Ruptura Do LCCR em Cães
Ruptura Do LCCR em Cães
Ruptura Do LCCR em Cães
FACULDADE DE VETERINÁRIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PORTO ALEGRE
2011
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PORTO ALEGRE
2011
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma das injúrias mais freqüentes
no cão e é a principal causa de doença articular degenerativa nesta espécie. Esta afecção ainda
é um desafio para os clínicos de pequenos animais, por não existirem comprovações sobre seu
mecanismo de desencadeamento.
Seu diagnóstico é feito, usualmente através do exame físico e realização dos testes de
gaveta cranial e compressão tibial, porém cada vez mais os exames complementares são
utilizados para confirmação da suspeita em casos dúbios.
Há controvérsias sobre o melhor tratamento a ser realizado nos casos de RLCCr. O
tratamento pode ser conservativo ou cirúrgico, dependendo do peso e estado de saúde do
animal. Para o tratamento cirúrgico existem diversas técnicas descritas, as quais são
classificadas em intracapsulares, extracapsulares e osteotomias corretivas.
Durante o pós-operatório, é comprovado o benefício do tratamento fisioterápico a fim
de restaurar a função do membro acometido, com redução da perda muscular, sinais de
osteoartrite e problemas de distribuição do peso.
Este estudo tem como objetivo, através de revisão bibliográfica, abordar os principais
aspectos relacionados à ruptura do ligamento cruzado cranial, e as principais modalidades de
reabilitação física utilizadas na prática de pequenos animais, visando aplicá-las ao pós-
operatório desta afecção.
ABSTRACT
The cranial cruciate ligament rupture (CrCLR) is one of the most frequent injuries in
dogs and the leading cause of degenerative joint disease in this specie. This condition is still a
challenge for veterinarians of small animals due the lack of evidence on its trigger
mechanism.
The diagnosis is based on clinical findings associated with specific diagnostic
maneuvers. But increasingly complementary diagnosis testes are used to confirm the suspect
in dubious cases.
There is controversy exists about the best treatment to be performed in cases of
CrCLR. Treatment could be conservative or surgical, depending on the weight and health of
the animal. For surgical treatment many techniques are described, which are classified as
intracapsular, extracapsular and corrective osteotomies.
During the postoperative period the benefit of physical therapy to restore function of
the affected limb is estabilished, with reducing of muscle loss, signs of osteoarthritis and the
weight distribution problems.
Through literature review, this study aims to address the main aspects of the cranial
cruciate ligament rupture and major physical rehabilitation modalities used in small animal
practice, in order to apply them to this condition after surgery.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
%: Percentagem
°: Graus
°C: Graus Celsius
/mm3: Por milímetro cúbico
AINES: Antiinflamatórios não-esteroidais
APT: Ângulo do platô tibial
Cm/s: Centímetros por segundo
DAD: Doença articular degenerativa
EM: Eletroestimulação muscular
ES: Eletroestimulação
ESTW: Terapia por ondas de choque extracorpóreas
FCM: Faixa crânio-medial do ligamento cruzado cranial
G: Gauss
Hz: Hertz
Kg: Quilogramas
LCCr: Ligamento cruzado cranial
LLLT: Terapia com laser de baixa freqüência
MHz: Megahertz
mHz: Milihertz
mm: Milímetros
nm: Nanômetros
NMDA: N-Metil D-Aspartato
NMES: Eletroestimulação neuromuscular
RLC: Ruptura do ligamento cruzado
RLCCr: Ruptura do ligamento cruzado cranial
PCL: Parte caudo-lateral do ligamento cruzado cranial
PPS: Pulsos por segundo
RM: Ressonância Magnética
TC: Tomografia computadorizada
TENS: Eletroestimulação nervosa transcutânea
TPLO: Osteotomia de nivelamento do platô tibial
TWO: Osteotomia em cunha da tíbia
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 11
2 ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO JOELHO.................................... 12
3 RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL...................... 14
3.1 Etiopatogenia............................................................................................... 14
3.2 Diagnóstico e sinais clínicos........................................................................ 17
3.2.1 Exame físico................................................................................................ 17
3.2.1.1 Teste de gaveta cranial................................................................................. 18
3.2.1.2 Teste de compressão tibial........................................................................... 19
3.2.2 Exame radiográfico...................................................................................... 20
3.2.3 Exame ultrassonográfico............................................................................. 22
3.2.4 Métodos de diagnóstico por imagem avançados......................................... 23
3.2.5 Artrocentese e exame do líquido sinovial.................................................... 23
3.2.6 Artroscopia.................................................................................................. 24
3.3 Tratamento................................................................................................. 25
3.3.1 Conservador................................................................................................. 25
3.3.2 Cirúrgico...................................................................................................... 26
3.3.2.1 Técnicas extracapsulares.............................................................................. 27
3.3.2.2 Técnicas intracapsulares.............................................................................. 28
3.3.2.3 Técnicas mistas (intra e extracapsulares)..................................................... 29
3.3.2.4 Osteotomias corretivas................................................................................. 29
3.3.3 Complicações e prognóstico........................................................................ 30
3.3.4 Pós-operatório.............................................................................................. 30
4 REABILITAÇÃO FÍSICA....................................................................... 31
4.1 Introdução.................................................................................................. 31
4.2 Avaliação para fisioterapia....................................................................... 32
4.3 Tratamentos............................................................................................... 33
4.3.1 Massagem.................................................................................................... 33
4.3.2 Mobilização articular e alongamento........................................................... 33
4.3.2.1 Graus e mobilização e como escolher o grau adequado.............................. 34
4.3.2.2 Movimento passivo...................................................................................... 35
4.3.2.3 Movimento ativo assistido........................................................................... 36
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1 INTRODUÇÃO
O ligamento cruzado cranial possui diversas funções, como impedir movimento cranial
anormal da tíbia em relação ao fêmur, fornecer estabilidade rotacional, impedindo rotação
interna excessiva e evitar a hiperextensão da articulação do joelho (CONSTANTINESCU,
2002). A instabilidade gerada pela ruptura deste ligamento pode ser a causa de doença
articular degenerativa e de lesões do menisco medial (BUQUERA, 2004; BRINKER et al.,
1999). O diagnóstico da RLCCr é baseado no histórico de claudicação e nos achados do
exame físico (VASSEUR, 1998).
Existem controvérsias em relação ao melhor tratamento para RLCCr (BRINKER,
1999). São descritas terapias conservativas e cirúrgicas (VASSEUR, 1998), mas não há
técnica cirúrgica que estacione o desenvolvimento ou a progressão da doença articular
degenerativa (DAD), entretanto, espera-se que a DAD se desenvolva mais lentamente devido
à estabilização cirúrgica (BRINKER, 1999).
Recentemente, os grandes progressos no tratamento conservativo e cirúrgico de animais
com alterações articulares patológicas, criaram a necessidade de novas terapias adicionais,
com especial atenção para a reabilitação pós-cirúrgica e, para os tratamentos conservativos
disponíveis (BOCKSTAHLER, 2006).
Algumas consequências comuns das lesões do ligamento cruzado cranial são a atrofia
ou a hipotrofia muscular dos membros pélvicos, osteoatrite e redistribuição do peso (LEVINE
et al., 2008). As técnicas de fisioterapia utilizadas nestes pacientes variam com o tipo e
técnica cirúrgica aplicada no tratamento.
12
2
6 5
4 3
1a
1b
3.1 Etiopatogenia
A RLCCr é uma das injúrias mais freqüentes no membro pélvico do cão, sendo a
principal causa de doença articular degenerativa (DAD) do joelho nessa espécie (BRINKER
et al., 1999). A etiopatogenia da ruptura do ligamento cruzado cranial não está bem definida.
(MUIR, 2010).
A ruptura do ligamento cruzado cranial ocorre se a resistência de quebra desse
ligamento é excedida (BUQUERA et al, 2004). Segundo Johnson & Johnson (1993), a
15
foram realizadas 6.344 cirurgias na rotina do HCV-UFRGS, sendo 1226 cirurgias ortopédicas,
o que representa 19,32% do total. Destas, 109 (10,3%) foram correções de ruptura do
ligamento cruzado cranial. Resultados semelhantes foram encontrados por Souza et al. (2011),
em que 11,7% das afecções nos membros posteriores de cães foram rupturas do ligamento
cruzado cranial.
Segundo Matera et al. (2007), em estudo epidemiológico retrospectivo, a média de
idade dos cães acometidos foi de 5,58 anos; 95,75% dos animais tiveram ruptura espontânea e
a faixa de peso mais acometida foi entre 6 e 15 kg.
A lesão do LCCr está associada, mais comumente, à rotação interna abrupta do joelho
com a articulação em 20° a 50° de flexão (IAMAGUTI et al., 1998), no qual os ligamentos se
torcem e ficam fortemente enroscados entre si. Outro mecanismo de lesão do LCCr é a
hiperextensão do joelho (HULSE, 2005).
Pode haver rompimento agudo do menisco medial no momento da lesão, mas é mais
frequentemente lesionado como resultado de instabilidade crônica da articulação, provocando
dobra e eventual ruptura do corno caudal do menisco medial (BRINKER et al., 1999).
Frequentemente, ambos os joelhos estão afetados após um ano do diagnóstico inicial
(DOVERSPIKE et al, 1993). Segundo Hulse & Johnson (2005), ocorre lesão no ligamento
cruzado contralateral em 40% dos pacientes. Após a ruptura, a articulação torna-se instável e
surgem alterações inflamatórias como formação de osteófitos periarticulares, osteoartrose, e
lesões meniscais, particularmente no menisco medial (JOHNSON; JOHNSON, 1993). Com
isso, ocorre redistribuição do peso corporal, com a finalidade de aliviar a articulação afetada,
o que sobrecarrega o membro contralateral, favorecendo a degeneração do ligamento
(MÜLLER; SCHOSSLER, 2009). Dentre as lesões meniscais, a mais comum é a lesão do
corno caudal do menisco medial, como resultado do movimento de gaveta cranial tibial. Isso
ocorre pelo fato de o menisco medial se mover com a tíbia, por estar firmemente preso à ela
pelos ligamentos tibial caudal e ligamento colateral lateral. O movimento de gaveta cranial
desloca o corno caudal até o côndilo femoral, e sujeita o corno caudal à lesão como resultado
de forças de separação e ruptura (BRINKER et al., 1999).
A fibrose da cápsula articular e estruturas associadas, nos casos de lesões crônicas,
estabilizam parcialmente a articulação, mas não o suficiente para impedir sua deterioração
contínua (BRINKER, 1999).
17
Este teste tenta demonstrar o deslizamento cranial por meio da compressão fêmoro-
tibial criada pelas forças musculares atuantes quando o jarrete é flexionado (MOORE; READ,
1996b), simulando o movimento da articulação.
20
Para realização deve-se utilizar uma mão para manter o fêmur imóvel, com o dedo
indicador posicionado sobre a tuberosidade tibial. Com a outra mão faz-se dorsi-flexão suave
no jarrete, conforme Figura 4. Se houver frouxidão do LCCr, pode-se perceber movimentação
cranial da tíbia sobre o dedo indicador. Este teste é considerado menos confiável que o teste
de gaveta cranial, no entanto, é recomendável a realização de ambos (DUELAND;
PALMISANO, 2008).
foram submetidos posteriormente à artrotomia do joelho, considerada o teste padrão ouro para
confirmação da lesão.
O líquido sinovial fisiológico é claro, viscoso, possui teste de mucina positivo e fibrina
negativo. O tipo de células vistas é mononuclear (JOHNSON; JOHNSON, 1993) e a presença
de polimorfonucleares é rara. (FERNANDEZ et al., 1983).
Nas RLC, o líquido sinovial apresenta-se límpido ou ocasionalmente turvo. A
coloração varia de amarelo a avermelhado (JOHNSON; JOHNSON, 1993), porém a presença
de sangue pode ser devido à ruptura de vasos durante a artrocentese (TATARUMAS, 2006).
A viscosidade e o volume podem estar normais ou diminuídas (JOHNSON; JOHNSON,
1993).
Em geral a análise do líquido sinovial não é compensadora, pois praticamente todos os
cães com RLCCr apresentam a contagem de leucócitos no líquido sinovial inferior a
5.000/mm³, o que é compatível com artropatia crônica (VASSEUR, 1998; NELSON;
COUTO, 2001).
Nos casos de ruptura do ligamento cruzado cranial, o líquido sinovial da articulação do
joelho pode permanecer dentro dos padrões normais que o caracterizam, quanto aos aspectos
macroscópicos (BORGES et al., 1999).
Os cães com laceração parcial podem exibir elevada contagem de leucócitos totais
(mononucleares) no líquido sinovial. A análise do líquido sinovial pode ser um procedimento
valioso no diagnóstico de instabilidade mínima, mas acompanhada de outros sinais associados
à laceração parcial do LCCr (VASSEUR, 1998).
3.2.6 Artroscopia
(FOSSUN, 2005), o que leva a uma menor morbidade e dor pós-operatória, assim como
menor tempo de recuperação (BARDET, 2006; RYSSEN, 2002)
Em um estudo de Rezende et al. (2006), RLCCr foi a patologia mais observada (46
das 51) nas articulações submetidas à artroscopia, e em três casos estava associada a prolapso
de menisco.
3.3 Tratamento
3.3.1 Conservador
Resultados satisfatórios podem ser obtidos em cães de porte pequeno, com peso
corporal inferior a 15 kg (BUQUERA et al., 2004). A claudicação frequentemente se resolve
em seis semanas em pacientes tratados desta forma (HULSE; JOHNSON, 2005). É prudente a
espera de pelo menos seis a oito semanas antes que a cirurgia seja feita e cães de raça pequena
(VASSEUR, 1998).
A terapia conservadora consiste na restrição da atividade física a breves caminhadas
controladas com guia; na redução do peso, se necessário; uso de antiinflamatórios não-
esteroidais (AINES) conforme necessidade, além disso, mostrou-se útil a realização de um
programa de fisioterapia (VASSEUR, 1998). A aplicação de bandagem tem sido defendida e
o confinamento por quatro a oito semanas foi relatado com sucesso e com função satisfatória
na maioria dos cães de pequeno porte (BRINKER, 1999).
Segundo Volpi (2005), a osteoartrite secundária à lesão do LCCr, também deve ser
tratada. A osteoartrite do joelho é uma doença degenerativa que pode causar um profundo
impacto na qualidade de vida. Os sinais clínicos da osteoartrite incluem desconforto,
limitação da amplitude de movimento, perda de massa muscular e diminuição da utilização do
membro (MUIR, 2010). O tratamento clínico da DAD é sintomático e inespecífico, e tem
como objetivos o alívio da dor e do desconforto; melhora do funcionamento articular e
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controle da progressão da doença visando uma boa qualidade de vida aos animais. O
tratamento deve agregar redução de peso, exercícios controlados e uso de agentes
farmacológicos, como as drogas modificadoras da doença osteoartrítica e os antiinflamatórios
(SIMÕES; FISCHER, 2008; NELSON; COUTO, 2001). A utilização dos agentes
condromoduladores vem recebendo um interesse crescente como terapia alternativa da
osteoatrite. Os glicosamaminoglicanos polissulfatados (Sulfato de Condroitina) já
demonstraram experimentalmente reduzir a gravidade da osteoartrite secundária à lesão do
LCCr (VOLPI et al., 2005), através da inibição de enzimas que degradam a cartilagem
(MAUR, 2010). Além disso, analgésicos também podem ser utilizados juntamente com os
AINES, entre eles o tramadol, a amantadina e a gabapentina. A amantadina, apesar de ser
primeiramente reconhecida como um agente antiviral, vem ganhando popularidade no
tratamento da dor crônica através da inibição do receptor NMDA (MUIR, 2010).
3.3.2 Cirúrgico
e formação de seroma podem ocorrer com o uso dessa técnica (VASSEUR, 1998; BRINKER,
1999).
A técnica “quatro em um sobre o topo” envolve o uso das técnicas “três em um” e
“sobre o topo”, em que é utilizado tendão fáscia lata e este enxerto é suportado por sutura
estabilizante extra-articular (VASSEUR, 1998).
3.3.4 Pós-operatório
4 REABILITAÇÃO FÍSICA
4.1 Introdução
4.3 Tratamentos
4.3.1 Massagem
A massagem consiste na manipulação dos tecidos moles do corpo. Esta técnica causa
diversos efeitos, que são divididos em mecânicos, reflexos, proprioceptivos e psicológicos.
Entre os efeitos mecânicos estão, melhoria da circulação sanguínea e linfática (redução de
edemas diminuição da tensão e mobilização de aderências) (BOCKSTAHLER et al., 2004;
MIKAIL; PEDRO, 2009; PINHEIRO, 1998) e analgesia (PINHEIRO, 1998). Os efeitos
reflexos ocorrem devido à estimulação de diversos receptores, causando relaxamento e
conforto (MIKAIL; PEDRO, 2009; PINHEIRO, 1998). Através da estimulação de mecano-
receptores presentes na pele e nos outros tecidos, há uma obtenção de melhor noção de
posição e postura, sendo estes os efeitos proprioceptivos (PINHEIRO, 1998). Por fim, os
efeitos psicológicos consistem na criação de laços de confiança, aproximação dos animais e
relaxamento (BOCKSTAHLER et al., 2004; PINHEIRO, 1998).
Para a realização da massagem, é importante que o animal esteja em uma posição
confortável. Diversas técnicas podem ser aplicadas, como acariciar o animal, massageamento
leve, compressões, percussão, utilização de pressão em pontos específicos, fricção transversal
profunda e movimentos passivos (MILLIS et al., 2004).
A massagem é contra-indicada em casos de infecção ou tumores malignos no local,
doenças de pele, tromboflebite, hemorragia e trauma agudo (MIKAIL; PEDRO, 2009).
O tratamento deve ser realizado em local tranquilo, sem distrações, para que o
paciente fique mais calmo e receptivo ao tratamento. O paciente deve ser colocado em
decúbito lateral, com o membro afetado para cima e deve-se começar realizando dois a três
minutos de massagem no membro. Em seguida as mãos devem ser colocadas na posição
correta, uma acima e outra abaixo da articulação afetada, tendo-se certeza de que todo o
membro esteja firme, evitando algum estresse adicional na articulação acometida (MILLIS et
al., 2004; SHUMWAY, 2007).
4.3.2.5 Alongamento
Os exercícios terapêuticos talvez sejam umas das técnicas de maior valor utilizadas na
reabilitação. Como metas destes exercícios, podem-se melhorar a amplitude de movimento
sem dor, massa e força muscular, equilíbrio, ajudar a prevenir novas lesões, reduzir peso e
claudicação (MILLIS et al., 2004).
A terapia aquática pode ser benéfica em muitas condições, incluindo reabilitação pós-
operatória de fraturas, estabilização do ligamento cruzado cranial, afecções neurológicas e em
outras doenças em que o cão fica relutante em utilizar o membro ou há falta de força
amplitude de movimento e capacidade proprioceptiva (MILLIS et al., 2004).
A hidroterapia pode ser associada aos efeitos de calor e fio, aquecendo ou resfriando a
água (MILLIS et al., 2004; BIASOLI; MACHADO, 2006).
Há presença do efeito de massagem pela turbulência da água, tanto pelo movimento do
animal, como pela presença de jatos (BRAGA, 1999).
Existem algumas modalidades de tratamento aquático, como as duchas, botas com
turbilhão, imersão total e imersão parcial. Nas duchas e nas botas com turbilhão há ação da
massagem que pode ser associada com os efeitos de calor e frio (MIKAIL; PEDRO, 2009).
Na imersão total, o animal não tem apoio no piso e deve ficar apenas com parte do pescoço e
cabeça para fora da água e deve sustentar-se na superfície movimentando os quatro membros
(BECKER, 2004). Os benefícios da natação incluem melhora da capacidade
cardiorespiratória, retorno venoso e débito cardíaco e mantém o tônus muscular e amplitude
de movimento das articulações (MIKAIL; PEDRO, 2009). Em estudo de análise cinemática,
Marsoilas (2003) observou que a natação resultou em maior amplitude articular das
articulações coxo-femoral, do joelho e do tarso em relação à caminhada. As medidas foram
realizadas em cães tratados cirurgicamente após ruptura do ligamento cruzado cranial e em
cães normais (grupo controle).
Na imersão parcial o animal tem apoio no piso e o nível da água é determinado pelo
tipo de exercício a ser desenvolvido (MILLIS et al., 2004). Como benefício desta prática,
pode-se citar redução do impacto sobre as articulações, melhora da coordenação, equilíbrio e
fortalecimento muscular (LEVINE et al., 2008).
O local deve ser apropriado e ter filtro para remoção de partícula e pêlos, controle de
pH e microorganismos (MIKAIL; PEDRO, 2009).
A hidroterapia pode facilitar a posterior realização de outras modalidades terapêuticas,
como alongamento passivo e massagem por deslizamento superficial, sem causar contraturas
por dor (TAYLOR, 1992). Estudos mostram que a prévia utilização de aquecimento por
ducha a 37°C aumenta a amplitude de movimento sem apresentar dor (MAZZANTI et al.,
2004; SOUZA et al., 2006).
4.3.5.1.1 Crioterapia
4.3.5.1.2 Calor
água quente, turbilhão, banhos de parafina, cobertores de circulação de água quente, colchões
térmicos e lâmpadas de infravermelho (LEVINE et al., 2008).
A aplicação de calor diminui a pressão sanguínea, os espasmos musculares e a dor,
porém aumenta a temperatura corpórea, a frequência respiratória e cardíaca, a pressão e a
capilaridade dos capilares (podendo causar edema), a migração de leucócitos para a área
aquecida, a circulação local, o metabolismo local, o relaxamento muscular e a elasticidade
tecidual (LEVINE et al., 2008).
Deve-se ter cuidado no momento da aplicação do calor, pois a aplicação precoce pode
aumentar o edema, a dor e a perda de função (MILLIS et al., 2004). Essa terapia é indicada na
redução da amplitude de movimento resultante da rigidez ou contratura e no alívio da dor
(LEVINE et al., 2008).
O tratamento é contra indicado durante a inflamação aguda, em áreas de hemorragia,
em tecido maligno, animais com febre, déficit do controle da temperatura corpórea e áreas
com perda de sensibilidade. Os colchões térmicos e as lâmpadas de infravermelho possuem
grande risco de causar queimaduras. É importante monitorar a pele do animal antes, durante e
após a aplicação do calor (MILLIS et al., 2004; LEVINE et al., 2008).
Em geral, a aplicação de calor tem duração de 15 a 30 minutos. As diretrizes de
tratamento em humanos indicam que a aplicação de calor deve ser suspensa se surgirem na
pele manchas brancas ou vermelhas (LEVINE et al., 2008).
A estimulação elétrica (ES) pode ser usada para uma variedade propósitos como,
aumento da amplitude de movimento, aumento da extensibilidade articular, melhora na
função do membro, controle da dor, aceleração da cicatrização, redução do edema e melhora
da administração transdermal de medicamentos (MILLIS et al., 2004; LEVINE et al., 2008).
Os parâmetros típicos dos equipamentos de ES são frequência, duração do pulso,
amplitude, forma da onda, tempo on/off, polaridades e rampa. (LEVINE et al., 2008).
Os eletrodos utilizados devem ser flexíveis para adaptarem-se aos tecidos, compatíveis
com o tamanho da superfície, ter baixa resistência, altamente condutores, de baixo custo e não
devem ser descartáveis (LEVINE et al., 2008).
A eletroterapia pode ser utilizada para o controle da dor e para o fortalecimento
muscular e os termos utilizados são distintos de acordo com seus diferentes usos. Para o
controle da dor utiliza-se eletroestimulação nervosa transcutânea (TENS), já para
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A TENS pode ser utilizada para aliviar a dor em diversas situações, incluindo casos de
dor aguda pós-cirúrgica, entorses ligamentares e fraturas, além da dor musculoesquelética
crônica, como afecções medulares e neuralgias (BAXTER; MCDONOUGH, 2007).
Apesar dos parâmetros ideais ainda não terem sido adequadamente estudados, em um
experimento com cães o protocolo a seguir foi utilizado para o tratamento de dor crônica
decorrente de osteoartrose no joelho, havendo grandes melhoras nos picos de forças verticais
medidos através de placa de força. As frequências utilizadas são de 50 a 150Hz para dor
aguda e 1 a 10Hz para dor crônica e no estudo usou-se 50 a 150Hz para dor crônica. A
duração do pulso entre dois a 50 microssegundos para dor aguda e 100 a 400 microssegundos
para dor crônica. Foi utilizado tempo continuamente on durante 20 a 30 minutos para dor
46
aguda e 30 minutos para dor crônica. Este tratamento pode ser realizado diariamente
(LEVINE et al., 2008).
O ultrassom terapêutico (UST) é uma forma de aplicação profunda de calor, que pode
atingir mais de três centímetros de profundidade nos tecidos. Esta terapia é considerada
efetiva para reabilitar condições musculoesqueléticas como restrições na amplitude de
movimento causadas por dor, contratura articular e espasmo muscular e também para cura de
ferimentos (MILLIS et al., 2004).
Entre os efeitos térmicos, podem ser citados analgesia, diminuição da rigidez articular,
aumento do fluxo sanguíneo, aumento da extensibilidade do colágeno e redução da
espasticidade muscular (MIKAIL; PEDRO, 2009).
O UST possui efeitos térmicos e não térmicos sobre os tecidos. Os efeitos térmicos
ocorrem quando a temperatura do tecido aumentar de um a quatro graus Celsius, e são
aumento da extensibilidade do colágeno, aumento do fluxo sanguíneo, aumento da velocidade
de condução do estímulo nervoso e das atividades macrofágica, enzimática e do limiar da dor
e reduz espasmos musculares. Os efeitos não térmicos incluem alterações de permeabilidade
da membrana celular aos íons de cálcio, na fagocitose e na liberação de histamina, além da
estimulação da deposição de colágeno, angiogênese e proliferação de fibroblastos (LEVINE
et al., 2008; MIKAIL; PEDRO, 2009).
A frequência determina a profundidade de penetração e níveis terapêuticos de
aquecimento de tecidos moles reportados em cães para freqüências de 1MHz e 3MHz,
havendo diminuição da penetração com o aumento da frequência. A intensidade é a
quantidade de energia por área e varia de 0,25 a 3W/cm2. Quanto maior a intensidade, mais
intenso e mais rápido será o aumento da temperatura tecidual. O ciclo de trabalho é a fração
do tempo em que o som é emitido durante um período de pulso, podendo ser contínuo ou
pulsátil. A área de tratamento deve ser de duas a quatro vezes o tamanho do transdutor e a
dose reduz com o aumento da área total. O transdutor deve ser movimentado a uma
velocidade de 4cm/s, constantemente para evitar superaquecimento e lesões teciduais
(LEVINE et al., 2008).
As indicações do uso desta terapia são em casos de bursite e tendinite, contratura
articular, cicatrização de feridas, consolidação óssea, dor e espasmos musculares (LEVINE et
al., 2008).
47
O laser de baixa potência é uma fonte de luz artificial, que pode ser denominado
também de laser frio e são utilizados na reabilitação, auxiliando a modulação dos processos
celulares (fotobiomodulação). As características específicas dos lasers asseguram que a
absorção dos raios da LLLT pela pele gere pouco ou nenhum efeito colateral, não provoque
efeitos decorrentes de superaquecimento e nem cause danos teciduais. A maioria dos lasers
utilizados na reabilitação pertence à classe 3A (lasers terapêuticos que produzem luz visível,
que normalmente não causa lesão aos olhos), a potência é geralmente inferior a 100mW e não
causam aquecimento tecidual. Geralmente, o feixe de laser não atinge cápsulas de articulações
grandes ou tecidos mais profundos, mas são efetivos no tratamento de afecções superficiais
(LEVINE & et al., 2008).
A maioria dos estudos sobre a utilização de lasers na reabilitação tem como foco a
cicatrização de feridas e controle da dor (LEVINE et al., 2008), porém encontra ampla
aplicação no tratamento de uma variedade de condições, como feridas e úlceras; lesões agudas
e traumas, como entorses ligamentares, fraturas, subluxações e traumatismo pós-cirúrgico;
condições inflamatórias agudas ou crônicas, como tendinites e bursites e osteoartrose. Para a
48
aplicação da LLLT, é necessário saber o comprimento de onda de cada tipo de laser, bem
como a potência a ser utilizada e o problema a ser tratado para calcular a dose (BAXTER;
MCDONOUGH, 2007; LEVINE et al., 2008).
As contra-indicações e precauções deste método envolvem prenhez, aplicação sobre
fises ósseas, neoplasias malignas e tratamentos sobre a córnea ou áreas fotossensíveis
(LEVINE et al., 2008) e áreas de hemorragia (BAXTER; MCDONOUGH, 2007).
Consequências comuns das lesões do ligamento cruzado cranial são atrofia muscular
dos membros pélvicos, osteoatrite e redistribuição do peso (LEVINE et al., 2008). As técnicas
de fisioterapia utilizadas variam com o tipo e a técnica cirúrgica aplicada no tratamento.
50
As fases da reabilitação pós-operatória nos cães podem ser divididas de duas maneiras
em duas ou quatro fases.
Quando dividida em duas fases, estas são: fase um, logo após a cirurgia, do estágio
inicial da recuperação do tecido até o fim do estágio reparador, tendo duração de
aproximadamente três a quatro semanas. Nesta fase, as metas incluem resolver dor e
inflamação, estimular a cura precoce dos tecidos, manter a massa muscular e a amplitude de
movimento e prevenir desvios de postura compensatórios. Já na fase dois, ainda da divisão em
duas fases, as metas devem ser desafiadoras para os tecidos durante os estágios de
remodelamento e maturação, a fim de melhorar a força e a mobilidade, movimentar o tecido
cicatricial e melhorar o retorno funcional (BAXTER; MCDONOUGH, 2007).
Já quando dividida em quatro fases, os estágios são os seguintes: fase aguda, fase
subaguda, fase média e fase final. Este tipo de divisão pode ser mais apropriada para
observações clínicas e serão detalhadas abaixo na Tabela 7.
O retorno aos esportes pode iniciar a partir das 14 semanas, se a cura progredir de
forma apropriada, realizando treinamento avançado e reabilitação intensiva, com exercício de
pular, treinos de agilidade e com maiores perturbações de equilíbrio, iniciando com nível
submáximo de esforço, evoluindo para maior velocidade e resistência cardiovascular
(BAXTER & MCDONOUGH, 2007).
51
AGUDA Manejo do estilo de vida: importante para evitar risco de recorrência da lesão.
Alertar o proprietário sobre a contra-indicação de exercícios pesados. Realizar
(semanas 1 a 6) caminhadas curtas de até cinco minutos e apenas com guia, aumentando para 10
minutos no final da terceira semana.
SUB AGUDA Fortalecimento: O animal deve começar a ter apoio no membro operado. Devem-
se começar lentamente exercícios de equilíbrio estático, começando a desafiar o
(4 a 6 semanas) apoio do peso no membro afetado (com ou sem o uso de NMES), como realizar
caminhada sobre inclinação. Resistência muscular deve ser uma meta,
aumentando o tempo e distância das caminhadas gradualmente até 20 minutos no
final desta fase. Realização de terapia aquática também pode ser efetivo.
Neste tipo de técnica cirúrgica, deve-se levar em conta o tipo de material utilizado no
procedimento cirúrgico. Os enxertos autólogos e alógenos geralmente são fortes, mas
afrouxam sob tensão. O período de maior fragilidade do enxerto ocorre entre as primeiras
duas a 20 semanas, durante a vascularização e incorporação (LEVINE et al., 2008).
O programa de reabilitação é semelhante ao adotado no pós-operatório das técnicas
extracapsulares, porém, a evolução da intensidade dos exercícios é mais lenta, devido a
fragilidade do enxerto (LEVINE et al., 2008).
53
6 CONSIDERAÇÃO FINAIS
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