Politica Nacional de Saúde
Politica Nacional de Saúde
Politica Nacional de Saúde
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POLITICA NACIONAL DE SAÚDE ................................................... 2
Indicadores .............................................................................. 41
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO SUS ........................................ 5
Coeficiente ou taxas ................................................................ 42
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF) ...................................................... 7
DESCENTRALIZAÇÃO ................................................................ 43
SAÚDE .......................................................................................... 7
ATENÇÃO PRIMARIA EM SAÚDE (APS) ..................................... 44
Direito a saúde .......................................................................... 8
Assistência e atenção .............................................................. 44
SUS ........................................................................................... 10
Ações da atenção à saúde ....................................................... 45
DOUTRINAS ................................................................................ 10 Programas de atenção à saúde ............................................... 45
PRINCÍPIOS ................................................................................. 12 Promoção da saúde e níveis de prevenção.............................. 45
GESTORES................................................................................... 13 Movimentos modernos ........................................................... 45
CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................... 14 Conceito de prevenção quaternário ........................................ 45
Financiamento......................................................................... 15 Promoção da saúde no Brasil .................................................. 46
Direito à saúde e setor privado ............................................... 15 Antecedente históricos ............................................................ 46
ATENÇÃO BÁSICA ...................................................................... 16
EPIDEMIOLOGIA ................................................................... 22
Letalidade
Relaciona o número de óbitos por determinada
causa e o número de pessoas que foram acometidas
por tal doença. Esta relação nos dá ideia da
gravidade do agravo, pois indica o percentual de
pessoas que morreram.
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑜𝑠
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠
x 10n
Coeficiente ou taxas
No coeficiente, o número de casos é relacionado ao
tamanho da população da qual eles procedem. No
numerador, é colocado o número de casos
detectados. O denominador é reservado ao tamanho
da população sob risco, ou seja, o número de 1. SALA DE APOIO À GESTÃO ESTRATÉGICA
pessoas expostas ao risco de sofrer o evento (SAGE): A SAGE disponibiliza a gestão e a
colocado no numerador. Trato do número de caos geração de conhecimento. Demonstrando a
acrescidos do número de pessoas que poderiam se situação governamental no âmbito do SUS, a
tornar casos. ferramenta possibilita projeções e inferências
setoriais, além de contribuir para a transparência
Coeficiente=
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠
x constante das ações desenvolvidas na área de saúde.
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑠𝑜𝑏 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 2. A PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE (PNS):
Reúne percepção de 81 mil domicílios do país, a
No numerador: os caos (de doença, respeito de doenças crônicas consumos
incapacidade, óbito, indivíduos com determinadas alimentos, uso de álcool, tabagismo e estado de
características); saúde físico e mental.
No denominador: a população sob risco (de 3. SI-PNI: Formado por um conjunto de sistema, o
adoecer, de se tornar incapacitada etc.). grupo de SI-PNI reúne indicadores do programa nacional
onde vieram os casos; de imunização com o objetivo de coordenar, as
Constante= 10, 100, 1.000 etc. pode ser ações de vacinação e demais diretrizes das
qualquer múltiplo de 10. ações de prevenção.
4. A PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE
Ex.: Coeficiente de morbidade por tuberculose. Um ESCOLAR (PENSE), Realizada desde 2009,
coeficiente anual de incidência de cinco casos de agrupa dados escolares que auxiliam na de
tubérculo por mil habitantes informa sobre a dinâmica questões prioritárias para o desenvolvimento de
do aparecimento da afecção e significa que a chance politicas de saúde.
de um individua, tomado ao acaso naquela 5. O sistema de VIGILANCIA DE VIOLENCIA e
população, de adquirir a doença no período de um ACIDENTES (VIVA): Acidentes reúnem dados
ano, é de cinco mil ou em 200. estatísticos de incidentes, ocorrências
consideradas acidentais intencionais
Exceção é COEFICIENTE DE MORTALIDADE autoprovocados para atuar em medidas diretas
INFANTIL (CMI): e de MORTALIDADE MATERNA de prevenção.
(CMM) o denominador usado (Nascidos vivos) é 6. TABNET: Acompanha dados da morbidade,
uma estimativa tanto numerador de menores de 1 incapacidade, acesso à serviços de qualidade de
ano, como gestantes, parturientes e puerpérios atenção, condições de vida e fatores ambientais
expostas ao risco do evento óbito. No caso do usados na quantificação, avaliação e construção
coeficiente de mortalidade infantil, alguns nascidos de indicadores de saúde.
vivos do ano anterior, não fazem parte do
denominador, apesar de ainda terem menos de
humano em estudo dos obtos. No entanto, o termo
coeficiente já está consolidado para ambos os
indicadores.
1. COEFICIENTE GERAL DA MORTALIDADE
(CGM): representa o risco de óbito na
comunidade. É expresso por uma razão, e pode
ser calculado, como todos os demais
coeficientes, também através de regras de tres
simples, no entanto, não é muito usado para
DESCENTRALIZAÇÃO Financiamento: É considerado como um dos
Tem sua origem nos países desenvolvidos no inicio aspectos mais problemáticos do setor saúde
dos anos 70, como resposta à crise do estado de houve a viabilização do repasse fundo a fundo, o
bem estar social, instaurado no pós-guerra, em que a repasse da CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA DE
organização e a produção de bens e serviços MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF) e a
públicos ou privados eram regulados pelo próprio implantação do PISO ASSISTENCIAL BÁSICO
estado, esse estado de bem estar social configurou (PAB-NOB 96).
uma nova relação de mediação entre o estado e Modelo de atenção: Paim destaca os conteúdos
sociedade, porque, além de assumir a regulação das das leis orgânicas da saúde, constituição federal,
atividades econômicas, garantiu alguns direitos estaduais e leis orgânicas municipais que
sociais à população. A descentralização nesse reforçam as diretrizes e princípios do SUS e a
contexto passa a fazer parte de um conjunto mais experimentação de modelos assistenciais
amplo de reforma econômica com intuito alternativos tomando como exemplo a vigilância
nacionalizador num estado que é amplamente em saúde, as ações programáticas, o programa
centralizado e com presença em todas as atividades de saúde da família dentre outras.
da vida social e econômica. Considerando as características do estado
A descentralização tem como ponto forte estar brasileiro, em relação à sua extensa base territorial e
ligada a uma eficiência maior na alocação dos profunda desigualdade social que o circunscreve, o
recursos, em consequência da influencia dos processo de descentralização torna-se um aliado
usuários, ela permite a inovação e adaptação do importante na minimização da iniquidade e na
planejamento e programação às condições regionais produção e oferta das ações de saúde das realidades
e locais, apresenta maior qualidade e transferência, regionais e locais, na medida em que o
tanto no âmbito alocativo como politica; atribui planejamento, programação e controle social estejam
responsabilidade e legitimidade ao gestor na medida articulados as realidades tanto dos estados como dos
em que existe a participação da população no municípios, possibilitando corrigir as distorções que
processo de tomada de decisão, por fim, pode ocorrem entre municípios e mesmo nas microrregiões
qualificar melhor a integração entre as agencias como bairros, favelas, vilas urbanas e rurais e tantas
governamentais e não governamentais reafirmando outras formas de agrupamentos sociais.
outro ponto essencial que é a intersetorialidade. O movimento de descentralização via municípios,
O processo de descentralização apresenta conflitos com impulso para o planejamento e organização da
e dualidades no que se refere à distribuição de poder produção de ações de caráter coletivo e individual,
e responsabilidade, entre os atores federados. Para condizentes com as realidades locais, tem
assumir esse compromisso frente à população torna- contemplado o acúmulo de importantes experiências
se preciso um amadurecimento politico em torno de por vários cenários, oportunizando a construção de
pactos de atores federados, uma vez que a saúde novos modelos assistenciais orientados pelos
passa a ser concebida como direito e dever do princípios norteadores do SUS, envolvendo práticas
estado em seus tres níveis de governo, ampliando a de saúde instrumentalizada como produto final a
responsabilidade da sociedade e gerando resistência produção social de saúde.
pelas dificuldades do nível central em estar Consideramos que a descentralização no contexto
delegando poder aos níveis locais. do setor saúde, é uma ferramenta importante para o
No Brasil, o processo de descentralização começou a desencadeamento de varias intervenções no âmbito
ser concretizado com a edição das leis orgânicas da da saúde e tem tornado concreto o acesso às ações
saúde que regulamentou o processo de organização de saúde por vários sujeitos, antes excluídos da
dos serviços e a participação social no setor saúde assistência à saúde.
respectivamente. O processo de descentralização propiciou
Apesar de vários obstáculos ao projeto da reforma importantes experiências inovadoras no sistema de
sanitária na década de 90, a mesma pode saúde do Brasil, chamados modelos assistenciais
contabilizar importantes avanços no que se refere à ou modelos de saúde.
organização, gestão, financiamento e ao modelo
de atenção no setor saúde.
Organização: Paim ressalta as conquistas em
relação à descentralização das ações e serviços
de saúde com a experiência dos distritos
sanitários e consórcios intermunicipais de saúde
e a criação da fundação nacional de saúde;
Gestão: Aponta aspectos referentes à legislação
sanitária (lei 8.080 e 8.142, NOBs 93 e 96) que
concretizaram e impulsionaram o processo de
municipalização da saúde, a regulação dos
planos de saúde, e o funcionamento das
conferencias e conselhos de saúde.
ATENÇÃO PRIMARIA EM SAÚDE (APS) O PSF incorporar os princípios do SUS e desponta
A primeira definição sobre a APS foi proposta na como um novo paradigma na atenção à saúde, com
conferencias internacional sobre cuidados primários diretrizes que criam uma nova forma de produzir as
de saúde, realizada em Alma-Ata. De acordo com a ações e serviços de saúde, na perspectiva de
declaração de Alma-Ata, APS corresponde aos mudança e conversão do modelo assistencial
cuidados essenciais à saúde, baseados em mecanicista e biomédico.
tecnologia acessíveis que levam os serviços de Desde sua implantação, o PSF se propõe a
saúde o mais próximos possível dos lugares de vida transformar o tradicional modelo sanitário brasileiro,
e trabalho das pessoas, constituindo assim, o médico, medicamentoso, curativo e individual. Que
primeiro nível de contato com o sistema nacional de tem no hospital o lócus de solução para todo e
saúde e o primeiro elemento de um processo qualquer problema de saúde, num modelo de saúde
contínuo de atenção. coletivo, multiprofissional e centrado na família e na
A APS forma a base e determina o trabalho de todos comunidade, no entanto, apenas a implantação do
os outros níveis do sistema de saúde promovendo a PSF não garante o alcance da mudança do modelo
organização e racionalização do uso dos recursos, assistencial proposto pelo SUS.
tanto básico como especializados, direcionados para Faz-se necessário uma estruturação dos serviços
a promoção, manutenção e melhoria da saúde. com base nas necessidades da população o qual
É aquele nível do sistema de saúde que oferece a implica a implementação de abordagem mais ampla
entrada do usuário para todas novas necessidades e e complexa do que as centradas no cuidado curativo,
problemas, fornecendo atenção sobre a pessoa, no que viabilizem a compreensão de como os
decorrer do tempo e para todas as condições. problemas de saúde se manifestam na população.
APS deve ser a porta de entrada preferencial do Nessa perspectiva atuação dos trabalhadores de
sistema com ações resolutivas sobre os problemas saúde não deve restringir-se apenas à UNIDADE
de saúde, articulando-se com os demais níveis de BÁSICA DE SAÚDE (UBS).
complexidade, formando assim uma rede integrada É preciso ocorrer nos domicílios e demais espaços
de serviços. comunitários, permitindo maior contato com as
É uma estratégia flexível, caracterizada através de comunidades de cada individuo família e
um primeiro contado entre pacientes e equipes de comunidade, de forma a contribuir para as ações
saúde, garantindo uma atenção integral oportuna e efetivas e adaptadas às desigualdades dos grupos
sistemática num processo contínuo sustentado por sociais e diferentes demandas em saúde.
recursos humanos qualificados e capacitados, a um O modelo atual de organização e atenção encontra-
custo adequado e sustentável, que transcende o se estruturado em três níveis hierárquicos
campo sanitário e inclui outros setores organizados complementares de atenção:
em consonância e reabilitar a saúde do individuo, Atenção básica, atenção media e de alta
suas famílias e da comunidade num processo complexidade.
conjunto de produção social de saúde, mediante um Nessa estrutura, destacamos a média complexidade
pacto social que inclui aspectos biopsicossociais e do como parte importante do sistema, componente
meio ambiente não discriminando nenhum grupo fundamental para a efetiva implementação das
humano por suas condições econômicas diretrizes previstas nas orientações que estruturam o
sociocultural de raça ou sexo. SUS.
No Brasil, o PSF é a principal estratégia de
implementação e organização da APS. Até o Assistência e atenção
surgimento da PSF, em 1994, a atenção básica à A assistência é entendida como um conjunto de
saúde organizava-se, sobretudo com bases em procedimentos clinico-cirúrgicos dirigidos a
serviços norteados pelos princípios de um modelo indivíduos, estejam eles doentes ou não.
que entendia a saúde apenas como a ausência de A atenção seria um conjunto de atividades intra-
doença, baseando-se em prática clientelistas e de extra-setor saúde (intersetorialidade) que, incluindo
conteúdo curativo. também a assistência individual com o objetivo de
A oferta de atenção concentrava-se no individuo e manter a condição de saúde, requerendo ações
suas demandas, desconsiderando a realidade e concomitantes sobretudo os determinantes do PSa.
autonomia local, o planejamento a partir de perfis
epidemiológicos e a participação comunitária.
Muitos movimentos foram realizados visando o
fortalecimento da APS no país, merecendo destaque
a criação do departamento de atenção básica pelo
ministério da saúde em 2000.
A implementação da política nacional de atenção e
do pacto pela vida no ano de 2006, documentos que
reiteram como prioridade e consolidação e a
qualificação da estratégia saúde da família como
modelo de APS e centro ordenado da rede de
atenção à saúde.
Ações da atenção à saúde Dessa forma, a promoção da saúde, além de se
Deve-se promover ações individuais e ações associar a medidas preventistas, passou a englobar
coletivas dentro de um modelo ampliado de atenção a promoção de ambientes e estilos de vida
à saúde: saudáveis.
As ações individuais: dentro desse conceito, Leavell e Clark propuseram o modelo da história
reconhece os indivíduos como sujeitos, natural de doença, composto por três níveis de
portadores direitos e responsabilidades não prevenção: prevenção primaria, secundaria e
mais como objetos de ações coletivas, ações terciária.
que podem ser preventiva ou terapêutica: Nesse modelo, a promoção da saúde se limitava e
Ex.: Aplicação de vacina, restauração compunha um nível de atenção da medicina
dentária, sutura, entre varias outras. preventiva (prevenção primaria), constituindo ações
As ações coletivas: devem impactar grupos ou destinadas ao desenvolvimento da saúde e bem
organizações pressupondo algum tipo de estar gerais no período de pré-patogenese. Essa
interesse especifico compartilhado, ou ainda a abordagem, que muitas vezes nos faz associar
interação entre os participantes: promoção da saúde apenas com educação em saúde
Atividades educativas em grupo, palestra, e prevenção primaria da doença, prevalece até hoje.
peças publicitarias em meios de comunicação
de massa, entre outros. Movimentos modernos
Tanto as ações individuais quanto as coletivas Marc Lalonde, ministro da saúde do Canada na
devem buscar a integralidade, entendida em suas década de 1970, ao investigar o impacto dos
tres dimensões. investimentos e gasto em saúde na melhoria dos
1. Vertical: Busca atender a todas as necessidades indicadores, constatou que 80% das causas da
de saúde do individuo (deste a promoção da doenças estavam relacionadas a estilos de vida e
saúde até a reabilitação), entendido em toda a ambiente. Esse foi um disparador para o
sua complexidade biopsicossocial e espiritual. questionamento sobre a capacidade das ações
2. Horizontal: Busca a integração de ações e sanitárias setoriais serem capazes de resolver os
serviços de atenção à saúde ao longo do tempo, problemas de saúde. Lalonde atribuiu ao governo a
para garantir a condição de saúde das pessoas; responsabilidade por outras medidas, como o
3. Intersetorial: Reconhece os setores extra saúde controle de fatores que influenciam o meio ambiente.
(educação, segurança e etc.) como fundamentais Nesse contexto, um conceito mais contemporâneo de
para a promoção da saúde. promoção da saúde surgiu em 1986, quando
promoveu a 1ª conferencia internacional sobre a
Programas de atenção à saúde promoção de saúde, em Ottawa, Canada.
Destinem ações articuladas individuais e coletivas, Esse encontro foi uma resposta pela procura de uma
recursos, tecnologias e estratégia para o nova concepção de saúde pública no mundo, que
enfrentamento das necessidades de saúde das responderia à complexidade dos problemas de salde,
pessoas e comunidades, podem ser voltadas a em que o entendimento não era mais possível pelo
determinadas condições de saúde, ou determinados enfoque preventivista tradicional vinculação de uma
grupo populacionais, ao longo do tempo. determinada doença a um a um determinado agente
Ex.: Programas de controle de tuberculose e ou a um grupo de agentes, mas que se relacionasse
hanseníase, programa por ciclos vitais. ´pode-se a questões como as condições e modo de vida. O
dizer que os programas de atenção à saúde são produto dessa conferência foi a CARTA DE
materialização da ação do estado no âmbito da OTTAWA para a promoção da saúde.
saúde.
Conceito de prevenção quaternário
Promoção da saúde e níveis de prevenção As ações em saúde, preventivas e curativas, são
A promoção da saúde foi denominada, pelo consideradas em situações, excessivas e agressivas,
sanitarista Henry Sigerist, no séc. 20, ele elaborou tornando-se um fator de risco para a enfermidade e a
quatro funções da medicina: doença. Por essa razão, em 1995, Jamoull e Roland
propuseram o conceito de PREVENÇÃO
Promoção da saúde; prevenção de doenças;
QUATERNÁRIO (prevenção da latrogênia), aceito
tratamento dos doentes e reabilitação das
doenças. pelo comitê internacional da organização mundial dos
médicos da família em 1999. Esse nível de
Na sua concepção, a promoção da saúde envolveria
ações de educação em saúde e ações estruturais do prevenção pressupõe ações clínicas centradas na
pessoa, pautada na epidemiologia clinica e na saúde
estado para melhorar as condições de vida da
baseado em evidencias, visando melhorar a
população.
Esse modelo contribuiu para destacar as ações sobre qualidade da prática em saúde, bem como a
racionalidade econômica. Essas ações devem se
o ambiente e sobre os estilos de vida, além de ações
clínicas, o que foi fundamental dentro do processo de cultural e cientificamente aceitáveis, necessárias e
justificadas, prezando pelo máximo de qualidade da
transição epidemiológica vivenciado nos últimos
atenção com o mínimo de quantidade/intervenção
séculos, com as doenças crônicas degenerativas
possível.
ocupando um lugar de destaque.
Outro objetivo é construir a autonomia dos usuários População de risco; ações de base territorial;
e pacientes por meio de informações necessária e descentralização; assistência social; prevenção
suficiente para poderem tomar suas próprias associada à assistência médica; educação
decisões, sem falsas expectativas, conhecendo as sanitária; ações sobre o meio ambiente; cogestão
vantagens e os inconvenientes dos métodos assistente de quarteirão e rede de atenção à
diagnósticos, preventivos ou terapêuticas propostas. saúde organizada em distrito.
Consiste na construção da autonomia dos sujeitos e As discussões conceituais nesse campo como
na detecção de indivíduos em risco de sobre perceberam hoje, está intimamente relacionada à
tratamento ou excesso de prevenção, para protegê- história da conferencia internacional de Alma-Ata.
los de intervenções profissionais inapropriados e Considera-se que o termo APS (Primary health
sugerir-lhes alternativas eficazmente aceitáveis. care) foi descrito pela primeira vez em documentos
oficiais no inicio da década de 1970, nas páginas da
Promoção da saúde no Brasil contact, revista da COMISSÃO MÉDICA CRISTÃ
Em 2006, o MS propôs a politica nacional da (CMC), ligada ao conselho mundial de igrejas e
promoção da saúde, com o objetivo de promover a federação mundial luterana.
qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade e os A CMC, com larga experiência em países
riscos à saúde relacionados aos seus determinantes desenvolvidos, assumia a defesa da intervenção no
e condicionantes. O documento traz a promoção da nível local das comunidades, com o treinamento de
saúde como uma das estratégias de produção de agentes de saúde e métodos acessíveis, ao perceber
saúde, ou seja, como um modo de pensar e de que as ações missionárias, em sua maioria baseada
operar articuladas as demais politicas e tecnologias em hospitais, apresentavam baixo impacto na saúde
desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, da população.
contribuindo para as necessidades sociais e saúde. Essa instituição foi responsável pela apresentação
Concluindo esse tema, podemos dizer que os de varias experiências em saúde básica para a OMS,
princípios da promoção da saúde, definidos pela em 1974 foi chamada para estabelecer uma
OMS na carta de Ottawa, de 1986, têm servido de colaboração formal nas discussões sobre APS.
guia para as ações de promoção de saúde mundo Em 1975, o relatório a promoção de serviços
afora. nacionais de saúde, incorporou, pela primeira vez, a
expressão APS aos documentos da OMS,
Antecedente históricos defendendo a atenção primaria como caminho para
A história organizada de serviços e sistema de serviços de saúde mais efetivos.
saúde orientado pelos princípios da atenção primaria Durante a conferência que culminou com a
à saúde (APS) é marcado por uma trajetória de declaração de Alma-Ata, organizada pela OMS em
sucessivas reconstruções ate se consolidar como 1978, a antiga união soviética, a saúde foi
uma politica de reforma, uma alternativa diante das reconhecida como direito fundamental das pessoas e
permanentes crises dos sistemas de saúde comunidades, sendo enfatizado o acesso universal
contemporânea. aos serviços de saúde e a intersetorialidade das
Do ponto de vida administrativo, o delineamento ações, e ficando evidenciada a APS como estratégia
teórico de um sistema de saúde hierarquizado e básica para a consecução desses objetos.
integrado em rede, baseado na assistência primaria, O lema saúde para todos no ano 2000 foi o monte
secundaria e hospitais terciários surgirão em 1920, das discussões, o qual seria alcançado pelo
na Inglaterra, com as propostas do relatório desenvolvimento da APS seus princípios em todos os
Dawson. Ele propõe a implantação de um sistema países do mundo.
integrado de medicina preventista e curativa por meio
de ações primarias, secundarias e terciárias. Esse
relatório esta na base do sistema de saúde britânico
e inspirou a organização de sistema de saúde em
vários outros países.
Foi o clássico estudo de que
alertou definitivamente para a atenção médica
primária, ao demonstrar que a imensa maioria do
cuidado médico nos EUA e reino unido realizado
neste nível de atenção, muitas vezes em centros de
saúde comunitários, evidenciando que o atendimento
em hospitais universitários representava apenas uma
discreta fração do total.
Lembramos que o modelo de atenção baseado em
centros de saúde comunitários remontava a iniciativa
pioneira francesas do final do sec. 19, e americana
do inicio do séc. 20, nas quais já promoviam e
efetivavam congênitos-chaves, muito incorporados
pelo APS no futuro: