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Resumo
No Brasil, a temática da violência contra infantil. Nesse artigo será abordada como tema
crianças e adolescentes se tornou mais conhecida central, a violência psicológica (VP) que também
devido à Constituição Federal de 1988 e ao Esta- pode ser nomeada como abuso emocional (Habi-
tuto da Criança e do Adolescente (ECA) nos anos gzang & Koller, 2011). Este artigo tem como obe-
noventa. Com a criação do ECA, profissionais tivo caracterizar e discutir a VP sofrida por cri-
que trabalham com esses indivíduos, bem como anças/adolescentes, e as consequências desta para
os responsáveis por eles, se tornaram obrigados a o desenvolvimento. Além disso, o artigo objetiva
notificar casos suspeitos ou confirmados de vio- verificar como a psicoterapia cognitivo-compor-
lência, prevendo punições para aqueles que não o tamental está sendo utilizada para o tratamento
fizerem (Zambon et al., 2012). desses casos.
Considerada um fenômeno interdisciplinar,
que não abrange apenas aspectos psicológicos,
mas também sociais, jurídicos, educacionais e mé- Violência Psicológica
dicos, pesquisas verificaram que 80% dos casos de
maus tratos ocorrem no ambiente familiar (Ha- A VP é um dos tipos de violência que mais
bigzang & Koller, 2011; Williams & Habigzang, ocorre durante a infância e adolescência (De An-
2014). Essas experiências podem ser traumáticas toni, 2012). Entendida como um fenômeno com-
e repercutir negativamente no desenvolvimento e plexo por não deixar marcas físicas (De Antoni,
vida adulta dessas crianças e adolescentes. Como 2012; Barbosa, Labronici, Sarquis, & Mantovani,
consequência dessas experiências de maus tratos, 2011), a VP ainda é pouco diagnosticada, apesar
o prejuízo cognitivo, emocional e mudanças com- de apresentar maior prevalência do que os outros
portamentais podem estar presentes (Williams tipos (Sears, Byers, Whelan, & Saint-Pierre, 2006;
& Habigzang, 2014). Além disso, déficits em fun- Abranches & Assis, 2011).
ções neurocognitivas como atenção, linguagem, A VP pode se manifestar na forma de rejei-
inteligência (Oliveira, Scivoletto, & Cunha, 2010), ção, humilhação, isolamento, depreciação, desres-
transtornos mentais como Transtorno de Défi- peito, rotulação, discriminação, corrupção, terro-
cit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno de rismo, punição ou cobranças exageradas advindas
Conduta, comportamento impulsivo, problemas do responsável/cuidador em relação à criança/
de aprendizagem e uso de substâncias psicoativas adolescente. Além disso, também são consideradas
também estão entre as consequências dessas expe- formas de VP a negação de afeto, ameaças e agres-
riências de maus tratos (Zambon et al., 2012). sões verbais, geralmente ocorridas por pessoas pró-
Estudos apontam a relação entre maus tratos ximas à criança ou adolescente (De Antoni, 2012;
ocorridos na infância e fatores como condições Habigzang & Koller, 2011). Como consequência
sociais desfavoráveis (habitação, saúde, desem- dessas ações, podem estar presentes sintomas fí-
prego), conflitos familiares intensos (separação sicos e psíquicos, além da possibilidade de haver
dos pais, pais abusadores e/ou abusados durante transtornos psicológicos, causando prejuízos na
a infância), pais ou responsáveis negligentes, usu- vida das vítimas (Barbosa, Labronici, Sarquis, &
ários de substâncias e com diagnóstico de trans- Mantovani, 2011). Como exemplo de VP que ocor-
tornos psicológicos. Além disso, outros fatores en- re no contexto familiar, pode-se citar a alienação
volvendo vulnerabilidade infantil também estão parental (AP). De acordo com uma estimativa nor-
associados a maus tratos, como por exemplo, ser te-americana, 20 milhões de crianças já foram ex-
uma criança recém nascida, adotada, viver em um postas a comportamentos psicologicamente agres-
abrigo ou sistema de detenção compulsória ou ter sivos por parte dos pais, e 25 milhões ainda serão
algum tipo de retardo mental (Hussey, Chang, & expostas até a vida adulta (Baker, 2005).
Kotch, 2006). Alguns autores consideram a exis- Alguns autores que estudam a VP em crian-
tência de predisposição para a agressão, associa- ças/adolescentes conceituam-na de duas formas.
da a fatores externos como o contexto familiar, A primeira diz respeito à qualidade parental
comunitário e cultural (Dahlberg & Krug, 2007). exercida e comportamentos dos pais, como por
A violência contra crianças/adolescentes pode exemplo, ações sistemáticas buscando o conven-
ocorrer de formas distintas e com características cimento da criança de que ela não é boa o sufi-
específicas. Pode-se citar, por exemplo, a violência ciente, ou que não é amada, podendo ser compa-
sexual, violência física, negligência e a exploração rada negativamente a outras crianças (O’Hagan,
1995; Brassard & Hart, 1993). A segunda forma de violência, como possuir irmãos de casamentos
postulada pelos autores é considerar a VP como diferentes dos pais, ser o filho do meio e possuir
ponto central de qualquer tipo de maus tratos in- uma família monoparental (Abranches, Assis, &
fantis, associada à violência sexual ou negligência. Pires, 2013).
(Claussen & Crittenden, 1991). Os pais que declararam possuir relação mais
Estudos referentes especificamente à VP que ou menos satisfatória ou insatisfatória com o ado-
acometem crianças/adolescentes ainda são escas- lescente possuíam maiores probabilidades de pra-
sos. Um dos motivos atribuídos a isto é o fato ticarem VP do que os que referiram possuir re-
de que por ser considerada uma violência que lação satisfatória. Além disso, destacou-se o alto
não deixa marcas físicas, muitas consequências uso de substâncias utilizadas pelos responsáveis,
oriundas deste tipo de violência são identificadas o consumo de remédios (calmantes ou indutores
após um tempo do ocorrido, podendo manifestar- de sono) entre as mães e álcool (embriaguez) por
se através de sintomas e comportamentos (Abran- parte dos pais (Abranches, Assis, & Pires, 2013).
ches & Assis, 2011). Entretanto, na última década A VP esteve associada a outras formas de
essa temática tem tido maior visibilidade e com violência, segundo os autores. Esteve associada
isso, mais estudos têm sido realizados. com violência física perpetrada por membros da
Um estudo proposto por Abranches, Assis, família no passado dos participantes e associada
& Pires (2013) objetivou investigar a associação da à violência sexual que ocorria no momento pre-
VP na adolescência com fatores sociodemográfi- sente da vida deles. Através desse estudo foi pos-
cos, estrutura/relacionamento familiar com outras sível constatar que o adolescente vítima de vio-
formas de maus-tratos. Os resultados apontaram lência física no passado tem até 5,17 vezes mais
que a maioria dos adolescentes era do sexo mascu- chances de ser vítima de VP do que adolescentes
lino (53,2%), de pele/raça branca (33,8%) e perten- que nunca sofreram maus tratos (Abranches, As-
cente a estratos sociais populares (83,5%). Sobre os sis, & Pires, 2013).
questionamentos relacionados à VP apenas cinco Outro estudo nacional realizado por Cos-
adolescentes responderam “nunca” aos itens inda- ta, Carvalho, Santa Bárbara, Santos, Gomes, &
gados na pesquisa. Sobre o relacionamento com os Sousa (2007) teve como objetivo estimar a pre-
responsáveis e os comportamentos estabelecidos valência de tipos de violência contra crianças e
por estes, mais de 10% dos adolescentes referi- adolescentes registrados nos Conselhos Tutelares
ram a frequência “sempre/quase sempre” para as em um município Baiano e associar a violência
seguintes ações: ser criticado pelo o que faz/diz, sofrida de acordo com a faixa etária das vítimas
não ser encorajado quando tenta atuar de forma e vínculos estabelecidos com os agressores. Espe-
autônoma, ser chamado de nomes desagradáveis e cificamente no que diz respeito à VP, foram rea-
o adulto mencionando que o adolescente está er- lizadas 374 denúncias envolvendo VP, incluindo
rado ao tentar agir. Outros comportamentos que o amedrontamento (219), humilhação pública ou
compõem o relacionamento familiar foram relata- privada (52), ameaça de morte (28) e outras formas
dos com menor frequência, porém estiveram pre- de violência como ameaça de abandono, discri-
sentes nas afirmativas “às vezes/raramente”, como minação racial, mendicância e impedimento de
por exemplo, a culpabilização por falhas (58,5%), contato com outro genitor (75) (Costa, Carvalho,
críticas das coisas que o adolescente faz/diz (58%), Santa Bárbara, Santos, Gomes, & Sousa, 2007).
gritos sem motivo (45,4%), não acreditar no ado- Na maioria dos casos, a denúncia foi realizada
lescente (53,7%) e dizer ao adolescente que ele anonimamente (30,8%), pelas mães (21,2%), pais
está errado quando faz/diz alguma coisa (45,4%) (14,9%) e outros parentes (8,5%). Desta forma,
(Abranches, Assis, & Pires, 2013). tanto este estudo quanto o anterior (Abranches,
Ainda neste estudo, a mãe foi apontada como Assis, & Pires, 2013; Costa, Carvalho, Santa Bár-
a principal responsável por perpetrar esse tipo de bara, Santos, Gomes, & Sousa, 2007) referem os
violência (67,5%), seguida pelo pai e irmãos. Além pais como sendo os principais perpetradores de
desses, primos, sobrinhos, amigos, vizinhos, namo- VP, com ocorrência na maioria dos casos no am-
rados, professores e diretora da escola também fo- biente familiar. Dessa forma, conflitos familiares
ram referidos pelos adolescentes como agressores. como o divórcio, podem resultar em comporta-
Alguns aspectos referentes à estrutura familiar mentos e condutas agressivas por parte de pais e
podem elevar a chance da ocorrência desse tipo familiares da criança/adolescente.
Em consonância com esses resultados, Avanci, centes vítimas desse processo (Brasil, Lei 12.318,
Assis, César dos Santos, e Oliveira (2005) encontra- 2010). A Lei estipula sete tipos de comportamen-
ram que os perpetradores de VP eram considera- tos considerados alienantes: realizar campanha
dos pessoas significativas na vida de adolescentes de desqualificação da conduta do genitor no
vítimas. Esses adolescentes indicaram ainda serem exercício da paternidade ou maternidade; dificul-
vítimas de violência física, possuírem baixa auto tar o exercício da autoridade parental; dificultar
estima e sentir-se sem apoio afetivo e emocional. contato de criança ou adolescente com genitor;
O estudo de Brito, Zanetta, Mendonça, Ba- dificultar o exercício do direito regulamentado
rison, & Andrade (2005) teve como objetivo co- de convivência familiar; omitir deliberadamente
nhecer as características da família, da criança a genitor informações pessoais relevantes sobre a
que sofreu violência e de seu agressor, bem como criança ou adolescente, inclusive escolares, médi-
descrever, de acordo com relatos da família, os cas e alterações de endereço; apresentar falsa de-
fatores desencadeantes da violência. A partir dos núncia contra genitor, contra familiares deste ou
resultados encontrados, foi possível concluir que contra avós, para obstar ou dificultar a convivên-
os principais fatores identificados pelas famílias cia deles com a criança ou adolescente e mudar
como desencadeantes da violência são na sua o domicílio para local distante, sem justificativa,
maioria conflitos entre o casal (58%) e histórico visando a dificultar a convivência da criança ou
de vida dos pais (49%). Como exemplo de confli- adolescente com o outro genitor, com familiares
tos conjugais, pode-se mencionar a repercussão deste ou com avós (Brasil, Lei 12.318, 2010).
do rompimento conjugal, considerando a exis- Além da criança/adolescente envolvido nes-
tência de um divórcio litigioso ou ressentimentos se processo, os genitores alienadores e alienados
oriundos deste, pré ou pós divórcio. também podem ser considerados vítimas. Seus
comportamentos podem estar associados muitas
vezes a psicopatologias e transtornos de persona-
Alienação Parental lidade como Transtorno de Personalidade Para-
nóide ou Narcisista (Kopetski, 1998). Esse tipo de
A AP é um fenômeno considerado como uma comportamento pode ocorrer devido ao fato de
forma VP e abuso emocional (Lago & Bandeira, que muitos genitores não aceitam o divórcio ou
2009), que ocorre comumente em decorrência de a forma como ele ocorreu. Dessa forma, utilizam
divórcios litigiosos e disputas de guarda (Brito, a criança/adolescente como meio de vingança, as
2012; Ferreira, 2012). O conceito de AP foi defi- tornando vítimas de uma “lavagem cerebral” e as
nido pelo psiquiatra Richard Gardner na década obrigando a se posicionarem contra um genitor e
de oitenta (Major, 2000), a partir de sua prática a favor do outro (Major, 2000).
profissional, que estava atrelada a atendimentos No que diz respeito às publicações científi-
clínicos infantis e nos tribunais na realização de cas sobre a temática da AP, grande parte são in-
avaliação de casos envolvendo disputa de guarda. ternacionais e abordam aspectos da sua origem,
A AP envolve situações e comportamentos definições conceituais e as consequências advin-
hostis de um dos genitores em relação ao outro, das desta para os membros da família. Porém, não
incluindo a criança como participante nesse pro- foram encontrados estudos empíricos que referis-
cesso. Comportamentos como desqualificar um sem formas de intervenção eficazes nesses casos.
dos genitores para a criança ou adolescente, difi- No estudo proposto por Suárez (2011) realizado
cultar a convivência e omitir informações da vida na Espanha com o objetivo de avaliar a presença
do filho sistematicamente e conscientemente são de sintomas e características dos filhos envolvidos
exemplos de condutas adotadas pelo genitor alie- em situações de AP, os resultados apontaram que
nador (Darnall, 2011; Sousa, 2010). Para configu- as características mais presentes foram: rechaço,
rar-se AP faz-se necessário que a criança/adoles- crítica e depreciação por parte desses em relação
cente comporte-se de forma a recusar conviver e ao genitor alienado, assim como a idealização e
possuir relações próximas com um dos genitores valorização positiva sobre o divórcio dos pais e
(Darnall, 2011). sobre o genitor alienador, comumente o detentor
No Brasil, a Lei da Alienação Parental (12.318/ da guarda (Suárez, 2011).
2010) considera a prática da AP como uma forma Lavadera, Ferracuti, e Togliatti (2012) se pro-
de interferência psicológica para crianças/adoles- puseram a avaliar as características de AP pre-
sentes em famílias envolvidas nessas situações e nhecido como diagnóstico, os prejuízos cognitivos
verificar quais patologias eram encontradas em e emocionais apresentados por crianças/adoles-
crianças/adolescentes. Os resultados encontra- centes podem ser compreendidos como consequ-
dos apontaram que as mães foram consideradas ências de um problema na relação parental e na
alienadoras em 50% dos casos e os pais em 35%, dificuldade no exercício da co-parentalidade.
além de avós ou instituições de acolhimento em Alguns autores referem que o relacionamen-
15%. Foi constatado que os genitores envolvidos to entre pais e filhos pode ser um fator fundamen-
nessas situações possuem dificuldade em expres- tal para o desenvolvimento das crianças e saúde
sar emoções e que a razão do conflito e acusações mental de adolescentes (Parke & Slaby, 1893). A
de um genitor ao outro diz respeito à irresponsa- maneira como os pais se relacionam com seus fi-
bilidade, criminalidade e perigo. Sobre as patolo- lhos poderá gerar diferentes intensidades de tran-
gias presentes nos membros da família, as mães quilidade e segurança para crianças/adolescentes
apresentaram traços de insegurança e as crianças (Lago, Amaral, Bosa, & Bandeira, 2010). Dentre
apresentaram problemas no desenvolvimento, os aspectos considerados para a existência de um
como dificuldade no relacionamento interpes- bom relacionamento entre pais e filhos destacam-
soal, problemas relacionados à sua identidade, e se alguns fatores a serem exercidos pelos pais,
tendência à manipulação e distorção da realidade. como: função de apoio, proteção e responsabilida-
Neste estudo, foi possível concluir que 12% dos de, práticas educativas, preocupações com cuida-
casos avaliados existia AP, e que os alienadores dos corporais e com as necessidades afetivas dos
identificados podem ser outros membros da famí- filhos (Wagner, Ribeiro, Arteche, & Bornholdi,
lia e não somente a mãe (Lavadera, Ferracuti, & 1999; Dantas, Jablonski, & Féres-Carneiro, 2004).
Togliatti, 2012). Importante salientar que a SAP poderá ser
Além do conceito de AP, Gardner (1999) utilizada de forma prejudicial na identificação de
considerou a existência de uma síndrome em de- casos que envolvam violência contra a mulher ou
corrência do processo de AP. De acordo com o criança e adolescente. A falsa alegação de sinto-
psiquiatra, os comportamentos/sintomas apresen- mas/comportamentos ocasionados do processo de
tados pelas crianças/adolescentes, como por exem- AP poderá encobrir o comportamento do agressor
plo, ansiedade, sentimentos hostis e desejo de não e desvalorizar a palavra da vítima (Sottomayor,
conviver com um dos genitores se configurariam 2011). No entanto, faz-se necessário descartar a
como tal. Porém, a existência dessa síndrome de presença de maus tratos para que se confirme a
alienação parental (SAP) ainda é controversa no presença de AP (Suàrez, 2011).
meio científico. Além de o psiquiatra ter funda- Devido aos prejuízos que podem ocorrer
mentado a SAP apenas com sua prática profissio- no que diz respeito ao desenvolvimento e saúde
nal, estes achados foram publicados em formato de mental de crianças/adolescentes, a psicoterapia
artigos publicados em editoras próprias não sendo de abordagem cognitivo-comportamental po-
submetidos à revisão por pares (Sottomayor, 2011). derá se tornar um recurso para o tratamento de
Além disso, existe dificuldade em avaliar sintomas resultantes da violência sofrida.
esses sintomas e comportamentos como sendo
exclusivamente oriundos de um processo de AP.
Crianças/adolescentes que presenciam conflitos e Psicoterapia cognitivo-com-
situações de violência familiar, como consequên-
cia de divórcio, ou que presenciam um divórcio
portamental e suas contri-
mesmo que não litigioso, por exemplo, poderão buições para o tratamento de
apresentar os mesmos sintomas/comportamentos vítimas de violência psicoló-
(Sousa, 2010).
Outro fator que contribui para as divergên-
gica e alienação parental
cias quanto considerar a existência da SAP é o não
reconhecimento da síndrome como um diagnósti- A psicoterapia cognitivo comportamental foi
co incluso no Manual Diagnóstico de Transtornos uma das primeiras abordagens de psicoterapia ca-
Mentais - DSM-V (APA, 2014) ou no Código Inter- pazes de demonstrar eficácia através de pesquisas
nacional de Doenças - CID-10 (OMS, 2008) (Sot- científicas (Dobson & Scherrer, 2004) e se fortale-
tomayor, 2011). Porém, mesmo que não seja reco- ceu através da credibilidade adquirida por meio
da divulgação de resultados comprovados cien-
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Abstract
Violence is a social problem and public health victimizing thousands of children/adolescents in Brazil
and worldwide. Children/adolescents often become victims of violence perpetrated often by relatives
and close people. Psychological violence (PV) can manifest itself in the form of rejection, humilia-
tion, isolation, depreciation, disrespect, labeling, discrimination, corruption, terrorism, punishment
or exaggerated charges arising from the charge / caregiver for the child / adolescent. These factors can
cause psychological symptoms and disorders, affecting the lives of these individuals. Cognitive-beha-
vioral therapy is a alternative for prevention and treatment in cases of violence against children/ado-
lescents. This article aimed to characterize and discuss the PV suffered by children and adolescents,
as well as the consequences of this for development. In addition, the article aimed to verify how the
cognitive-behavioral psychotherapy is being used to treat these cases. The results showed that cogni-
tive-behavioral therapy is effective for treating victims of PV. Moreover, it is important to have a good
therapeutic relationship and that the patient can cooperate in treatment and performing the tasks
proposed by the psychotherapist. It is also suggested that future studies adapt the model of cognitive
behavioral group therapy child/adolescent victims of sexual violence to child/adolescent victims of PV.
Keywords: psychological violence, parental alienation, childhood, adolescence, cognitive behavioral
psychotherapy