Manual Detalhamento Techsteel
Manual Detalhamento Techsteel
Manual Detalhamento Techsteel
Curso de Detalhamento
Fundamentos e Prática atual
Capitulo 1 – Introdução
A NBR 7007 tem por objetivo estabelecer requisitos mínimos para os aços carbono e os
chamados aços microligados, laminados a quente para aplicação em perfis para uso
estrutural. Os aços abrangidos por essa norma são classificados segundo suas
propriedades mecânicas, nos seguintes graus: o aço carbono NBR 7007 grau MR 250 e
os aços microligados NBR 7007 grau AR 350, NBR 7007 grau AR 415 e NBR 7007 grau AR
350 COR.
Planta de cobertura:
Etapas de projeto
Os projetos, desde sua idealização, passam normalmente pelas seguintes etapas:
a. Projeto de Arquitetura
b. Projeto Estrutural (Básico/Executivo)
c. Detalhamento de Fabricação
a. Projeto unifilar: Projeto mais simples, mas que determina a geometria, perfis, lista de
material com peso previsto para obra e notas gerais para a estrutura;
b. Projeto executivo: Bem mais elaborado, estuda as interferências a fundo, determina
todas as ligações (ou critérios para as ligações) da obra, listas de material e demais
informações necessárias ao desenvolvimento do detalhamento e fabricação.
Arquitetura
Cálculo
Estrutural
Projeto básico
Detalhamento
Fabricação
Fabricação
Montagem
(Corte, furação e
(Diagramas)
solda)
O projeto de detalhamento, que é nosso objetivo, deve ser completo e possuir 100% das
informações necessárias para compra dos materiais, fabricação das peças e para montagem
para a obra.
O escopo de serviços deve ser sempre bem definido no início dos trabalhos, mas o usual de
mercado é que o detalhamento deve seguir o projeto executivo, sem precisar buscar
informações junto à implantação, equipamentos ou arquitetura da obra. Estas informações e
interfaces são resolvidas pelo projeto executivo.
O projeto básico já fornece uma lista de material que pode ser usada para o provisionamento,
mas é comum que as fábricas precisem de uma lista mais detalhada para efetuar as compras.
Uma forma comum de se obter uma lista de compra antecipada, é a partir do modelo 3D da
estrutura. Finalizada a etapa de modelagem, os programas atuais fornecem listas detalhadas e
com grande confiabilidade.
Os parafusos de ligação também devem ser comprados com antecedência. No entanto, não é
possível ter uma lista de compra dos parafusos até que tenhamos todo o detalhamento
executado.
Processos de fabricação
A matéria prima (perfis e chapas) passa por vários processos que as transformam em peças da
estrutura final. Para todas estas operações, são utilizadas informações oriundas do
detalhamento de fabricação.
Embora o processo de fabricação seja mais complexo do que estamos colocando aqui,
podemos resumir esta operação em :
Processo de detalhamento
O processo de detalhamento de fabricação, utilizando-se ferramentas de modelagem 3D,
atualmente pode ser esquematizado da seguinte forma:
Modelagem
3D
Resolução de
pendências
Verificação
Desenhos de Desenhos de
Fabricação Montagem
Verificação Verificação
Os perfis e chapas são desenhados com linha contínua que representam seu contorno. O
desenho de linhas escondidas (tracejadas) é necessário para ajudar a identificar os perfis e
suas composições.
As furações, dependendo da vista que está sendo representada, será um círculo ou a projeção
do furo :
As cotas devem ser colocadas de forma que sejam lidas da esquerda para direita, e de baixo
para cima.
Materiais
Chapas Perfis
Chapas Finas a
quente
Chapa Zincada
1. Chapas
As chapas são representadas com seu contorno. Possuem duas dimensões que correspondem
ao retângulo que envolve a chapa e uma bitola, que é sua espessura. As espessuras de chapas
podem ser representadas em polegadas ou em milímetros (mm).
Exemplo de chapa :
Notar que :
Propriedades mecânicas :
Chapas Grossas
São produtos oriundos do laminador de chapas grossas (LCG) e do laminador de tiras a quente
(LTQ). São fornecidos nas espessuras de 1/4” a 4” nas larguras de 1000mm a 2440mm.
propriedades mecânicas. Mediante acordo prévio poderão ser fornecidas segundo normas
estruturais com o limite de resistência inferior a 490MPa (LR < 490MPa).
Chapas Zincadas
Produto laminado a frio e revestido integralmente com uma camada de zinco pelo
processo de imersão a quente. São produzidas nas espessuras de 0,35mm a 1,95mm e na
largura de 1000mm a 1500mm.
2. Perfis Laminados
Os Perfis laminados são comprados prontos, conforme padronização de fabricação das usinas
siderúrgicas. Os perfis laminados principais em função da sua seção transversal são :
Deve-se procurar representar peças com perfil “U” através da Vista “B” acima, ou seja, sempre
visto de costas. Isto para que fique mais rápida a leitura e diferenciação em relação aos perfis
tipo “I”.
Barras redondas
Muito utilizadas na fabricação de chumbadores e contraventamentos. As barras redondas
são produzidas por laminação com aços de acordo com a norma brasileira NBR 7007 /
MR250 (ASTM A36) para fins estruturais e de serralheria. Também podem ser produzidas
segundo as normas SAE 1010 / 1020 / 1045 para fins mecânicos.
Barras Chatas
As barras chatas são laminadas com aços produzidos de acordo com a norma brasileira NBR
7007 / MR250 (ASTM A36) para fins estruturais e de serralheria. Também podem ser
produzidas segundo as normas SAE 1020 / 1045 / 1060 e 1070. As principais aplicações são na
mecânica em máquinas e equipamentos e na indústria mecânica em geral. São fornecidas no
comprimento de 6,0m.
3. Perfis Soldados
Os perfis soldados, são montados através de chapas. O caso mais comum é o perfil “I” soldado.
Os perfis soldados (PS) podem ser descritos através da sua altura “H” e do seu peso unitário
(PS400x60 Kg/m) ou através de suas medidas, obedecendo a ordem PS H x B x tf x tw
(PS600x300x1/2”x1/4”). Existem perfis soldados tabelados, do tipo “VS”, “CVS” e “CS” que
normalmente são descritos pela altura e peso (VS 600 x 95, CS 450 x 154, etc...)
4. Perfis Dobrados
Estes perfis são feitos a partir de tiras de chapas dobradas, formando a seção transversal
necessária ao projeto. As formas mais comuns são :
5. Cálculo de pesos
Perfis Laminados
Para perfis laminados o peso unitário é sempre tabelado e muitas vezes faz parte da
própria descrição do perfil (Ex. W530x66,0 – significa que pesa 66 Kg/m). Deve-se ter
o cuidado especial para as unidades, uma vez que o comprimento dos perfis é dado em
mm e o peso em Kg/m.
Exemplos :
W530x66 x 4560mm = 301 Kg (66 Kg/m x 4,56m)
L2.1/2”x3/16¨ x 2340mm = 11 Kg (4,57 Kg/m x 2,34m)
Perfis Soldados
Muitos perfis soldados são tabelados, o que torna o cálculo de peso similar ao dos perfis
laminados. Para os casos de perfis não tabelados, calcula-se o peso unitário da seguinte
forma :
Perfis dobrados
De forma similar aos perfis laminados, calculamos a área em cm2 e multiplicamos por
0,785 para obter o peso unitário em Kg/m. Existe porém uma peculiaridade no cálculo
da área transversal dos perfis dobrados que considera o esticamento da chapa para cada
dobra feita. O processo de cálculo é o seguinte :
Chapas
O peso unitário das chapas é em Kg/m2 ao invés de Kg/m como nos perfis. Pode-se
calcular o peso unitário de uma chapa multiplicando-se sua espessura em mm por 7,85
(Ex.: CH 1/4” Peso = 6,35 mm x 7,85 = 49,8 Kg/m2 )
Os gabaritos de furos, quando indicados nos furos em projeção de perfis, devem ser
interpretados da seguinte forma :
Uma outra forma de representar a mesma viga, sem o uso do gabarito seria :
a. Cada peça (viga, coluna, contravento, etc...) terá seu peso calculado considerando-se
sem comprimento teórico. Despreza-se os recortes que serão feitos para ligações.
b. Chapas de piso e grades são levantados pela área de cobertura, sem levar em conta
pequenos recortes e ajustes.
c. O peso de elementos de ligação (chapas, cantoneiras, parafusos, etc...) é estimada
como 10% do peso teórico dos perfis.
d. Devem ser levantadas individualmente ( não incluso no percentual acima) chapas de
base de colunas pesadas ou casos especiais onde o peso seja significativo.
e. Não se faz estimativa de parafusos no projeto básico.
Exercícios
Exercício 1 : Desenhe abaixo (mão livre e sem escala) as seguintes
peças metálicas e indique o seu peso:
a. Cantoneira L102x9,5x 1.000
b. U8”x17,10x2.000
c. W150x13x500
d. PS200x100x9,5x6,3x10500
e. CH1/2”x150x300
f. U100x50x3,0x6000
Ligações parafusadas
Tipos de parafusos
Os principais tipos de parafuso são:
a. Parafusos comuns ASTM A307 : São parafusos de custo mais acessível, utilizados em
conexões de menor responsabilidade tais como ligações de terças e longarinas, fixação
de guarda-corpo, estruturas secundárias ou com baixa carga.
b. Parafusos de alta resistência ASTM A325 ou ASTM 394 : São utilizados em ligações de
maior responsabilidade, tal como emendas de peças estruturais, ligações de treliças,
ligações de colunas e vigas, etc...
Note que o tamanho dos furos é sempre um pouco maior que o diâmetro do parafuso, isto
para que haja uma tolerância na fabricação. A folga, segundo a norma americana, é de 1/16¨
(1,6mm).
Na prática, utilizamos as tabelas dos fabricantes indicando qual comprimento usar para
cada intervalo de Grip (abaixo tabela da Ciser – Parafusos A325):
Por exemplo : Se estivermos parafusando uma chapa de ¼” com outra de 3/8” (Grip =
15,85mm) com um parafuso de ½” (A325), precisaremos de um parafuso de ½”x 1.1/2”.
Tipos de ligação
Os parafusos podem estar sujeitos a um cisalhamento simples (um plano de corte apenas), ou
a múltiplos planos de corte, conforme figuras abaixo :
Valores “G”
Paraf.
25 32 38 45 51 57 64 70 76 83 89 95 102
1/2" 29 22
5/8” 41 35 29 16
3/4" 51 48 41 35 25
Distância “C”
7/8” 64 61 54 51 45 35 19
1” 73 70 67 64 57 51 41 29
1.1/8” 83 79 76 73 70 64 57 51 38 22
1.1/4” 92 89 86 86 83 76 70 64 57 48 35
1.3/8” 102 102 98 95 92 89 83 79 73 64 54 45 25
1.1/2” 111 111 108 105 102 98 95 86 79 73 64 51 38
que “G1”):
Ligações de viga
As ligações de viga principais são :
As vigas podem ter recortes de encaixe em uma ou nas duas mesas. Os encaixes devem
ter as dimensões necessárias para evitar a interferência mais uma folga de 10mm :
Ligações Soldadas
Definição
A soldagem é um processo que visa a união localizada de materiais de forma permanente,
baseada na ação de forças em escala atômica semelhantes às existentes no interior do
material e é a forma mais importante de união permanente de peças usadas industrialmente.
Para fins de estruturas de aço, os dois tipos mais importantes de soldagem são : Soldas de
filete e soldas de entalhe.
Nomenclatura
Simbologia
As soldas devem ser representadas de forma clara nos projetos de detalhamento. A definição
de que solda usar, é feita pelo cálculo e projeto básico. No detalhamento, é preciso assegurar
que todas as soldas sejam indicadas de acordo com a definição do projeto básico. Estas
informações serão usadas pelo pessoal de fábrica e inspeção.
Para representação gráfica das soldas, o mercado nacional utiliza a simbologia do AWS
(Americam Welding Society – Sociedade americana de soldagem). Em alguns projetos básicos
europeus, encontramos a simbologia de solda conforme ISO. Uma análise desta simbologia
está fora do escopo deste estudo.
A simples indicação de onde soldar, não é suficiente para a fabricação das peças e ofereceria
alto risco. Veja na figura abaixo a indicação de “solde aqui” e três tipos de interpretação para
isso :
A figura (b) mostra um filete simples, a (c) um filete duplo e a (d) uma solda de entalhe.
Obviamente que existe uma diferença significativa em termos de resistência das três soldas
apresentadas.
Para representar as soldas, utilizamos uma seta (indicando a localização) , uma linha sólida que
contém a tipologia e a cauda da solda com informações complementares (nem sempre
necessárias):
A seta, que aponta para a localização da solda, também pode indicar a solda do “lado oposto”.
Veremos que isto é muito útil na hora de elaborar os desenhos.
A simbologia da solda no lado da seta é indicada abaixo da linha e a solda do lado oposto
acima da linha. Veja abaixo :
Localização da simbologia
Veja abaixo a solda de entalhe em “V”. A localização da simbologia nos desenhos pode ser em
planta (a) ou em corte (b).
Soldas de campo
Se as soldas devem ser executadas em campo (na montagem), ao invés de soldas de fábrica, a
simbologia recebe um bandeira :
Dimensões da solda
Além do tipo de solda, temos que definir algumas dimensões na simbologia de solda. Por
exemplo, para solda de entalhe onde nenhuma dimensão é informada, a interpretação da
fabrica é de que se trata de uma solda com penetração total :
Para soldas de filete, temos que indicar o tamanho do filete a ser usado. O tamanho do filete é
dado pela “perna” da solda :
Chumbadores e inserts
Chumbadores são peças metálicas rosqueadas que fazem a fixação de estruturas metálicas em
estruturas de concreto armado. Podem ser para fixação de bases de colunas, apoio de vigas
metálicas chegando em colunas de concreto, etc...
Seja qual for a tipologia dos chumbadores, é comum que os desenhos de chumbação ( aqueles
que quantificam e posicionam os chumbadores na obra) tenham que ser emitidos
Note que :
Passo 2 – Vamos definir a linha de furação. Vamos procurar nas tabelas de gabaritos de
furação para perfis laminados. Lá encontraremos que o gabarito de furação para a cantoneira
de 2” é de 30mm.
Para determinar a localização dos furos, vamos nos lembrar das indicações das distâncias entre
furos e de furo a bora, que no caso de parafusos ½” são de 38mm e 22mm respectivamente :
Passo 4 – Basta indicar o diâmetro dos furos a serem fabricados. Conforme manual, no caso de
parafusos de ½”, usamos furos de 14,50mm :
Note que não é necessário indicar o diâmetro dos furos individualmente, já que todos os furos
na linha de gabarito possuem o mesmo diâmetro.
Passo 1 – Vamos iniciar com a viga. Temos que fazer a representação de perfil (indicando a
bitola) e a cota de corte :
a. Para parafusos de 5/8” usamos distância entre furo e borda de 30mm e entre furos de
60mm.
b. Para ligação de vigas de W360, a primeira linha de furos fica a 75mm do topo e as
demais a 75mm cada.
c. Lembrar de indicar o diâmetro do furo (não do parafuso), que para 5/8” será de 18mm
a. O gabarito de furação para a mesa do perfil W360, quando usamos parafusos de 5/8”
é de 70mm
b. No sentido longitudinal, vamos adotar uma distância entre furos de 100mm. Desta
forma, teremos aproximadamente 75mm entre os furos e as extremidades do perfil da
coluna.
c. Temos que verificar se a aba da viga suporta os parafusos de 5/8” com o gabarito de
70mm. Perceba na figura abaixo, que sobra uma distância entre furo e borda de
28,50mm. Considerando que o limite mínimo é de 24mm, podemos aceitar. Na tabela
de gabaritos, notar que existe uma coluna em que se especifica a dimensão mínima da
mesa. Para o caso de 5/8”, a mesa mínima é de 120mm. Temos 127mm, portanto
suficiente. Para o eventual uso de 3/4", a mesa mínima já é de 140mm, portanto não
poderíamos usar para o W360x32,9.
Passo 5 – Para calcular o comprimento dos parafusos, basta ver na tabela de comprimentos. O
“Grip” será de 8,5mm + 9,50mm = 18mm. Usaremos paraf. 5/8” x 1.3/4”
Passo 1 – Para calcular o comprimento da viga, temos que considerar descontos nas
extremidades.
Notar que :
Passo 2 – Vamos calcular os recortes necessários para resolver a interferência entre as vigas.
As linhas tracejadas são as linhas de corte, mantendo uma distância de 10mm das bordas das
vigas. Temos que :
Notar que :
a. As linhas entre eixos (dist. 1500mm), bem como as linhas de recorte tracejadas, estão
indicadas para fins didáticos apenas. Elas não fazem parte do desenho final de
detalhamento;
b. As cotas de recorte de encaixe fazem parte do detalhamento;
c. O comprimento final da viga será 1472.
Passo 4 – Para determinar a linha de furo vertical nas extremidades do perfil, é preciso levar
em conta a cantoneira a ser usada. No nosso caso, estamos usando parafusos de ¾” o nos leva
a usar uma cantoneira de 4” ou maior (ver tabela que relaciona bitolas de cantoneiras com
paraf máximo a ser usado). Notar que a distância de 45mm entre furo e borda é maior do que
40mm (dist. mínima).
Passo 5 – Vamos inserir as linhas de furação considerando parafusos de 3/4". Sabemos que a
distância entre furo e borda deve ser de 45mm (ver acima) e as linhas de furos horizontais
estão espaçadas de 75mm. Sendo assim :
Notar que :
Cada peça é inicialmente fabricada isoladamente, com todos os seus recortes, dobras e
furação. Posteriormente são soldadas entre si compondo então o conjunto. Desta forma
existem marcas para peças individuais (Peça 1 e 2 no exemplo acima) e uma marca do
conjunto (Coluna C1).
Desenho de um conjunto
O que difere o desenho de um conjunto daquele feito para as peças? O que falta indicar num
desenho de conjunto que não foi indicado nos desenhos de peças que vimos até aqui?
Precisamos incluir :
a. Cotas de locação
b. Indicação de Soldas
Sem uma cota de locação da peça 1 em relação a Peça 2, é impossível definir como construir a
viga. A Peça 1 pode estar em qualquer lugar, desde que encostada na mesa da viga.
Algumas chapas, como no caso acima, não precisam de cota de locação caso estejam
centradas e/ou alinhadas com alguma extremidade do perfil. Por exemplo :
Notar que :
a. Definimos a posição da peça 1 (chapa) no sentido longitudinal da viga com a cota 15;
b. Mesmo que tenhamos a peça detalhada no desenho, devemos colocar a cota vertical,
para assegurar a eventual folga para solda e para facilitar a inspeção;
c. As cotas de locação estão em relação ao centro do furo. Sempre que possível,
devemos posicionar chapas a partir de um dos furos;
d. Notar a indicação da solda de filete. Temos que definir a localização da chapa e a solda
a ser usada para fixa-la.
A lista de material, mostrada nos desenhos deve definir os dados do conjunto (marcação,
quantidade e peso) além de incluir para cada peça componente :
a) A marca de identificação;
b) Bitola;
c) Dimensões;
d) Quantidade de peças necessárias para cada conjunto;
e) Tipo de material;
f) Peso unitário e total.
Notar que :
a. Notar que os perfis laminados possuem apenas um dimensão e que a chapa possui as
duas dimensões;
b. A importância da indicação da qualidade do material;
c. A quantidade de cada um dos componentes que é necessária para a montagem da
viga.
Notar que :
Um prática comum é usar o número do desenho como prefixo para a marca dos conjuntos. Por
exemplo, se a coluna “C1” está no desenho de número 15, sua marca será : “15-C1”. Este
critério ajuda a rápida referência entre peças e seus desenhos para a fábrica, verificadores,
inspetores e montagem.
Já a marcação das peças isoladas, normalmente é feita por números simples e sequenciais,
iniciando 1 e indo até o último número utilizado. Este critério é mais utilizado atualmente com
o uso de modeladores 3D que possuem grande capacidade de gerenciar a marcação de peças.
Uma peça com a marca “1”, por exemplo, será idêntica em qualquer desenho que ela seja
usada para formar conjuntos. Isto pode ajudar na produtividade de fábrica. Já, se uma desta
chapas de marca “1” tiver um recorte diferente, os programas automaticamente mudam esta
marcação para que não haja interferência.
Exercício 4 :
Respostas :
Exercício 1 :
Exercício 2 :
Exercício 3 :
Exercício 4 :
Introdução
Este capítulo tem por objetivo, olhar em maior detalhe as particularidades na fabricação e no
detalhamento dos principais tipos de peças estruturais :
As estruturas que envolvem cobertura e fechamentos (Tesouras, terças, etc...) serão tratadas
no capítulo 6.
a. Locação da obra, incluindo definição dos eixos e filas com suas respectivas distâncias;
b. Detalhe das bases das colunas, com dimensões e arranjo dos chumbadores;
c. Definição dos níveis de apoio (bases) da estrutura metálica.
Gabaritos de Chumbação
O correto posicionamento dos chumbadores nos blocos de concreto possibilita a montagem
posterior das colunas. Como veremos a seguir, furações para chumbadores possuem folgas
mais generosas do que as ligações parafusadas, mas mesmo assim são tolerâncias baixas e
exigem uma concretagem correta dos chumbadores.
O gabarito pode ser fabricado com chapas finas e/ou cantoneiras. Normalmente os gabaritos
indicam as linhas de eixo (riscadas na chapa) para ajudar a topografia na verificação de sua
posição. No gabarito, a furação é feita sem folgas, ou seja, diâmetro do furo igual ao diâmetro
do chumbador.
Exemplo ilustrativo
Abaixo temos um exemplo real de plano de bases
Notar que :
Notar :
a. Fornece os diferentes níveis de apoio para cada eixo da estrutura, sem a necessidade
de se repetir o detalhe;
b. Especifica quantas vezes ocorre o detalhe (26x);
Colunas
As colunas são elementos estruturais verticais que transmitem os esforços da estrutura para as
bases.
As colunas podem ser de alma cheia (perfis laminados ou soldados), perfis compostos (dois ou
mais perfis soldados entre si) ou treliçadas.
As colunas de menor porte, para sustentar as terças de fechamento lateral, lances de escada,
pequenas plataformas, etc... também são denominadas de “colunetas”.
Desenho de colunas
Abaixo um desenho didático de uma coluna para que possamos analisar alguns aspectos
importantes :
f. Pontos de referência importantes são cotados também com a Elevação (ver nos
exemplos).
a. A solda entre a chapa e coluna. Esta solda é sempre uma solda crítica e costuma vir
com alguma recomendação de ensaio. Nos exemplos de colunas do item anterior,
podemos ver as soldas especificadas (Soldas de entalhe) com a informação de ensaio
(US = Ultra Som)
b. Furação para os chumbadores. A furação para os chumbadores não seguem as
mesmas folgas das demais conexões parafusadas. Sendo assim, para placas de base,
especificamos o diâmetro do chumbador a ser usado e o diâmetro da furação.
A recomendação do Prof. Ildony para furos na chapa de base e na arruela seguem abaixo :
Podemos notar :
a. Por contato : Não há folga entre os dois perfis e a carga de compressão é absorvida
também pelo contato entre os perfis. Para ligações deste tipo, as superfícies dos dois
perfis devem ser usinadas de forma a permitir um contato completo. Esta não é a
opção mais comum de projeto, e quando utilizada deve constar de nota no básico
incluindo a solicitação de usinagem.
b. Por talas e parafusos : Ligação mais comum (como no exemplo da ligação acima),
prevê uma folga de 10mm entre os dois perfis. Todos os esforços são transmitidos
pelas talas e parafusos.
coluna e (b) faça uma emenda com penetração total. Estas emendas de aproveitamento de
material não são indicadas no detalhamento.
Análise do detalhamento :
a. Estão especificadas as faces “A”, “B”, “C” e “D”. As faces “A” e “C” desenhadas ao lado
poderiam ter incluído também as letras para clarear o desenho.
b. Indicado o nível de apoio da coluna (EL 25.000)
c. Indicado os diâmetros de furação da chapa de base (27mm). Embora não seja
necessário para a fabricação, seria melhor se estivesse indicado o diâmetro do
chumbador que será utilizado. Provavelmente trata-se de um chumbador de ¾”
(19mm), que conforme tabela de furação, teria o furo de 19 + 8 = 27mm
d. Está indicada a orientação para montagem da coluna (Marque Face “A” Leste)
e. Está indicada a marca da coluna 131C
f. Está indicada a localização das colunas ( Eixo A / 35, 36, 40@48, 50, 53@60),
totalizando 20 colunas (como podemos confirmar na LM abaixo)
g. Indicada a cota total da coluna (2455mm)
h. As peças componentes estão indicadas com as suas respectivas marcas (ver na LM). A
chapa de apoio 2-4 está mostrada no detalhe acima, as outras chapas (2-18 e 2-22)
também devem estar detalhadas no mesmo desenho.
i. Lista de Material (LM) com a quantidade total de colunas (20x) e seus componentes
com as informações necessárias.
Nervuras de enrijecimento
Quando as colunas são conectadas a vigas com esforços maiores, é comum o uso de nervuras :
a. As colunas são as primeiras peças a serem montadas em campo, por isso deverão ter
prioridade no detalhamento de fabricação. Eventuais pendências de projeto básico (
locação dos suportes de fechamento lateral, nível de chegada de vigas, ligações de
contraventamento, etc..) que impossibilitem a conclusão do detalhamento devem ser
comunicadas ao cliente com urgência;
b. As colunas são geralmente peças mais pesadas e de fabricação cara (soldas mais
elaboradas, perfis e chapas de maior bitola, conjunto de furação complexo, etc...).
Além disso, uma coluna com erro de fabricação tem um potencial nocivo grande em
relação ao progresso de montagem. Isto exige que a verificação do detalhamento das
colunas seja sempre tratado como maior rigor;
Colunas Treliçadas
Veja abaixo um exemplo típico de utilização de colunas treliçadas :
No caso acima, retirado de um PB real, podemos ver um galpão com pontes rolantes
sustentadas por colunas treliçadas. Abaixo os elementos da colunas ressaltados :
As recomendações e padrões das colunas simples também se aplicam, como podemos notar
nos exemplos acima. Cresce o número de peças, amarrações e soldas num desenho que fica
sobrecarregado de informações. Cabe ao projetista, usar a escala e distribuição do desenho de
forma a tornar o desenho mais claro e de fácil entendimento.
As vigas que sustentam escadas, serão tratadas posteriormente quando formos estudar esta
tipologia de estrutura. Da mesma forma, vigas que sustentam pontes rolantes ( vigas de
rolamento ), serão tratadas em tópico específico.
Vigas de alma cheia, como já vimos anteriormente, são formadas por perfis laminados ou
soldados (eventualmente perfis dobrados), sendo predominante o uso de perfis do tipo “I” e
“U”.
No capítulo 2, já vimos muitas convenções de desenho que se aplicam às vigas. Vamos rever
estes conceitos, agora com um pouco mais de detalhes e explicações.
Recortes de encaixe
É muito comum o uso de recortes para o encaixe de vigas em colunas e em outras vigas. No
exercício 5 do capítulo 3, calculamos os recortes da viga abaixo :
Este exemplo mostra o caso de recorte vertical simples (na direita) e duplo. Como vimos
anteriormente, esta folga deve ser de pelo menos 10mm :
O usual, é usar uma folga com valor múltiplo de 5mm (5, 10, 15, ...) ao invés de valores exatos.
Para determinar o recorte temos que calcular as dimensões “A”, “B” e “C” abaixo :
D = A – C = 70 – 3,38 = 66,62 mm
B = 20mm
Note que é preciso fazer um corte da ligação para mostrar as cotas das cantoneiras com as
abas em projeção :
Isto significa um trabalho adicional de desenho, que pode ser evitado utilizando-se uma
simbologia comum para estes casos :
A definição da bitola da cantoneira envolve verificações de cálculo, de forma que sua definição
deve ser feita pelo calculista e estar definida no projeto básico ou memória de cálculo.
Existem tabelas de ligações pré-calculadas, que podem ser usadas quando indicadas pelo
calculista. Por exemplo, para perfis W da Gerdau, existe um manual de ligações que pode ser
baixado no site da empresa. Abaixo um exemplo de tabela de ligações :
É muito comum que as vigas recebam ligações de outras vigas (muitas vezes chamadas de
secundárias), e tenham portanto uma série de furações para estas conexões. Cabe ao
detalhamento, definir adequadamente as cotas e diâmetros de furos para que estas vigas
possam ser fabricadas.
Já estudamos como apresentar estas cotas no capítulo 2 e fizemos alguns exercícios. Aqui
vamos ver algumas alternativas inteligentes de se apresentar as cotas de furação na alma das
vigas.
Esta forma de cotar, deixa implícito que temos duas chegadas de vigas secundárias (uma a 288
mm da extremidade direita e outra a 327 mm da extremidade esquerda). Note que é
exatamente a mesma viga cotada acima.
A vantagem é a localização das vigas secundárias com as cotas de Lc a Lc explícitas. Este tipo
de desenho facilita muito a conferência dos desenhos. É muito mais fácil verificar a distância
entre vigas de 670 e confirmar que a distância entre furos é de 120mm, do que fazer todas as
contas na representação acima.
Por outro lado, para a fábrica, fica a necessidade de fazer as contas para locar os pontos de
furo. Como atualmente as furações são determinadas pelos arquivos CNC, cotar os centros de
vigas só apresentaria vantagens.
Como podem ver, existem diferentes maneiras de se apresentar as informações, cada uma
delas com seus pontos fortes e fracos. É aconselhável acertar com o cliente como ele prefere a
apresentação dos desenhos no início dos trabalhos.
Para perfis tipo “I”, as cotas são a partir de sua linha de centro, mas para perfis tipo “U” são
sempre a partir das costas do perfil. Assim sendo na representação de furação na alma da viga,
teríamos cotas não simétricas (ver abaixo). Importante notar que continuamos tendo o eixo e
orientação da viga “U” para conferência:
Tesouras de Cobertura
As tesouras de cobertura têm sua geometria definida em função de :
Vigas de Rolamento
As vigas de rolamento sofrem grandes variações de carga, algumas vezes até com inversão de
cargas, o que exige que o seu dimensionamento leve em consideração a fadiga. Esta
consideração será feito no cálculo estrutural e em alguns detalhes típicos que mostraremos
abaixo. Estes detalhes devem estar claramente definidos no projeto básico, sendo as
recomendações abaixo (retiradas do livro do Prof. Ildony), apenas uma referência.
Enrijecedores de apoio
Enrijecedores intermediários
Embora o exemplo acima não seja complexo, mostra que existem diversas preocupações de
cálculo no aparelho de apoio da VR que deve estar clara no projeto básico e deve ser revisada
com cuidado pelo detalhamento.
Contraventamentos verticais
Chamamos de contraventamento às peças que asseguram a estabilidade da estrutura como
um todo. No caso específico dos contraventamentos verticais, eles asseguram a estabilidade
vertical das estruturas e o alinhamento das colunas.
Notar :
Escadas e Guarda-corpos
As escadas e os guarda-corpos são estruturas muito comuns e estarão incluídas em quase
todos os projetos de detalhamento. Embora não sejam detalhamentos complexos, são
trabalhosos, repetitivos e pouco produtivos.
Notar :
Abaixo algumas recomendações gerais (Prof. Ildony) que servem como referência :
Para Degraus :
Guarda-Corpos
O padrão de guarda-corpo (corrimão) incluindo a geometria e detalhes típicos variam bastante
em função da aplicação e de normas internas do cliente final. A definição do padrão a ser
usado deve ser fornecido pelo PB e estar claro antes do início da execução dos desenhos.
A inclinação do telhado depende do tipo de telha utilizada. Telhas metálicas, por exemplo,
devem ter uma inclinação superior a 10%. Inclinações inferiores exigem cuidados especiais
com vedação e recobrimento. Para telhas zipadas, por outro lado, estas inclinações podem
chegar a 2%.
As vantagens são :
Exemplo de sistema :
Notar no desenho :
Suporte de terça :
O contravento horizontal mais comum é com uso de barras redondas. Um detalhe usual para
fixação é o seguinte :
As tesouras devem ter contraventados o banzo superior e o inferior. Muitas vezes, por
economia, o projeto faz o contravento no banzo superior e trava o banzo inferior com mãos
francesas :
Fechamentos laterais
Os fechamentos laterais, possuem estruturas análogas às coberturas. Ao invés das tesouras,
temos as colunas ou colunetas. As terças de fechamento são também chamadas de longarinas.
a. Alumínio
b. Fibrocimento (atualmente fabricadas sem amianto)
c. Cerâmicas (Raras no uso com estrutura metálica)
Telhas onduladas
São telhas mais flexíveis e mais baixas que as trapezoidais. Sendo assim, permitem alguma
curvatura e exigem vão entre terças menores. Veja abaixo a geometria e tabela de vão das
telhas :
Notar :
Telhas trapezoidais
As Telhas trapezoidais apresentam diferentes alturas que possibilitam uma maior resistência
às cargas de vento com vão maiores entre terças. Este maior vão entre terças, permite uma
estrutura mais econômica, principalmente para vãos maiores.
Telhas Zipadas
Neste sistema, as telhas são conformadas no canteiro de obras, e portanto podem ter grandes
comprimentos e evitar emendas longitudinais. Além disso, as telhas são unidas por uma
costura mecânica ( ou “zipagem”) das abas laterais.
A fixação das telhas na estrutura metálica é feita através de suportes especiais, parafusados na
estrutura e presos às telhas durante o processo de zipagem. Como consequência, não há
furação nas telhas para sua fixação.
Como as telhas não possuem emendas longitudinais, as emendas transversais são feitas
através da zipagem e não há furações dos parafusos, este sistema possui uma estanqueidade
excelente e permite o uso de inclinações muito baixas, chegando a 2%.
Esta menor inclinação da cobertura, pode economizar muito em altura e fechamentos laterais
de galpões de grandes vãos.
Telhas curvas
As telhas curvas, são aquelas já conformadas de fábrica que atendem exigências arquitetônicas
de curvatura. Existem limites de raio de curvatura em função da telha. Estes limites devem ser
consultados nos catálogos dos fabricantes.
a. Telhas calandradas : Telhas que recebem sua curvatura ao passar por uma calandra. O
raio de curvatura é limitado pela geometria da telha e por sua espessura (consultar o
fabricante). O aspecto da telha é de uma curvatura uniforme e lisa. Devem haver
cuidados com os comprimentos das telhas, que podem dificultar o transporte e
montagem em campo.
b. Telhas Multidobra : Neste caso, a curvatura das telhas é dado por dobras transversais
em espaçamentos constantes. Este processo permite a variação entre trechos retos e
curvos e fornece um aspecto mais rústico do que das telhas calandradas.
Não é escopo deste curso, analisar a fundo as diferenças técnicas entre as telhas, de forma que
vamos apenas apresentar o conceito de cada uma para fins de projeto.
Acessórios
Além das telhas e arremates, o sistema de cobertura conta com acessórios importantes, tais
como :
Fitas de vedação : Deve ser utilizada nas sobreposições longitudinais e transversais conforme
indicação do fabricante. Normalmente usada em inclinações pequenas, de forma a assegura a
vedação.
Calhas
Apresentaremos o método prático de verificação das seções de calhas e condutores. Tal
método não substitui o projeto hidráulico e demais verificações necessárias para garantir a
eficiência do sistema de captação de aguas pluviais.
Sc (cm2) = 2.A(m2)
St (cm2) = A (m2)
Introdução
Os diagramas de montagem devem indicar de forma clara as marcas de todas as peças a
serem montadas, assim como as informações adicionais necessárias à sua montagem (
orientação, dimensão, eixos, ligação, etc...)
A recomendação AISC para diagramas, não recomenda o uso de isométricos. Atualmente, com
a facilidade dos modelos 3D, a inclusão de detalhes em 3D ajuda muito a compreensão da
estrutura pela equipe de montagem. Cada vez mais, os diagramas estão fazendo uso de
detalhes em 3D.
Desenho de chumbação
Planta em todos os níveis (incluindo desenhos dos pisos)
Elevações dos eixos e filas
Plano de cobertura com travamentos
Plano das terças e seus travamentos
Plano do Banzo Inferior das tesouras com seus travamentos
Plano das vigas de rolamento
Fechamentos de oitão e fechamentos laterais
Seções (cortes) necessários ao entendimento da estrutura
Dimensões principais
Marcas dos conjuntos
Notas gerais
Conexões, incluindo soldas de campo
Desenho de detalhes típicos
O nível de informações dos diagramas deve ser tal que a equipe de montagem nunca precise
buscar informações adicionais nos desenhos de fabricação. Informações que não fazem parte
dos diagramas de montagem :
Cronogramas
Planos de montagem
Suportes temporários
Aparelhos de segurança
Equipamentos de montagem
Quando for o caso, os diagramas podem indicar as prioridades de montagem. Isto ajuda na
programação de embarque e organização em campo.
Nestes casos, faz-se a emissão de diagramas preliminares que vão recebendo as marcas e
informações complementares na medida em que o detalhamento for avançando. Como todo
documento de projeto, aconselha-se a fazer um controle de revisão e data para cada emissão
preliminar.
Recomendações
1. Plantas de chumbação e de inserts podem ser feitas em escalas maiores, de forma a
dar uma visão global da obra. Os detalhes serão representados em escala adequada
para a sua compreensão.
2. A distribuição e planejamento dos desenhos devem permitir a visualização de todas as
peças da estrutura.
3. Todas as peças estão indicadas nos diagramas? Se uma mesma marca de peça ocorre
em mais de uma posição, todas devem estar indicadas.
4. Toda peça desenhada possui uma indicação de marca?
5. Aconselha-se a indicação de cada peça apenas uma vez. Por exemplo, se uma viga
possui sua marca no desenho em planta, não deve ser indicada no desenho de
elevação.
6. Nos desenhos de piso, indicar a elevação em que se está trabalhando, além dos eixos e
filas que posicionam a estrutura. Todas as vigas devem estar locadas através de cotas
que permitam seu posicionamento e montagem.
7. Nos desenhos de elevações, indicar os eixos e medidas globais. Fazer referência aos
níveis de piso. Todas as peças devem estar locadas adequadamente.
8. Para situações onde deva haver ajustes de campo, este ajuste deve estar indicado. Por
exemplo : “sobremetais” para soldas de emendas em estruturas existentes.
Exemplos
Abaixo um diagrama de montagem mostrando plantas de diversas plataformas. Vamos
destacar uma das elevações, mostrando as marcas de estrutura e as de chapas de piso e G.C.
Notar :
Introdução
Não faz parte do escopo deste curso aprofundar-se em questões de proteção superficial, que é
um assunto extenso e especializado. Vamos nos ater nos pontos que devem ser preocupação
do projetista.
As três principais combater a corrosão e asegurar a vida útil das estruturas são :
a. Pintura : processo pelo qual as estruturas são limpas, preparadas e pintadas. A pintura
forma uma camada de proteção que evita o contato do aço com o oxigênio e
interrompe o processo de corrosão.
b. Galvanização : Processo de tratamento de superfície que cobre o material ferroso com
uma camada de zinco para protege-la da corrosão
c. Utilização de aços patináveis : Os aços patináveis (forma a pátina) são aços de maior
resistência a corrosão devido a sua composição química. Na presença de umidade e
oxigênio todo aço sofre oxidação. Nos aços convencionais, a camada de ferrugem se
destaca do aço, de forma que o processo de corrosão nunca é interrompido. Nos aços
patináveis a camda inicial de ferrugem fica estável e aderente ao metal base, além de
ser muito menos porosa. A própria camada inicial de ferrugem (pátina) forma a
proteção do aço.
Preocupações do projeto
O projeto e detalhamento de fabricação precisa ter cuidados com os seguintes pontos :
a. Evitar a formação de cavidades e regiões de acúmulo de água. Cuidar com perfis tipo
cantoneira e U, dando preferência para que seu posicionamento não acumule água.
b. Prever furos de drenagem onde necessários.
c. Cuidar para que os perfis em tubo estejam “selados”.
d. Evitar situações onde seja difícil a manutenção e limpeza
e. Evitar o contato direto entre tipos diferentes de material (ex.: Alumínio e Aço)
f. Alguns projetos de detalhamento precisam indicar regiões onde não pode haver
pintura, como por exemplo, no entorno de furações com ligação por atrito ou em
juntas soldadas de campo.
Diagonais e montantes de tesouras não devem tocar nos banzos, deixando espaço para o
escoamento.
Superfícies sobrepostas devem ser evitadas. Assim como em tubos selados, a o vapor
superaquecido pode causar “estufamento” e até explosões.
Introdução
Neste capítulo, vamos listar uma série de recomendações que são um resumo e adaptação do
manual de detalhamento do AISC.
É importante lembrar que para muitas questões, não há um certo e errado. Para um mesmo
problema, diferentes fábricas adotam soluções bastante diferentes baseadas em suas
experiências e processos de fabricação. Desta forma, quando se desenvolve um detalhamento
para um novo cliente, deve-se investir no entendimento de suas práticas e preferências que
irão desde a apresentação e formato dos documentos de projeto até diferenças em processos
de fabricação que interferem nas soluções de detalhamento empregadas.
Recomendações
1. Não se deve colocar notas junto a linhas de dimensionamento ou no meio dos
desenhos. Procurar agrupar as notas junto ao carimbo, evitando que a fábrica não as
encontre. Lembre que no chão de fábrica, as condições de iluminação e de leitura não
são as mesmas de um escritório.
2. Qualquer informação em texto deve estar escrita da esquerda para direita, ou de baixo
para cima. Isto evita a necessidade de se virar o desenho para leitura.
3. Prefira sempre um corte ou detalhe adicional do que explicar por meio de notas.
Textos são mais difíceis de serem interpretados e por isso aumentam a chance de
interpretação errada. “Uma imagem vale por mil palavras”.
4. Use um bom contraste de linhas, de forma a destacar linhas de contorno principais das
linhas de espessura, bem como não confundir linhas de peças com chamadas de cotas.
5. As linhas de cota devem ser separadas do desenho o suficiente para que fiquem claros.
6. A seta da linha de cota deve tocar na linha de chamada de forma clara. Não terminar
antes ou passar por cima da linha de chamada.
7. Cuidado para que a linha de chamada mostre com clareza qual o ponto que está sendo
cotado. Muitas vezes é preciso detalhes adicionais em escala maior para tornar estes
pontos de cota claros.
8. Cortes são preferencialmente olhando para esquerda ou de cima para baixo
9. Não se usa hachuras em cortes de estruturas metálicas
10. Chumbadores, placas de base e inserts devem ser as primeiras peça a serem
detalhadas
11. Comprimento das peças principais não precisam estar desenhadas em escala
(principalmente vigas e colunas)
12. Desenhe perfis U e cantoneiras olhando pelas costas dos perfis
13. Não misture num mesmo desenho, tipologias diferentes de estruturas (Ex.: Vigas,
colunas, contraventos, escadas, etc...). É normal que diferentes tipologias sejam
fabricadas separadas (algumas vezes até terceirizadas), de forma que separar os
desenhos ajuda na organização do projeto.
14. Quando listas avançadas forem emitidas, o detalhamento deve acompanhar qualquer
alteração de quantitativos ou de bitolas ao longo do projeto que possa causar uma
compra errada de material.
15. Quando preparar listas avançadas, verificar a disponibilidade dos materiais e destacar
casos que mereçam maior atenção.
16. Listas avançadas especiais são preparadas para perfis dobrados e soldados quando a
fábrica precisa antecipar sua produção.
17. Para colunas com vários níveis de piso, deve ser fornecida a cota da dimensão total da
coluna desde a chapa de piso.
18. Cortes em desenhos de colunas devem ser sempre vistos de cima para baixo.
19. Furos devem estar alinhados na mesma linha de furação. Evitar a quebra de linhas e
sua variação ao longo do perfil.
20. Evite mais de uma bitola de furo numa mesma linha de furação. Evite a variação de
bitola na mesma mesa ou alma de perfil.
21. Nunca use a palavra “soldar”, use a simbologia correta de solda.
22. Não use mais solda do que o necessário.
23. Evite indicar a mesma solda mais de uma vez (No corte e na elevação, por ex.). Além
de deixar o desenho mais limpo, facilita a verificação e alteração.
24. Evite usar mais de uma qualidade de parafuso de uma mesma bitola.
25. Preste atenção para pontos de ajuste em obra, destacando com nota e deixando
“sobre-metal”
26. Indique com clareza pontos revisados no desenho com “nuvens” e indicação do
número de revisão.
27. Não use a indicação de revisão geral em desenhos.
28. Quando receber revisões do projeto básico que alterem peças já detalhadas e enviadas
ao cliente, informar o cliente sobre as alterações.
Introdução
Neste capítulo vamos discutir princípios importantes para o gerenciamento correto de um
detalhamento de fabricação. Vamos abordar o controle de dados recebidos e gerados, assim
como a tramitação de informações e alterações de projeto.
Para terminar, vamos discutir sobre ética no ramo usando como base as recomendações do
NISD (National Institute of Steel Detailing).
Quando o detalhamento descobre alguma incoerência nos dados de entrada, tem a obrigação
de comunicar ao seu cliente. No entanto, não é obrigação do detalhamento descobrir todas as
incoerências do projeto básico.
Para desenhos básicos, recomendamos manter um caderno de desenhos com registro da data
de recebimento e todo o histórico de revisões. Se um mesmo desenho foi recebido nas
revisões 0, 1 e 2, as três versões deste desenho devem estar no caderno. Este caderno permite
a reconstrução do histórico da obra e suas revisões ao longo do tempo.
Não é função do detalhamento, descobrir o que foi alterado de uma versão para outra do
projeto. Uma eventual perda de informação pela não indicação clara de revisão é
responsabilidade do projeto básico, não do detalhamento.
É uma boa prática o uso de Guias de Remessa de Documentos (GRDs) que oficializam o envio
dos desenhos com uma data, finalidade e lista de documentos.
Gerenciamento de dúvidas
Como vimos anteriormente, deve haver um cuidado no tratamento de dúvidas e na solicitação
de informações faltantes no projeto básico. Esta prática está sugerida no “Code os Standard
Practice for Steel Buildings and Bridges” do AISC. No item 4.6, fala-se sobre o processo de RFI (
Request for information – Requisição de informação). No nosso mercado algumas empresas
usam a sigla RFI, outras chamam de controle de pendências ou dúvidas de projeto. De
qualquer forma, pretendem gerenciar a mesma questão.
Cada solicitação deve ser numerada sequencialmente e ter uma data de emissão. Cada
solicitação ficara “aberta” (ou pendente) até que o projeto básico tenha feito o esclarecimento
necessário. A solicitação deve ser clara quanto ao esclarecimento que está sendo solicitado.
Embora a resposta a uma solicitação de informação seja suficiente para que o detalhamento
prossiga, muitas informações relevantes devem ser incorporadas em atualizações do projeto
básico. Desta forma, as informações ficam reunidas e registradas no documento correto além
O detalhamento precisa ter bom senso na emissão das solicitações de informações. A emissão
exagerada, incluindo dúvidas bobas ou que poderiam ser resolvidas internamente, cria um
desperdício de horas internas e do cliente no manuseio de todas estas informações. Esta carga
desnecessária no cliente pode gerar desconforto e prejudicar o relacionamento ao longo do
projeto.
Por outro lado, não questionar questões importantes e resolver internamente para assegurar o
bom andamento do detalhamento é uma “roleta russa”. Haverá casos em que a decisão
interna se tornará um problema para o cliente, e normalmente isto será descoberto na
montagem com custos de acerto elevados.
Gerenciamento de Revisões
As revisões (ou alterações) de projeto no meio do seu desenvolvimento são parte da natureza
do trabalho. O que não quer dizer que o detalhamento tenha como prever todo o retrabalho, e
tenha que absorver os impactos de prazo e custo disto.
Da mesma forma que no gerenciamento de dúvidas, é necessário que cada evento de revisão
seja registrado através de um documento próprio com numeração sequencial e data. Este
documento registra o que foi alterado e seu impacto no trabalho já executado e
eventualmente até entregue.
A geração destes documentos demanda tempo e tem um custo elevado para o detalhamento.
Se for avaliar a possibilidade de não fazer este controle, tenha em mente que quanto maior for
o projeto, maior a necessidade do registro completo de revisões.
Os registros de revisão devem ser feitos assim que o detalhamento recebe as solicitações de
mudança ou projetos básicos alterados. Nessa etapa, a eventual modificação de detalhamento
já entregue ao cliente deve ser prontamente comunicada para evitar a fabricação com
Por último, vale registrar que é obrigação do projeto básico a emissão de forma clara e
organizada de todas as revisões. Veja o que prevê o AISC :
Nestes casos, mesmo o gerenciamento adequado de dúvidas e revisões não impedem que a
probabilidade de erros no projeto cresça significativamente. É preciso entender e fazer o
cliente entender, que neste caso existe uma responsabilidade compartilhada pelos erros de
detalhamento já que o cliente está contratando um serviço com gerenciamento muito
complexo.
Peso de projeto
Para fins de faturamento por peso (R$/kg), o AISC (Item 9.2 do Code of Standard Practices) e o
Manual de Práticas recomendadas pela ABCEM definem que o peso a ser utilizado é o peso
bruto. Ou seja, não são descontados recortes de chapas, aberturas em perfis ou furações.
Para o peso bruto considera-se o peso dos parafusos, mas não o peso de cordões de solda.