Direito Romano Tópicos Mafalda Maló PDF

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DIREITO ROMANO - REGENTE: José Artur Duarte Nogueira

Direito: construído com base em conceitos gerais que poderiam ser divididos em vários sub-conceitos
fundamentais e assim sucessivamente, até já não haver possibilidade de estes serem subdivididos;
. conceito: lógica jurídica - permite compreender a organização dos variados códigos

Direito Romano: é a base, a partir do qual se chegou ao direito atual.


. é o Direito Civil: cives (latim: dos cidadãos)
- Dois Hemisférios Atuais: Direito Público e Direito Privado (ou Civil)
. modelos seguidos pela Europa Ocidental
. as normas são da mesma natureza (há uma relação lógica de conceitos)

Direito Civil: é o direito dos cidadãos (aqueles que têm direitos e deveres sociais);
. foi o primeiro a surgir e o que gerou os conceitos que lançaram os restantes géneros de Direito;
. função: regula as relações entre os cidadãos
. exceções: o crime, apesar de implicar uma relação entre cidadãos, está catalogado como ser de
uma natureza mais grave, pelo que não se inclui no código civil (pertence ao Código Penal);
. variações na organização: foi permitida pela evolução das sociedades e depende da cultura;
- CULTURA: representações abstratas relevantes para um conjunto de pessoas;
. língua: favorece a aproximação dos cidadãos;
. religião: faz variar as opções políticas;
. direito: influencia formas de pensar e determina as ideias que são partilhadas;

MUNDO ROMANO: primeira tentativa de resolver os problemas entre os cidadãos


. período longo, caracterizado por grandes transformações e que deixou marcas indeléveis
. a sua grande produção: o DIREITO
. a experiência e a História romanas refletem, atualmente, a evolução política e jurídica das
sociedades
-> Roma: com o passar dos anos vai afirmar-se como a maior entidade política unificada da época;

A EVOLUÇÃO POLÍTICA - Processo Faseado


. cada época compreende um tipo de Direito
. as regras estão sempre a ser alteradas
. as mudanças políticas têm capacidade para alterar o tipo de Direito
- 1ª Fase: 753 a. C. - 510 a. C. - Monarquia - Roma do Rex e das gentes
. surgem algumas construções jurídicas - as primeiras de sempre, embora que poucas;
. pela primeira vez, há uma distinção entre normas jurídicas e normas religiosas:
- Antiguidade: não se entendia a obrigatoriedade das normas (não havia legitimidade que
propusesse o seu cumprimento) -> passa-se a entender a norma jurídica como de origem divina, já que o
poder do Rei é legitimado pelos deuses, as normas também o são -> aceita-se, assim, a norma jurídica
- ius/inius: comportamento correto para com a sociedade (ius) e não correto (inius);
- fas/nefas: comportamento correto para com os deuses (fas) e não correto (nefas);
. Senado: de grande importância e também presente nas sociedades atuais; compunham-no
senadores (cidadãos de prestigio social) e as suas funções eram meramente consultivas (atualmente, são
também deliberativas);
- 2ª Fase: 510 a. C. - 27 a. C. - República
. o poder passa a estar divergido;
. a estrutura da República não se compara à atualidade (não se baseava em democracia);
. foi uma época bastante extremista, devido ao receio dos abusos de poder por parte da autoridade
no poder -> grande divisão no poder (os mandatos eram curtos e cada magistratura era constituída por
dois magistrados que podiam vetar a decisão do outro (necessidade de acordo);
. divisão em 5 magistraturas ou curso honorum (iniciava-se na mais baixa e ia-se subindo com
trabalho)
- Edil: manter o funcionamento da cidade (segurança, ordem publica, abastecimento)
- Questor: controlava o dinheiro público (impostos, finanças, etc.)
- Pretor: encarregava-se de dividir os litígios;
- Cônsul: o chefe militar (general); controlava o exército e assumia as funções de comando;
- Censor: o cargo mais honorífico, atribuído a homens prestigiados de idade avança que já
haviam atravessado todas os níveis da magistratura; tinham a função de manter os cadernos eleitorais
atualizados e dispunham de competências para retirar cidadãos dos mesmos;
. perder a oportunidade de participar na vida política era, para os romanos, uma
humilhação e colocava-os em posições degradantes -> tratava-se de uma punição moral, por ter sido
cometido um ato pouco social, mas que não havia sido condenado (quem condenava eram os chefes de
família, pelo que era optativa; esta seria a forma de evitar a indisciplina)
- Pré-requisitos: o romano teria de ser cidadão e de ter grande poder monetário, pelo que
quem pertencia às magistraturas era a elite -> não existia, de todo, democracia

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. o surgimento das primeiras formas de Direito -> as decisões políticas passaram a depender o
Direito e de alguns orgãos - surgiram as leis;
. grande pragmatismo: o sistema era coerente com a realidade e admitia o erro, possuindo
segundos planos - magistratura extraordinária;
- Ditador: o poder distruibido, por ser ineficaz em situações de guerra, era entregue - na
integra - ao Ditador;
. todas as mudanças verificadas: implicaram o aparecimento de uma fonte de Direito - Lex
Regata;
- antiguidade: o costume regia os comportamentos (é espontâneo e indefinido) - o
consuetudo (consuetudinário - fácil de alterar) e o mos (morigerar, que tornava razoável - difícil de alterar,
era fundamental para a sociedade) -> o mos promoveu o aparecimento da lei pública;
- a lei pedida (lex regata): era votada e seguida por todos; era proposta, discutida
e votada pelos patres (chefes de familia);
- primeira lex regata - Lei das 12 tábuas: principais aspetos do Direito, divido em
12 segmentos (12 chapas gravadas), sendo cada uma, uma matéria fundamental - dispostas para o publico
-> surge, assim, o juscivile - Direito dos Cidadãos - é o marco inicial do nascimento das leis;
. crescente importância do povo - Tribuno do Povo: um orgão permanente embora
extraordinário - não pertencia ao curso honorum, que assumia a defesa e representação do povo; tinha o
direito de veto;
- as várias classes e subclasses organizavam-se pelo seu património (Senadores, Elites
ou Cavaleiros e Povo - com o menor património)
- os direitos de voto não eram absolutos: quem os assumia eram os patres - os
elementos da família dispunham de personalidade jurídica, mas não de capacidade jurídica;
- a sociedade romana funcionava como uma confederação de famílias, cada família com
uma estrutura política chefiada pelo parte, devendo soberania ao orgão comum em aspetos de relações
entre família - dentro da própria família, o orgão comum não intervinha;
- adopção: o patre decidia quem fazia parte da familia, na altura do nascimento,
podendo eventualmente proceder à adoção; eugenia presente - escolha de pessoas pelas suas qualidades;
- a cidadania plena: confere os direitos principais aos cidadãos -> não se tem em conta
características culturais, linguísticas, étnicas (são livres);
. direitos fundamentais: publica (veto, jussufragi, e ser eleito, jushonori) e privado
(direito de comercio, juscomerci, e direito de se casar, jusconubi - ser patre)
- semi cidadãos: recebem apenas uma parte dos Direitos;
. latinos: os estrangeiros adquiriam este estatuto antes de se tornarem cidadãos e
recebiam semi-proteção (derivado do núcleo territorial próximo - latino);
- IURISPRUDENTIA: jurisprudência, a primeira fonte de Direito Civil - reflexão das ideias dos
juristas, concretizando-se em obras;
- antiguidade: pertencia aos sacerdotes -> a laicização da sociedade permitiu que
qualquer um pudesse dedicar-se a esta ciência
- jurisprudentes: tinham a função de refletir e conhecer o direito de 3 maneiras
. agere: atuar junto do Tribunal e na condução do caso;
. covere: cavar/fugir; defender o cliente dos riscos/problemas jurídicos;
. respondere: dar pareceres; elaborar textos sobre um tema, onde aprofundam o
problema jurídico;
- funções: produção do Direito;
I. o sistema de produção de Direito era demoroso e complexo - o sistema era
pouco mobilizado e não era viável, pelo que havia uma grande receptividade social em encontrar formas
de produção de Direito mais rápidas -> os juristas/jurisprudentes, como estudavam a Doutrina, passaram
a propor soluções que, se fossem aprovadas por vários juristas, eram adoptadas pelo Tribunais como
novas formas de resolução dos problemas;
- expansão romana: implicava a deslocação de milícias, constituídas pelos
filhos do partes (estes disponibilizavam a família) -> problema: estando longe de quem tutelava os seus
direitos, como se garantiam como cidadãos? -> necessidade de encontrar uma solução
- resposta: Lei das 12 tábuas (pena ao Patre que vendia o filho por mais
de 3 vezes) - ao abrigo desta norma, justifica-se a maior facilidade concedida ao Patre para permitir a
emancipação do filho (evitar o abuso dos direitos) - nasce um certo poder paternal
- resultado: o Direito era alterado no seu conteúdo, mas exteriormente
permanecia inalterável - os jurisprudentes propunham soluções que, apesar de não serem oficiais, com o
tempo tornavam-se inquestionáveis;
II. funcionamento dos Tribunais: dois momentos, nos quais não havia sucessão temporal,
e que não eram coordenados pela mesma pessoa (pretor e iudex);
- 1º momento (do Direito): orientado pelo pretor; analisava a situação, sem
atender à verdade dos factos e podia aceitar ou não aceitar, dependia da relevância jurídica; o pretor redige
os factos e propõe uma decisão;
- 2º momento (avaliação dos factos): orientado pelo iudex (juiz); recebia a
decisão do pretor, avaliava os factos e aplicava a sentença (poderia coincidir ou não com a proposta do
pretor, dependendo da veracidade dos factos);
- conclusões
. não havia uma sentença efetiva: o pretor avalia abstratamente (com
base na condição) e a decisão é hipotética (pode ou não cumprir-se); o juiz não toma qualquer decisão e
limita-se a avaliar os factos e a agir consoante o resultado;
. diferenças com a atualidade: este modelo caracterizou a República, que
acabou por ser substituída por uma modelo autoritário - o Tribunal do Pretor inicialmente coexistiu com o
Tribunal do Imperador, contudo acabou por ser extinguido -> as influências recebidas dizem respeito ao
Tribunal do Imperador, cujo juiz tratava de todo o caso e era eleito pela figura no poder;
- problema dos Tribunais: o juscivile (Direito Civil); a procura por soluções não era
eficaz, mas sim demorosa, -> solução: o pretor, ao fazer a sua campanha (édito), propunha uma série de
soluções para os litigios, sendo a eleição feita com base nesta proposta;
. ao contactarem com o pretor, os cidadãos escolhiam entre o juscivile e o
direito pretório para resolver os litígios;
. o pragmatismo do sistema permitia a que houvesse confiança no
cumprimento das medidas por parte do pretor - procurava-se a melhoria do Direito;
-> o pretor (urbanus): tornou-se num dos elementos fundamentais da criação de Direito,
propondo soluções para os problemas e baseando-se no jusimperi (o poder absoluto);
. o pretor propunha, na sua campanha, arranjar soluções que criavam o
direito pretório -> ao ser eleito, podia exercer este tipo de Direito; até um certo porto, recorreu sempre ao
jusimperi, contudo, a dada altura é-lhe reconhecida a capacidade de criação de Direito, o que torna
desnecessário o jusimperi e leva ao surgimento dos primeiros direitos que protegem os interesses dos
cidadãos (as lacunas resolvidas pelo pretor);
. iuris dixa: o pretor tinha o poder de declarar/dizer o Direito -> dar ordens
e criar complexos normativos (na época imperial, estes tornam-se inalteráveis - por enquanto, sofrem
mudanças constantes);
. a forma de actuar no Mundo Romano era casuística (os casos eram
analisados isoladamente) -> atualmente: sistemática (um sistema de normas, interligadas)
-> as três vertentes do Direito Romano:
. direito civil: o primeiro, direitos dos cidadãos;
. direito pretorio: aplicado pelos primeiros pretores, com o objetivo de
agilizar o Direito civil;
. direito das gentes (ius gentium): aplicado pelo pretor peregrino
(peregrinus), que permite ver o Direito romano de uma nova perspetiva;
- três tipos de pessoas: cidadãos, semi-cidadãos (latinos) e
estrangeiros -> nasce a necessidade de conceder proteção ao estrangeiro (alguém que era perigoso, por
ser de outro território - a expansão veio tornar estes estrangeiros pessoas pacíficas, que ao olhos dos
cidadãos, deveriam dispor de proteção) -> não existiam relações entre cidadãos e estrangeiros, embora
devessem existir;
- solução: o que há em comum? a racionalidade humana, pelo que
se admite que ambos conhecem o conceito de boa fé (conceito basilar do Direito, que expressa o dever
ético, moral ou racional de respeitar um compromisso assumido) -> passou a ser usado como base para a
formulação de contratos, o que facilitava as relações estrangeiros-cidadãos;
- surge o Tribunal próprio para estes problemas: o pretor
peregrino é quem passa a resolver estes problemas das relações entre estrangeiros e estrangeiros e
cidadãos -> chega-se ao direito das gentes (critérios inerentes à racionalidade humana - a igualdade
humana supera a diferença entre Estados);
-> o direito público e o direito privado
. leis privadas (lex privata): para efeitos de relação entre particulares, não
havendo aplicação do jus imperi.
. leis privadas (lex publica): definem as regras obrigatórias para toda a
gente; -> resultam as obrigações e os deveres;
- obrigases: surgem, pela primeira vez, na Lei das 12 Tábuas,
baseado num esquema para coagir o devedor a pagar as suas dividas (caso não houvesse o pagamento,
aplica-se a mano injexio, que, através do poder de dominio, permite que o credor anuncie a divida e espere
que alguém a pague -> caso tal não acontecesse, o devedor ficava a si subordinado, podendo o credor
fazer dele o que quisesse);
. caso de dois credores: se um deles decidisse a morte, o
corpo era dividido consoante a divida de cada um;
-> inicio da transição para o Principado
. Europa: quase toda a Europa pertencia ao Império Romano - as grandes forças
militares partiam para os territórios, conquistavam-nos e criavam legiões (os elementos superiores destas
militares assumiam os cargos políticos superiores, formando grupos populacionais - impunham a
superioridade pela força);
. consequência: grandes dificuldades em manter a república, que levou a uma
grande resistência por parte do Senado (orgão representativo da República);
- Julio César: era uma ameaça ao sistema republicano, pelo que acabou
por ser eliminado fisicamente pelo Senado -> de entre os senados estava Octavio Augusto, filho adotivo de
Julia Cesar, que procurou chegar ao poder imperial através da diplomacia (meios sofisticados);

3ª Fase: 27 a. C. - 285 d. C. - Principado (fase híbrida - República e Monarquia)


-> Subida ao Poder de Octavio Augusto
. magistraturas: entra nas magistraturas e aplica iniciativas agradáveis ao povo, o
que permite a acumulação de prestigio -> é constantemente reeleito, pelo que propõe uma eleição
perpétua (passa a exercer a função de pretor perpetuamente);
. cargo de principe: torna-se no 1º cidadão; augusto (protegio pelos deuses);
. formas de domínio adotadas:
- passou a poder eleger pessoas da sua confiança para os cargos das
magistraturas (impedia determinadas candidaturas);
- o Senado sofre um aumento do nº de participantes, que serão futuramente
propostos por ele (a maioria dos senadores passa a ser da sua confiança) -> os pareceres eram tomados
como lei, por isso, era-lhe importante controlar este orgão;
- começou a apresentar propostas ao Senado - leis veneradas
- como os juristas não viam a sua supremacia com bons olhos, aplicou o
jus publice respondendi (os juristas por ele nomeados, desfrutavam desta faculdade de dar pareceres
públicos - os pareceres que lhe apresentassem, seriam aplicados por Otavio) - com o passar do tempo,
obteve a confiança da maioria dos juristas;
-> passou a ter legitimidade para exercer o seu poder de imperador
- os juristas deixaram de fazer leis;
- os senadores deixaram de ser consultados;
- resta o Imperador como o unico criador de lei

- 4ª Fase: 285 d. C. - 476 d. C - Ditatorial/Imperial


-> Octavio Augusto: procurou tornar o modelo democrático num modelo autocrático
- passa a controlar o Direito, impedindo a criação de Direito pelos pretores
- o Tribunal Imperial: era da confiança do imperador e começou a impedir a
independência judicial, configurando a concentração de todos os poderes no governante;
. tribunal democrático: continuava ativo, mas era pouco mobilizado; o objetivo era
criar a ilusão da continuação da democracia;
- o ius e as leges: o direito antigo (ius) foi substituído pelo direito novo (leges), produzido
pelo imperador e concentrado em Constituições Imperiais;
- o Principes perante o Direito: revolucionou o Estado de Direito e tornou-se na figura
máxima da sociedade romana -> imperator legibus solutos: o imperador está acima da lei, não estando
sujeito às suas regras e consequências;
. surge um poder absoluto: apenas mais tarde, numa 2º fase, é que se chegou a
este extremo, em que o imperador passou a ser tido como divino (passa a ser considerado e tratado como
um Deus, afastado do comum dos mortais - culto ao imperador, o imperador completamente divinizado);
- Burocratizarão do Estado: procurou tornar-se os cargos públicos remunerados, logo cobrou-se
impostos com a finalidade de gerar receitas publicas -> medida falhada
- Fase com extremas exigencias formais: os juristas, por terem perdido a capacidade de produzir
o Direito, tornaram-se meros burocratas, que apenas aplicam o Direito, sem qualquer possibilidade de
interpretar as leis (proíbe-se a interpretação);
. outrora a interpretação havia sido fonte de Direito, produzida pelos pretores e da
jurisprudência, o que causou um acumular de soluções jurídicas;
. proibiu-se a interpretação: através do ius publicae respondendi -> o jurista devia cingir-
se ao conceito mais comum e utilizado, uma vez que se entendia que a interpretação do jurista poderia
desacreditar e por em causa o poder, logo o desrespeito era sancionado de forma severa (até à pena de
morte);
. surge o problema: qual a credibilidade da História e das resoluções de outros juristas para
a resolução de casos atuais? -> solução: cria-se uma lei, a Lei das Citações, que resolve o problema da
interpretação e refere 5 juristas que a partir daquele momento teriam prestigio e cujas resoluções seriam as
bases e as fontes de Direito;
- Papiano , Gaio, Paulo, Upiano e Modesto
- caso de colisão de opiniões: cabia ao juiz optar por uma e tomar uma decisão;
- Fim do Império Romano do Ocidente: após a divisão territorial para melhor combater a extensão
territorial e melhor fazer funcionar a burocratização, que causou uma forte distinção entre os territórios, dá-
se uma entrada violente e subida de outros povos no Ocidente, o que desmantelou as estruturas do
Império Romano Ocidental
. estes povos passaram a exercer o seu poder nas demais áreas que conquistavam e que
outrora haviam sido controladas pelos Romanos -> em 476 d. C. termina o Império Romano (o último
imperador renuncia ao cargo);
. o Direito Romano permanece apenas nos juristas e nas obras e a sua aplicação torna-se
menos complexa -> aplica-se um Direito Romano Vulgar;
- Prosperidade do lado Oriental depois do corte de relações
- Justiniano: proposta de conquista da área mediterrânea (componente militar) e de
criação de um corpo de normas que se aplicasse a todo o território (componente jurídico-pública) - o
Corpus Ius Civilis
- Não foi aplicado no Ocidente, mas acabou por chegar a toda a Europa - é a verdadeira
base do Código Civil atual e a única compilação do Direito Romano;
- Decisões de Justiniano: as águas e o Direito - as águas como poder e o Direito como
organização desse poder;
- Corpus Ius Civilis: produzido numa altura em que a unidade territorial já não existia ->
permitiu criar uma ligação com o Direito Romano e o Antigo Império do Ocidente (preservou alguma
parte do Direito, embora que modificada);
. projeto de elaboração: contratou uma equipa de juristas que recolheram as
fontes de Direito (quase 2000 obras), leram-nas, modificaram-nas (adaptando-as à realidade) e compilaram-
nas;
. divisão quadripartida:
- Digestus ou Pandactae: é a parte mais importante da compilação,
compreendendo cerca de 50 livros, à base do ius;
- Codex: 20 livros, constituídos pelas Constituições Imperiais;
- Institutas: continha mais ius, em 4 livros, estando especialmente adaptado
ao ensino do direito, sendo usado como um manual de Direito;
- Novele: só continha Constituições Imperiais de Justiniano, e, por isso,
1 livro, que tanto continha ius como continha leges;
. fixa um novo paradigma: dá-se uma ruptura no Direito Romano -> o direito a
aplicar dali em diante seria aquele, sendo esquecido tudo o que estaria para trás daquele momento, uma
vez que a compilação era abrangente o bastante para resolver todos os litígios;
- A influência cristã: era algo notória na época de Justiniano, ficando mesmo clara no
Corpus Ius Civilis, contudo, é a partir de Constantino que a igreja e o Direito Canónico se começam a
integrar paralelamente ao Estado e ao Direito Romano;
. fim do Mundo Romano: causou o desmantelamento das estruturas do Estado
(tribunais, governadores - todo o funcionalismo burocrático que havia sido instaurado no império com a
finalidade de criar um organismo público);
. solução - organização isolada dos povos: a necessidade de organização dos
povos passou a ser feita em torna da igreja e o Cristianismo tornou-se na base estrutural e ocupou uma
posição soberano -> maior intervenção, como solução da instabilidade política que se havia gerado;
- o Direito Romano: ficara incorporado em algumas práticas cristãs e era
pela igreja conhecido, pelo que foi o Cristianismo que o consegui preservar, mantendo apenas aquilo que
lhe interessava;
- Povos à margem: certos povos não adotaram estes modelos cristãos,
criando estruturas jurídicas diferentes (segundo uma lógica distinta);

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