Termo Tabela Intepolacao PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
Termo Tabela Intepolacao PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
Termo Tabela Intepolacao PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
Retirado de: http://leblon.mec.puc-rio.br/~wbraga/fentran/termo/termo16.htm.
Tabelas de Propriedades:
Interpolação
Pela experiência obtida em tantos anos trabalhando com substâncias, os cientistas acabaram
por concluir que a existência de equações simples capazes de descrever os estados
termodinâmicos de interesse em engenharia era literalmente impossível. Assim, em
determinado momento, eles optaram por realizar medições experimentais cada vez mais
precisas e construíram as hoje conhecidas tabelas de propriedades. Assim, para as
substâncias em condições próximas às da mudança de fase, como água, amônia, nitrogênio,
etc, ao invés de trabalharmos com modelos de comportamento que trazem erros embutidos,
o recomendável é o uso das referidas tabelas, pois elas são exatas (ou pelo menos, são tão
acuradas quanto possível graças aos sofisticados instrumentos de medição).
Na verdade, para cada uma das substâncias de interesse industrial, temos algumas tabelas
(três ou quatro, dependendo do ponto de vista), cada uma delas associada a uma fase da
substância. Inerente ao uso de tabelas está a questão da interpolação entre os valores
fornecidos. Embora isso seja trabalhoso, a interpolação entre os valores disponíveis nas
tabelas é algo bastante comum. Tal tarefa é certamente eliminada pelo uso dos inúmeros
programas de propriedades, disponíveis em vários livros.
Para acompanharmos o que acontece com uma determinada massa de uma substância como
a água, vamos utilizar um cilindro equipado com um pistão móvel. Dentro do espaço
disponível, a água será colocada. Nosso equipamento (veja a figura) está equipado com
medidores de pressão, de temperatura e de comprimento (para medir o volume) de forma
que a cada instante, os estados termodinâmicos de equilíbrio poderão ser determinados.
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USO DE TABELAS
As Tabelas
A tal da Interpolação
Na falta de um programa de computador com as propriedades das substâncias de trabalho, como água,
amônia, refrigerante 134a, etc, a solução envolve o uso das tabelas. O primeiro passo é identificá-las. Pelo
comum, temos 3 tipos de tabelas: uma para as propriedades do líquido comprimido, outra para as
propriedades da mistura (líquido e vapor em equilíbrio) e a terceira com as propriedades do vapor
superaquecido. Na prática, como a pressão e a temperatura na região de mistura são dependentes, é comum
o uso de duas tabelas para a região de mistura: uma tendo a temperatura como dado de entrada e a outra
tendo a pressão como dado de entrada. A diferença é simples: na primeira, os dados de temperatura são
igualmente espaçados (por exemplo, com intervalos de 10, 20 ou 50 C) e a outra traz os dados de pressão
igualmente espaçados (por exemplo, com intervalos de 20, 50 ou 100 kPa). Veja no seu livro, essas tabelas.
Os formatos típicos das tabelas são mostrados abaixo. A substância mostrada é a água, por ser a substância
mais comum nessa indústria. Região de Mistura - dado de entrada: temperatura
A primeira coluna traz, como pode ser visto, as informações das temperaturas com espaçamentos de 10 C.
Ao seu lado, aparecem as pressões de saturação, em kPa (ou MPa), correspondentes às temperaturas. Em
seguida, aparece a coluna com os volumes específicos do líquido saturado, em m3/kg. A coluna seguinte traz
a informação do volume específico do vapor saturado seco, também em m3/kg. Informações sobre o volume
específico da mistura são dependentes do título, razão entre a massa de vapor e a massa total. Outros dados
nessa tabela dizem respeito a energia interna, kJ/kg, entalpia, kJ/kg, e entropia, kJ/kg.K, (propriedades que
serão estudadas adiante) tanto do líquido saturado quanto do vapor saturado seco.
Note nessa tabela, o ponto crítico que, como vimos, é a última situação (no sentido da maior pressão) na
qual a mudança de fase de líquido para vapor é feita gradualmente. Como vimos, todas as propriedades do
líquido coincidem com as propriedades do vapor saturado seco. Título, nessa condição, não tem significado.
Sobre a Interpolação
Como foi visto no tópico anterior, as tabelas apresentam seus valores de entrada com espaçamentos
variáveis, o que pode trazer ocasionalmente problemas, pois os valores desejados não são diretamente
obtidos. A solução é, naturalmente, o uso da interpolação, pelo comum, a linear que é a mais fácil e traz
bons resultados. Veremos dois tipos de interpolação, a simples e a dupla.
Interpolação Simples
Vamos supor que seja necessário conhecer o volume específico da água à 198 C e título 50%. Como a
informação diz respeito ao título, a conclusão automática é que estamos lidando com mistura de líquido
vapor.Para continuarmos, precisamos das informações sobre os volumes específicos do líquido saturado e
do vapor saturado seco naquela temperatura. Entretanto, consultando uma tabela como a abaixo, notamos
que temos informações na temperatura de 195 C e também à 200 C, mas não a 198. Assim, deveremos
proceder à uma interpolação que como foi dito anteriormente, será linear.
que devem ser comparados com os resultados experimentais (obtidos, por exemplo, a partir de uma tabela
mais refinada ou, no caso, a partir de um programa de computador):
Como se pode ver, a diferença é muito pequena, ratificando a decisão tomada da interpolação linear.
Naturalmente, se o espaçamento da tabela aumentar, o erro aumentará pois as equações não são lineares,
infelizmente. O procedimento é simples, não?
Interpolação Dupla
Essa situação é mais complicada. Vamos supor que seja necessário conhecer o volume específico do vapor
superaquecido a 190 C e pressão de 35 kPa. Consultando uma tabela, obtemos os seguintes dados:
Ou seja, não informações nem a 190 C e nem a 35 kPa (ou 0,035 MPa). Assim, precisaremos completar
muitas informações, o que nos levará a muitas interpolações, infelizmente. Novamente, há várias maneiras
de fazermos isso. Basicamente, o argumento é descobrir informações inicialmente a 190 C em pressões
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imediatamente superior e inferior à desejada (ou de forma análoga para a pressão) e em seguida, completar
as informações já na temperatura desejada mas agora para a pressão de interesse. Vamos por partes, claro.
Se estivéssemos a 10 kPa e depois a 50 kPa, as informações para a temperatura de 190 C seriam
determinadas pela tabela:
os resultados seriam determinados como para a interpolação simples, naturalmente. Com esses,
montaríamos a tabela abaixo:
Uma nova interpolação nos fornecerá o valor de z, isto é, o valor do volume específico a 190 C e pressão de
35 kPa. O valor obtido desta tabela é v = 10,675 m3/kg, um valor a ser comparado com 6,095 m3/kg, valor
exato obtido a partir do programa de computador anteriormente referido. A diferença é de fato bastante
grande. Devo mencionar que essa diferença é devida à grande variação que o volume específico do vapor
superaquecido sofre com a pressão, como pode ser observado na tabela acima. Note que o valor do volume
específico a 10 kPa é quase 7 vezes maior que o volume a 50 kPa. Desta forma, podemos concluir que a
variação é grande e a hipótese da interpolação linear é forte. O valor obtido, 10,657 m3/kg, é o valor se a
variação fosse linear, o que, obviamente não é. A saída? Bem, a saída é descobrir uma tabela que contenha
dados mais finamente espaçados ou o uso de um programa de computador. De qualquer modo, vale a
ilustração e as conclusões.
Comentários:
2 - Líquido Saturado é aquele que está na temperatura e na pressão de saturação. Tem título igual a
0, pois ainda não há a formação de vapor. Note que o volume específico do líquido saturado varia
muito pouco com a temperatura.
3 - Vapor Saturado ou Vapor Saturado Seco é aquele que está na temperatura e na pressão de
saturação. Tem título igual a 1, pois está isento de umidade, isto é, não há mais líquido presente.
4 - Como o processo de interpolação é linear, há várias maneiras de se fazer a interpolação. Veja uma
outra possibilidade: