Laudo Técnico Estruturas de Concreto e Fundações
Laudo Técnico Estruturas de Concreto e Fundações
Laudo Técnico Estruturas de Concreto e Fundações
RESPONSÁVEIS TÉCNICOS:
Eng. Civil Fernando Régis Azevedo Viana – CREA RNP 020568745-8
Eng. Civil Victor Gama Carnaúba Azevedo – CREA RNP 021246104-4
Dezembro.2016
Sumário
1- OBJETIVO..................................................................................................................................... 4
2- INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
3- RELATO DO CLIENTE ............................................................................................................... 5
4- DADOS DO IMÓVEL ................................................................................................................... 5
5- INVESTIGAÇÃO DAS PATOLOGIAS ..................................................................................... 7
5.1- INSPEÇÃO VISUAL DA ESTRUTURA ................................................................................. 7
5.2- ENSAIO DE CARBONATAÇÃO .......................................................................................... 21
5.4- TESTE DE PERCUSSÃO ..................................................................................................... 23
6- CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS ................................................................................... 24
7- SOLUÇÕES PARA REPARO DAS PATOLOGIAS ............................................................. 27
7.1- RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL (PILARES, VIGAS E LAJES) .................................... 27
7.1.1- Etapas de execução ..................................................................................................... 27
7.1.1.1- Remoção do substrato de concreto contaminado .............................................. 27
7.1.1.2- Limpeza e passivação das armaduras ................................................................. 31
7.1.1.3- Construção da ponte de aderência ....................................................................... 34
7.1.1.4 - Reconstituição da seção da peça. ....................................................................... 35
7.1.1.5- Cura da peça estrutural recuperada ..................................................................... 38
7.1.1.6- Injeção para reparo de fissuras ............................................................................. 38
8- CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 40
1
Figura 1 - Vista externa do prédio...................................................................................................... 6
Figura 2 - Vista aérea do edifício ....................................................................................................... 7
Figura 3 – Desplacamento do concreto viga da cobertura ............................................................ 8
Figura 4 – Armadura exposta devido ao cobrimento do aço insuficiente .................................... 8
Figura 5 - Desplacamento do concreto viga da cobertura ............................................................. 9
Figura 6 – Desplacamento do concreto e revestimento na laje de cobertura da sala de
máquinas do elevador ......................................................................................................................... 9
Figura 7 – Serviço de recuperação realizado ................................................................................ 10
Figura 8 – Armadura com cobrimento insuficiente ........................................................................ 10
Figura 9 - Pequenas Fissuras em viga de amarração do Platibanda ........................................ 11
Figura 10 - Fissura na base do pilar ................................................................................................ 11
Figura 11 – Elevado índice de infiltrações atacando as peças estruturais ............................... 12
Figura 12 - Local da junta de dilatação da estrutura .................................................................... 12
Figura 13 - Vigas de bordo da edificação com desplacamento .................................................. 14
Figura 14 - Fissura entre a laje a parede lateral da rampa.......................................................... 15
Figura 15 - Bloco de Fundação com sinais de umidade .............................................................. 16
Figura 16 - Fissura na Cisterna ........................................................................................................ 16
Figura 17 - Fissura na junta de dilatação ....................................................................................... 17
Figura 18 - Pilar com desplacamento e corrosão na armadura .................................................. 18
Figura 19 - Parede de Contenção com desplacamento e corrosão da armadura ................... 18
Figura 20 - Parede de Contenção com armadura em processo de corrosão ........................... 19
Figura 21 - Ensaio de Profundidade de Carbonatação em Pilares ............................................ 19
Figura 22 - Ensaio de Profundidade de Carbonatação em paredes de contenção ................. 20
Figura 23 - Poço no subsolo para rebaixamento do lençol freático ........................................... 20
Figura 24 - Teste de Percusão ......................................................................................................... 24
Figura 25 - Região deteriorada de um pilar (ou viga). .................................................................. 28
Figura 26 - Delimitação da área de reparo estrutural. .................................................................. 28
Figura 27 - Delimitação geométrica das bordas da recuperação. .............................................. 28
Figura 28 - Remoção cuidadosa do material contaminado. ........................................................ 29
Figura 29 - Exposição correta das armaduras corroídas. ............................................................ 30
Figura 30 - Ocorrência de áreas de degradação muito próximas. ............................................. 30
Figura 31 - Delimitação de áreas de reparo não recomendada. ................................................ 31
Figura 32 - Geometria indicada para áreas de recuperação contíguas. ................................... 31
Figura 33 - Complementação de seção de armadura. ................................................................. 32
Figura 34 - Procedimento de limpeza da armadura...................................................................... 33
Figura 35 - Procedimento de limpeza da armadura...................................................................... 33
Figura 36 - Passivação das barras de armadura .......................................................................... 34
Figura 37 - Nova limpeza para execução da ponte de aderência. ............................................. 34
Figura 38 - Saturação para receber a ponte de aderência. ......................................................... 35
Figura 39 - Execução da ponte de aderência. ............................................................................... 35
Figura 40 - Umedecimento da interface do contato. ..................................................................... 36
Figura 41 - Condição correta de saturação. ................................................................................... 36
Figura 42 - Condição inaceitável de saturação com encharcamento. ....................................... 36
Figura 43 - Recomposição da seção............................................................................................... 37
Figura 44 - Cura final do reparo. ...................................................................................................... 38
Figura 45 - Colocação dos bicos injetores e calafetação da fissura. ......................................... 39
Figura 46 - Colocação dos bicos injetores e calafetação da fissura. ......................................... 40
Figura 47 - Equipamento utilizado para injeção de fissuras. ....................................................... 40
2
DADOS DO CONTRATO:
CONTRATANTE: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL EM ALAGOAS
CONTRATO: 39/2016
CONTRATADA: CONSTRUTORA MAXXI LTDA
OBJETO DO CONTRATO: Elaboração de Laudo de Avaliação Estrutural
e do Projeto Executivo de Recuperação Estrutural para o Antigo Edifício-Sede do
TRE/AL.
INICIO DO CONTRATO: 21 de dezembro de 2016
PRAZO: 45 dias
RESPONSÁVEIS TÉCNICO: Eng. Civil Fernando Régis Azevedo Viana e Eng. Civil
Victor Gama Carnaúba Azevedo.
ART: AL20160053039
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1- OBJETIVO
O presente laudo técnico tem como objetivo apresentar uma análise da situação
atual do prédio da antiga Sede do Tribunal Regional Eleitoral, no estado de Alagoas,
quanto às condições atuais de durabilidade e desempenho de seu sistema
estrutural, sugerindo processo (s) para recuperação da(s) patologia(s) encontradas.
O edifício, que possui como solução construtiva o sistema estrutural em concreto
armado e fundações em estacas.
2- INTRODUÇÃO
4
eventuais problemas de uso do imóvel, e a respeito da existência de um plano de
manutenção e sua operacionalização.
3- RELATO DO CLIENTE
Foi informado que no ano de 1999 foi criado mais um pavimento que não
existia originariamente na edificação, e que a referida ampliação foi adequadamente
orientada tecnicamente a partir de estudos e projetos elaborados pelo Engenheiro
Daniel Farias.
4- DADOS DO IMÓVEL
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Edificação: Antiga Sede do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas
Uso: Institucional
6
Figura 2 - Vista aérea do edifício
7
Figura 3 – Desplacamento do concreto viga da cobertura
8
Figura 5 - Desplacamento do concreto viga da cobertura
9
Figura 7 – Serviço de recuperação realizado
10
Figura 9 - Pequenas Fissuras em viga de amarração do Platibanda
11
Figura 11 – Elevado índice de infiltrações atacando as peças estruturais
12
As principais patologias nos elementos estruturais de concreto deste
pavimento são derivadas dos processos de carbonatação do concreto e do
cobrimento insuficiente da armação, que criam as condições para a deflagração dos
processo de oxidação do aço, do aparecimento de fissuras e do desplacamento do
concreto, indicando um elevado risco ao sistema estrutural da edificação nestas
área. Outro fator que tem contribuído para esta deterioração dos elementos
estruturais nesta região, é o elevado índice de infiltrações devido a deficiências no
sistema de impermeabilização. Esta deficiência permite que as peças estruturais
tenham um ataque mais constante dos agentes agressivos que são transportados
pela água, fazendo assim com que todo um processo de despassivação do aço
ocorra de forma mais acelerada.
5.1.2. Pavimento: Pavimentos-tipo (1º. Pav., 2º. Pav., 3º. Pav., 4º. Pav. e 5º. Pav.)
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Figura 13 - Vigas de bordo da edificação com desplacamento
Todos os outros elementos estruturais (pilares e lajes, além das outras vigas)
não apresentavam patologias visíveis.
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Figura 14 - Fissura entre a laje a parede lateral da rampa
15
Figura 15 - Bloco de Fundação com sinais de umidade
16
Figura 17 - Fissura na junta de dilatação
17
Figura 18 - Pilar com desplacamento e corrosão na armadura
18
Figura 20 - Parede de Contenção com armadura em processo de corrosão
19
Figura 22 - Ensaio de Profundidade de Carbonatação em paredes de contenção
20
O aparecimento e a evolução dos problemas observados são derivados
principalmente do elevado nível do lençol freático e da pequena espessura de
cobrimento da armação das peças estruturais de concreto armado. A idade da
edificação também contribui para o aparecimento das patologias observadas, pois
processos como o de carbonatação evoluem com o decorrer do tempo de exposição
do concreto a certas condições que originam este processo.
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superfície da estrutura e forma a “frente de carbonatação”, composta por duas zonas
com pH distintas (uma básica e outra neutra). Esta frente avança em direção ao
interior do concreto e quando alcança a armadura ocorre a despassivação do aço e
este se torna vulnerável.
22
O ensaio de carbonatação consiste na visualização da alteração do pH do
concreto de cobrimento, utilizando uma solução de fenolftaleína que serve como
indicador de pH. O ensaio consiste na aspersão de fenolftaleína em regiões onde o
concreto encontra-se desplacado e/ou regiões fraturadas com o uso de
equipamentos.
O teste de percussão trata-se de ensaio para detectar regiões onde a estruturas está
comprometida internamente, através da identificação de um som cavo ao golpear o
concreto com um martelo. Esse som é característico de falhas de concretagem ou
desplacamento do concreto por processo de corrosão da armadura.
23
Figura 24 - Teste de Percusão
Durante esse ensaio foi observado a presença de som cavo apenas nos pilares que
já apresentavam desplacamento do concreto. Em todos os outros elementos
estruturais da edificação não se observou a existência de som cavo.
As anomalias são classificadas de acordo com sua origem, que podem ser:
24
ANOMALIA CLASSIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES
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1) Risco Crítico: Relativo ao risco que pode provocar danos contra a saúde e
segurança das pessoas e/ou meio ambiente, perda excessiva de
desempenho causando possíveis paralisações, aumento de custo,
comprometimento sensível de vida útil e desvalorização acentuada,
recomendando intervenção imediata;
2) Risco Regular: Relativo ao risco que pode provocar a perda de funcionalidade
sem prejuízo à operação direta de sistemas, perda pontual de desempenho
(possibilidade de recuperação), deterioração precoce e pequena
desvalorização, recomendando programação e intervenção a curto prazo;
3) Risco mínimo: Relativo a pequenos prejuízos à estética ou atividade
programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de
ocorrência dos riscos críticos e regulares, além de baixo ou nenhum
comprometimento do valor imobiliário; recomendando programação e
intervenção a médio prazo.
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7- SOLUÇÕES PARA REPARO DAS PATOLOGIAS
27
Figura 25 - Região deteriorada de um pilar (ou viga).
A primeira providência deve ser o estabelecimento de um contorno
geométrico linear bem definido da área a ser recuperada, conforme mostrado na
Figura 26.
28
Uma vez delimitada a área a ser tratada passa-se à remoção do concreto
contaminado.
Especial cuidado deve ser tomado para que o processo de remoção não seja
muito agressivo a ponto de introduzir microfissuras na massa de concreto
decorrentes da energia empregada. Caso isso aconteça, todas as partículas sólidas
aderidas, assim como pós e poeiras devem ser completamente retirados.
Não deve ser permitida, sob qualquer pretexto, a retirada do material apenas
nas laterais das barras da armadura corroída, deixando a sua parte posterior ainda
imersa no concreto contaminado.
29
Figura 29 - Exposição correta das armaduras corroídas.
Caso ocorram manifestações de corrosão muito próximas umas das outras é
de todo conveniente que as áreas de reparos sejam agrupadas em uma única área
de geometria bem definida, conforme pode ser observado nas Figuras 30, 31 e 32.
Nesse caso não se deve fazer uma delimitação de áreas limítrofes como
indicado na Figura 31, que mostra uma configuração não recomendada, pois deixa
filetes de material antigo entre as áreas de material novo.
30
Figura 31 - Delimitação de áreas de reparo não recomendada.
31
Figura 33 - Complementação de seção de armadura.
Apesar de permitida pelas normas técnicas estruturais a utilização de solda
para diminuir o comprimento de ancoragem, se possível, deve ser feita com
cuidados especiais para que as altas temperaturas envolvidas no processo não
alterem tanto as características do aço como a qualidade do concreto. Antes desse
procedimento é recomendável a constatação de que o aço existente admite os
procedimentos de solda.
Para tanto, todo o produto de corrosão aderido às superfícies das barras das
armaduras deverá ser completamente retirado antes que sejam colocados os
materiais de reparo.
Em hipótese alguma deve ser utilizado zarcão para a pintura das armaduras
de concreto armado.
32
As Figuras 34 e 35 abaixo mostram alguns dos procedimentos mais usuais
para a limpeza da corrosão das barras da armadura tais como escovas de aço, lixas
e espátulas.
33
Figura 36 - Passivação das barras de armadura
Terminada a etapa correspondente à passivação das armaduras tratadas
contra a corrosão passa-se à próxima etapa, que é a da construção da ponte de
aderência.
34
Figura 38 - Saturação para receber a ponte de aderência.
Finalmente deve ser construída a ponte de aderência conforme mostrado na
Figura 39.
35
Figura 40 - Umedecimento da interface do contato.
A superfície deverá ser saturada, mas de modo a permanecer
superficialmente seca, sem encharcamentos, conforme mostrado nas Figuras 41 e
42.
36
Figura 43 - Recomposição da seção.
Para a recomposição da seção os produtos utilizados devem atender aos
seguintes requisitos básicos:
Capacidade de aderência.
Possuir retração compensada.
Ter módulo de elasticidade compatível com o sistema de reparo.
Possuir baixa permeabilidade.
Ter resistência mecânica compatível com a do elemento no qual irá atuar
Ter suficiente resistência à agressividade do meio ambiente.
Ter suficiente resistência a ataques químicos.
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7.1.1.5- Cura da peça estrutural recuperada
38
Colocação de bicos injetores espaçados de no máximo 30cm ao longo do
desenvolvimento da fissura, calafetando a mesma após a colocação dos bicos com
argamassa epoxídica ou de poliéster, conforme indicado nas Figuras 45 e 46.
39
Figura 46 - Colocação dos bicos injetores e calafetação da fissura.
8- CONCLUSÃO
40
Relacionado às fundações, não se observou qualquer patologia que pudesse ser
creditada a este sistema da edificação. As únicas patologias que foram observadas
foram nos blocos de fundação que estão no subsolo e que deverão ter tratamento
análogo aos que foram determinados para as estruturas de concreto.
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