Marques Et Al., 2014
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Resumo: O presente estudo apresenta uma análise preliminar do projeto de pesquisa que se configurará
no trabalho de conclusão de curso de Psicologia, pela instituição Faculdade Luciano Feijão, sob
orientação da professora mestranda Georgia Maria Melo Feijão. Na pesquisa em desenvolvimento
pretende-se compreender a percepção de profissionais de Psicologia frente ao atendimento de crianças e
adolescentes vítimas de abuso sexual. Para tanto, foi necessário realizar um levantamento bibliográfico de
obras e artigos de autores com referência no tema como Habigzang, Koller, Hohendorff, Pires Filho, entre
outros; e, posteriormente, a realização de entrevistas semiestruturadas e relatos pessoais de profissionais
de Psicologia que atuam na área, a fim de concluir a segunda etapa da coleta de dados. O trabalho destaca
a postura do psicólogo frente ao atendimento de crianças vítimas de abuso sexual e a importância dessa
intervenção psicológica no cuidado com essas crianças e suas famílias, através da percepção deste
profissional.
INTRODUÇÃO
[email protected]
² Professora do Curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão (FLF). Especialista em Psicooncologia
e em Neuropsicologia (Faculdade Christus). Mestranda em Psicologia (UNIFOR). E-mail:
[email protected]
³ Aluna do 9º Semestre de Graduação em Psicologia da Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
[email protected]
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Aluna do 9º Semestre de Graduação em Psicologia da Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
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ser afetadas pela experiência de abuso sexual de diferentes formas”, onde umas
desenvolvem efeitos mínimos e outras não apresentam nenhum efeito evidente, porém
algumas podem ser afetadas severamente desenvolvendo problemas emocionais,
comportamentais, cognitivos, interpessoais e psiquiátricos.
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De acordo com Habigzang (2006), a criança que sofre o abuso sexual, seja ela
do sexo masculino ou feminino, pode ter o desenvolvimento afetado de diferentes
maneiras, desenvolvendo problemas emocionais, sociais e psiquiátricos graves. As
consequências deixadas por esta violência sexual podem ser agravadas por um conjunto
de fatores relacionados à criança, ao seu ambiente e ao tipo de agressão sofrida, dentre
os quais podemos citar os fatores intrínsecos à criança, que envolvem a saúde emocional
prévia, seu comportamento, suas crenças em relação à experiência abusiva, em que se
sentem diferentes dos demais e desamparadas pela família e amigos, causando-lhes
sintomas de depressão e ansiedade; os fatores extrínsecos, relacionados com os fatores
de risco e de proteção na rede de apoio social e afetiva, onde rede de apoio se
caracteriza pelas relações familiares e pela importância que estas relações têm na
superação às adversidades, e uma criança quando não dispõe desse apoio poderá sentir-
se mais vulnerável; e por último, os fatores relacionados com a violência sexual em si,
que são caracterizados pela duração desse abuso, frequência, o grau de violência que foi
praticada, o nível de relacionamento com o agressor e se este a ameaçou, a presença de
negligência das figuras parentais; e dessa forma, aumentando as consequências
negativas para o desenvolvimento desta vítima (HABIGZANG, 2006).
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é a psicopatologia mais
decorrente do abuso sexual infantil, e suas manifestações envolvem a experiência do
podem ser agravadas caso não haja uma intervenção adequada que transmita apoio a
esta vítima (HABIGZANG E CAMINHA, 2004). De acordo com Habigzang (2006,
p.20):
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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bibliográfica, envolvendo as atividades de identificação, compilação, fichamento e
análise qualitativa das fontes bibliográficas, através da verificação e comparação de
textos de livros e artigos de revistas científicas, resultantes do banco de dados da
SCIELO, usando das palavras-chave “Abuso Sexual Infantil”, “Psicologia” e
“Intervenção”, e de obras de autores que possuem referência no assunto, como Luísa
Habigzang, Silvia Koller, Jean Von Hohendorff, Pires Filho, entre outros. Contou-se
também com a indicação de referências bibliográficas provenientes de minicursos na
área de pesquisa.
A coleta desse material se deu inicialmente de maneira exploratória, a fim de
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No que diz respeito à segunda etapa deste estudo, seu principal objetivo será
compreender a percepção dos psicólogos frente ao atendimento de meninos vítimas de
abuso sexual. Pretende-se conhecer a percepção dos psicólogos em relação aos meninos,
vítimas de abuso sexual infantil, e em relação à família dessas vítimas, ou seja, como
este profissional reconhece e lida com essa demanda. Essa pesquisa pretende ser
realizada a partir de entrevistas semiestruturadas e de relatos pessoais de profissionais
de Psicologia que atuam na área em foco.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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proteger a vítima e resguardar seus direitos, enquanto crianças e adolescentes.
O acompanhamento psicológico de crianças vítimas de abuso sexual é
essencial, e é desenvolvido de acordo com as necessidades de cada criança, pois não é
possível generalizar os efeitos do abuso sexual para todas as crianças, uma vez que a
gravidade e a quantidade das consequências variam de caso a caso de acordo com a
experiência vivida pela vítima. Os atos de acolher e oferecer segurança e confiabilidade
são os primeiros passos para obter sucesso no tratamento físico e emocional da vítima.
É de extrema importância escutar sua história, sua vivência, sem pré-julgamentos,
interrupções ou detalhamentos desnecessários que apenas possam constranger mais
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sentimentos e detalhes vividos em sua experiência. O trauma vivido por essas crianças e
adolescentes geralmente perpetuam por toda sua vida, e muitas vezes, infelizmente, em
alguns casos podem influenciá-los a cometer os mesmos abusos ao chegarem à idade
adulta, como defende Azambuja (2004, p.125) no trecho “as experiências ficam
marcadas na herança genética e nos padrões de vínculo, sendo, portanto, repassadas de
uma forma ou outra para a descendência”.
A família também é outro aspecto essencial na proteção dessa criança, é o
principal meio para inserir a resiliência em todos os seus integrantes, pois a partir dela
que são efetivados os vínculos e onde o indivíduo poderá estabelecer as relações de
confiança.
mais comum para a constatação do abuso, ainda constitui uma forma de estresse para as
crianças e suas famílias, que precisam trazer à tona toda a situação sofrida tornando este
processo uma revitimização (HABIGZANG et al., 2006; PIRES FILHO, 2011).
Outras questões bastante discutidas pelos profissionais de Psicologia se referem
ao respeito à criança e ao seu relato, à família, além do sigilo e da
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CONCLUSÃO
O abuso sexual infantil foi tratado por muitos anos em silêncio, tendo em vista
principalmente de o agressor ser alguém da família ou muito próximo. Diante da
atenção dos profissionais que trabalham com as famílias, crianças e adolescentes, e do
avanço no estudo das consequências que esses abusos causam nas vítimas, esse assunto
tem se tornado mais evidente e medidas foram criadas de modo evitar que aconteça tão
largamente.
A partir do que foi pesquisado sobre o abuso sexual infantil é possível
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profissionais e familiares da vítima. Segundo Lowenkron (2010), o Estado, a família e
toda a sociedade têm o dever e o compromisso de proteger a criança contra quaisquer
formas de exploração e abuso sexuais, e movidos por essa luta é que a sociedade civil e
o poder público têm reunido esforços para o desenvolvimento de políticas de
enfrentamento desse tipo de violência, onde uma das principais áreas que está cada vez
mais conquistando espaço no enfrentamento das consequências e na redução dos
sintomas causados pelos traumas, é a Psicologia.
O psicólogo passa a ter papel fundamental nessa intervenção e na redução dos
danos e consequências acarretados na vida das crianças vítimas de abuso, bem como no
Sobral-CE, novembro de 2014.