densidade entre 11 a 20 hab/ha, os que

15
Divisão preconizada pela Lei Orgânica Municipal de 05/04/1990

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 84


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

apresentaram entre 1 a 10 hab/ha e aqueles abaixo de 1 hab/ha.


Conforme o Mapa 26 nos mostra, as densidades com menos de 1 hab./ha, estão
representados por 13 setores censitários da área rural, 1 na Serra da Tiririca e 1 na
Serra do Caju, as que variaram entre 1 a 10 hab/ha foram detectadas na maioria dos
setores censitários perfazendo um total de 71 setores, as que variaram entre 11 a 20
hab/ha foram encontradas em 24 setores sendo 10 localizados principalmente na
periferia do centro da cidade, 1 na periferia da Vila de Inoã e mais outros 3 setores que
compõem o Condomínio Santa Paula, 1 aglomerado adensado afastado do centro da
Vila de Inoã. Ainda no primeiro distrito encontramos também 1 adensamento neste
nível em São José do Imbassaí representado por 3 setores, 1 em Ponta Grossa, 3 em
Ubatiba e 1 na Barra de Maricá no loteamento Barra Europa. As densidades que
variaram entre 21 a 30 hab/ha foram encontradas em 15 setores concentrados
principalmente no centro da Cidade (9), no subcentro de São José do Imbassaí (4) e
dois no centro da Vila de Inoã. Os setores com densidades entre 21 a 30 hab/ha estão
representados pelo centro da Vila de Ponta Negra e por um setor do Loteamento
Jardim Atlântico em Itaipuaçu. As densidades entre 31 a 40 hab/ha, encontradas em 6
setores censitários, basicamente localizados em setores que correspondem ao
subcentro de São José do Imbassaí, a dois corredores formados por 4 setores que
irradiam do centro da cidade e um setor ao longo da RJ106 no centro da Vila de Inoã.
Os setores que apresentaram a maior concentração num total de 3, foram observados
todos no distrito de Inoã, sendo 1 do centro da Vila e mais 2 no Condomínio Santa
Paula. Uma outra forma de também sentirmos as preferência dos moradores e uma
amostra da sua distribuição pelos bairros apresentamos a seguir a hierarquia
populacional dos bairros existentes.

Desta feita também reagrupamos os bairros por grupos de residentes e constatamos 4


grupos conforme nos mostram as Tabelas 18 e 19. Além do Centro de Maricá com
mais de 10.000 habitantes os bairros mais populosos foram Cassorotiba/Inoã, Itapeba,
Bambu (Chácaras de Inoã) e São José do Imbassaí com mais de 5.000 habitantes
cada um. Na terceira faixa entre 2.000 a 5.000 habitantes mais seis bairros, dentre
eles: Lagoa Brava, Jardim Lagomar, Itaocaia Valey, Pedra de Inoã, Ubatiba, Jardim
Atlântico e Araçatiba. Os demais 25 bairros não ultrapassam a faixa dos 2.000
habitantes.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 85


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 18: Hierarquia Populacional dos Bairros

12000

10000

8000

6000

4000

2000

Fonte: DPUR e IBGE-Censo-2000

Tabela 19: Grupos de habitantes por bairro


Grupos Parâmetros dos grupos Total de Bairros Total de Residentes % dos domicílios

1 até 2.000 habitantes 25 21.897 29%,


2 entre 2.000 e 5.000 habitantes 7 21.303 28%
3 entre 5.000 e 10.000 habitantes 4 23.196 30%
4 acima de 10.000 habitantes 1 10.161 13%
Total 37 76.556 100%
Fonte: IBGE – Censo 2000

Tabela 20: Faixas de Idade da População Residente


Faixas de idade Pop. Urbana % Pop. Rural %
De 0 a 6 anos- Crianças 7.834 10% 1.281 2%
De 7 a 14 anos – Jovens 9.088 12% 1.433 2%
De 15 a 19 anos – 8% 941 1%
Adolescentes 6.084
De 20 a 64 – Adultos 38.839 50% 5.919 8%
Acima de 65 anos -Idosos 4.630 6% 693 1%
Total 66.470 86% 10.267 14%
Fonte: IBGE- Censo 2000

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 86


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 21: Gráfico da Estrutura Etária

5 >65 anos

4 de 20 a 64 anos
Faixas Etárias

3 de 15 a 19 anos

2 de 7 a 14 anos

1 de 0 a 6 anos

- 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000

Residentes

Fonte: DPUR - 2006

A Tabela 20 e a Tabela 21 nos mostram que a população residente, economicamente


ativa de Maricá representada pela quarta faixa se encontra proporcionalmente
favorável às demais faixas etárias. A primeira faixa ou faixa das crianças, nos dá uma
estimativa da demanda por creches enquanto que a segunda faixa nos indica o
potencial dos jovens em idade escolar para o ensino fundamental. Já a terceira faixa
nos remete à demanda do ensino médio e profissionalizante. A porcentagem da quinta
faixa (7%) nos indica que a população acima de 65 anos, em Maricá é insignificante.
Uma das variáveis, hoje considerada importante para a análise demográfica, é a taxa
de dependência demográfica, que demonstra a carga que a população dependente, ou
seja, a população na faixa etária de 0 a 14 anos e a de 65 anos em diante, exerce
sobre a população não dependente, compostas por pessoas entre 15 a 64 anos. Sua
importância deve-se ao fato de demonstrar os impactos das mudanças demográficas
nas análises da “carga”, principalmente da população dependente jovem sobre a
adulta, não dependente.
De acordo com o Censo de 2000, em Maricá a população dependente jovem atinge
26%, enquanto que a população não dependente, apresenta o maior índice de
participação relativa na população, ou seja 58%. Já a população dependente idosa
possui a menor participação 7% o que não difere muito da realidade nacional.
Resumidamente, em 2000, a taxa de dependência em Maricá, correspondendo a
48,20% foi menor que a estadual que atingiu 48,33% e bem menor do que a nacional
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 87
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

que chegou a 54,9%.16


Segundo o IBGE, foi considerado responsável pelo domicílio particular a pessoa assim
considerado(a) pelos demais moradores, acima de 10 anos de idade. Assim sendo
conforme nos mostra a Tabela 22, a seguir, em 2000, do total da população, 30% que
responde pelos domicílios existentes e ao compararmos a população total com o total
de domicílios verificamos que a média de pessoas por domicílios é de 3,3 habitantes
por unidade habitacional.

Tabela 22: Relação entre Residentes, Responsáveis e Domicílios


População Residente Total de Total de Domicílios Residentes por
Responsáveis por Ocupados Domicílios
Domicílios

76.556 22.853 23.075 3,3

100% 30% - -
Fonte: IBGE – Censo 2000

Tabela 23: Quantidade de Moradores por Domicílios


Domicílios = Domicílios = Domicílios = Domicílios = Domicílios = 8 Domicílios com
1 morador 2e3 4e5 6e7 e 9 moradores 10 ou mais
moradores moradores moradores moradores
2.604 10.384 7.997 1.434 333 101

11% 45% 35% 6% 1,5% 0,5%


Fonte: IBGE – Censo 2000

Esta média, no entanto não corresponde a maioria dos domicílios com 2 a 3


moradores que conforme a Tabela 23 é de 45%. A outra grande percentagem
encontra-se na casa dos 35% dos domicílios possuindo de 4 a 5 moradores. No total
estas duas faixas representam 80% dos domicílios. Com exceção da faixa dos
domicílios com 1 morador com 11%, os restantes são considerados insignificantes.
O comportamento e a evolução destas características nos apontam e nos indicam
como a oferta de moradias poderia se adequar e melhor atender as famílias de Maricá.
Outra variável importante quando caracterizamos a população de uma cidade diz
respeito as faixas salariais encontradas. Segundo o IBGE, e de acordo com o Censo
de 2000 foram encontrados os seguintes rendimentos nominais por responsável dos
domicílios particulares permanentes, explicitados na Tabela 24, a seguir.

16
www.ibge.gov.br

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 88


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 24: Rendimentos Nominais dos Responsáveis por Categoria e por Sexo
(H=Homens e M=Mulheres)
Responsáveis Sem até 1SM 1a5 6 a 10 11 a 20 > 20 SM
rendimentos SM SM SM
H 17.166 1.582 2.521 8.270 3.045 1.272 476

% 75% 9% 15% 48% 18% 7% 3%

M 5.867 712 1.554 2.277 725 306 113

% 25% 13% 27% 40% 13% 5% 2%

Totais 22.853 2.294 4.075 10.547 3.770 1.578 589

100% 10% 18% 46% 16% 7% 3%


Fonte: Dados do Censo do IBGE-2000

Como vemos as maiores porcentagens foram encontradas entre os responsáveis que


recebem entre 1 a 5 SM (Salários Mínimos) ou seja 46% deles. Logo a seguir situam-
se os que recebem até I SM representando 18% dos responsáveis. A classe média
ocupa respectivamente o terceiro lugar representando 16% dos responsáveis. Os
responsáveis sem rendimentos ocupam o quarto lugar com 10%. As classes altas mal
representam 10% do total dos responsáveis. Em termos do gênero, os homens detêm
a maioria absoluta na posição de responsáveis por domicílio. Quanto as faixas de
renda os homens estão em maioria na na faixa de 1 a 5 SM(48%), seguido pela faixa
de 6 a 10 SM(18%), enquanto que as mulheres estão em maioria na faixa de 1 a 5
SM(40%), seguido pela faixa de até um SM(27%), ou seja as mulheres responsáveis
por domicílios ganham menos que os homens.
A evolução da distribuição destas faixas de renda nos aponta as condições de
melhoria das categorias econômicas e da qualidade de vida dos habitantes de Maricá.

V. 4. Características Imobiliárias

V. 4.1. Distribuição e condição dos Domicílios

Tendo em vista a vocação de veraneio do município, esta análise se faz necessária a


fim de verificarmos a situação e alocação dos domicílios permanentes versus os de
uso ocasional.

Tabela 25: Condição dos Domicílios


DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 89
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Domicílios MARICÁ Pta. NEGRA INOÃ ITAIPUAÇU Total

Ocupados 11.491 2.703 5.415 3.335 22.944

Uso Ocasional 4.682 4.543 1.545 4.147 14.917

Fechados 199 51 63 69 382

Vagos 2.437 700 998 1.021 5.156

Uso Coletivo 22 11 4 8 45

Total 18.831 8.008 8.025 8.580 43.444


Fonte: Dados IBGE – Censo 2000

Conforme nos mostra a Tabela 25, observamos que dos domicílios pesquisados no
Censo de 2000, num total de 43.444, 53% correspondem aos residentes e 34% aos
veranistas estando os restantes 13% fechados ou vagos. Verificamos outrossim que
nos distritos de Ponta Negra e de Itaipuaçu a quantidade de domicílios de uso
ocasional ultrapassa os domicílios ocupados, ou seja, distritos estes bem preferidos
por veranistas. Por sua vez o menos preferido é Inoã.

Tabela 26: Domicílios Fixos, Uso Ocasional e Vagos por bairro

3500

Uso Fixo
3000
Uso Ocasional
Vagos
2500

2000

1500

1000

500

0
Condado de Maricá

Manoel Ribeiro

Barra de Maricá

Centro de Maricá
São Bento da Lagoa

Espraiado

Pilar

Pindobal

Jaconé

Camburi

Engenho Velho

Recanto de Itaipuaçú

Retiro

Caxito

Bananal

Cajú

Inoã

N. Sra.da Conceição

Lagoa de Guarapina

Lagoa do Padre

Ponta Negra

Itaitindiba

Itapeba
Jacaroá-Jrd.Lagomar

Pedra de Inoã

Ubatiba

Jardim Atlântico

Araçatiba

Bambu

Cassorotiba
Jardim Interlagos

Cajueiros

Bambuí

São José do Imbassaí


Silvado

Lagoa Brava

Itaocaia Valley

Fonte: IBGE – 2000

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 90


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A fim de melhor visualizarmos e interpretarmos esta dualidade, domicílios de


residentes e domicílios de veranistas, buscamos agrupar estas informações por bairro,
além também de acrescentar a variável de domicílios vagos para verificar aonde se
concentra tal problema.
Os bairros com mais de 500 domicílios são os mais preferidos pelos veranistas em
ordem decrescente: Jardim Atlântico, Lagoa de Guarapina, Lagoa Brava (parte leste
do Jardim Atlântico), Lagoa do Padre (Guaratiba), Ponta Negra, Itaocaia Valey, São
José do Imbassaí, Itapeba, Barra de Maricá e Jaconé. Os bairros que apresentaram
mais domicílios de veranistas do que de residentes foram:Jardim Atlântico, Lagoa
Brava (parte leste do Jrd.Atlântico) Lagoa do Padre (Guaratiba), Lagoa de Guarapina,
Ponta Negra, Jaconé, Barra de Maricá, Bambuí, Recanto de Itaipuaçu e Jardim
Interlagos.
Em contrapartida os bairros onde ocorre a maior concentração de domicílios
permanentes ocupados por residentes são: o Centro de Maricá disparado na frente
com mais de 3.000 domicílios, seguido por Cassorotiba-Inoã, Itapeba, São José do
Imbassaí e Bambu(Chácaras de Inoã), estes acima de 1.500 domicílios e ainda
Araçatiba, Jardim Atlântico, Ubatiba, Pedra de Inoã, Itaocaia Valey, Jardim Lagomar,
Lagoa Brava e Itaitindiba com mais de 500 domicílios fixos cada um. Dentre estes
apenas Lagoa Brava e Jardim Atlântico possuem mais domicílios de veranistas do que
de residentes. Quanto aos domicílios vagos, as maiores concentrações foram
observadas em Itapeba, no Centro, Jardim Atlântico, Itaocaia Valley, Bambu e São
José do Imbassaí.

Mapa 27: Distribuição Domicílios Fixos x Uso Ocasional

Fonte: IBGE – 2000

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 91


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Em termos imobiliário, também nos preocupamos em verificar a relação entre a


incidência de casas e a de prédios, representados por suas unidades, os
apartamentos. Segundo o IBGE nesta categoria também são analisados os domicílios
improvisados, tipo cômodos e unidades em coletivos. Assim sendo a Tabela 27 nos
mostra esta incidência por distritos.

Tabela 27: Tipos de Domicílios


Tipos de Domicílios MARICÁ Pta. NEGRA INOÃ ITAIPUAÇU Total

Improvisados 26 26 32 25 109

Unidade em Coletivos 95 5 6 7 113

Casas 11.184 2.591 5.270 3.190 22.235

Apartamentos 192 69 52 17 330

Cômodos 90 26 72 100 288

Total 11.587 2.717 5.432 3.339 23.075


Fonte: Dados IBGE – Censo 2000

Como vemos, praticamente 96% dos domicílios são casas, havendo algumas
concentrações de apartamentos e de cômodos em determinados setores
representando respectivamente 1,43% e 1,25% do total dos domicílios. Em termos de
domicílios improvisados e unidades em coletivos estes representam menos de meio
porcento cada um. A concentração de prédios como era de se esperar fica no primeiro
distrito, no centro da cidade, representando 58% do total de apartamentos, vindo logo
a seguir Ponta Negra com 21%. Os domicílos improvisados se distribuem quase que
igualmente pelos distritos. Os domicílios tipo Cômodos foi mais encontrado em
Itaipuaçu, seguido pelo Centro e Inoã. Já as unidades em coletivos se concentrou no
primeiro distrito com 84% do total. A fim de podermos visualizar as tendências quanto
aos processos de verticalização já existentes, pontuamos a seguir a localização dos
setores onde houve maior ocorrência de apartamentos.

Tabela 28: Localização dos Apartamentos


Setores Incidência de Apartamentos Bairro Circunscrito
1.4 22 Centro da Cidade
1.7 12 Flamengo - Centro
1.12 11 Flamengo - Centro
1.26 17 Ponta Grossa
1.30 53 Itapeba

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 92


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

1.42 11 Barra de Maricá


3.10 28 Ponta Negra – Praia
3.13 10 Lagoa de Guarapina
2.1 21 Centro de Inoã
2.4 12 Bambú
Fonte: IBGE 2000

A concentração imobiliária com suas características também representa um dos


condicionantes básicos para se entender a estrutura urbana. Principalmente num
município de veraneio é importante verificar que as densidades demográficas que são
calculadas com a população residente nem sempre combina com as densidades
imobiliárias aonde todos os imóveis estão computados, inclusive os dos veranistas.
A densidade imobiliária de Maricá portanto é a ordem de 1,3 domicílios por
hectare(ha). Conforme nos mostra a Tabela 29, Itaipuaçu é o distrito que apresenta a
maior densidade imobiliária, seguido pelo Centro e Inoã. Em termos quantitativos, esta
densidade não é considerada uma alta densidade. Resta saber se o município está
preparado para atender com infra-estrutura à esta demanda e se está preparado para
aumentá-la.

Tabela 29: Densidades Imobiliárias por distrito


MARICÁ Pta. NEGRA INOÃ ITAIPUAÇU Total
Domicílios 18.831 8.007 8.025 8.580 43.443
Área Territorial(ha) 13.053 9.325 6.195 4.122 32.695
Densidade Bruta(Dom./ha) 1,4 0,8 1,3 2,1 1,3
Fonte: Dados IBGE – Censo 2000

Com o objetivo de melhor visualizarmos a distribuição e os grupamentos das


densidades imobiliárias existentes no município e podermos prever os futuros índices
de adensamento para o município de Maricá, reagrupamos os setores por faixas de
densidades e constatamos que 5 foram as categorias arrematadas: os setores acima
de 30 dom./ha, os que ficaram entre 21 a 30 dom./ha, os que ficaram entre 11 a 20
dom./ha, os que apresentaram densidade entre 1 a 10 dom./ha e aqueles abaixo de 1
dom./ha.
Conforme o Mapa 28 nos mostra, as densidades com menos de 1 dom./ha, estão
representados por 21 setores censitários aonde predominam as atividades rurais.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 93


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Mapa 28: Densidade Imobiliária por setores

Fonte: Equipe DPUR e dados do Censo IBGE - 2000

As densidades que variaram entre 1 a 10 dom./ha foram detectadas na maioria dos


setores censitários ditos urbanos perfazendo um total de 93 setores.
As que variaram entre 11 a 20 dom./ha foram encontradas em 16 setores sendo 12
localizados principalmente na periferia do centro da cidade, 1 no centro da Vila de Inoã
e 1 no Condomínio Santa Paula. Ainda no primeiro distrito encontramos também 2
adensamentos nesta faixa em São José do Imbassaí.
As densidades que variaram entre 21 a 30 dom./ha só foram encontradas em 2
setores: um na praia de Ponta Negra e o outro no Condomínio Santa Paula em Inoã.
Os setores que apresentaram a maior concentração, ou seja acima de 30 dom./ha,
num total de 2, foram localizados, um no distrito de Inoã, no Condomínio Santa Paula
e o outro na Barra de Maricá.
Com o objetivo de podermos prever os índices de aproveitamento de área (IAA) para
os bairros da cidade de Maricá, faz-se necessário visualizarmos e caracterizarmos a
distribuição dos imóveis ou domicílios pelos bairros existentes no município. Assim,
também foram reagrupados os setores censitários por bairros e conforme a Tabela 30
a seguir nos mostra, 5 foram as categorias arrematadas: os bairros com mais de 3.000
domicílios, aqueles entre 2.000 e 3.000 domicílios, aqueles entre 1.000 e 2.000,
aqueles entre 500 e 1.000 domicílios e os com menos de 500 domicílios.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 94


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 30: Hierarquia Domiciliar dos Bairros

4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0

Fonte: Equipe DPUR e dados do Censo IBGE - 2000

Dentre os bairros com o maior número de domicílios iremo encontrar o bairro do


Centro de Maricá, o Jardim Atlântico e Itapeba. Na segunda categoria podemos
encontrar São José do Imbassaí, Cassorotiba-Inoã, Bambu e Araçatiba. Aqueles que
apresentaram entre 1.000 e 2.000 domicílios encontramos Itaocaia Valey, Lagoa
Brava (parte leste do Jardim Atlântico), Lagoa de Guarapina, Ubatiba, Lagoa do Padre,
Pedra de Inoã, Ponta Negra, Barra de Maricá, Jardim Lagomar e o Bambuí. Entre 500
domicílios e 1.000 encontramos Itaitindiba, Jaconé e Nossa Senhora da Conceição. 17
foram os bairros que possuem menos de 500 domicílios.

V. 5. Uso do Solo
Estudos mais recentes do uso do solo urbano, em suas análises, têm levado em conta
fatores tais como, as leis de mercado, a estruturação das cidades em comunidades, o
sistema viário e os transportes (acessibilidade) além da identificação dos agentes
modeladores do solo urbano.
Assim sendo, um estudo abrangente do uso do solo urbano não deve descartar
nenhuma destas teorias, mas sim tentar encontrar o quanto cada uma delas contribui
para explicar a organização dos diversos usos do solo urbano.
Nesta leitura, demos destaque aos usos urbanos do Município de Maricá por
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 95
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

observarmos que a área rural, situada ao norte do território em muito já cedeu lugar à
expansão urbana. O uso e a ocupação do município em muito foi controlado pelo
Plano de Desenvolvimento Urbano, aprovado em 1984. O que se previa eram 4 tipos
de áreas residenciais urbanas, 3 tipos de áreas comerciais, uma zona industrial e 4
tipos de unidades de conservação, além da área rural. No decorrer destes 20 anos
estes usos mostraram suas tendências através das modificações ocorridas. Esta lei
precisa urgentemente ser revisada e atualizada a partir das diretrizes e novos
instrumentos a serem aprovados pelo Plano Diretor Participativo.

Mapa 29: Zoneamento pela Lei 463 de 17/12/84

Fonte: IBGE2000

Deste modo, o território de Maricá, além de considerarmos os seis usos urbanos clássicos,
ou seja, o uso comercial e serviços, o uso industrial, o uso institucional caracterizado pelos
equipamentos comunitários de uso público ou privado, o uso recreacional, o uso residencial
nas suas diversas categorias e o uso da circulação, inserimos também o uso rural ainda
existente e as áreas de vegetação natural ainda bastante presentes e espalhadas pelo solo
municipal.
Esta leitura parte do pressuposto de que, a maioria dos usos a serem analisados não
acontece de forma exclusiva no espaço urbano, mas sim misturados, havendo é claro
algumas exceções. Entretanto podemos notar uma predominância de determinados
usos sobre os outros, levando-se em consideração as condições determinantes da
localização e da oferta de infra-estrutura necessária para que cada um deles se
estabeleça num determinado local e se desenvolva. Foi a partir destas predominâncias
que esta leitura detectou alguns padrões destes usos.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 96


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

V. 5.1. Uso Comercial


O uso comercial em Maricá apresenta dois padrões distintos de desenvolvimento, um
linear e outro pontual, sendo este último quase sempre decorrente e originários dos
antigos centros seja da Cidade quanto das Vilas que se estabeleceram e polarizam em
seu entorno uma séria de atividade e serviços complementares que cada vez mais
reforçam estes centros, tornado-os pólos de comércio e serviços.

Mapa 30: Mapa do Uso Comercial

Fonte: IBGE 2000

Em Maricá iremos encontrar o Centro da Cidade bem consolidado e os demais centros


das Vilas de Ponta Negra e Inoã. Recentemente um novo centro está se formando
para atender ao novo distrito de Itaipuaçu, centro este conhecido como o Barroco. O
comercio linear tendeu a se concentrar, principalmente e primeiramente em trechos da
RJ106 nas proximidades dos aglomerados residenciais mais densos a saber, São
José do Imbassaí e Itapeba, no cruzamento da RJ114 com a RJ106 e no cruzamento
da RJ118 com a RJ106. A estrada de Itaipuaçu também apresenta um
desenvolvimento linear em função de sua intensa utilização assim como é o caso da
Rua 34 do Jrd. Atlântico. Nas praias encontramos uma concentração na Barra de
Maricá e no Cordeirinho, assim como em frente a Ponte do Bambuí.

V. 5.2. Uso Industrial


O uso industrial originalmente se localizou na RJ-106 tendo em vista os

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 97


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

condicionantes favoráveis que esta estrada proporcionou à este uso, fácil acesso para
matéria prima e produtos, infra-estrutura e proximidade aos centros consumidores.

Mapa 31: Mapa do Uso Industrial

Fonte: IBGE 2000

Assim podemos observar um certo número de concentrações industriais ao longo da


RJ-106. Originalmente eram as olarias que hoje cedem lugar aos artefatos de cimento
e outros materiais ligados à construção civil. Outra concentração óbvia se dá no
Distrito Industrial localizado à noroeste da cidade e onde condicionantes de
localização e infra-estrutura foram planejados para este fim. Entretanto pelo que se
pode observar poucas indústrias até agora se implantaram, estando vários lotes em
seu estado natural, cobertos pela vegetação natural. As industrias preferiram se
estabelecer em volta deste distrito. A maior concentração foi verificada na RJ106 nas
proximidades da entrada da cidade, assim como algumas na periferia do núcleo
principal. Também já se verificam algumas indústrias no novo centro do Barroco.
Existem cerca de 94 estabelecimentos assim distribuídos: 55 no 1º Distrito, 5 no 2º
Distrito, 23 do 3º Distrito e 11 no 4º Distrito.

V. 5.3. Uso Institucional


O uso institucional, caracterizado pela oferta de serviços sociais, públicos e privados,
indispensáveis a uma sobrevivência decente, está intimamente correlacionado ao uso
residencial, pois onde existem grandes concentrações desse uso torna-se necessário
a oferta daquele.
Sendo assim conforme podemos observar no mapa das densidades demográficas por

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 98


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

setor censitário, e no Mapa do Uso Comercial, várias ilhas de uso institucional


aparecem no município, geralmente acopladas ao Centro e aos subcentros de
comércio e serviços.

V. 5.4. Uso Residencial


O uso residencial unifamiliar é preponderante em quase todo o município havendo
somente algumas ilhas onde se observa a concentração de edificações multifamiliares,
e onde as densidades demográficas e imobiliárias são maiores.
O uso residencial portanto pode ser caracterizado pelas densidades demográficas e
imobiliárias, ou seja, pela presença/concentração ou não de residentes e imóveis
multifamiliares. De acordo com os Mapas 27 e 28, as densidades demográficas mais
altas foram da ordem de 40 hab./ha. encontradas no Centro de Inoã e no Condomínio
Santa Paula também em Inoã. Já as densidades imobiliárias mais altas, da ordem de
30 dom./ha foram encontradas na Barra de Maricá e no Condomínio Santa Paula em
Inoã. A partir da Tabela 27 verificamos que apenas quatro setores apresentam altas
concentrações de prédios (em Itapeba, Ponta Negra, Centro da Cidade e Centro de
Inoã). Estas são portanto as tendências à concentrações/adensamentos residenciais
no Município.
Quanto a distribuição, espacialização residencial em termos de poder aquisitivo de
seus moradores, responsáveis por domicílios, observa-se que a grande maioria dos
residentes se encontram na faixa da classe C (baixa renda17).
Conforme podemos observar no Mapa 35, melhor analisado no item VI.2 deste
relatório, as concentrações de alta renda (classe A), em termos de localização nos
bairros, compreendem alguns poucos bolsões localizados em Ponta Negra, na Barra
de Maricá e na Ponta do Boqueirão.
As áreas de uso residencial de classe média (B) por sua vez aparecem mescladas às
de classe baixa havendo uma certa concentração nos bairros do Jardim Atlântico,
Recanto de Itaipuaçu, Centro de Maricá e na Lagoa de Guarapina.
Quanto aos bolsões de pobreza, classe F (sem rendimentos), estes foram detectados
em maioria num setor do Camburi e em outro no Jardim Atlântico. Predominâncias de
mais de 25% de responsáveis ainda nesta faixa foram encontrados principalmente em

17
Adotamos para esta classificação a variável faixa de renda, ou seja: classe baixa de 1 a 5 SM, classe
média de 6 a 10 SM e classe alta acima de 10 SM.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 99


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Jaconé, Interlagos, Bambuí e nas fraldas das serras de Itaitindiba e Calaboca.


A classe D (menos de 1 SM) foi também predominante em 2 setores, um no fundo do
vale do Silvado e o outro no setor do Bambuí. Predominâncias de mais de 25% desta
faixa foram ainda encontradas em vários setores, quase todos mesclados à classe C,
com concentrações na zona rural à leste do município em Ubatiba-Silvado, Espraiado,
Manoel Ribeiro e Ponta Negra. Na zona oeste encontramos também no Itaocaia Valley
e no extremo oeste de Itaipuaçu. Na zona norte alguma concentração no Retiro,
Caxito e na zona sul na Lagoa do Padre, Zacarias e Cordeirinho.
Como podemos notar a atual divisão em bairros no Município de Maricá não possui
nenhuma correlação com algum tipo de segregação residencial.
Quanto a concentração de residências de veraneio, estas se caracterizam
principalmente por classes media e média alta. Os loteamentos deram lugar aos
condomínios de renda média alta que dão preferência à zona sul do município com
concentrações mais expressivas em Ponta Negra, Jaconé e Lagoa de Guarapina.
Nesta última década, o distrito de Itaipuaçú com seus bairros Jardim Atlântico, Lagoa
Brava, Recanto e Itaocaia, outrora predominantemente bairros de veraneio, cada vez
mais estão se transformando em bairros residenciais fixos.
Residências

Barra de Maricá Ponta Negra Santa Paula

V. 5.5. Uso Recreacional


O uso recreacional efetivamente pode ser considerado inexpressivo. 85 foram as
praças pesquisadas, sendo 26 no Distrito Sede, 24 no 2º Distrito, 5 no Distrito de Inoã
e 27 no Distrito de Itaipuaçu. Assim sendo consideramos que o município possui
poucas áreas recreacionais, apesar das grandes manchas verdes representadas pelas
áreas das serras e pelas praias. As praças necessárias ao uso recreacional público do
cotidiano, essencial para crianças e idosos estão na sua maioria abandonadas.
Enquanto distribuição espacial, estas áreas estão bem compartimentadas e

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 100


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

espalhadas na malha urbana, havendo apenas uma maior concentração no Jardim


Atlântico, no Centro, na Barra de Maricá e nos Loteamentos Jardim Interlagos e
Balneário Bambuí. O distrito de Inoã é considerado o mais carente.
Atenção se deve ter ao liberar estas áreas para outros usos.

Mapa 32: Mapa do Uso Recreacional – Praças

Fonte: IBGE 2000

Praças

Centro – Pç.Orlando Pimentel Bambuí Barra de Maricá

Tabela 31: Relação das Praças por Distrito


Distritos Distritos
1º Praça Dr. Orlando de Barros 1º Praça da Rua Lucio Alves dos Santos
Pimentel
1º Praça da Rua Alfredo José de Melo 1º Praça de Jacaroá
1º Praça Mario Augusto Byron 1º Praça do Neném
1º Praça da Rua Marilene Rangel da 1º Praça do Mirante
Cruz
1º Praça Conselheiro Macedo Soares 1º Praça 1 da Ave. Litorânea
1º Praça da Bíblia 1º Praça 2 da Ave. Litorânea
1º Praça do Cond. Space Vip 1º Praça do DPO da Barra
1º Praça Emilton Santos 1º Praça do DPO da Barra
1º Praça Tiradentes 1º Praça Ana Ferreira da Costa

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 101


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

1º Praça Zenith Costa 1º Praça Carlos Alberto do Amparo


1º Praça do Loteamento Colinas de 1º Praça Moacir Correia
Maricá
1º Praça da Avenida Uirapurus 1º Praça Ibiapina
1º Praça Dirceu Santos da Costa 1º Praça do Villar de Maricá
1º Praça do Marquês de Maricá 1º Praça Gilmar T. dos Santos
1º Praça do Condado de Maricá 1º
2º Praça N. Sra. das Graças 2º Praça da Ave. M com a Rua 140
2º Praça 1 da Ave. Central 2º Praça da Ponte Preta
2º Praça 2 da Ave. Central 2º Praça entre as Ruas 89 e 83
2º Praça das Bromélias 2º Praça entre as Ruas 115 e 118
2º Praça entre as Ruas 123 e 124 2º Praça entre as Ruas 33 e 49
2º Praça da Igreja do Cordeirinho 2º Praça entre as Ruas 49 e 69
2º Praça entre as Ruas 95 e 96 2º Praça Azamor José da Silva
2º Praça da Rua 91 2º Praça José Pinto da Mota
2º Praça entre as Ruas 84 e 85 2º Praça do Bananal
2º Praça da Rua 40 do Bambuí 2º Praça Pedro Machado – Manoel Ribeiro
2º Praça do Bambuí 2º Praça de acesso à Estrada de Ponta
Negra
2º Praça da Ave. B com a Rua 83 2º Praça N. Sra. da Conceição – Vale das
Figueiras
3º Praça de acesso à Estrada do 3º Praça no início da Ave. Itaocaia
Mocotó
3º Praça do SPAR 3º Praça N. Sra. De Fátima em Inoã
3º Praça do Santa Paula 3º
4º Praça N. Sra. De Fátima de 4º Conjunto de Praças entre a Ave. Jardel
Itaipuaçu Filho e as Ruas 32, 51 e 54
4º Praça do DPO de Itaipuaçu 4º Conjunto de Praças entre as Ruas Cora
Coralina, 40, 47 e 58
4º Praça das Palmas 4º Conjunto de Praças entre as Ruas Cora
Coralina, 40, 57 e 58
4º Praça das Palmas 4º Praças no Cruzamento das Ruas 33 e
63
4º Praça da Rua das Madressilvas 4º Praças ao final da Rua 63
4º Praça Milton Carneiro Motta 4º Praças ao final da Rua 63
4º Praça da Rua N. Sra. Aparecida 4º Praça entre as Ruas 34, 35, 66 e 67
4º Praça do Recanto 4º Praças no cruzamento das ruas 33 e 70
4º Praça da Ave. 1 com a Rua 36 4º Praça entre as Ruas 34, 35, 73 e 74
4º Conjunto de Praças ao lado da 4º Praças ao final da Rua 70
Associação da PM
4º Praça do cruzamento das Ruas 1 e 4º Praças ao final da Rua 83
33
4º Praça ao final da Rua 44 4º Praça entre as Ruas 35,36, 126 e 127
4º Praça ao final da Rua 53 4º Praça do Manu Manuela
4º Praça entre as Ruas 52, 53 e 54 4º Praça do Walmar

Existem no município cerca de 10 complexos esportivos espalhados pelos bairros e


muitos campos de futebol e quadras de esporte como nos mostra o Mapa 33. Entre os
pesquisados encontramos um total de 203 assim localizados: 90 no primeiro distrito,
44 em Ponta Negra, 30 em Inoã e 39 em Itaipuaçu. Já em relação a clubes e outras

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 102


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

áreas de lazer encontramos um total de 24 equipamentos conforme a Tabela 32. A


maioria destes clubes e áreas de lazer é particular, pertencente a clubes ou
associações fechadas. O município de Maricá é considerado um excelente local para
estes usos. Deveria ser mais bem explorado.

Mapa 33: Mapa do Uso Recreacional – Clubes e Esportes

Fonte: IBGE 2000

Tabela 32: Relação dos Equip. Esporte e Lazer por Distrito


Distritos Distritos
1º Esporte Clube maricá 1º Grêmio Recreativo União Imperial
1º Clube Zacarias 1º Associação Atlética Banco do
Brasil
1º Complexo Poli-Esportivo de São 1º Pesque e Pague –Condado de
José do Imbassaí Maricá
1º Clube de Itapeba 1º Rotary Clube – Casa da Amizade
1º Clube de Campo Min.Fazenda 1º
2º Ponta Negra Futebol Clube 2º Figueirense Futebo Clube
2º Clube do Bambuí 2º Manoel Ribeiro Futebol Clube
2º Clube de Guaratiba 2º Pampo Clube de Pesca - Jaconé
2º Clube do Bananal 2º
3º Onze Unidos Futebol Clube 3º Clube dos Campeões
3º Clube Líbano Fluminense 3º
4º Colônia de Férias Itaipuaçu 4º Clubinho da Gisele
4º Acampamento Jardim Oização 4º Magic Paradise – Clube de
Diversões
4º Associação dos Cabos e 4º
Soldados da Polícia Militar-RJ

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 103


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

V. 5.6. Uso Circulação


O uso circulação conforme podemos observar no Mapa 40, da Rede Viária
caracteriza-se por um esquema que tem a RJ-106 como via troncal básica. Esta via
corta o município de oeste para leste, atuando como principal acesso entre as sedes
dos 4 distritos e à Metrópole de Rio de Janeiro, além de servir também de acesso à
região dos lagos e que divide o município em duas zonas, a zona norte e a zona sul. A
circulação da zona norte apesar de menos povoada, possui as mais importantes vias
arteriais que são a RJ114 ou Estrada de Ubatiba interligando o município com Itaboraí
e as estradas de Cassorotiba, Cachoeira, Caxito, Camburi e Espraiado. A circulação
da zona sul é feito pela Estrada de Itaipuaçu, Av. Vitória Régia, Rua Cardoso de
Menezes (Rua1), Rua Délio de Farias (Rua 34), Estrada dos Cajueiros, pela Av.
Prefeito Alcebíades (RJ110), a Estrada Real de Maricá18, a Av. Francisco Sabino da
Costa (principal acesso ao Centro), Rua Domício da Gama, a Av. Gov. Roberto
Silveira (continuação da RJ114) e Estrada do Boqueirão, Estrada do Caju, Estrada da
Gamboa, Estrada do Pindobal, Estrada do Bambuí, Estrada de Manoel Ribeiro,
Estrada de Ponta Negra (RJ118) e Estrada de Jaconé e por fim a Av. Central ao longo
da praia ou RJ102. Estas vias representam o esqueleto por onde toda a circulação do
município se fundamenta. Tendo em vista o uso intensivo destas vias elas também
comportam o uso comercial e de serviços.
De um modo geral o município é bem servido por vias restando no entanto infra-
estruturá-las principalmente com iluminação, pavimentação, mobiliário urbano e com
melhores meios de transportes.

Vias

Via Arterial Via Secundária Via Local


Av. Francisco Sabino da Costa Av. Guarujá Rua 6 – Ponta Negra - Praia

18
Também conhecida por Estrada Velha de Maricá e Av. Abreu Sodré.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 104


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

V. 5.7. Uso agrícola


O uso agrícola apesar de ser característico da zona rural, em Maricá, ele também
acontece em zonas urbanas ainda não loteadas e nas fazendas que ainda subsistem
nestas áreas como é o caso do Caju e do Pindobal. Nas zonas oficialmente rurais a
pecuária predomina sobre a agricultura. De acordo com o Mapa 18 da Cobertura do
Uso do Solo verificamos duas manchas de cultivo uma no fundo do vale do Rio do
Vigário em Cassorotiba e outra no Vale do Córrego do Engenho Velho e da Paolera
em Ponta Negra. Nas demais áreas predominam os campos e pastagens que
alcançam 44% de área do município contra 2% de áreas cultivadas conforme Tabela
14 a partir do estudo do CIDE19 em 2001.

V. 5.8. Vegetação natural – “Áreas non aedificandi”


A vegetação natural das florestas, no município, prevalece nas serras ocupando em
2001, 6% do território municipal. As maiores concentrações conforme o Mapa 18 estão
concentradas na Serra do Mato Grosso e na Serra de Jaconé. Nesta última década
muitos desmatamentos ocorreram para dar lugar às pastagens.
Já a vegetação secundária ocupa cerca de 16% do território mas também precisa ser
protegida. Segundo os estudos do CIDE, esta vegetação se encontra em processo de
sucessão avançada. Ela se apresenta bastante desbastada, cedendo também áreas
para as pastagens. Torna-se urgente uma política e um programa de reflorestamento e
salvaguarda desta cobertura florestal.

VI – QUADRO HABITACIONAL

VI. 1. Crescimento Populacional


O Município de Maricá teve um crescimento expressivo na segunda metade do século
XX. Maricá que tinha 23.664 habitantes em 1970 e 32.692 em 1980, pelo censo de
1991 passou a contar com 46.542 residentes e 76.556 habitantes pelo censo de 2000.
Segundo estimativas do IBGE para 2006 o município de Maricá deve conter 99.052
habitantes. (Vide Tabela 05)

19
Índice de Qualidade dos Municípios – CIDE 2001

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 105


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Assim, verificamos que nos últimos seis anos (2000 a 2006) a taxa de crescimento
anual médio de Maricá tem sido de 4,8%, a maior de toda a região das baixadas
fluminenses e inclusive da região metropolitana. Este índice nos permite concluir que o
processo de urbanização-periferização está também avançando para o leste e está
sendo bastante acentuado.

Mapa 34: Crescimento Populacional 1991-2000

Fonte: DPUR e IBGE-Censo-2000

Ao analisarmos o Mapa 34 verificamos que os setores que mais cresceram nesta


última década correspondem aos bairros de Jrd. Atlântico em Itaipuaçu e aos bairros
Lagoa do Padre, Jrd. Interlagos e o Bambuí em Ponta Negra. No centro encontramos
o bairro de Itapeba dentre os que mais cresceram.
Jaconé, o Caju, Lagomar, Cajueiros e a área de expansão de Inoã foram os bairros
que cresceram de 100 a 200%. No centro da cidade, assim como nas vilas e seus
respectivos entornos imediatos o crescimento foi menor demonstrando que estes já
estão se aproximando de um estágio de área urbana consolidada. O mesmo
acontecendo com mais alguns setores. Poucos foram os setores que cresceram
dentro dos padrões do crescimento vegetativo médio, ou seja apenas seis cresceram
entre 0 a 20%. Foi na área rural leste e no Camburi que aconteceram os crescimentos
negativos ou uma evasão da população residente.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 106


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

VI. 2. Espacialização Social


A análise que se segue foi feita a partir dos dados coletados pelo IBGE no Censo de
2000, agregados por setores censitários. Foram considerados significativos os setores
que apresentaram percentagem de responsáveis por domicílios acima de 25% nas
diversas classes de salário mínimo adotadas pelo IBGE e reagrupadas da seguinte
maneira:
• Sem rendimentos –Representantes da Classe F;
• De 0 a 1 Salário Mínimo –Representantes da Classe D;
• De 1,1 a 5 Salários Mínimos –Representantes da Classe C = Classe Baixa;
• De 5,1 até 10 Salários Mínimos –Representantes da Classe B = Classe Média;
• De 10,1 até 20 Salários Mínimos –Representantes da Classe A = Classe Alta;
• Mais de 20 Salários Mínimos – Representantes da Classe AA.
Os indicadores de rendimento, pesquisados pelo IBGE, consideraram como
responsáveis, o contingente formado pelas pessoas de 10 anos ou mais de idade,
responsáveis pelos domicílios particulares permanentes, ou seja, as pessoas definidas
como responsáveis (pelos domicílios particulares ou pelas famílias residentes em
unidades de habitação em domicílios coletivos) ou como individuais em domicílios
coletivos.
Foi considerado como rendimento nominal mensal da pessoa de 10 anos ou mais de
idade, responsável pelo domicílio particular permanente, a soma do rendimento
nominal mensal de trabalho com o proveniente de outras fontes. Pesquisou-se o
rendimento nominal mensal do trabalho principal e dos demais trabalhos que o
responsável tinha na semana de referência, que foi a de 23 a 29 de julho de 2000.
Assim sendo, para a apuração dos rendimentos segundo as classes de salário
mínimo, considerou-se o valor que vigorava no mês de referência, que foi julho de
2000. O salário mínimo era de R$ 151,00 (cento e cinqüenta e um reais). 20
O Município de Maricá possui 134 setores censitários sendo 115 urbanos,
representando 85% dos setores onde foram pesquisados 19.873 responsáveis por
domicílios permanentes e 19 setores rurais representando respectivamente os
restantes 25% com apenas 2.980 responsáveis. Estes setores censitários foram

20
Manual do IBGE para o Censo Demográfico de 2000 – Agregado por Setores Censitários dos Resultados do

Universo.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 107


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

analisados e relacionados aos bairros existentes para se ter uma idéia aonde se
localiza a população de mais alta renda e os bolsões de pobreza.
A quantificação e representação dos setores e responsáveis por distrito estão
explicitadas na Tabela 33.

Tabela 33: Quantificação e porcentagem de Setores e Responsáveis


por Distrito
Quantidade Quantidade de
Distritos de Setores % de Setores Responsáveis % de Responsáveis
Maricá 49 Urbanos 37% 10.071 44%

11 Rurais 8% 1.420 6%

Ponta Negra 23 Urbanos 17% 2.470 11%

2 Rurais 1% 216 1%

Inoã 22 Urbanos 16,5% 4.275 18,5%

5 Rurais 4% 1.119 5%

Itaipuaçu 22 Urbanos 16,5% 3.337 14,5%

134 100% 22.853 100%


Fonte: IBGE 2000

VI. 2.1. Localização das Classes de Salário Mínimo Adotadas


No Município de Maricá, a distribuição dos responsáveis pelas diversas classes de
rendimentos analisados foi a seguinte:

Tabela 34: Porcentagem de Responsáveis por Classes de Rendimento


Classes de Rendimento % de Responsáveis por Domicílios
Acima de 20 Salários Mínimos - AA 3%
Entre 10,1 a 20 SM - A 7%
Entre 5,1 a 10 SM - B 16%
Entre 1,1 a 5 SM - C 46%
Entre 0,1 a 1 SM - D 18%
Sem Rendimentos - F 10%
Total 100%
Fonte: IBGE 2000

Utilizando-se da imagem da pirâmide das classes sociais, a classe C sozinha


representa 46% dos responsáveis na sua parte central. Acima observamos 26%
representando as classes mais altas enquanto que abaixo da classe média se
encontram os restantes 28%.
Em termos espaciais estas classes se distribuem e se concentram pelos setores

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 108


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

conforme nos mostra a Tabela 35:

Tabela 35: Combinação das classes adotadas e % de setores


Combinações das classificações adotadas Setores % de setores

De 5,1 a 10 SM, de 10,1 a 20 SM e >20 SM– Classes B+A+AA 16 12%

De 1,1 a 5 SM e de 5,1 a 10 SM – Classes C + B 21 16%

De 1,1 a 5 SM – Classe C 36 27%

De 0,1 a 1 SM, 1,1 a 5 SM e sem rendimentos –Classes C+D+F 61 45%

134 100,00%
Fonte: DPUR, 2006.

A primeira combinação nos demonstra que em 12% dos setores se concentram os


responsáveis por domicílios que ganham mais de 5 salários mínimos, ou seja, da
classe B para a classe A e AA. Uma mescla de classe B e C foram observadas em
16% dos setores e a classe C sozinha foi predominante em 27% os setores. Nos
restantes 45% dos setores foram observadas predominâncias das classes C, D e F
combinadas.

VI. 2.2. Localização das Classes Media e Alta


Os setores que apresentaram concentrações de responsáveis ganhando nas faixas
salariais de 5,1 a 10 SM, de 10,1 a 20 SM e acima de 20 SM – Classes B, A e AA
estão indicados na tabela abaixo.

Tabela 36: Setores que apresentam concentrações de responsáveis nas


Classes B, A e AA
Setores21 Classe B Classe A Classe AA Bairro Circunscrito
1.1 29 23% 12% Centro
1.3 30% 18% 7% Centro
1.4 34% 17% 10% Centro
1.17 30% 16% 9% Araçatiba
1.21 18% 17% 16% Araçatiba
1.24 22% 26% 9% Barra de Maricá
1.42 17% 22% 6% Barra de Maricá
2.23 31% 13% 3% São José do Imbassaí
2.31 34% 12% 1% Lagoa Brava
2.35 27% 11% 5% Jardim Atlântico
2.39 29% 11% 2% Jardim Atlântico
2.41 23% 14% 3% Jardim Atlântico

21
O primeiro número refere-se ao distrito e o segundo ao setor propriamente dito, uma vez que a
numeração recomeça em cada distrito segundo o IBGE- 1=Maricá, 2=Inoã e 3=Manoel Ribeiro

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 109


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

2.43 26% 19% 7% Recanto de Itaipuaçu


2.45 34% 16% 3% Itaocaia
2.47 29% 15% 3% Itaocaia
2.58 23% 14% 9% Jardim Atlântico
Fonte: IBGE-2000.

Como podemos verificar, 16 setores apresentaram concentrações de responsáveis por


domicílios, caracterizados na Classe B, A e AA. Os bairros que mais apresentaram
setores com responsáveis nestas características foram o Jardim Atlântico e o Centro
de Maricá, seguidos por Araçatiba, Barra de Maricá e Itaocaia. Já os bairros que
apresentaram apenas um setor nestas condições foram o Recanto de Itaipuaçu, Lagoa
Brava e São José do Imbassai.
A três maiores concentrações de classes altas foram no Centro (setor 1.1), em
Araçatiba (setor 1.21) e na Barra de Maricá (setor 1.24) onde foram observadas
proporções da ordem de 35% de responsáveis nestas faixas salariais.
Já as maiores concentrações de Classe B foram encontradas nos bairros do Centro,
na Lagoa Brava e no loteamento Costa Verde em Itaocaia.

VI. 2.3. Localização das Classes Média e Baixa


As maiores concentrações da combinação das Classes B e C foram encontradas em
21 setores, sendo 12 no primeiro distrito, 8 no distrito de Inoã e Itaipuaçu e apenas um
no distrito de Ponta Negra conforme nos mostra a tabela a seguir:

Tabela 37: Combinação das Classes B e C


Setores Classe C Classe B Bairro Circunscrito
1.2 46% 21% Centro
1.9 42% 28% Centro
1.10 49% 24% Centro
1.11 45% 21% Centro
1.12 43% 23% Centro
1.13 46% 20% Jacaroá
1.19 43% 24% Centro-Araçatiba
1.26 37% 19% Araçatiba
1.27 40% 23% Itapeba
1.28 39% 25% Itapeba
1.30 37% 25% Itapeba
1.31 48% 17% Centro
2.15 46% 29% Cassorotiba-Santa Paula
2.29 44% 20% Jardim Atlântico

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 110


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

2.30 49% 26% Lagoa Brava


2.34 37% 19% Jardim Atlântico
2.37 42% 26% Jardim Atlântico
2.38 44% 21% Jardim Atlântico
2.40 41% 17% Jardim Atlântico
2.42 39% 16% Itaocaia-Recanto
3.17 48% 23% Lagoa do Padre-Cordeirinho
Fonte: IBGE-2000.

Analisando a Tabela 37, observamos que nesta combinação a classe C sempre se


apresenta em maioria, estando a classe B apenas complementando estes setores e os
valorizando um pouco mais.

VI. 2.4. Localização das Classes Baixa e Carente


Os setores que apresentaram as maiores concentrações de responsáveis ganhando
na faixa salarial de 0 a 5 SM, ou seja classes C, D e F foram:

Tabela 38: Combinação das Classes C, D e F


Setores Classe F Classe D Classe C Bairro Circunscrito
1.5 17% 17% 48% Centro
1.7 8% 16% 48% Centro
1.16 14% 16% 43% Araçatiba
1.18 14% 16% 46% Araçatiba
1.20 10% 20% 46% Araçatiba
1.22 7% 21% 47% Barra de Maricá
1.23 12% 16% 33% Barra de Maricá
1.25 7% 35% 47% São Bento da Lagoa – Zacarias
1.29 11% 20% 48% Itapeba
1.33 13% 16% 39% Itapeba
1.35 16% 25% 39% Camburi – Zona Rural
1.36 26% 25% 34% Caxito – Zona Rural
1.40 14% 20% 46% Ubatiba – Jardins
1.41 40% 20% 25% Ubatiba – Granjas
1.43 10% 29% 48% Ubatiba – Zona Rural
2.5 25% 22% 40% Bambu – Chácaras de Inoã
2.6 12% 21% 37% Bambu – Chácaras de Inoã
2.7 23% 20% 45% Bambu – Inoã
2.9 13% 26% 48% Cassorotiba-Inoã
2.10 8% 12% 50% Cassorotiba-Inoã
2.13 24% 19% 47% Itaitindiba - Zona Rural
2.14 11% 11% 50% Cassorotiba - Santa Paula
2.17 11% 18% 50% Inoã
2.21 9% 18% 50% Pedra de Inoã
2.22 12% 22% 44% São José do Imbassaí

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 111


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

2.24 8% 20% 45% São José do Imbassaí


2.27 5% 16% 49% São Bento da Lagoa
2.28 21% 15% 31% Lagoa Brava
2.32 15% 20% 46% Jardim Atlântico – Lagoa Brava
2.33 18% 21% 46% Bambu – Jardim Atlântico
2.36 29% 11% 23% Jardim Atlântico
2.44 15% 25% 48% Itocaia – Morada das Águias
2.46 27% 8% 29% Itaocaia – Praia de Itaipuaçu
2.48 15% 23% 42% Itaocaia – N.Sra.da Conceição
2.50 53% 3% 33% Cassorotiba
2.51 5% 24% 42% N.Sra.da Conceição
2.52 7% 26% 45% Itaocaia – N.Sra.da Conceição
2.53 9% 22% 47% São José do Imbassaí
2.56 12% 14% 46% São José do Imbassaí
2.57 16% 12% 47% Cajueiros
3.1 4% 43% 43% Bambuí – Manoel Ribeiro
3.4 11% 28% 50% Ponta Negra
3.5 2% 32% 47% Engenho Velho
3.6 23% 23% 48% Bananal – Ponta Negra
3.7 9% 27% 47% Ponta Negra
3.8 17% 18% 42% Ponta Negra – Farol
3.9 37% 15% 44% Jaconé
3.10 25% 17% 38% Ponta Negra – Praia
3.11 6% 8% 50% Lagoa de Guarapina - Praia
3.12 23% 35% 27% Lagoa de Guarapina - Praia
3.14 4% 20% 50% Lagoa de Guarapina - Cordeirinho
3.19 3% 25% 49% Lagoa do Padre - Praia
3.20 20% 15% 45% Jardim Interlagos
3.21 5% 38% 40% Pindobal
3.22 27% 17% 39% Bambuí
3.23 11% 41% 36% Bambuí
3.24 8% 23% 47% Centro – Marques de Maricá
3.26 19% 25% 39% Cajú
3.27 4% 13% 50% Condado de Maricá
3.28 9% 25% 42% Ubatiba - Zona Rural
3.30 8% 51% 38% Silvado
Fonte: IBGE-2000.

Verificamos que, 61 setores apresentaram concentrações de responsáveis das


Classes C e D e F, estando a Classe C predominante em 45 deles ou 74%. Conforme
podemos observar da Tabela 38 e pelo Mapa 38, as classes menos favorecidas estão
mais concentradas em 16 setores espalhados pelo território municipal.
Também observamos que, dos 19 setores rurais apenas 5 setores apresentam esta
combinação de classes, sendo 3 com predominância de classe C e 2 com
predominância de comunidades mais carentes.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 112


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Na Tabela 39 apresentamos os bolsões de pobreza do município representados pelos


setores que apresentam mais de 45% dos responsáveis que ganham menos de 1
salário mínimo e aqueles sem rendimentos – Classes D e F.

Tabela 39: Setores que apresentam mais de 45% dos responsáveis ganhando
menos de 1 SM e os sem rendimentos - Classes D e F
Setores Classe F Classe D Bairro Circunscrito
1.36 26% 25% Caxito-Zona Rural
1.41 40% 20% Ubatiba - Granjas
2.5 25% 22% Bambu – Chácaras de Inoã
2.50 53% 3% Cassorotiba
3.1 4% 43% Bambuí – Manoel Ribeiro
3.6 23% 23% Bananal – Ponta Negra
3.9 37% 15% Jaconé
3.12 23% 35% Lagoa de Guarapina – Praia
3.23 11% 41% Bambuí
Fonte: IBGE-2000.

Como podemos verificar, 9 foram os setores que apresentaram estas concentrações,


ou seja, os representantes dos bolsões de pobreza existentes no município.
Observamos que o distrito de Ponta Negra é aquele que mais agrega setores com
comunidades muito carentes.
Para melhor visualizar estas ocorrências de classes sociais no Município de Maricá
vide Mapa 36.

VI. 2.5. Caracterização dos setores rurais


Em destaque observamos as seguintes características nos setores rurais conforme
nos mostra a Tabela 40:

Tabela 40: Setores da Zona Rural


Setores Classe F e D Classe C Classe B Bairro Circunscrito
1.34 27% 53% 8% Retiro
1.35 37% 49% 14% Camburi
1.36 51% 34% 8% Caxito
1.37 39% 52% 3% Pilar
1.38 30% 53% 12% Ubatiba
1.39 21% 51% 17% Ubatiba
1.43 39% 48% 10% Ubatiba
2.10 20% 50% 17% Cassorotiba
2.13 43% 47% 7% Itaitindiba
2.17 29% 50% 16% Inoã

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 113


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

2.18 40% 56% 3% Itaitindiba


2.19 25% 53% 18% Pedra de Inoã
2.59 23% 52% 16% Pedra de Inoã
3.27 17% 50% 14% Condado de Maricá
3.28 34% 42% 16% Ubatiba
3.29 41% 59% 0% Silvado
3.30 59% 38% 0% Silvado
3.31 33% 61% 0% Espraiado
3.32 40% 53% 4% Espraiado
Fonte: IBGE-2000.

Dos 19 setores rurais 13 apresentam maioria absoluta de responsáveis por domicílios


na classe C e acima. Apenas 6 se situaram com maioria nas classes menos
favorecidas.
Conforme vimos, podemos inferir que a atual divisão de bairros ou bairros existentes
não possui uma relação direta com a predominância de faixas de renda, como era de
se esperar e que, portanto não representam indício de segregação sócio-espacial.
Muito pelo contrário, nos bairros de Maricá encontramos as mais diversas faixas de
renda e conseqüente classes sócio-econômicas que convivem nos mesmos bairros. O
que se vê são alguns condomínios fechados servindo de lócus para as faixas de renda
superiores e que se servem de suas identidades desvinculadas da entidade bairrial.
Em sendo um município com a função de veraneio bastante presente, encontramos
também muitos condomínios e loteamentos voltados para uma população veranista
que não foi considerada nesta análise.

Mapa 35: Espacialização Social – predominâncias

Fonte: IBGE-2000

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 114


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

VI. 3. Crescimento Imobiliário

Mapa 36: Crescimento Imobiliário 1991-2000

Fonte: DPUR e IBGE-Censo-2000

Pela análise do Mapa 36 verificamos que os setores urbanos de Itaipuaçu, do Bambuí,


na orla entre a Barra de Maricá e Ponta Negra, Jaconé e um trecho de Itapeba, foram
os que apresentaram, nesta última década, um crescimento imobiliário mais
vertiginoso, da ordem de mais de 500%. Em contra partida os setores que menos
cresceram em termos imobiliários foram os situados no fundo do vale do Rio Ubatiba e
do Silvado. Em termos gerais o município apresenta um alto crescimento imobiliário.
Interessante observar que o crescimento imobiliário em termos relativos é maior do
que o crescimento demográfico tendo em vista que o primeiro incorpora os domicílios
de uso ocasional além dos de uso fixo, o que nos leva a inferir que o território de
Maricá ainda está sendo procurado como lugar para uma segunda moradia, do tipo
veraneio. Mesmo o centro da cidade e das vilas que já possuíam uma certa ocupação
continuam se adensando.
Comparando os Mapas 34 e 36 notamos que ao maior decréscimo demográfico
também corresponde o decréscimo imobiliário. Quanto aos maiores acréscimos
notamos que foram nos setores localizados em Jaconé, Guarapina, Jardim Atlântico,
Itaocaia Valley, Retiro e Ubatiba onde o setor imobiliário cresceu mais do que o
populacional indicando a maior procura destes lugares pelos veranistas.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 115


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

VI. 4. Déficit Habitacional


O déficit habitacional básico demonstra a necessidade de construção de novas
moradias para pessoas que vivem em condições inadequadas. Estudos do IBGE
calculam o déficit habitacional a partir da inadequação dos domicílios, que se
refere às moradias que apresentam problemas que podem ser solucionados desde
que sejam feitos algum tipo de intervenção para solucionar problemas detectados
considerando as seguintes situações:
1-Coabitação familiar: compreendendo a soma das famílias conviventes secundárias
que vivem junto a outra família em um mesmo domicílio tais como as que vivem em
cômodos;
2-Adensamento excessivo: quando há mais de seis moradores por domicílio;
3-Domicílios improvisados: considerando os “domicílios localizados em unidades
não-residenciais mas que estão sirvam como moradia”22, o que indica claramente a
carência de novas unidades domiciliares;
4-Carência de infra-estrutura: abrangendo os domicílios que não tinham acesso a,
pelo menos, um dos seguintes serviços urbanos básicos: rede de abastecimento de
água23, rede de esgotamento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo;
5-Inexistência de banheiro: e
6-Inadequação fundiária urbana: compreendendo os casos quando o domicílio
apresenta uma outra condição, além da condição de ocupação própria ou cedida,
caracterizando inclusive os casos de invasão de terreno ou domicílio.
Na tabela a seguir apresentamos os valores apresentados para cada uma das situações em
cada um dos distritos de Maricá:

Tabela 41: Déficit Habitacional


Variável 1º Distrito 2º Distrito 3º Distrito 4º Distrito Total
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Coabitação 90 26 72 100 288
Familiar
Adensamento 881 231 493 263 1.868
Excessivo
Domicílios 26 26 32 25 109
Improvisados

22
IBGE-Documentação dos Arquivos de Dados do Censo Demográfico 2000
23
No caso de Maricá, só foi considerado como problemático o abastecimento de água além daqueles
abastecido por rede e daqueles abastecidos por poço ou nascente pois estes últimos compreendem a
grande maioria dos domicílios.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 116


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Carência de 2.184 714 1.482 932 5.312


Infra-estrutura
Inexistência de 136 45 110 44 335
Banheiro
Inadequação 293 88 162 89 632
Fundiária
TOTAIS 3.610 1130 2.351 1453 8.544
Fonte: IBGE- Censo 2000

A estimativa para o déficit habitacional básico, alcança portanto 8.544 domicílios.


Isto significa aumentar o estoque ou recuperar cerca de 39% das moradias existentes.
Os valores indicados para cada um dos seis itens pesquisados foram os seguintes:
1- 288 famílias em coabitação familiar (1,2%);
2- 1.868 domicílios com mais de 6 moradores (8%);
3- 109 domicílios improvisados (1,24%);
4- 5.312 domicílios com carência de infra-estrutura (23%);
5- 335 domicílios sem banheiro (1,5%): e
6- 293 domicílios com ocupação inadequada (1,3%)
Trata-se de um percentual relativamente elevado considerando que o município
deveria construir/reparar pelo menos mais de ¼ do seu estoque o que por si só
evidencia a gravidade do problema.
Os dados explicitados na Tabela 41, revelam que o grande problema está
concentrado na carência de infra-estrutura e no adensamento excessivo.
Quanto a questão da habitabilidade vários estudos a respeito definem cinco variáveis
representativas, sendo duas se referindo a atributos da situação econômica e três
relativas às condições físicas dos assentamentos a saber:
1- Responsáveis sem renda e aqueles com renda de até um salário mínimo;
2- Responsáveis analfabetos e aqueles que só freqüentaram o antigo primário ou
ensino fundamental;
3- Percentual de domicílios com abastecimento d’água inadequado, ou seja, para
Maricá aqueles com outra forma de abastecimento;
4- Percentual de domicílios com esgotamento sanitário inadequado, soma das
seguintes situações: domicílios dotados de fossa rudimentar; idem para vala; idem
para rio, lago ou mar; idem outro escoadouro; e,

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 117


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

5- Percentual de domicílios com destino do lixo inadequado: soma das seguintes


situações: queimado na propriedade; enterrado na propriedade; jogado em terreno
baldio ou logradouro; jogado em rio, lago ou mar; e outro destino.
Após a identificação destas variáveis, onde foram considerados os setores que
apresentaram predominâncias acima de 25% dos responsáveis ou de domicílios nas
condições acima definidas, elas foram mapeadas. Num segundo momento considerou-se
a superposição de pelo menos 3 condições para se considerar as situações mais críticas.
Assim chegamos as seguintes conclusões, conforme nos mostra a Tabela 42 e o Mapa
37.
Tabela 42: Setores com baixo grau de habitabilidade
Água Esgoto Lixo
Setor Bairro Renda Escolaridade
Inadequada Inadequado Inadequado

2-44 Itaocaia X X X X X
Serra
2-50 XX X X
daTiririca
1-43 Ubatiba X X X X
Serra de
3-06 X X X X
Jaconé
3-09 Jaconé X X X X
3-26 Cajú X X X X
3-30 Silvado X X X X
3-31 Espraiado X X X X
1-36 Caxito X X X
1-37 Pilar X X X
2-01 Inoã X X X
2-05 Inoã X X X
Serra de
2-13 X X X
Itaitindiba
São José do
2-20 X X X
Imbassaí
São José do
2-25 X XX
Imbassaí
2-28 Lagoa Brava X XX
Praia de
2-46 X X X
Itaipuaçu
São José do
2-59 X X X
Imbassaí
3-03 Bananal X X X
Centro de
3-10 X X X
Ponta Negra

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 118


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

3-21 Pindobal X X X
3-23 Bambuí X X X
3-29 Silvado X X X
3-32 Espraiado X X
Fonte: IBGE-Censo 2000

Mapa 37: Déficit Habitacional

Fonte: IBGE – 2000

Foram observados 24 setores censitários que apresentaram as condições mais


precárias de habitabilidade considerando-se o conjunto das cinco variáveis. Dentre
eles apenas um apresentou situações críticas em todas as variáveis, 7 apresentaram
um conjunto de 4 situações críticas e os restantes 16 apresentaram um conjunto de 3
das 5 situações críticas. Estes setores encontram-se destacadas por seus limites no
Mapa 37. As localizações em Inoã se concentraram nos domicílios localizados nas
encostas da serra da Tiririca e na serra de Itaitindiba. Em Itaipuaçu localizaram-se na
Morada das Águias. No centro, encontramos concentrações em três setores de São
José do Imbassaí e no Caxito, além dos setores que cobrem o fundo do vale do Rio
Ubatiba e Silvado. No distrito de Ponta Negra encontramos os setores do Vale do Rio
Carangueijo, na beira da Serra de Jaconé e em Jaconé, no Bambuí, Pindobal e Caju.
Podemos constatar que a variável lixo queimado foi a que mais contribuiu para o grau
de habitabilidade, sendo seguido pela presença de fossa rudimentar. O nível baixo de
rendimentos e de escolaridade estiveram presentes em 70% dos setores críticos e são
considerados variáveis que dificultam o equacionamento da questão habitacional.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 119


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

VI. 5. Identificação dos Aglomerados de Interesse Social


O Brasil passou no decorrer do século XX de país rural para urbano com taxas de
urbanizações altíssimas, deficiências de infra-estrutura nas cidades, dificuldades para
absorver a população economicamente ativa nos setores produtivos, tendo por
conseqüência o inchaço e a desorganização dos seus espaços urbanizados.
O modelo de desenvolvimento brasileiro, conforme dissemos, não tem conseguido
absorver grande parte do contingente da população na economia urbana causando a
desorganização e a descaracterização de cidades, inchadas pela população de origem
rural, a qual nem sempre tem formação apropriada para ser absorvida pelos setores
produtivos. Este fato nos remete aos seguintes dois aspectos do problema: um é a não
absorção pela falta de oportunidades de trabalho, o outro é a não absorção pela falta
de capacitação para os trabalhos que poderiam ser ofertados. Assim sendo, vemos
que o progresso não tem conseguido diluir as disparidades sócio-econômicas, ao
contrario, vem acentuando essas desigualdades, sobretudo nas três últimas décadas.
As inúmeras políticas habitacionais não têm conseguido equacionar o problema e
temos visto, com muito pesar, o processo de favelização das nossas cidades com
todos os desajuste e desagregações e agressões tanto à morfologia urbana quanto ao
meio ambiente.
A Região Metropolitana de Rio de Janeiro não fugiu a esta realidade sendo o processo
de desestruturação urbana verificado não só na Metrópole como também nos demais
municípios que compõem a Região Metropolitana. Este processo está avançando na
direção dos municípios vizinhos, sendo Maricá um deles, já apresentando as
conseqüências deste processo de favelização-periferização.
O processo de urbanização do Município de Rio de Janeiro solidificou os espaços
centrais e litorâneos da metrópole (espaços esses procurados pelas classes mais
favorecidas sócio-economicamente) e favoreceu a ocupação desordenada de espaços
menos importantes, levando o processo de ocupação irregular aos municípios
periféricos da região metropolitana.
A expansão urbana do Rio de Janeiro transborda sobre Maricá salientado um
processo de solidificação de espaços periféricos onde os assentamentos subnormais
são uma das características deste modelo.
De acordo com o levantamento feito, foram encontrados e mapeados 29 aglomerados
considerados precários a seguir descriminados.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 120


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 43: Assentamentos considerados precários em Maricá


Ordem Nome Localização
01 Comunidade Risca Faca Inoã
02 Comunidade Beira Rio Inoã
03 Comunidade localizada na fralda da Serra do Calaboca à esquerda de quem entra em Maricá
(em formação)
04 Comunidade em frente ao CIEP Prof.Robson Mendonça – Inoã
05 Comunidade Vila do João Inoã
06 Comunidade atrás do Campo de Futebol Monte Castelo – Inoã
07 Comunidade Mato Dentro Itaocaia-Morada das Águias
08 Comunidade à beira do leito da linha do trem próximo à Rua Custódio Moreira – São José do
Imbassaí
09 Comunidade à beira do leito da linha do trem e atrás da Escola Estadual Euclides Paula da
Silva – São José do Imbassaí
10 Comunidade na Estrada do Camburi depois do ASSEFAZ – Retiro/Pindobas
11 Comunidade Beira Linha Itapeba
12 Comunidade Parque Nancy Itapeba-Beira da Lagoa
13 Comunidade do Mombuca Centro – às margens do Rio Mombuca
14 Comunidade Bairro da Amizade Araçatiba
15 Comunidade Saco da Lama Araçatiba
16 Comunidade da Rua Catete Jacaroá
17 Comunidade da Rua 51 Jacaroá
18 Comunidade Zacarias Barra de Maricá
19 Comunidade da Gamboa Jardim Interlagos – Beira da Lagoa
20 Comunidade do Bambuí na beira do Canal na Av.do Contorno próximo à Rua 93 – Bambuí
21 Comunidade do Cordeirinho na beira da Lagoa – Cordeirinho
22 Comunidade do Pindobal localizada na Estrada do Bambuí logo após o entroncamento com a
Estrada do Pindobal – Pindobal
23 Comunidade à beira da RJ106 antes do entroncamento com a Estrada de Bambuí à esquerda
na direção de Ponta Negra – Manoel Ribeiro
24 Comunidade em Manoel Ribeiro próximo ao entroncamento com a Estrada do Bambuí –
Manoel Ribeiro
25 Comunidade do Bananal Bananal
26 Comunidade Jaconé à beira do leito da linha do trem – Jaconé
27 Comunidade na Avenida Beira Mar próximo à RJ118 – Jaconé
28 Comunidade localizada à beira da RJ118 Jaconé
29 Comunidade do Espraiado Espraiado
Fonte: PMM – DPUR, 2006

Ao analisarmos o Mapa 40 verificamos uma maior concentração de aglomerados de


baixa renda no distrito de Maricá (11), outros tantos no 2º distrito – Ponta Negra (11), 6

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 121


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

no 3º distrito – Inoã e 1 no 4º Distrito – Itaipuaçu. Muitos destes aglomerados se


situam ao longo do leito da antiga estrada de ferro, outros na beira dos rios e lagoas e
alguns poucos já nas encostas das serras.

Mapa 38: Comunidades Carentes

Fonte: PMM-DPUR, 2006.

VII – REDE VIÁRIA, SISTEMAS DE TRANSPORTES E


MOBILIDADE

O Município de Maricá conta atualmente com um sistema rodoviário para o transporte


de passageiros e de cargas e um aeroporto para o transporte aeroviário. Outrossim,
abrigou nas primeiras décadas do século passado parte de uma rede ferroviária, a
Estrada de Ferro Maricá hoje desativada, cujo leito ou foi invadido ou se transformou
em logradouro público.
Além da natural influência das características físicas do espaço geográfico do
Município, a configuração urbana de Maricá sempre esteve intimamente subordinada
ao processo de expansão e de urbanização da Metrópole do Rio de Janeiro, processo
esse consolidado ao longo das últimas décadas.
Desta forma, o sistema viário do Município de Maricá está intimamente vinculado a
parte do sistema metropolitano e, particularmente, às possibilidades de acesso ao Rio
de Janeiro, à São Gonçalo e à Niterói, o que importa em não dissociar-se a análise do
sistema rodoviário local do sistema viário básico da Região Metropolitana de Rio de
Janeiro.
A abordagem que se segue objetiva expor o quadro específico no Município de Maricá

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 122


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

em relação às condições atuais do sistema rodoviário e das condições de mobilidade


existentes em seu território. Da mesma forma visam o enfrentamento das suas
deficiências de modo a atender, dentre outros, aos objetivos a serem alcançados com
o Plano Diretor de Maricá, no que se refere aos instrumentos normativos e
programáticos, como a Política de Transporte, quais sejam:
• definição da estrutura urbana através de uma malha viária hierarquizada,
utilizando para tanto propostas de alinhamentos;
• integração do sistema rodoviário urbano proposto ao sistema rodoviário
municipal e estadual;
• definição do sistema de transportes coletivos e seus circuitos, tornando-o mais
eficiente;
• definição e implantação dos terminais de integração de transportes.
A análise do quadro atual do sistema rodoviário e da mobilidade no Município de
Maricá implica em considerar, que a malha viária esteja adequada, infra-estruturada e
que os meios de transportes, carros particulares, coletivos, cargas e bicicletas devem
coexistir de forma integrada, complementar e harmônica, contribuindo para que seja
garantido à população em geral e aos seus usuários em particular o direito
fundamental de circulação e acesso aos espaços e ambientes construídos e naturais,
urbanos e rurais, portanto, em todo o espaço territorial do Município, referenciado nos
princípios da sustentabilidade.
A viabilização do objetivo constitucional de que a cidade e a propriedade cumpram o
seu papel social depende da substituição do modelo predominantemente rodoviarista,
por um que priorize o cidadão sobre o veículo. A mobilidade sustentável implica na
valorização dos diversos meios e modos de transporte.

VII. 1. Sistema Viário


No espaço geográfico municipal de Maricá o sistema viário básico tem como principais
corredores viários a RJ-106 ou Rodovia Amaral Peixoto e as rodovias estaduais RJ-
102, RJ-110, RJ-114 e a RJ-118 cujas características são as seguintes:
• a existência de um eixo estrutural, a RJ-106, principal ligação entre a Região
Metropolitana e a Metrópole através da Ponte Rio-Niteroi com a Região dos Lagos;
• a RJ-102 que interliga o Município de Niterói através da Serra da Tiririca e corta o

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 123


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

município pela orla marítima até Ponta Negra aonde se interliga com a RJ-118;
• a RJ-110, representada pela Avenida Prefeito Alcebíades que partindo da RJ-106 e
atravessando a área preservada da restinga de Maricá, vai dar na RJ-102;
• a RJ-114, outro eixo bastante importante interliga o Município de Itaboraí com o
Município de Maricá até cruzar a RJ-106, neste trecho, a parte em Maricá encontra-
se em bom estado, estando a parte de Itaboraí em péssimo estado. Este eixo
promete num futuro bem próximo ser um importante meio de conexão tendo em
vista a implantação de Pólo Petroquímico de Itaboraí. Depois de cruzar a RJ-106
esta rodovia passa pelo centro de Maricá, indo até a RJ-102, passando por vários
trechos ou logradouros densamente ocupados tais como, Av. Gov. Roberto Silveira,
Av. Francisco Sábino da Costa, Rua Domício da Gama, Estrada d Boqueirão e Av.
João Saldanha, trechos estes, que do ponto de vista da competência e definição
do uso e ocupação do solo, deveriam ser municipalizados;
• a RJ-118 que partindo da RJ-106 vai ter em Ponta Negra e depois em Jaconé,
sendo hoje reconhecida como Estrada de Ponta Negra e Estrada de Jaconé,
recentemente alargada e recapeada. Este trecho também promete num futuro bem
próximo, ser uma alternativa de acesso a Saquarema visando formar um binário
com o trecho da RJ-106 na travessia da Serra do Mato Grosso.

Mapa 39: Sistema Viário

Fonte: DPUR

Outros corredores municipais, não menos importantes, que compõe a malha viária
básica são os seguintes:

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 124


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Av. Gilberto Carvalho (novo acesso-Itaipuaçu) Rua Joaquim Afonso Viana


Av. Itaocaia Valley Estrada do Retiro
Estrada de Itaipuaçu Estrada do Camburi
Av. Vitória Régia Estrada do Pindobas
Rua 02 (Lot. Praia de Itaipuaçu) Estrada do Caxito
Rua Capitão Mello Estrada de Ubatiba
Rua Luiz Vieira Rua A (Lot.do Incra no Caxito)
Rua 34 – Délio Farias(Lot. Jrd. Atlântico) Rua Volta Redonda
Av. 1 (Lot.Jrd.Atlântico) Rua Nova Friburbo
Av. Beira Mar (Lot.Jrd.Atlântico) Av. Niteroi
Rua 66 (Lot.Jrd.Atlântico) Rua Paulino Ferreira da Silva
Av. 2/ Jardel Filho (Lot.Jrd.Atlântico) Estrada do Canavial
Estrada do Cajueiros Rua Abreu Sodré
Estrada do Bambuí Rua Ribeiro de Almeida
Rua 90 (Lot.Praia das Lagoas) Rua Alvarez de Castro
Av. Central (Lot.Praia das Lagoas) Rua 37 e 59 (Lot. Jrd. Balneário Maricá)
Av.Orestes Vereza – Estrada de Cassorotiba Av. Uirapurus
Av. N.Sra.de Fátima (Lot.Nova Luzitânea) Rua Ari Spíndola – Rua Soares de Souza
Rua dos Abacateiros Rua Pref. Joaquim Mendes
Rua das Jaqueiras Rua São Pedro Apóstolo
Rua Ipiranga Av. Prefeito Arthurzinho Rangel
Rua Leonardo José Antunes Rua 07 – Rua 53 de Jaconé
Estrada do Bosque Fundo Rua do Éden
Rua 07 (Lot. Bosque Fundo) Av. Beira Mar
Rua Caio Figueiredo Estrada Velha de Jaconé
Rua Chico Mendes (Lot. Chácaras de Inoã) Estrada do Bananal
Rua 18 (Lot. Chácaras de Inoã) Estrada do Espraiado
Av. A (Lot. Chácaras de Inoã) Estrada Manoel Ribeiro
Estrada Real de Maricá Estrada do Bambuí
Estrada da Cachoeira Estrada do Pindobal
Av. Guarujá Estrada do Caju
Estrada da Gamboa
Av. 1 (Lot. Jrd. Interlagos)

Os principais problemas levantados foram:


• a existência de apenas um eixo, a RJ-106, que serve de espinha dorsal de toda
a malha viária tendo-se que invariavelmente ter que passar por este eixo
quando se desloca de um ponto a outro dentro do município e os demais
municípios da Região Metropolitana e desta com o restante do Estado e o
País;
• que este eixo RJ-106, depois de duplicado, representa uma grande barreira,
dividindo o município em dois e dificultando sobremaneira a ligação das partes
norte e sul do município, com apenas uma passarela situada em São José do
Imbassaí;
• a inexistência e a inobservância da regra de hierarquização funcional do

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 125


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

sistema viário e dos padrões viários adequados (dimensões, pavimentação,


etc.) e a compatibilidade desta com a política de uso do solo;
• a precariedade da infra-estrutura viária;
• a ausência, a desarticulação e a inadequação de ciclovias;
• a desarticulação das malhas dos loteamentos com as malha viária básica do
município;
• a precariedade da infra-estrutura viária voltada aos deslocamentos de
pedestres;
• a desarticulação de circuitos viários entre o centro e os demais subcentros do
município.
No que se refere à hierarquização e classificação funcional do Sistema Viário Básico
da RMRJ, apresentamos as seguintes definições:

Tabela 44: Hierarquização e Classificação Funcional do Sistema Viário


24
ABNT DNIT CTB25

Vias Arteriais Vias exclusivas Via Arterial Principal: servindo Via de Trânsito Rápido:
para tráfego motorizado, que se os principais centros de aquela caracterizada por
caracterizam por grande atividades de áreas acesos especiais com trânsito
volume e pouco acesso de urbanizadas, os maiores livre, sem interseções em nível,
tráfego, várias pistas, corredores de volume de sem acessibilidade direta aos
cruzamentos em dois planos, tráfego e as viagens mais lotes lindeiros (aqueles situados
escoamento contínuo, elevada longas. ao longo das vias urbanas e
velocidade de operação e rurais e que com elas se limita)
estacionamento proibido na e sem travessia de pedestres
pista. ...grandes geradoras de em nível.
tráfego e viagens de longas
distâncias...
Vias Coletoras Vias exclusivas Via Arterial Secundária: Via Arterial: aquela
para tráfego motorizado, que se conecta e aumenta a via arterial caracterizada por interseções
caracterizam por um volume de principal. Suporta viagens de em nível, geralmente controlada
tráfego inferior e por um acesso duração moderada a um nível por semáforo, com
de tráfego superior àqueles das mais baixo de mobilidade. Esta acessibilidade aos lotes
vias arteriais. via distribui para áreas lindeiros e as vias secundárias
geográficas menores do que as e locais, possibilitando o trânsito
identificadas com as Arteriais entre as regiões da cidade.
Principais.

24
NBR 5101 Abr 1992
25
O Código de Trânsito Brasileiro adota, dentre outros conceitos e definições, os seguintes: faixas de
domínio: superfície lindeira as vias rurais, delimitada por lei específica e sob a responsabilidade do órgãos
ou entidade de trânsito competente com circunscrição sobre a via; logradouro público: espaço livre
destinado pela municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de
pedestres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões. Pista: parte da via normalmente
utilizada para a circulação de veículos, identificada por elementos separadores ou por diferença de nível
em relação às calçadas, ilhas ou canteiros centrais. (ANEXO I)

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 126


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Vias Locais vias que permitem Via Coletora: tendo dupla Via Coletora: aquela destinada
acesso às propriedades rurais, função, coletar o tráfego entre a coletar e distribuir o trânsito
com grande acesso e pequeno as vias locais e as artérias que tenha necessidade de
volume de tráfego. secundárias e principais. As entrar ou sair das vias de
Vias Coletoras ligam as áreas trânsito rápido ou arteriais,
de uso homogêneo com as possibilitando o trânsito direto
Vias Arteriais. das regiões da cidade.
Via Local: permitindo acesso a Via Local: aquela caracterizada
sítios, residências, comércio ou por interseções em nível não
qualquer outra propriedade semaforizadas, destinada
adjacente. apenas ao aceso local ou áreas
restritas.

Faz-se necessário um Plano Diretor Setorial Viário que estabeleça a malha viária
básica do município assim como os perfis viários desejadas para cada uma das
classificações viárias e com isso se estabelecendo os alinhamento dos logradouros
públicos.

VII. 2 – Transporte Rodoviário


O Município de Maricá possui uma única empresa que explora os circuitos de
transporte coletivo que é a Empresa Nossa Senhora do Amparo com sua subsidiária
conhecida como Costa Leste. Enquanto a Nosssa Senhora do Amparo atende ao
Distrito Sede, Inoã e Itaipuaçu com uma frota mais moderna, a Costa Leste está
bastante desgastada e mal atende aos bairros de Ponta Negra e Jaconé. Tanto os
circuitos precisam ser revisados quanto os horários destes circuitos.
Mapa 40: Circulação

Fonte: DPUR

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 127


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A população em muito se queixou destes serviços. A integração entre vans e ônibus


deve ser melhor estudada sem prejuízo para ambos. Os circuitos como nos mostra o
Mapa 41 são muito restritos e não estão atendendo as necessidades da população26.

VII. 3 – Transporte Cicloviário


O uso da bicicleta vem crescendo a cada dia, principalmente nos grandes centros
devido ao aumento constante da população de baixa renda, que localizada nas
periferias e com dificuldades de acesso aos transportes públicos vem buscando esta
modalidade como alternativa para locomoção.
As áreas centrais na grande maioria priorizam o tráfego rodoviário, deixando a
bicicleta em segundo plano apesar do Código Brasileiro de Trânsito considerá-la como
meio de transporte.

VII. 4 – Transporte Hidroviário


Percebemos o potencial lagunar de Maricá que poderia ser explorado como hidrovias
interligando o Centro de Marica, partindo da praia de Araçatiba, através da Lagoa de
Marica até os bairros Barra de Marica, Cordeirinho e Ponta Negra e que, também,
poderiam ser explorados turisticamente.

VIII – INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL URBANA E RURAL

As análises que se seguem foram feitas a partir dos dados coletados pelo IBGE no
Censo de 2000, agregados por setores censitários. Foram considerados significativos
os setores que apresentaram porcentagens de domicílios ocupados acima de 25%
(vinte e cinco porcento) nas diversas classificações adotadas pelo IBGE. O Município
de Maricá com 363,9 Km², possui 134 setores censitários sendo 115 urbanos,
representando 87% dos domicílios ocupados pesquisados, ou seja, 23.075 domicílios
e 19 setores rurais representando com 3.004 domicílios ocupados, representando 13%
do total. Os setores censitários foram analisados e relacionados a partir de sua

26
No Mapa só constam os circuitos da Nossa Senhora do Amparo pois a Costa Leste não forneceu seus
circuitos.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 128


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

localização nos distritos hoje existentes, de acordo com a Lei Orgânica Municipal.

Tabela 45: Porcentagem de Setores e Domicílios por Distrito (LO)


Distrito Quantidade de % de setores Quantidade de % de domicílios
setores Domicílios Ocupados
Maricá 60 45% 11.587 50%
Ponta Negra 25 19% 2.717 12%
Inoã 27 20% 5.432 23%
Itaipuaçu 22 16% 3.339 15%
TOTAL 134 100% 23.075 100%
Fonte: IBGE – Censo 2000

VIII. 1. Abastecimento de Água


A classificação adotada pelo IBGE para o abastecimento de água contém: rede geral,
poço ou nascente e outros.
Segundo o IBGE, esta classificação obedece aos seguintes critérios:
Rede geral, quando o domicílio, ou o terreno ou a propriedade em que estava
localizado, estava ligado à rede geral de abastecimento de água;
Poço ou nascente (na propriedade), quando o domicílio era servido por água de poço
ou nascente localizado no terreno ou na propriedade onde estava construído; ou
“Outra”, quando o domicílio era servido de água de reservatório (ou caixa), abastecido
com água das chuvas, por carro-pipa ou, ainda, por poço ou nascente localizados fora
do terreno ou da propriedade onde estava construído27.

Tabela 46: Setores onde a maioria dos domicílios é abastecida de água por
rede, poço ou outra forma.
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Rede Geral 28 setores 0 0 0
Poço ou 31 setores 25 27 22
Nascente
Proporção Total 59/60 25/25 27/27 22/22
Fonte: IBGE – Censo 2000

O setor restante do primeiro distrito 1-15 apresentou 45% domicílios abastecidos por
rede e 47% dos domicílios abastecidos por poço ou rede. Outras combinações foram

27 a
IBGE - Documentação do Arquivo – Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo- 2 edição
Censo Demográfico 2000

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 129


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

encontradas com incidência de 25% dos domicílios. Foram elas: uma outra forma de
abastecimento de água concomitantemente com poço ou nascente nos setores 1-26 e
2-27 com respectivamente 48% e 30% com “outra” forma e 50% e 70% com poço ou
nascente.
Conforme podemos observar, o abastecimento d´água por rede, apenas se verifica no
1º Distrito, ainda assim na porcentagem de 47%, sendo que no restante dos distritos a
água é, na sua grande maioria, abastecida por poço ou nascente.
Mapa 41: Abastecimento de Água

Fonte: DPUR

O abastecimento de água está a cargo da CEDAE cujo contrato de concessão já


vencido vem sendo renovado precariamente. Com vista a uma possível privatização
ou trabalho em conjunto com a Empresa Águas de Juturnaíba.
Por informações recebidas, um ramal desta empresa iria trazer água para Ponta Negra
via Jaconé, enquanto Inoã e Itaipuaçu seriam abastecidos pelo ramal do Bananal da
CEDAE que precisaria ser ampliado uma vez que já se encontra quase saturado.
Concluímos que o problema de abastecimento de água no Município de Maricá é sério
pois, cruzando a questão do alto índice de abastecimento feito por poços ou nascentes
com o sistema de esgotamento vigente prevemos uma possível contaminação do
lençol freático.
O sistema de abastecimento d´água, no primeiro distrito, abrange uma tomada de
água no Rio Ubatiba e mais quatro poços, além de uma ETA respectivamente
existentes nos seguintes bairros:
1. Barragem de Captação no Rio Ubatiba no Bairro de Ubatiba;

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 130


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

2. Poços 01 e 02 no Bairro de Araçatiba;


3. Poço 03 no Bairro do Flamengo;
4. Poço 04 no Bairro Condado de Maricá.
5. Uma Estação de Tratamento de Água no Flamengo.
Existem ainda mais três poços no Bairro do Espraiado.
Mapa 42: Localização dos Sistemas de Abastecimento de Água

Fonte: DPUR

VIII. 2. Esgotamento Sanitário


A classificação adotada pelo IBGE para o esgotamento sanitário contém: rede geral,
fossa séptica, fossa rudimentar, vala, rio, lago ou mar e outro.
Segundo o IBGE, esta classificação obedece aos seguintes critérios:
Rede geral de esgoto ou pluvial, quando a canalização das águas servidas e dos
dejetos provenientes do banheiro ou sanitário estava os conduzia a um desaguadouro
geral da área, região ou município, mesmo que o sistema não dispusesse de estação
de tratamento da matéria esgotada;
Fossa séptica, quando a canalização do banheiro ou sanitário estava ligada a uma
fossa séptica, ou seja, a matéria era esgotada para uma fossa próxima, onde passava
por um processo de tratamento ou decantação sendo, ou não, a parte líquida
conduzida em seguida para um desaguadouro geral da área, região ou município;
Fossa rudimentar, quando o banheiro ou sanitário estava ligado a uma fossa rústica
(fossa negra, poço, buraco, etc.);
Vala, quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamente a uma vala a céu

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 131


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

aberto;
Rio, lago ou mar, quando o banheiro ou sanitário estava ligado diretamente a um rio,
lagoa ou mar;
Outro escoadouro, qualquer outra situação não descrita anteriormente.
Nesta pesquisa o IBGE só considera os domicílios com banheiro, assim sendo no
Município de Maricá foram encontradas as seguintes proporções de domicílios com
banheiro sobre o total de domicílios:

Tabela 47: Porcentagem de domicílios com banheiro


Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu TOTAL

Domicílios c/ Banheiro 11.330 2.641 5.284 3.263 22.518


Total de Domicílios 11.587 2.717 5.432 3.339 23.075
% 98% 97% 97% 98% 97,5%
Fonte: IBGE – Censo 2000

Os setores onde foram encontrados ≥20 domicílios sem banheiro foram os seguintes:
1-14 em Maricá, 2-14 e 2-16 em Inoã e 2-44 em Itaipuaçu o que equivale a dizer que
possivelmente nestes setores encontraremos assentamentos em condições
subnormais.

Tabela 48: Setores onde a maioria dos domicílios é servida por rede, fossa
séptica, fossa rudimentar, vala, rio, lagoa ou mar ou outro escoadouro.
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu

Rede Geral 5 setores 0 1 0


Fossa Séptica 36 setores 16 13 14
Fossa Rudimentar 13 setores 0 4 7
Vala 0 setores 0 1 0
Rio.lago ou mar 0 setores 0 0 0
Outro escoadouro 0 setores 0 0 0
Proporção total 54/60 16/25 18/27 21/22
Fonte: IBGE – Censo 2000

Como vemos o esgotamento sanitário no Município de Maricá como um todo é feito


através de fossa séptica. A classificação fossa rudimentar aparece logo a seguir,
sendo suas maiores incidências em Itaipuaçú e Ponta Negra. Os setores que
apresentaram maiores percentagens foram: 1-27, 1-29, 2-25 e 3-30 em Maricá, 3-3, 3-
5, 3-7, 3-12, 3-16 e 3-21 em Ponta Negra, 2-13 em Inoã e 2-36, 2-46 e 2-58 em
Itaipuaçú. O setor onde foi encontrado escoamento em vala foi o 2-1 em Inoã e o setor

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 132


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

onde foi encontrado outro tipo de escoamento foi o 2-8 em Itaipuaçú.


As classificações que apresentaram combinações com outras, com incidência maior
que 25% foram:

Tabela 49: Setores que apresentaram 25% ou mais domicílios com as seguintes
combinações de esgotamento sanitário
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu
Fossa Séptica + fossa rudimentar 5 setores 5 4 0
Fossa Séptica + rede 6 setores 0 2 0
Fossa Séptica + vala 0 setores 1 1 0
Fossa Séptica + Rio/lago 2 setores 0 0 0
Fossa Rudimentar + vala 0 setores 0 1 0
Vala + rede 0 setores 0 2 0
Fossa Séptica + fossa rudimentar + vala 1 setores 0 0 0
Fossa Séptica + fossa rudimentar + rio/lago 1 setores 0 0 0
Fossa Séptica + rio/lago + outro 0 setores 0 1 0
Fossa Séptica + outro 0 setores 0 0 2
Fonte: IBGE – Censo 2000

Como vimos a maioria das combinações são entre fossas sépticas com fossas
rudimentares.
Conforme informações obtidas, não existe nenhuma rede oficial de esgotamento
sanitário, havendo, no entanto uma Estação de Tratamento de Esgotos em Araçatiba.
Mapa 43: Esgotamento Sanitário

Fonte: DPUR

Sendo assim, os domicílios dos setores que foram detectados com rede, devem fazer
parte de redes particulares de condomínios ou conjuntos residenciais organizados.
Aconselhamos um levantamento mais pormenorizado dos loteamentos e condomínios

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 133


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

para se cadastrarem as estações de tratamento particulares existentes.


Regra geral muitos moradores e até a prefeitura mesmo28, implantam “manilhas” nos
logradouros públicos que atuam como mini redes de esgotos, mas sem tratamento e
que desembocam “in natura” nos cursos d´água existentes no município. Muitas valas,
canais e córregos se encontram poluídos pelas descargas de esgoto.

VIII. 3. Drenagem
O sistema de drenagem do município de Maricá é inexistente, sendo que apenas o
entorno da RJ-106 possui este serviço formalmente.
Pelo que pudemos observar o escoamento das águas se dá através de sarjetas
rebaixadas ao longo das ruas, das manilhas do esgoto ou valas abertas, que via de
regra têm como destino final os cursos d´água do município.

VIII. 4. Resíduos Sólidos


A classificação adotada pelo IBGE para o destino final do lixo contém: coletado por
serviço de limpeza, colocado em caçambas, queimado, enterrado, jogado em terreno
baldio, jogado no rio, lago ou mar e outro destino.
Segundo o IBGE, esta classificação obedece aos seguintes critérios:
Coletado por serviço de limpeza, quando o lixo do domicílio era coletado
diretamente por serviço de empresa pública ou privada;
Colocado em caçamba de serviço de limpeza, quando o lixo do domicílio era
depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora do domicílio, para depois ser
coletado por serviço de empresa pública ou privada;
Queimado (na propriedade), quando o lixo do domicílio era queimado no terreno ou
na propriedade em que se localizava o domicílio;
Enterrado (na propriedade), quando o lixo do domicílio era enterrado no terreno ou na
propriedade em que se localizava o domicílio;
Jogado em terreno baldio ou logradouro, quando o lixo do domicílio era jogado em
terreno baldio ou logradouro público;
Jogado em rio, lago ou mar, quando o lixo do domicílio era jogado nas águas de rio,

28
Na maioria das vezes por indicação ou influência de algum vereador.
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 134
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

lago ou mar;
Outro destino, quando o lixo do domicílio tinha destino distinto dos descritos
anteriormente.

Tabela 50: Setores onde a maioria dos domicílios possui a seguinte destinação
final de resíduos sólidos
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu

Coletado por serviço de limpeza 39 setores 5 9 9


Caçambas 3 setores 9 4 1
Jogado em terreno baldio 1 setores 0 0 0
Queimado 6 setores 6 6 5
Enterrado 0 setores 0 0 0
Jogado no rio/lago 0 setores 0 0 0
Outro destino 0 setores 0 0 0
Proporção total 49/60 20/25 19/27 15/22
Fonte: IBGE – Censo 2000

Predominantemente, constata-se a coleta de lixo por serviço de limpeza em 46% dos


setores e coletado a partir das caçambas em 13% perfazendo um total de 59% de lixo
coletado.
As classificações consideradas inadequadas tais como lixo jogado em terreno baldio e
lixo queimado aparecem predominantes, respectivamente em 1 setor do primeiro
distrito e 23 setores, opção esta, praticada quase que igualmente pelos distritos de
Maricá, Ponta Negra, Inoã e Itaipuaçu. Jogar em terreno baldio foi predominante na
sede no setor 3-30.
Jogar em terreno baldio também se apresentou com percentagens superiores a 25%
nos seguintes setores: 2-22, 2-25 e 2-27 no primeiro distrito com respectivamente
28%, 35% e 28% dos domicílios; 3-16 com 25% em Ponta Negra e, 2-28 e 2-39 em
Itaipuaçu com 40% e 41% respectivamente.
As classificações que não obtiveram maioria dos domicílios nos setores, mas
apareceram em combinações com as outras foram:

Tabela 51: Setores que apresentaram 25% ou mais domicílios com as seguintes
combinações de destinação final de lixo
Maricá Ponta Negra Inoã Itaipuaçu

Coletado + queimado 8 setores 3 6 2


Coletado + caçamba 8 setores 4 2 1

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 135


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Coletado + jogado em terreno baldio 1 setores 0 0 0


Queimado + jogado em terreno baldio 1 setores 0 0 0
Caçamba + jogado em terreno baldio 1 setores 1 0 0
Caçamba + queimado 0 setores 3 8 0
Caçamba + queimado + jog. Terreno baldio 0 setores 0 0 2
Coletado + caçamba + queimado 0 setores 1 0 0
Fonte: IBGE – Censo 2000

Como vemos, as opções enterrado, jogado em rio/lago e outro destino, pouco


aconteceram, sendo esta última classificação detectada apenas nos setores 2-
37(Itaipuaçu) com 18% dos domicílios e 2-24(Maricá) com 10% dos domicílios.
As atividades do serviço de limpeza urbana do lixo produzido nas residências,
comércios, mercados, feiras livres, logradouros e hospitais são atribuições diretas da
administração municipal. No entanto, a população tem um papel fundamental na
limpeza e conservação da sua cidade, uma vez que o seu grau de educação sanitária
influencia decisivamente para tal, pois o mais importante do que limpar é não sujar.
Tanto o lixo coletado por serviço de limpeza quanto o lixo coletado em caçambas se
destinam ao aterro sanitário encontrado no município, conhecido como Ipê Rosa,
localizado no Caxito.
Mapa 44: Coleta e Destino Final do Lixo

Fonte: DPUR

Concluímos que o serviço de coleta do lixo precisa ser ampliado, devendo, no entanto
se verificar se o aterro sanitário existente suporta tal ampliação. Da mesma forma
aconselhamos a implantação da coleta seletiva e uma reeducação da sociedade como

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 136


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

um todo, para não gerarmos tanto lixo. Em função da tonelagem pode-se também
pensar numa usina de reciclagem, acoplada ao aterro.
A partir dos encontros comunitários, foi patente a solicitação por mais lixeiras tanto nos
logradouros públicos quanto, próximo às praias.

VIII. 5. Fornecimento de Energia Elétrica – Iluminação Pública


O sistema de energia elétrica, no município, é de responsabilidade da AMPLA, que
sucedeu à CERJ em 1962. A energia é disponibilizada às três classes de
consumidores, residências, comércio e indústria, durante as 24 horas do dia.
Segundo informações levantadas, a AMPLA atende aos imóveis industriais,
comerciais, de serviços públicos/privados e na sua grande maioria os imóveis
residenciais. Segundo o censo de 2000 do IBGE foram encontrados 43.444 imóveis
residenciais, inclusive os imóveis da área rural.
Segundo a tabela abaixo, iremos encontrar 4 grupos de imóveis levando em conta sua
quantidade e sua distribuição pelos bairros da cidade:

Tabela 52: Distribuição dos imóveis residenciais por bairro

Hierarquia Domiciliar dos Bairros

4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0

Fonte: IBGE – Censo 2000

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 137


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 53: Grupos de imóveis por bairro


Grupos Parâmetros dos grupos Total de Bairros Total de Domicílios % dos domicílios

1 até 1.000 imóveis 20 7.636 18%


2 entre 1.000 e 2.000 imóveis 10 15.135 35%
3 entre 2.000 e 4.000 imóveis 6 16.663 38%
4 acima de 4.000 imóveis 1 4.010 9%
Total 37 43.444 100%
Fonte: IBGE – Censo 2000

Existem no município 2 subestações, uma em Inoã e outra em Ubatiba, sendo estas


alimentadas por Linhas de Alta Tensão que partem respectivamente de Niterói e
Itaboraí.
Quanto à iluminação pública, esta se dá a cargo da prefeitura devendo ser muito
ampliada, pelo menos nos logradouros considerados como principais corredores ou as
vias coletoras e arteriais.

IX – EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS E QUALIDADE DE VIDA

Segundo a Lei 6766, lei federal de parcelamento, os equipamentos urbanos se


classificam em comunitários e de infra-estrutura básica, sendo os primeiros os
equipamentos de educação, cultura, lazer e similares (art 4°) e os últimos, os
equipamentos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto
sanitário e abastecimento de água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e
as vias de circulação pavimentadas ou não (art.2°).
Assim sendo, estaremos analisando os equipamentos urbanos comunitários, a partir
do levantamento das escolas, dos equipamentos de saúde, das áreas de lazer, das
praças, dos equipamentos de segurança e administração e dos equipamentos
religiosos.
Segundo as informações obtidas construímos a seguinte tabela, onde foram alocados
os equipamentos encontrados em cada bairro.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 138


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Tabela 54: Distribuição dos Equipamentos Comunitários por bairro


BAIRRO Pop. Escolas Unidades Igrejas Áreas de Praças Segurança Administração
Saúde Lazer Pública
Araçatiba 4.743 2 0 0 5 3 0 1
Barra de
Maricá 1.298 2 1 0 8 6 1 0
Cajú 872 1 0 0 0 0 0 0
Camburi 522 1 0 0 2 0 0 0
Caxito 713 1 0 0 3 0 0 0
Condado de
Maricá 420 0 0 0 7 1 0 0
Itapeba 5.824 4 1 0 13 0 0 0
Jacaroá-
Jrd.Lagomar 2.766 0 0 0 1 2 0 0
Maricá-
Centro 10.161 18 2 1 25 11 4 4

Pilar 387 3 0 0 3 0 0 0

Retiro 618 2 0 2 12 0 0 0
São Bento
da Lagoa 311 0 0 0 2 0 0 0
São José do
Imbassaí 5.391 5 1 6 11 4 0 0

Silvado 181 1 0 7 0 0 0 0

Ubatiba 3.786 2 1 1 4 0 0 0

Bananal 705 1 0 0 0 0 0 0
Engenho
Velho 526 0 0 2 3 0 0 0

Espraiado 389 1 1 1 1 0 0 0

Jaconé 454 1 0 5 5 0 0 0

Bambuí 1.440 1 1 0 0 4 0 1
Jardim
Interlagos 583 0 0 2 0 4 0 0
Lagoa de
Guarapina 1.354 2 0 0 11 6 0 0
Lagoa do
Padre 1.331 2 0 0 5 6 0 0
Manoel
Ribeiro 455 2 0 0 0 0 0 0

Pindobal 391 1 0 0 0 0 0 0

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 139


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Ponta
Negra 1.670 3 1 6 9 1 1 1

Bambu 5.499 4 0 7 9 2 0 0

Cassorotiba 6.482 4 1 17 7 2 0 0

Inoã 1.022 4 0 1 2 0 0 1

Itaitindiba 1.659 2 0 0 1 1 0 0
N. Sra. da
Conceição 1.271 1 0 1 11 0 0 0
Pedra de
Inoã 3.210 1 0 7 4 0 0 0

Cajueiros 689 2 0 0 7 2 0 0
Itaocaia
Valley 2.785 2 0 7 7 0 0 0
Jardim
Atlântico 4.014 3 1 4 19 17 1 1

Lagoa Brava 2.095 1 0 2 5 6 1 0


Recanto de
Itaipuaçú 545 2 1 1 4 1 0 0

TOTAIS 76.562 82 12 79 206 79 8 9


Fonte: PMM – DPUR, 2006

IX. 1. Educação
Com relação aos equipamentos de educação, podemos observar que o município de
Maricá é bem servido de escolas, num total de 82 unidades. Considerando que
existem escolas municipais, estaduais e particulares, a tabela a seguir nos mostra esta
subdivisão pelos bairros existentes.

Tabela 55: Distribuição das instituições de ensino por bairro


Escolas Escolas
BAIRROS Municipais Escolas Estaduais Particulares
Araçatiba 2 0 0
Barra de Maricá 1 1 0
Cajú 1 0 0
Camburi 0 1 0
Caxito 0 1 0
Condado de Maricá 0 0 0
Itapeba 0 2 2

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 140


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Jacaroá-Jrd.Lagomar 0 0 0
Maricá 1 4 13
Pilar 1 0 2
Retiro 1 1 0
São Bento da Lagoa 0 0 0
São José do Imbassaí 2 3 0
Silvado 1 0 0
Ubatiba 1 1 0
Bananal 1 0 0
Engenho Velho 0 0 0
Espraiado 1 0 0
Jaconé 1 0 0
Bambuí 1 0 0
Jardim Interlagos 0 0 0
Lagoa de Guarapina 1 0 1
Lagoa do Padre 1 1 0
Manoel Ribeiro 1 1 0
Pindobal 1 0 0
Ponta Negra 1 1 1
Bambu 1 3 0
Cassorotiba 1 2 1
Inoã 2 1 1
Itaitindiba 2 0 0
N. Sra. da Conceição 1 0 0
Pedra de Inoã 1 0 0
Cajueiros 1 0 1
Itaocaia Valley 0 0 2
Jardim Atlântico 0 0 3
Lagoa Brava 1 0 0
Recanto de Itaipuaçú 1 0 1
TOTAIS 31 23 28
Fonte: PMM – DPUR, 2006

A partir de uma análise quantitativa verificamos que o município é bem servido por
escolas havendo uma relação da ordem de 11.000 crianças em idade escolar29 sobre
82 escolas ou seja 134 crianças por escola. Quanto à sua localização espacial em
relação as densidades demográficas observamos que os bairros do Jardim Atlântico,

29
14% da Tabela 20 pela população total.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 141


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Lagoa Brava, Pedra de Inoã, Araçatiba e Lagomar já poderiam receber cada um, uma
escola a mais. Considerando as leituras comunitárias a população gostaria de ver uma
melhoria qualitativa nas unidades escolares e a implantação ou ampliação do ensino
médio assim como cursos técnicos e profissionalizantes.

Mapa 45: Distribuição das Escolas Municipais

Fonte: DPUR e dados da PMM

Mapa 46: Distribuição das Escolas Estaduais

Fonte: DPUR e dados da PMM

Quanto às escolas particulares estas se concentram ou se localizam


preferencialmente nos centros da Cidade e das Vilas e nos bairros mais densos. A
partir das leituras comunitárias foi recomendado que estas escolas tivessem uma
maior fiscalização por parte da Secretaria Municipal de Educação. Da mesma forma
DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 142
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

esta fiscalização e regulamentação também foi requerido para as creches sendo


solicitado também a implantação de mais creches.

Mapa 47: Distribuição das Escolas Particulares

Fonte: DPUR e dados da PMM

Considerando a implantação do Pólo Petroquímico de Itaboraí, seria muito


conveniente a abertura de cursos profissionalizantes dentro das atividades a serem
geradas com o objetivo de criar mais oportunidades de empregos aos residentes de
Maricá.

IX. 2. Saúde
Saúde é direito de todo cidadão e cabe ao Poder Público a garantia de um
atendimento de qualidade. Um grande número de doenças que acometem os
indivíduos é evitável por ações preventivas já conhecidas e comprovadamente
eficazes. É, portanto, fundamental que todos os cidadãos tenham acesso à prevenção
destas doenças, por meio de ações básicas de saúde.
O trabalho desenvolvido pelo Programa Saúde da Família – PSF, e dos Agentes
Comunitários de Saúde (cidadãos da própria comunidade que são treinados para
realizar visitas domiciliares e orientar as famílias) – PACS, busca levar a cada
domicílio o acesso ao tratamento e à prevenção das doenças. Essas equipes vão até
a casa das pessoas, prestando atenção para reconhecer os principais problemas,
evitando deslocamentos desnecessários às Unidades de Saúde e, juntos, procuram as
melhores soluções para enfrentar os desafios locais que possam estar determinando

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 143


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

os problemas de saúde, antes que eles se instalem de modo mais grave. Significa
atuar nos momentos precoces iniciais da transmissão de doenças, assim como sobre
os riscos sanitários, ambientais e individuais. Junto com a comunidade, cada equipe
deve elaborar um plano para enfrentar os principais problemas detectados e trabalhar
para desenvolver a educação de saúde preventiva, promovendo a qualidade de vida
dos habitantes daquela área.
A equipe de Saúde da Família é multiprofissional, composta por, no mínimo, um
médico de família e comunidade, um enfermeiro de saúde pública, um auxiliar de
enfermagem e de 4 a 6 agentes comunitários de saúde. Cada equipe trabalha em
áreas de abrangência definida, por meio do cadastramento e do acompanhamento de
um número determinado de famílias de forma individualizada. Cada equipe de Saúde
da Família acompanha de 600 a 1.000 famílias, com limite máximo de 4.500 pessoas
por equipe. Cada agente comunitário de saúde acompanha até o máximo de 150
famílias ou 450 pessoas.

Mapa 48: Distribuição dos Equipamentos de Saúde

Fonte: DPUR e dados da PMM

Com relação aos equipamentos de saúde, podemos observar que o município de


Maricá é bem servido destes equipamentos, num total de 30.
A principal concentração situa-se no Centro de Maricá, havendo também uma
incidência no Centro. Muitos bairros compostos de população de baixa renda, não
possuem equipamentos de saúde.
Maricá tem Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Estadual Plena, dispondo de 1
hospital, do próprio município, conveniado ao SUS. Oferece um total de 48 leitos

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 144


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

hospitalares, numa proporção de 0,6 leitos por mil munícipes, enquanto a média no
Estado é de 2,9 leitos por cada mil habitantes.

Tabela 56: Distribuição das unidades ambulatoriais


Posto de saúde 13
Centro de saúde 1
Pronto socorro especializado 1
Consultório 1
Clínica especializada 1
Centro/ núcleo de reabilitação 1
Outros serviços auxiliares de diagnose e terapia 4
Unidade de saúde da família 4
Unidade móvel para atendimento médico/odontológico 2
Unidade de vigilância sanitária 1
Unidade não especificada 1
Fonte: Estudos Socio Econômicos – Maricá – TCE-2004 30

IX. 3. Recreação
Com relação a existência de praças, podemos observar que no município de Maricá
pouquíssimas são as praças que estão adequadas ao uso recreacional, perfazendo
um total de 85 conforme Tabela 31.
Podemos observar no Mapa 32 a distribuição destas 85 praças. Muitas delas são
áreas livres, advindas dos loteamentos e condomínios que precisam ser aproveitadas
para este uso.
Com relação a existência de clubes e áreas de lazer, podemos observar que no
município de Maricá a maioria destes equipamentos pertencem a associações e
clubes fechados, ou seja, de natureza particular. Encontramos em Maricá um total de
25 clubes e áreas de lazer conforme nos mostra o Mapa 33.
Já em relação ao futebol, esporte de preferência nacional, no município encontramos
um total de 203 campos e quadras.

IX. 4. Equipamentos de Segurança

Com relação aos equipamentos de segurança, podemos observar que o Município de


Maricá possui 8 Postos Policiais de Polícia e 1 Corpo de Bombeiro, perfazendo um
total de 14 equipamentos. Enquanto os postos policiais parecem se localizar

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 145


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

estrategicamente nos bairros mais densos do município, o corpo de bombeiro se


localiza na RJ106.

Mapa 49: Distribuição dos Equipamentos de Segurança

Fonte: DPUR e dados da PMM

IX. 5. Equipamentos de Administração Pública


Finalmente ao analisarmos os equipamentos de administração pública iremos
encontrar os três poderes municipais, assim como as secretarias executivas, os
órgãos estaduais e os federais, além dos órgãos prestadores de serviços públicos.

Mapa 50: Distribuição dos Equipamentos de Administração Pública

Fonte: DPUR e dados da PMM

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 146


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Como era de se esperar a maior concentração destes equipamentos ocorre no bairro


do Centro, que tende cada vez mais a se especializar nesta função, havendo no
entanto pequenas descentralizações. O governo local também se faz representar
através de suas 5 Superintendências Regionais, em Itaipuaçu, no Jardim Atlântico, em
Inoã, em Ponta Negra e no Bananal.

IX. 6. Qualidade de Vida


A qualidade de vida é um conceito bastante amplo, abrangendo diversos aspectos,
tanto físicos quanto sociais.
Os aspectos físicos que são considerados comumente levam em consideração a
qualidade do meio físico urbano e rural, a qualidade do ar, das águas superficiais, a
amplitude da cobertura vegetal, a qualidade do ambiente construído e o saneamento
básico. Estas são as principais variáveis considerados para uma cidade e que
contribuem para a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.
Os aspectos sociais mais utilizados incluem índices de saúde, escolaridade, renda e
longevidade.

IX. 6.1. Índice de Desenolvimento Humano – IDH


Nos dias de hoje podemos contar com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)
desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
O IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Ele não
abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da
“felicidade” das pessoas, assim como nem indica “o melhor lugar no mundo para se
viver”.30
Esse enfoque é apresentado desde 1990 nos RDHs, (Relatórios de Desenvolvimento
Humano da ONU) que propõem uma agenda sobre temas relevantes ligados ao
desenvolvimento humano e reúnem tabelas estatísticas e informações sobre o
assunto.
O IDH, no Brasil é obtido nos municípios brasileiros através da média aritmética
simples de três sub-índices: o da longevidade, o da educação e o da renda.
O sub-índice do IDH relativo à dimensão Longevidade é obtido a partir do indicador

30
Informações do Site www.pnud.org.br/idh/

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 147


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

esperança de vida ao nascer, através da fórmula: (valor observado do indicador –


limite inferior) / (limite superior – limite inferior), onde os limites inferior e superior são
equivalentes a 25 e 85 anos, respectivamente.
O sub-índice do IDH relativo à Educação é obtido a partir da taxa de alfabetização e
da taxa bruta de freqüência à escola, convertidas em índices por: (valor observado –
limite inferior) / (limite superior – limite inferior), com limites inferior e superior.
O sub-índice do IDH relativo à dimensão Renda é obtido a partir do indicador renda
per capita média, através da fórmula: [ln (valor observado do indicador) – ln (limite
inferior)] / [ln (limite superior) – ln (limite inferior)], onde os limites inferior e superior
são equivalentes a R$ 3,90 e R$ 1560,17, respectivamente. Estes limites
correspondem aos valores anuais de PIB per capita de US$ 100 ppp e US$ 40.000
ppp, utilizados pelo PNUD no cálculo do IDH-Renda dos países, convertidos a valores
de renda per capita mensal em reais através de sua rês ão cação pelo fator (R$
297/US$ 7625 ppp), que é a rês ão entre a renda per capita média mensal (em
reais) e o PIB per capita anual (em dólares ppp) do Brasil em 2000.31

Tabela 57: Valores do IDH e seus componentes em 1991 e 2000


Município IDH IDH Renda Renda Longevidade Longevidade Educação Educação
1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000
Maricá 0,721 0,786 0,664 0,736 0,727 0,742 0,773 0,881
(RJ)
Fonte:Site www.pnud.org.br/idh/

Conforme podemos ver, dos 5507 municípios pesquisados, em 1991, Maricá se


colocou em 782º lugar, com 0,721 de IDH, onde o valor mais alto foi de 0,848 obtido
pelo Município de Águas de São Pedro em São Paulo e o valor mais baixo de 0,323 foi
constatado no Município de Curral Novo do Piauí.
Já em 2000, o Município de Maricá, apesar de ter obtido um valor mais alto, de 0,786,
ele passou para o 917º lugar dentre os mesmos municípios, pois o valor mais alto, de
0,919 foi para o Município de São Caetano do Sul em São Paulo e o valor mais baixo
foi de 0,467 encontrado no Município de Manari em Pernambuco.
Ao analisarmos os três sub-índices formadores do IDHM em Maricá, veremos que nos
três sub-índices o município apresentou acréscimos sendo o maior no quesito

31
Ibidem

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 148


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

educação, seguido pelo da renda e por último o da longevidade.


Com relação aos componentes do índice, em 2000, Maricá apresentou IDH-M
Educação de 0,881, 26º no estado, e pontuou 0,742 no IDH-M Esperança de Vida, 39º
posição dentre os noventa e um municípios analisados. Seu IDH-M Renda foi de
0,736, no qual o município ficou em 14º lugar no estado.
Ao checarmos os dados da Região Metropolitana de Rio de Janeiro iremos verificar
que também a região apresentou um decréscimo. Dentre as 33 regiões metropolitanas
do Brasil a Região Metropolitana do Rio de Janeiro saiu do 9º lugar em 1991 passando
para o 15º lugar em 2000, apesar do crescimento relativo de seus valores.

Tabela 58: Evolução do ranking das Regiões Metropolitanas


IDHM Rank IDHM Rank Cresc.
Região Metropolitana Relativo
1991 1991 2000 2000

Rio de Janeiro 0,764 9º 0,816 15º 6,8%


Fonte: www.pnud.org.br/idh/

IX. 6.1. Índice de Qualidade Municipal


Em maio de 2003, a Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro –
CIDE publicou o IQM – Verde II, seqüência do primeiro estudo, lançado em julho de
2001. Ambos comparam as áreas cobertas pelos remanescentes da cobertura vegetal
com as ocupadas pelos diversos tipos de uso do solo, criando, desta forma, o Índice
de Qualidade de Uso do Solo e da Cobertura Vegetal (IQUS). O monitoramento dos
diferentes ambientes fitoecológicos pode servir de guia para o estabelecimento de
políticas públicas confiáveis. As informações do mapeamento digital têm base em
dados coletados em 1994 (primeiro IQM) e em 2001 (segundo estudo).32
Maricá, com base no levantamento de 1994, se encaixava no cluster D1 – NATIVO I,
caracterizado como um agrupamento com grandes áreas de formações originais,
seguidas por um padrão homogêneo de áreas urbanas e pastagens, além da presença
de vegetação secundária.
Já em 2001, o segundo estudo classificou-o como pertencente ao cluster C2 –
RODEIO/VERDE II, caracterizado por altos percentuais de campo/pastagem, média de
44% do território; formações florestais na ordem de 6%, percentuais moderados de

32
Maricá - TCE

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 149


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

vegetação secundária, ocupando área média de 16%; média de 20% de áreas


urbanas, 2% de áreas agrícolas e existência de formações pioneiras, na faixa de 2%,
além de 10% do território ocupado por águas. Dentre as localidades deste
agrupamento, além de Maricá constam mais cinco municípios da Região das Baixadas
Litorâneas – Araruama, Armação dos Búzios, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e
Saquarema.

X – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A atividade econômica em geral no Município de Maricá se fixa em atividades


agropastoris, indústrias de pequeno porte, exploração de minerais, construção civil,
pesca e turismo.
A implantação da rodovia Amaral Peixoto, a RJ-106, associada às condições
município, propiciou o desenvolvimento da indústria da construção civil para
residências de veraneio e equipamentos turísticos.
O PIB do Município de Maricá estrutura-se pelos diversos seguintes setores:

Tabela 59: Produto Interno Bruto por Setores (1.000 R$)


Setores Produto Interno Bruto
Agropecuária 604
Extração Mineral 2.470
Indústria de Transformação 5.351
Comércio Atacadista 272
Comércio Varejista 14.247
Construção Civil 64.730
Setores Industriais de Utilidade Pública 25.464
Transportes 17.927
Comunicações 17.909
Instituições Financeiras 7.304
Administração Pública 23.702
Aluguéis 112.951
Prestação de Serviços 39.881
TOTAL 332.811
Fonte: PMM – Secretaria da Fazenda – CIDE - 2003

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 150


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Co mércio A tacadista
0% 1% 2%
A gro pecuária
0% 2% 4%
Extração M ineral
5% Indústria de Transfo rmação

35% 5% Instituiçõ es Financeiras

Co mércio Varejista
7%
Co municaçõ es

Transpo rtes
8% A dministração P ública

Seto res Industriais de Utilidade


P ública
19% 12% P restação de Serviço s

Co nstrução Civil

A luguéis

O PIB per capita no município em 2003, portanto foi da ordem de R$ 3.662,00, que
comparando com os dados de 2002 fornecidos pelos Estudos Socioeconômicos do
TCE mostram uma queda33.
Conforme podemos observar o setor que mais gera renda é o de alugueis sendo
seguido pela construção civil, representando estes dois setores 54% do PIB. Os
setores economicamente produtivos tais como, agropecuária, industria de
transformação e comercio varejista, contribuem respectivamente com 0%, 2% e 4%. O
terceiro setor que mais contribui para o PIB é a prestação de serviços com 12%.
Conforme foi discutido o município precisa investir mais nos setores produtivos.

X. 1. Setor Primário
No setor primário, os principais produtos agrícolas são a cana-de-açúcar, a
mandioca/aipim e a fruticultura. A pecuária, pouco expressiva, se baseia na avicultura
e na criação de bovinos.34

Tabela 60: Principais Lavouras em 2003


Permanentes Área Plantada Quantidade Produzida Rendimento Médio
Banana 305 ha 3.050 toneladas 10.000 Kg/ha
Coco da baía 20 ha 290.000 frutos 14.500 frutos/ha

33
O PIB per capita em 2002 foi de R$ 3.986,00 – Estudos Socioeconômicos - TCE
34
Estudos Socioeconômicos - TCE

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 151


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Laranja 10 ha 100 toneladas 10.000 kg/ha


Limão 24 ha 480 toneladas 20.000 kg/ha
Temporárias
Cana de açúcar 25 ha 740 toneladas 29.600 kg/ha
Feijão 3 ha 2 toneladas 666 kg/ha
Mandioca 46 ha 460 toneladas 10.000 kg/ha
Milho 1 ha 2 toneladas 2.000 kg/ha
Fonte: Estudos Socioeconômicos - TCE

A atividade pecuária praticada em Maricá é também de pouca expressão econômica


para o município e está centrada na criação de gado bovino. O efetivo dos rebanhos é
tão pequeno que a maior parte do gado consumido internamente é oriunda de outras
localidades.
Quanto ao rebanho eqüino, este se mostra expressivo havendo muitas fazendas e a
cultura do hipismo. Um rodeio que se insere no calendário de eventos do município
promete incentivar este setor.

Tabela 61: Principais Rebanhos em 2003


Rebanhos Efetivo
Bovinos 4.580 cabeças
Vacas leiteiras 1.322 cabeças
Suínos 244 cabeças
Eqüinos 378 cabeças
Asininos 13 cabeças
Muares 38 cabeças
Bubalinos 615 cabeças
Coelhos 35 cabeças
Ovinos 53 cabeças
Caprinos 288 cabeças
Galinhas 2.743 cabeças
Galos, Frangos, Frangas e Pintos 3.640 cabeças
Codornas 5.510 cabeças
Ovos de Galinha 23.000 dúzias
Ovos de Codorna 15.000 dúzias
Mel de Abelha 2.940 Kg
Fonte: Estudos Socioeconômicos – TCE

Ao todo são 19 empresas ligadas à agricultura, pecuária, silvicultura e exploração


florestal perfazendo um total de 131 pessoas ocupadas35.
Segundo a EMATER, atualmente, o regime de criação é extensivo e a principal causa

35
IBGE - 2003

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 152


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

de doenças que afetam o gado são as parasitárias.


De acordo com os dados do CIDE e os do TCE, são relevantes as mudanças
ocorridas nestes anos, durante os quais, campos e pastagens cresceram cerca de
20%, sem que isso no entanto significasse um aumento da produção pecuária. Em
relação a área de uso agrícola, esta não apresentou expressividade.36
O extrativismo no município, é representado por 4 empresas extrativistas que operam
nos seguintes bairros:

Tabela 62: Empresas de Exploração Mineral


Empresa Bairro Tipo de Extração
Bosque Fundo Caxito Saibro
Irmãos Figueiredo ?? Extração Mineral
Serta Morro dos Cajueiros Saibro
Cominat Morro do Céu Saibro

X. 1.1. A Pesca
A pesca em Maricá se faz representar por 12 Colônias de Pescadores que há muito
exploram as lagoas de Maricá onde outrora a produção era bastante abundante senão
colossal. Ha que tomar cuidados especiais quanto a pesca predatória que vem
afetando o ecossistema local.
As espécies mais encontradas são tainhas, acarás, bagres, pampos, linguados,
corvinas e crustáceos.37

Mapa 51: Distribuição das Fazendas e Colônias de Pesca

Fonte: DPUR

36
Maricá - TCE
37
Ibidem

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 153


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

X. 2. Setor Secundário
No setor secundário, os gêneros mais importantes estão representados pela extração
mineral e pela construção civil representada pelas tradicionais olarias, pré-moldados e
outros do gênero, em função da segunda residência (veraneio).
De acordo com o IBGE, Maricá abrigava em 2003, 17 unidades extrativas e 116
indústrias de transformação, ocupando cerca de 1.023 pessoas.
A Rodovia Amaral Peixoto é o local preferido para a instalação destas indústrias,
devido à facilidade de acesso e disponibilidade de infra-estrutura. A zona industrial
prevista em Inoã não vingou tendo sido inclusive parcialmente loteada para fins
residenciais. Com a localização do Pólo Petroquímico em Itaboraí, um outro eixo
bastante propício à instalação de indústria será a RJ114 que interliga Maricá à
Itaboraí, tornando assim este eixo, viável à instalação de um pólo industrial.

Mapa 52: Distribuição das Indústrias

Fonte: DPUR

X. 3. Setor Terciário
As atividades terciárias basicamente abrangendo as atividades comerciais e de
serviços, podem ser caracterizadas em quatro grupos: a cidade ou centro do Município
onde o comércio se encontram bastante concentrado. A seguir iremos encontrar os
centros das vilas, também conhecidos como subcentros a saber: o subcentro de Inoã,
principalmente concentrado num trecho bastante tumultuado da RJ106 e no início da
Estrada de Itaipuaçu. Em Itaipuaçú, encontramos um comércio concentrado no
Barroco e em Ponta Negra na Avenida São Pedro Apóstolo. Um terceiro grupo poderia

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 154


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ser caracterizado como comércio de bairro, se caracterizando como algumas


concentrações detectadas em Itaipuaçu, em alguns trechos da Estr. de Itaipuaçu, em
São José do Imbassai, ao longo da Estrada da Cachoeira, no Bambuí e em alguns
trechos da RJ-106 tais como em Itapeba, entrada de Ubatiba, entrada de Ponta Negra
assim como em alguns trechos da Ave. Central na Barra de Maricá e no Cordeirinho.
Por fim o quarto grupo seriam os comércios locais que a legislação urbanística vigente
denomina de Cento de Apoio Comercial Local e que se espalha por todo o município.
Dentre estes CACs, procuramos detectar os que realmente vingaram.

Mapa 53: Distribuição dos Centros e Subcentros de Comércio

Fonte: DPUR

X. 3.1. O Turismo
A questão do turismo como opção de desenvolvimento ainda está sendo pouco
explorada, constata-se no entanto que a expansão desta atividade está condicionada
à presença de condições mínimas de infra-estrutura. Por outro lado, Maricá apresenta
um grande potencial para o desenvolvimento turístico, porém não faltam acusações de
degradação cultural e ambiental, provocada pelo exercício das atividades econômicas
e pela falta de consciência destes dois temas.
Se o turismo for bem planejado e implementado adequadamente, ele contribui para
diminuir as desigualdades regionais: (a) gerando empregos e renda; (b) integrando ao

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 155


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

mercado de trabalho, um contingente populacional de baixa qualificação profissional


por meio da execução de atividades correlatas; (c) promovendo o desenvolvimento
sustentável de áreas com destacado patrimônio ambiental; (d) fixando o homem à sua
região evitando o êxodo rural; (e) protegendo o meio ambiente e o patrimônio histórico
e cultural; e (f) integrando, sócio-economicamente, a população (EMBRATUR/IBAMA,
1994).
Uma das formas de se entender as mudanças ambientais e alcançar uma melhoria na
qualidade de vida, tem sido através da Educação Ambiental, especialmente às que
incluem projetos e programas de ecoturismo em Unidades de Conservação (criação
de trilhas interpretativas, sinalizações ecológicas, elaboração de materiais educativos
como folhetos e cartilhas, coleta seletiva de lixo, etc.). Esta deve contar tanto, com
parcerias do poder público com a iniciativa privada, quanto incluir a participação
comunitária.

Mapa 54: Potencial Turístico

Fonte: DPUR

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 156


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

XI – QUADRO INSTITUCIONAL, FINANÇAS PÚBLICAS E


ORGANIZAÇÃO SOCIAL E COMUNITÁRIA.

XI. 1. Órgãos e Instituições Federais Sediados no Município


A presença do Governo Federal em Maricá se apresenta de acordo com a estrutura
organizativa da Presidência da República e dos Ministérios38.
Dentre alguns dos órgãos, vamos encontrar a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT), que em Maricá possui agências no Centro da Cidade e nos
subcentros das Vilas de Ponta Negra, Inoã e Itaipuaçu.
No âmbito da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Ministério de Minas
e Energia, encontramos a empresa AMPLA, responsável pelos serviços de iluminação
e energia elétrica.

XI. 2. Órgãos e Instituições Estaduais Sediados no Município


A Secretaria Executiva de Agricultura tem instalada no Município uma unidade da
EMATER.
Em Maricá o Corpo de Bombeiros Militar possui o 3.° Grupamento de Bombeiros
Militar da Região Metropolitana de Rio de Janeiro, localizado no bairro do Flamengo
Outro órgão executivo que, entre outras atribuições, administra a documentação dos
veículos e condutores, o Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro
(DETRAN) possui em Maricá uma agência situada no centro da cidade.
A Polícia Militar, uma instituição permanente, força auxiliar e reserva do Exército,
subordinando-se ao Governador do Estado, possui em Maricá o Clube dos Oficiais da
Polícia Militar do Rio de Janeiro, localizado em Itaipuaçu.

XI. 3. Administração Municipal

XI. 3. 1. Poder Executivo Municipal


A estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Maricá é atualmente composta
pelos seguintes órgãos:

38
Lei n.° 10.683, de 28 de maio de 2003.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 157


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Gabinete do Prefeito
Gabinete do Vice-Prefeito
Procuradoria Geral
Controle Interno
Superintendências Regionais (5)
1. Secretaria Municipal de Urbanismo, Obras e Meio Ambiente
2. Secretaria Municipal de Administração
3. Secretaria Municipal da Fazenda
4. Secretaria Municipal de Educação da Juventude e Esportes
5. Secretaria Municipal da Cultura
6. Secretaria Municipal de Saúde e Qualidade de Vida
7. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da Família e do Trabalho
8. Secretaria Municipal de Turismo, Lazer, Indústria e Comércio
9. Secretaria Municipal de Energia
10. Secretaria Municipal de Segurança
Defesa Civil

XI. 3. 2. Poder Legislativo Municipal


A Câmara Municipal de Maricá é formada por treze vereadores eleitos em 2004 para a
legislatura 2005/2008. A sua estrutura mantém os moldes usualmente adotados nos
municípios brasileiros a promulgação das novas constituições federal e estadual que
definiram um novo paradigma de organização do poder local, no qual a Casa
Legislativa assume uma importância inédita em nosso país, em decorrência do novo
papel atribuído às municipalidades.

XI. 3. 3. Poder Judiciário Municipal


O Fórum Municipal de Maricá está localizado no bairro de Araçatiba.

XI. 4. Conselhos Municipais


A Lei Orgânica Municipal de Maricá, de 5 de abril de 1990, prevê a criação de vários
conselhos, que não necessariamente se materializaram por meio de leis específicas.
Atualmente, verifica-se em Maricá dois conjuntos de situações: os conselhos que,
independentemente da sua composição e dinâmica, estão instituídos e em

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 158


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

funcionamento e aqueles que ainda não foram regulamentados e/ou não se encontram
instalados, conforme nos mostra a tabela a seguir.

Tabela 63: Conselhos Municipais previstos em Lei


CONSELHO LEGISLAÇÃO
1. Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Humanos Art.37
2. Conselho Municipal de Defesa do Adolescente Art.38
3. Conselho Municipal de Transportes Art.39
4. Conselho Municipal do Turismo Art.39
5. Conselho Municipal de Segurança Art.39
6. Conselho Municipal de Entorpecentes Art.39
7. Conselho Municipal de Defesa do Consumidor Art.39
8. Conselho Municipal da Pesca Art.328
9. Conselho Municipal do Meio Ambiente Art.332
10.Conselho Municipal da Saúde Art.366
11.Conselho Municipal da Educação Art.404
12.Conselho Municipal da Cultura Art.406
Fonte: Lei Orgânica Municipal

Neste contexto, a criação de associações de moradores e amigos de bairros


disseminou-se por muitos bairros do município.
O conceito de participação comunitária nas decisões e implementações de ações de
governo, principalmente na esfera municipal vem ganhando força e apoio legal mas
encontra ainda muitas dificuldades na sua implementação a nível local.

XI. 5. Finanças Públicas


De acordo com as informações obtidas na Secretaria Municipal da Fazenda
encontramos:

Tabela 64: Finanças Públicas


RECEITAS CORRENTES E DE CAPITAL VALOR
Tributária 18.000.322,00
Contribuições 6.227.793,00
Patrimonial 250.700,00
Serviços 2.129.508,00
Transferências Correntes 49.772.669,00
Outras Receitas Correntes 7.442.733,00
Operações de Crédito 2.000.000,00
Transferências de capital 3.743.680,00
TOTAL 89.567.405,00
DESPESAS CORRENTES E DE CAPITAL
Pessoal e encargos Sociais 32.411.195,00

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 159


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Juros e Encargos da Dívida 360.789,00


Outras Despesas Correntes 35.061.911,00
Investimentos 19.742.847,00
Amortização da Dívida 836.812,00
TOTAL 88.423.554,00
SUPERAVIT (RECEITA-DESPESA) 1.143.851,00
Fonte: PMM – Secretaria da Fazenda - 2006

No exercício de 2006, o município apresentou uma pequena autonomia financeira de


1,3% constatando-se que as despesas não superaram a receita. Ao que tudo indica a
situação melhorou tendo em vista que pelos estudos do TCE, nos anos de 2001 a
2003 as despesas foram maiores do que as receitas.
A receita tributária gerada no município corresponde a apenas 20% da receita total.
Quem mais contribui para a receita municipal são as transferências correntes da
ordem de 56%.
Conclui-se que o município não pode cobrir as despesas com as atividades e serviços
próprios da administração com recursos oriundos de sua competência tributária,
tornando-o mais dependente de transferências de recursos financeiros dos demais
entes governamentais. Conclui-se que toda a capacidade de investimento do
Município está atrelada ao comportamento da arrecadação de outros governos,
Federal e Estadual, em função das transferências de recursos.

XI. 6. Organização Social e Comunitária


Nas áreas urbanas, o movimento associativo, bastante desmotivado de moradores
restringe-se às Associações de Moradores dos Bairros.

XII – PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

As leituras foram realizadas por meio do emprego do Método ZOPP (do alemão:
planejamento de projetos orientado para o objetivo), que vem sendo utilizado há mais
de duas décadas de forma flexível com sucesso.
O Método desenvolvido pelo GTZ (Sociedade Alemã de Cooperação Técnica) como
um instrumento para a gestão de projetos de cooperação para o desenvolvimento

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 160


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

possui as seguintes características essenciais:


Transparência do processo participativo;
Técnica de visualização.

XII. 1. Transparência do processo participativo


Tendo em vista tratar-se de um processo participativo e de construção coletiva, é
importante que o processo se dê de forma transparente, ou seja, que todos possam
sair com o mesmo entendimento do que foi dito e discutido e, principalmente, com a
mesma clareza do compromisso firmado sob a forma de plano de ação a ser
desenvolvido.
O ZOPP compreende as etapas de diagnóstico, de priorização de problemas e de
construção do plano. Partindo-se da análise participativa, realiza-se a identificação
do problema central, sendo levantados os problemas e discutidos os objetivos para
elaboração e construção do plano. Para os objetivos deste trabalho e tendo em vista a
exigüidade de tempo, optou-se pela realização apenas da etapa diagnóstica e os
objetivos por tema como forma de prover subsídios à elaboração do plano diretor.

XII. 2. Técnica de visualização


Tendo em vista a heterogeneidade dos participantes, e o risco de monopolização da
discussão, da repetição estéril das queixas mais prementes, foi utilizada a técnica de
visualização que assegurou a participação e o entendimento homogêneo. Todas as
questões levantadas foram representadas de forma bastante sintética em fichas
coloridas que foram afixadas em quadros assinalados pelos temas, previamente
escolhidos. Desta forma todos puderam acompanhar visualmente o que estava sendo
dito, dinamizando o desenrolar do processo de elaboração e desenvolvimento da
problemática.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 161


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

As Leituras Comunitárias

Escola Municipal Prof.Ataliba de Macedo Escola Municipal Antonio Lopes Fontoura

XII. 3. Plano das Leituras Comunitárias e das Leituras Técnicas


Foram programadas 12 leituras comunitárias.

Tabela 65: Plano das Leituras Comunitárias


Data Distrito – Bairros Escolas

03/07 1º-Centro C.E. Elisiário Matta

05//07 1º-Itapeba E.M. Antonio L.Fontoura

07/07 1º-São José do Imbassaí Centro Integrado de Atendimento a Criança

14/07 1º-Barra de Maricá E.M.Ver.João da Silva Bezerra

10/07 1º-Cordeirinho-Bambuí E.M.Lúcio Thomé G.Feteira

12/07 4º-Ponta Negra E.E.Francisco José do Nascimento

14/07 4º-Bananal E.M.Amanda Pena A.Soares

15/07 2º-Inoã C.E.Dr.João M. Sobrinho

17/07 2º-Cassorotiba-Sta. Paula E.M.Ver.Osdewaldo M. da Matta

19/07 3º-Recanto de Itaipuaçu E.M. João Monteiro

24/07 3º-Lagoa Brava E.M. Marques de Maricá

26/07 3º-Itaipuaçu E.M.Prof.Ataliba de Macedo

O local de realização das oficinas foram as escolas municipais e estaduais espalhadas


pelos distritos do Município de Maricá de forma a facilitar e ampliar a participação.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 162


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Optou-se pelo horário das 16:30 em diante priorizando também facilitar a participação.

Tabela 66: Plano das Leituras Técnicas


Data Local Grupo envolvido
18/11/2005 Colégio Estadual Seminário Maricá (1)– Professores,
Elisiário Matta pesquisadores, representantes da
comunidade maricaense – Vide Folder
23/11/2005 Casa do Futuro Técnicos da Prefeitura
2/12/2005 Casa do Futuro Vários
2/12/2005 Sede da EMATER Representantes da EMATER
12/12/2005 Casa do Futuro Técnicos da Prefeitura e representes da
comunidade
16/12/2005 Casa do Futuro Técnicos da Prefeitura e representantes da
comunidade
17/12/2005 Casa do Futuro Reunião com professores e Associações de
moradores
19/1/2006 Sede do CEPEI em Membros do CEPEI - Itaipuaçú
Itaipuaçú
31/1/2006 Casa do Futuro Arquitetos e Construtores
15/3/2006 Auditório da Diretores das Escolas Municipais
Prefeitura
18/8/2006 Casa do Futuro Técnicos da Prefeitura
19/8/2006 Colégio Estadual Seminário Maricá Já (2) – Professores,
Elisiário Matta pesquisadores e representantes da
comunidade maricaense. Vide Folder
19/8/2006 Sede do CEPEI em Membros do CEPEI- Itaipuaçú
Itaipuaçú
22/8/2006 Câmara Municipal Vereadores

Vários foram os locais onde ocorreram as leituras técnicas pois nossa equipe também
se aproveitou de alguns eventos para se pronunciar e colocar em discussão o
desenvolvimento do Plano Diretor. Tais foram os casos de dois seminários que
ocorreram no Colégio Elisiário Matta, onde no segundo seminário fomos inclusive
convidados a participar como palestrantes.

XII. 4. Resultados
Apresentaremos a seguir a síntese dos resultados produzidos a partir da análise em
conjunto do material coletado nas leituras a partir dos temas previamente escolhidos e

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 163


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

que nortearam as leituras e debates.

TEMAS Problemas Propostas


Falta de consciência cultural . Maior divulgação de um
Meio Ambiente Cultural
Muita desinformação. calendário de eventos e maior
Monumentos e marcos participação comunitária.
históricos completamente Desenvolver atividades
abandonados. culturais para os jovens –
Projetos Culturais, tipo
música, dança e outros.
Recolocar a Estátua de José
de Anchieta. Valorizar e
iluminar os Monumentos e
Marcos Históricos do
Município. Preservar as
capelas históricas. Divulgar o
artesanato local e promover
seus artesãos.
Falta de consciência Educação ambiental.
Meio Ambiente Natural
ambiental. Desmatamentos. Elaborar uma Cartilha
Fiscalização ambiental Ambiental. Preservar as
precária. Poluição de quase lagoas e suas pontas.
todos os cursos de água além Dragagem dos canais.
do assoreamento de rios e Campanhas para o
lagoas principalmente a reflorestamento. Desenvolver
Lagoa do Padre. Invasões Projetos Ecológicos.
nas orlas das lagoas e Evitar a pesca predatória.
margens dos rios. Aumentar a limpeza das
praias nos fins de semana.
Regulamentar/normatizar os
acampamentos ou campings.
Infra-estruturar as trilhas e
divulgá-las regionalmente.
Insuficiência de transportes. Implantar ônibus escolares.
Meio Urbano, Transporte,
Estradas precaríssimas Melhoria e revisão dos
Uso do Solo e outros
principalmente as estradas de horários dos ônibus
Itaipuaçu, Jaconé e Caxito. compatibilizando-os com os
Falta iluminação pública nos horários escolares. Implantar
logradouros. Alagamentos os pólos de integração de
nos dias de chuvas. transportes e total revisão das
Ônibus da Costa Leste caindo linhas seja da Costa Leste
aos pedaços. como da N.Sra.do Amparo.
Modernização da Frota da
Costa Leste.
Muitos atropelamentos na RJ- Construção de mais
106 devido à insuficiência de passarelas com o
passarelas. aproveitamento do Portal de
Entrada da Cidade dando
também prioridade às
localizações das escolas e do
comércio.
Reurbanizar o Centro de Inoã.
Muitas invasões e descaso Conter as invasões e prover
Habitação
com os aglomerados habitações de baixa renda.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 164


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

residenciais das comunidades Reurbanizar os aglomerados


carentes. Déficit de casas de interesse social.
populares. Modernizar e rever o Código
Muitas irregularidades de Obras.
construtivas. Total
desrespeito ao código de
obras.
Incentivo exagerado aos
Condomínios Fechados.
Autorizações indevidas de
loteamentos rurais pelo
INCRA sem o conhecimento
do Município.
Educação: insuficiência de Mais escolas de 2º grau e
Equipamentos Comunitários
vagas no 2º grau. cursos técnicos e
profissionalizantes.
Mais creches.
Implantação de bibliotecas
municipais distritais.
Saúde: Hospital precário e Policiamento nas escolas.
insuficiência de postos de Mais postos de saúde e
saúde. farmácias.
Segurança precária. Mais postos policiais.
Recreação precária. Faltam Equipar as praças e implantar
área de lazer e praças mais áreas esportivas.
abandonadas quando não Implantar mais projetos
invadidas. esportivos. Proibir o uso das
praças que não seja o
recreacional esportivo.
Insuficiência de água Expandir a rede de
Saneamento Básico
abastecimento de água.
Inexistência de esgotos Implantar a rede de
esgotamento assim como
estações de tratramento.
Eliminar as valas negras.
Lixo Melhoria da limpeza urbana.
Desenvolvimento de
campanhas contra o lixo
jogado nas ruas e
implantação da coleta
seletiva.
Drenagem – Alagamentos Implantar um sistema de
Descontrole na implantação drenagem pluvial nos
de manilhas que servem tanto logradouros para evitar os
para o esgoto como para a alagamentos.
drenagem pluvial. Cadastrar as manilhas
existentes.
Desincentivo às atividades Desenvolvimento do Turismo.
Desenvolvimento Econômico
produtivas tanto urbanas Incentivar a formação de
quanto rurais. cooperativas de pescadores.
Transformação incontrolada Implantar agências de
das áreas rurais em áreas empregos e frentes de
urbanas. trabalho.
Melhoria das condições
sociais e econômicas do povo

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 165


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

maricaense.
Manter e incentivar as poucas
atividades rurais.
Competência acumulada por Provocar e abrir para a
Gestão Municipal
algumas secretarias, falta de participação comunitária.
infra-estrutura para o pleno Implantar o Orçamento
funcionamento das Participativo e os Conselhos
secretarias e insuficiência de Comunitários Distritais. Rever
fiscalização no município. e redefinir as competências
Participação comunitária das Superintendências
pouco desenvolvida e não Regionais.
incentivada. Revisão e atualização do
Código de Obras. Extinguir a
mais valia. Melhorar a
fiscalização e promover
adequadamente a
regularização dos imóveis
irregulares. Implantar o
Código Ambiental.

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 166


PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Bibliografia
ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12267/92.
Normas para elaboração de Plano Diretor. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050.


Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2004.

Brum, Cezar. Contando a História de Maricá . Maricá: GBN Designer´s 2004

CIDE. Índice de Qualidade dos Municípios – Verde I, Rio de Janeiro, 2000.

CIDE. Índice de Qualidade dos Municípios – Verde II, Rio de Janeiro, 2003

ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, Instituto Brasileiro de Geografia


e Estatística – IBGE, Rio de Janeiro, 1959.

Gomes, Maria de Lourdes Teixeira. Pesca Predatória Ameaça Ecosistema Lagunar


de Maricá Jornal de Maricá Ano XLVII Nº 47 Agosto 2002

Guichard, Désirée. O Lugar das Classes Médias em Maricá. Dissertação de


Mestrado, Universidade Federal Fluminense. Niterói 2001

IBGE – Censo Demográfico 2000

IBGE – Censo Demográfico 1991

Lambraki, Alexandra. Compêndios da História de Maricá. Maricá: Cop Editora e


Gráfica Ltda. 2005

Lei Orgânica Municipal de 05/04/1990

Martins, Ângela Maria Moreira,. O Parcelamento da Terra no Município de Maricá,


Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 1986

Plano de Desenvolvimento Urbano de Marica – 1984 -1988. Lei Nº 463de 17/12/1984

Santos, H.G. at ai. Símbolos e convenções para identificação de classes de solos. In


Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.21, nº 3,
p.119-122, Set/Dez 1996

Serviço Geológico do Brasil-CPRM, Ministério de Minas e Energia. Estudo


Geoambiental do Estado do Rio de Janeiro. Brasília, 2000 (vários autores)

Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, TCE. Estudos Sócio-econômicos de


Maricá. Rio de Janeiro 2004

DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 167

Você também pode gostar