Cap3 6ed (1.1c)
Cap3 6ed (1.1c)
Cap3 6ed (1.1c)
Substância Pura 3
Nós consideramos, no capítulo anterior. três propriedades familiares de uma substância:
volume específico, pressão e temperatura. Agora voltaremos nossa atenção para as substâncias
puras e consideraremos algumas das fases em que uma substância pura pode existir, o número de
propriedades independentes que pode ter e os métodos utilizados na apresentação das propriedades
termodinâmicas.
O conhecimento do comportamento das substâncias, através de suas propriedades, é essencial
na análise de processos e sistemas tcrmodinârnicos. A central de potência esquematizada na Fig.
1.1 e o sistema de propulsão nuclear esboçado na Fig. 1.3 apresentam processos similares e ambos
utilizam a água como fluido de trabalho. Observe que o vapor d'água a alta pressão é obtido a
partir da ebulição de água líquida a alta pressão no gerador de vapor. O vapor é, então, expandido
na turbina até uma pressão próxima a do condensador. Neste equipamento ocorre a transferência
de calor da água para o meio e obtém-se água líquida a baixa pressão na seção de descarga do
condensador. A pressão dessa água líquida deve ser aumentada para que retorne ao gerador de
vapor. Esta operação é realizada pela bomba hidráulica. Nós precisamos conhecer as propriedades
da água para projetar, ou selecionar, as turbinas, bombas, trocadores de calor e os vários
equipamentos que compõe as instalações esboçadas nas Figs. 1.1 e 1.3. Por exemplo, nós
precisamos saber o valor da temperatura de evaporação da água na pressão do gerador de vapor e o
conhecimento do valor da massa específica da água no estado encontrado na seção de descarga do
condensador é essencial no projeto da tubulação que liga o condensador à bomba. Se essa tubulação
for dimcnsionada incorretamente e a velocidade do escoamento for excessiva, a perda de pressão
no escoamento de água líquida será significativa e ocorrerá um aumento da potência necessária
para acionar a bomba. Note que um aumento de potência de acionamento da bomba sempre
provoca uma diminuição da potência líquida fornecida pelo ciclo de potência.
Outro exemplo é o refrigerador mostrado na Fig. 1.6. Nós precisamos, nesta aplicação, de
uma substância que evapore numa temperatura baixa (em torno de - 20°C) e que condense numa
temperatura superior a do ambiente. O processo de evaporação do fluido de trabalho ocorre no
evaporador do refrigerador. Este processo absorve energia do espaço refrigerado e, assim, mantém
a temperatura no espaço refrigerado mais baixa do que a do ambiente. O vapor de fluido
refrigerante a alta pressão condensa no condensador. Neste processo ocorre a transferência de
calor para o ambiente. Como no caso das centrais de potência, nós devemos conhecer os valores
das pressões no evaporador e no condensador do ciclo de refrigeração e também quais são as taxas
de transferência de calor que ocorrem nos processos. Nós também temos que conhecer o volume
específico do fluido de trabalho nos diversos estados encontrados no ciclo para que seja possível
determinar adequadamente os diâmetros das tubulações do refrigerador. O fluido refrigerante deve
ser escolhido de modo que a pressão no condensador não seja excessiva, devido a segurança
operacional e maior probabilidade de ocorrência de vazamentos, e que a pressão não seja muito
pequena no evaporador para que a ocorrência de contaminação do fluido refrigerante com ar da
atmosfera seja minimizada.
Considere, como último exemplo, o ciclo de turbina a gás (a Fig. 1.1 I mostra o esquema de
uma turbina do tipo aeronáutico). Nós também precisamos determinar os valores das propriedades
dos fluidos que escoam no equipamento para que seja possível conhecer e modelar os fenômenos
que ocorrem no equipamento. O tluido de trabalho nessas turbinas é um gás (a composição do gás
varia ao longo do escoamento no equipamento mas é sempre próxima a do ar atmosférico) e não
ocorre mudança de fase no ciclo. O processo de combustão ocorre na câmara de combustão da
turbina e nós detectamos um aumento considerável de temperatura do fluido de trabalho no
escoamento ao longo da câmara. Nós precisamos conhecer o estado terrnodinâmico na seção de
descarga da câmara de combustão para que seja possível analisar o processo de expansão que
ocorre na turbina do ciclo. Nós também devemos conhecer o estado termodinârnico na seção de
descarga da turbina para avaliar a expansão que ocorre no bocal de descarga do equipamento. A
velocidade do fluido de trabalho deve ser alta na seção da turbina e em todo bocal de descarga da
38 Fundamentos da Termodinâmica
turbina. A velocidade do escoamento na região da turbina deve ser alta porque o fluido de trabalho
"empurra" as palhetas da turbina, realizando o trabalho necessário para acionar o compressor de
ar, e a velocidade do escoamento deve ser alta na seção de descarga do bocal para que o empuxo
gerado na turbina a gás seja alto.
Estes são alguns exemplos de sistemas termodinâmicos onde uma substância (o fluido de
trabalho) percorre vários processos. Nós apresentaremos, ao longo do texto, vários outros
exemplos onde mostramos que o conhecimento das propriedades termodinâmicas é fundamental
na análise de processos e ciclos.
III I I III
III I I III
-------- --------
Ca) (6)
Figura 3.1- Mudança da fase líquida para vapor de uma substância pura a pressão constante.
Propriedades de uma Substância Pura 39
o
"li
III
~
c,
1 MPa
0,1 MPa
Figura 3.3 - Diagrama temperatura - volume para a água mostrando as fases líquida e vapor.
40 Fundamentos da T ermodinâmica
crítica como vapor superaquecido. Deve ser enfatizado, no entanto, que, para pressões acima da
crítica, nunca teremos a fase líquida coexistindo, em equilíbrio, com a fase vapor. A linha NJFB da
Fig. 3.3 representa a linha do líquido saturado e a NKGC a linha do vapor saturado.
Os índices inferiores I e v são utilizados para designar os estados de liquido saturado e de
vapor saturado. Um estado saturado é caracterizado por uma mistura de líquido saturado e vapor
saturado em equilíbrio. A Fig. 3.1h ilustra um estado saturado que pode ser representado
graficamente do modo indicado na Fig. 3.4 (diagrama T - v). Neste estado, todo o líquido contido
no conjunto cilindro - pistão está no estado I (volume específico VI ) e todo o vapor presente no
conjunto está no estado v (volume específico v, ). Considerando a água como sistema, o volume
total é igual a soma do volume de líquido saturado com o volume de vapor saturado, ou seja,
V = V1iq + Vvap = m1iq VI + mvap VI'
V mliq mvap ( )
(3.1)
v=-=--vI+--v l
= l-x vI+xv l
m m m
onde foi utilizada a definição de título, ou seja, x = mvap / m.
Utilizando a definição
G-----+----H
Ponto
Fase critico
líquida
o
""
fi)
fi)
E--~------~---F
à:'" Fase
Fase
sólida
vapor
Temperatura
Vapor
104
103
102
Ponto crítico
101
RI
n,
~
e,
10-1
A Fig. 3.6 mostra o diagrama das três fases do dióxido de carbono. Observe que o valor da
pressão no ponto triplo apresentado na figura é maior do que aquele da pressão atmosférica normal.
Devido a esta singularidade, nós podemos observar a sublimação do dióxido de carbono em
ambientes onde a pressão é próxima de 100 kPa. Este é o motivo para que o dióxido carbono
sólido seja chamado de gelo seco pois não existe presença de fase líquida no processo de
sublimação. A observação. da Fig. 3.6 também revela que a mudança de fase a 100 kPa ocorre
numa temperatura inferior a 200 K.
Devemos também frisar que uma substância pura pode existir em diferentes fases sólidas. A
mudança de uma fase sólida para outra é chamada transformação alotrópica. A Fig. 3.7 mostra um
diagrama pressão - temperatura para a água onde estão indicadas as diferentes fases sólidas. É
evidente que uma substância pura pode apresentar diversos pontos triplos, mas somente um envol-
vendo sólido, líquido e vapor em equilíbrio. Outros pontos triplos para uma substância pura podem
envolver duas fases sólidas e uma líquida, duas fases sólidas e uma vapor, ou três fases sólidas.
T p
Sem Tabela
S
L Sem Tabela
8.1.5
T
Figura 3.8 - Regiões das tabelas de vapor.
Transferência de
calor (em quantidade
que mantenha a
~ temperatura constante)
~~'-;,4-,-,;n
III I
adequada Q. Como a água é muito pouco compressível, haverá uma diminuição muito pequena no
volume específico durante este processo. A Tab. B.1.4 fornece esse volume específico, que é de
0,00 1039 m3/kg. Note que praticamente não houve variação e que o erro seria pequeno se
admitíssemos que o volume específico do líquido comprimido é igual ao do líquido saturado a
mesma temperatura. Em muitos casos, esse é o procedimento mais conveniente, particularmente
quando não se dispõe de dados sobre o líquido comprimido.
A Tab. B.I.5 fornece as propriedades do sólido e vapor saturados, em equilíbrio. A primeira
coluna fornece a temperatura e a segunda a pressão de saturação correspondente. Naturalmente,
todas essas pressões são menores do que a pressão no ponto triplo. As duas colunas seguintes
indicam, respectivamente, os volumes específicos do sólido saturado e do vapor saturado (notar
que o valor tabelado é v, x 103).
O Apen. B também apresenta tabelas de propriedades termodinârnicas de outras substâncias
como: amônia, R - 12, R - 22, R - 134a (fluídos refrigerantes), nitrogênio e metano (fluidos
criogênicos). Nós só apresentamos duas tabelas para cada uma dessas substâncias: uma tabela para
a região de saturação líquido - vapor ordenada pela temperatura (equivalente a Tab. 8.1.1 da água)
e uma tabela para a região de vapor superaquecido (equivalente a Tab. B.1.3 da água).
Nós agora vamos apresentar vários exemplos de utilização das tabelas termodinârnicas
presentes no Apen. B.
Exemplo 3.1
Considere a água como fluido de trabalho e os estados termodinâmicos definidos por: a) 120°C e
500 kPa ; b) 120°C e 0,5 m3/kg. Determine a fase de cada um dos estados fornecidos utilizando as
tabelas do Apen. B e indique a posição destes estados nos diagramas p - v, T - v, e p - T.
Solução: a) A Tab. B.I.I indica que a pressão de saturação para a temperatura de 120°C é
198,5 kPa. Assim, a água se encontra como líquido comprimido na condição proposta pois a
pressão fornecida é maior do que a pressão de saturação na mesma temperatura (analise a posição
dos pontos a nos diagramas da Fig. 3.10). A Tab. B.1.2 indica que a temperatura de saturação para
a pressão de 500 kPa é 151,9 "C. De modo análogo, nós podemos afirmar que a água está no
estado de líquido comprimido porque a temperatura fornecida no problema é menor do que a
temperatura de saturação relativa a pressão fornecida (observe a posição do ponto a no diagrama
p - T da Fig. 3.10).
b) A Tab. B.1.1 indica, para a temperatura de 120°C, que os volumes específicos do líquido
saturado e do vapor saturado são, respectivamente, iguais a 0,00106 e 0,89186 m3/kg. Esses valores
nos indicam que a água está num estado saturado (uma mistura de líquido saturado com vapor
saturado cujo estado pode ser representado pelos pontos b dos diagramas da Fig. 3.10). Os
diagramas p - ve T - v são úteis para visualizar os estados saturados líquido - vapor.
p p T
P crit.
iJri~
P crit.
500
'I'> 120
198
a. b
500
b
120 T I'
p p T
P. crit.
P. crit.
1167
1000
1167
1000
30 v
p P T
P crit.
P crit.
200
iJ~: 1942
200
v
50
40
- 2S
v
T
Exemplo 3.2
Considere os fluidos nos estados: a) Amônia a 30°C e 1000 kPa e b) R - 22 a 200 kPa e 0,15 m3/kg.
Determine a fase dos fluidos nas condições indicadas e indique a posição destes estados nos
diagramas p - v, T - v, e p - T.
Solução: a) A Tab. B.2.1 indica que a pressão de saturação para a temperatura de 30°C é
1167 kPa. Assim, a amônia se encontra como vapor superaquecido na condição proposta pois a
pressão forneci da é menor do que a pressão de saturação na mesma temperatura (analise a posição
dos pontos indicados nos diagramas da Fig. 3.11). A mesma tabela indica que a temperatura de
saturação para a pressão de 1000 kPa é um pouco inferior a 25°C. De modo análogo, nós podemos
afirmar que a amônia se encontra como vapor superaquecido porque a temperatura fornecida no
problema é maior do que a temperatura de saturação relativa a pressão fornecida.
b) A Tab. B.4.1 indica que o volume específico do vapor saturado de R - 22 a 200 kPa é próximo
a 0,112 m3/kg. Nós podemos concluir que o R - 22 se encontra como vapor superaquecido no
estado fornecido porque o valor do volume específico indicado é superior ao volume específico do
vapor saturado na mesma pressão (analise a Fig. 3.12).
Exemplo 3.3
Determine a temperatura e o título (se aplicável) para a água nos seguintes estados: a) volume
específico e pressão iguais a 0,5 m3/kg e 300 kPa; b) volume específico e pressão iguais a 1,0 m3/kg
e 300 kPa
Solução: Para conhecer a tabela de propriedades da água adequada para a obtenção da informação
do estado desejado é necessário determinar qual a fase, ou fases, que estão presentes no estado
desejado. Ou seja, nós precisamos comparar a informação dada com os valores extremos da região
de mudança de fase. Considere o diagrama T - v esboçado na Fig. 3.13. Os valores VI e v •.
indicados na figura, para a pressão de 300 kPa, foram obtidos na Tab. B.l.2.
48 Fundamentos da Termodinâmica
p = 300 kPa
a) Observe que o valor do volume específico fornecido neste item é maior do que o valor de VI e
menor do que o valor de VI' avaliados na pressão fornecida. Deste modo, a água se encontra num
estado saturado a temperatura de 133,6 "C. O título pode ser determinado com a Eq. 3.2, ou seja,
0,5 = 0,001073 + xO,60475 x = 0,825
Se uma tabela do tipo da B.1.2 não estiver disponível (como é o caso para as outras substâncias
presentes no Apen. B) nós teremos que utilizar uma interpolação sobre os valores na Tab. B.1.1
(ou similar) para obter os valores de VI e VI" Neste item do Exemplo, nós utilizaríamos as
propriedades referentes a 130°C e 135°C, na pressão de 300 kPa, como extremos da interpolação.
b) Comparando o valor de volume específico fornecido com os valores indicados na Fig. 3.13, nós
concluímos que a água se encontra como vapor superaquecido neste estado (o título não é
aplicável nesta condição) e a temperatura pode ser determinada a partir das informações contidas
na Tab. B.I.3. Neste caso, a temperatura pode ser encontrada através da interpolação linear
mostrada na Fig. 3.14. Observe que este procedimento é aproximado porque a relação real entre a
temperatura e o volume específico ao longo da linha de pressão constante não é exatamente linear.
Analisando os valores da Fig. 3.14, temos
. I' - T-3oo 400-300
me maçao =
1,0-0,8753 1,0315-0,8753
Assim, o valor da temperatura do estado fornecido no item é 379,8 "C,
T
400
T
300
Exemplo 3.4
Um recipiente estanque contém uma mistura saturada de fluido refrigerante R - 134a a 30 "c.
Sabendo que o volume ocupado pela fase líquida é O, I m) e que o volume ocupado pela fase vapor
é 0,9 rrr', determine o título da mistura contida no recipiente.
Solução: Os valores das propriedades do R - 134a na região de saturação podem ser encontrados
na Tab. B.5.1. A relação entre massa e volume nos fornece
0,1 = 118,6 k
m1i4 = 0,000843 g
Observe que a fase vapor do tluido refrigerante ocupa 90% do volume do recipiente mas a massa
do vapor representa 22, I % da massa total de refrigerante contido no recipiente.
Exemplo 3.5
Um vaso rígido contém vapor saturado de amônia a 20°C. Transfere-se calor para o sistema
até que a temperatura atinja 40 0C. Qual é a pressão final?
Solução: Como o volume não muda durante esse processo, o volume específico também permanece
constante. Das tabelas de amônia, Tab. B.2.1,
VI = v = 0,14922
2 m'/kg
Como v, a 40°C é menor do que 0,14922 mvkg, é evidente que a amônia está na região de
vapor superaquecido no estado final. Interpolando entre os valores das colunas referentes a 800 e
1.000 kPa da Tab. B.2.2, obtemos, <100
r- = 945 kPa
- q39
Exemplo 3.6
Considere o nitrogênio como fluido de trabalho. Determine: a) o volume específico e o título (se
aplicável) se a temperatura e a pressão são iguais a - 53,2 °C e 600 kPa; b) a pressão e o título (se
aplicável) se a temperatura e o volume específico são iguais a 100 K e 0,008 m3lkg.
Solução: As propriedades termodinârnicas do nitrogênio podem ser encontradas na Tab. 8.6.
a) A temperatura fornecida em Kelvin é T = 273,2 - 53,2 = 220 K. Observe que esta temperatura é
maior do que a temperatura crítica fornecida na Tab. 8.6.1 e na Tab. A.2. Assim, o nitrogênio, na
condição especificada no problema, se encontra como vapor superaquecido. A Tab. B.6.2 indica
que, para a pressão de 600 kPa, o volume específico do vapor a 220 K é 0,10788 m3lkg. Observe
que a Tab. 8.6.2 também mostra que a temperatura de saturação para a pressão de 600 kPa é
96,4 K. Esse fato corrobora a nossa solução porque a temperatura forneci da é superior a
temperatura de saturação para a mesma pressão. O estado termodinâmico do nitrogênio na
condição especificada está representado pelos pontos a nos diagramas da Fig. 3.15.
p P T
a
220
3400
3400
600
u: 30
a
T
779
600
~
v
126
100
p T
P crit.
1554
200 kPa
600
200
500
200
o valor do volume específico fornecido neste item é maior do que o valor do volume específico do
líquido saturado e menor do que aquele do vapor saturado. Assim, o nitrogênio, no estado especifi-
cado no item b, se encontra num estado saturado (uma mistura de líquido saturado com vapor
saturado). A pressão no estado fornecido é igual a pressão de saturação, ou seja, 779,2 kPa. O
título pode ser determinado com a Eq. 3.2,
x = (v-v/)/v/v = (0,008-0,001452)/0,02975 = 0,220l
Exemplo 3.7
A temperatura e o volume específico de uma amostra de água são iguais a 200°C e 0,4 m3/kg.
Determine a pressão na amostra.
Solução: A Tab. B.1.1 mostra que o volume específico do vapor saturado a 200°C é 0,1274 m3/kg.
A água da amostra se encontra como vapor superaquecido porque o valor do volume específico da
água da amostra é superior ao do vapor saturado avaliado na mesma temperatura e fornecido
na tabela. Nós temos que utilizar a Tab. B.1.3 para determinar a pressão da água na região de
vapor superaquecido. Considerando T = 200°C e p = 200 kPa encontramos v = 1,08034 m3/kg.
Observe que este valor é maior do que o especificado no enunciado. Assim, a pressão na amostra
deve ser maior do que o valor admitido (veja a Fig. 3.16). Considerando a mesma temperatura e
p = 500 kPa encontramos v = 0,42492 m3/kg. Este valor ainda é maior do que o especificado no
enunciado. Assim, a pressão na amostra deve ser maior do que 500 kPa. Considerando T = 200°C
e p = 600 kPa encontramos v = 0,35202 m3/kg. Este valor é menor do que o especificado no
enunciado. Assim, a pressão na amostra deve ser menor do que 600 kPa. O valor da pressão na
amostra pode ser encontrado a partir de um interpolação linear. Deste modo,
600
Ponto
critico
Gas
e
o I
-5I
gl
6 I
:gl
õl'{ r.lll-'O=:::"::=~;':'
~~~.~~~~--~~. n
L-__ ~L-~~~~
~--~------~~~g
k
~~a
Ponto
crítico
Gás
o
i
e,
n = ~m = ---==---
kg
(3.4)
M kglk.mol
e R é a constante universal dos gases. O valor de R é
Nm kNm kJ
R = 8314,5 ~-- 8,3145~-- 8,3145---
kmolK kmolK kmolK
Propriedades de uma Substância Pura 53
A escala de temperatura que deve ser utilizada na Eq. 3.3 é a absoluta (escala de gás perfeito). A
escala de temperatura absoluta será discutida detalhadamente no Capo 7.
Combinando as Eqs. 3.3 e 3.4 e reordenando, obtemos
pV=mRT e pv=RT (3.5)
onde
R=~ (3.6)
M
R é a constante para um gás particular. A Tab. A.5 do Apêndice fornece o valor de R para algumas
substâncias.
Exemplo 3.8
Determine a massa de ar contida numa sala de 6 m x 10m x 4 m quando a pressão e a temperatura
forem iguais a 100 kPa e 25°C. Admita que o ar se comporta como um gás perfeito.
Solução: Utilizando a Eq. 3.5 e o valor de R da Tabela A.5, temos
2 3
m = pV = 100 kN / m x 240m = 280,5 kg
RT 0,287 kN m/kg K x 298,2 K
Exemplo 3.9
Um tanque com capacidade de 0,5 m3 contém 10 kg de um gás perfeito que apresenta peso
molecular igual a 24. A temperatura no gás é 25°C. Qual é a pressão no gás?
Solução: Primeiramente determina-se a constante do gás:
= 2066 kPa
Exemplo 3.10
A Fig. 3.20 mostra um reservatório de gás, com selo de água, que contém dióxido de carbono. A
massa do reservatório é contrabalançada pelo sistema constituído pela massa externa, cabo e
polias. A pressão e a temperatura no ca2 são constantes e iguais a 105 kPa e 21°C. a reservatório
foi alimentado durante 185 segundos com ca2 e detectou-se, após o término da operação, que o
volume do gás aumentou 7,5 m3. Nestas condições, determine a vazão em volume e a vazão em
massa do escoamento que alimenta o reservatório.
0.1%
400
Erro < 1%
300 0.2%
100~ 1~0~0~k~P:a ~~
10 kPa
OL--L~~~~~~~~~~~~ __ ~~LW~-L~~WW~~
10-3 10-2 10-1 100 101 102
Volume específico v [m3/kgl
Figura 3.21- Diagrama temperatura - volume específico para a água.