Apostila Sobre Caldeiras
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ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS ÀS CALDEIRAS
Caldeira é o nome popular dado aos equipamentos geradores de vapor, cuja aplicação
tem sido ampla no meio industrial e também na geração de energia elétrica nas chamadas
centrais termelétricas. Portanto, as atividades que necessitam de vapor para o seu
funcionamento, em particular, vapor de água pela sua abundância, têm como componente
essencial para sua geração, a caldeira. Esse equipamento, por operar com pressões acima da
pressão atmosférica, sendo na grande parte das aplicações industriais até quase 20 vezes
maior e nas aplicações para a produção de energia elétrica de 60 a 100 vezes maior, podendo
alcançar valores de até 250 vezes mais, constitui um risco eminente na sua operação. Vários
são os aspectos relacionados ao funcionamento das caldeiras, os quais serão tratados nesta
apostila: Principais conceitos da Termodinâmica envolvidos na operação de Caldeiras; Tipos
e classificação das Caldeiras e seus acessórios principais; Riscos de explosões; Tratamento da
água de Caldeiras e Norma Regulamentadora Nº 13.
• De modo geral, as substâncias podem existir em diferentes fases, que são a fase sólida,
fase líquida e a fase gasosa. Assim é definido fase uma porção homogênea de matéria.
Nas figuras 1, 2 e 3 são apresentados alguns diagramas para a água, nos quais são
identificados os diversos estados que essa substância pode assumir. Esses diagramas,
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especialmente aquele de Mollier (figura 3), por ser o mais completo, são muito úteis para
apresentar as propriedades termodinâmicas e para auxiliar na visualização dos diversos
processos pelos quais uma substância pode passar.
É importante destacar aqui que o vapor d’água é utilizado como agente transportador
de energia em diversos processos industriais e nas centrais termelétricas. Isso se deve às
vantagens a seguir:
• A água é a substância mais abundante sobre a Terra.
• Possui grande conteúdo energético (entálpico).
• Pouco corrosivo.
• Não é tóxico.
• Não é inflamável nem explosivo.
180°C (Tsat). As coordenadas (psat, Tsat) definem a curva de pressão de vapor, que
adquire a forma apresentada nos diagramas T x h (figura 2) e h x s (figura 3).
• Nos diagramas são identificados os estados de líquido comprimido, de líquido
saturado, de saturação líquido–vapor, de vapor saturado e de vapor
superaquecido. Identifica-se ainda nos diagramas T x h e h x s , o ponto crítico da
água definido por p=22,09MPa e T=374,14°C, a partir da qual não se identifica
mais a presença da fase líquida e vapor existindo em equilíbrio.
• Para o estado de mistura líquido-vapor é comum definir-se o título (x) do vapor,
que é a fração em massa (ou percentual em massa) do vapor em relação à massa
total da mistura. Isso significa dizer, por exemplo, se o vapor que sai de uma
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caldeira tem uma qualidade (título) de 97%, significa que 3% é umidade (água
líquida).
• Ao iniciar-se a produção de vapor em uma caldeira, primeiramente todo o calor
fornecido a água (pela queima do combustível e pelos gases de combustão) serve
para aumentar sua temperatura. Ao calor associado à mudança de temperatura da
água dá-se o nome de calor sensível. Em uma caldeira, como em uma panela de
pressão de cozinha, por ser um recipiente rígido, a medida que o calor é fornecido
à água, a pressão aumenta junto com a temperatura até que aconteça a abertura da
válvula de segurança. Na temperatura de saturação relativa à pressão de abertura da
válvula de segurança (pressão de trabalho da caldeira) inicia-se a geração de vapor
com alta intensidade e todo calor fornecido à água é para sua mudança de fase, que
No processo de aquecimento direto, o vapor entra em contato direto com o material a
ser aquecido. Exemplo disso é o aquecimento de água ou outros líquidos com injeção direta
de vapor. Outros exemplos: lavagem de garrafas, curtimento de couro, esterilização,
engomagem de tecidos, etc.. No uso indireto, o vapor não entra em contato com o material a
ser aquecido e fica, portanto, separado por uma superfície. Esse método é empregado quando
for necessário uma grande quantidade de calor e/ou em processos que devem ser livres de
contaminação. Exemplos de equipamentos que operam com vapor de uso indireto: calandras,
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boylers, radiadores, autoclaves, etc..
O vapor pode ser empregado também para extração de gases não condensáveis, tais
como o ar, dos espaços evacuados, nas chamadas bombas de jato. Outra aplicação muito
comum do vapor é no bombeio da água de alimentação de caldeiras nos chamados injetores.
Entretanto, foi na época da Revolução Industrial que teve impulso o uso do vapor sob
pressão para movimentar as máquinas. Muitos, entre cientistas, artífices e operários,
ocuparam-se por longos anos na evolução dos geradores de vapor. Os mais notáveis trabalhos
neste campo se devem a Denis Papin na França, a James Watt na Escócia e a Wilcox nos
Estados Unidos.
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Massachusetts/EUA, onde morreram 58 pessoas, que a sociedade alertou-se para a
necessidade de normas e procedimentos para a construção, manutenção e operação das
caldeiras. Assim, foram criados os códigos da American Society of Mechanical Engineers
(ASME), o qual se constituem na principal fonte de referência normativa sobre caldeiras e
Nos geradores de vapor, a energia térmica é liberada através das seguintes formas:
• Pela queima de um combustível sólido (carvão, lenha), líquido (óleos derivados do
petróleo) ou gasoso (gás natural).
• Por resistências elétricas (eletrotermia).
• Por fontes não convencionais, como a fissão nuclear, energia solar, energia
geotérmica, etc..
A energia térmica liberada na queima de qualquer uma das fontes acima, deve ser
adequadamente transferida para as superfícies de absorção de calor.
Existem diversos tipos de caldeiras, as quais podem ser classificadas segundo diversos
critérios. Segundo uma classificação mais genérica, as caldeiras se classificam em
FUMOTUBULARES e AQUOTUBULARES.
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18 bar de pressão de trabalho.
Existem, embora sejam raras, caldeiras que possuem partes fumotubulares e partes
aquotubulares, constituindo, dessa forma, o que se pode denominar de caldeiras mistas.
constituem sua estrutura; caldeira suspensa, quando a necessidade de uma estrutura a parte; e
caldeira mista, que emprega estas duas formas básicas de sustentação.
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meio da chaminé, e de tiragem forçada quando, para produzir a depressão, são utilizados
ventiladores.
Os indicadores de nível tem por objetivo indicar o nível de água dentro do tubulão de
evaporação. Em geral, são constituídos por um vidro tubular.
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segurança, embora o recomendado seja duas. As válvulas de segurança devem ser capazes de
descarregar todo o vapor gerado sem causar aumento de pressão superior a 10% da pressão de
projeto.
A maioria das caldeiras utilizam ainda pressostatos, que atuam em conjunto com os
queimadores ou com alimentadores de combustível. Os pressostatos mantêm a pressão dentro
de uma faixa admissível de operação.
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• Por se encontrar presente durante todo o tempo de funcionamento, sendo
imprescindível seu controle de forma contínua, ou seja, sem interrupções.
• Em razão da violência com que as explosões acontecem. Na maioria dos casos
suas conseqüências são catastróficas, em virtude da enorme quantidade de energia
liberada instantaneamente.
• Por envolver não só os operadores, como também as pessoas que trabalham nas
redondezas.
• Por que sua prevenção deve ser considerada em todas as fases: projeto, fabricação,
operação, manutenção, inspeção e outras.
O risco de explosão do lado da água está presente em todas as caldeiras, pois a pressão
reinante nesse lado é sempre superior à pressão atmosférica. Todo fluido compressível tem o
seu volume bastante reduzido quando comprimido. Essa redução é tantas vezes menor quanto
for o aumento de pressão. A massa comprimida de fluido procura então, ocupar um espaço
maior através de fendas e rupturas. Isso é conseguido com a explosão, quando, por algum
motivo, a resistência do recipiente que o contem é superada. Para evitar a explosão surge a
necessidade de empregar-se espessuras adequadas em função da resistência do material e das
características de operação.
No caso de caldeiras, outro fator importante a ser considerado quanto às explosões é a
grande quantidade de calor transmitida no processo de vaporização, dada a grande quantidade
de calor latente e calor sensível absorvida pelo vapor. Neste sentido, os danos provocados
pela explosão de uma caldeira serão muito maiores que um reservatório contendo ar, por
exemplo, de mesmo volume e de mesma pressão. Isso por que parte da energia será liberada
na forma de calor, provocando o aquecimento do ambiente onde a explosão ocorre.
e ≈ p R / σadm
Das curvas mostradas na figura 14 observa-se que, para resistir a uma dada pressão p,
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os valores de e e σadm podem variar sem prejudicar a segurança do equipamento, desde que o
par (σadm,i, ei) estejam dentro da área situada acima da curva referente à pressão com a qual
deseja-se trabalhar. Dessa forma, observa-se:
• Os valores (σadm,1, e1) que caracterizam o ponto 1 não são satisfatórios para que o
equipamento opere na pressão p1;
• Os valores (σadm,2, e2) que caracterizam o ponto 2 são satisfatórios para que o
equipamento opere na pressão p1, mas são insatisfatório para que o equipamento
opere na pressão p2. Para que o equipamento possa operar nessa pressão é
necessário aumentar a espessura pelo menos para e3, ou escolher um material mais
resistente, com tensão admissível igual ou superior a σadm,3. Pode-se ainda adotar
outra combinação de valores σadm,x, ey, de modo que o par ( σadm,x, ey) esteja acima
da curva p2.
Risco de explosão pode, portanto, ser originado pela combinação de 3 causas:
• Diminuição da resistência, que pode ser decorrente do superaquecimento ou da
modificação da estrutura do material (vide figura 15).
• Diminuição de espessura que pode ser originada da corrosão ou da erosão (vide
figura 16).
• Aumento de pressão decorrente de falhas diversas, que podem ser operacionais ou
não (vide figura 17).
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• Seleção inadequada do aço no projeto da caldeira . Em caldeiras aquotubulares,
por exemplo, parte dos tubos da fornalha poderão estar submetidos à radiação mais
intensa que aqueles de outras partes, devendo por isso, ser constituídos por aços de
características condizentes com a solicitação. Se no projeto de caldeiras não forem
consideradas as condições de não homogeneidade de temperatura de trabalho das
superfícies de aquecimento, poderá haver risco de fluência e/ou ruptura dessas
partes submetidas a pressão, devido ao emprego de aços poucos resistentes às
solicitações impostas. As figuras 18 e 19 mostram as faixas de temperatura em que
os aços constituintes de chapas e de tubos, respectivamente, resistem às
solicitações impostas pela geração de vapor.
• Prolongamentos excessivos dos tubos. Isso ocorre com muita freqüência nas
caldeiras fumotubulares, em que tubos expandidos nos espelhos são deixados com
comprimento excessivo para dentro das caixas (câmaras) de reversão. Esses
prolongamentos exagerados, identificados na figura 20, prejudicam a reversão de
fluxo dos gases quentes, determinando pontos de superaquecimento, cuja
conseqüência certa é o aparecimento de fissuras nos tubos e/ou nas regiões entre
furos dos espelhos (vide figura 21).
• Queimadores mal posicionados. Como visto nas figuras 18 e 19, os aços das
chapas e dos tubos de caldeiras admitem aquecimento a até algumas centenas de
graus Celcius, sem perderem totalmente suas propriedades mecânicas. As chamas
de queimadores podem atingir valores de temperatura de até 1.000°C, de modo que
o mal posicionamento do queimador pode determinar a incidência direta da chama
sobre alguma superfície, propiciando o superaquecimento e a fluência do material.
A conseqüência disso pode ser a deformação lenta e gradual da caldeira ou a
explosão eminente da mesma, o que depende da ocorrência de outros fatores. O
posicionamento dos queimadores é muito mais complicada quando esses são do
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tipo tangenciais (vide figura 22), os quais produzem um turbilhonamento intenso
dos gases no centro da câmara de combustão.
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produção desejada, o que é conseguido é o superaquecimento das várias partes da
caldeira, determinando a deformação das mesmas ou até a ruptura. Portanto, isso
constitui em risco eminente de explosão do equipamento. No caso das caldeiras
fumotubulares, a intensificação de energia à fornalha pode também determinar
riscos de fissuras no espelho traseiro, nas regiões entre furos, de forma similar aos
prolongamento excessivos mencionados.
• Falta de água nas regiões de transmissão de calor. O contato da água com o aço
é fundamental para mantê-lo refrigerado. Por isso, é essencial que o calor recebido
pelas superfícies de aquecimento seja transferido para água, sem provocar aumento
excessivo da temperatura do aço, pois no lado da água, o processo de vaporização
•
Má circulação da água. Nas caldeiras aquotubulares em que a circulação
da água se faz de modo natural, a diferença de densidade entre as partes
mais quentes da água e as partes menos quentes, é a força motriz
responsável pela movimentação da água no interior do equipamento. Essa
força motriz é tanto menor, quanto mais a pressão da água se aproxima do
ponto crítico (220,9 bar). Na prática, para pressões de trabalho superiores a
150 bar, é justificável o uso de bombas para forçar a circulação da água. É
necessário que cada tubo seja atravessado por uma quantidade de água
suficiente para refrigerá-lo, pois é preciso encontrar um bom equilíbrio da
vazão de água. A rugosidade, as corrosões e os depósitos internos são
fatores que reduzem a vazão de água nos tubos, podendo prejudicar a
refrigeração.
Nas caldeiras fumotubulares é estabelecido em regime normal uma
circulação de água como ilustra o esquema da figura 25. Se nos pontos A e
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pontos um aumento de temperatura. Isso tende a se agravar, se no ponto A
formam-se bolhas de vapor, isolando termicamente a parede da fornalha da
água da caldeira.
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Em casos de variações no consumo ocorrer um aumento brusco na
vazão de vapor, a instrumentação pode ser responsável por falta de
água, pois em virtude da queda brusca de pressão, bolhas de vapor
que se formam sob a superfície da água se expandem, dando origem a
A mandrilagem é a operação de expansão dos tubos junto aos furos dos espelhos da
caldeira. A expansão é feita, portanto, nas extremidades dos tubos por meio de um dispositivo
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cônico chamado mandril e que gira em torno de seu eixo axial. Através da mandrilagem os
tubos ficam ancorados, com a estanqueidade devida, nos espelhos das caldeiras fumotubulares
ou nas paredes do tubulão das caldeiras aquotubulares. A estanqueidade pode ficar
comprometida, se no momento da mandrilagem houverem corpos estranhos na superfície
externa da extremidade dos tubos ou nas paredes dos furos. Problemas podem também ocorrer
se o processo de mandrilagem não for bem controlado, promovendo o aparecimento de trincas
nos espelhos (entre furos) e/ou nos tubos.
•
Grupo 2 – Cavidades
• Grupo 3 – Inclusão de escória
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especialmente na soldagem de chapas de grande espessura. Nesse processo é eliminada a
necessidade de execução de vários passes, como também as descontinuidades de soldagem
manual. Proporciona cordões de solda limpos, alta eficiência, menor incidência de falhas e, do
ponto de vista de segurança do trabalho, é pouco nocivo ao trabalhador, pois não emite
radiações e o arco elétrico fica submerso em um pó, chamado fluxo de soldagem, durante todo
o tempo de execução da solda.
Sem dúvidas, qualquer que seja o processo de soldagem, esse deve ser executado por
soldadores qualificados e segundo processos reconhecidos por normas técnicas específicas.
Após as operações de soldagem, as caldeiras deveriam passar por tratamentos térmicos de
alívio de tensões ou de normalização, para minimizar as tensões resultantes do processo de
solda.
Para garantir segurança à caldeira desde sua construção, é fundamental que suas
juntas soldadas sejam controladas por ensaios não destrutivos, tal como o exame
radiográfico.
Devido à alta capacidade de produção de vapor, ocorre nas caldeiras que operam a
pressões elevadas, a decomposição da água, com o conseqüente desprendimento de
oxigênio e de hidrogênio. O H2, difundindo-se na estrutura do aço, atua sobre a cementita
(Fe3C – confere dureza e resistência ao aço carbono), decompondo-a em ferrita e carbono, o
que reduz a resistência do aço. O H 2 pode ainda reagir com o carbono, produzindo CH4 (gás
metano), que provoca o empolamento do aço, ou seja, a formação de protuberâncias
superficiais.
3.6. Corrosão
Um dos principais responsáveis pela degradação das caldeiras é a corrosão, que age
como fator de redução da espessura das superfícies submetidas a pressão. A corrosão não é
sentida pelos instrumentos de operação da caldeira, ou seja, os pressostatos e as válvulas de
segurança não detectam sua evolução por que não é acompanhada por elevação de pressão de
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trabalho. A corrosão avançada das partes da caldeira, pode ser causa de explosões até mesmo
em pressões inferiores à PMTA – Pressão Máxima de Trabalho Admissível. Portanto, o
avanço da corrosão em caldeiras só pode ser detectado por meio de inspeções minuciosas do
equipamento (obrigatórias por lei).
A corrosão nas caldeiras podem ocorrer tanto nas partes em contato com a água
(corrosão interna), como nas partes em contato com os gases (corrosão externa):
• Corrosão interna. Esse tipo de corrosão se processa sob várias maneiras, segundo vários
mecanismos, entretanto, é sempre conseqüência direta da presença de água
(características, impurezas presentes e comportamento), quando em contato com o ferro,
nas diversas faixas de temperaturas.
• Corrosão por aeração diferencial. Isso ocorre em geral, nas caldeiras fumotubulares
em que o oxigênio dissolvido na água provoca corrosão dos tubos superiores. Os tubos
submersos estão submetidos a menores concentrações de O 2, comparados à região
acima da superfície da água (daí o nome aeração diferencial). Essa diferença de
concentração de O2, forma uma pilha em que o anodo é formado pela parte menos
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aerada. Como na pilha galvânica, o anodo, nesse caso, é também a região que
apresenta corrosão mais severa, e, sendo localizada, viabilizará o aparecimento de
pites (cavidade na superfície metálica com fundo angular e profundidade maior que o
seu diâmetro) ou alvéolos (cavidade na superfície metálica com fundo arredondado e
• Corrosão por gases dissolvidos. A água da caldeira pode se contaminar com gases,
especialmente com o gás sulfídrico (H2S), decorrentes da poluição atmosférica ou pelo
seu tratamento com sulfito de sódio. O H2S reage com o ferro dando origem a sulfeto
de ferro (FeS), que se apresenta sob a forma de manchas pretas. O gás carbônico
(CO2) torna a água ligeiramente acidificada, viabilizando a formação de pites.
Outro fator que também age na redução da espessura é a erosão. Esse fenômeno pode
acontecer de diversas maneiras nas caldeiras. Nas caldeiras fumotubulares pode ocorrer, por
exemplo, na alimentação da água pela bomba em que o jato de entrada, podendo conter
partículas pesadas (areia, partes metálicas, etc.), incide sobre a parede externa da fornalha,
causando seu desgaste. A erosão pelo vapor pode acontecer em sedes de vedação de válvulas
de segurança. Essas válvulas são normalmente fabricadas para resistir à ação abrasiva da
passagem do vapor em regime de solicitações normais, ou seja, quando a válvula é aberta
apenas em situações de emergência e de testes. Entretanto, quando outros controles de pressão
não estão presentes ou não funcionam, a válvula de segurança deixa de ser um acessório de
emergência e passa a funcionar com maior freqüência, desgastando de modo excessivo e
reduzindo muito a vida útil do disco de assentamento. Nas caldeiras aquotubulares a erosão é
freqüentemente ocasionada por sopradores de fuligem desalinhados, que direcionam o jato de
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vapor sobre os tubos, em vez de entre eles.
Logicamente, a ação combinada dos dois últimos fenômenos com a corrosão, é muito
mais maléfica para as caldeiras, que o efeito isolado de cada um deles.
• Corrosão externa. Esse tipo de corrosão acontece nas superfícies expostas aos gases de
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3.7. Explosões causadas por aumento da pressão
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Com todas essas possibilidades, conjugadas ou não, é de se esperar que as caldeiras
tenham grande chance de ser operadas com segurança, porém, mesmo assim, há inúmeros
casos de explosões, causadas por falhas. A possibilidade de falhas em pressostatos pode ser
de natureza mecânica, como o bloqueio de sua comunicação com a caldeira ou a
deterioração do diafragma ou de natureza elétrica, pelo colagem dos contatos. Falhas nas
válvulas solenóides oferecem riscos quando impedem o bloqueio do combustível, ou seja,
quando operam na posição aberta. Há possibilidades da ocorrência desse defeito por falha
mecânica de fabricação ou pela instalação incorreta, fora da vertical, ou de cabeça para baixo.
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As explosões no lado dos gases acontecem com freqüência na recolocação manual em
marcha da caldeira, quando é promovida a ignição com retardo, ou sem purga prévia,
condição em que a fornalha se encontra inundada com a mistura combustível-comburente.
Ocorre casos também de explosões durante o funcionamento da caldeira: falta de limpeza dos
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Do ponto de vista ergonômico, as caldeiras têm evoluído muito nos últimos anos,
existindo hoje, caldeiras que possuem câmaras de vídeo para que o operador possa observar e
exercer à distância, e confortavelmente sentado à frente de um painel, o controle das
fornalhas, do nível, dos sistemas de alimentação, etc. Entretanto, essas não são em geral, as
Caldeiras operantes com carvão, lenha, bagaço de cana, biomassa e outras oferecem
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4. TRATAMENTO DE ÁGUA DE CALDEIRAS
• Externos:
• Clarificação
• Abrandamento
• Desmineralização
• Desgaseificação
• Remoção de sílica
• Internos:
• A base de fosfato
• A base de quelatos
• Sulfito de sódio
• Hidrazina
• Soda
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4.1.1. Métodos externos
• Clarificação. O processo consiste na prévia floculação, decantação e filtração da
água com vistas a reduzir a presença de sólidos em suspensão.
• Remoção de sílica. Como já foi abordado, a sílica produz uma incrustação muito
dura e muito perigosa. Os tratamentos normalmente empregados no interior da
caldeira não eliminam a sílica. Os métodos mais usados para a remoção da sílica
são a troca iônica e o tratamento com óxidos de magnésio calcinado.
•
Eliminação da dureza. Os sais de cálcio e de magnésio precipitam como
carbonatos e sulfatos, formando os depósitos duros e isolantes do calor que são as
incrustações. Existem dois métodos diferentes de eliminar a dureza:
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• Tratamento com quelatos. Nesse tratamento não há precipitação do cálcio,
nem do magnésio. Forma, porém, produtos solúveis não em forma de lama. Os
quelantes mais utilizados são o EDTA e o NTA.
•
Controle do pH e da alcalinidade. Os produtos empregados no controle do pH e
da alcalinidade são a soda a 50% e a soda (hidróxido de sódio) em lentilhas. Via de
regra não é necessário a adição de ácidos para o controle do pH e da alcalinidade
por que as águas de alimentação são geralmente bastante ácidas.
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• pH;
• alcalinidade;
• dureza;
•
fosfatos;
• sulfitos ou hidrazina;
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• cloretos;
• sólidos totais.
É comum a realização de análises mais regulares para itens como o pH, dureza e
cloretos, pela facilidade de execução. Para caldeiras de alta pressão, utiliza-se pelo menos
uma análise diária da água da caldeira, sendo analisados todos os itens acima mencionados.
Cuidado especial deve ser tomado com a coleta da amostra para análise. Antes da
coleta deve ser feita uma purga para que seja eliminado qualquer depósito nos tubos e no
fundo da caldeira. Deve ser previsto também o resfriamento da amostra de água coletada para
melhorar sua concentração. Caso a análise não seja feita imediatamente, é necessário evitar o
contato com o ar.
Existem vários agentes de limpeza, mas o mais usado é o ácido clorídrico misturado a
um inibidor, para evitar a corrosão acentuada das partes internas da caldeira.
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4.2.3. Proteção de caldeiras contra corrosão
Também pode ser feito um selo com nitrogênio, que é um gás inerte. Nesse caso,
injeta-se N2 no espaço vazio da caldeira até uma pressão de 3 a 5 kgf/cm2.
Caso a caldeira tenha de ser drenada, a proteção contra corrosão se baseia em evitar
que a umidade se deposite sobre os metais. Isso pode ser conseguido aquecendo-se a caldeira
com lâmpadas ou resistências elétricas ou usando agentes dessecantes (sílica gel ou alumina
ativada).
5. NORMA REGULAMENTADORA Nº 13
No Brasil, desde 1943 a CLT, de forma incipiente, contempla a preocupação com a
segurança em caldeiras. Porém, somente a partir de 1978 foi criada a norma sobre Caldeiras e
Recipientes de pressão, a NR-13, que estabeleceu as medidas de segurança para os usuários
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Dentre os vários pontos importantes da NR-13, a qual é centrada, portanto, na
inspeção de segurança de caldeiras estacionárias a vapor , são apresentadas a seguir um
resumo das principais regulamentações:
•
Antes de entrarem em funcionamento, quando novas, no local de operação.
• Após reforma, modificação, ou após terem sofrido qualquer acidente.
• Periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, para as caldeiras das categorias A, B e C.
Estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”
podem estender os períodos entre inspeções de segurança, respeitando alguns prazos
(vide norma).
•
Ao ser recolocada em funcionamento após intervalo de inatividade igual ou superior a
seis meses consecutivos.
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• “Relatórios de Inspeção”, contendo algumas informações do “Prontuário da Caldeira”,
tipo de inspeção executada, descrevendo as inspeções e teste realizados, resultados e
providências, nome legível, assinatura e CREA do “Profissional Habilitado”, etc.
• Todos documentos acima referidos devem estar sempre à disposição para consulta dos
operadores, do pessoal de manutenção e de inspeção e do pessoal de CIPA, devendo o
proprietário da empresa assegurar pleno acesso a esses documentos.
Existe muitos pontos comuns entre a norma NBR-12177 e a NR-13, entretanto, no que
diz respeito às inspeções em si, encontra-se detalhado na primeira. Algumas partes
importantes da NBR-12177 são vistas a seguir. As inspeções incluem:
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a data até a qual devia ser realizada a inspeção e verificar se foram devidamente atendidas as
recomendações eventualmente consignadas nos relatórios das inspeções anteriores.
O exame interno visa sempre verificar se a caldeira, antes de ser limpa, apresentava
alguma anomalia; verificar se a caldeira, depois de limpa, está em ordem e satisfaz todas as
condições de segurança; detectar qualquer anomalia capaz de prejudicar a segurança; colher
outros dados ou elementos, eventualmente necessários para os cálculos, exames, análises,
ensaios, etc., tais como: espessura de paredes, amostras de resíduos, corpos de prova de
materiais, etc. O exame interno deve ser realizado com a caldeira não em funcionamento,
devendo estar fria e devidamente preparada, permitindo o acesso do inspetor nos espaços a
serem examinados.
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caldeira entrar em uso normal, após a redução da PMTA, e/ou após aumento de
capacidade de produção de vapor, e/ou após a substituição, modificação, reforma
ou concerto de válvulas de segurança.
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