CONHECIMENTO ESPECIFICO (São Vicente)

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FORMAS FARMACÊUTICAS ........................3 Compras ................................................

27 Ini bidores seletivos da recaptação de


Princípios ..............................................27 5HT............................................46
SÓLIDOS ......................................................3 Inibidores da recapta ção de 5HT-NE....47
Organograma........................................28
Pós 3 Função de pesquisa ..............................28 FARMACO LOGIA ANTIPSICÓTICA ........ 47
Granulações ............................................3 Qualifi ca ção de compradores...............28 Antipsicoticos típicos .......................... 47
Comprimidos ...........................................4 Solici ta ção de compras.........................28 Antipsicóticos atípicos ........................ 48
Drágeas....................................................4 Fontes de fornecimento .......................29 ESTIMULANTES DO SNC......................... 48
Cápsulas...................................................4 Estimulantes p sico motores................ 48
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMEN TOS.. 30
Cápsulas de gela tinas (CG) ..................... 4 Metil xantinas........................................49
LÍQUIDOS ....................................................4 Prescrição de medicamento não
FARMACO LOGIA RESPIRATORIA .......... 50
Soluções ...................................................5 padronizado................................ 31 Droga antiasmá tica ............................ 50
Prepa rações otológicas .......................... 5 Inclusão na padronização de Tosse ...................................................... 51
Soluções va ginais e retais ...................... 5 medica men tos............................ 31
FARMACO LOGIA DO TGI........................ 52
Ga rga rejo................................................ 5 Exclusão da padronização de
Prepa rações oftálmi cas.......................... 5 Distúrbios á cido-pépticos................... 52
medica men tos............................ 32 Antiá cidos .............................................52
Prepa rações nasais................................. 6
Medicamentos importados ............... 32 Inibidores H 2.........................................52
Prepa rações orais................................... 6
Uso de medicamentos não Inibidores da bomba de prótons ..........53
Suspensões ..............................................7
dispensados pelo hospital ........ 32 Protetores da mucosa ......................... 53
Emulsões..................................................7
Classificação dos medicamentos em Vomito ................................................... 54
Pomadas ..................................................9
função dos riscos potenciais Anta gonistas dos receptores
Tipos de pomadas .................................. 9
de teratogenicidade .................. 32 mus ca rini cos .............................54
Ceras e cera tos ....................................... 9
Classificação dos medicamentos em Anta gonistas dos receptores
Cremes .....................................................9
dopaminérgi cos ........................54
Pastas .................................................... 10 função da amamenta ção ......... 32
Indicação de medicamentos Purgantes.............................................. 54
Gel ou Pomadas-géis .......................... 10
com risco de fl ebite............. 33 Motilidade gastrointestinal ............... 54
Supositórios.......................................... 10
COMISSÃO DE FARMACIA Antidiarreicos ....................................... 55
Óvulos ................................................... 10 Loperamida...........................................55
Velas 10 TERAPÊUTICA (CFT) ........................ 33
Di fenoxila to e difenoxina .....................55
Estrutura da CPM ................................ 33
BIODISPON IBILIDADE............................... 11 Competên cia ........................................ 34 FARMACOLOGIA CARDÍACA ................... 55
Determinação de biodisponibilidade12 Atribuições............................................ 34
Inibidores do sistema renina-
Fatores que influenciam a Instruções g erais.................................. 34
angiotensina ............................... 55
biodisponibilidade ..................... 12 MANIPULAÇÃO .......................................... 35 Ini bidores da enzima conversora de
Extensão da absorção ........................ 12 angiotensina (ECA)....................55
Eliminação de primeira passagem ... 12 CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES ........... 36 Bl oqueadores de receptores de
Ins tabilidade quími ca ........................... 13 angiotensina (BRAs) ..................56
RAZÃO DE CONCEN TRAÇÃO (RC) .......... 37
Na tureza da forma ção do fá rma co ...... 13 Bloqueadores β-adrenérgicos ........... 56
Miligramas po r cento (mg %) ............. 38 Diuréticos .............................................. 56
ESTABILIDADE............................................ 14 Partes por milhão (ppm) e partes Vasodilatadores diretos ..................... 56
Tipos de estabilidades ........................ 14 por bilhão (ppb) ......................... 38 Fárma cos ionotrópicos ....................... 56
Meca nismos mais comuns de Anta gonis tas da aldos terona................57
CONTROLE DE QUALIDADE (CQ) ............ 39
degra dação química dos AGENTES ANTIARRÍTIMICOS................. 57
fá rma cos ................................... 14 Garantia da qualidade (GQ) .............. 39 Classes ................................................... 58
Gestão da qualidade.............................39 Classe 1.................................................58
PRAZO DE VALIDADE ............................... 16
FARMACOLOGIA DO SNC ........................ 41 Classe 2.................................................. 58
Politica de prazo de validade ............ 17 Classe 3.................................................59
SNA 41 Classe 4.................................................59
ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF) ....... 17
SNC 42 ANTIAGINOSO ......................................... 60
CICLO DA ASSISTENCIA PSICOTRÓPICOS...................................... 43 ANTI-HIPERTENSÃO ............................... 60
FARMACÊUTICA (CAF) ................... 18 Hipnóticos e sedativos ........................ 43 Diuréticos .............................................. 61
Seleção .................................................. 18 Ansiolítico ............................................. 44 Reguladores de volu me ...................... 62
Distribuição .......................................... 21 Benzodiazepíni cos ................................44 Ini bidores do sistema renina-
Armazenamento .................................. 23 Barbitúricos .......................................... 45 angiotensina .............................62
Condi ções de a rma zena mento ............ 23 AGENTES ANTIDEPRESSIVOS ................ 45
Es tocagem ............................................ 24 FARMACOLOGIA DA DOR........................ 62
Inibidores da MAO .............................. 46
Inventá rio físi co.................................... 24 Inibidores da recapta ção ................... 46 OPIÓIDES.................................................. 62
Dispensação ......................................... 24 Antidepressivos tri cícli cos (ADT´s) .......46 Morfina ................................................. 62
Eta pas25
PARACETAMOL ....................................... 64 Inibidores do descasca mento viral ... 83 Número necessário para tra tar
Inibição da replicação do genoma (NNT*).....................................113
ANTIINFLAMATÓRIO ................................ 64 Numero necessário para ca usar dano
viral .............................................. 83
Prostaglandinas (PG´s) ....................... 64 (NNCD*) ..................................113
Inibição da libera ção viral .................. 84
Uso das medidas de associação na
FARMACOLOGIA AN TIFÚN GICA ............ 66 Moduladores do sistema imune ....... 84
farmaco epidemiologia ............114
Inibição da matu ração viral ............... 85
Inibidores da síntese de DNA ............ 67 Viés 114
Inibidores da mitose ........................... 67 ANESTÉSICOS ............................................. 86 Viés de seleçã o ...................................114
Viés da informação .............................114
Inibidores da membrana.................... 67 INTERAÇÕES MEDICAMEN TOSAS.......... 90
Viés de confusão.................................115
Inibidores do ergosterol ..................... 68
Inibidores da esqualeno epoxidase ..... 68 INTERAÇÕES FARMACODINAMICAS ... 91 Hi stória natural da doença ......115
Ini bidores da 14α-esterol das INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS ...... 91 Conceito de prevenção .............116
metilase.................................... 68 Absorção ............................................... 91
LOGISTICA HOSPITALAR ........................117
Inibidores da parede celular.............. 68 Distribuição .......................................... 91
Metaboliza ção ..................................... 92 Razões de interesse ...........................117
FARMACOLOGIA AN TIMICROBIANA .... 69 Dimensionamento e controle ..........118
Excreção ................................................ 92
Mecanismo de ação ............................ 69 Politicas de estoques.........................118
FARMACOEPIDEMIOLOGIA ..................... 92
Inibição da parede celular ................. 70 Previsão de estoque ..........................118
β-la ctâmi cos ......................................... 70 PROCESSO DE APROVAÇÃO DE Métodos de previsão de consumo .....119
Inibidores da β-la ctamase.................... 71 FARMACOS NOS EUA ..................... 93 Controle de estoque ..........................120
Inibidores da topoisomerase............. 71 Ensaios clínicos .................................... 93 Níveis de estoque...............................120
Inibidores da transcrição ................... 72 Fa s e 4 94 Elementos de p revisão de estoque .121
Inibidores da tradução ....................... 72 Sistema de relato de eventos
FARMÁCIA HOSPITALAR ........................122
Subunidade 50S.................................... 72 adversos ...................................... 94
Ami noglicosídios (30S) ......................... 73 Desenvolvimento da ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF) ....122
FARMACOLOGIA AN TI-HEL MÍN TICA..... 74 farmaco epidemiologia .............. 95 FARMACOVIGILÂNCIA ....................124
EPIDEMIOLOGIA ..................................... 95
Inibidores da polimerização Estudos ecológicos ...................... 98 Farmacovigilância hospitalar .124
tubulinica .................................... 75 Inquéritos tipo corte-transversal Relação de queixas técnicas sobre
Desacopladores da fosforilação (seccionais) ...........................98 medica men tos..........................125
oxidativa ..................................... 76 Estudo de caso controle................99 Notificação de reações
Coordenação neuro muscular ............ 76 Estudo de coorte ...........................100 adversas a
PROCESSO EPIDÊMICO ........................101 medicamentos (RAM) .......126
FARMACOLOGIA AN TIPRO TOZOARIA .. 77
INDICADORES DE SAÚDE .....................103 Notificação de suspeitas de
AMEBÍASE................................................ 77 Morbidade ..........................................104 inetividade terapêutica ....126
Classificação dos medicamentos ...... 77 Incidência............................................104
Prevalência .........................................105 VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA
Amebi cidas mis tos ............................... 77
Rel ação entre i ncidência e INFECÇÃO HOSPITALAR...................127
Amebi cida luminais .............................. 78
Amebi cidas sistêmicos ......................... 78 prevalência..............................106 Classificação de a rtigos ....................128
FARMACO LOGIA DA MALARIA............. 78 Inci dência e prevalência na
Limpeza ...............................................128
Esquizonticida tissula r........................ 78 fa rma coepidemiologia............108
Desconta minação ..............................128
Esqui zonti cida no sangue..................... 79 Mortalidade........................................109
Esterilização .......................................129
Ta xa de letalidade (TL*)......................110
FARMACO LOGIA TRIPANOSSOMÍASE. 80 Antisépsia ...........................................129
Mortalidade proporcional (MP*) .......111
FARMACO TERAPIA LEISHMANIOSE .... 81 Infecção comunitária ........................130
Morta l idade na
Tratamento Leishmaniose visceral Infecção hospitalar............................130
fa rma coepidemiologia............111
(LV) ............................................... 81 Ris co rela ti vo (RR*).............................111
Anti moniais .......................................... 81
Razão de chance (Odds ratio) .........112
FARMACOLOGIA AN TIVIRAL .................. 82 Medindo efeitos terapêuticos .........112
Redução de ris co relati vo (RRR*) .......112
Inibição de fixação e entrada dos
Redução do ris co absoluto (RRA*) .....113
vírus ............................................. 82
FORMAS FARMACÊUTICAS (FF´s) adoçantes, por exemplo, podem ser
São formas de veicular os PA´s,em várias formas adicionados após para uso oral. São
e situações, que facilite a administração, resultados da divisão das formas
estabilidade e solubilidade, usando adjuvantes farmacêuticas sólidas, constituindo uma forma
farmacêuticas ou excipiente. de administração direta ou destinada à
Formas farmacêuticas ou preparação obtenção de outras formas. Para prepararmos
medicamentosa é como o medicamento se comprimidos, hóstias, pastilhas, pílulas, etc.
apresenta para ser usado, como resultado da Precisamos pulverizar as drogas constituintes
mistura de substância adequado para serem das respectivas fórmulas, que só depois serão
administradas com finalidade terapêutica. A trabalhadas no sentido de se obter o
ANVISA conceitua a forma farmacêutica medicamento desejado. A redução dos
substâncias que após uma ou mais operações fármacos a pó apresenta várias vantagens, a
farmacêuticas executadas com ou sem a adição pulverização não diminui a atividade dos
de excipientes apropriados, a fim de facilitar o seu fármacos e cria-lhes condições para que
uso e obter o efeito terapêutico desejados, com apresentem um efeito farmacológico mais
características apropriadas a uma determinada via rápido e regular.
de administração. As formas farmacêuticas são as Muitos fármacos se dissolvem depois de
formas físicas de apresentação de medicamentos pulverizados e, de um modo geral, a sua extração,
(comprimido, xarope, supositório etc.). E são é mais eficaz à medida que diminui suas
classificados em sólidas, líquidas, pastosas e partículas.
gasosas.  Vantagens:
 Substituem outras preparações da mesma
 Delineamento: Termo usado nas ciências droga;
farmaceuticas para ab ranger uma ampla gama de
areas, todas associadas às etapas a que um farmaco é
 Teor mais elevado de PA do que outras formas
sub metido, do começo ao fim de seu desenvolvim ento. farmacêuticas;
Resumindo, delinear formas farmaceuticas significa  Obtenção mais econômica e rápida, sem
transformar uma droga ou um farmaco em necessidade de recorrer a dissolvente e a
medicamento. aparelhagem é menos complicada.
 O prazo de validade dos pós para xaropes de
Os medicamentos são sistemas de liberação de
antibiótios, por exemplo, é de 2 a 3 anos, mas,
fármacos, ou seja, cosntituem um meio de
uma vez reconstituíos com agua, a validade
administrar um fármaco de forma segura, eficaz,
passa para apenas 1 a 2 anos.
precisa, reprodutivel e prática ao organismo.  Granulações: São formas farmacêuticas
Raramente os fármacos são administrados na sua
sólidas constituídas por um ou mais PA,
forma química pura, sendo comum sua
adicionados com adjuvantes, sob a forma de
administração como formulações ou
grânulos homogêneos, destinados à
medicamentos. Estes ultimos podem variar de
administração oral, ou como intermediários
soluções simples de adjuvantes de formulações
nas preparações de drágeas, cápsulas e
ou excipientes.
comprimidos. São constituídos por substâncias
SÓLIDOS medicamentosas associadas a açúcares ou
outros adjuvantes, apresentando-se formados
Eles retem sua forma original, a não ser que uma
por pequenos grãos ou grânulos irregulares,
força compressional seja aplicada sobre os
cujo conjunto tem aspecto homogêneo.
mesmos. A partir disso, percebemos que os
 Vantagens:
sólidos são especiais, em função da sua forma
 Não liberam pós durante sua armazenagem
fisica e podem incluenciar no modo de
e administração;
comportamento do material. As FF´s solidas
 Os grãos constituintes não aderem entre si;
representam a maior porção das preparações
 São mais agradáveis de ingerir do que os
aviadas. A absorção de um fármaco veiculado na
pós, e a posologia é facilmente mantida
forma sólida depdente de fatores como: a
porque a sua quantidade pode ser medida
desintegração da forma sólida com a liberação de
por meio de colheres;
partículas contendo a droga e excipiente, a
 Quando preparamos sob as formas
dissolução da droga, sendo incluenciada por
efervescentes são susceptíveis de melhor
fatores quimicos e por ultimo, a absorção da droga
conservação do que os pós-
através da membrana celular.
correspondentes, tendo menor área de
 Pós: Esse termpo usado no contexto de uma
superfície, são menos afetados pela
forma farmaceutica, descreve uma formulação umidade;
onde um pó de fármaco foi misturado com
 Ao contrário dos pós, podem ser revestidos
outros adjuvantes em pó para gerar um
com envolvimentos protetores.
produto final. A função dos adjuvantes
adicionados depende do uso pretendido para o  Desvantagens pós e grânulos:
produto. Agentes corantes, flavorizantes e
 São menos convenientes para o transporte
pelo paciente, do que comprimidos ou Cápsulas
capsulas; São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro
 São tão inconveniente para administrar duro ou mole, de várias formas e tamanhos,
quanto preparações líquidas, como contendo uma dose unitária de PA. Os invólucros
suspensões viscosas; são formados de gelatina de origem animal,
 Mascarar sabores desagradáveis pode se também podem ser de amido.
um problema, uma forma para tentar
mascara o sabor e formular o pó como Cápsulas de gelatinas (CG)
produto efervescente de sabor agradaves ou São preparações feitas por invólucros gelatinosos
mascarado; ocos, de forma esférica, ovoide, coradas ou
 Não são adequados para administração de brancas, contendo PA sólidos, pastosos ou
farmacos potentens em baixa dose; líquidos. As cápsulas duras tem o invólucro é
 Não são um metodo para administração de constituído por gelatina. As cápsulas moles ou
fármacos que sejam inativados no estômago elásticas são formadas por gelatinas adicionadas
ouo que causem dano a ele. de emoliente. As CG duras são consideradas, a
melhor forma para acondicionar PA, pois
Comprimidos protegem contra ação da luz, da associação de
São preparações farmacêuticas sólidas, de substâncias incompatíveis, impedido a percepção
formas variadas, cilíndrica ou lenticular, obtidas de sabor e odor desagradável dos fármacos, com
agregando-se por pressão, varias substâncias pouco volume, conservam-se bem e de boa
medicamentosas secas, e podendo ou não aparência. Por outro lado, as substâncias
encontrar-se envolvidas por revestimentos administradas na forma de CG orais são
especiais, formando as drágeas. Sua grande rapidamente liberadas quando em contato com o
maioria é destinada à via oral, sofrendo suco gástrico, mas podemos revesti-las com
desagregação na boca, estômago ou intestino. envolvimento gastrorresistentes, fazendo
 Vantagens: degradar-se no intestino. Sob a forma de CG
 Maior precisão de dosagem e menor podemos administrar medicamentos destinados a
variabilidade de conteúdo; proporcionarem uma ação farmacológica líquida,
 Facilidade de manuseio, administração e sejam acondicionados no invólucro gelatinoso
transporte pelo usuário; pequenos grânulos com tempos de desagregação
 Maior estabilidade física e microbiológica; diferente. As CG podem ser administradas por
 Melhor adequação à produção em escala vias diferentes da bucal preparando-se cápsulas
industrial e menor custo. para aplicação retal, nasal e vaginal. Para
 Desvantagens: satisfazer os requisitos, é preciso ter as seguintes
 Não é uma forma farmacêutica emergencial; qualidades:
 Impossibilidade de adaptação de posologia  Os PA´s devem ser estáveis;
individual;  Os receptores gelatinosos não devem sofrer
 Impossibilidade de obtenção econômica de alterações;
quantidades reduzidas, dado ao custo  As cápsulas devem ser administradas sem
elevado do equipamento; qualquer incomodo causado pelo cheiro ou
 Impossibilidade de administração a lactantes pelo sabor dos seus componentes;
e idosos.  O tamanho e forma das capsulas devem ser
adequados à administração.
Drágeas
Embora possamos revestir os granulados, as LÍQUIDOS
pílulas e as capsulas, os comprimidos são as Podem conter uma ou mais substâncias químicas
formas farmacêuticas com maior aplicação desse dissolvidas num solvente adequado, ou em uma
processo. Comprimidos revestidos são chamados mistura de solventes miscíveis, ou dispensáveis
de drágeas. no que diz respeito às preparações. Representam
 Vantagens: a maior parte das formas farmacêuticas, quando
 Administração de medicamento com PA de comparada com a concentração do ativo.
aromas ou sabor desagradável;  Soluções:
 Possibilita o uso de substâncias que  Simples e Composta;
atacariam as mucosas;  Xaropes;
 Permite, com o envolvimento adequado, que  Elixires.
os comprimidos resistam à ação do suco  Dispersões:
gástrico;  Emulsões;
 Promove fácil deglutição dos comprimidos  Suspensões.
que desliza melhor para o estômago, já que
suas arestas foram arredondadas.
Soluções  Pós de uso ótico ou insuflações: São
São misturas de duas ou mais substâncias do preparações preparadas com pó ou misturas
ponto de vista químico e físico são homogêneas. de pós finamente divididos que são
As soluções farmacêuticas são sempre líquidas e administrados no conduto auditivo.
obtidas da dissolução de um sólido ou líquido em
outro líquido. Os fatores que influenciam na Soluções vaginais e retais
dissolução são:  Duchas: São preparações farmacêuticas
 pH: Dependendo do pH do soluto, há maior líquidas destinadas a serem introduzidas em
ou menor dissolução do mesmo em função cavidade do corpo com finalidade de limpeza e
do pH do solvente; assepsia:
 Agitação: Em geral, quanto maior a agitação  Enema: Forma farmacêutica líquida destinada
melhor a dissolução; a ser instilada no reto com fim laxativo ou para
 Tamanho do soluto: Quanto menor a produzir outro efeito local ou ainda sistêmico
partícula do soluto a ser dissolvido, melhor aplicação visando à ação sistêmica com efeito
sua dissolução. rápido.
 Temperatura: Em geral o aumento da  Colutórios: São medicamentos que agem
temperatura facilita a dissolução. diretamente na gengiva e na mucosa bucal,
 Vantagens: ajudam a eliminar o mau hálito e também
 Flexibilidade de dosagem; podem ter efeito antibacteriano anticárie. A
 Facilidade de administração; maioria deles é apresentada em forma de
 Rápida absorção; spray ou elixir e fazem parte da rotina de
 Homogeneidade na dosificação independente higiene oral de muitas pessoas.
da agitação, quando comparada à forma de
suspensão; Gargarejo
 Possibilidade de adição de co-solventes para São soluções aquosas à lavagem e assepsia da
princípios ativos pouco solúveis no veículo boca e garganta. Suas principais características
principal. são: cores fortes, veículo aquoso ou hidroalcoólico,
 Desvantagens: pode conter mel, glicerina e flavorizantes.
 Maior possibilidade de alterações físico- Fármacos como anticépticos, antibióticos e
químicas; anestésicos locais.
 Maior possibilidade de contaminação;
 São mais difíceis de serem transportados Preparações oftálmicas
pelo paciente do que as formas sólidas. São preparações destinadas à aplicação na
 O paciente pode não ter acesso a sistema de mucosa ocular sendo apresentada sob formas
medida de volume preciso e uniforme, líquidas ou semi-sólidas.
podendo haver variação de uma dose para  Colírios: São preparações farmacêuticas
outra. aplicada nos olhos. É um medicamento para
 Sistema homogêneo: É caracterizado por ser aplicado nos olhos e pálpebras, de uso
apresentar somente uma fase, podendo ser tópico. Soluções ou suspensões aquosas ou
constituída por uma substância pura ou uma oleosas contendo uma ou várias substâncias
mistura homogênea: medicamentosas destinadas à instilação
 Água e sal, água e açúcar; ocular. O fármaco vai se dissolver no filme
Sempre que não podemos distinguir as fases de aquoso formado pela conjuntiva. Trata
um sistema a olho nu ele é classificado como condições superficiais ou intraoculares:
homogêneo.  Incluindo infecções bacterianas, fúngicas e
virais dos olhos ou pálpebras;
Preparações otológicas  Conjuntivites alérgicas ou infecções;
São preparações destinadas à aplicação na  Síndrome do olho seco.
cavidade auricular, apresentadas sob formas As soluções oculares são administradas em
líquidas ou semi-sólidas. São produtos semi- pequenas quantidades, são usadas soluções em
estéreis, veículo viscoso, para aderir às paredes gotas e pomadas aplicadas, em finas camadas na
do conduto auditivo. É usado para remoção de margem das pálpebras. Os colírios devem ser
cerume em excesso, tratamento de infecções, estéreis e com boa conservação. Podemos usar
inflamações ou dores nos ouvidos. conservantes para manter a esterilidade durante o
 Líquidas: São formas destinadas à instilação uso, quando livre de conservantes devem ser
no conduto auditivo; acondicionados em embalagem de dose unitária.
 Pomadas óticas: São preparações semi-
sólidas aplicadas no exterior do ouvido.
Preparações nasais  Vantagens: A razão para se optar por
São preparações destinadas à aplicação na suspensões são:
mucosa nasal, sendo apresentadas sob formas  Aumento ou controle da biodisponibilidade;
líquidas ou semi-sólidas. Correção ou atenuação de sabor
 Errinos: Forma farmacêutica destinada ao desagradável;
tratamento da mucosa nasal é geralmente de  Aumento da estabilidade química em
ação tópica. A maior parte contem agentes solução;
adrenérgicos e são usadas por sua atividade  Possibilidade de administrar fármacos
descongestionante. Os descongestionantes insolúveis na forma líquida;
nasais são soluções aquosas, isotônicas em  Maior facilidade na correção de sabor
relação aos fluidos nasais, tamponados, com desagradável de certos fármacos;
conservantes se preciso. É usado no  Retarda o tempo de absorção de fármacos
tratamento de renite e sinusite. Os errinos por via injetáveis;
podem ser veiculados com solução aquosa,  Desvantagens:
solução oleosa e pomadas. A maioria das  Baixa estabilidade física;
soluções nasais são preparações aquosas,  Menor uniformidade;
isotônicas e tamponadas para manter a  Menor velocidade de absorção.
estabilidade. As soluções oleosas mantêm o
principio ativo mais tempo em contato com a  Xaropes: São preparações aquosas
mucosa e ainda protege do ressecamento, concentradas em açúcar ou outra substância
porém, alteram a viscosidade dificultando o que o substitua, com ou sem adição de
movimento ciliar. As pomadas apresentam alta flavorizantes ou PA. Xaropes que contem
viscosidade, prejudicando o movimento ciliar. flavorizantes e não fármacos são chamados de
Alguns descongestionantes nasais podem ser veículos não medicamentosos, apresentam a
administrados na forma de inalantes. O PA finalidade de ser usado como veículo de sabor
volátil é colocado junto com o inalante que se agradável para os fármacos que lhe serão
volatiliza lentamente a temperatura ambiente acrescentados.
liberando o PA.  Xaropes com e sem açúcar: O açúcar mais
usado na preparação de xaropes é a
Preparações orais sacarose, podendo ser substituído por outros
São formas farmacêuticas líquidas destinadas ao não açúcares como sorbitol, glicerina e
uso oral e podem ser classificados em: xarope, propilenoglicol. Muitas vezes a sacarose não
elixir e gotas. é usada na preparação dos xaropes para que
 Vantagens: Os líquidos são deglutidos mais esses possam ser administrados. Aos
facilmente que sólidos, sendo indicado para pacientes diabéticos, compostos como
uso pediátrico, os fármacos devem estar em sorbitol, glicerina e propilenoglicol não devem
soluções para serem absorvidos e quando contar na formulação do xarope, sendo
administrados nessa forma estarão substituídos por compostos não glicogênicos
prontamente disponíveis para serem como metilcelulose e hidroxietilcelulose.
absorvidos. A administração de fármacos  Xarope simples: É preparado pela
solução pode diminuir o efeito irritante de dissolução de 85g de sacarose em água
certos fármacos como aspirina e cloreto de suficiente para obter 100ml de solução, sendo
potássio, pois serão rapidamente diluídos nos que se for usada em seguida não precisa de
fluidos corporais. conservante.
 Desvantagens: Os líquidos são volumosos
apresenta o inconveniente de transporte e
estocagem. Casos de quebra do frasco
perde o produto, tratando de estabilidade,
sob a forma de solução os componentes
são menos estáveis do que quando estão
sob a forma sólida.
 Elixir: Forma farmacêutica líquida
hidroalcóolica aromatizada e edulcorada com
sacarose ou sacarina para uso oral. São
preparações líquidas límpidas, hidroalcoolicas
apresentando teor alcoólico na faixa de 20 a
50%. Pode ser um veículo para outras
preparações, os elixires são preparados por
dissolução simples e devem ser envasado em
frasco de cor âmbar e mantidos em lugar
fresco e ao abrigo da luz.
Suspensões Emulsões
São formas farmacêuticas que contêm partículas São dispersões de duas fases líquidas
do PA numa dispersão uniforme, num veículo no constituída por um líquido imiscível num outro
qual o PA apresenta uma solubilidade mínima. líquido sob a forma de gotículas. Sua estabilidade
São preparações líquidas que contem uma ou depende do tipo de agentes emulsionantes
mais substâncias químicas dissolvidas num usados, e da película interfacial capaz de formar-
solvente ou numa mistura de solventes, que, de se rapidamente, impedindo a aproximação e união
acordo com as suas características, usamos as da fase dispersa.
soluções para via oral, ótica, oftálmica ou tópica. A partir dos componentes e da viscosidade
 Vantagem: No uso da suspensão em podemos separá-las como líquidos para uso
qualquer forma, para um líquido a maior parte internos ou externos, ou semissólidos para uso
limitada para preparações de um sólido, um externo. As formas de uso externo são chamadas
líquido, e frequentemente um gás solúvel loções quando líquidas, de cremes quando
num liquido. sólida. São classificadas pelo:
São sistemas heterogêneos em que a fase  Tamanho das gotículas: microemulsões e
externa é líquida ou semissólida, e a fase interna é emulsões;
constituída por partículas sólidas insolúveis no  Número de fases: bifásica, trifásica e múltipla;
meio usado. O fármaco é conhecido como fase  Dispersão das fases: emulsões (a/o) ou (o/a).
dispersa, enquanto que o veículo é chamado fase  A maioria das emulsões é do tipo o/a: laváveis
dispersante, juntos produzem um sistema e facilmente removidos da pele ou das roupas,
disperso. Usamos as suspensões para três apresentando melhor biodisponibilidade.
finalidades:
 Para uso oral;
 Para aplicação tópica na pele e mucosas;
 Para administração parenteral.
Algumas suspensões orais já vêm prontas para o
uso, estão dispersas num veículo líquido com ou
sem estabilizantes e outros aditivos farmacêuticos. Figura 1: Emulsão. (a) tensoativos (agente emulsificante);
(b) óleo; (c) água; (d) agitação; (e) emulsão.
Outras estão disponíveis para o uso na forma de
pó seco, destinado a serem misturado com veículo  Vantagens:
líquido. Este tipo de produto geralmente é uma  Aumento da estabilidade química da solução;
mistura de pós que tem fármacos, agentes  Solubilização do fármaco na fase interna ou
suspensores e conservantes. A fase dispersa é
externa;
insolúvel na fase líquida, mas, através de agitação
 Mascaramento de sabor e odor desagradável
podem ser facilmente suspensas. Esta mistura ao
de certos fármacos pela solubilização;
ser diluída e agitada com uma quantidade de
 Biocompatibilidade com a pele humana.
veículo forma uma suspensão apropriada para a  Desvantagens:
administração, chamada de suspensão
 Baixa estabilidade física ou físico-química;
extemporânea. Esta forma é ideal para veicular
 Menor uniformidade.
os fármacos instáveis em meio líquido. Deve ter a
seguinte palavra: AGITE ANTES DE USAR.
 Pré-requisitos: As emulsões devem
apresentar viscosidade adequada ao uso
tópico ou oral. Os tensoativos usados na
estabilização das emulsões devem apresentar
valores de EHL adequados e ser compatíveis
com uso interno ou externo.
 Componentes: São constituídos por duas
fases uma de natureza aquosa e outra oleosa,
e os agentes emulsivos sempre entre elas.
 Fase aquosa: A H2O fase obrigatória em
todas as emulsões podem ter em dissolução
várias substâncias, como produtos
medicamentosos, conservantes, corantes,
edulcorantes e aromatizantes.
 Fase oleosa: A fase oleosa de uma emulsão
pode ser constituída por óleos, resinas,
goma-resina, ceras e gorduras, além de
substâncias lipossolúveis, como o salicilato
de fenilo, cânfora, vitaminas óleos solúveis,
antioxidantes e anticépticos, etc.
O tamanho reduzido dos glóbulos de óleo pode
torná-lo mais digerível e acelerar sua absorção.
Em alguns casos podemos corrigir o gosto
desagradável de algumas substancias
hidrossolúveis que figuram na mesma emulsão o/a
recorrendo a uma dupla emulsão. Conseguimos
encobrir o gosto amargo de um produto solúvel na
Figura 2: Emulsão. (a) fase oleosa; (b) fase aquosa.
água incorporando-o primeiro na fase interna de
uma emulsão do tipo a/o por adição de um agente
 Tipos de emulsão: A fase em que o emulsivo do tipo hidrófilo, resultando que a
tensoativo for mais solúvel determina a fase substância amarga fica situada na parte mais
externa. Sendo assim, as emulsões se dividem interna da fase aquosa da dupla, emulsão a/o/a,
em simples e múltiplas. conseguindo-se, assim, disfarçar o seu paladar
 Simples: desagradável.
 o/a: fase interna formada por gotículas de  Uso externo: Para aplicação externa as
óleo envoltas pela fase aquosa, são emulsões podem ser do tipo o/a ou a/o,
facilmente lavadas; podendo ser preparada uma fórmula de
 a/o: fase interna formada por gotículas de consistência variável. As soluções de uso
H2O, envolta por uma fase oleosa contínua. externo, aplicáveis sobre a pele, podem ser
 Múltiplas preparadas na forma o/a ou a/o dependendo
 a/o/a: Água em óleo, em água: fase mais de fatores, como natureza dos agentes
interna aquosa, circundada por uma fase terapêuticos, necessidade de um emoliente, e
intermediária oleosa, e por fim, envolvida situação da superfície cutânea. Na pele
pela fase aquosa; íntegra, as emulsões de a/o geralmente podem
 o/a/o: Óleo em água, em óleo: fase mais ser aplicadas com mais uniformidade, pois a
interna oleosa, circundada por uma fase pele está coberta por uma fina película de
intermediária aquosa, e por fim, envolvida sebo, e essa superfície é mais facilmente
pela fase oleosa. umedecida por óleo do que por água. As
emulsões de a/o também são mais emolientes
para a pele, pois resistem mais à secagem e
são resistentes à retirada pela água. Por
vezes, a emulsificação de um medicamento
numa base provoca a diminuição do ritmo de
absorção dessa substância através da pele e
das membranas mucosas e tal propriedade
pode ser aproveitada para obtenção de
Figura 3: (1) emulsões o/a: (a) água; (b) óleo. (2) emulsões fórmulas de ação retardada. Assim a efedrina,
a/o: (a) óleo: (b) água. (3) emulsão o/a/o. (a) água; (b) óleo; (c)
água. (4) emulsão o/a/o; (d) óleo. na forma de emulsão o/a, é mais lentamente
absorvida pela mucosa nasal do que aplicada
 Uso interno e externo: O interesse da em solução oleosa, o que torna possível
farmacotécnica nas emulsões vem da prolongar seu efeito vasoconstritor local.
possibilidade da administração, numa mistura
substâncias hidro e lipossolúveis, o que,
conforme ao seu fim, podem ser uma emulsão
de uso interno ou externo.
 Uso interno: Uma emulsão para uso interno
pode ser administrada oralmente ou por via
endovenosa.
 Via oral: As emulsões administradas por VO
pertencem ao tipo o/a, tornando palatáveis
óleos intragáveis, visto que a dispersão é
feita em veículo aquoso edulcorado e
flavorizado, e a fase interna passa pelas
papilas gustativas sem entrar em contato
com elas, indo direto para o estômago. Os
agentes molhantes devem ser
hidrossolúveis, pois tais substâncias devem
ficar concentradas na fase externa da
emulsão, uma vez que poderão disfarçar o
gosto da droga que queremos corrigir.
Semi-solidas Tipos de pomadas
São classificados como pomadas, cremes e geis,  Pomadas propriamente ditas (PPD): São
sendo estas destinadas à aplicação tópica. Pode preparadas com excipientes gordurosos ou
ser administrada a pele, na superfície dos olhos, com PEG, apresentam-se moles e untuosas.
via nasal, via vaginal ou retal as preparações São preparações anidras ou com pouca
tópicas podem ser usadas buscando efeitos quantidade de água incorporada. Em regra,
tópicos ou efeitos sistêmicos; com isso,deve-se são congestivas, pois não permitem a
considerar para qual paciente será administrado, respiração cutânea. A PPD que contém
pois como pode atingir a corrente sanguínea, o resinas é designada por unguentos. O termo
cuidado na administração em gestante deve unguento vem do latim Ungere=untos e é hoje
existirpara que não chegue a corrente sanguínea tomado no sentido, de qualquer tipo de
em gestante deve existir para que não chegue à pomada. Unguentos são preparações de
corrente sanguínea do feo e ne do recem-nascido, consistência firme, mais espessa do que a dos
através do leite materno. ceratos, que além de, conterem natureza
resinosa, podem apresentar ceras.
Pomadas  PPD hidrófobas: formas semi-sólidas,
Formas farmacêuticas plásticas deformáveis, de translucidas, pegajosas, e consistentes
consistência mole, destinada ao uso externo, para que absorvem pouca água;
a ação tópica, dotadas de propriedades plásticas  PPD hidrófilas: formas miscíveis na água,
que permitem, mediante um esforço mecânico, composta de polímeros hidrófilos (PEG) de
que a sua forma se modifique, adaptando-se às pesos moleculares distintos. São
superfícies da pele ou às paredes das cavidades consistentes, removidas por água e de
mucosas que se aplicam. aparência translucida.
As pomadas são usadas para ações epidérmicas,
já que a penetrabilidade dos fármacos que Ceras e ceratos
transportam é pouca. Nestas circunstâncias são Dentro das PPD temos aquelas que contêm
especialmente usados como veículos de fármacos ceras e podemos designar por ceratos. O termo
antissépticos e adstringentes. São classificadas cerato ou ceroto provém da designação dada, em
quanto à sua composição ou em relação ao tipo latim, as preparações untuosas que apresentam
de ação terapêutica, em: elevada quantidade de ceras. Consideramos como
 Epidérmicas: Pomadas que possui fraco ou ceratos as pomadas com 20% ou mais de ceras,
nenhum poder de penetração cutânea; podendo possuir uma pequena quantidade de
 Endodérmicas: Pomadas que penetram na água, mas que, não formam emulsões
epiderme, atuando nas camadas mais verdadeiras, mas pseudoemulsões.
profundas, mas sem que os fármacos
veiculados cheguem à circulação. Cremes
De acordo com o aspecto, consistência ou Cremes são emulsões com substâncias
composição do excipiente: medicamentosas dissolvidas ou suspensas nas
 Pomadas propriamente ditas: São untuosas suas fases aquosa ou oleosa. A maioria são
e preparadas com excipientes gordurosos ou emulsões de o/a, também são preparados vários
com PEG; cremes de a/o. Por vezes, a fase oleosa pode
 Cremes: São preparados com excipientes apresentar elevado poder de penetração na pele,
emulsivos do tipo o/a ou a/o; em especial molhantes, que permitem atravessar
 Cerelos ou Cerotos: Contém uma % de a barreira lipídica cutânea que emulsionam. Esta
ceras; propriedade favorece o contato com a superfície
 Unguentos: Quando contém resinas; do tecido epitelial e permite a mistura, por
 Pasta dérmica: Apresentam-se espessas, emulsificação, com conteúdo dos sacos pilo-
com muitos pós-insolúveis; sebáceos. Esses cremes combinam-se, pelos
 Glicerídeos: Excipiente constituído de gel de seus constituintes emulsivos, com as proteínas
amido com um poliol, como a glicerina; celulares, sendo mais intensa a fixação quando os
 Pomadas-geleia: Quando os seus excipientes emulgentes forem catiônicos.
são géis minerais ou orgânicos. Os cremes de o/a são bem tolerados nas
epidermes, podendo ser irritantes, em especial os
de aniões ativo, quando a pele apresenta solução
de continuidade. Nesses casos, tem-se procurado
reduzira a irritação provocada adicionando sais
tampões ao creme.
Uma das principais vantagens dos cremes o/a é o
fato de serem facilmente removido da pele ou das
roupas por simples lavagem.
Pastas Óvulos
O termo pasta dérmica, designa preparações Conhecidos como supositório vaginal, são
para aplicação cutânea que tem uma quantidade preparações farmacêuticas de forma ovoide, de
de substâncias pulverulentas. consistência sólida, em regra mole, destinado a
A presença de altas concentrações de pós torna serem introduzidos na vagina. Obtidas por
as pastas completamente diferentes das pomadas solidificação ou compressão em moldes, são
propriamente ditas, pois apresentam um ligeiro obtidos por incorporação de PA num excipiente
efeito secante, absorvendo os exsudados Hidrodispersíveis, como a glicerina-gelatinada. Em
cutâneos, o que se deve à adsorção ou à geral destinado à ação local, sendo antibióticos,
capilaridade, não causando congestão dos antiparasitários, antissépticos, entre outros, os
tecidos, como acontece com as pomadas. fármacos mais usados em óvulos são:
Podemos usa-lo para superfícies cutâneas úmidas  Mercurocromo (antisséptico), Tanino
ou molhadas, estando indicado, neste caso, o uso (adstringente), Ópio (calmante), Penicilina e
de pasta formada por excipientes hidrófilos sulfamidas (bactericida e bacteriostático).
miscíveis com as secreções da pele.
Velas
Gel ou Pomadas-géis São preparações farmacêuticas consistentes de
São constituídos por géis minerais ou orgânicos. forma cilíndrica destinada à aplicação uretral. São
As pomadas géis tem um efeito emoliente e cilíndricos arredondados numa das extremidades,
refrescante, mas a sua rápida secagem eram preparadas com lactose, goma arábica e
transforma-os numa película quebradiça quando mel, hoje são obtidos com gelatina-glicerinada,
aplicadas na epiderme. Por outro lado, estas manteiga de cacau e glicerídeos semissintéticos.
pomadas são susceptíveis de não apresentarem Devem ser sólidos, mas elásticas para resistir,
poder de penetração cutânea, já que os seus sem ruptura, as deformações inerentes a sua
excipientes, formados por grandes moléculas aplicação.
coloidais, não podem atravessar a epiderme
intacta e, não mostram qualquer espécie de 1. Para uso parenteral:
afinidade as proteínas da pele.  Grandes volumes:
 Nutrição parenteral prolongada;
Supositórios  Pequenos volumes (ampolas, injeções);
São preparações farmacêuticas sólidas, com um  Intramuscular;
ou vários PA, de forma e peso variado. A sua  Intravenoso;
forma (cônica ou ovoide), volume, consistências  Intrarraquidiano.
são adaptadas à administração retal. No reto  Contraste radiológico;
devem fundir-se, dissolver-se, emulsionar ou  Intradérmico (pellets),
desagregar-se. Normalmente com peso
aproximado de 2,5g, para adultos 1,5g para
crianças e 1g para lactantes. Os PA são triturados
e tamisados, em seguida dispersos ou dissolvidos
num excipiente simples ou composto, solúveis ou
disperso na água ou que funde à temperatura
corporal. Assim, os supositórios podem destinar-
se a um tratamento local (adstringentes,
desinfetantes, anestésicos, anti-inflamatório,
laxativos por efeito osmótico, etc.), ou substituírem
as preparações que eram por via oral (fármacos
irritantes, nauseosos, com cheiro e sabor
desagradável; existência de lesões gástricas,
impossibilidade de deglutição, tratamento em
pediatria, etc.). Os supositórios também podem
substituir as medicações parenterais,
hipodérmicas e intramusculares, sempre que os
fármacos determinem reações locais, como
endurecimento, infiltração dolorosa, tumefação,
etc. Ou quando as substâncias medicamentosas
influenciam o metabolismo, ou seja, inativados
pelas enzimas da região.
BIODISPONIBILIDADE
A biodisponibilidade mede a quantidade de um
medicamento contido em determinada forma
farmacêutica que, ao ser administrada por
qualquer via num organismo vivo, atinge a
circulação sanguínea de forma inalterada. A
biodisponibilidade é também a quantidade de
medicamento que atinge não só a circulação
sanguínea como também o local de ação. Os
dados de biodisponibilidade são usados para
determinar:
 A quantidade de um medicamento absorvido a
partir de uma determinada forma farmacêutica;
 A velocidade de absorção do medicamento;
 A permanência do medicamento nos líquidos
do organismo e sua correlação com as
respostas farmacológicas ou tóxicas.
Estas informações tem importância para a
determinação da posologia de um medicamento e
da sua forma farmacêutica.

Figura 4: A duração da ação e concentração plasmática de


uma droga pode ser afetada pela sua velocidade de absorção.
Na figura há 3 medicamentos com taxas de absorção
diferentes. O medicamento A é absorvido rapidamente, o
medicamento C sofre absorção lenta, a velocidade de
absorção do medicamento B está entre as dos medicamentos
A e C. o medicamento A alcança a maior concentração
plasmática máxima. O medicamento C é absorvido
lentamente e nunca alcança uma concentração plasmática
elevada, ficando mais tempo no plasma que os medicamentos
A e B.

Figura 5: Curvas e tempo de concentração no sangue,


ilustrando como mudanças na velocidade de absorção e
extensão da biodisponibilidade pode influenciar tanto a
duração da ação como a efetividade da mesma dose total de
um fármaco, administrado em três formulações diferentes. A
linha tracejada indica a CA do fármaco no sang ue: (1)
concentração do fármaco no sangue; (2) tempo; (A) fármaco
rápida e completamente disponível; (B) somente metade da
disponibilidade de A, mas velocidade igual a A; (C) fármaco
completamente disponível, mas velocidade somente metade
de A.
Determinação de biodisponibilidade Extensão da absorção
A biodisponibilidade é determinada pela Depois da administração oral, um fármaco pode
comparação dos níveis plasmáticos do fármaco e ser absorvido incompletamente, por exemplo,
de uma via particular de administração (ex.: somente 70% de uma dose de digoxina alcançam
administração oral) com os níveis plasmáticos do a circulação sistêmica. Isso se deve à falta de
fármaco obtidos por injeção IV, na qual o fármaco absorção do intestino. Outros fármacos são
entra na circulação rapidamente. Quando o demasiadamente hidrofílico (Atenolol) ou lipofílico
fármaco é administrado por via oral somente parte (aciclovir) para serem absorvidos com facilidade, e
da dose aparece no plasma. Lançando a sua baixa biodisponibilidade também se deve à
concentração plasmática do fármaco contra o absorção incompleta.
tempo, podemos mensurar a área sob a curva Se muito hidrofílico, o fármaco não pode
(ASC). Essa curva reflete a extensão da absorção atravessar a membrana lipídica celular; se
do fármaco. A biodisponibilidade de um fármaco lipofílico demais, o fármaco não é solúvel o
administrado por via oral é a relação da área bastante para cruzar a camada de água adjacente
calculada para a administração oral comparada à célula. Fármacos podem não ser absorvidos por
com à área calculada para a injeção IV quando a causa de um transportador inverso associado à
dosagens são equivalente. glicoproteína-P. esse processo bombeia
ativamente o fármaco fora das células da parede
intestinal e de volta ao lúmen do intestino. A
inibição da glicoproteína-P e do metabolismo da
parede intestinal, por exemplo, por suco de
toranja, pode se associar aumento da absorção do
fármaco.

Eliminação de primeira passagem


Após a absorção através da parede intestinal, o
sangue da veia porta leva o fármaco ao fígado
antes da entrada na circulação sistêmica. Um
Figura 6: Determinação de biodisponibilidade: (1) fármaco pode ser metabolizado na parede
concentração plasmática do fármaco; (2) tempo; (a) ASC intestinal (ex.: pelo sistema enzimático CYP3194),
injetada; (b) ASC oral; (c) fármaco administrado; (d) fármaco
injetado; (e) fármaco administrado por via oral. ou mesmo no sangue da porta, porem, é mais
comum, o fígado metabolizar antes do fármaco
Fatores que influenciam a biodisponibilidade atingir a circulação sistêmica. Além disso, o fígado
Em contraste com a administração IV, que confere excreta o fármaco na bile. Qualquer desses
100% de biodisponibilidade, a administração oral lugares contribui para a redução da
de um fármaco envolve metabolismo de primeira biodisponibilidade, e o processo geral é conhecido
passagem. Está biotransformação, além das como eliminação de primeira passagem o efeito
características físicas e químicas dos fármacos, da eliminação hepática na primeira passagem
determina a quantidade de fármaco que alcança a sobre a biodisponibilidade é expresso como a
circulação e a que velocidade. A ÁREA SOB A razão de extração (ER):
𝐶𝐿𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜
CURVA (ASC) do tempo de concentração no ER
𝑄
sangue é proporcional à extensão da Onde Q é o fluxo sanguíneo hepático,
biodisponibilidade de um fármaco, se a eliminação
normalmente cerca de 9L/h numa pessoa que
for de primeira ordem para uma dose intravenosa,
pesa 70Kg.
presume-se que a biodisponibilidade seja igual à A biodisponibilidade sistêmica do fármaco (F)
unidade. No caso de um fármaco administrado por pode ser prevista a partir da extensão de
via oral, a biodisponibilidade pode ser menor que absorção (f) e da razão de extração.
100%, por quatro razões principais:
F=fx(1-ER)
1. Extensões incompletas da absorção através
Um fármaco como a morfina é quase
da parede intestinal;
completamente absorvida (f=1), de modo que a
2. Eliminação na primeira passagem pelo fígado.
perda no intestino é irrisória. Contudo, a razão de
3. Instabilidade química.
extração hepática para a morfina é a depuração
4. Natureza da formação do fármaco.
da morfina (60L/h/70Kg) dividida pelo fluxo
sanguíneo hepático que a biodisponibilidade da
morfina seja cerca de 33%, o que está próximo do
valor observado.
Instabilidade química Ex.: 3: De acordo com as definições técnico-
Alguns fármacos, como a benzilpenicilina são científicas e legais, dois medicamentos serão
instáveis no pH gástrico. Outros, como a insulina, considerados bioequivalentes quando,
são destruídos no TGI pelas enzimas. apresentados sob a mesma forma farmacêutica e
contendo idêntica composição qualitativa e
Natureza da formação do fármaco quantitativa de princípios ativos, apresentarem
A absorção pode ser alterada por fatores não comparável biodisponibilidade quando estudados
relacionados com a sua estrutura química. Por num mesmo desenho experimental. A respeito do
exemplo, o tamanho da partícula, o tipo de sal, o assunto, assinale a alternativa CORRETA.
polimorfismo cristalino, o revestimento entérico e a a. A biodisponibilidade é uma característica
presença de excipiente (como os agentes exclusiva do fármaco, correspondendo à
aglutinantes e dispersantes) podem influenciar a fração de uma dose oral que chega na
facilidade da dissolução e, por isso, alterar a circulação sistêmica na forma de fármaco
velocidade de absorção. intacto.
b. Correto: Variações na atividade enzimática da
Ex.: 1: Sobre biodisponibilidade, analise as parede intestinal ou do fígado, no pH gástrico
afirmativas a seguir. ou na motilidade intestinal podem afetar a
1. A biodisponibilidade é menor do que 100% biodisponibilidade de medicamentos.
para fármacos que não são administrados por c. Para que dois medicamentos possam ser
via intravenosa. considerados intercambiáveis, será suficiente
2. A ÁREA SOB A CURVA (ASC) é o parâmetro apresentar os estudos de biodisponibilidade de
farmacocinético usado para avaliar a cada um deles.
biodisponibilidade absoluta. d. Quando se estuda biodisponibilidade de
3. Medicamentos de uso oral cujos fármacos não determinado medicamento em determinado
sejam absorvidos no trato gastrintestinal não indivíduo, considera-se possível a
necessitam de estudos de biodisponibilidade extrapolação dos resultados obtidos para um
relativa. período de até 15 anos de vida.
4. A biodisponibilidade traduz a velocidade e a e. Em relação à biodisponibilidade de
extensão de absorção de um fármaco a partir determinado fármaco, considera-se que esse
de uma forma de administração. medicamento terá um efeito mais acentuado
Assinale: quando a sua absorção for mais lenta, quando
a. Se apenas a afirmativa 2 estiver correta. comparado a condições em que sua absorção
b. Se apenas as afirmativas 2, 3 e 4 estiverem seja mais rápida.
corretas.
c. Se apenas as afirmativas 2 e 3 estiverem Ex.: 4: Os principais fatores capazes de alterar a
corretas. biodisponibilidade de medicamentos estão
d. Se apenas a afirmativa 4 estiver correta. relacionados ao indivíduo e as características do
e. Correta: Se todas as afirmativas estiverem medicamento.
corretas. Assinale a alternativa que indique um fator que
NÃO interfere na biodisponibilidade.
Ex.: 2: Com relação a biodisponibilidade de um a. Incorreta: O tamanho do medicamento.
fármaco é INCORRETO afirmar que: b. A técnica de granulação e compressão do
a. Incorreta: Para uma dose, por via oral, de um fármaco.
fármaco a biodisponibilidade pode ser superior c. O polimorfismo genético.
a unidade ou 100%. d. O polimorfismo do fármaco.
b. A biodisponibilidade é a fração do fármaco e. O fluxo sanguíneo.
inalterado que alcança a circulação sistêmica
após sua administração por qualquer via. Ex.: 5: A biodisponibilidade indica a velocidade e
c. Para uma dose intravenosa de um fármaco, a a extensão de absorção de um princípio ativo em
biodisponibilidade é igual à unidade ou 100%. uma forma de dosagem, a partir de sua curva de
d. Para uma dose, por via oral, de um fármaco a concentração/tempo na circulação sistêmica ou de
biodisponibilidade pode ser inferior a unidade sua excreção na urina. A clorpromazina,
ou 100%. antipsicótico de amplo uso, apresenta uma
biodisponibilidade em torno de 30%. Outras
características farmacocinéticas deste fármaco
são a elevada metabolização (inclusive de
primeira passagem), 90% de ligação a proteínas
plasmáticas e elevado volume de distribuição
(VD). Comparando a dose máxima administrada
pela via oral (VO) e pela via intramuscular (IM) da
clorpromazina, é CORRETO afirmar que:
a. A dose IM é maior devido ao metabolismo de ESTABILIDADE
primeira passagem. É a extensão de tempo na qual o produto
b. A dose VO é maior devido à forte ligação com mantém, dentro de limites específicos, através do
proteínas plasmáticas. período de armazenamento e uso, as mesmas
c. A dose IM é maior devido ao elevado volume propriedades que possuía no momento da sua
de distribuição. fabricação. Estes termos indicam o período para o
d. Correta: A dose VO é maior devido à qual um mínimo de 90% em relação ao valor de
diminuída biodisponibilidade. teor da droga (principio ativo) que permanece
intacto e disponível para cumprir sua ação
Ex.: 6: É CORRETO afirmar que O termo terapêutica. A estabilidade e compatibilidade são
biodisponibilidade pode ser considerado como elementos críticos na precisa e apropriada
sinônimo do termo bioequivalência. administração de medicamentos aos pacientes.
a. Se considera biodisponibilidade como sendo a
taxa e a extensão na qual uma molécula ativa Tipos de estabilidades
é absorvida e torna-se disponível no sítio de  Estabilidade química: Cada ingrediente ativo
ação da droga. contido na preparação, mantém sua
b. A biodisponibilidade é determinada através da integridade e potência rotulada, dentro de
medida da concentração do princípio ativo da limites específicos;
droga no sangue total, e não em outro líquido  Estabilidade física: As propriedades físicas
biológico. originais, incluindo aparência, palatabilidade,
uniformidade, sustentabilidade (aplicável a
suspensões) são mantidas;
c. Biodisponibilidade absoluta é a fração da dose  Estabilidade microbiológica: Ou resistência
que é efetivamente absorvida após ao crescimento microbiano é mantida de
administração extravascular de um acordo com o requerimento especificado e
medicamento. É calculada tendo como aplicação do produto. Os agentes
referência a administração do mesmo fármaco antimicrobianos que estão presentes mantem
por via intravascular, que possui por definição sua efetividade dentro de limites especificados.
biodisponibilidade igual a 0%.  Estabilidade terapêutica: O efeito terapêutico
d. Correto: A biodisponibilidade relativa entre (farmacodinâmico) permanece inalterado;
medicamentos administrados por via  Estabilidade toxicológica: Não ocorre
intravascular pode ser avaliada pela nenhum aumento significante da toxicidade.
comparação de parâmetros farmacocinéticos
relacionados à quantidade absorvida e à Mecanismos mais comuns de degradação
velocidade do processo de absorção. química dos fármacos
Existem vários mecanismos de degradação das
Ex.: 6: Assinale, dentre as alternativas abaixo, a moléculas dos fármacos, hidrólise, redução,
que melhor conceitua bioequivalência: fotólise ou fotodegradação e racemização e
a. Bioequivalência consiste na apresentação de epimerização. Embora muitos processos de
duas drogas diferentes que apresentam a degradação química de fármacos possam ser
mesma disponibilidade após serem observados através de mudanças de cor,
administradas em concentrações e doses formação de precipitados e evolução de gases, a
diferentes, que apresentam a mesma maioria das incompatibilidades químicas
funcionalidade no organismo, mas que podem resultantes de interações que promovem
trazer efeitos adversos. alterações ou rearranjos moleculares não são
b. Correta: Bioequivalência consiste na visivelmente observáveis. A degradação química
demonstração de equivalência farmacêutica de fármacos pode ocorrer por diferentes
entre produtos apresentados sob a mesma mecanismos:
forma farmacêutica, contendo idêntica  Oxidação: quimicamente a oxidação envolve a
composição qualitativa e quantitativa de perda de elétrons de um átomo de uma
princípios ativos, e que tenham comparável molécula. Cada elétron perdido é aceito por
biodisponibilidade, quando estudados sob um algum outro átomo ou molécula, de tal modo a
mesmo desenho experimental. promover a redução do átomo ou molécula
c. Bioequivalência consiste na biodisponibilidade recipiente. Em compostos inorgânicos a
de determinada droga ao ser administrada por oxidação é acompanhada por aumento da
vias diferentes e que tem a mesma função valência de um elemento, por exemplo, os íons
fisiológica no organismo, independente da ferrosos (Fe+2) em íon férrico (Fe+3). Em
dose utilizada sem que isso provoque efeitos compostos orgânicos o processo oxidação
adversos. frequentemente envolve a perda de hidrogênio
d. Nenhum das alternativas. (desidrogenação).
A deterioração de drogas por oxidação requer a  Desidratação: assim como a umidade
presença de oxigênio e procede sob determinadas favorece a degradação de várias moléculas de
condições. O oxigênio existe não só sobre a forma fármacos, promovendo a instabilidade destas
de oxigênio molecular O 2, mas também como um ou da forma farmacêutica que as conte, a
dirradical O-O. Esta espécie de radical possui dois remoção da água uma molécula da droga ou
elétrons desemparelhada os quais podem iniciar do produto pode ser considerado um processo
reações e cadeia resultando a quebra das de degradação.
moléculas da droga, articuladamente se a reação  Desidratação por disolvação: é a perda da
ocorre na presença de catalizadores tais como a umidade da forma farmacêutica ou da água
luz, calor, alguns íons de metais e peróxidos. de cristalização da molécula.
A autoxidação é uma reação espontânea que  Ex.: Perda de água em cremes, pomadas,
acontece sob condições ambientais de exposição suspensões, desolvação da teofilina
ao oxigênio atmosférico. Compostos fenólicos tais monohidratada e da ampicilina trihidratada.
como aminas simpaticomiméticas são  Desidratação por remoção de um próton e de
rapidamente oxidadas e pH neutro ou alcalino. um grupo hidroxila.
Esta reação ocorre muito mais lentamente em pH  Ex.: tetraciclina, prostaglandinas.
menor que 4,0 para o controle deste processo de
degradação são normalmente usados agentes  Fotólise ou fotodegradação: é a catalise pela
antioxidantes e sequestrantes. luz de reações de degradação tais como a
 Drogas suscetíveis a oxidação: oxidação ou hidrólise, uma variedade de
 Substâncias fenólicas: Morfina, fenilefrina, mecanismos de decomposição de luz por uma
catecolamina (adrenalina, noradrenalina), molécula produz sua ativação, a partir da qual
hidroquinona, resorcinol, paracetamol, a molécula ativada pode emitir energia de
salbutamol; frequência diferente da recebida (fenômeno
 Aminas aromáticas; chamado florescência ou fosforescência) ou
 Compostos polinsaturados: Óleos, também pode provocar a decomposição das
gorduras, vitaminas lipossolúveis (vitamina moléculas (fotólise). As reações de
A, E), ác. Retinóico e flufenazina; fotodegradação dependem de onde a luz.
 Fenotiazínicos (tioéteres): Clorpomazina, Quanto maior a intensidade e o comprimento
mometazina, trifluporazina, tioridazina e de onda da luz, maior será a velocidade e os
flufenazina; graus de fotodegradação dependem tanto da
 Substâncias esteroidais: Corticosteroides; intensidade como do comprimento de onda da
 Estatinas: lovastatina, imipramina, luz. Quanto maior a intensidade e o
amitriptilina, etc.; comprimento de onda luz, maior será deletéria
 Antidepressivos tricíclicos: Imipramina, que a luz visível (s raios solares são mais
amitriptilina, etc; deletérios do que a luz fluorescente) um
 Outras substâncias: Vitamina C, grande número de fármacos são sensíveis à
anfotericina B, nitrofurantoína, tetraciclina, luz permitindo a degradação fotolítica, tais
furosemida, ergotamina, sulfacetamida, como:
captopril.  A amfotericina B; a furosemida, vitamina A.
 Hidrólise: É um processo de solvólise no qual nifedipina, hidrocortisona, prednisolona,
a molécula de uma substância interage com ácido fólico dentre vários outros.
moléculas degradando-a. A hidrólise  Racemização e epimerização: Pode ocorrer
geralmente envolve o ataque pela água das com drogas que são opticamente ativas, pelas
ligações lábeis de molécula da droga existências de um carbono quiral central na
dissolvidas, resultando em mudanças molécula. Se um isômero é mais
moleculares. O processo hidrolitico é farmacologicamente ativo que o outro, este
provavelmente a causa mais importante e processo pode resultar em perda da atividade
frequente de degradação de fármacos, devido terapêutica. Isto ocorre, por exemplo, com a
ao grande número de fármacos com epinefrina, cujo isômero é 15 vezes mais ativo
grupamentos funcionais susceptíveis a do que o d-isômero. Se a molécula da droga
hidrólise, tais como os ésteres e amidas. possui somente um centro quiral na molécula,
 Drogas suscetíveis à hidrólise: um isômero pode ser favorecido mais do que o
 Ésteres: Ácidos acetilsalicílicos, procaína, outro.
benzocaína, atropina, digitoxina, pilocarpina,  Epímeros são compostos que possuem a
ácido ascórbico; mesma configuração em todos os carbonos,
 Tio ésteres: Espironolactona; exceto num carbono. A tetraciclina em
 Amidas: Nicotinamida, paracetamol, solução epimeriza, antibacteriana; a
procainamida; pilocarpina pode epimerizar em
 Imidas: Fenitoina, barbitúricos, riboflavina; isopilocarpina.
 Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos):
penicilinas, cefalosporinas;
Esta epimerização também pode resultar em PRAZO DE VALIDADE
perda da atividade farmacológica. As reações de É a data após a qual a preparação farmacêutica
racemização e epimerização são influenciadas manipulada não deverá ser usada, é determinada
pelo pH e catalisada por ácidos e bases, a partir da data de preparação do produto.
condições ótimas de pH são necessárias para Fatores à serem analisados para se estabelecer o
maios estabilidade. prazo de validade em formulações magistrais.
 Polimerização: é um processo no qual duas  Formas farmacêuticas: sólidos ou líquidos
ou mais moléculas de um fármaco se unem, que não contenham água na sua composição,
formando um complexo, este processo ocorre normalmente apresentam uma estabilidade
durante o armazenamento de soluções bem maior quando comparadas com formas
aquosas concentradas de aminopenicilinas, farmacêuticas que contenham água. Portanto
como por exemplos: Amipicilina sódica e pós, comprimidos, cápsula, tabletes e outras
amoxicilina. formas sólidas ou líquidos que não contenham
 Reversão polimórfica: algumas drogas água (veiculo oleoso) são mais estáveis e
apresentam a propriedade de existirem em portanto poderão apresentar um prazo de
mais de uma forma cristalina, chamadas validade maior comparadas com as formas
polimorfos. Os polimorfos têm a mesma farmacêuticas que contêm agua como por
estrutura química, mas diferentes exemplo xaropes, suspensões aquosas,
propriedades físicas, tais como a soluções aquosas, emulsões, etc.
solubilidade, densidade, dureza, ponto de  Material de embalagem: a embalagem para
fusão, etc. quando uma forma polimórfica produtos farmacêuticos deve proteger a
muda para outra reversivelmente, ela é preparação da umidade, da luz e da atmosfera
chamada de enantiotrópica se a transição de (oxigênio).
uma forma para outra ocorrer de forma  Duração do tratamento: o prazo de validade
irreversível, dizemos ser uma transição deve ser suficiente para abranger o período do
monotrópica. No prepara de produtos tratamento para o qual formulação foi
farmacêuticos estáveis, o polimorfismo prescrita;
representa um indesejável e importante fator  Dados científicos: laboratoriais (estudos de
no crescimento cristalino em preparações estabilidade) ou de alguma referência
farmacêuticas, caking de suspensões bibliográfica.
(suspensões que não podem ser facilmente Os prazos de validade, recomendadas para
ressuspendidas), cremes e pomadas. preparações magistrais embaladas em recipiente
Portanto, o polimorfismo pode ser um fator de hermeticamente fechada e protegidos da luz, na
instabilidade em preparações farmacêuticas. temperatura ambiente controlados são:
 Drogas que podem ter polimorfismos:  Formulações sólidas e líquidas não
 Clorafenicol; aquosas: se a fonte do ingrediente é um
 Ampicilina; produto manufaturado (industrializado), o
 Metilprednisona; prazo de validade não deve exceder a 25% do
 Hidrocortisona; tempo remanescente para a data de expiração
 Sulfonamidas; do produto original, ou 6 meses, o que formas
 Barbitúricos. precoce. Se a fonte de ingrediente é uma
substância farmacopeica, o prazo de validade
não deverá exceder a 6 meses.
 Formulação contendo água: preparações
obtidas a partir de ingredientes na forma
sólida, o prazo de validade não deverá
ultrapassar 14 dias quanto estocado em
temperaturas baixas;
 Para todas as outras formulações: próxima
de 30 dias ou a duração da terapia. Se houver
suporte cientifico válido informando
apropriadamente a estabilidade da formulação
em especifico, o prazo de validade proposto
acima poderá ser excedido.
Politica de prazo de validade
Levando em conta as características físico-
químicas das drogas, da forma farmacêutica e
consequente suscetilidade aos principais
processos de degradação química, sugerimos a
seguir um critério de prazo de validade para
formulações magistrais. Embora empírico, o
critério é baseado nas recomendações da
farmacopeia americana na 24º edição e projetado
de forma geral porem racional e fundamentada
cientificamente, um presumível período de tempo
em que uma forma magistral apresentaria uma
estabilidade adequada. Todavia. É recomendável
que se faça estudos de estabilidade ara as
formulações consagradas pela prescrição
frequente e que faça parte de estoques ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF)
estratégicos. A AF é um grupo de atividades relacionadas com
o medicamento, destinadas a apoiar as ações de
saúde demandadas por uma comunidade. Envolve
o abastecimento de medicamentos em todas e em
cada umas de suas etapas constitutivas,
conservação e controle de qualidade, a segurança
e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o
acompanhante e a avaliação do uso, a obtenção e
a difusão de informação sobre medicamentos e a
educação permanente dos profissionais de saúde,
do paciente e da comunidade para assegurar o
uso racional de medicamentos.
Para implantar efetivamente a AF é fundamental
ter como principio básico o CICLO DA AF, que é
um sistema constituído pelas etapas de:
1. Seleção;
2. Programação;
3. Aquisição;
4. Armazenamento;
5. Distribuição e dispensação;

Ex.: 1: A assistência Farmacêutica no SUS é


organizada de forma a garantir a população o
acesso a medicamentos essenciais padronizados.
As etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica
são:
a. Seleção, aquisição, armazenamento e entrega.
b. Aquisição, armazenamento e dispensação.
c. Correta: Seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e dispensação.
d. Aquisição, armazenamento, distribuição e
entrega.

Ex.: 2: A Política Nacional de Assistência


Farmacêutica é aprovada pelo Conselho Nacional
de Saúde através da Resolução no. 338, de 06 de
maio de 2004. Sobre essa política avalie o
conceito apresentado abaixo e assinale a
alternativa correta:
 “Trata de um conjunto de ações voltadas à promoção,
proteção e recuperação da saúde, tanto individual como
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial
e visando o acesso e ao seu uso racional. ”
Assinale a alternativa à qual pertence a definição
acima:
a. Atenção Farmacêutica.
b. Correto: Assistência Farmacêutica. afeta e influencia positivamente ou
c. Farmacovigilância. negativamente o desenvolvimento das ações.
d. Dispensação. A AF, por ser uma atividade multidisciplinar e
devido à sua complexidade, necessidade de
 Objetivo: Apoiar as ações de saúde articulação permanentes com outros áreas,
promovendo o acesso da população aos como vigilância sanitária, epidemiológico,
medicamentos e seu uso racional; coordenação de programas estratégicos de
 Estruturação: Para viabilizar os serviços de saúde, programa saúde da família (PSF) e
AF, é preciso que ela esteja estruturada nos programas de agentes comunitários de saúde
âmbitos federal, estadual e municipal. Para (PAC), área administrativa-financeiro,
tanto, alguns requisitos são essenciais: planejamento, material e patrimônio, licitação,
a. Estrutura organizacional: A AF deverá fazer auditoria, setor jurídico, contra e avaliação.
parte da estrutura organizacional formal da
secretaria de saúde, com suas funções e
competências devidamente definidas; e. Avaliação da qualidade do serviço: A
b. Infraestrutura: qualidade é à base de qualquer processo de
 Área física e instalação: Dispor de trabalho e engloba conhecimentos, uso de
condições adequadas para o pleno ferramentas adequadas de trabalho,
desenvolvimento das atividades da AF; instrumentos e procedimentos que conduzem
 Equipamentos e acessórios: Dispor dos à sua garantiam visando à redução de perda e
mesmos de forma adequada e em custos, adequação de serviços e maximização
quantidade suficiente; de resultados.
 Recursos humanos: Desenvolver as
atividades da AF, sob a coordenação de um CICLO DA ASSISTENCIA FARMACÊUTICA
profissional farmacêutico, auxiliado por (CAF)
técnicos habilitados e treinados. Como As atividades do CAF ocorrem numa sequência
elemento fundamental para o desempenho ordenada. As gerências/coordenações estaduais
das atividades a serem desenvolvidos e têm a responsabilidade de coordenar as
necessários; identificar necessidades de atividades do CAF, que abrange a seleção,
recursos humanos, definir perfil, capacitar programação, aquisição, armazenamento,
acompanhar e avaliar suas ações. distribuição e dispensação de medicamentos,
 Organização: Para a organização da AF é além do acompanhamento, da avaliação e da
preciso identificar cada um dos seus supervisão das ações.
componentes e elementos, os quais deverão
ser capazes de promover maior Seleção
resolutividade das ações. A organização está A seleção (ou padronização) de medicamentos é
relacionada com a finalidade dos serviços, e o eixo orientador do CAF, pois todas as outras
tem objetivo o gerenciamento eficiente e atividades lhe são decorrentes. É a atividade
eficaz. responsável pelo estabelecimento da relação de
 Aspectos a serem considerados: Para medicamentos, sendo uma medida decisiva para
organização dos serviços, é preciso conhecer assegurar o acesso aos mesmos.
a realidade da situação de saúde local, A conferência de Alma-Ata, no Cazaquistão em
buscando subsídios ara implementação um 1978, declara a necessidade do abastecimento de
plano de ação, deve-se: medicamentos essenciais como um dos pilares
 Conhecer a estrutura organizacional da para o fortalecimento da atenção primária em
secretaria de saúde e suas inter-relações saúde:
área técnica, normas e procedimentos  Medicamentos essenciais são aqueles que satisfazem
existentes, metas estabelecidas para a às necessidades de saúde prioritários da população
saúde; (OMS, 1978).
c. Plano de ação: Realizar o diagnóstico da
assistência farmacêutica. A necessidade de que cada país formulasse uma
 Operacionalizar o plano de ação: Definir o politica de suprimento de medicamento com a
que fazer, como, quando, quem e quais os garantia de fornecimento de medicamentos
recursos necessários. essenciais. E o acesso a estes medicamentos
 Definir as atividades a serem pela população, conduziu a criação de uma
desenvolvidas: Definir as tarefas, prazos e relação de medicamentos essenciais.
designar responsáveis pela execução. Em 1981, o Management Science Health
d. Interfaces: Para identificar necessidades e estabelece que no âmbito da saúde pública a
buscar solução para os problemas, é preciso existência de um formulário terapêutico racional
conhecer o ambiente que nos cerca, (FNT) são os principais instrumentos para que os
procurando compreender de que forma ele medicamentos tenham impacto positivo sobre a
prescrição, contemplando os interesses de No hospital, estas ações estão vinculadas às
segurança, efetividade e economia. Este atividades desenvolvidas pela CFT. Muitas vezes,
documento destaca como beneficio obtidos a o processo é realizado pela farmácia hospitalar,
partir da existência e uso destes instrumentos: tendo a necessidade de participação
 Benefício terapêutico: Por promover uma multidisciplinar, visando maio alcance de
melhora da qualidade do uso, administração, resultados.
informação, comprimento e controle do Objetivos:
medicamento;  Implantar politicas de uso de fármacos com
 Benefício econômico e administrativo: Por base em correta avaliação, seleção de
diminuir o número de medicamentos a serem resultados;
comprados armazenados, analisados e  Promover a atualização e reciclagem em
distribuídos possibilitando maiores descontos termos relacionados à terapêutica hospitalar;
por compras em maior quantidade e
diminuição de custo para realizar inventário.  Reduzir custos, visando obter a disponibilidade
O processo de seleção deve implicar a dos fármacos essenciais à cobertura dos
articulação entre diferentes atores, principalmente tratamentos necessários aos pacientes.
gestores e profissionais da saúde, tanto em nível
nacional, quanto local. Cada estado possui a  Critérios:
prerrogativa de determinar quais medicamentos  Considere as necessidades epidemiológicas
serão selecionados para compor o seu elenco, da população atendida;
com base no perfil de morbi-mortalidade e nas  Incluir medicamentos de comprovada
prioridades estabelecidas, de modo a contribuir na eficácia, baseando-se em ensaios clínicos
resolubilidade terapêutica, no custo-benefício dos controlados que demonstrem efeito benéfico
tratamentos, na racionalidade da prescrição, no à espécie humana;
correto uso dos fármacos, além de propiciar maior  Eleger, os fármacos de menor toxicidade,
eficiência administrativa e financeira. Para tal, menor custo e maior comodidade posológica;
deverá fundamentar a seleção em critérios  Esclarecer entre os fármacos de mesma ação
técnico-científicos, entre eles, a adoção de farmacológica, um representante de cada
protocolos de tratamento e critérios categoria química ou com características que
administrativos e legais. represente vantagens no uso terapêutico;
O principal produto desse processo é uma lista  Evitar a inclusão de associação fixa, exceto
de medicamento (LME), da qual deve derivar os quanto os ensaios clínicos justifiquem o uso e
formulários terapêuticos e a diretriz clinica. A LME, o efeito terapêutico da associação for maior
com base numa perspectiva epidemiológica, deve que a soma dos efeitos dos produtos
conter medicamentos prioritários para a saúde individuais;
pública, sendo eficazes, seguros e de qualidade  Priorizar formas farmacêuticas que
prescritos e usados racionalmente. A CFT é uma proporcionam maior possibilidade de
instancia colegiada, de caráter consultivo e fracionamento e adequação à faixa etária;
deliberativo, que tem a finalidade de assessorar o  Realizar a seleção de antibiótico em conjunto
gestor e equipe de saúde em assuntos referentes com a C/SCIH verificando a ecologia
a medicamentos. Para que ocorra de forma hospitalar quanto a microrganismos
adequada, a seleção deve cumprir alguns prevalentes, padrões de sensibilidade,
requisitos a implantação do CFT, cuja selecionando aqueles antibióticos que
responsabilidade é a condução técnica, politica e permitam suprir as necessidades
administrativa do processo. terapêuticas;
A seleção deve ser realizada por uma  Reservar novos antibióticos para o tratamento
Comissão/Comitê Estadual de Farmacologia e de infecções causadas por microrganismos
Terapêutica, com o objetivo de estabelecer a resistentes a antibióticos padrões ou para
relação estadual de medicamentos (REME), infecções em que o novo produto seja
definindo os medicamentos a serem superior aos anteriores, fundamentado em
disponibilizados pela SES para a atenção básica, ensaios clínicos comparativos;
média ou para a alta complexidade.  Usar sempre as DCB, decreto nº 793/93.
Os trabalhos da CPM devem ser regulamentados,
estabelecendo-se os critérios de inclusão e  Método:
exclusão de medicamentos, metodologia aplicada, a. Levantamento de análise de dados:
periodicidade de revisão, entre outros. verificar as necessidades terapêuticas
A seleção de medicamentos deve ser formalizada relacionadas às patologias tratadas no
por meio de portaria ou resolução específica, com hospital, aos hábitos de prescrição;
a divulgação dos critérios técnicos utilizados para b. Padronização de medicamentos: A partir da
inclusão e exclusão dos medicamentos, dando a análise dos dados coletados, e segundo os
necessária transparência ao processo. critérios de seleção, devem-se eleger os
medicamentos necessários ao arsenal Porém, a seleção de medicamentos é realizada,
terapêutico do hospital. Segundo a política muitas vezes, pela experiência do profissional
adotada pela CFT, os medicamentos prescritor. Entretanto, essa avaliação é imperfeita.
selecionados podem estar relacionados numa Dessa forma, tentando diminuir esse problema, o
lista contanto, no mínimo, com: processo de seleção de medicamentos,
 Medicamentos agrupados segundo inicialmente, pode contar com três critérios
classificação fármaco terapêuticos; básicos para seleção; assinale-os.
 Forma farmacêutica de apresentação e a. Correta: Fontes de informação, busca de
dose; evidências e avaliação.
 Índice geral segundo a classificação b. Fontes de informação, busca de evidências e
farmacoterapêutica; propagandas medicamentosas.
 Índice remissivo dos medicamentos listados. c. Informações de artigos científicos, evidências
profissionais e informações de laboratórios
A apresentação pode ser realizada como um oficiais.
guia farmacoterapêutico. Onde, para cada d. Resultados laboratoriais experimentais,
medicamento, exista uma pequena monografia informações sobre medicamentos na clínica e
que conste no mínimo de: evidências clínicas.
 Forma farmacêutica de apresentação e dose;
 Indicação e contraindicações; Ex.: 2: O CAF é constituído por etapas com
 Reações adversas; aspectos técnicos, científicos e operativos
 Dose recomentada e via de administração; específicos. Caracterizadas como seleção,
 Observações quanto à utilização no hospital. programação, aquisição, armazenamento,
distribuição e utilização (prescrição, dispensação e
c. Estabelecimento de normas: A CFT deve uso) são essenciais para a correta gestão do
fixar e avaliar normas e, para o uso de medicamento no âmbito municipal. De acordo com
medicamentos não padronizados e para a as diretrizes da OMS, o eixo do CAF é:
inclusão ou exclusão dos mesmos. Além a. A aquisição, sendo o processo licitatório e o
destas, deverá determinar quais cálculo do aporte financeiro para a compra de
medicamentos terão o seu uso restrito e o medicamentos a etapa inicial do ciclo e
mecanismo adequado de avaliação de uso norteadora das demais.
correto. No caso de antibióticos, o processo de b. A Utilização é o primeiro passo do ciclo inicia-
restrição de uso é necessariamente realizada se com o processo de dispensação, pois o
com à participação da C/SCIH. perfil de prescrição determinará a seleção e
d. Informação de medicamentos demais etapas.
padronizados: O correto uso está relacionado c. O Armazenamento, que se constitui como
com a adequada divulgação da seleção de primeira etapa, pois a capacidade de guarda e
medicamentos. Portanto, a CFT é responsável armazenamento instalada deve direcionar as
pelo estudo de melhor forma de fazer chegar a demais fases do ciclo.
todos os profissionais de saúde do hospital d. Correta: A Seleção, e a elaboração de uma
estas informações, é de primordial importância lista de medicamentos essenciais baseada em
à divulgação de normas de uso racional de critérios técnicos é o primeiro passo para
medicamentos, através de boletins estruturar as demais etapas.
informativos, seminários, participações em
reuniões clinicas e outras, para que a Ex.: 3: Com relação a AF na atenção básica a
padronização em forma de lista ou guia saúde, julgue os próximos itens.
farmacoterapêutica possa ser mais adequada  O CAF inicia-se com a seleção de medicamentos,
realizada com ob jetivo de evitar compras e perdas
ao uso. desnecessárias e a descontinuidade no suprimento
e. Avaliação da seleção: Pelo menos a cada de produtos farmacêuticos.
dois anos deverão ser efetuados a revisão da
padronização de medicamentos, através da ( ) errado ( ) certo. Resp.: Errado.
análise de alguns indicadores de qualidade
com a quantidade de solicitações de Ex.: 4: No processo de revisão da lista de
medicamentos não padronizados, perfil de padronização, a CFT solicitou o parecer para
consumo dos medicamentos (verificar por que seleção de antimicrobianos do grupo dos
algumas apresentações ou medicamento não macrolídeos. Os medicamentos avaliados foram a
foram usados), as novas alternativas claritromicina 500 mg e a azitromicina 500 mg.
terapêuticas, o grau de conhecimento e o uso Para tomada de decisão, foram avaliados
padronizado e outros. aspectos de custos, efetividade, posologia,
administração, eventos adversos, tempo de
Ex.: 1: O processo de seleção de medicamentos tratamento, desfechos clínicos, entre outros. A
é uma etapa importante do CAF, pois deve decisão final foi à padronização da claritromicina.
orientar as várias ações que compõem o ciclo.
É CORRETO afirmar que uma das atribuições do A organização Panamericana de saúde indica
farmacêutico na CFT é: como objetivo de um sistema racional de
a. Participar da divulgação do guia distribuição de medicamentos, as seguintes:
farmacoterapêutico.  Diminuir erros de medicação: Estudos
b. Estimular a utilização de indicadores relacionados aos sistemas tradicionais uma
farmacológicos como critério do processo elevada incidência de erros, que incluem
decisório de seleção. desde a incorreta transcrição de prescrição até
c. Correta: Participar da elaboração de diretrizes erros de vias de administração e planejamento
clínicas e protocolos terapêuticos. terapêutico;

d. Participar apenas do estabelecimento de  Racionalizar a distribuição de


normas para dispensação de medicamentos. medicamentos: O sistema de distribuição
e. Estimular a realização de estudos de utilização deve facilitar a administração, dos
de medicamentos. medicamentos, através de uma dispensação
ordenada, por horários e por paciente, e em
Ex.: 5: Com relação à assistência farmacêutica na condições adequadas para a pronta
atenção básica à saúde, julgue os próximos itens. administração;
 Aumentar o controle sobre os
 É atrib uição da Comissão de Farmácia e Terapêutica medicamentos: Acesso do farmacêutico às
emitir parecer técnico e relatório dos processos de
compras relacionados aos produtos sob sua
informações sobre o paciente, tais como:
responsab ilidade. idade, peso, diagnóstico e medicamentos
prescritos, permite efetuar avaliação da
( ) Certo ( ) Errado. Resp.: Errado. prescrição médica, monitorizara duração da
terapêutica, informar sobre possíveis reações
Distribuição adversas, interações, não cumprimento do
Alguns dos erros possíveis de ocorrer na plano terapêutico, melhor forma de
administração de medicamentos em pacientes administração e outros.
hospitalizados estão relacionados ao sistema de  Diminuir os custos com medicamentos:
distribuição dos mesmos. Quanto mais eficiente o Com a dispensação por pacientes, e no
sistema de distribuição, maior contribuição será máximo por 24 horas, diminuem-se os custos
prestada para garantir o sucesso das terapêuticas de estoques e evitam-se gastos
e profilaxia instauradas. O controle de distribuição desnecessários de doses excedentes. Estudos
de germicidas, conforme o nível de atividade neste sentido demonstraram que 25% do
determinadas pelas rotinas instituídas pelos consumo de medicamentos podem ser
serviços de CIH, é fundamental, para que somente reduzidos em hospitais que adota o sistema de
pessoas treinadas tenham acesso aos mesmos. distribuição de medicamentos por dose
Um sistema de distribuição de medicamentos unitária.
deve ser racional, eficiente, econômico, seguro e  Aumentar a segurança para o paciente: É
deve estar de acordo com o esquema terapêutico obtido pela consecução dos objetivos
prescrito. Quanto maior a eficácia do sistema de anteriores, pois existe a adequação da
distribuição, mais garantido será o sucesso da terapêutica, redução de erros, racionalização
terapêutica e da profilaxia instaurada no hospital. da distribuição e aumento do controle dos
O sistema a ser escolhido e implantado no medicamentos.
hospital pelo profissional farmacêutico deve seguir As principais características de cada sistema de
alguns critérios, de acordo com os aspectos distribuição são:
relacionados a seguir.  Coletivo: Suas principais características são
 Garantir o comprimento da prescrição; estoques nos setores assistenciais, onde a
 Racionalizar a distribuição dos farmácia fornece medicamentos e produtos de
medicamentos; saúde em suas embalagens originais
 Garantir a administração correta do atendendo solicitado pelo pessoal de
medicamento; enfermagem, ou segundo estoque mínimo e
 Diminuir os erros relacionados com a máximo para cada unidade solicitante, feito em
medicação (administração de medicamentos nome da unidade e não de pacientes. É um
não prescritos, troca da via de administração, sistema mais caracterizado como distribuição
erros de doses etc.); do que de dispensação, pois a farmácia
 Monitorar a terapêutica; apenas transfere os produtos para as unidades
 Reduzir o tempo de enfermagem dedicado ás que formam seus estoques. A farmácia se
tarefas administrativa e manipulação dos torna um distribuidor de medicamentos, não
medicamentos; tento contato com a prescrição médica,
 Racionalizar os custos com a terapêutica. impedindo o acompanhamento da
farmacoterapia. Outras desvantagens deste
sistema estão nas dificuldades no controle erros de administração, perdas por
logístico dos estoques, com altos, custos de deterioração, desvio e outros, mas assegura
estocagem, maior probabilidade de erros de maior qualidade da farmacoterapia pela
administração de medicamentos, perdas por participação efetiva do farmacêutico no
caducidade e ou má armazenagem e desvios, processo do medicamento.
entre outros.  Vantagens:
 Vantagens:  Diminuição do estoque nas unidades
 Rápida disponibilidade de medicamentos na assistenciais;
unidade assistencial;  Redução potencial de erros de medicação;
 Mínimas atividades de devolução à farmácia;  Facilidade para devoluções à farmácia;
 Redução das necessidades de recursos  Reduz o tempo do pessoal de enfermagem
humanos e infraestruturas da farmácia quanto às atividades com medicamentos;
hospitalar;  Aumento da integração do farmacêutico com
 Mínima espera na execução da prescrição; a equipe de saúde.
 Ausência de investimento inicial.  Desvantagens:
 Desvantagens:  Aumento das necessidades de recursos
 Aumento potencial de erros de medicação; humanos e infraestrutura da farmácia
 Perdas econômicas devido à falta de hospitalar;
controle: caducidade, mas condições de  Exigência de investimentos inicial;
armazenagem e outros;  Incremento das atividades desenvolvidas
 Aumento de estoque de medicamentos na pela farmácia;
farmácia hospitalar e nas unidades  Necessidade de plantão na farmácia
assistenciais; hospitalar;
 Incremento das atividades do pessoa de  Permite ainda potenciais erros de
enfermagem; medicação;
 Facilidade de acesso aos medicamentos por  Não permite controle total sobre as perdas
qualquer pessoa; econômicas (caducidade, doses não
 Difícil integração do farmacêutico à equipe de administradas, desvios e outros).
saúde. Pode ser feito de duas formas, direta ou indireta,
de acordo com o documento de solicitação:
a. Indireta: Neste caso, a farmácia recebe as
solicitações de medicamentos por meio de
uma transcrição de prescrição médica feita
pela enfermagem (requisição em nome do
paciente). Podem ocorrer erros de transcrição,
prescrições adulteradas e outros.
b. Direta: A farmácia recebe as solicitações de
medicamentos através de uma cópia da
prescrição médica, com a possibilidade do
contato com a prescrição e,
consequentemente, possível intervenção
farmacêutica minimizando erros citados
anteriormente.
O Sistema de distribuição por prescrição
individualizada pode ser implementado na forma
de sua distribuição, de duas formas:
1. Os medicamentos são dispensados num único
compartimento, podendo ser um saco plástico
Figura 7: M odelo de dispensação coletiva. identificado com a unidade de internação, o
número eleito, nome do paciente, contendo
 Individualizado: Existe a necessidade de um todos os medicamentos de forma desordenada
investimento inicial em infraestrutura e igual do sistema coletivo para um período de
recursos humanos, com necessidade de 24 horas.
plantão da farmácia para atendimento das 2. Os medicamentos são fornecidos em
demandas, mas reduz os custos com embalagens, disposto segundo o horário de
medicamento reduz o tempo da enfermagem administração constante na prescrição médica
quanto às atividades com medicamento e individualizada e identificada para cada
permite aumento da integração do paciente e para o máximo de 24 horas. Sua
farmacêutico com a equipe assistencial. O distribuição pode ser feita em embalagem
fornecimento de medicamento individualizado plástica, com separações obtidas por
por pacientes, não determina, em larga escala, termossolda ou em escaninhos adaptáveis a
a diminuição do tempo de preparo de doses,
carros de medicamentos adequados ao medicamentos em atendimentos à legislação
sistema de distribuição. vigente.

Figura 8: Modelo de dispensação por prescrição individual.

A modalidade 2 reduz erros e perdas, Figura 9: M odelo de distribuição por dose unitária.
propiciando facilidade para a instalação de
controle da dispensação, ou seja, a revisão de Armazenamento
todas as prescrição atendidas para verificar erros É a etapa do ciclo da AF que visa garantir a
de dispensação e propicia a verificação da qualidade e a guarda segura dos medicamentos
interações e aumento da capacidade de controle nas organizações da área da saúde. Constitui-se
de estoques tanto m nível de farmácia hospitalar, como um conjunto de procedimentos que
como das unidades de internação. envolvem o recebimento a estocagem, guarda
A união desses sistemas é chamada sistema segurança contra danos físicos, furtos ou roubos,
combinada de distribuição de medicamentos, a conservação, o controle de estoque e a entrega.
em que, para as unidades de internação, o O armazenamento deve levar e consideração a
sistema de distribuição é por prescrição similaridade dos itens, a rotatividade, o volume e o
individualizada, e para as áreas fechadas como peso dos produtos, bem como a ordem de entrada
centro cirúrgico ambulatorial, o sistema é coletivo e saída.
ou de estoque por unidade assistencial. O armazenamento tem como objetivo básico
 Dose unitária: Os elementos que distinguem garantir a conservação dos medicamentos,
o sistema de distribuição por dose unitária das germicidas, correlatos e outros materiais
tradicionais são medicamentos contidos em adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas
doses unitárias, dispostos conforme o horário específicas que assegurem a manutenção das
de administração e prontos a serem características e qualidade necessárias à correta
administrados segundo a prescrição médica, utilização.
individualizados e identificados para cada Todos os produtos são armazenados
paciente. É o sistema que permite maior obedecendo às condições técnicas ideais de luz,
contato do farmacêutico com a prescrição e temperatura e umidade numa central de
com toda equipe multiprofissional e, também, abastecimento farmacêutico.
pelo controle que proporciona a farmácia, no Os produtos devem ser dispostos de forma a
que se refere ao uso de medicamentos. Neste garantir inviolabilidade, características físico-
sistema ocorre o melhor controle e químicas, observação dos prazos de validade,
racionalização no uso de medicamentos com a manutenção da qualidade dos produtos.
através da monitorização terapêutica. Para Uma boa armazenagem e fator de suma
esta implantação, é preciso, um investimento importância em todo processo da assistência
financeiro em infraestrutura e equipamentos de farmacêutica hospitalar, gerando redução de
acordo com as legislações específicas, além custos, a manutenção do tratamento ao paciente e
de uma adequação do quadro de uma organização nas varias atividades da
colaboradores da farmácia atendendo as farmácia.
necessidades das atividades a serem
implantadas. Uma das áreas necessária para a Condições de armazenamento
efetivação desse sistema é a farmacotécnica  Estrutura física: o armazenamento de
de medicamentos orais e de injetáveis, pois os medicamentos, produtos farmacêuticos e
medicamentos são dispensados após o dispositivos médicos devem ser feito de modo
preparo para administração. O preparo de a garantir as condições necessárias de
doses unitárias e unitarização de doses de espaço, luz, temperatura, umidade e
medicamentos de formas farmacêutica. segurança dos medicamentos, produtos
Contribui para a redução de procedimentos farmacêuticos e dispositivos médicos.
definidos e registro. Deve existir plano de  Medicamentos sujeitos a controle especial:
prevenção de trocas ou misturas de Recomenda-se que haja uma sala reservada
para o armazenamento destes medicamentos
e, neste caso, a esma deve atender as  Cut-off (data de corte) para documentação e
especificações sobre a ventilação, movimentação de materiais a serem
temperatura, condições de luminosidade e inventariados.
umidade.
 Medicamentos termolábeis: Devem ser Dispensação
armazenados em equipamentos apropriados Conforme a lei 5991/73, que rege o controle
para a conservação a frio (câmara fria ou sanitário do comércio de drogas, medicamentos,
refrigerador). A escolha de qual deles será insumos farmacêuticos e correlatos, no Brasil,
usada depende do volume de medicamentos
que precisam ser armazenados.  Dispensação é o ato de fornecimento ao consumidor de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos, a título remunerado ou não.
Estocagem
A estocagem de medicamentos deve ocorrer de Esta lei exige a presença do farmacêutico ou
forma a garantir a segurança e as características substituto, sem, contudo, garantir a assistência
de qualidades dos medicamentos estocados, para efetiva deste profissional no ato de dispensar e
realizar o armazenamento, de modo que se nas outras atividades realizadas pelas farmácias e
atentam as boas práticas, são necessários drogarias, deixando transparecer apenas o
conhecimentos técnicos sobre os produtos a aspecto comercial do ato, com interesse principal
armazenar e sobre gestão de estoques. Para a centrado no lucro.
correta estocagem dos medicamentos, A PNM regulamenta através da portaria 3926/98,
acompanha as orientações a seguir: definiu a dispensação como o ato do profissional
 Observe os medicamentos que exigem farmacêutico de proporcionar um ou mais
cuidados especiais de armazenamento, como medicamentos a um paciente, geralmente como
termolábeis e psicotrópicos; resposta à apresentação de uma receita
 Estoque os medicamentos por nome genérico, elaborada por um profissional autorizado. Neste
lote e validade de forma a partir fácil ato o farmacêutico informa e orienta o paciente
identificação. sobre o uso adequado do medicamento. São
 Não arraste caixas, nem arraste ou coloque elementos importantes da orientação, entre
muito peso sobre elas; outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a
 Os medicamentos devem ser conservados nas influência dos alimentos, a interação com outros
embalagens originais. Ao serem retiradas das medicamentos, o reconhecimento de reações
caixas, as embalagens devem ser adversas potenciais e as condições de
identificadas. conservação dos produtos. Nesse conceito, o
aspecto comercial da atividade é excluído, dando-
Inventário físico
lhe um caráter profissional na medida em que
Toda movimentação de estoque deve ser deixa claro que o farmacêutico é responsável não
registrada por documentação adequada, visando à só pelo fornecimento do medicamento, como
prescrição de controle. Periodicamente, a também pela orientação para o seu uso
empresa deve efetuar contagens físicas de seus adequado. Além disso, insere a atividade num
itens de estoques para verificar: grupo multiprofissional de assistência à saúde,
 Discrepância em valor, entre estoque físico e mais especificamente a assistência farmacêutica.
o estoque contábil; Com a criação da ANVISA em 1999, surgiu outras
 Discrepância entre os registros e o estoque normas sanitárias complementares à legislação
físico (quantidade real nas prateleiras); federal relativas aos estabelecimentos
 Apuração do valor total do estoque (contábil), farmacêuticos para colocar em pratica a PNM. A
para efeitos de balança; neste caso, o resolução 328/99, dispõe sobre requisitos
inventário é realizado próximo ao exigidos para a dispensação de produtos de
encerramento do ano fiscal. interesse à saúde em farmácias e drogaria entre
Fazem parte da preparação e do planejamento outras coisas, institui o regulamento técnico sobre
para o inventario: as boas práticas de dispensação de
 Folhas de convocação e serviços, definido: medicamentos em farmácias e drogarias. Como
convocados, datas, horários e locais de podemos ver as atribuições do farmacêutico, ao
trabalho; dispensar medicamentos, tomaram uma dimensão
 Fornecimento de meios de registro de muito maior, hoje a dispensação não significa
qualidade e quantidade adequada para uma apenas entregar o medicamento prescrito ou
correta contagem; indicado pelo farmacêutico, mas se trata da
 Nova analise da arrumação física; atuação clínica do farmacêutico, com o objetivo de
 Método de tomada de inventário e proporcionar ao paciente, não só o medicamento,
treinamento; como também os serviços clínicos que o
 Atualização e analise dos registros; acompanham, promovendo o uso racional de
medicamentos e a proteção do paciente e a
prováveis PROBLEMAS RELACIONADOS AO
USO DE MEDICAMENTOS (PRMs).

Etapas
A dispensação de medicamentos é uma atividade É classificada em quatro etapas distintas:
técnica de orientação ao paciente de importância abordagem do paciente, análise da restrição,
para a observância ao tratamento, portanto, eficaz exame físico dos medicamentos e orientação ao
quando bem administrado a implantação de um paciente:
sistema racional de dispensação de  Abordagem ao paciente: A dispensação tem
medicamentos e de outros produtos para a saúde inicio com a acolhida do paciente, ao procurar
deve ser priorizada pelo estabelecimento de atendimento farmacêutico, espera encontrar
saúde e pelo farmacêutico, de forma a buscar um profissional com conhecimento técnico e
processos que garantam a segurança do paciente, postura profissional. A abordagem ideal pode
a orientação necessária ao uso racional do contribuir para a adesão ou não ao tratamento
medicamento, sendo recomendado pela portaria proposto, e o farmacêutico deve aproveitar
4283/10, a adoção de um sistema individual ou essa oportunidade para estabelecer uma
unitário de dispensação. Dependendo das relação de confiança com o paciente, devendo
características e objetivos do estabelecimento de ouvi-lo, respeitá-lo e compreende-lo. Nessa
saúde a dispensação também poderá ser etapa, são coletadas as informações gerais do
descentralizada, através das farmácias satélites. paciente, tais como dados pessoais, estado
Estas poderão estar localizadas em blocos atual de saúde, hábito de vida e
cirúrgicos, unidades de terapia intensiva, outras comportamento adotados quando de uso de
unidades de assistência ao paciente como pronto medicamentos, sendo esta uma grande
atendimento e pronto socorro. É a atividade dos oportunidade de conquista da confiança do
farmacêuticos com mais visibilidade e onde mais paciente. Recomenda-se que as farmácias
se estabelece o contato com os serviços clínicos tenham uma área reservada para atendimento,
do hospital. O farmacêutico deve considerar como uma vez que o ambiente propiciará uma maior
característica para um sistema adequado a ou menor proximidade do paciente com o
racionalidade eficácia, economia e, sobretudo se farmacêutico.
oferece segurança ao paciente. A dispensação de  Análise da prescrição: Nesta fase serão
medicamentos só deverá ser efetuada perante a observados os aspectos farmacodinâmicos,
apresentação de uma prescrição médica que pode farmacocinéticos e legais da prescrição. O
ser informatizada, manual com copia original, farmacêutico deve iniciar, perguntando ao
fotocópia, carbonada, digitalizada, onde devem portador da receita se é ele o paciente que
constar, no mínimo, os seguintes elementos. fará uso daquela prescrição, pois, caso não
 Identificação do paciente; seja, deve-se atentar para a relação existente
 Registro hospitalar; entre o comprador e o usuário, garantindo que
 Leito e unidade de internação; a informação prestada seja repassada com o
 Data da prescrição; maior cuidado ao usuário daquele
 Designação de medicamentos medicamento. Antes, de repassar informações
preferencialmente por DCB ou nome de ao usuário do medicamento, deve munir‑se de
registro e indicação de dose, forma alguns dados referentes ao usuário do
farmacêutica, intervala de dose e via de medicamento, tais como a idade, peso,
administração; existência de outras doenças ou de
 Identificação do médico prescritor e assinatura. manifestações alérgicas. Estes dados visam a
Para minimizar erros e importante evitar a auxiliar o farmacêutico na analise da
transcrição médica em casos necessários é aplicabilidade da medicação e da posologia
recomendada a solicitação da prescrição médica prescrita, evitando problemas relacionados ao
original para a conferência do farmacêutico. medicamento devido, tanto pela efetividade
 Aspecto legal: Conforme o art. 2o da quando pelas doses usadas.
resolução CFF357/01, a presença e atuação Ainda nesta fase, o farmacêutico avalia a
do farmacêutico é requisito essencial para a legibilidade, a data e os aspectos legais da
dispensação de medicamentos, sendo esta prescrição tomando-se por base as normas legais
uma atribuição indelegável, não podendo ser existentes, citando-se o capítulo 6 da lei 5991/73,
exercida por mandado nem representação. De das boas práticas de prescrição, das boas práticas
acordo com essa resolução, ao dispensar em farmácia descritas na resolução CFF 357/01 e
medicamentos, o farmacêutico deve explicar na portaria 344/98, ainda há RDC 44/09, da
clara e detalhadamente ao paciente o ANVISA.
beneficio do tratamento.
A NRE é o documento que, acompanhado da
receita, autoriza a dispensação de medicamentos
 Exame físico do medicamento: O contendo substância das listas A, B e C2.
farmacêutico deve realizar o exame físico do A NRE para dispensação de medicamentos de
medicamento, antes da entrega, do mesmo ao uso sistêmico contendo substâncias da lista C2
paciente. Nesta questão, ele irá observar deve ser acompanhada do termo de
atentamente se as características físicas do consentimentos pós-informação.
medicamento estão mantidas e se a validade é Conforme determina a lei federal nº 9965/2000,
compatível com o tempo proposto do uso da as receitas de medicamentos contendo
terapia. Na oportunidade, o paciente deve ser substâncias anabolizantes devem trazer a
orientado para a importância da correta identificação do profissional, o número do registro
conservação deste produto durante e após seu no conselho profissional, o número de CPF, o
uso evitando desta forma o uso ou reutilização endereço e o telefone profissionais, além do nome
de um produto impróprio para consumo. e endereço do paciente e o CID.
A prescrição de medicamentos contendo
Dispensação e controle dos medicamentos substância da lista B2 deve ser realizada em
psicotrópicos e entorpecentes: A portaria notificação de receita B2, conforme modelo
344/98 é a legislação sobre comércio de disponível na resolução RDC nº 58/2007 da
medicamentos sujeito a controle especial. Nelas, ANVISA. Para a prescrição da sibutramina, é
as substâncias estão distribuídas em listas que necessária apresentar o termo de responsabilidade
determinam a forma como devem ser prescritas. do prescritor para uso de medicamentos contendo
Estas listas são atualizadas através de RDC da as substâncias anfepramona, femproporex e
ANVISA e devem ser acessadas por todos os mazindol. Os modelos estão disponíveis na RDC
profissionais que trabalham com substancia 50/2014 e devem ser, preenchida em três vias,
sujeita a controle especial. sendo uma arquivada no prontuário do paciente,
As substâncias de controle especial e os uma arquivada na farmácia e uma devolvida ao
medicamentos que as contem devem ser paciente.
guardadas sob chave ou outro dispositivo que
ofereça segurança, em local exclusivo para este  Validade:
fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua  Prazo: excetuando-se as prescrições de
dispensação deve ser feita exclusivamente por medicamentos da lista C3, as demais têm
farmacêuticos, sendo proibida a delegação da validade por até 30 dias a partir da data do
responsabilidade sobre o controle dos preenchimento.
medicamentos a outros funcionários.  Local de aquisição: Prescrições contendo
substância das listas B e C2 só podem ser
atendidas dentro da unidade federativa (UF)
em que foram emitidas. Já os medicamentos
sujeitos a NRA podem ser dispensada em
outra UF desde que seja apresentada receita
com justificativa do uso. RCE (para substância
da lista C1 e C5) são válidas em todo território
nacional, não sendo necessário apresentar
justificativa para aquisição em outra UF.
Estabelecimentos de outras UF devem
apresenta-las à autoridade sanitária local em
até 72 horas para averiguação e visto.
 Quantidade para dispensação: Como regra,
Tabela 1: Denominações das listas de substâncias sujeitas a medicamentos contendo substâncias das listas
controle especial . A, B2 (exceto sibutramina) e C2 podem ser
dispensados em quantidade de até cinco
 Receituário: as prescrições de substâncias ampolas (no caso de formulações injetáveis)
sujeitas a controle especial (SSCE) devem ser ou quantidade suficientes para até 30 dias de
realizadas em receita de controle especial tratamento (no caso de outras formas
(RCE) ou notificação de receita (NR*). A RCE farmacêuticas, incluindo as formas líquidas).
é usada para a prescrição de substancias da Medicamentos contendo substância da lista
lista C1 e C5 e adendos das listas A1, A2 e B1, C1 e C5 podem ser dispensados em
B1. Deve ser preenchida em duas vias, quantidade de até cinco ampolas (no caso de
manuscritas ou informatizada e apresentar em formulações injetáveis) ou quantidade
destaque os dizeres. suficiente para até 60 dias de tratamento (no
 1ª via: Redenção da farmácia ou drogaria; caso de outras formas farmacêuticas, incluindo
 2ª via: Orientação do paciente. as forma líquida).
 Ob s.: medicamentos antiparkinsonianos e
anticonvulsivantes podem ser prescritos em quantidades
suficientes para até seis meses de tratamento.

Para a aquisição de medicamentos contendo


substâncias das listas A, B1, C1 e C5 em
quantidades acima das citadas, o prescritor deve
preencher uma justificativa datada e assinada
contendo o CID ou diagnóstico e posologia.
Cada NR B2 deve ser usada para no máximo 30
dias de tratamento, com exceção da sibutramina,
para a qual pode ser dispensada quantidade
suficiente para até 60 dias de tratamento.
Para os anorexígenos, a legislação determina
uma dosagem máxima diária acima da qual não é
permitida a dispensação. A NR pode conter
apenas uma substância das listas A, B ou C2,
enquanto as RCE podem conter até três
substâncias das listas C1 e C5.
Compras
Doses máximas diárias para substâncias
 Função compras: É um segmento essencial
psicotrópicas anorexígenas.
 Sibutramina: 15,0mg; do departamento de materiais ou suprimentos.
 Fempropanona: 50,0mg; Tem a finalidade de suprir as necessidades de
 Anfepranona: 120,0mg; materiais ou serviços planeja-los
 Mazindol: 3,0mg. quantitativamente e satisfaze-las no momento
 certo com as quantidades corretas:
Para o cálculo da duração de um frasco de  Objetivos:
medicamento em gotas, deve-se levar em  Manter um fluxo contínuo de suprimentos, a
consideração a dose a posologia que constam na fim de atender à demanda;
receita e a concentração e o volume da  Coordenar o fluxo de maneira que seja
apresentação farmacêutica. aplicado um mínimo de investimento, sem
afetar a operacionalidade da empresa;
Ex.:  Comprar materiais e insumos pelos menores
Informação da receita: preços, obedecendo a padrões de quantidade
 Fluoxetina gotas (20mg/ml): usar 20 gotas definidas.
uma vez ao dia.  Procurar sempre dentre de uma negociação
Informação do produto: justa e honesta, as melhores condições para
 Frasco contendo 20ml, em que 20 gotas a empresa, sobretudo quanto a condições de
correspondem a 1ml. pensamentos.
Calculo: Comprar bem é um dos principais meios para a
 O paciente usara 20 gotas redução dos custos hospitalares. Isso significa
verificar cuidadosamente preços, prazos e
qualidades do material e do serviço. A seleção de
fornecedores é considerada ponto chave no
processo de compra. A potencialidade do
fornecedor deve ser confirmada, assim como suas
instalações e seus produtos. É importante
estabelecer critérios para o cadastramento de
fornecedores, assim como são recomentados
visitas periódicas e programadas de auditoria, em
especial no caso de fornecedores que interferem
com a qualidade dos serviços prestados pelo
hospital.

Princípios
Autoridade para comprar, registro de compra,
registro de preço, registro de estoque e consumo,
registro de fornecedores, arquivos de
especificações e arquivos de catálogos.
Atividade:
1. Pesquisa de fornecedores: estudo do 4. Análise do Custo e do preço: Estudo
mercado, estudo dos materiais, analise dos comparativo de materiais similares (análise
custos, investigação das fontes de farmacoeconômico); análise de custo e da
fornecimento, desenvolvimento de fontes de margem de lucro do fornecedor;
materiais alternativos; 5. Análise das embalagens e do transporte:
2. Aquisição: conferencia de requisição, análise efeito da localização dos fornecedores sobre o
das cotações, decisão sobre compras por meio custo; métodos alternativos de despacho; e
de contratos ou no mercado aberto, entrevista sugestões de alteração de embalagens;
com vendedores, negociação de contratos, 6. Análise administrativa:
efetivação das encomendas e de compras, e  Controle de formulário: Análise de
acompanhamento de recebimento de organização e método; simplificação do
materiais; trabalho; uso de processamento eletrônico de
3. Administração: manutenção de estoques dados e elaboração de relatórios
mínimos, transferência de materiais, evitar
excessos e obsolescência de estoques,
padronização de todos os aspectos possíveis.
4. Diversos: estimativa de custo, descarte de
materiais desnecessários, obsoletos ou
excedentes, preservação das relações
comerciais recíprocas.
Organograma
1. Chefe de compras: Subordina-se ao gerente Qualificação de compradores
de materiais ou suprimentos; estuda e analisa O profissional responsável pelas compras deve
as solicitações de compras; coordena apresentar as seguintes características:
pesquisa de fornecedores e coleta preços;  Ter experiência na área; ter escolaridade de
organiza concorrência e estuda os respectivo nível superior (desejável) formação em farmácia
resultados; mantém contato com fornecedores; ou em administração hospitalar; conhecer as
solicita testes de qualidade de materiais e características de medicamentos e correlatos;
medicamentos; presta assessoria as varias saber ouvir os argumentos apresentados pelos
seções com informações e soluções técnicas; vendedores; estar identificados com a politica e o
controla prazo de entrega e elabora previsão padrão de ética definidos pelo hospital, como,
periódica de compras. exemplo, manutenção de sigilo em negociações
2. Acompanhador de compras (Follow-up): que envolvam mais de um fornecedor, ser
acompanha, documenta e fiscalizas as dotado de iniciativa e visão de oportunidade de
encomendas e observância aos respectivos novos negócios que vissem à economia das
prazos de entregas, informa ao comprador o finanças do hospital.
resultado do acompanhamento e efetua
cancelamento, modificações e pequenas Solicitação de compras
compras conforme determinação da chefia. É o documento que autoriza o comprador a
executar uma compra. Informa o que se deve
Função de pesquisa comprar, a quantidade, o prazo de entrega, o local
A pesquisa é o elemento fundamental da de entrega e, em casos especiais, os prováveis
operação de compras cabem a ela as funções a fornecedores.
seguir:
1. Estudo dos materiais: avaliação das Cotação
necessidades da empresa para períodos que É o registro do preço obtido da oferta de vários
variam de um a dez anos; tendência a curto e fornecedores em relação ao material cuja compra
longo prazo das ofertas e demandas; foi solicitada não deve ter rasuras e deve
tendência de preço; melhorias tecnológicas e apresentar o preço, a quantidade e a data do
perspectivas para possíveis substitutos e recebimento na seção de compras.
desenvolvimentos de padrões e Deve-se manter a cotação sempre à mão para
especificações. eventuais consultas e análises de auditoria e,
2. Análises econômicas: efeitos do ciclo também, para melhor visualização dos dados, a
econômicos sobre os materiais comprados; serem transcritos num mapa, o qual e copia das
tendência dos preços gerais; influência das cotações recebidas.
variações econômicas sobre fornecedores e Condições mais usuais oferecidas pelos
concorrentes; fornecedores por meio de propostas:
3. Análises econômicas: Qualificação dos  As propostas ficam sujeitas a confirmação;
fornecedores ativos em potencial; estudo das  Os preços indicados são liquidas, para
instalações dos fornecedores; avaliação de entregar na fábrica;
desempenho e análise da condição financeira;
 Em caso de atraso na entrega sem culpa do  Prazo: o setor de compras deve divulgar o
fornecedor, as datas do pagamento tempo preciso para completar, o processo
permanecerão as mesmas. de compras, de modo que se evitem
problemas de abastecimento;
Pedidos de compras  Frete;
É o contrato formal entre a empresa e o  Embalagens;
fornecedor, devendo representar todas as  Condições de pagamentos e descontos,
condições e característica da compra
estabelecida. O pedido de compra aceito pelo Fontes de fornecimento
fornecedor implica o atendimento de todas as Incluem-se entre os fornecedores de um hospital:
condições estipuladas como: laboratórios farmacêuticos, distribuidoras de
 Especificações; medicamentos, fabricantes e distribuidoras de
 Quantidade; correlatos (chamados de cirúrgico).
 Frequência de entregas; Os fornecedores podem ser selecionados e
 Prazos; avaliados quanto aos seguintes aspectos:
 Preço;  Preço;
 Local e horário de entrega.  Qualidade;
No pedido de compras de hospitais, é comum  Condições de pagamento;
constarem as condições da compra, como a  Condições de embalagem e transporte;
seguir:  Cumprimento dos prazos de entrega
estabelecidos;
1. Mercadorias devem ser entregues no prazo  Manutenção dos padrões de qualidade
combinado. O não comprimento garante o estabelecida;
direito de cancelar o pedido de compra, total  Politicas de preços determinados;
ou parcial, sem prejuízo de nossa parte;  Assistência técnica;
2. Todo material deverá estar de acordo com o  Atendimento;
pedido, e sua aceitação está sujeitas à  Programa de qualidade.
aprovação de nossa inspeção. Qualquer E importante acentuar que a seleção além de
despesa de transporte, em casos de rejeição, obedecer a uma mistura desses critérios, deve
ficará por conta do fornecedor; seguir os preceitos legais, possíveis de alteração
3. Reservamo-nos o direito de recusar, à custo por lei, portaria ministeriais, resoluções e outros
do fornecedor, qualquer parcela do material dispositivos legais que regulamentam o comércio
recebido em quantidade superior ao pedido; farmacêutico e correlato.
4. A presente encomenda não poderá ser
efetuada por preços mais altos do que os
estabelecidos;
5. Não será aceitos responsabilidades de
pagamento referentes a transportar,
embalagens, seguros etc.
6. Fica entendido que o fornecedor será
considerado responsável por qualquer
obrigação ou ônus decorrente da venda de
qualquer produto que viole leis, decretos ou
direitos de patentes;
7. Não assumimos nenhuma responsabilidade
por mercadorias cuja entrega não tenham sido
devidamente autorizada por um pedido de
compras aprovadas.

Acompanhamento de compras (Follow-up)


Um comprador deve manter um arquivo para
registrar a ``vida´´ do produto, controlando todas
as fases do, processo de compra, as variações de
preço, as modificações das quantidades
solicitadas, as entregas recebidas e o
cumprimento das condições acertadas.

Controle de qualidade e inspeção


São condições importantes para o processo de
compra:
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
É a constituição de uma relação básica de
produtos que atendem aos critérios propostos pelo
MS. Para programar a seleção de medicamentos
faz-se necessário a instalação de uma CFT que é
uma equipe multidisciplinar composta por
médicos, enfermeiros, farmacêuticos,
administradores e demais profissionais envolvidos.
A seleção de antimicrobianos e germicidas deve
ser realizada com a participação da comissão de
controle de infecção hospitalar (CCIH).
A padronização facilita os processos de
aquisição, armazenamento, distribuição e
gerenciamento do estoque, pois racionaliza a
quantidade de itens,
Apenas os produtos inclusos na relação de
medicamentos padronizados são adquiridos de
forma programada pelo hospital, estando
consequentemente disponível para uso, ao
contrário dos medicamentos não padronizados
que passam por um processo de compra
especifica.
Objetivos:
 Racionalização do uso de medicamentos;
 Adquirir somente produtos com valor
terapêutico comprovado;
 Diminuir o número de medicamento em
estoque;
 Aumentar seu controle e agilizar a
dispensação;
 Racionalizar espaços de armazenamento;
 Viabilizar a distribuição pelo sistema de dose
unitária.
Constituindo os estoques das farmácias
hospitalares, esse tipo de relação objetiva o
atendimento médico hospitalar de acordo com as
necessidades e peculiaridades de cada instituição.
Assim, os itens selecionados devem ser de amplo
aproveitamento, desde que seja de forma
equilibrada e qualitativa. Tais medidas acarreta o  Vantagens terapêuticas (para casos em que
uso racional, proporcionando como vantagens: já exista similar ou equivalente padronização,
 Reduzir o custo terapêutico sem prejuízo para destinado ao mesmo fim).
a segurança e a eficácia dos medicamentos;
 Racionalizar o número dos medicamentos, 1ª farmácia:Estes dados devem ser
com consequente redução dos custos de encaminhados ao serviço de informações sobre
aquisição do arsenal terapêutico; medicamentos (SISM)/farmácia hospitalar, que
 Facilitar as atividades de planejamento, verificará se todos os critérios e normas de
aquisição, armazenamento, distribuição e inclusão definidos pela CFT estão sento
controle dos medicamentos; respeitados e fará a revisão bibliográfica, bem
 Disciplinar o receituário médico-hospitalar e como a análise econômica da solicitação,
uniformizar a terapêutica; indicando o possível incremento de gastos com a
 Aumentar a qualidade da farmacoterapia e inclusão do medicamento na padronização.
facilitar a vigilancia farmacológica; 2ª avaliação médica: Após análise do SISM, este
 Disciplinar a inclusão ou exclusão de envia a solicitação ao médico consultar a classe
medicamentos quando necessário; que ele emita seu parecer a respeito;
 Possibilitar o uso de uma mesma linguagem 3ª oficialização pela CFT: O ultimo passo é a
(nome genérico) por todos os membros da apresentação do processo para a CFT, que
equipe de saúde; oficializará a decisão final sobre o assunto. Caso
 Propiciar a sistematização de informações seja aprovada a inclusão, esta contará no manual
sobre o arsenal terapêutico. farmacêutico.
Nota: Antes do produto ser efetivamente colocado
Prescrição de medicamento não padronizado em estoque, para dispensação, ainda será
Normas: necessário que sejam obedecidos os seguintes
 Conhecimento da padronização. O medico requisitos:
deve estar ciente de que o medicamento que  Cadastramento do fornecedor: Se o
ele está prescrevendo não é padronizado no fornecedor do produto em questão
hospital. Para isso terão disponível o manual (fabricante/distribuidores/etc.) não for
farmacêutico disponibilizado na intranet. cadastrado no hospital deverá ter suas
 O hospital terá um prazo de 12 horas para a instalações inspecionadas (através da
entrega do medicamento. farmácia hospitalar) a fim de verificarem-se as
Para providenciar medicamento não padronizado. mesmas estão dentro dos padrões
Farmacêutico aborda médico: estabelecidos pelo programa oficial)
 Informa norma/critérios da padronização de pertinente.
medicamentos e sugere alternativa Critérios:
terapêutica.  Evitar multiplicidade de princípios ativos
 Médico acata sugestão e substitui o destinados ao mesmo fim (a inclusão de um
medicamento: medicamento devera estar sempre atrelado à
Ou possibilidade de exclusão de um representante
 Médico não aceita sugestão e solicita compra de classe, anteriormente padronizado).
do item.  Padronizar medicamentos de fornecedores
Farmacêutico indaga sobre necessidade de que já tenham passado pela avaliação técnica;
padronização. Caso o médico julgue necessário a  Padronizar prioritariamente medicamentos
sua padronização, deve seguir as normas de com sistema que garanta sua rastreabilidade
inclusão na padronização de medicamentos. (data matriz);
 Evitar, sempre que possível, as associações
Inclusão na padronização de medicamentos medicamentosas, priorizando medicamentos
Normas: com um único principio ativo, em que o médico
Preenchimento do formulário de inclusão: possa associar os medicamentos
 A solicitação de inclusão deverá ser feita considerando necessários nas doses
através do preenchimento do formulário de convenientes para cada caso.
inclusão de medicamento na padronização, A padronização de associações de fármacos só
onde o solicitante deverá expor os motivos se justifica quando:
pelos quais está encaminhando esta 1. A documentação clinica justifica o uso
solicitação. Além disso, devem estar anexadas concomitante de mais de um fármaco;
ao formulário referências bibliográficas de 2. O efeito terapêutico da combinação é maior
origem reconhecida e independente, que a soma dos efeitos de cada um
confirmando a justificativa e mostrando: isoladamente;
 Eficácia/segurança do medicamento em 3. O custo da combinação é menos que a soma
questão (para os casos em que não há dos custos dos vários produtos em separado;
similar ou equivalente padronizado). 4. Facilitar a posologia para o paciente.
 Resguardando-se a qualidade, padronizar os rotina: O farmacêutico é acionado e faz a
medicamentos, levando-se em consideração verificação das condições do medicamento
o menor custo de aquisição, armazenamento, conforme rotina institucional.
dispensação e controle;
 Padronizar formas farmacêuticas, Classificação dos medicamentos em função
apresentações e dosagens considerando o dos riscos potenciais de teratogenicidade
menor custo de aquisição, armazenamento, Nenhum medicamento está isento de risco,
dispensação e controle; independente da via de administração. O efeito
 Padronizar formas farmacêuticas, potencial dos medicamentos sobre o feto e
apresentações e dosagens considerando: neonato varia de acordo com a idade gestacional.
comodidade de administração aos pacientes; Portanto, deve-se valorizara relação risco-
faixa etária; facilidade para calculo de dose a beneficio, considerando que o fato de não tratar
ser administrada, facilidade para determinada patologia pode ser tanto ou mais
fracionamento ou multiplicidade das doses. perigoso para o feto que o medicamento em
questão. O FDA estabeleceu 5 categorias para
indicar o potencial de teratogenicidade do
medicamento:

Exclusão da padronização de medicamentos


Critérios:
 Medicamentos que tiveram sua
comercialização proibida ou descontinuada por
órgão competente;
 Medicamento que poderão ser substituídos
com vantagens, quando da inclusão de outro
fármaco; Para indicar o potencial de teratogenicidade dos
 Consumo, em período considerado, que não medicamentos padronizados neste hospital e que
justifique a padronização. não foram classificados pelo FDA (muitos não
comercializados nos EUA), usamos as
Medicamentos importados informações sobre teratogenicidade publicadas na
O hospital possui alguns medicamentos literatura para adaptá-las as categorias definidas
importados padronizados em que são adquiridos pelo FDA. Estes medicamentos estarão indicados
por importação direta e que, em virtude de com a letra correspondente à classificação do
alternação na legislação regulamentadora deste FDA mais um asterisco.
tipo de comercialização por parte da secretaria
nacional de vigilância sanitária do ministério da
saúde do Brasil, não podem ter a garantia total e
constante manutenção de seu estoque. Por este Figura 10: Os dois asteriscos (**) indicam que a informação
motivo, poderão eventualmente sofrer não foi localizada.
desabastecimento ou mesmo serem retirados da
lista de padronizados. Classificação dos medicamentos em função
As eventuais prescrições de medicamentos da amamentação
importados não padronizados que, não têm O aleitamento materno é o principal meio de
registro nem autorização do ministério da saúde nutrição do recém-nascido e atualmente é
para comercialização no país, serão avaliadas preconizado como a alimentação exclusiva do
pelo farmacêutico que orientará o paciente quanto lactante até 6 meses de idade, dados os
aos trâmites para viabilizar sua importação. benefícios em termos do binômio mãe-filhos,
prevenção de alergia, infecções e distúrbios
Uso de medicamentos não dispensados pelo nutricionais. Pela possibilidade de passagem de
hospital substância presentes no organismo materno para
O hospital, através da comissão de farmácia o RN e lactente através do leite materno devemos
terapêutica, mantém em seu estoque, dentro de estar atentos para a repercussão de
padrões técnico necessários e sob medicamentos usados pela mãe que podem afetar
responsabilidade da farmácia, os produtos o bebê. Varias fontes compilaram dados da
constantes da relação de medicamentos no HIAE. literatura médica que podem nos auxiliar a
Se, por qualquer motivo, um paciente trouxe identificação de quais drogas é passível de uso
consigo um medicamento para ser administrado durante a amamentação, porém até o momento
no hospital, este procedimento poderá ser não dispomos de uma referência completa, que
realizado mediante cumprimento da seguinte abranja todas as drogas usadas no Brasil e
exterior e que conte com um mecanismo de Para os medicamentos injetáveis, ou seja,
atualização dinâmica. Disponibilizamos de aqueles medicamentos em que há descrito
maneira simples, informações sobre essa relação, como reações adversas associação ao rico
com o objetivo e auxiliar o profissional e condutas de desenvolvimento de flebite.
referentes aos medicamentos padronizados na
instituição. Como as drogas estão classificadas e
relação á amamentação.

Figura 11: O símbolo ao lado do código indica que há


alguma observação relativa à amamentação.

Indicação de medicamentos com risco de COMISSÃO DE FARMACIA TERAPÊUTICA


flebite (CFT)
A flebite é caracterizada por uma inflamação na É a junta deliberativa designada pela diretoria
íntima de uma veia caracterizada que em geral clínica com a finalidade de regulamentar a
está associada a dor, eritema, endurecimento do padronização dos medicamentos usados no
vaso ou presença de cordão fibroso. Vários receituário hospitalar.
fatores têm sido associados ao desenvolvimento  Objetivo: Padronizar a lista de medicamentos,
desta complicação. Estes fatores causais são divulgar, alterar e elaborar estudos; registrar
classificados em físicos, químicos e infecciosos informações e manter arquivo da
tais como: documentação pertinente.
1. Flebite mecânica: Inflamação da parede do
 Critérios:
vaso causada por estimulação mecânica,  Padronizar medicamentos pelo nome
principalmente relacionada à utilização de genérico, conforme a DCB;
cateteres de tamanho inapropriado para o  Padronizar medicamentos com único
tamanho do vaso e fixação inadequada do princípio ativo, excluindo-se, sempre que
cateter. possível, as associações.
2. Flebite química: Inflamação da parede do
 Padronização de medicamentos que
vaso decorrente de administração de
resguardem a qualidade, considerando o
substância irritante, medicações não diluídas
menor custo, armazenamento, dispensação e
apropriadamente, administração de drogas controle;
com pH baixo, infusão muito rápida de  Padronizar, formas farmacêuticas que
substâncias e presença de partículas na permitam a individualização na distribuição;
solução.  Padronizar formas farmacêuticas,
3. Flebite bacteriana: inflamação da parede do
apresentação e dosagem, considerando:
vaso associada à contaminação
 A comodidade de administração aos
microbiológica.
pacientes;
 Alguns aspectos podem influenciar o  A faixa etária da clientela;
desenvolvimento de flebite:  A facilidade para cálculo das doses
 Material do cateter e calibre, a inserção, usualmente ministrada;
tempo de permanência do cateter, fatores  A facilidade de fracionamento ou
intrínsecos ao pacientes ao paciente, como multiplicação de doses.
idade, condição da rede venosa, local da
punção, vulnerabilidade biológica individual Estrutura da CPM
e aspecto relacionadas aos medicamentos e Tem uma estrutura básica, garantindo um caráter
formas de infusão tais como; pH, velocidade multidisciplinar e dinâmico ao processo de seleção
de infusão, concentração e osmolaridade da de medicamentos.
solução a ser infundida: Desta forma, nesta Devem ser compostos de:
edição do manual farmacêutico incluímos o  1 Médico que atuara como presidente;
 1 Médico de cada especialidade;
ícone indicativo de risco de flebite.
 1 Membro da comissão de controle de
infecção hospitalar (CCIH);  Dos membros da comissão:
 1 Farmacêutico;  Comparecer às reuniões convocadas;
 1 Enfermeiro.  Colaborar com os trabalhos da comissão
O farmacêutico deve ser o secretário da quando solicitado pelo presidente.
comissão os demais membros não devem ser
escolhidos em função de motivação e experiência Instruções gerais
na área de terapêutica e farmacológica. A equipe  A CFT deve subordinar-se à diretoria clínica;
de saúde deve ser rotineiramente comunicada das  Os membros serão designados pelo diretores
decisões da CFT por meio de reuniões ou clínicos;
informativos é recomendável que a CFT se reúna  O presidente é eleito por seus pares na
pelos menos 6 vezes ao ano. primeira reunião da comissão;
 O diretor clínico designa o farmacêutico, como
Competência membro nato da CFT, o qual desempenhará,
Cabe à CFT: entre outras funções a de secretário executivo;
 Estabelecer critérios para inclusão e exclusão  O mandato dos membros da CFT corresponde
de medicamentos; ao período de mandato da diretoria clínica do
 Elaborar a lista de medicamentos hospital;
padronizados, divulga-la periodicamente e  A CFT deve reunir-se a cada 30 dias, ou
determinar seu uso como instrumento básico quando necessário, para avaliar solicitações
para prescrição médica; de inclusão ou exclusão de medicamentos;
 Rever e atualizar a lista de medicamentos  Para cada reunião realizada, deve ser lavrada
padronizados anualmente; ata subscrita pelos presentes;
 Estudar os medicamentos do ponto de vista  As resoluções da CFT terão caráter normativo
clínico, biofarmacêutico e químico, emitindo e deverão ser cumprida pela equipe de saúde;
parecer técnico sobre sua eficácia, como  Os casos omissos serão resolvidos pela
critério fundamental de escolha; diretória clínica, e reunião convocada para
 Registrar dados farmacológicos e clínicas esse fim.
relativas a novos medicamentos ou agentes
terapêuticos propostas para uso no hospital;
 Divulgar informações relacionadas a estudos
clínicos relativos a medicamentos incluídos e
excluídos;
 Servir como órgão assessor à equipe de saúde
e administração do hospital em assuntos
relacionados a medicamentos.

Atribuições
 Do presidente:
 Convocar e presidir reuniões da comissão;
 Dirigir os trabalhos da comissão;
 Indicar seu substituto entre os membros da
comissão;
 Representar a comissão perante a diretoria
clínica;
 Subscrever os documentos e a resolução da
comissão;
 Estabelecer a ordem do dia para as reuniões
ordinárias e extraordinárias;
 Distribuir as tarefas para os membros da
comissão.

 Do secretário:
 Registra e atas as resoluções da comissão;
 Receber e expedir a documentação da
comissão;
 Manter arquivos de documentação;
 Registrar em fichas individuais, para cada
medicamento padronizado, informações
pertinentes às ocorrências relativas a seu
uso.
 Referencias bibliográfica: uso, preparação,
estabilidade, administração e embalagem do
produto;
 Validade: projeção razoável e racional da
validade do produto;
 Quantidade dispensada: equivalente ao
prazo de validade do produto;
 Correto armazenamento do produto por parte
do paciente.

MANIPULAÇÃO
Os processos de manipulação devem ser feitos
por mão de obra especializada e acompanhada de
perto pelo farmacêutico responsável. Questões a
serem consideradas antes da manipulação de
uma prescrição:
 Racionalidade da prescrição: ingrediente,
intenção de uso, dose e modo de
administração;
 Propriedade físico-química, medicinal e uso
farmacêutico das substâncias prescritas;
 Absorção e via de administração adequada:
preparação do produto manipulado de acordo
com o proposito da prescrição;
 Excipiente adequado: risco de alergia,
irritação, toxicidade ou resposta organoléptica
indesejável do paciente;
 pH: ideal para maior estabilidade ou
adequação ao uso;
 Ingredientes da formulação: identidade
adequada do manipulador (cálculos
matemáticos, controle de qualidade: peso
médio, pH, observação visual);
 Equipamentos e ingredientes disponíveis: e
em quantidade suficiente;
CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES
Densidade
Densidade (d) é massa por unidade de volume
de uma substância. A densidade é normalmente
expressa como por centímetro cúbico (g/cc).
Como o grama é definido como a massa de 1cc
de água a 4ºC, a densidade da água é d 1g/cc.
Para nossos propósitos, é considerado que 1ml
pode ser usado como equivalente. A 1cc,a
densidade da água pode ser expressa como
1g/ml. Por outro lado, um mililitro de mercúrio
pesa 13,6g. Consequentemente, sua densidade
é de 13,6/ml. A densidade pode ser calculada
dividindo-se a massa elo volume.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
 Densidade =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
Assim, se 1ml de ácido sulfúrico pesam 18g,
sua densidade é:
18(𝑔)
 Densidade = = 1,8g/ml.
10𝑚𝑙
X = g em ml dado.

As concentrações de soluções muito diluídas são


expressas com base na RC. Como as
porcentagens de soluções ou preparações
líquidas. Por exemplo, 5% significa 5 partes por
100 ou usar o número inteiro 1 precedendo os
dois pontos : assim, 5:100 = 1:20. Por exemplo,
quando uma RC 1:1000 e usada para designar
uma concentração, ela é interpretada da seguinte
forma:
 Sólido em líquidos = 1g de soluto em 1000ml
de solução ou preparação líquida;
 Líquidos em líquidos = 1ml do componente
em 1000ml e solução ou preparação liquida
 Sólidos em sólidos = 1g de componentes em
1000g de mistura.
As razões e PC de qualquer solução ou mistura
de sólidos são proporcionais, podendo ser
facilmente convertidos uma nas outras pelo uso de
proposição.
 Cálculo de RC:
 Expresse 0,02% como uma RC;
0,02% 1 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒
= = 1:5000
100% 𝑥 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠
RC = 1: 5000.

 Expresse 1:4000 como uma PC:


4000 (𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠) 100%
= = 0,0025%
1 (𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒) 𝑥%
PC= 0,0025%.

RAZÃO DE CONCENTRAÇÃO (RC) Para alcançar uma RC para uma porcentagem, é


As concentrações de preparações farmacêuticas conveniente converter os dois últimos zeros da
muito diluídas (soluções peso-volume) razão para o sinal (%), alterar o valor
frequentemente são expressa em função de suas remanescente para uma fração comum, então,
RC. A RC constitui outra forma de expressar a expressar a fração decimal em porcentagem.
porcentagem da concentração.  1:100= 1/1% = 1%;
 1:200= ½ % = 0,5%;
 Uma solução 1% (p/V) é uma RC 1:100 (p/V) são  3:500= 3/5% = 0,6%;
equivalentes.  1:2.500= 1/25% = 0,04%;
 1:10.000= 1/100% = 0,01%.
A forma mais adequada de expressar a RC é Os problemas abaixo demonstram o cálculo da
atribuir 1, para o valor numérico do soluto. RC de uma solução ou preparação líquida,
Podemos fazer isso quando calculamos a RC quando o peso do soluto ou do componente é
estabelecendo-se uma proporção a partir dos dado num volume especifico de solução ou
dados: preparação líquida.
1𝑔 𝐱𝑔
=  Uma solução injetável contém 2mg de fármacos por ml
10000𝑚𝑙 100 𝑚𝑙 de solução qual é a RC (p/V) da solução.
2mg=0.002g
O x resulta em porcentagem: 0,002𝑔 1𝑚𝑙
= = 500ml
Resolvendo por proporção: 1𝑔 𝑥 (𝑚𝑙)
RC = 1:500.
1𝑔 𝐱𝑔
=  Qual é a RC (p/V) de um solução preparada por meio da
10000𝑚𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡 . 𝑚𝑙 dissolução de 5 comprimidos, cada um contendo de 2,25g
de cloreto de sódio, em água suficiente para preparar  Para converter a RC de um produto para mg/m, divida a
1800ml? RC por 1000.
2,25g x 5=11,25g de cloreto de sódio. 1:10000 (p/V) para mg/ml.
11,25𝑔 1800𝑚𝑙 10000 ÷ 1000 = 1mg/10ml.
= =160ml.
1𝑔 𝑥 𝑚𝑙
RC = 1:160.  Para converter as concentração de um produto
expressa em g/l para mg/ml, converta o numerador para
Ao resolver problemas nos quais os cálculos são mg e divida-o pelo número de ml do denominador.
Converta a concentração de um produto de 1g/250ml
baseados na RC, algumas vezes é conveniente
para mg/ml.
transformar a RC na correspondente 1000 ÷ 250 = 4mg/ml.
porcentagem.
 Quantos gramas de permanganato de potássio
deveriam ser usados para preparar 500ml de uma Miligramas por cento (mg%)
solução de 1:2500? O termo mg% expressa o número de mg da
substância por 100ml de líquido. Ele é usado para
1:2500 = 0,04% indicar a concentração de um fármaco ou
500g x 0,0004 = 0,2g substancia natural num fluido biológico, como o
sangue. Dessa forma, a afirmação de que a
Ou concentração de nitrogênio não-proteico no
sangue é de 30mg%, significa que cada 100ml de
1:2500 significa 1g em 2500ml de solução sangue contem 30mg de nitrogênio não-proteico.

2500ml= 1g Partes por milhão (ppm) e partes por bilhão


500ml = xg x = 0,2g (ppb)
As concentrações de solutos muito diluídas são
 Quantos mg de violeta genciana seria preciso para geralmente expressas em ppm, ou seja, o número
preparar a seguinte solução?
Solução de violeta genciana: 500ml
de um agente por 1 milhão ou 1 bilhão de partes
1:10000 do total.
Posologia: usar externamente, conforme indicado.
 A quantidade de flúor na água potável, usada para
1:10000 0,01% reduzir as cáries, frequentemente é de 1 parte de flúor
= = 0,05g ou 50mg. por 1 milhão de partes de água (1:1000000).
500𝑔 0,0001

Ou O conteúdo expresso em partes por milhão ou


10000𝑚𝑙 1𝑔 partes por bilhão também pode ser usado para
= = 0,050g ou 50mg. descrever a quantidade de traços de impureza em
500𝑚𝑙 𝑥𝑔
amostras e de elementos em amostras biológicas.

 Quantos mg de hexaclorofeno deveriam ser usados para Dependendo das formas físicas dos traços de
manipular a seguinte prescrição? substâncias e do produto final, uma concentração
Hexaclorofeno: 1:400 .
Pomada hidrofílica QSP: 10g . expressam em ppm ou ppb pode, teoricamente,
Posologia: aplique: ser calculada com base no p/V, volume-volume
(v/v) ou peso-peso (p/p). Em termos práticos, as
1:400 = 0,25% unidades de soluto e da solução são geralmente
10g x 0,0025 = 0,025g ou 25mg. consideradas iguais.

Ou  Expresse 5 ppm de ferro na água em PC e RC.


5 ppm = 5 partes em 1000000 de partes.
= 1:200000 RC;
1:400 significa 1g por 400g de pomada. = 0,005% PC
400𝑔 1𝑔
= x=0,025g ou 25mg.  A concentração de um aditivo numa ração animal é de
10𝑔 𝑥 (𝑔) 12,5 ppm. Quantas mg da sub stância deveriam ser
usadas para preparar 5,2kg de ração?
Conversão simples de concentrações para 12,5 ppm = 12,5g (sub stância) em 1kg ou 1000g de
mg/ml: Em algumas situações os farmacêuticos (ração).
1000𝑔 5,200𝑔
precisam converter rapidamente concentrações de =
12,5𝑔 𝑥𝑔
produtos expressas como porcentagem de X=0,065g = 65mg.
concentração, RC ou g/l para mg/ml.
 Para converter a PC de um produto para mg/ml,
multiplique a PC, expressa como um número inteiro, por
10.
4 x 10 = 40mg/ml.
A evolução dos mecanismos de CQ passou por
três fazes históricas:
 Era da inspeção;
 Era do controle estatístico;
 Era da qualidade total.
A GQ baseia-se nos princípios da qualidade total,
sendo necessário o controle de toda a cadeia
produtiva, deste a qualidade dos fornecedores até
os SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO
CONSUMIDOR (SAC), que a partir da lei de
defesa do consumidor 878/90 tornaram-se
obrigatórios.

Garantia da qualidade (GQ)


É uma estratégia de diferenciação e de
sobrevivência. Garantir a qualidade é primar pela
prevenção de defeitos, evitando qualquer
retrabalho. Deste modo, a manutenção e a
melhoria continuada qualidade permeia a redução
de custo, que por sua vez, é essencial num
mercado muito competitivo, enfim, a GQ é um
conjunto de ações sistematizadas necessárias e
suficientes para promover a confiança em que os
requisitos da qualidade de um produto ou serviços
sejam atendidos. Para a GQ, essas ações devem
estar harmoniosamente correlacionadas e serem
geridos como um todo, originando o que
conhecemos por gestão da qualidade.

CONTROLE DE QUALIDADE (CQ) Gestão da qualidade


Ao estudarmos o CQ nos deparamos com uma É o conjunto de atividades gerenciais que
disciplina que retém conceitos teóricos e determinam a politica da qualidade, seus objetivos
aplicações de varias áreas da ciência e responsabilidades implementos por meio do
farmacêutica, como química analítica, química planejamento, garantia controle e melhoria
orgânica, microbiologia, bioquímica e deontologia. contínua da qualidade. Gerenciamento da
O termo CQ aplicada a medicamentos, cosmético qualidade é o aspecto da função que determina e
e correlato é um atributo que vai além da esfera implementa a politica de medicamentos ou seja,
comercial da competitividade agregando valores as intenções, e direções globais relativas à
jurídicos, éticos e até culturais. qualidade formalmente expressa e autorizada pela
Devemos considerar a legislação referente ao administração superior da empresa. Na
CQ dos medicamentos, cosméticos e correlatos. fabricação, no fornecimento de medicamento, o
Várias resoluções e guias da ANVISA têm sido termo gestão de qualidade é um instrumento
publicas e outras revogadas. É importante lembrar fiscalizador e normadizador, servindo de
que as resoluções são documentos com poder de gerenciamento para uma infraestrutura apropriada
lei devem ser obedecidos, e guias são ou sistema de qualidade, englobando a estrutura
documentos que sugerem uma linha a ser organizacional, os procedimentos, os processos e
seguida, interpretado e até adaptada. os recursos.
Conjunto de atributos que se deseja para um  Ferramentas de gestão da qualidade: A
determinado produto. A satisfação das qualidade total é uma filosofia de gestão
expectativas do cliente e o cumprimento de baseada na satisfação dos clientes internos e
aspectos técnicos e de performance legalmente externos envolvidos na empresa, ou seja, é um
exigidos são dois fatores determinantes para o meio para atingir os objetivos e resultados
conceito. desejados, e como tal, faz uso de um conjunto
de técnicas e ferramentas integradas ao  Programa 5´S: A ferramenta 5´s não é apenas
modelo de gestão. Considerando a qualidade um programa, mas uma filosofia de vida. Com o
total, um sistema de qualidade eficiente deve objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais
conter com a efetiva de todos os envolvidos no agradável e seguro, algumas empresas vem
processo produtivo. aplicando os princípios japoneses do 5´S. este
 PDCA/SDCA: O ciclo foi muito difundido nas trabalho é considerado a base para se atingira
áreas de engenharia industrial. Trata-se de qualidade total mediante treinamento e
um método simples para organizar e conscientização. Os colaboradores são
sequenciar a busca por soluções de incentivados a implementarem ações de
problemas e melhorias de processos. melhorias para cada um dos princípios do 5´S.
 Plano: Primeiramente devemos fazer um 1. SEIRI = Organização e senso de uso;
plano onde deverão ser investigadas as 2. SETON = Arrumação e ordenação;
causas e consequências dos problemas. 3. SEISON = Limpeza;
Após o levantamento feito em cada área 4. SEIKETSO = Padronização;
levantando os principais pontos 5. SHITSUKE = Disciplina.
relacionados abaixo, é elaborado um plano Através do 5´S os colaboradores são envolvidos
para que o problema deixe de acontecer ou na melhorias de tudo o que os rodeia e rodeia
que pelo menos se possa isolar o problema. seu trabalho, são convidados a usar sua
 Problema: por que está acontecendo o criatividade e dar soluções pessoais e em grupo,
problema? Que são enfrentados pela para pequenas melhorias localizadas. Com isso,
empresa e alguma área; as pessoas começam a se sentir autorizadas a
 Causas: por que está acontecendo e gerar mudanças, a gostar de realizar mudanças,
problema? Tem a ver com material, e a tomar gosto por esta participação em
métodos, mão de obra, máquina, medida? melhorias que as afetam diretamente.
Tem origem em outras áreas? Quais? O 5´S assim como qualquer outro sistema de
 Consequências: o que irá acontecer se o gestão participativo o segredo do sucesso na
problema não for resolvido? Vai influir em implantação está ligada ao fato de as mudanças
outras áreas ou clientes? Quais? serem feitas por todos os envolvidos (desde o
 Soluções possíveis: quais são as soluções diretor até o faxineiro), criando assim um senso
possíveis para a resolução do problema? A de responsabilidade, que nos primeiros 4´S é
obtenção do maior número de informação moldado, e a disciplina é apenas a
depende de amigos, funcionários etc. após a consequência do gosto de participar em
sugestão deve ser feita uma análise decisões, por isso, todo cuidado é pouco,
criteriosa sobre todas as alternativas. devemos incentivar mas nunca impor, sob o risco
 Tempo estimado para a resolução do de não alcançar os objetivos.
problema: defina um temo certo para
resolve-lo;
O ciclo da PDCA possuía quatro letras que  Seis sigmas: Visa detectar e eliminar as
representam as seguintes palavras em inglês: causas dos erros ou falhas ocorridas durante
 P=Plan (plano): Consiste nas etapas acima; os processos, focalizando resultados
 D=Do (fazer): É o estagio de implementação relevantes aos clientes. É uma metodologia
do plano, onde é determinado o que fazer e inovadora centrada na eliminação dos
quem irá fazer e quando deverá agir. defeitos de processos dentro de uma
 C=Check (verificar): É o estágio onde as organização e quem o objetiva de
pessoas envolvidas para resolução do proporcionar aos seus clientes um
problema ou melhoria do método atuarão para serviço/produto, próximo da perfeição. O
saber se as medidas tomadas para eliminação termo 6 sigmas, representa a variação
do problema ainda estão sendo tomadas. mínima desejada no decorrer dos processos
 A=Action (ação): É o momento em que, que têm impacto sobre o cliente. Entende-se
percebendo que o problema (falha) voltou, assim que, ao reduzir a probabilidade de
tomam-se as medidas necessárias para folhas e defeitos é otimizada a relação com o
correção. cliente e consequentemente performance da
O ciclo da PDCA é sequencial, ou seja, cada vez empresa em termos operacionais e
que e chega à letra A, começa tudo de novo, na financeiros. Em termos práticos, as
letra P. organizações que desenvolvem sistema 6
Sempre que completamos um ciclo considera-se sigma na sua estrutura, tem como meta
que alguma melhoria no processo aconteceu. atingir 3,4 defeitos por cada milhão de
Portanto, toda vez que se roda o ciclo PCDA, oportunidades, assumindo-se uma
algum novo problema será descoberto e o oportunidade como todos os momentos em
processo (empresa) encontrará um novo nível de que uma empresa falhar durante um
excelência. processo. A aplicação desta metodologia
assenta na implementação de um sistema
baseado na mensuração e monitoria de  Imitando a ação dos neurotransmissores pela
processos, para que os desvios a ação agonista nos receptores pós e pré-
normalização, sejam evitados ao máximo, por sinápticos;
mais que as consequências nefastas que dai  Bloqueando a ação dos neurotransmissores ao
possa advir sejam igualmente evitadas. A nível dos receptores pós-sinápticos ou pré-
aplicação da metodologia passa pelas sinápticos, por competição farmacológica;
seguintes fases:  Inibindo as enzimas que inativam os
 Definição: Identificação de problemas e neurotransmissores.
processos;
 Medição: Caracterização atual e desejada SNA
do processo; O SNA junto com o sistema endócrino coordena a
 Análise: Estudo do impacto de cada regulação e a integração das funções corporais. O
variável sobre o processo; sistema endócrino envia sinais aos tecidos-alvos,
 Melhoria: Realização de experiência variando os níveis de hormônios na corrente
através de modelos matemáticos; sanguínea.
 Controle: Acompanhamento do processo O SN exerce a sua influência pela rápida
de melhoria. transmissão de impulsos elétricos nas fibras
Trata-se de uma metodologia que atravessa nervosas, ha liberação de substâncias
toda a empresa e requerem responsáveis cuja neurotransmissoras. Fármacos que produzem seu
responsabilidade passe unicamente pelo efeito terapêutico primário, mimetizando ou
desenvolvimento de melhorias contínuas. alterando as funções do SNA, são chamados
fármacos autonômicos. Esses fármacos
autonômicos atuam estimulando porções do SNA
ou bloqueando as ações dos nervos autônomos.
Os fármacos que afetam o SNA são divididos em
dois grupos, de acordo com o tipo de neurônio
envolvido no seu mecanismo de ação. Os
fármacos colinérgicos atuam em receptores que
são estimulados pela Noe e Epi. Os fármacos
colinérgicos e adrenérgicos atuam estimulando ou
bloqueando receptores do SNA.
 Neurônio colinérgico: A fibra pré-ganglionar
que termina na suprarrenal, o gânglio
autônomo e as fibras pós-ganglionares da
divisão parassimpática usam Ach como
neurotransmissor. A divisão pós-ganglionar
FARMACOLOGIA DO SNC simpática das glândulas sudoríparas também
O conhecimento hoje adquirido, sobre a estrutura usa ACh.
da sinapse, demonstra que ela pode explicar as Além disso, neurônios colinérgicos inervam os
ações de praticamente todas as drogas que agem músculos no sistema somático SS e também
no SNC e no SNA, com exceção, dos AL´s que desempenha função importante no SNC.
bloqueiam a condução axonal de forma seletiva.  Neurotransmissão: Envolve 6 etapas
Podemos classificar a ação das drogas em sequenciais:
colinérgicas e adrenérgicas através das várias 1. Síntese de ACh: A colina vai para o LEC
etapas em que elas atuam no ciclo dos para o citoplasma do neurônio colinérgico por
neurotransmissores. No nível dos um sistema carregador dependente de
neurotransmissores, podem exercer sua atividade energia que o transporta sódio e pode ser
nos seguintes pontos: inibido por hemicolinio. A captação da colina
 Interferindo na síntese do neurotransmissor; é o passo limitante da síntese de Ach. A
 Competindo com a via metabólica pertencente colina-acetiltransferase catalisa a reação da
à síntese do neurotransmissor; colina com a acetilcoenzima-A (CoA) para
 Bloqueando o sistema de transporte da formar Ach (um éster) no citosol. A acetil-CoA
membrana axonal; é originada da mitocôndria e é produzida pela
 Bloqueando o sistema de transporte da oxidação de piruvato e de ácidos graxos.
membrana das vesículas pré-sinápticas; 2. Armazenamento: A Ach é empacotada em
 Estimulando a liberação dos vesícula pré-sináptica por um processo de
neurotransmissores das suas vesículas de transporte ativo acoplado ao fluxo de prótons.
estocagem; A vesícula contém também ATP e
 Evitando a liberação dos neurotransmissores; proteoglicano. A cotransmissão nos
neurônios autônomos é uma regra, não a
exceção. Significa que a maioria das
vesículas contém o neurotransmissor primário
(a Ach), e o cotransmissor que aumenta ou
diminui o efeito de neurotransmissor primário.
Os neurotransmissores em vesículas são
chamados varicosidades.
3. Liberação: Um potencial de ação, propagado
por canais de sódio voltagem-dependentes,
chega ao terminal nervoso, abrem-se canais
de cálcio voltagem-dependente de cálcio
intracelular. Níveis altos de cálcio promovem
a fusão das vesículas sinápticas com a
membrana celular e a liberação de seu
conteúdo no espaço sináptico. A toxina
botulínica pode inibir essa liberação.
4. Ligação da Ach ao receptor: A Ach liberada
das vesículas sinápticas difunde-se através
do espaço e se liga a um dos dois receptores
pós-sináptico na célula-alvo, ao receptor pré-
sináptico na membrana do neurônio que
liberou a ACh a outros receptores alvos pré-
sinápticos. Os receptores pós-sinápticos
colinérgicos na superfície dos órgãos efetores
são divididos em duas classes.
 Os RECEPTORES NICOTÍNICOS são
ionotrópicos, são canais iônicos de Na/K Figura 12: Via de síntese, armazenamento, liberação e
ativados pela Ach. degradação de Ach e agentes farmacológicos que atuam
 Os RECEPTORES MUSCARÍNICOS são sobre essas vias. (1) neurônio colinérgico; (2) fenda
sináptica; (3) célula pós-sináptica. (a) vesamicol; (b)
metabotrópicos em que o efeito final é hemicolina; (c) toxina botulínica; (d) SMLE (auto-anticorpo);
dependente de segundos mensageiros. (e) inibidores da Ache.
A ligação ao receptor leva a uma resposta
fisiológica no interior da célula, como o inicio SNC
de um impulso nervoso na fibra pós- A maioria dos fármacos que atuam no SNC altera
ganglionar ou a ativação de enzimas alguma etapa do processo de neurotransmissão.
específicas nas células efetora mediadas por Podem atuar pré-sinapticamente influenciando a
moléculas segundo mensageiras. produção, o armazenamento, a liberação ou o
término da ação dos neurotransmissores. Outros
fármacos podem ativar ou bloquear os receptores
pós-sinápticos.
5. Degradação do neurotransmissor na fenda
sináptica: O sinal no local efetor pós-juncional
termina rápido devido à hidrólise da Ach pela
AChE formando colina e acetato na fenda
sináptica.
6. Reciclagem de colina e acetato: A colina
pode ser recortada pelo sistema de transporte
de alta afinidade, acoplado ao sódio, que a
leva de volta para o interior do neurônio, onde
ela é acetilada a ACh e armazenado até ser
liberada por um potencial de ação
subsequente.
 Precauções: Antes de usar um medicamento,
é importante estar preparado para lidar de
forma segura com qualquer dos efeitos
adversos.
 Efeitos adversos: É um risco inevitável do
tratamento medicamento. Embora seja
impossível ter um conhecimento de todos os
efeitos adversos do medicamento, os clínicos
prescrevem por estar familiarizados com os
mais comuns, bem como com as
consequências médicas mais graves.
 Efeitos colaterais: Podem ser explicados por
suas interações com vários sistemas de
neurotransmissores, tanto no cérebro quanto
em regiões periféricas. Os medicamentos
psicotrópicos mais antigos, por exemplo,
produzem efeitos anticolinérgicos ou se ligam
a receptores dopaminérgicos, histaminérgicos
e adrenérgicos. Os agentes mais novos
costumam ter uma atividade mais especifica
sobre os neurotransmissores ou uma
combinação de efeitos que os torna mais bem
toleradas que os agentes mais antigos.

Hipnóticos e sedativos
Um fármaco hipnótico-sedativo indica que ele
tem a capacidade de produzir sedação ou de
incentivar o sono. Para um fármaco sedativo
(ansiolítico) ser efetivo ele precisa exercer um
efeito calmante. Um fármaco hipnótico deve
produzir sonolência e estimular o início e a
manutenção de um estado de sono. Os efeitos
hipnóticos envolvem uma depressão mais
pronunciada do SNC.
Os hipnóticos e os sedativos produzem sedação
e incentivam o sono. Para ser efetivo um fármaco
sedativo deve reduzir a ansiedade e exercerem
efeitos calmantes. Um hipnótico deve causar
sonolência e estimular o início do estado do sono.
Agentes dessa classe, como os
benzoadizepinas, são usados para produzir
sedação e amnésia antes ou no decorrer de
procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos, outros
como os barbitúricos, são usados em altas doses
para induzir ou manter a anestesia cirúrgica.

PSICOTRÓPICOS  Farmacocinética: A taxa de absorção oral dos


Deste 1950 os medicamentos usados para tratar hipnótico-sedativos difere, dependendo de
transtornos psiquiátricos figuram entre a classe de fatores, incluindo lipofilicidade. Todos os
medicamentos mais prescritos. A eficácia do hipnóticos-sedativos atravessam a barreira
psicoativo é apenas parcialmente previsível e placentária durante a gravidez. Se forem
depende das propriedades e da biologia do administradas durante o período pré-parto,
paciente. podem contribuir para a depressão das
 Reações e efeitos adversos: Geralmente, os funções vitais do recém-nascido.
medicamentos psicotrópicos são seguros,  Reações adversas: As reações adversas
sobretudo em curta duração. mais comuns são: sonolência, letargia e
ressaca. Coma e até morte, causadas pela
depressão dos centros medulares vitais do GABA pelo receptor. Os benzodiazepínicos não
cérebro, resultam da superdose. O uso afetam os receptores para outros aminoácidos.
prolongado, mesmo em doses terapêuticas, O Diazepam e o Alprazolam são usados para
pode causar dependência física e psíquica. A aliviar a ansiedade, depressão e à esquizofrenia.
retirada abrupta desses fármacos pode Pelo possível desenvolvimento de tolerância. O
resultar em síndrome de abstinência, uso dos benzodiazepínicos deve ser intermitente.
caracterizada por convulsões e delírio, Para o tratamento da insônia é usado
podendo ocorrer come e também morte. a benzodiazepínico como Estazolam, o
intoxicação é tratada por indução ao vômito, se Flurazepam, o Quazepam, o Temazepam, o
possível, se não, por lavagem estomacal e Triazolam, e o Zolpidem. Podem ser
manutenção da respiração e circulação administrados por via oral, transmucosa,
adequada. intravenosas e intramusculares. Eles facilitam o
início do sono e aumentam a duração global do
Ansiolítico sono. O flurazepam é de duração longa, que
A ansiedade é um estado desagradável de facilitam o início e a manutenção do sono e
tensão, apreensão e inquietação, um medo de aumenta sua duração. O Triazolam é de início
origem às vezes desconhecida. Os sintomas rápido, que diminui o tempo necessário para o
físicos da ansiedade são similares aos do medo e sono. O Clonazepam é usado para efeito
envolvem a ativação simpática. Os sintomas da antiepilético, porque os efeitos anticonvulsivantes
ansiedade intensa crônica e debilitante podem ser não são acompanhados de comprometimento
tratados com fármacos ansiolíticos ou com alguma psicomotor.
forma de tratamento comportamental ou psíquica, O uso crônico de benzodiazepínicos induz o
como muito dos fármacos ansiolíticos causam desenvolvimento de tolerância, que se manifesta
alguma sedação, eles, com frequência funcionam na forma de uma redução na eficácia dos
tanto como ansiolíticos quanto hipnóticos, além benzodiazepínicos.
disso, alguns têm atividades anticonvulsivantes. Os benzoadizepinas são usados como
Os fármacos ansiolíticos são usados no ansiolíticos, sedativos, antiepiléticos, relaxante
tratamento dos sintomas da ansiedade, e os muscular, bem como para a ansiedade associada
fármacos hipnóticos são usados no tratamento da a alguma forma de depressão e esquizofrenia. Os
insônia. Apesar dos objetivos clínicos serem benzoadizepinas facilitam o inicio do sono e
diferentes, as mesmas drogas são frequentemente também aumentam a duração global do sono.
usadas para ambas as finalidades, variando-se  Efeitos adversos: Podem ser divididos em:
somente a dose para cada fim. efeitos tóxicos decorrentes da superdosagem
aguda; efeitos adversos que ocorrem durante
o uso terapêutico normal; tolerância e
dependência.
 Toxidade aguda: A super dosagem aguda
são consideravelmente menos perigosa que
outros ansiolíticos/hipnóticos na
superdosagem causam soo prolongado sem
depressão grave da respiração ou da função
cardiovascular. No entanto, na presença de
outros depressores do SNC, particularmente
o álcool, eles pode causar depressão
respiratória grave ou até que ameaça a vida.
.

Benzodiazepínicos  Efeitos colaterais durante o uso


São fármacos mais usados como ansiolíticos e terapêutico: os efeitos colaterais principais
hipnóticos, não exercem efeitos antidepressivos. são sonolência, confusão, amnésia e
Eles substituíram os barbitúricos e o meprobamato comprometimento da coordenação, o que
no tratamento de ansiedade por serem fármacos afeta consideravelmente as habilidades
mais seguros e eficazes. manuais, como o desempenho ao volante.
Os benzodiazepínicos atuam seletivamente nos Intensificam os efeitos depressores de outros
receptores GABAa que medeiam a transmissão fármacos, incluindo o álcool, num modo mais
sináptica inibitória em todo o SNC. Os somatório.
benzodiazepínicos intensificam a resposta GABA  Tolerância e dependência: ocorre tolerância
facilitando a abertura de canais de cloreto ativado com todos os benzodiazepínicos, assim como
pelo GABA. Eles se ligam especificamente a um dependência, que é seu principal
sítio regulatório do receptor, e atuam inconveniente. Eles produzem dependência
alostericamente, aumentando a afinidade do em indivíduos normais e em pacientes,
suspender abruptamente o tratamento com  Efeitos adversos: além do risco de
benzodiazepínicos depois de semanas ou superdosagem perigosa, as principais
meses causa aumento dos sintomas de desvantagens dos barbitúricos residem no fato
ansiedade, juntamente com tremores, tonturas, de que induzem um alto grau de tolerância e
perdas de peso e sono perturbado devido ao de dependência, e induzem à síntese do
aprofundamento do sono REM. Com o citocromo P-450 hepático e das enzimas de
diazepam, os sintomas da retirada podem conjugação. Aumentam a velocidade de
demorar até 3 semanas para se tornarem degradação metabólica de muitas outras
aparentes. O triazolam, um fármaco de ação drogas dando origens a varias interações
muito curta e que já não é usado, o efeito da farmacológicas potencialmente incomodas.
retirada ocorria em algumas horas, mesmo  Tolerância: consiste numa diminuição da
depois de uma dose única, produzindo insônia responsabilidade a determinada droga após
no inicio da manhã e ansiedade durante o dia, exposição repetida, constitui uma
quando fármaco era usado como hipnótico. Os característica comum dos
sintomas de abstinência física e psicológica sedativos/hipnóticos. A tolerância ocorre pelo
tornam difícil para os pacientes deixar de metabolismo da droga no caso dos
tomar benzodiazepínicos, mas o desejo barbitúricos, e devido a infra-regulação dos
compulsivo, que ocorre com muitos fármacos receptores de benzodiazepínicos no cérebro.
de abuso, não é o principal problema.  Dependência: pode ser descrida como um
estado fisiológico alterado que exige a
administração contínua da droga para impedir
o aparecimento de uma síndrome de
abstinência. No caso dos sedativos/hipnóticos
essa síndrome caracteriza-se por estado de
maior ansiedade, insônia e excitabilidade do
SNC, que podem progredir para convulsões.
Os sedativos/hipnóticos são em sua maioria
capazes de produzir dependência fisiológica
quando usado de modo crônico.

AGENTES ANTIDEPRESSIVOS
Os antidepressivos são drogas capazes de
Barbitúricos elevar o humor. Acredita-se que a depressão é
Afetam várias áreas do SNC, incluindo a medula causada por déficit funcional dos transmissores
espinal, o tronco encefálico e o cérebro. Todos os das monoaminas (noradrenalina (NE)/ serotonina
barbitúricos exercem atividades depressoras (5HT)) e certos locais do cérebro, ao passo que a
sobre o SNC, produzindo efeitos parecidos aos mania resulta de um excesso funcional. O
dos anestésicos de inalação. Causam morte por aumento de neurotransmissores na fenda
depressão respiratória e cardiovascular se forem sináptica se dá através do bloqueio da recaptação
administrados em grandes doses. Os barbitúricos da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou
mais usados são os que exibem propriedades ainda, através da inibição da monoamina oxidase
especificas, como o fenobarbital, usado por sua (MAO) que é a enzima responsável pela
atividade anticonvulsivante, e o tiopental, inativação destes neurotransmissores. Será nos
amplamente usado como anestésico intravenoso sistemas noradrenérgico e serotoninérgico
ele assim como o benzodiazepínicos sistema límbico local de ação das drogas
potencializam a ação da GABA. antidepressivas usados na terapia dos transtornos
da afetividade. Foram classificados em dois Antidepressivos tricíclicos (ADT´s)
grupos os: Tricíclicos e Inibidores da Inibem a recaptação da 5HT e NE da fenda
monoamina oxidase. sináptica através do bloqueio dos transportadores
de recaptação da 5HT e da NE, respectivamente.
Inibidores da MAO Os ADT´s com aminas secundárias afetam o
Os primeiros IMAO a serem usados no sistema da 5HT. É sugerido que a melhora dos
tratamento da depressão foram derivados da sintomas emocionais reflete uma potencialização
hidrazina, substância altamente hepatotóxica. da transmissão medida pela 5HT, e o alivio dos
Os IMAO são bem absorvidos por VO. Sua sintomas biológicos resultada da facilitação da
distribuição no organismo de acordo com a transmissão noradrenérgica.
localização da MAO, bem como a composição Efeitos adversos: Em indivíduos não
lipídica dissular, o que explica as concentrações depressivos, os ADT´s causam sedação, confusão
mais altas no fígado, coração e cérebro. e falta de coordenação motora. Esses efeitos
A principal via de degradação da 5HT é mediada ocorrem também nos pacientes cm depressão nos
pela MAO. O principal efeito dos IMAO consiste primeiros dias de tratamento, as tendem a ir
em aumentar as concentrações citoplasmáticas desaparecendo em 1 a 2 semanas, quando se
das monoaminas (5HT, NE e Dop) nas desenvolve o efeito antidepressivo. Os efeitos
terminações nervosas, sem afetar as reservas atropinicos incluem boca seca, visão embaçada,
vesiculares que formam o reservatório passível de constipação e retenção urinária. Ocorre
liberação com a estimulação nervosa. Empessoas hipotensão postural com os ADT´. Outro efeito
sadias, os IMAO causam aumento imediato da adverso comum é a sedação, e a longa duração
atividade motora, e verifica-se o aparecimento de de ação significa que o desempenho diurno
euforia e de excitação no decorrer de poucos dias. costuma ser afetado por sonolência e dificuldade
A ação desses medicamentos é de longa duração para se concentrar. Os ADT´s particularmente em
(semanas), em virtude da inibição irreversível da superdosagem podem causar arritmias
MAO. ventriculares associadas ao prolongamento do
Os principais efeitos colaterais são a hipotensão intervalo QT. As doses terapêuticas habituais dos
postural (bloqueio simpático), efeitos parecidos ao ADT´s aumentam pouco, porem de forma
da atropina, aumento do peso corporal, significativa, o risco de morte súbita de causa
estimulação do SNC, causando inquietação, cardíaca. Os ADT´s produzem acentuada
insônia, lesão hepática (rara). A superdosagem potencialização dos efeitos do álcool por motivos
aguda causa estimulação do SNC, e algumas não bem esclarecidos.
convulsões.
Inibidores seletivos da recaptação de 5HT
O primeiro ISRS introduzido foi à Fluoxetina, que
contínua sendo muito prescrita. Os fármacos
desse tipo incluem Citalopram, Fluroxamina,
Paroxetina, Sertralina e os Escitalopram. Os
ISRS assemelham-se aos tricíclicos, em seu
mecanismo de ação, com exceção de que os
ISRS são mais seletivos para os transportadores
Figura 13: local de ação dos fármacos antidepressivos.
(a) IM AO. Os IM AO inibem a enzima mitocondrial, a MAO. da 5HT. A inibição da recaptação da 5HT aumenta
Aumentando as monoaminas citosólicas levando a um os níveis sinápticos da 5HT, produzindo aumento
aumento da captação vesicular de neurotransmissores e
a um aumento de sua liberação durante a exocitose.
de ativação do receptor de 5HT e intensificação
das respostas pós-sinápticas. Aplicação clínica:
Inibidores da recaptação depressão maior, transtornos de ansiedade,
Os fármacos desse tipo incluem a fluoxetina, transtorno depressivo, transtorno do pânico,
paroxetina, citalopram, escitalopram sertralina, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno da
são os mais prescritos. Apresenta seletividade em alimentação.
relação á captura da 5HT sobre a NE, são menos Os inibidores seletivos da recaptação de 5HT
propensos a causar efeitos adversos colinérgicos aumentam o tônus serotoninérgico, não apenas no
que os ADT´s apresentam menos risco de super cérebro, mas em todo, o corpo. O aumento
dosagem. Esses fármacos aliviam os sintomas de serotoninérgico no SGI: diarreias e outros
uma variedade de transtorno psiquiátricos sintomas gastrointestinais. O aumento dos tônus
comuns, incluindo depressão, ansiedade e serotoninérgicos em nível da medula espinal e
transtorno obsessivo compulsivo. São usados três acima está associado a uma diminuição da função
classes de inibidores da recaptação: e interesse sexuais. Também podemos incluir
como efeitos colaterais o aumento da cefaleia e
insônia ou hiper-insônia. A sertralina está
associada com diarreia, enquanto a paroxetina
está associada com constipação.
Efeitos adversos: aumento agudo da atividade antiesquizofrênicos, ou ainda, tranquilizantes.
sináptica serotoninérgica, alterações mais lentas Os fármacos antipsicóticos são divididos em dois
em várias vias de sinalização e atividade grupos:
neutrófica. 1. Os primeiros a serem desenvolvidos
(Clorpromazina, Haloperidol) chamados de
antipsicóticos típicos ou de 1ª geração, ou
convencionais;
2. E os agentes mais recentemente
desenvolvidos (Clozapina e Risperidona)
chamados de antipsicóticos atípicos ou de 2ª
geração.
Efeitos adversos:
 Alterações motoras extrapiramidais:
produzem dois tipos de alteração motora no
Figura 14: local e mecanismo de ação dos fármacos homem: Distonia aguda e discinesia tardias,
antidepressivos. (a) inibidores seletivos da recaptação de coletivamente chamadas efeitos adversos
serotonina (ISRS), inibem especificamente a recaptação da 5HT
mediada pelos transportadores de 5HT (SERT) resultando em extrapiramidais. Todos eles resultam direta ou
níveis altos de NoE e 5HT na fenda sináptica. indiretamente de bloqueio do receptor D2 por
via nigroestriatal. Esses efeitos adversos
constituem uma das principais desvantagens
dos antipsicoticos de primeira geração.
 As Distonias agudas: São movimentos
Inibidores da recaptação de 5HT-NE involuntários. Ocorrem nas primeiras
Existem algumas pessoas que não respondem a semanas e diminuem com o decorrer do
esses fármacos, uma classe mais recente de tempo, é reversível quando se suspende o
fármacos, os inibidores da recaptação de 5HT-NE tratamento;
que inclui a Venlafaxina e a Duloxetina. A  As Discenesia tardia: consistem em
Venlafaxina bloqueia o transportador de recaptar movimentos involuntários, muitas vezes da
de 5HT e o transportador de recaptação de NE face e da língua, mas também do tronco e da
através de um mecanismo que depende de sua extremidade, podem ser intensamente
concentração, em baixas concentrações, o incapacitante.
fármaco comporta-se como um ISRS, ao passo A sonolência e a sedação, que tendem a
que, em concentrações elevadas, aumenta diminuir com o uso contínuo, ocorrem com
também os níveis de NE. A duloxetina também muitos antipsicóticos. A atividade anti-histamínica
inibe a recaptação de NE e de 5HT, e o seu uso (H1) é uma propriedade de alguns fenotiazinas e
foi aprovado para o tratamento da dor neuropática contribui para suas propriedades sedativas e
e de outras síndromes de dor, além do tratamento antieméticas, mas não para sua ação
de depressão. antipsicótica. Quando bloqueiam receptores
muscarinicos reduzem vários efeitos periféricos,
inclusive, secura na boca e nos olhos,
constipação e retenção urinária.

Antipsicoticos típicos
Os antipsicóticos típicos bloqueiam os
FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICA receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas
Os fármacos usados para a esquizofrenia do SNC, seu mecanismo de ação como agente
também são usados para tratar manias e outras antipsicótico envolve o antagonismo dos
alterações do comportamento. O termo receptores D2 mesolímbicos e mesocorticais.
antipsicóticos denota a capacidade desses Os antipsicóticos típicos são divididos em
fármacos de abolir a psicose e aliviar a Fenotiazinas e as Butirofenonas. O
desorganização do processo mental nos pacientes Clorpromazina é o protótipo das Fenotiazinas,
esquizofrênicos. A maioria caracteriza-se como enquanto o Haloperidol é a butirofenona mais
antagonista dos receptores da Dop, muitos deles usada. Apesar de diferenças na estrutura e na sua
atuam sobre alvos, particularmente nos receptores afinidade pelo receptor D 2, todos os antipsicoticos
5HT, contribuindo para eficácia clínica. São típicos possuem eficácia clínica parecida em
também chamados de neurolépticos ou doses padrões. Os antipsicóticos devem seus
efeitos terapêuticos ao bloqueio dos receptores Várias dessas substâncias não possuem usos
D2. clínicos, mas são usados para objetivos
Os efeitos antipsicóticos exigem cercar de 80% recreacionais, e como tais, são reconhecidos
de bloqueio dos receptores D 2. Os compostos de como fármacos de abuso.
1ª geração mostram preferência por D 2 em relação
aos receptores D1, enquanto alguns dos agentes Estimulantes psicomotores
mais modernos (Sulpirida, a Missulprida) são As anfetaminas e o dextroisómero ativo, a
altamente seletivos para receptores D 2. Acredita- dextroanfetamina, junto com a metafetamina e o
se que o antagonismo dos receptores D 2 na via metilfenidato (ritalina), grupo de fármacos com
mesolimbica aliviam os sintomas positivos da propriedades semelhantes. Atuam nas liberações
esquizofrenia. de monoaminas, sobretudo DoP e NoE, nas
terminações nervosas cerebrais. São substratos
Antipsicóticos atípicos para os transportadores da captura de amina
Os cinco principais antipsicoticos são a neuronal e causam liberação desses mediadores,
clonazina, a olanzapina, a quetiapina, a produzindo os efeitos agudos. O uso prolongado,
ziprasidona e a risperidona. Esses fármacos são são neurotóxicos, causa degeneração das
mais efetivos do que os antipsicóticos típicos no terminações nervosas que contem aminas e,
tratamento dos sintomas negativos da finalmente, morte celular, efeitos causados pelo
esquizofrenia. Os antipsicóticos atípicos produzem acumulo de metabolitos reativos dos compostos
sintomas extrapiramidais, significativamente, mais de origem nas terminações nervosas.
leve do que os antipsicóticos típicos em geral, Seus efeitos centrais são: Estimulação
esse efeito adverso só aparece quando os locomotora, Euforia e excitação, Insônia, Aumento
fármacos são administrados em altas doses. de disposição e Anorexia.
Os antipsicoticos atípicos possuem afinidade
seletivamente baixa pelos receptores D 2, ao  Anfetaminas: Têm ações simpatomiméticas
contrário dos antipsicoticos típicos sua afinidade periféricas, produz elevação da pressão
pelos receptores D 2 não se correlaciona com a arterial da motilidade gastrintestinal. Causa
sua dose clinicamente efetiva. euforia, pela VI, tão intensa, que foi descrita
como ``orgasmica´´. Os indivíduos tornam-se
confiantes. Estudos mostraram melhoras no
desempenho mental e físico nos muitos
fatigados, embora não naqueles após repouso
adequado. O desempenho mental melhora
para tarefas simples, tediosas, muito mais do
que para tarefas difíceis.
 Mecanismo de ação: Seus efeitos no SNC e
no SNP são indiretos ambos dependem da
elevação dos níveis de catecolaminas nas
fendas sinápticas. Possuem efeitos liberando
estoques intracelulares de catecolaminas. Ela
também inibe a MAO, altos níveis de
catecolaminas são facilmente liberadas para
as fendas sinápticas.
 Farmacocinética: É rapidamente absorvida
do TGI, porém para aumentar a intensidade
da ``onda´´ ela pode ser aspirada ou injetada,
a base livre da metafetamina pode ser
queimada e tomada de modo semelhante a
ESTIMULANTES DO SNC cocaína.
Estão distribuídos em duas categorias: Atravessa livremente a BH, o que explica, por que
1. As substancias da primeira categoria produz efeitos centrais mais acentuados que
(estimulantes psicomotores) tem acentuado aqueles fármacos. É eliminada inalterado na urina,
efeito sobre a função mental e o a taxa de eliminação aumenta quando a urina se
comportamento, produzindo excitação e torna mais ácida. Sua meia-vida varia de cerca de
euforia, redução da sensação de cansaço e 5h a 20 a 30h, dependendo do fluxo urinário e do
aumento da atividade motora. pH urinário.
2. As substâncias da segunda categoria  Efeitos adversos: Incluem irritabilidade e
(Substâncias psicomimética (alucinógenas)) inquietação, à medida que as reservas
afetam principalmente os padrões de energéticas do corpo vão se esgotando. Em
pensamentos e a percepção, distorcendo a doses altas, as anfetaminas podem induzir o
cognição de modo complexo. pânico e paranoia.
 Metilfenidato (ritalina): Estimulante do SNC
parecido com a anfetamina e também pode Metilxantinas
levar ao abuso. São fármacos mais prescritos Varias bebidas como chá, café e cacau, contêm
para crianças. É usado para o tratamento do metilxantinas, que possuem efeitos estimulantes
distúrbio de hiperatividade e déficit de centrais leves. Os principais compostos são a
atenção (DHDA). cafeína e a teofilina.
 Mecanismo de ação: Crianças com DHDA
produzem sinais fracos de DoP, fazendo com  Cafeína: Atua no SNC, nos músculos
que atividades geralmente de interesse para estriados, no miocárdio e nos rins. No SNC
as crianças não ofereçam gratificação. Ele é produz estado de alerta mental e aumenta à
um inibidor do transporte de DoP e atua no atividade mental, facilitando a capacidade de
aumento da DoP na fenda sináptica. trabalho muscular.
 Farmacocinética: O metilfenidato e o  Mecanismo de ação: Vários mecanismos
dextrotilfenidato são absorvidos por VO. O foram propostos para as ações dos
produto desesterificado, ácido ritalínico, é metilxantinas, incluindo translocação de
excretado na urina. cálcio extracelular, aumento de monofosfato
 Efeitos colaterais: Efeitos no TGI são os cíclico de adenosina e de guanosina causado
mais comuns e incluem dor abdominal e por inibição da fosfodiesterase e bloqueio dos
náuseas. Outros efeitos incluem anorexia, receptores de adenosina.
insônia, nervosismo e febre. E contra  Farmacocinética: São bem absorvidas por
indicado em pacientes com glaucoma. VO, se distribui no organismo, incluindo o
cérebro. Também atravessam a placenta e
 Cocaína: Encontrada nas folhas de um são secretados no leite materno. São
arbusto sul-americano, a coca. Essas folhas biotransformados no fígado, e os metabolitos
são usadas por sua propriedade estimulante são excretados na urina.
por nativos da América do sul, reduzem o  Efeitos colaterais: são náuseas, cefaleia e
cansaço durante o trabalho em grandes insônia. Doses altas podem causar
altitudes. inquietude, excitação, tremores musculares,
 Mecanismo de ação: Os efeitos tinida, ecotoma, taquicardia e extrassistite.
comportamentais resultam da estimulação do Aumenta a secreção gástrica podendo
córtex e do tronco cerebral. A cocaína liga-se provocar ulceração gástrica.
aos transportadores responsáveis pela
captura da DoP e da NoE nas terminações
nervosas e os inibe. Potencializando os
efeitos periféricos da atividade nervosa
simpática e produz acentuado efeito
estimulante psicomotor. Produz euforia,
loquacidade, aumento da atividade motora e
ampliação do prazer. Seus usuários se
sentem em alerta, energética e fisicamente
fortes e acreditam que possuem capacidades
mentais melhoras.
 Farmacocinética: É administrada por VO,
por inalação, fumo ou por injeção IV. A
duração da ação da cocaína, é cerca de 30
minutos, é rapidamente metabolizada pelo
fígado.
Sendo desesterificada e desmetilada à
benzoilectonina, que é excretada na urina, a
detecção dessas substancia na urina nos permite
identificar o usuário. Um metabolito é depositado
no cabelo, com ele podemos monitorar o consumo
da cocaína.
 Efeitos colaterais: A resposta tóxica à
ingestão aguda pode provocar reações de
ansiedade que incluem hipertensão,
taquicardia, sudoração e paranoia. Como
todos os fármacos estimulantes, a estimulação
do SNC é seguida por um período de
depressão mental. Pode causar convulsões e
arritmias cardíacas.
Droga antiasmática
A asma é uma doença inflamatória das vias
aéreas caracterizada por episódios de
broncoconstrição aguda causando encurtamento
da respiração, tosse, tensão torácica, respiração
ruidosa e rápida. Esses sintomas podem se
resolver com exercícios de relaxamento ou com
fármacos de alivio rápido, como um agonista β2-
adrenérgico de ação breve. O objetivo do
tratamento da asma é reduzir o agravamento,
diminuindo a frequência dos sintomas e o grau de
limitação que o paciente apresenta devido a estes
sintomas. Reduzir o risco, diminuindo os
resultados adversos associados a amas e o seu
tratamento.
Há duas classes de fármacos antiasmáticos;
broncodilatadores e anti-inflamatórios. Os
broncodilatadores revertem o broncoespasmo da
fase imediata; os anti-inflamatórios inibem ou
previnem os componentes inflamatórios de ambas
às fases.
 Broncodilatadores: Os principais são
agonistas β2-adrenérgico; outros incluem a
teofilina, antagonistas dos receptores de
cisteinil-leucotrienos e antagonistas
muscarinicos.
 Fármacos β2-seletivos: Os fármacos
agonistas seletivos dos receptores β 2,
(Salbutamol) são os agentes
simpatomiméticos mais usados no tratamento
da broncoconstrição asmática. São efetivos
quando inalados ou administrados por via oral
e apresentam maior duração de ação.
Broncodilatadores como o salbutamol,
quando inalado são efetivos e seguros, e de
baixo custo. Os pacientes asmáticos que
fazem uso de β 2-adrenérgicos inalados os
usam apenas quando precisam.
 Inibidores dos Leucotrienos: O
Leucotrienos β4 é um quimioatrativo potente
de neutrófilos, e LTC 4 e LTD4 exercem efeitos
que ocorrem na asma, inclusive
broncoconstrição, aumento da reatividade
brônquica, edema de mucosa e
hipersecreção de muco. São estudadas duas
abordagens para interromper a via dos
Leucotrienos:

FARMACOLOGIA RESPIRATORIA
Fármacos usados para o tratamentos das 1. A inibição da 5-lipoxigenase, impedindo a
doenças respiratórias podem ser aplicadas síntese dos Leucotrienos, e a inibição da
topicamente na mucosa nasal, inaladas ou ligação do LTD4ao seu receptor nos tecidos-
administradas por via oral, como os nebulizadores alvo, evitando sua ação;
ou inaladores, são preferidos, pois o fármaco 2. Foi demostrada eficácia no bloqueio da
atinge o tecido-alvo e minimiza os efeitos resposta das vias respiratórias a exercício e à
adversos sistêmicos. Os fármacos clinicamente provocação antigênica com fármacos de
úteis aliviam a patologia especifica por ambas categorias.
relaxamento de músculos lisos bronquiais ou A zileutona inibidor da 5-lipoxigenase, e com a
modulação da resposta inflamatória. zafirlucaste e montelocaste, antagonistas do
. receptor de LTD4. Todos se mostraram capazes
de melhorar o controle da asma e reduzir a
frequência das crises em pacientes ambulatoriais.
Efeitos adversos: O mais comum é o tremor, escarro, e inibe a atividade ciliar. É comum a
outros efeitos indesejáveis são taquicardia e constipação.
arritmia cardíaca.

 Anti-inflamatório:
 Glicorticoides: São os principais fármacos
usados por ação anti-inflamatória na asma.
Eles evitam a resposta inflamatória do
organismo são eficazes para reduzir os
sintomas da asma. Não relaxam a
musculatura lisa das vias respiratórias e, por
essa razão, tem pouco efeito na
broncoconstrição aguda. Não são
broncodilatadores, mas impedem a
progressão da asma crônica e são eficazes
na asma grave aguda. Eles diminuem a
formação de citocinas, em particular das
citocinas TH2, que recrutam e ativam
eosinófilos e são responsáveis por promover
a produção de IgE e a expressão de
receptores de IgE. Os principais compostos
usados são beclometasona, budesonida,
fluticasona, mometasona e ciclesonda.
Administrada por inalação por meio de um
inalador com válvula mediadora de dose ou
inalador de pó seco, sendo atingindo o efeito
pleno sobre a hiper-responsabilidade
brônquica somente depois de semanas
depois de semanas ou meses de terapia. São
ais usados profilaticamente para controlar a
asma, em vez de reverter os sintomas
agudos da doença. Ao estabelecer a dose
ideal do fármaco, deve-se ter em mente que
o grau máximo de melhora da função
pulmonar pode ocorrer apenas depois de
varias semanas de tratamento.
 Efeitos adversos: são incomuns os efeitos
indesejáveis graves com esteroides
inaladores. Pode ocorrer candidíase
orofaríngea (sapinho), bem como irritação
da garganta e voz rouca, mas o uso de
espaçador que diminuem a deposição
orofaríngea do fármaco e aumenta a
deposição nas vias aéreas, reduz esses
problemas.

Tosse
É um reflexo protetor que retira material
estranho e secreções dos bronquíolos. Os
antitussígenos são todos anestésicos opioides
que atuam no tronco encefálico, deprimindo um
centro da tosse. Eles suprimem a tosse em
doses abaixo da necessária para alivio da dor. A
codeína é o opióide fraco com tendência
consideravelmente menor de causar
dependência do que a dos opioides principais e
é um supressor moderado da tosse. Diminuem
as secreções nos bronquíolos, o que espessa o
envolve a diminuição da secreção de ácido
com antagonistas dos receptores H2 ou
inibidores da bomba de prótons ou
neutralização do ácido secretado com
antiácidos. O tratamento da ulcera péptica
deve incluir a erradicação do H. pylori com uso
de antimicrobianos, como a amoxicilina e
metronidazol. A bactéria H. pylori produz a
enzima uréase, que converte a ureia em
amônia e CO 2 que posteriormente é convertida
em bicarbonato. Os fármacos usados no
tratamento dos distúrbios ácido-péptico podem
ser divididos em duas classes:
1. Fármacos que reduzem a acidez
intragástrica;
2. Fármacos que promovem a defesa da
mucosa.
Pacientes com esse problema podem tomar
antiácidos ou H2-antagonistas. Como é
proporcionada uma rápida neutralização do ácido,
os antiácidos produzem alivio sintomático mais
rápido do que os antagonistas dos receptores H2.

Antiácidos
Os antiácidos são bases fracas que reagem com
o HCl gástrico, formando sal e água. O
bicarbonato de sódio reage rapidamente com o
HCl formando dióxido de carbono e cloreto de
sódio. A formação de dióxido de carbono resulta
em distensão em distensão gástrica e eructações.
Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando, o
H1 gástrico para inibir a atividade péptica, que
cessa com um valor de pH de 5. Os antiácidos
comuns consistem de sais de magnésio e de
alumínio. Os sais de magnésio causam diarreia,
enquanto os sais de alumínio provocam
constipação. Todos os antiácidos podem afetar a
absorção de outras medicações por causa de sua
ligação ao fármaco ou aumento do pH, com
consequente alteração na dissolução ou
solubilidade do fármaco.

Inibidores H2
Os antagonistas dos receptores H2 inibem
competitivamente as ações da histamina em todos
FARMACOLOGIA DO TGI os receptores H2, porem sua aplicação clinica
As principais condições patológicas nas quais é consiste na sua atuação como inibidores da
útil reduzir a secreção ácida são a ulceração secreção de ácido gástrico. Esses agentes
péptica, e a esofagite de refluxo. reduzem a secreção ácida basal é estimulada por
alimentos, além de promoverem a cicatrização das
Distúrbios ácido-pépticos úlceras duodenais. São seletivos e não alteram os
O controle da acidez gástrica é fundamental no receptores H1 e H3. Ocorre redução do volume de
tratamento desses distúrbios, embora esta secreção gástrica e da concentração da pepsina.
abordagem não trate o processo fisiológico A redução da secreção de ácido pela histamina,
fundamental. gastrina e pepsina ocorre por dois mecanismos:
 Úlcera péptica: A terapia antissecretória da
úlcera péptica e da esofagite de refluxo
 1º a histamina liberada pelas células ECL
pela gastrina ou por estimulação local tem a
sua ligação ao receptor H2 da célula parietal
bloqueada;
 2º a estimulação direta da célula parietal pela
gastrina bloqueada Ach exercem um efeito
diminuindo sobre a secreção de ácido na
presença de bloqueio dos receptores.
São usados quatro H2-antagonistas:
Cimetidina, Ranitidina, Femotidina e Nizatidina.

Inibidores da bomba de prótons


Agem através da inibição irreversível do
H+/K+ATPase, que constituí a etapa final na via de
secreção ácida. Temos seis inibidores da bomba
de prótons para uso clínico: Omeprazol,
Esomeprazol, Dexlansoprazol, Rabeprazol e
Pantoprazol. Todos são benzimidazólicas
substituídos, parecidos com receptores H2 na sua
estrutura mas com mecanismo de ação diferente.
Todos esses fármacos estão disponíveis em
formulações orais. Eles são administrados na
forma de pró-fármacos inativos. Uma dose diária
única afeta a secreção ácido durante 2 a 3 dias,
devido ao seu acúmulo nos canalículos. Figura 15: mecanismo de ação do omeprazol, um inibidor da
(omeprazol, lanoprazol e pantoprazol). O bomba de prótons. (a) célula parietal; (b) canalículo; (c)
tratamento crônico com omeprazol reduz a omeprazol; (d) atravessa livremente a membrana plasmática;
(e) citoplasma; (f) sangue; (g) omeprazol (pró-fármaco); (h)
absorção de vitamina B12. Para proteger o pró- exposto ao ambiente acido do canalículo da célula parietal; (i)
fármaco de sua rápida destruição no TGI. Os sulfenamida ativa; (j) reage rapidamente formando um
dissulfeto covalente; (l) complexos sulfenamida (enzima
inibidores da bomba de prótons são bases fracas inativa)
lipofílicas que, após absorção intestinal, sofrem
rápida difusão pela membrana lipídica para os Protetores da mucosa
componentes acidificados. Dispomos de vários mecanismos de defesa da
mucosa para a prevenção e para o tratamento dos
distúrbios ácido-péptico. Os agentes que
promovem a defesa da mucosa são usados para o
alivio sintomático da doença ulcera péptica. Esses
fármacos incluem agentes de revestimentos e
prostaglandina.
 Sucralfato: é um sal de sacarose complexado
com hidróxido de alumínio sulfatado. Em água
ou soluções ácidas, forma uma pasta viscosa
e de consistência firme, que se liga
seletivamente às ulceras e erosões por até 6
horas. Possui pouca capacidade de modificar
o pH gástrico. O gel formado protege a
superfície luminal do estômago da degradação
pelo ácido e pela pepsina.
 Bismuto: é um agente de revestimento usado
na doença péptica. Os sais de bismuto
combinam-se com glicoproteínas do muco,
formando uma barreira que protege a úlcera
lesão adicional pelo ácido e pela pepsina. É
um medicamento que não precisa de
prescrição médica. É um complexo de cristal
consistindo em bismuto trivalente e salicilado
suspenso numa mistura de argila de silicato de
magnésio e alumínio. Acredita-se que o
bismuto tenha efeito antissecretório, anti-
inflamatório e antimicrobiano; pode aliviar
náuseas e cólicas abdominais.
Vomito  Laxantes osmóticos: Eles mantem por
Vomitar é um processo complexo e exige osmose um volume aumentado de liquido na
atividade coordenadas dos músculos respiratório luz do intestino o que acelera a transferência
somáticos e abdominais, bem como dos músculos do conteúdo intestinal através do intestino
involuntários do TGI através do esôfago relaxado, delgado, resultando por chegada de um
associado a contração sustentadas de diafragma volume inusitadamente grande no cólon. Isto
e músculos abdominais, e o aumento da pressão provoca distensão e consequentemente
intra-abdominal. A náusea é a de urgência de purgação em cerca de uma hora. Os principais
vomitar, ocorrendo simultaneamente a perda de sais usados são o sulfato de magnésio e o
tônus e peristalse gástrica, contração de duodeno hidróxido de magnésio. É insolúveis,
e refluxo de conteúdo intestinal para o estomago. permanecerem na luz e retem a agua,
A estrutura anatômica integrada do vomito é o aumentado o volume das fezes. São
centro bulbar do vômito, localizado na formação compostos solúveis, que resultam num
reticular lateral. São usados diferentes agentes aumento da liquefação das fezes, devido a um
antieméticos para condições diferentes. aumento da água fecal. O leite de magnésia é
um laxativo osmótico de uso comum. O
Antagonistas dos receptores muscarinicos sorbitol e a lactulose são açúcares não
A serotonina atua como neurotransmissor do absorvíveis que podem ser usadas na
vômito. Antagonista seletivo dos receptores da prevenção o no tratamento da constipação
serotonina, por exemplo, a ondansetrona, a intestinal. Esses açúcares são metabolizados
granisetrona e a tropsetrona, são usadas na por bactérias colônias, produzindo intensa
prevenção e no tratamento dos vômitos causados flatulência e cólica.
por agentes citotóxicos.  Emolientes fecais: O docusato de sódio é um
composto tensoativo, que atua no TGI de
Antagonistas dos receptores modo semelhante a um detergente,
dopaminérgicos produzindo fezes de consistência mole.
A metoclopra é antagonista dos receptores  Purgativos estimulantes: O sene possui
dopaminérgicos, que atuam na ZGQ. Elas também atividade laxativa, visto que contém derivados
possuem ações periféricas, aumentando a de andraceno (emodina) em combinação com
motilidade do estômago e do intestino, sem açucares, formando glicosídios. A droga passa
estimulação concomitante da secreção gástrica, o de modo inalterado pra o colón, onde as
que contribui para seu efeito antiemético, podendo bactérias de hidrolisam a ligação glicosídicas,
ser usada na terapia de distúrbios gastrintestinais. liberando os derivados de antracenos livres,
que são absorvidos e exercem efeitos
Purgantes
estimulantes direto sobre o plexo mioentérico,
Neles é apropriado para evitar a constipação com
resultando em atividade da musculatura lisa e,
uma alimentação rica em fibras e liquido.
portanto, defecação;
Vários medicamentos podem acelerar o transito
 Amolecedores: amolecem o material fecal,
de alimento, por diferentes métodos:
permitindo a penetração de água e lipídeos.
 Aumentando-se o volume dos resíduos
Os mais comuns são o docusato e os
sólidos não absorvíveis com laxativos de bolo
supositórios de glicerina.
fecal;
 Aumentando-se o conteúdo de agua com
laxativos osmóticos;
Motilidade gastrointestinal
 Alterando-se a consistência das com
As drogas que aumenta a motilidade
emolientes fecais;
gastrointestinal são a Domperidona, a
 Aumentando-se a motilidade e a secreção
Metoclopramida que exerce um efeito estimulante
(purgativos estimulantes).
local significativo sobre a motilidade gástrica,
Os laxativos podem ser classificados de acordo
causando acentuada aceleração do esvaziamento
com seus mecanismos de ação em:
gástrico, sem estimulação concomitante da
 Formadores de bolo fecal: incluem a
secreção ácida gástrica. É útil no tratamento do
metilcelulose e algumas resinas vegetais,
refluo gastroesofágico e no distúrbio do
como, agar, farelo e casca de spaghula. Esses
esvaziamento gástrico.
agentes são polímeros de polissacarídeos, que
são degradados pelos processos normais da
digestão. Atuam em virtude da sua capacidade
em reter agua na luz intestinal, promovendo
assim o peristaltismo. Levam vários dias para
exercer ação, mas não apresentam efeitos
indesejáveis.
Antidiarreicos FARMACOLOGIA CARDÍACA
Podem ser usados com segurança em pacientes Insuficiência cardíaca (IC): É uma alteração
com diarreia aguda leve a moderada. Não devem progressiva no qual o coração é incapaz de
ser usadas em pacientes com diarreia bombear sangue suficiente para suprir as
sanguinolenta, febre alta ou toxicidade sistêmica. necessidades do organismo. Seus sintomas são
Aumentam a atividade de segmentação do colo dispneia, fadiga e retenção de liquido. Ela é
pela inibição dos nervos colinérgicos pré- decorrente de uma redução da capacidade do
sinápticos nos plexos submucosos e mioentérico e coração em encher-se de sangue ou ejetá-lo de
resultam em aumento do tempo de transito forma adequada. É frequentemente acompanhada
colônico e absorção da água fecal. Opiáceos são por aumento anormal do volume de sangue e de
muito usados no tratamento da diarreia e podem líquido intersticial. Objetivos farmacológicos na
agir por vários mecanismos diferentes, são IC: São de aliviar os sintomas tornar lenta a
preferidos a outros agentes devido à sua progressão da doença e aumentar a sobrevivência
capacidade limitada de penetrar no SNC A temos seis classes de fármacos usados para isso:
loperamida é um agonista opióide, que não
atravessa a BHE e não tem propriedade Inibidores do sistema renina-angiotensina
analgésica. A IC causa ativação do sistema renina-
angiotensina por dois mecanismos:
Loperamida a. Aumento da liberação de renina pelas células
É um antidiarreico de ação oral. Aumenta o tempo justaglomerulares nas arteríolas aferentes
de transito entre a boca e o ceco. A loperamida renais em resposta à diminuição da pressão
também aumenta o tônus do esfíncter anal, efeito de perfusão renal, resultante do coração
que pode ter uso terapêutico para alguns insuficiente;
pacientes com incontinência anal. Também possui b. Liberação de renina pelas células
a atividade antissecretória contra a toxina da justaglomerulares promovida por estimulação
cólera e algumas outras formas de toxinas de E. simpática e ativação dos receptores β. A
coli. A loperamida é eficaz contra a diarreia do produção de angiotensina 2, um potente
viajante, usada sozinha ou isolada a vasoconstritor, e a subsequente estimulação
antimicrobianos. da liberação de aldosterona que causa
retenção de sal e água levam ao aumento da
Difenoxilato e difenoxina pré-carga e da pós-carga, que é característica
São derivados piperidinicos estruturalmente da insuficiência cardíaca. Além disso, níveis
relacionados com a meperidina. A difenoxina é o altos de angiotensina 2 e aldosterona têm
metabolito ativo do difenorréia. Como efeitos prejudiciais direto no músculo cardíaco,
antidiarreicos, o difenoxilato e a difenocina são favorecendo o remodelamento, a fibrose e as
pouco mais potentes que a morfina. alterações inflamatórias.
Dependendo da gravidade da IC e de fatores
individuais do paciente uma ou mais classes de
fármacos são usados. Os benefícios da
intervenção farmacológica incluem redução da
carga do miocárdio, diminuição do volume de
líquido extracelular, aumento da contratilidade
cardíaca e redução da velocidade remodelamento
cardíaco.

Inibidores da enzima conversora de


angiotensina (ECA)
São os fármacos de escolha na IC. Eles
bloqueiam a enzima responsável pela
transformação de angiotensina 1 no potente
vasoconstritor angiotensina 2. Também diminuem
a velocidade de inativação da bradicinina pela
redução dos níveis de angiotensina 2 circulante,
os inibidores da ECA também diminuem a
secreção de aldosterona, resultando em menor
retenção de sódio e de água.
 Ações sobre o coração: Os inibidores da Bloqueadores β-adrenérgicos
ECA diminuem a resistência vascular, o tônus O benefício dos β-bloqueadores é atribuído, em
venoso e a pressão arterial. Diminuem a pré e parte, à sua propriedade de prevenir as mudanças
pós-carga, resultando aumento do débito que ocorrem em virtude da ativação crônica do
cardíaco. O uso de inibidores da ECA no SNP, incluindo diminuição da frequência cardíaca
tratamento da IC diminui significativamente a e inibição da liberação de renina dos β-
morbidade e a mortalidade. bloqueadores são aprovados para uso na IC: o
 Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA carvedilol e o metoprolol de ação prolongada. O
são absorvidos de forma adequada, não carvedilol é um antagonista de β-adrenorreceptor
completamente, após a administração por via não seletivo que também bloqueia β-
oral. A presença de alimentos pode diminuir a adrenorreceptor, o metoprolol e um antagonista β1
absorção dos fármacos, eles devem ser seletivo. O carvedilol e o metoprolol diminuem a
tomados com estomago vazio. morbilidade e a mortalidade associada à IC. O
 Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão tratamento deve iniciar com baixas dosagens e
postural, insuficiência renal, hiperpotassemia, gradualmente ser titulada a dosagem eficaz com
angiodema e tosse seca persistente. A base na tolerância do paciente.
possibilidade de hipotensão sintomática com o
uso de inibidores da ECA requer monitoração Diuréticos
cuidadosa. Os inibidores da ECA não devem Aliviam a congestão pulmonar e o edema
ser usados em mulheres gestantes, pois estes periférico. Esses fármacos são úteis na redução
fármacos são tóxicos para o feto. dos sintomas da sobrecarga de volume, incluindo
ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os
Bloqueadores de receptores de angiotensina diuréticos diminuem o volume plasmático, e,
(BRAs) subsequentemente, diminuem o retorno venoso ao
São compostos ativos por via oral que são coração, diminuindo a carga de trabalho cardíaca
antagonistas competitivos potentes do receptor e a demanda de oxigênio. Os diuréticos podem
tipo 1 de angiotensina. A Losartana é o fármaco diminuir também a pós-carga pela redução de
protótipo. Os BRAs têm a vantagem de bloqueio volume plasmático, reduzindo, assim, a pressão
mais completo da ação de angiotensina, pois os arterial. Os diuréticos tiazílicos são relativamente
inibidores da ECA inibem somente uma enzima fracos e perdem eficácia em pacientes com
responsável pela produção de angiotensina 2. depuração de creatina inferior a 50ml/min. Os
Além disso, eles não afetam os níveis de diuréticos de alça são usados em pacientes que
bradicinina. necessitam diurese intensa e em pacientes com
 Ações sobre o coração: Todos os BRAs são insuficiência renal. Os diuréticos de alça são os
aprovados para o tratamento da hipertensão diuréticos mais usados na IC.
com base na sua eficácia clinica em reduzir a
pressão arterial e diminui a morbidade e a Vasodilatadores diretos
mortalidade associada a hipertensão. Seu uso A dilatação de vasos sanguíneos venosos leva a
na IC é como substituto dos inibidores da ECA uma diminuição na pré-carca cardíaca pelo
por pacientes com tosse intensa ou aumento da capacitância venosa; dilatadores
angiodema. arteriais reduzem a resistência arteriolar sistêmica
 Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA e diminuem a pós-carga. Os nitratos são os
são absorvidos de forma adequada, mas não dilatadores venosos mais usados e pacientes com
completamente, após a administração via oral. IC congestiva. Se o paciente é intolerante aos
A presença de alimentos pode diminuir a inibidores da ECA ou aos β-bloqueadores, ou se
absorção dos fármacos, eles devem ser necessária uma resposta vasodilatadora adicional,
tomados com estomago vazio. Com exceção pode ser usado à associação de hidralazina e
do captopril, os inibidores da ECA são pró- dinitrato de isossorbida. Esta associação é muito
fármacos que precisam de ativação por eficaz em pacientes negros com IC. A hidralazina
hidrolise pelas enzimas hepáticas. A diminui a pós-carga e o nitrato orgânico reduz a
eliminação renal da molécula ativa é pré-carga.
importante para a maioria dos inibidores da
ECA; Fármacos ionotrópicos
 Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão Aumenta a contratilidade do músculo cardíaco e,
postural, insuficiência renal, hiperpotassemia, dessa forma aumenta o débito cardíaco. Embora
angiodema e tosse seca persistente. Os esses fármacos atuem por diferentes
inibidores da ECA não devem ser usados em mecanismos, em todos os casos a ação inotrópica
mulheres gestantes, pois são tóxicos para o é o resultado do aumento da concentração de
feto. cálcio citoplasmático, o qual aumenta a
contratilidade do musculo cardíaco.
 Glicosídeos digitálicos: são frequentemente AGENTES ANTIARRÍTIMICOS
chamados digitálicos ou digitálicos cardíacos, A meta da terapia arrítmica é reduzir a atividade
pois a maioria dos fármacos é proveniente da do marca-passo ectópico e modificar a condução
planta digitalis (dedadeira). São compostos ou refradariedade nos circuitos de reentrada para
quimicamente parecidos que podem aumentar desabilitar o movimento em circulo. Os principais
a contratilidade do músculo cardíaco, vista mecanismos farmacológicos para isso são:
disso, são muito usados no tratamento da IC. 1. Bloquear os canais de sódio;
Os glicosídeos no músculo cardíaco, e dessa 2. Bloquear os efeitos autônomos simpáticos no
forma, aumenta a contração do miocárdio atrial coração;
e ventricular (ação ionotropica positiva). O 3. Prolongar o período refratário efetivo;
digitálico mais usado é a digoxina. 4. Bloqueadores dos canais de cálcio.
 Farmacocinética: Todos os glicosídeos Os antiarrítmicos diminuem a automaticidade dos
digitálicos possuem as mesmas ações marca-passos ectópicos mais do que a do nó SA.
farmacológicas, mas variam em potencia e Também reduzem a condução e a excitabilidade e
farmacocinética. A digoxina é muito potente, aumentam o período refratário em maior extensão
com índice terapêutico estreito e longa meia no tecido despolarizado do que no tecido normal
vida de cerca de 36 horas. A digoxina é polarizado. Isso é feito ao bloquear seletivamente
eliminada de forma inalterada pelos rins. os canais de sódio ou de cálcio das células
Tem amplo volume de distribuição porque despolarizadas.
acumula nos músculos. A digoxina tem O efeito específico de determinado bloqueador
tempo de meia-vida muito longo e é dos canais decorre da função da corrente
extensamente biotransformado pelo fígado transportadora pelo canal específico no potencial
antes da excreção nas fezes, e os pacientes de ação cardíaca.
com doenças hepáticas podem precisar
reduzir as doses. Ex.: Os b loqueadores dos canais de Na + e Ca2+ alteram o
+
potencial limiar, enquanto os b loqueadores dos canais de K
 Efeitos adversos: A toxidade da digoxina é
tendem a prolongar a duração do potencial de ação.
uma das reações adversas a fármaco mais
comum encontrada. Os efeitos adversos Esses fármacos podem ter acesso ao canal
podem ser controlados suspendendo o uso iônico ao atravessar os poros do canal ou ao
do glicosídeo cardíaco, medindo o nível difundir-se através da dupla camada lipídica
sérico de potássio, e, se indicado, dentro da qual se encontra o canal. Os
administrando suplemento de potássio. Os bloqueadores dos canais iônicos dependente do
tipos de efeitos adversos são: estado constitui um importante conceito na ação
 Efeitos cardíacos: o mais comum é a dos fármacos antiarrítmicos. Os canais iônicos são
arritmia caracterizada por tonar lenta a capazes de assumir vários estados de
condução átrio ventricular associado com conformação, e as mudanças na permeabilidade
arritmia arterial. Diminuição do potássio da membrana a determinado íon são mediadas
intracelular é o fato predisponente primário por alterações conformacionais nos canais através
nesse efeito. dos quais este íon passa. Com frequência, os
agentes antiarrítmicos exibem afinidades
Antagonistas da aldosterona diferentes por diferentes estados de conformações
Pessoas com doenças cardíacas avançadas dos canais com maior afinidade do que outras
apresentam níveis altos de aldosterona devido à conformações do canal com maior afinidade. Esse
estimulação da angiotensina 2 e à redução da tipo de ligação é conhecido como ``dependente
depuração hepática do hormônio. A do estado´´. Um bom exemplo são os
espironolactona é um antagonista direto da bloqueadores dos canais de Na+.
aldosterona; desta forma previne a retenção de
sal, a hipertrofia miocárdica e a hipotassemia. O canal de Na + sofre alterações de seu estado (ab erto-
Como ela promove retenção de potássio, os fechado-inativo) enquanto dura um potencial de ação. o canal
pacientes não devem receber suplementação de torna-se inativo durante a fase de platô e modifica=se
novamente para a conformação em repouso (fechado)
potássio. Os efeitos adversos incluem distúrbios quando a memb rana é repolarizada para o seu potencial em
gástricos, como gastrite e ulcera péptica, efeito repouso.
sobre o SNC, como letargia e confusão, e
alterações endócrinas, como ginocomastia, Os bloqueadores dos canais de Na+ ligam-se,
diminuição do libido e irregularidade menstrual. preferencialmente ao canal de Na+ nos estados
abertos e inativado, mas não do canal no seu
estado de repouso (fechado). Dessa forma, os
fármacos tendem a bloquear os canais durante o
potencial de ação e a dissociar-se deles durante a
diástole.
Classes  Procainamida: Ao bloquear os canais de
Os antiarrítmicos podem ser classificados de sódio, ela prolonga a elevação do PA e a
acordo com seu efeito predominante sobre o condução, e prolonga a duração do QRS do
potencial de ação (PA). Os antiarrítmicos são ECG. O fármaco também bloqueia a APD
organizados em quatro classes de acordo com (uma ação de classe 3) por meio do bloqueio
seu mecanismo de ação. Os agentes inespecífico dos canais de potássio. A
antiarrítmicos de: procainamida possui ações depressoras
1. Classe 1: São bloqueadores dos canais de diretas sobre os nodos SA e AV, as quais são
Na+; contrabalanceadas apenas discretamente
2. Classe 2: São bloqueadores dos receptores β- pelos bloqueios vagais induzidos por
adrenérgicos; fármacos.
3. Classe 3: São bloqueadores dos canais de K+;  Efeitos extracardíacos: Possui
4. Classe 4: Bloqueiam os canais de Ca2+. propriedade de bloqueio ganglionar. Tal
ação a resistência vascular periférica e
Classe 1 pode provocar hipotensão, em particular
As drogas de classe 1 exercem bloqueio direto como uso intravenoso.
nos canais de Na+, com tendência variável, e se  Toxidade: Os efeitos cardíotóxicos da
diferenciam nas subclasses: procainamida incluem o prolongamento
 1A: Depressão moderada da fase 0 e da excessivo do PA, o prolongamento do
velocidade de condução, com bloqueio intervalo Q-T e a indução da arritmia
adicional dos canais de K + e de retardo de torsades de pointes e sincope um efeito
repolarização; colateral preocupante da terapia com
 1B: Depressão discreta a moderada da fase 0 procainamida á longo prazo é uma
e sem efeito nos canais de K+; síndrome que se assemelha ao lúpus
 1C: Depressão acentuada da fase 0 e da eritematoso e que, comumente, consiste
condução, com pouco ou nenhum efeito nos em artralgia e artrite.
canais de K+.  Farmacocinética: Podem ser administrada
Em consequência do bloqueio de Na+, há um por via intravenosa e intramuscular, sendo
menor número de canais disponíveis para absorvida por VO. Ela é eliminada por
abertura, em resposta à despolarização da metabolismos hepáticos e pelos rins. Tem
membrana elevando, assim, o limiar para o meia vida de 4 a 3 horas, exigindo
disparo do potencial de ação e lentificando a taxa dosagem frequente ou uso de forma de
de despolarização. Ambos os efeitos estendem à liberação lenta.
duração da fase 4 e, diminuem a frequência
cardíaca. Classe 2
São os antagonistas β-adrenérgicos, atuam
através da inibição dos influxos simpáticos para as
regiões de regulação do ritmo do coração. A
estimulação simpática libera NoE, que se liga aos
receptores β-adrenérgicos nos tecidos nodais.
Essa ativação desencadeiam um aumento na
Figura 16: efeitos dos agentes antiarrítmicos da classe IAM , corrente marca-passo que aumenta a frequência
IB e IC sobre o potencial de ação ventricular. (a) bloqueio
moderado dos canais de Na +, (1) classe 1A; (b) repolarização de despolarização da fase 4 e, leva a um disparo
prolongada; (c) bloqueio leve dos canais na +; (2) classe 1B; mais frequente do nó. Os antagonistas β-
(d) repolarização encurtada; (e) acentuado bloqueio dos
canais de Na +; (3) classe IC; (f) nenhuma alteração na
adrenérgicos não seletivos que antagonizam os
repolarização. receptores tanto β 1-adrenérgicos quanto β2-
adrenergicos. São amplamente usados no
 Classe 1A: Os antiarrítmicos da classe 1A tratamento da taquiarritmias causadas por
exercem bloqueio moderado sobre os canais estimulação das catecolaminas durante o
de Na+ e prolongam a repolarização tanto das exercicio físico ou o estresse emocional.
células do nó AS* quanto dos miocitos  Propanolol: Reduz a incidência de arritmias
ventriculares. Através dos bloqueios dos súbitas fatais depois do infarto do miocárdio.
canais de Na+, esses agentes diminuem a Reduzem a taxa de mortalidade no primeiro
velocidade de ascensão da fase 0, o que ano após uma taque cardíaco, em parte devido
diminuem a velocidade de condução através a sua capacidade de prevenir arritmias
do miocárdio. ventriculares;
 Metoprolol: Antagonista β-adrenérgico mais
usado no tratamento de arritmias cardíacas,
ele reduz o risco de broncoespasmo. É
extensamente biotransformado e tem ampla
penetração no SNC.
O labetalol e o carvediol induzem a Classe 4
vasodilatação ao antagonizar a vasoconstrição Atuam nos tecidos nodais AS* e AV, pois eles
mediada pelos receptores α-adrenérgicos, dependem das correntes de Ca2+ para a fase de
enquanto o pindolol é um agonista parcial nos despolarização do Pa*. A principal ação
receptores β2-adrenérgicos. terapêutica dessa classe é lentificar a ascensão
do PA* nas células do nó AV, resultando em
Classe 3 diminuição da velocidade de condução através do
Bloqueiam os canais de K+; Dois tipos de nó AV. (verapamil e diltiazem).
correntes determinam a duração da fase do platô  Verapamil: Apresenta maior ação no coração
do PA* cardíaco: As correntes de Ca2+ do que no músculo liso vascular, ao passo que
despolarizantes para dentro da célula e as o nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio
correntes de K+ hiperpolarizantes para fora da usado no tratamento de hipertensão, exerce
célula. Durante um PA* normal, as correntes de K+ um efeito mais intenso no musculo liso
hiperpolarizantes diminuem a duração do platô, vascular do que no coração. O diltiazem tem
com retorno mais rápido do PM, a seu valor em uma ação intermediária.
repouso, enquanto as correntes de K +  Farmacocinética: O verapamil e o diltiazem
hiperpolarizantes menores aumentam a duração são absorvidos após administração por VO. O
do platô e retardam o retorno do PM para o seu verapamil é extensamente biotransformado
valor de repouso. pelo fígado: portanto, deve-se ter cuidado
A Ibutilida é um agente de classe 3 que prolonga quando esse fármaco é administrado em
a repolarização através da inibição da corrente de paciente com disfunção hepática.
K+ retificação tardia. Esse agente também  Efeitos extracardíacos: Bloqueia os canais
intensifica a corrente de Na+ lenta dirigida para de cálcio do tipo L ativados e inativados.
dentro da célula, que prolonga ainda mais a Assim, seu efeito é mais acentuado nos
repolarização. tecidos que se despolarizam com frequência,
A Dofetilida é um agente de classe 3 apenas naquelas que estão menos completamente
disponível por VO. Inibe o componente rápido da polarizados em repouso, e naqueles em que
corrente retificadora de K+ tardia e não exerce a ativação depende apenas da corrente de
nenhum efeito sobre a corrente de Na+ para dentro cálcio, como os nodos AS e AV. o verapamil
da célula. A dofetilida aumenta a duração do PA* lentifica o nodo SA e AV por meio de sua
e prolonga o intervalo QT de forma dependente da ação direta, mas sua ação hipotensora
dose. ocasionalmente resulta num pequeno
O Sotalol é um agente antiarrítmico misto das aumento do reflexo da frequência SA.
classes 2 e 3. Esse fármaco antagoniza não  Efeitos adversos: Tem propriedades
seletivamente os receptores β-adrenérgicos e inotrópicas negativas e, podem ser
também aumentam a duração do PA* ao bloquear contraindicado em pacientes com função
os canais de K+. cardíaca deprimida preexistente. Ambos os
A Amiodarona é o principal agente antiarrítmico fármacos também podem diminuir a pressão
da classe 3 mas também atua como antiarrítmico arterial devido à vasodilatação periférica um
da classe 1, 2 e 4. A capacidade da amiodarona efeito que é até benéfico no tratamento da
de exercer essa diversidade de efeitos pode ser hipertensão.
explicada pelo seu mecanismo de ação: Alteração
da membrana lipídica na qual se localizam os
canais iônicos e os receptores. Em todos os
tecidos cardíacos, a amiodarona aumenta o
período refratário efetivo através do bloqueio dos
canais de K+ responsável pela repolarização, esse
prolongamento da duração do potencial de ação
diminuindo a reentrada.
ANTIAGINOSO ANTI-HIPERTENSÃO
A doença aterosclerótica das artérias coronária, A hipertensão é definida como uma pressão
é a causa mais comum de mortalidade em todo o sanguínea sistólica contínua maior do que
mundo. Os pacientes comumente morrem por 140mmHg ou uma pressão sanguínea diastólica
insuficiência da bomba devido a um infarto do contínua maior do que 90mmHg. A hipertensão
miocárdio ou devido à arritmia fatal. A doença das resulta do aumento do tônus do músculo liso
artérias coronárias pode e apresentar de arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento
diferentes formas, como angina de peito, síndrome da resistência arteriolar e à redução da
coronária aguda, arritmias respiração curta. capacitância do sistema venoso.
Angina pectoris é um quadro repentino e grave O objetivo do tratamento é reduzir a morbidade
caracterizado por dor comprimindo o peito que se cardiovascular e renal e a mortalidade. Os
irradia pelo pescoço, pela mandíbula, pelas costas fármacos usados no tratamento da hipertensão
pelos braços. É causada pelo fluxo sanguíneo são classificados em quatro categorias com o
coronário é insuficiente para suprir a demanda de objetivo de orientar o tratamento.
oxigênio do miocárdio, levando à isquemia. Todos os agentes anti-hipertensivos atuam num
São usados três classes de fármacos, ou mais dos quatro locais anatômicos de controle:
isoladamente ou em associações, são usados no como rim, coração, artérias e veias. Produzindo
tratamento de pacientes com angina estável. Eles efeitos ao interferirem nos mecanismos normais
diminuem a demanda de oxigênio pelo coração da regulação da pressão arterial. Esses fármacos
afetando a pressão arterial, o retorno venoso, a são divididos de acordo com o principal local
frequência e a contratilidade cardíaca. regulador ou mecanismos comuns de ação. As
 Nitratos orgânicos (nitroglicerina): usados categorias incluem:
no tratamento da angina pectoris são ésteres 1. Diuréticos: Reduzem a pressão arterial por
simples ácidos nítricos e nitrosos com glicerol. meio da depleção de 11Na corporal, diminuição
Esses compostos causam rápida redução na do volume sanguíneo, talvez, outros
demanda miocárdica de oxigênio, seguido por mecanismos;
alivio rápido dos sintomas. Os nitratos inibem a 2. Agentes simpaticoplégicos: Baixam a
vasoconstrição ou espasmo coronariano pressão arterial por meio da redução da
aumentando a perfusão do miocárdio e assim resistência vascular periférica, inibição da
aliviam a angina vasoespaticas também função cardíaca e aumento do acúmulo
relaxam as veias, diminuindo a pré-carga e o venoso nos vasos de capacitância. Esses
consumo cardíaco da angina de esforço. A agentes são ainda subdivididos de acordo com
nitroglicerina diminui o consumo de oxigênio seus supostos locais de ação no arco-reflexo
pelo miocárdio em virtude da diminuição do simpático;
trabalho cardíaco. 3. Vasodilatador direto: Reduzem a pressão ao
 Farmacocinética: O tempo de relaxarem o músculo liso vascular, relaxando,
estabelecimento da ação varia de um minuto os vasos da resistência e, aumentando
para a nitroglicerina a mais de uma hora para também a capacitância;
o mononitrato de isossorbida. Ela sofre 4. Agentes que bloqueiam a produção ou
biotransformação de primeira passagem no ação da angiostensina: Reduzem a
fígado. Dessa forma, é comum o seu uso por resistência vascular periférica e o volume
via sublingual ou adesiva transdérmico, sanguíneo.
evitando, assim, essa via de eliminação.
 Efeitos adversos: O efeito adverso mais
comum é a cefaleia, doses altas também
causam hipotensão postural, rubor facial e
taquicardia. Os inibidores da fosfodiesterase-
5 como sildenafila, potencializam a ação dos
nitratos.
Diuréticos  Agentes que diminuem a reabsorção renal
Os fármacos que bloqueiam as funções de de Na+: O rim modifica a composição iônica do
transporte dos túbulos renais são ferramentas filtrado glomerular através da ação combinada
clinicas valiosas no tratamento desses distúrbios. de transportadores e canais iônicos nas
Um diurético aumenta o volume de urina, em membranas. Esse transporte pode ser
quanto um natriurético provoca aumento na modulado farmacologicamente pelas ações de
excreção renal de 11Na, e um aquarético aumenta agentes diuréticos para regular o volume e a
a excreção de água sem solutos. Reduzem a composição da urina. A inibição da reabsorção
pressão arterial, sobretudo ao produzirem de íons leva a uma redução da força
depleção das reservas corporais de 11Na. propulsora osmótica que favorece a
Inicialmente, reduzem a pressão arterial ao reabsorção de H2O nos segmentos do néfron
diminuírem o volume sanguíneo e o débito permeáveis à H2O. Os diuréticos atuam sobre
cardíaco, pode ocorrer aumento da resistência a reabsorção de 11Na ao longo dos 4
vascular periférica. Os diuréticos são efetivos na segmentos dos néfron. O rim concentra e
redução da pressão arterial em 10 a 15mmHg na secreta esses fármacos na luz tubular,
maioria dos pacientes, e, com frequência, os permitindo que os diuréticos alcancem
diuréticos usados isoladamente proporcionam um concentrações mais altas no túbulo do que no
tratamento adequado para a hipertensão leve ou sangue.
moderada. Os diuréticos tiazídicos são  Diuréticos de alça: Atuam no ramo
apropriados para maioria dos pacientes com ascendente da alça de Henle, causando
hipertensão leve ou moderados, e com inibição competitiva do co-transportador de
normalidade das funções cardíaca e renal. Os Na+ e -K+, na membrana apical das células do
diuréticos poupadores de 19K são úteis tanto para ramo ascendente da alça. Ocorre também
evitar a depleção excessiva de 19K quanto para inibição da reabsorção no túbulo contorcido
aumentar os efeitos natriuréticos de outros distal, podendo resultar em aumento do aporte
diuréticos. O tratamento com doses baixas de de 20Ca e 12Mg luminal nos locais distais de
diuréticos e seguro, barato e eficaz na prevenção reabsorção no túbulo contorcido distal,
de derrame, infarto do miocárdio e IC congestiva, resultando em excreção aumentada de 20Ca e
todos os quais podem causar morte. de 12Mg.
 Diuréticos tiazilicos: Todos os diuréticos  Diuréticos do ducto coletor (poupadores de
orais são eficazes no tratamento da potássio): Aumentam a reabsorção de 19K no
hipertensão, mas os tiazilicos tem sido os mais néfron. Os agentes pertencentes a essa classe
usados. Os tiazílicos, como a hidroclorotiazida interrompem a reabsorção de Na+ das células
e a clortalidona, diminuem a pressão arterial principais do ducto coletor através de 2
inicialmente por aumentar a excreção de sódio mecanismos. Os agentes como a
e água. Isso causa uma redução do volume espirolactona inibem a biossíntese de novos
extracelular, resultando em diminuição do canais de Na+ nas células principais, enquanto
debito cardíaco e do fluxo sanguíneos renal. os agentes como a amilorida bloqueia a
 Farmacocinética: Os diuréticos tiazílicos atividade dos canais de Na+ na membrana
são ativados por VO. A velocidade de luminal dessas células. A espironolactona inibe
absorção e eliminação vária embora a ação da aldosterona através de sua ligação
nenhuma vantagem nítida exista entre eles. ao receptor de mineralocorticoides, impedindo
Todos os tiazilicos são substratos ar o a sua translocação nuclear e amilorida é um
sistema excretor de acido orgânico do inibidor competitivo do canal de Na+ epitelial
néfron e, como tal, podemos competir com o na membrana apical das células epiteliais.
ácido úrico pela eliminação.  Diuréticos osmóticos: Como o Manitol, são
 Efeitos adversos: Os diuréticos tiazilicos pequenas moléculas filtradas no glomérulo,
induzem hipotassemia e hiperuricemia em mas que não sofrem reabsorção subsequente
70% dos pacientes e hiperglicemia em 10%. no néfron. Consequentemente, representam
Podem causar ataque agudo da gota. uma força osmótica intraluminal que limita a
reabsorção de H2O através dos segmentos do
néfron permeáveis à H2O. Os efeitos dos
agentes osmóticos são maiores no túbulo
proximal, onde ocorre a maior parte da
reabsorção isosmótica de H2O.
 Diuréticos inibidores da anidrase
carbônica: É encontrada em locais do néfron,
onde catalisam a desidratação do H3CO3 à
CO2 na membrana luminal e a reidratação do
CO2 a H3CO3 no citoplasma. Ao bloqueá-la os
inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO 3 e
causam diurese.
Reguladores de volume FARMACOLOGIA DA DOR
Inibidores do sistema renina-angiotensina A dor é subjetiva, difícil de definir, embora
Usa 3 estratégias para a interromper o sistema saibamos o que significa. É a resposta direta a um
renina-angiotensina-aldosterona (RAA): evento indesejável ligado a lesão tecidual, como
1. Os inibidores da ECA reduzem a pressão trauma, inflamação ou câncer, as dores intensas
arterial reduzindo a resistência vascular podem originar-se de qualquer causa
periférica sem aumentar reflexamente o débito, predisponente obvia ou persistir por muito tempo
a frequência ou a contratilidade cardíaca. Eles depois que a lesão esteja resolvida. Também
bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina1 pode ocorrer em consequência de lesão cerebral
para formar a angiotensina2. Também é ou de nervo. As afecções dolorosas do segundo
responsável pela degradação da bradicinina tipo são geralmente descritos como dores
que aumenta a produção de óxido nítrico e neuropáticas. São causa comuns de incapacidade
prostaciclina nos vasos sanguíneos. Diminuem e angustia e, em geral, respondem menos aos
os níveis de angiotensina2 e aumenta os de analgésicos convencionais que as afecções em
bradicinina ocorre vasodilatação de arteríolas que a causa imediata está clara.
e veias como resultado de combinação de E condições normais, a dor associa-se à
efeitos de vaso constrição diminuída causada atividade de impulsos em fibras aferentes
pela redução dos níveis de angiotensina2 e primárias dos nervos periférico. Estes nervos
vasodilatação devido ao aumento da possuem terminações sensitivas nos tecidos
bradicinina. Reduzindo os níveis de periféricos e são ativados por estímulos de vários
angiotensina2, os inibidores da ECA diminuem tipos (mecânicos, térmicos e químicos). A maioria
a secreção de aldosterona, resultando em dos neurônios de fibras não-mielinizadas (C*) é
menor retenção de 11Na e H2O. Os inibidores associado as terminações nociceptivas polimodais
da ECA diminuem a pré-carga e a pós-carga e transmite dor profunda, difusa e em queimação,
cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho enquanto as fibras mielinizada (Aδ) transmitem
cardíaco. dor aguda bem localizada. As fibras C* e Aδ
2. Os antagonistas dos receptores de transmitem a informação nociceptiva proveniente
angiotensina: Como a Losartana e a do musculo e das vísceras, assim como as da
Valsartana, inibem a ação da AT2 em seu pele. A lesão tecidual é a causa imediata da dor e
receptor. Aumenta indiretamente a atividade resulta e liberação local de uma variedade de
do relaxamento vascular dos receptores AT2. substâncias químicas que atuam sobre as
Tanto os inibidores da ECA quanto os terminações nervosas, seja ativando-as
antagonistas AT1 aumentam a liberação de diretamente, ou potencializando sua sensibilidade
renina como mecanismo compensatório, no a outras formas de estimulação.
caso do bloqueio AT1, o aumento da AT2
resulta em sua interação aumentada com OPIÓIDES
receptores AT2. O ópio é um extrato do suco da papoula, que
3. Os antagonistas do receptor de minérios ou contém morfina e outros alcaloides relacionados.
corticoides bloqueiam a ação da aldosterona São usados para fins medicinais a milhares de
no ducto coletor do néfron. anos, como agente promotor de euforia, analgesia
e para evitar a diarreia.

Morfina
Os efeitos, mas importantes da morfina ocorrem
no SNC e no TGI, embora tenham sido descritos
vários efeitos de significativos menores sobre
outros sistemas.
 Efeitos no SNC:
 Analgesia: Tem efeito na maioria dos tipos
de dores agudas e crônicas, em geral, menos
eficaz nas síndromes de dor neuropática do
que nas dores associadas à lesão tecidual,
inflamação ou crescimento tumoral. Ela
também reduz o componente afetivo da dor.
 Euforia: A morfina causa potente sensação
de contentamento e bem estar. É um
componente importante de seus efeitos
analgésicos, porque a agitação e a ansiedade
associadas a uma doença dolorosa ou
trauma, são assim reduzidos.
A morfina ou a diamorfina (heroína) administradas contração da bexiga e constrição do esfíncter
por via intravenosa, o resultado será um ``ímpeto biliar. Os opioides devem ser evitados em
súbito´´ que se assemelha a um orgasmo pacientes que sofrem de dores biliares devido
abdominal. A euforia produzida depende das a cálculos, nos quais pode ser aumentada ao
circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é invés de aliviadas.
pronunciado, as nos pacientes acostumados a dor  Outras ações dos opióides: A morfina
crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou libera histamina dos mastócitos através de
nenhuma euforia. Alguns pacientes relatam ação não relacionada aos receptores opióide.
agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias. A liberação de histamina pode causar efeitos
 Depressão respiratória: Resultando em locais, como urticária e prurido no local da
aumento da PCO 2 arterial, ocorre com uma injeção, ou efeitos sistêmicos, chamados
dose normal analgésica de morfina ou broncoconstrição e hipotensão. O efeito
compostos relacionados, embora em pacientes broncoconstritor pode ter serias
com dor grave o grau de depressão consequências para os pacientes asmáticos
respiratória produzido possa ser menor do que ,aos quais a morfina não deve ser
o antecipado. A depressão respiratória e administrada. A hipotensão e a bradicardia
mediada por receptores μ. O efeito depressor ocorrem com doses elevadas da maioria dos
está associado à diminuição da sensibilidade opioides, devido à ação sobre a medula. Com
do centro respiratório à PCO 2 arterial e à a morfina e fármacos similares, a liberação
inibição da geração do rito respiratório. de histamina pode contribuir para a
 Depressão do reflexo da tosse: A supressão hipotensão. Os efeitos no músculo liso são
da tosse surpreendentemente, não se leves embora possam ocorrer espasmos
relaciona com as ações analgésicas e uterinos, da bexiga e dos ureteres. Os
depressoras dos opióides, e seu mecanismo opioides exercem efeitos imunossupressores
ao nível dos receptores não está claro. A complexos, e podem ser importantes, como
codeína e a folcodina suprimem a tosse em ligação entre o SN e a função imunológica.
doses subanalgésica, porém causam  Tolerância e dependência: Os diferentes
constipação como efeito adverso. mecanismos adaptativos celulares são
 Náuseas e vômitos: Ocorrem em até 40% responsáveis pela tolerância e dependência.
dos pacientes a quem se administra morfina, e Estes fenômenos ocorrem, sempre que os
não parecem ter efeitos separáveis do efeito opioides são administrados por mais que
analgésico entre uma variedade de analgésico alguns dias.
opioides. O local de ação é a área postrema,  Tolerância: A tolerância às muitas ações dos
região do bulbo e que muitos tipos de opioides desenvolve-se em alguns dias, como
estímulos químicos podem iniciar os vômitos. administração repetitiva. A rotatividade de
Náuseas e vômitos após a injeção de morfina fármaco e frequentemente usado na clinica
geralmente são transitórios e persistem e para superar a perda da eficácia.
possam limitar a adesão do paciente. A  Dependência física: Refere-se a
administração aguda da morfina-6-glucuronida, determinado estado em que a retirada do
um metabolito ativo da morfina, pode produzir fármaco causa efeitos fisiológicos adversos,
náuseas e vômitos, devido ao fato de ser mais ou seja, síndrome de abstinência.
polar e não penetrar na área postrema, como a  Farmacocinética: A absorção da morfina por
morfina. VO é variável. A própria morfina é absorvida
 Constrição pupilar (miose): É causada por sendo comumente administrada por via
estimulação do núcleo do nervo oculomotor intravenosa ou intramuscular para tratar dor
mediado pelos receptores μ e k. Pupilas aguda, intensa, a morfina por via oral, costuma
puntiformes são características para ser usada para aumentar sua duração de
diagnosticar intoxicação por opioides, porque a ação. A codeína é bem absorvida e
maioria das causas de coma e depressão administrada por via oral. A maioria dos
respiratória produz dilatação pupilar. A fármacos parecidos à morfina passa por
tolerância não se desenvolve à constrição considerável metabolismo de primeira
induzida pelos opioides e, portanto, pode ser passagem, e, portanto, eles são muito menos
observado em usuários de drogas potentes quando usado por VO, e não
dependentes de opioides que estejam usando injetados. A meia vida plasmática da morfina é
opióide por tempo considerável. de 3 a 6 horas. O metabolismo hepático é a
 Efeitos no TGI: Os opióides aumentam o principal modalidade de inativação, geralmente
tônus e reduz a motilidade em muitas pares do por conjugação com glicuronideo.
sistema do TGI, resultando em constipação, eu  Efeitos adversos: A superdosagem aguda
pode ser grave e problemática para o paciente. com morfina resulta em coma e depressão
O atraso resultante nos esvaziamento gástrico respiratória, caracteristicamente com
pode retardar a absorção de outros fármacos. constrição pupilar.
A pressão no trato biliar aumenta em razão da
PARACETAMOL ANTIINFLAMATÓRIO
Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais A inflamação é uma resposta normal de
(AINEs) são usados para tratar afecções proteção às lesões teciduais causadas por trauma
inflamatórias dolorosas e para reduzir quadros físico, agentes químicos ou microbiológicos
febris. Ele difere dos outros AINEs por produzir nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo
efeitos analgésicos e antipiréticos, enquanto lhe de inativar ou destruir os organismos invasores,
faltam os efeitos anti-inflamatórios. Não possui a remover os irritantes e preparar o cenário para o
tendência de outros AINEs para causar ulceração reparo tecidual. Quando a recuperação está
gástrica e sangramento. O paracetamol é bem completa, normalmente o processo inflamatório
absorvido por VO, e sua meia vida plasmática é cessa. Entretanto, pode ocorrer ativação impropria
de cerca de 3 horas. É metabolizado por do sistema imune resultando em inflamações e
hidroxilação, conjugação principalmente como causando doenças imunomediadas, como a artrite
glicuronideo e eliminado na urina. A reumatoide (AR*) A reação inflamatória está
superdosagem de paracetamol causa grave lesão presente em quase todas as lesões produzidas no
hepática, comumente fatal, e o fármaco costuma organismo humano. As manifestações clínicas do
ser usado em tentativas de suicídios. processo inflamatório são dor, hiperalgésia,
eritema, edema e limitação funcional. Os fármacos
AINEs e celecoxibe (inibidor do COX2).

Prostaglandinas (PG´s)
Todos os AINEs inibem a síntese das PG´s.
Assim, para entender os AINEs, precisamos
compreender a atividade e biossíntese da PG´s.
As PG´s e os compostos relacionados são
produzidos em mínimas quantidades por
praticamente todos os tecidos. Geralmente atuam
localmente nos tecidos, onde são sintetizados,
sendo rapidamente metabolizados em produtos
inativos nos seus locais de ação. Eles não
circulam em quantidades significativas no sangue.
 Síntese: O ácido araquidônico é o principal
precursor da PG´s e dos compostos
relacionados. Está presente em componentes
dos fosfolipídios das membranas celulares. O
acido araquidônico livre é liberado dos
fosfolipídios teciduais pela ação da fosfolipase
A2 e outra acidrolases por um processo
controlado por hormônios e outros estímulos.
Existem duas vias para a síntese de
eicosanoides a partir do ácido araquidônico:
1. Via da ciclo-oxigenase: Todos os
eicosanoides com estrutura de anéis (PG´s,
tromboxanos e prostaciclinas) são
sintetizados pela via da ciclo-oxigenase.
Temos duas isoformas relacionadas das
enzimas ciclo-oxigenase.
a. Ciclo-oxigenase 1 (COX1): Responsável
pela produção fisiológica de prostanóides. A
COX1 é uma enzima constitutiva, regulando
os processos celulares normais, como a
citoproteção gástrica, a homeostase
vascular, a agregação plaquetária e as
funções reprodutiva e renal.
b. Ciclo-oxigenase 2 (COX2): Provoca a
produção elevada de prostanóides que
ocorrem em locais de doença e inflamação
crônica. A COX2 é expressa de forma
constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e
ossos. Sua expressão em outros locais
aumenta durante os estados inflamatórios
crônica.
As duas enzimas são homologas; no entanto, a  Ação terapêutica: As PG´s tem papel
conformação para os sítios de ligação ao principal na modulação da dor, inflamação e
substrato e regiões catalíticas é um pouco febre. Também controla funções, como
diferente. secreção ácida e a produção de muco no TGI,
a contração uterina e o fluxo de sangue nos
Ex.: A COX2 apresenta um canal de sub strato maior e mais rins. As PG´s também estão entre os
flexível do que a COX1 que apresenta um espaço maior no
sítio de ligação dos inib idores.
mediadores químicos liberados nos processos
alérgicos e inflamatórios.
2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, muitas  Ação anti-inflamatória: Os AINEs inibem a
lipoxigenases podem agir sobre o ácido ciclo-oxigenase e, consequentemente,
araquidônico para formar 5HPETE, 12HPETE provocam a redução das PG´s vasodiladoras
e 15HPETE, que são derivados peroxidados (PGE2 e PGI2) e que está associado a menor
instáveis e se convertem nos correspondentes vasodilatação e, indiretamente, menos
derivados hidroxilados (Os HETES) ou em edema. Não há redução de acumulo de
leucotrienos ou lipoxinas, dependendo do células inflamatórias, porem os AINEs
tecido. Os fármacos antileucotrienos, como o impedem a saída do exsudato (enzimas,
zileutona, o zafirlucaste e o montelucaste, são células de defesa, citocinas, proteínas do
uteis no tratamento da asma alérgica complemento) o paracetamol não possui
moderada. ação anti-inflamatória considerável.
 Ação antipirética: Devido, a diminuição da
 Bimatoprosta e latanoprosta: A latanoprosta PGE2 que é responsável pela elevação do
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle
é um análogo da PGF2 indicado para o
tratamento do glaucoma de ângulo aberto e de temperatura na febre. Os anti-inflamatórios
pressão intraocular alta. O bimatoprosta ativam o hipotálamo e este induz a expressão
mimetiza as prostamidas endógenas de COX2 que produz as PG´s.
 Ação analgésica: A diminuição de PG´s
resultando na mesmo redução da pressão
significa menos sensibilização das
intraocular eficaz. Assim, o bimatoprosta
terminações nervosas nociceptivas a
aumenta a proeminência, o comprimento e a
mediadores inflamatórios, como a bradicinina.
pigmentação dos cílios e também esta
O alivio da cefaleia é devido à menor
aprovado para o tratamento da hiposicose dos
cílios. vasodilatação cerebral mediada pelos PG´s.
 Mecanismo de ação: Fixando-se ao receptor as PG´s são responsáveis por diminuir o
limiar de excitabilidade dos nociceptores das
FP das PG´s, latanoprosta e travoprosta
fibras C e Ag responsáveis pela sensação de
aumenta o efluo uveoescleral diminuindo a
dor.
pressão intraocular. O efeito do bimatoprosta
 Salicilatos (AAS): O ácido salicílico foi
é similar.
 Efeitos adversos: As reações oculares descoberto devido às suas ações antipiréticas
incluem visão turva, alteração na coloração e analgésicas. A aspirina provoca inativação
íris (aumenta a pigmentação marrom), irreversível da COX1 e COX2. Também é eficaz
aumento do número e pigmentação dos em baixas doses, em distúrbios
cílios, irritação ocular e sensação de corpo cardiovasculares devido a sua ação
estranho, antiplaquetária. Os tipos de dores que são
aliviadas pelos salicilados são de pouca
intensidade e originam-se mais de estruturas
tegumentares que das vísceras, especialmente
cefaleia, mialgia e artralgia.
 Efeitos adversos: Desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos. Não pode ser usados em
pacientes hemofílicos ou que usam heparina
ou anticoagulantes orais, devido ao risco de
hemorragias. A ingestão de salicilados causa
o prolongamento do tempo de sangramento.
Este efeito é devido à acetilação irreversível
da cicloxigenase plaquetária e a consequente
redução da formação de tromboxano A2.
 Ibuprofeno: Possui atividade anti-inflamatória, FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA
analgésica e antipirética, além disso, podem Os fungos são células eucarióticas sem
alterar a função das plaquetas e prolongar o mobilidade. Diferente das plantas eles não fazem
tempo de sangramento. São inibidores fotossíntese e são de natureza parasitária. Tem
irreversíveis da ciclo-oxigenase, inibindo a parede celular rígida composta de quitina, um
síntese de PG´s, mas não de leucotrienos. É polímero de N-acetil-glicosamina, em vez de
bem absorvido por VO, ligando-se quase que peptideoglinao. As membranas celulares fungicas
totalmente à albumina plasmática. Sofrem contém ergosterol, em vez de colesterol,
biotransformação hepática e são excretados encontrados nas membranas de mamíferos.
pelos rins. Essas características químicas são úteis no
 Efeitos adversos: Os mais comuns são no tratamento das infecções bacterianas, e, ao
TGI, variando desde dispepsia até contrário, as bactérias são resistentes aos
sangramento. Também foram registrados fármacos antifúngicos.
efeitos adversos envolvendo o SNC, como As infecções fúngicas são chamadas de
cefaleia, zumbidos e tonturas. micoses, podem ser dividida em infecções
 Piroxicam e Meloxicam: Usados no superficiais e sistêmicas.
tratamento da AR* da espondilite anquilosante  As infecções fúngicas superficiais: Podem
e da osteoartrite, apresenta meias-vias longas, ser classificadas em dermatomicoses e
o que permiti a administração uma vez ao dia. candidíase.
O fármaco original e os metabólitos são  As dermatomicoses são infecções da pele,
excretados pelos rins na urina. o meloxicam dos cabelos e das unhas causadas por
inibe a COX1 e a COX2, com ligação dermatófitos.
preferencialmente a COX2 e em doses baixas  A candidíase superficial, o microrganismo
a moderadas, provoca menos irritação do TGI leveduriforme infecta as mucosas da boca
do que o piroxicam. A excreção do meloxicam (afta) ou da vagina ou pele.
é realizada principalmente na forma de  As infecções sistêmicas (micoses
metabolitos e ocorrem igual proporção na urina profundas): Podem envolver órgãos internos
e nas fezes. ou acometer todo o organismo do hospedeiro,
produzindo variado quadro anatomopatológico.
Os fungos dimórficos estão muito associados a
esta condição.
Os agentes antifúngicos devem possuir quatro
características:
1. Amplo espectro de ação contra uma variedade
de fungos patógenos;
2. Baixa toxicidade farmacológica;
3. Múltiplas vias de administração;
4. Excelente penetração no líquido
cefalorraquidiano.
Os principais alvos moleculares da terapia
antifúngica consistem em enzimas e outras
moléculas envolvidas na síntese de DNA, na
mitose, na síntese de membrana plasmática e na
síntese das paredes celular dos fungos.

Figura 41: Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis


atuam sobre alvos moleculares distintos. (a) núcleo; (b) As
alilaminas, as benzilaminas, osimidazólicos e os triazólicos
inibem a via de síntese do ergosterol no retículo
endoplasmático. (c) As equinocandinas inibem a síntese da
parede celular dos fungos. (d) Os polienos ligam-se ao
ergosterol na membrana fúngica e, portanto, rompem a
integridade da membrana plasmática. A anfotericina é um
polieno representativo. (e) A flucitosina inibe a síntese de
DNA do fungo. (f) A griseofulvina inibe a mitose dos fungos
através da ruptura do fuso mitótico.
Inibidores da síntese de DNA Inibidores da membrana
 Flucitosina (5FC): Agente antifúngico sintético  Nistatina: É um antibiótico macrolídeo
que, administrado por VO, mostra-se ativo poliênico de estrutura semelhante à da
contra uma gama limitada de infecções anfotericina e com o mesmo mecanismo de
fúngicas sistêmicas, sendo eficaz em ação, ela também atua mediante ligação ao
infecções causadas por leveduras. ergosterol e formação de poros nas
Administrado só desenvolve resistência à membranas celulares dos fungos. Seu uso
droga durante o tratamento razão pela qual é limita-se a infecções fúngicas da pele e do TGI
comum ser associada com anfotericina para da pele da vagina.
infecções graves, como a meningite. Isto se dá  Anfotericina: É um antibiótico de estrutura
devido ao fato de ocorrer mutações na citocina complexa, caracterizada por um anel de átomo
permease ou citosina desaminase do fungo. de carbono com múltiplos membros. Ela liga-
 Mecanismo de ação: A 5FC é convertida no se às membranas celulares e interfere na
antimetabólito 5-fluoracil (5FU) por células permeabilidade e nas funções de transporte.
dos fungos, mas não em células humanas. O Forma um poro na membrana, criando com a
5FU inibe a timidilato sintetase e, portanto a parte central hidrofílica da molécula um canal
síntese de DNA. Em geral, a flucitosina é iônico transmembranar. A anfotericina é ativa
administrada por infusão intravenosa, mas contra a maioria dos fungos e leveduras.
também pode ser usado por VO. Quando administrada por via oral, a
 Farmacocinética: A 5FC é bem absorvida anfotericina é pouco absorvida, razão pela
por VO. Distribui-se por toda a água corporal qual só é administrada por esta via para
e penetra bem no LCR. A 5FC é detectável infecções fúngicas do trato gastrintestinal.
em pacientes e resulta da biotransformação  Mecanismo de ação: Varias moléculas de
da 5FC pelas bactérias intestinais. A anfotericina se ligam ao ergosterol nas
excreção do fármaco e seus metabolitos é membranas plasmáticas das células dos
por filtração glomerular, a dosagem precisa fungos sensíveis. Ela formam poros (canais)
ser ajustada em pacientes com função renal que precisam de interações hidrofóbicas
comprometida. entre o segmento lipofílico do antibiótico
 Efeitos adversos: A 5FC causa neutropênia, polieno e o esterol. O poro desorganiza a
trombocitopenia reversível e depressão dose- função da membrana, permitindo o
dependente da medula óssea. Deve-se ter vazamento de eletrólitos e pequenas
cautela e pacientes submetidos à radiação ou moléculas, resultando na morte da células.
quimioterapia com fármacos que deprimem a  Farmacocinética: É administrado por infusão
medula óssea. Pode ocorrer disfunção IV lenta. Ela é insolúvel em água, e a
hepática reversível com elevação das preparação injetável precisa de adição de
transaminases êmese e diarreia, são comuns, desoxicolato de sódio, que produz uma
e pode ocorrer também grave enterocolite. dispersão coloidal solúvel. A anfotericina se
liga extensamente às proteínas plasmáticas e
Inibidores da mitose se distribui por odo o organismo, ligando-se
 Griseofulvina: Agente antifúngico de pequeno extensamente aos tecidos.
espectro. Interfere na mitose pela ligação com  Efeitos adversos: Tem baixo índice
os microtúbulos fúngicos, pode ser usado para terapêutico. Pequenas doses podem ser
tratar as infecções desmatofiticas da pele ou administrados para avaliar o grau de resposta
das unhas, quando o tratamento local é negativa do paciente, com o anafilaxia ou
ineficaz, tratamento precisa ser prolongado. convulsões.
 Farmacocinética: é administrado oralmente .
é pouco hidrossolúvel, e absorção varia com
o tipo de preparação; em partículas, o
tamanho da partícula. Ela é cantada
seletivamente pela pele recém-formada e
concentrada na queratina. A meia vida
plasmática é de 24 horas, porém ela fica
retida na pele por muito mais tempo. Ela
induz potencialmente as enzimas P450 causa
varias interações farmacológicas importantes.
 Efeitos adversos: São frequentes, porém o
fármaco pode causar alterações gástricas,
cefaleia e fotossensibilidade. Reações
alérgicas (erupções cutâneas, febre) também
podem ocorrer. Não deve ser usado em
gestantes.
Inibidores do ergosterol Inibidores da 14α-esterol das metilase
Constituem um grupo de agentes fungistáticos Um alvo importante na via da síntese do
sintéticos, com amplo espectro de atividade. Eles ergosterol é a 14α-esterol desmetilase, uma
inibem as enzimas P450 fúngicas responsáveis enzima do citocromo P450 que converte o
pela síntese do ergosterol, o principal esterol lanosterol em ergosterol. A diminuição na síntese
encontrado na membrana das células fúngicas. A de ergosterol e o acúmulo de 14α, etil esteróis
depleção de ergosterol altera a fluidez da rompem as cadeias acil agrupadas dos
membrana, interferindo na ação das enzimas fosfolipídios nas membranas dos fungos. A
associadas à membrana. O efeito global consiste estabilização da membrana fúngica leva à
em inibição da replicação. disfunção das enzimas associadas à membrana,
podendo levar, à morte celular. Os azólicos são
Inibidores da esqualeno epoxidase agentes antifúngicos que inibem a enzima 14α-
Estes fármacos atuam inibindo a esqualeno esterol. Os azois são compostos sintéticos que
epoxidase, resultando no bloqueio da biossíntese podem ser classificados como imidazois ou
do ergoesterol, um componente essencial da triazois de acordo com o número de átomo de
membrana celular dos fungos. Os agentes nitrogênio no anel zólico de 5 membros. Os
antifúngicos que inibem a esqualeno epoxidase imidazois consistem no cetoconazol, no miconazol
são divididas em alilaminas e benzilaminas, com e no clotrimazol. As duas substâncias são usadas
bases nas suas estruturas químicas em apenas na terapia tópica. Os triazois incluem o
Terbinafina e naftifina são alilaminas, enquanto a itraconazol o fluconazol, o voriconazol e o
butenatina é uma benzilamina. As alilaminas e poaconazol.
benzilaminas tópicas e mais eficazes que o  Cetoconazol: Foi o primeiro azol a ser
azólicos tópicos contra dermatófitos comuns, administrado por via oral no tratamento das
particularmente os que causam tinha do pé. infecções fúngicas sistêmicas. É bem
 Terbinafina: É o fármaco de escolha para absorvido pelo trato gastrointestinal, seu
tratar dermatofitose, especialmente da principal risco é a sua alta toxicidade.
onicomicose. É bem mais tolerado, a duração  Fluconazol: É administrado por via oral ou por
do tratamento é menor e mais eficaz do que intravenosa. Pode tornar o fármaco de primeira
com itraconazol. escolha na maioria dos tipos de meningite
 Mecanismo de ação: Inibe a esqualeno fúngica.
epoxidase do fungo, diminuindo, assim, a  Itraconazol: Está disponível em formulações
síntese de ergoesterol, o que acumula orais e intravenosas. É administrado por via
grandes quantidades tóxicas e esqualeno, oral e, após absorção, sofre extenso
determina a morte da célula fúngica. metabolismo hepático. Não penetram no
 Farmacocinética: Está disponível para líquido cefalorraquidiano. A hepatoxicidade
administração oral e tópica, embora sua constitui o principal efeito adverso associado à
biodisponibilidade seja só 40%. Devido à terapia com itraconazol.
biotransformação de 1ª passagem. A
absorção não aumenta com a alimentação. Inibidores da parede celular
99% da terbinafina liga-se às proteína Os componentes chave da parede celular dos
plasmáticas, deposita-se na pele, nas unhas fungos são as quitinas, o β-(1,3)-D-glicono, o β-
e na gordura. Ela se acumula no leite e, por (1,6)-D-glicano e as glicoproteínas da parede
isso, não deve ser usado em gestantes. Te celular. Os componentes da parede celular
longa meia-vida terminal de 200 a 400 horas, representam alvos exclusivos para a terapia
o que pode refletir a lenta liberação desses antifúngica, os agentes usados são em geral
tecidos. A terbinafina oral é extensamente atóxicos.
biotransformada, antes da excreção urinária.  Equinocandinas: Seu alvo principal é a
 Efeitos adversos: Os mais comuns são síntese da parede celular fúngica através da
distúrbio do TGI (diarreia, dispepsia e não-competitiva da síntese de β-(1,3)-D-
náusea), cefaleia e urticária foi registrados glicanos. A ruptura da integridade da parede
distúrbios de gosto e visão, e elevação celular resulta em estresse osmótico, lise da
temporária das concentrações séricas de célula fúngica e, morte do fungo. Os três
enzimas. Todos esses efeitos adversos agentes antifúngicos dessa classe são a
cederam com a interrupção do fármaco. Caspofungina, a Micafungina e a
 Naftifina: É um inibidor da esqualeno Anidulafungina, todos lipopeptídios
epoxidase com amplo espectro de atividade semissintéticos derivados de produtos animais.
antifúngica. Só está disponível na forma
tópica, em creme ou gel.
FARMACOLOGIA ANTIMICROBIANA
Antimicrobiano substância que mata ou inibe o
desenvolvimento de microrganismos, como
bactérias, fungos, vírus ou protozoários. A terapia
antimicrobiana baseia-se em 4 objetivos:
1. Identificar e caracterizar o patógeno e seleção
de droga baseada nos locais de infecções e
nas lesões;
2. Obtenção de concentrações efetiva do
antimicrobiano indicado por um período no
local da infecção;
3. Seleção de frequência e de proporção de
dosagem e da via de administração do
antimicrobiano, e da duração da terapia;
4. Fornecimentos de terapia de suporte,
apropriados para aumentar a capacidade de
superar a infecção e as alterações associadas.
Interferem nos microrganismos, mantendo-os ou
inibindo seu metabolismo ou sua reprodução,
permitindo que o sistema imunológico destrua o
microrganismo. Os antibióticos bactericidas
destroem as bactérias, enquanto os antibióticos
bacteriostáticos evitam apenas que elas se
multipliquem e permitem que o organismo elimine
as bactérias resistentes.

Mecanismo de ação
O objetivo da terapia farmacológica
antimicrobiana é a toxicidade seletiva, que é a
inibição e a replicação de patógenos em
concentração do fármaco abaixo da necessária
para afetar as vias do hospedeiro. Os quatro
mecanismos básicos de ação dos antibióticos são:
1. Ruptura da parede celular: Por inibição da
síntese de peptídeoglicanos;
2. Inibição da síntese das proteínas
bacterianas: Exerce sua ação antimicrobiana
agindo sobre o ribossomo.
3. Interferência no metabolismo normal: Inibi
um precursor na síntese de ácido fólico
necessário para a síntese do DNA e RNA
bacteriano.
4. Interrupção da síntese do ácido nucleico:
Inibi enzimas responsáveis pela transcrição ou
a replicação do genoma.

Figura 43:principais modos de ação dos antibióticos: (1)


inibidores da síntese de folato: sulfonamidas, trietoprina; (2)
inibidores da síntese da parede celular: antibióticos β-
lactamicos: penicilina, cefalosporina, carbanemos e
monobactamicos; (3) inibidores da DNAgirase:
fluoroquinolona; (4) inibidores do RNApolimerase: rifamicina;
(5) inibidores da síntese de proteínas: tetraciclinas,
aminoglicosideos e macrolideos.
Inibição da parede celular  Cefalosporina: São estruturalmente diferentes
O mais importante mecanismo da atividade dos das penicilinas pela presença de um anel
antibióticos é a interferência com a síntese da acessório. As Cefalosporina de primeira
parede celular, e classificados como antibióticos β- geração são ativas contra espécie gram-
lactâmicos, são assim chamados porque negativas bem como contra os bacilos gram-
compartilham uma estrutura de anel β-lactâmico. negativos como Proteus mirabilis e E. Coli, que
Outros antibióticos podem interferir com a causam infecção no trato urinário. Esses
construção da parede celular bacteriana, incluindo agentes são sensíveis a muitas β-lactamases.
a vancomicina, doplomicina e a bacitracina.  Mecanismo de ação: É idêntico ao da
penicilina, interferem na síntese de
β-lactâmicos peptidioglicanos bacterianos após as ligações
Inibe a síntese da parede celular das bactérias, às proteínas de ligação de β-lactâmicos.
eles inibem a ligações cruzadas dos polímeros de  Farmacocinética: Varias cefalosporina
mureína. O elemento chave desse mecanismo de precisam ser administradas por via IV ou IM
ação é um anel β-lactâmico de quatro membros os devido à sua pouca absorção oral. São bem
β-lactâmicos são divididos em quatro famílias. distribuído nos líquidos corporais. A
 Penicilina: Foi o primeiro antibiótico eliminação ocorre por meio de secreção
descoberto, atua na síntese da parede celular tubular ou filtração glomerular.
bacteriana. São os fármacos mais usados e  Efeitos adversos: Produzem vários efeitos
menos tóxicos conhecidos, o aumento da adversos, alguns dos quais são próprio da
resistência limitou o seu uso. cefalosporina individuais. As cefalosporina
 Mecanismo de ação: É a interferência na devem ser evitados ou usadas com cautela e
síntese do peptidoglicano da parede celular indivíduos que são alérgicos às penicilinas.
bacteriana, após se ligarem a proteína de
ligação da penicilina. Elas interferem nas  Carbanemos: São β-lactâmicos sintéticos,
enzimas transpeptidases responsáveis pela estruturalmente se diferencia das penicilinas,
formação da ligação cruzada entre o porque o átomo de enxofre do anel
filamento peptidoglicânicos. tiazolidinico foi externalizado e substituído por
 Farmacocinética: Sua via de administração carbonos.
é determinada pela estabilidade do fármaco  Mecanismo de ação: Também inibe a
ao suco gástrico e a gravidade da infecção. A biossíntese da parece celular bacteriana,
maior parte da penicilina é incompletamente apresenta certas peculiaridades nesse
absorbida por VO e alcança o intestino em sentido, além de ser rapidamente bactericida
quantidade suficiente para afetar a para as bactérias sensíveis. Exerce seu efeito
composição da flora intestinal. É bem antibacteriano ligando-se a proteínas
distribuído pelo organismo, todos atravessam especificas que acoplam penicilina, em
a barreira placentária, mas nenhum bactérias G-positivas e G-negativas,
apresentou teratogênia. A via de excreção é produzindo esferoplasto, forma de
por meio do sistema de ácido orgânico no degradação da bactéria.
túbulo renal, bem como filtração glomerular.  Farmacocinética: É degrada pelo suco
São excretados no leite. gástrico e não é absorvido após
 Reações adversas: As penicilinas estão administração oral por isso é administrados
entre os fármacos mais seguros, e os níveis por via IV e penetram bem os tecidos e
sanguíneos não são monitorados. A líquidos corporais, se liga às proteínas
hipersensibilidade é o efeito adverso mais plasmáticas na taxa de 50%. São excretados
importante das penicilinas. A diarreia é por filtração glomerular.
causada pela ruptura no equilíbrio normal  Efeitos adversos: Pode causar náusea,
entre os microrganismos intestinais, é um êmese e diarreia, eosinofilia e neutropênia
problema comum. Todas as penicilinas tem são menos comuns que com outro β-
potencial de causar nefrite intersticial se lactamicos. Níveis altos podem causar
injetadas intratecalmente. E observado convulsões.
diminuição da coagulação.
 Monobactamico (Aztreonam): São ativos Inibidores da β-lactamase
contra a maioria das bactérias G-negativas, A hidrolise do anel β-lactâmicos, seja por
porém carece de atividade contra hidrolise enzimática com β-lactamase, ou por
microrganismos G-positivos. A Aztreonam é ácidos, destrói a atividade antimicrobiana dos β-
usada em pacientes alérgicos à penicilina. lactâmicos. Inibidores de β-lactamase, como ácido
 Mecanismos de ação: Interfere na clavulânico, contém um anel β-lactâmicos, mas
biossíntese da parede celular bacteriana, é por si não tem atividade antibacteriana. Ligam-se
capaz de atravessar facilmente a membrana e inativam as β-lactamase, protegendo, assim, os
externa das bactérias G-negativas aeróbias e antibióticos que normalmente seriam substratos
apresenta grande afinidade pelo tipo 3 das dessas enzimas. São formulados em associação
proteínas especificas que se ligam às com os antibióticos β-lactamase suscetíveis.
penicilinas. Esse tipo de afinidade faz com
que as bactérias se tornem filamentosas, Inibidores da topoisomerase
percam a capacidade reprodutora e morram. Atua através da inibição das topoisomerases,
 Farmacocinética: Por não ser absorvido por são enzimas isomerases que atuam sobre a
VO é administrados por via IM ou IV. Sua topologia do DNA. Inibição das topoisomerases
biodisponibilidade e 100% na via IV. Ela se Tipo 1 e Tipo 2 interferem tanto na transcrição
lisa as proteínas plasmáticas na taxa de 56%. quanto na replicação do DNA controlando o super
O aztreonam atravessa a placenta e é enrolamento do DNA.
excretada pelos rins, por filtração glomerular  Quinolona: Inibem a topoisomerase tipo 2
e secreção tubular. bacteriana. As fluroquinolonas são muito
 Efeitos adversos: São semelhante a outros usadas no tratamento de infecções
β-lactamicos. Foi registrados os seguintes urogenitais, respiratórias e gastrintestinal
efeitos colaterais: dos e flebite no local da comuns causadas por microrganismos G-
injeção IV, desconforto do TGI, náuseas, negativos.
diarreia e exantemas.  Mecanismo de ação: O alvo das quinolonas
consiste na DNA-girase e na topoisomerase 4
 Vancomicina: É um glicopeptídeo adquiriu bacteriana. As fluoroquinolonas são potentes
importância devido a sua eficácia contra bactericidas contra a E. coli e várias espécies
microrganismos de resistência múltiplas, como de Salmonella, Shigella, Enterobacter. As
os SAMRs e os enterococos. quinolonas são bem absorvidas após
 Mecanismo de ação: Ela inibe a síntese de administração oral e distribuem-se
fosfolipídios da parede celular bacteriana, amplamente pelos tecidos do corpo.
bem como a polimerização do  Farmacocinética: A meia vida sérica varia de
pepdideoglicano de modo tempo-dependente, 3-5 horas para o norfloxacino e o
ligando-se cadeia lateral do pentapeptideo ciprofloxacino até 20 horas.
precursor. Isso impede a etapa de  Efeitos adversos: As quinolonas tendem a
transelicosilação na polimerização do ser neutra, e pode causar convulsões em
peptideoglicano, enfraquecendo, a parede altas doses, raramente ocorre vômito e
celular e lesando a membrana celular diarreia.
subjacente.
 Farmacocinética: Infusão por IV lenta de  Fluoroquinolonas: São ativos contra varias
vancomicina é usada no tratamento de bactérias Gpositivas e Gnegativas. Incluem os
infecções sistêmicas ou profilaxia. Como a agentes de largo espectro ciprofloxacino,
vancomicina não é absorvida pela VO, essa levofloxacino e norfloxacino. Esses agentes
via só é usada no tratamento da colite. A inibem a topoisomerase 2 (uma DNA-girase
biotransformação do fármaco é mínima, e 90 bacteriana).
a 100%. É excretada na filtração glomerular.  Mecanismo de ação: Elas bloqueiam a
 Efeitos adversos: Incluem febre, calafrios ou síntese de DNA ao inibir a topoisomerase 2 e
flebite no local da infusão ruborização e 4. Essa inibição impede o relaxamento do
choque resulta da liberação de histamina DNA superespiralado, o que é necessário
associado com a infusão rápida. para a transcrição e replicação normais. A
inibição da topoisomerase 4 interfere na
separação do DNA cromossomial replicado
nas respectivas células filhas durante a
divisão celular.
 Farmacocinética: depois da administração
oral, são bem absorvidas e se distribuem bem
nos líquidos e tecidos orgânicos, se
acumulam em vários tecidos, principalmente
nos rim, na próstata e no pulmão.
Antiácidos com alumínio e magnésio interferem  Efeitos adversos: São sérios, necessitando
em sua absorção. As meias vidas varias de 3 a da interrupção de tratamento, incluem
10 horas. A maioria das fluoroquinolonas são hepatite, reações de hipersensibilidade,
eliminados por mecanismos renais, quer secreção depressão da medula óssea e falência renal
tubular, quer filtração glomerular. aguda devido a nefrite intersticial ou
 Efeitos adversos: Os mais comuns são as cristalúria. O ultimo efeito resulta da
alterações no TGI e as erupções cutâneas. precipitação de metabolitos acetilados na
Também ocorrem sintomas no SNC, coo urina. Pode ocorrer cianose causada pela
cefaleia e tonturas, assim como, convulsões meta-hemoglobunemia. Efeitos adversos
associadas e alterações do SNC. Pode moderados incluem náusea, cefaleia e
comprometer a cartilagem e crescimento e depressão.
provocar artropatia.
Inibidores da tradução
Inibidores da transcrição O alvo dos inibidores da tradução é a subunidade
É efetiva contra bactérias que resistem em 30S ou 50S do ribossomo bacteriano, além dos
fagossomos, visto que é bactericida para bactérias efeitos inibitórios sobre os ribossomos
tanto intracelulares quanto extracelulares. bacterianos, os inibidores da síntese proteica
podem afetar os ribossomos mitocondriais de
 Rifampicina: São ativas contra mamíferos ou ambos. A inibição completa da
microrganismos Gpositivos, algumas cepas de síntese proteica não é suficiente para matar uma
bactérias Gnegativas. bactéria.
 Mecanismos de ação: A rifampicina exerce
sua atividade através da formação de um Subunidade 50S
complexo estável com a RNApolimerase DNA Os agentes antimicrobianos dirigidos contra as
dependente bacteriana, inibindo a síntese de subunidades ribossômicas 50S mais usadas são
RNA. O fármaco permite o inicio da os macrolidios, o cloranfenicol e as linsosimidas,
transcrição mais bloqueia o alongamento ligam-se a uma pequena região do RNAr 23S
quando o RNA nascente atinge um próximos ao contra ativo da peptídeo transferase.
comprimento de 2 a 3 nucleotídeos a
rifampicina é administrada em associação  Macrolideos: São muito usados no tratamento
com outros fármacos antituberculosos. de infecções pulmonares, incluindo a doença
 Efeitos adversos: A rifampicina é dos legionários. Os principais macrolideos são
geralmente bem tolerada e produz poucos a eritromicina, a claritromicina e a azitromicina.
efeitos colaterais.  Mecanismo de ação: Os macrolideos são
antibióticos que bloqueiam a etapa de
 Sulfonamidas: Representam o primeiro grupo translocação da síntese proteica ao atuar
de antibióticos usados para tratar infecções sobre o alvo do RNAr 23s da subunidade 50s
bacterianas. O termo sulfonamida, ou sufas, é bloqueando o túnel de saída de onde sai os
usado como denominação genérica dos peptídeos nascentes.
derivados do p-aminobenzoico (PABA).  Farmacocinética: São administrados por
 Mecanismo de ação: Sendo um análogo do VO. Também pode ser administrado
PABA, precursor essencial na síntese do parenteralmente, embora as injeções
ácido fólico necessário para a síntese do intravenosas podem ser seguidas por
DNA e RNA bacteriano, ela compete com o tromboflebite local. Todos dessa classe
PABA pela enzima di-hidropteroato sintetase. difundem-se pela maioria dos tecidos, porem
As sulfas são bacteriostática. não cruzam a barreira hematoencefalica e há
 Farmacocinética: É administrada oralmente pouca penetração no liquido sinovial. A meia
e, é bem absorvida e bem distribuída pelo vida da eritromicina é de cerca de 90 minutos,
corpo, as sulfas são ligadas a albumina a claritromicina e tres vezes maior, a
sérica em extensão depende do pKa do azitromicina é 8 a 16 vezes maior. Os
fármaco em particular. Em geral, quanto macrolideos entram e, concentram-se nos
menor o pKa, maior a ligação. Atravessa a fagócitos, as concentrações de azitromicina
barreira placentária e entrar nos tecidos nos lisossomos dos fagócitos podem ser 40
fetais. Sua metabolização ocorre vezes maiores que as sanguínea, elas podem
principalmente no fígado. São eliminados por reforçar a destruição fagocítica intracelular
filtração glomerular obrigando ajuste da das bactérias. A eritromicina é parcialmente
dosagem quando a função renal está inativada no fígado, a azitromicina é mais
diminuída. Também pode ser eliminados no resistente à inativação, e a claritromicina é
leite. convertida num metabolito ativo. Sua inibição
do sistema citocromo P450 pode afetar a
biodisponibilidade de outros fármacos.
 Efeitos adversos: Alterações do TGI são  Tetraciclinas: São antibióticos de amplo
comuns e desagradáveis, porem não são espectro, usado a muito tempo. Como o
graves. Com a eritromicina, foi relatadas: próprio nome diz, consiste em 4 anéis
reações de hipersensibilidade, audição e, fusionados com um sistema de ligação dupla
raramente, icterícia. Pode ocorrer infecções conjugada.
oportunistas do TGI e vagina.  Mecanismo de ação: Atuam inibido a síntese
proteica. Sua entrada nos microrganismos
 Clorafenicol: É um antibiótico de amplo suscetíveis ocorre por difusão passiva e por
espectro, ele é usado no tratamento da febre um mecanismo de transporte dependente de
tifoide, meningite bacteriana e ricktisioses. energia exclusiva da membrana
 Mecanismo de ação: O clorafenicol liga-se citoplasmática interna da bactéria. Ligando-se
ao RNAr 23s e inibe a formação das ligações de modo reversível ao rRNA-16S da
peptídicas, aparentemente ao ocupar um sítio subunidade 30S e inibem a síntese proteica
que interfere no posicionamento do aminoacil através do bloqueio da ligação do aminoacil
do RNAt no sítio A. eRNA ao sítio-A sobre o complexo mRNA-
 Farmacocinética: Depois da administração ribossomo, no local aceptor. Por esse
VO, o clorafenicol é absorvido de forma mecanismo, a síntese proteica bacteriana é
rápida e completa. Distribui-se amplamente inibida.
por quase todos os tecidos e líquidos  Farmacocinética: todas as tetraciclinas são,
orgânicos, inclusive para o SNC e para o mais completamente absorvida por VO. A
líquido cérebro espinal. O fármaco é inativado administração desses fármacos com
por conjugação com o acido glicurônico alimentos lácteos diminui a absorção devido a
(principalmente no fígado) ou por redução formação de quelatos não absorvíveis das
para inativas as aril aminas. O clorafenicol e tetraciclinas. Com íons cálcio. As tetraciclinas
seus produtos da degradação e inativos são se concentram no fígado, nos rins, no baço e
eliminados na urina. Uma pequena na pele e se ligam aos tecidos em
quantidade é excretada na bile e nas fezes. calcificação. A penetração nos líquidos
 Efeitos adversos: O clorafenicol é muito orgânicos é adequada. Todas se concentram
tóxico, umas manifestação dessa toxicidade é no fígado, onde parte são biotransformada e
a síndrome do bebê cinzento, que pode conjugada para formar glicuronideos solúveis.
ocorrer quando se administra clorafenicol em A tetraciclina e seus metabolitos são
altas doses a recém-nascidos. secretados na bile, e a maioria é reabsorvida
no intestino pela circula entéro-hepático e
Aminoglicosídios (30S) entram na urina por filtração glomerular.
Usadas no tratamento de infecções causadas por  Efeitos adverso: Desconforto do TGI, o
bactérias G-negativas administrada por VP. Os distresse epigástrico resulta de irritação da
aminoglicosidios incluem a estreptomicina, a mucosa e com frequência é responsável pela
neomicina, a netilmicina, a tobramicina, a não aderência do paciente ao tratamento. O
gentamicina e a amicacina. Os aminoglicosidios desconforto pode ser controlado se o fármaco
ligam-se ao RNA-16S da subunidade 30S e e ingerido com alimentos, exceto lácteos. A
produzem efeitos sobre a síntese proteica que deposição no osso e na dentição primária
dependem da concentração de fármaco. Os ocorre durante a calcificação nas crianças em
aminoglicosidios interferem na função da crescimento e causa coloração e hipoplasia
subunidade 30S de decodificação do RNAm em dos dentes e interrupção temporária do
altas concentrações os aminoglicosidios são crescimento.
bactericidas, atua de forma sinérgica com outros
agentes, como os β-lactamicos. A explicação para
esse sinergismo é que a inibição da síntese da
parede celular aumenta a entrada de
aminoglicosidios nas bactérias.
FARMACOLOGIA ANTI-HELMÍNTICA
Os helmintos compreendem dois grupos
principais, os nematelmintos (nematoides, vermes
redondos) e os platelmintos (vermes achatados ou
planos). O último grupo está subdividido nos
trematódeo (fascíolas e cestóideos (tênias). Os
seres humanos constituem os hospedeiros
primários na maioria das infecções helmínticas. As
drogas modernas apresentam larga margem de
segurança, uma atividade considerável contra os
estágios imaturos ou larvais dos parasitas e um
amplo espectro de atividade. Os anti-helmínticos
devem ter um amplo espectro de atividade contra
os parasitas adultos e imaturos, ser de fácil
administração; ter larga margem de segurança e
ser compatível com outros compostos, não exigir
grandes períodos de retiradas devido a resíduos e
ser econômicos.
 Mecanismo de ação: Os anti-helmínticos
precisam ser seletivamente tóxicos ao
parasita. Isso é alcançado por propriedades
farmacocinéticas inerentes ao composto, que
fazem com que o parasita fique exposto a
concentrações mais altas do anti-helmíntico
que as células do hospedeiro, ou inibição dos
processos de ação fisiológico dos anti-
helmínticos.
 Bases farmacológicas: O tratamento contra
helmintos envolvem a interferência num ou
ambos processos energéticos, causando
inanição de parasita, ou na coordenação
neuromuscular, levando à paralisia e a
subsequente expulsão do parasita. O fármaco
para ter ação precisa, penetrar na cutícula dos
vermes ou ter acesso a seu trato alimentar. Os
anti-helmínticos atuam produzindo paralisia do
verme ou lesar a sua cutícula, resultando em
digestão parcial ou rejeição do verme por
mecanismos imunológicos.
1. Processos energéticos: Vários anti-
helmínticos afetam direta ou indiretamente os
processos energéticos.
2. Inibidores da polimerização tubulínica:
benzimidazóis e pró-benzimidazóis.
3. Desacopladores da fosforilação oxidativa:
salicilanilidas e fenóis substituídos.
4. Inibidores das enzimas da via glicolítica:
clorsulona.
5. Coordenação neuromuscular: pode ocorrer
uma interferência nesse processo devido a
inibição do esgotamento ou à mimetização
dos neurotransmissores excitados, e resulta
na paralisia espática pela ação peristáltica
normal do hospedeiro.
6. Inibidores colinesterásicos: organo-
fosfonados, cumafos, crugomato, didorvos.
7. Agonistas colinérgicos: imidazotiazois,
levamisol e tetramisol, pirimidinas.
Inibidores da polimerização tubulinica  Efeitos colaterais: A terapia por curto prazo
Os inibidores da polimeração da tubulina são é quase isenta de efeitos adversos. Náuseas
compostos que atuam sobre os parasitas por brandas, vômitos, diarreia e dor abdominal
ligação à tubulinica, a subunidade estrutural raramente foram reportados. Os efeitos
proteica dos microtúbulos. A molécula de tubulina colaterais raros, comumente com a terapia
é um heterodímero constituído por duas proteína em doses altas, são reações de
muito relacionada a tubulina-β e a tubulina-α. A hipersensibilidade (exantema e urticária)
afinidades desses inibidores é o principal fator que agranulocitose, alopécia e elevação das
determina a atividade antiparasitária. Os enzimas hepáticas. É contra indicado para
microtúbulos, estruturas que compõem o gestantes, pois revelou embriotoxicidade e
citoesqueleto das células, modificam-se por teratogenicidade em animais de laboratórios.
processos de polimerização e despolimerização da
proteína tubulina. A ligação dos inibidores  Albendazol: É o mais recente fármaco
seletivamente a subunidade de tubulina-β do disponível, é um anti-helmíntico de amplo
parasita modifica o padrão da sua espectro. É administrada por via oral. Fármaco
despolimerização para formação dos microtúbulos, de escolha, aprovado nos EUA para tratar a
interrompendo processos vitais para a função doença hidática e da cisticercose. Também são
celular, como a divisão mitótica, o transporte de usados no tratamento da oxiuríase e de
nutrientes e alterações na forma da célula. infecções por tênias, ascaridíase, tricuríase e
estrongiloidíase.
1. Benzimidazois: Os benzimidazois inibem a  Farmacocinética: Após administração oral,
polimerização tubulinica, e inibição do ele é absorvido de forma erradica, e, em
transporte e do metabolismo energético é seguida, sofre metabolismo de primeira
consequência de insuficiência da função passagem no fígado, gerando o metabolito
microtubular. São agentes de amplo espectro, ativo sulfóxido de albendazol. Alcança
que formam um dos principais grupos de anti- concentrações plasmáticas máximas em
helmínticos usados na clínica. Exercem ação cerca de 3 horas após uma dose de 400mg e
inibitória seletiva sobre a função microtubular possui meia-vida de 8 a 12 horas. O sulfóxido
dos helmintos. Eles ligam-se à β-tubulina livre fica, em sua maioria, ligado à proteína,
inibindo a sua polimerização e, assim, distribui-se pelos tecidos e penetra na bile, no
interferem na captação de glicose dependente líquido cerebroespinal e nos cistos hidáticos.
de microtúbulos. Esses compostos tem largo Os seus metabólitos são excretados na urina.
espectro de atividade e são contra larvas  Efeitos colaterais: Nos tratamentos de curto
adultas e ovos. Neles incluem o mebendazol, prazo é quase isento de efeitos colaterais
albendazol e tiabendazol. significativos. Desconforto epigástrico brando
e transitório, diarreia, cefaleia, náuseas,
 Mebendazol: Representa progresso no tontura mal-estar e insônia podem acontecer.
arsenal terapêutico anti-helmíntico, tanto por Nos tratamentos de longo prazo, pode
sua eficácia e tolerabilidade e por seu amplo provocar desconforto abdominal, cefaleia,
espectro de ação contra nematoides. febre, fadiga, alopécia, aumento de enzimas
 Mecanismo de ação: Atua inibindo a síntese hepáticas e pancitopenia.
de microtúbulos, interferindo em sua
montagem, bem como diminuindo a captação  Tiobendazol: Administrado duas vezes ao dia,
de glicose. Por inibir a polimerização da durante três dias, para infecções por
tubulina impede a motilidade e replicação do Dracunulus e por estrongiloides, e por um
DNA de nematódeo, resultando em período de até cinco dias para a triquinase e
alterações degenerativas em células para a larva migrans cutânea.
tegumentares e intestinais de helmintos e  Farmacocinética: É insolúvel em água, é
causando, imobilização e morte dos vermes. facilmente absorvido por VO. Sua
 Farmacocinética: Menos de 10% concentração plasmática é 100 vezes maior
administrado por VO é absorvido. O fármaco do que a do mebendazol. É hidroxilado no
absorvido liga-se à proteína (>90%), é fígado e excretado na urina.
convertido rapidamente em metabólitos  Efeitos colaterais: São mais frequentes do
inativos e possui meia-vida de 2 a 6 horas. É que os do mebendazol. São distúrbios
excretada em maior parte pela urina. Além gastrintestinais, não são comuns, e não
disso, uma parte do fármaco absorvido e de exigem a interrupção do fármaco.
seus derivados é excretada na bile. A
absorção é aumentada quando ingerida com
uma refeição gordurosa.
Desacopladores da fosforilação oxidativa  Farmacocinética: É prontamente absorvida,
 Fenóis fenólicos: Bloqueiam a produção de e os níveis plasmáticos máximos são
energia perdida pelo calor. Os fenóis são alcançados em 2 horas. Boa parte do
desacopladores da fosforilação oxidativa fármaco é excretada inalterada na urina e 2 a
mitocondrial. Estes compostos impedem o 6 horas, sendo que a excreção está completa
aproveitamento das reações de oxirredução em 24 horas.
para produção de ATP, sendo a energia  Efeitos colaterais: Os efeitos colaterais
perdida sob a forma de calor. Os fenóis são brandos ocasionais incluem náuseas,
desacopladores da fosforilação oxidativa, por vômitos, diarreia, dor abdominal, tontura e
facilitarem o retorno dos íons de H+ para a cefaleia. Em doses altas irrita a mucosa
matriz mitocondrial, desfazendo assim o gástrica, provocando vomito e dor abdominal.
gradiente de pH responsável pela síntese de
ATP. Após o esgotamento de suas reservas  Pirantel: Anti-helmíntico de amplo espectro
energéticas, os parasitas morrem por inanição. altamente efetivo para tratar infecções por
Estes medicamentos causam também o oxiúros, ascaridíase e trichostrongylos
desprendimento do escólex da mucosa orientalis.
intestinal e das proglotes proximais do  Mecanismo de ação: É um agente
cestódeo. bloqueador neuromuscular que provoca a
 Salicilanilidas: Apresentam o mesmo modo liberação de Ach e a inibição da
de ação dos substitutos fenólicos, são colinesterase; resultando na paralisia dos
desacopladores da fosforilação oxidativa vermes, seguido por sua expulsão.
mitocondrial, interferindo na biotransformação  Farmacocinética: É mal absorvido no TGI.
energética do parasita. Os níveis plasmáticos máximos são
alcançados em 1 a 3 horas. mais da
Coordenação neuromuscular metade da dose administrada é
 Praziquantel: É um anti-helmíntico de amplo recuperada inalterada nas fezes.
espectro, trata-se da droga de escolha para o  Efeitos colaterais: São raros, brandos e
tratamento de todas as espécies de transitórios. Incluem náuseas, vômitos,
esquistossomo, sendo eficaz na cisticercose. diarréira, cólicas abdominais, tontura,
 Mecanismo de ação: Ele altera a sonolência, cefaleia, insônia, exantema,
homeostasia do cálcio nas células do verme. febre e fraqueza.
Provocando contração da musculatura e, por
fim, resulta em paralisia e morte do helminto;  Niclosamida: Era a droga de escolha para o
 Farmacocinética: é rapidamente absorvida, tratamento da teníase, foi substituído pelo
possui biodisponibilidade de cerca de 80%. praziguantel.
Depois de administrado por VO. Sua  Mecanismo de ação: Lesa irreversivelmente
concentração sérica máxima é alcançada de o escólex e o segmento proximal. O verme
1 a 3 horas depois de uma dose terapêutica. separa-se da parede intestinal e é expelido.
Boa parte do fármaco é metabolizada nos  Farmacocinética: Sua absorção no TGI é
produtos mono e poli-hidroxilados inativos desprezível.
depois de uma primeira passagem no fígado.  Efeitos colaterais: São raros e transitórios,
A excreção ocorre principalmente nos rins e podem ocorrer náuseas e vômitos.
na bile.
 Efeitos colaterais: Consistem em distúrbios  Levamisol: É eficaz nas infecções por
gastrintestinais, tonteira, dor muscular e lombriga, exerce ação semelhante à nicotina,
articular, erupções cutâneas e febre baixa. estimulando e, bloqueando as junções
neuromusculares. Os vermes paralisados são,
 Piperazina: Pode ser usado no tratamento de então, eliminados nas fezes e os ovos são
infecções pela lombriga e pelos oxiúricos. É destruídos.
uma alternativa no tratamento da ascaridíase,  Mecanismo de ação: Possui ação nicotina-
com taxa de cura superior a 90% quando símile, estimulando e, subsequentemente,
administrado por dois dias, não é recomentado bloqueando as junções neuromusculares.
para infecções por outros helmintos.  Farmacocinética: O levamisol atravessa a
 Mecanismo de ação: A piperazina inibe barreira hematoencefálica, seus efeitos
reversivelmente a transmissão neuromuscular indesejáveis são poucos.
no verme, provavelmente ao atuar como o  Efeitos colaterais: Tais como distúrbio do
GABA, o neurotransmissor inibitório sobre os TGI leves, são poucos e desaparecem logo.
canais do cloreto operado por GABA no Também podem causar tonteira e erupções
músculo do nematódeo. Os vermes são cutâneas.
expelidos ainda vivos.
 Ivermectina: É um agente semissintético FARMACOLOGIA ANTIPROTOZOARIA
derivado de um grupo de substâncias naturais, As infecções por protozoários são comuns nos
obtidos de um actnomiceto. Esse fármaco povos subdesenvolvidos tropicais e subtropicais,
possui potente atividade anti-helmíntica contra onde as condições sanitárias e práticas higiênicas
microfilárias no homem, constituindo a droga e o controle de vetores de transmissão são
de escolha no tratamento da oncocorose, que inadequados. Por serem eucariotos os
causa a cegueira dos rios. O fármaco é usado protozoários têm processos metabólicos parecidos
para prevenir a lesão ocular mediada pelas ao dos humanos. Por isso, doenças causadas por
microfilárias e diminuirá a transmissão entre protozoários, são mais difíceis de tratar, e vários
seres humanos e vetores, não tem a fármacos causam efeitos tóxicos no hospedeiro,
capacidade de curar o hospedeiro humano principalmente em células que apresentem
com infestação por Onchorca volvulos. atividades metabólicas altas, como as células-
 Mecanismo de ação: A droga paralisa o neuronais, tubulares renais, intestinais e célula-
verme ao abrir os canais de cloreto mediado tronco da medula óssea.
pelo GABA e ao aumentar a condutância do
cloreto regulada pelo glutamato. O resultado AMEBÍASE
consiste em bloqueio da transmissão É uma infecção do TGI causada pela Entamoeba
neuromuscular e paralisia do verme. histolytica. A doença pode ser aguda ou crônica,
 Farmacocinética: administrado por VO, é com grau de variados de intensidade, deste
rapidamente absorvido, atinge concentrações assintomático à diarreia leve, ou mesmo
séricas máximas em quatro horas depois de desinteria, mas também aos portadores
uma dose de 12mg. Possui uma ampla assintomáticos, pois a E. histolytica dormente
distribuição nos tecidos. Sua meia-vida é de pode causar infecções futuras no portador a ser
cerca de 16 horas. A excreção do fármaco e uma fonte potencial de infecção para outros.
de seus metabolitos é quase exclusivamente
por via fecal. Classificação dos medicamentos
 Efeitos colaterais: incluem erupções São classificados em amebicidas luminais,
cutâneas e prurido, mas em geral o fármaco sistêmicos ou mistos (luminais e sistêmicos) de
é muito bem tolerado. acordo com o local de onde são eficazes. Os
amebicidas luminais atuam nos parasitas no
 Oxaminiquina: É ativo contra S. masoni, lúmem do intestino, e os amebicidas sistêmicos
afetando as formas maduras e imaturas. são eficazes contra as amebas na parede do
 Mecanismo de ação: Pode envolver a intestino e no fígado.
intercalação no DNA, e sua ação seletiva
pode estar relacionada com a capacidade do Amebicidas mistos
parasita de concentrar a droga. São eficazes contra a forma da doença, luminal e
 Farmacocinética: Absorvido por VO deve ser sistêmico, embora as concentrações luminais
administrado com o alimento. Tem meia-vida sejam muito baixas para o tratamento como
de cerca de 2 horas, é muito metabolizado fármaco único. (metronidazol e tinidazol).
em metabolito inativo e excretado na urina.
 Efeitos colaterais: Consistem em tonteira e  Metronidazol e Tinidazol: Um nitroimidazol
cefaleia transitória, cuja ocorrência é relatada amebicida misto de escolha no tratamento das
em 30 a 95% dos pacientes. infecções por amebas, pois mata os trofozoitos
da E. histolytica.
 Mecanismo de ação: Alguns protozoários
possuem proteínas de transporte de elétrons
com baixo potencial redox, tipo ferrodoxina,
que participa nas remoções de elétrons
metabólicos. O grupo nitro do metronidazol é
capaz de servir como aceptor de elétrons,
formando compostos citotóxicos reduzidos
que se ligam às proteínas e ao DNA,
resultando em morte celular.
 Farmacocinética: É completo e rapidamente
absorvido após administração VO. Distribui-
se bem por todos os tecidos do organismo. A
biotransformação depende da oxidação
hepática da cadeia lateral do metronidazol
pelas oxidases de função mista, seguida de
glicuronização. Portanto, o tratamento
concomitante com indutores desse sistema
enzimático, como o fenobarbital, aumenta a
velocidade de biotransformação o metronidazol e FARMACOLOGIA DA MALARIA
seus metabólitos são excretados na urina. Doença infecciosa causada por quatro espécies
 Efeitos colaterais: Os mais comuns são os do de protozoários do gênero plasmodium. É
TGI, náuseas êmese, distresse e epigástrica e transmitido pela picada do mosquito Anopheles
cólicas abdominais. fêmea. O plasmodium falciparum é a mais
perigosa, causa uma doença aguda, caracterizada
Amebicida luminais por febre alta persistente, hipotensão ortostática e
Após completar o tratamento da amebíase eritrocitose massiva. A infecção pelo P. falciparum
invasiva intestinal ou extraintestinal, deve ser pode levar à obstrução capilar e morte se o
administrado um fármaco luminal, como iodo- tratamento não for instituído prontamente.
quinol, o furoato de diloxanida ou a paromomicina,  Ciclo de vida: Quando um mosquito infectado
para a eliminação de estados de colonização pica, injeta o esporozoíto na corrente
assintomáticos. sanguínea. Os esporozoítos migram para o
fígado, através do sangue, onde formam
 Iodoquinol: É amebicida contra E. histolytica e estruturas tipo cisto contendo milhares de
eficaz contra trofozoitos luminais e formas merozoitos. Após liberação, os merozoitos
encistadas. invadem os eritrócitos, evoluindo para
 Mecanismo de ação: É desconhecido, ele é trofozoitos e usando a hemoglobina como
efetivo contra os organismos na luz intestinal, nutriente. Os trofozoitos se multiplicam e se
não contra trofozoitos da parede intestinal ou tornam merozoitos. A célula infectada rompe-
em tecidos extraintestinais. se, liberando a heme e os merozoitos que
 Farmacocinética: Os dados são podem entrar em outros eritrócitos. A eficácia
incompletos, mas 90% dos fármacos são do tratamento é relacionada com a espécie
retidos nas fezes. O restante entra na particular de plasmódio infectante e o estagio
circulação, apresenta uma meia-vida de 11 a do seu ciclo vital que é atingido.
14 horas e é excretado na urina como Os fármacos que eliminam as formas hepáticas
glicuronideos. latentes ou em desenvolvimento são chamadas de
 Efeitos colaterais: Alguns podem produzir esquizonticida teciduais; os que atuam sobre os
neurotoxicidade grave com o uso prolongado parasitas eritrocitários são esquizonticidas
em doses maiores que as recomendadas. sanguíneos, e aqueles que matam os estágios
Não se sabe se o iodoquinol produz tais sexuais e impedem a transmissão para os
efeitos em sua dosagem recomendada, e mosquitos são gametocidas.
essa dosagem nunca deve ser excedida.
Esquizonticida tissular
Amebicidas sistêmicos São usados para tratar a forma aguda, mas
São uteis ara o tratamento de abcessos, também produzem cura supressiva ou clínica.
hepáticos e infecções da parede intestinal Agem na forma eritrocítica dos plasmódios. Nas
causadas por amebas. infecções pelo P. falciparum ou P. malariae, que
não possuem estágios exoeritrociticos, estes
 Cloroquina: Fármacos usados em associação fármacos efetuam a cura, com o P. vivax ou o P.
com o metronidazol e furoato de diloxanida ovale, os fármacos suprimem o ataque real, mas
para o tratamento da amebíase. as formas exoritrociticas podem reemergir
 Mecanismo de ação: Inibem a síntese posteriormente para causar recidivas.
proteica bloqueando o prolongamento da
cadeia.  Primaquina: Erradicam as formas
 Farmacocinética: Sua via preferida é a IM, exoeritrocíticas primária do P. falciparum e P.
se concentra no fígado, onde persiste por um vivax e as foras exoeritrocíticas secundárias
mês após dose única. A meia vida é de 5 de malárias recorrentes. As formas sexuadas
dias. dos quatro plasmódios são destruídos no
 Efeitos colaterais: Dor no local da injeção, plasma ou são impedidas de maturas mais
náusea transitória, cardiotoxicidade, fraqueza tarde no mosquito, interrompendo, assim, a
neuromuscular, tontura e urticária. transmissão da doença.
 Mecanismo de ação: Não é totalmente
entendido. Acredita-se que os metabolitos da
primaquina atuam como oxidantes
responsáveis pela ação esquizonticida, bem
como pela hemólise e pela
metemoglobinemia verificadas como
toxicidade.
 Farmacocinética: É bem absorvida após  Mefloquina: Parece promissora como fármaco
administração VO e não se concentra nos único para supressão e cura de infecções
tecidos. é oxidado a outros compostos, sendo causadas pela forma de P. falciparum
um deles um compostos desaminados. Os multirresistentes. Não possui efeitos nas
metabólitos aparecem na urina. formas hepáticas dos parasitas. Age da
 Efeitos colaterais: Tem baixa incidência, mesma forma que a quinina e é
exceto pela anemia hemolítica induzida em frequentemente combinada com a
pacientes com baixos níveis de glicose-6- pirimetamina.
fosfato desidrogenase genética. Outras  Mecanismo de ação: É desconhecido,
manifestações incluem desconforto abdominal. parece lesar as membranas do parasita,
variedades resistentes já foram identificadas.
Esquizonticida no sangue  Farmacocinética: É administrada por VO e é
 Cloroquina: É o fármaco de escolha da rapidamente absorvido. Possui inicio de ação
malária eritrocítica por P. falciparum, exceto lenta e meia vida muito longa. Liga-se
em cepas resistentes. É menos eficaz contra a intensamente às proteínas, distribui-se de
P. vivax. É altamente especifica contra a forma forma extensa nos tecidos e é eliminada
assexuada dos plasmódios e também eficaz lentamente, permitindo um regime de
no tratamento. tratamento de dose única. A mefloquina e os
 Mecanismo de ação: Não é completamente metabolitos do fármaco são excretados, nas
entendido. O seguinte processo é essencial fezes.
para a ação letal do fármaco. Após atravessar  Efeitos colaterais: Distúrbios psiquiátricos,
as membranas dos eritrócitos e dos como insônia, dificuldade de concentração,
plasmódios, a cloroquina se concentra no depressão, tonturas, alucinações e psicose.
vacúolo alimentar do organismo, por sequestro Vômitos, anorexia, dores abdominais e
iônico. É no vacúolo alimentar que o parasita diarreia podem ocorrer.
digere a hemoglobina do hospedeiro para
obter os aminoácidos essenciais. Esse  Quinina: Permanece como terapia importante
processo também libera grandes quantidades para a malária por P. falciparum. Derivada da
de heme solúvel, que é toxico para o parasita. casca da árvore cinchona, remédio tradicional
Para se proteger, o parasita polimeriza o heme para febre intermitente originária da América
em hemazoina, que é sequestrado no vacúolo do sul. A quinina interfere na polimerização da
alimentar do parasita. A cloroquina liga-se a heme, resultando na more da forma
heme do eritrócito, impedindo a polimerização eritrocitária do plasmódio.
em hemazoina. O aumento do pH e o  Mecanismos de ação: É o mesmo da
acúmulo de heme resulta em lesões oxidativas cloroquina, porém a quinina não está tão
às membranas, levando à lise do parasita e do extensamente concentrada no plasmódio
eritrócito. como a cloroquina, então outros mecanismos
 Farmacocinética: Completamente absorvida podem estar envolvidos.
após a administração VO. Seu volume de  Farmacocinética: Ingerida por VO, é bem
distribuição muito grande e se concentra em distribuída pelo organismo e pode alcançar o
eritrócitos, fígado, baços, rins, pulmões, feto nas gestantes tratadas.
tecidos que contem melanina e leucócitos.  Efeitos colaterais: O principal é o
Também penetra o SNC e atravessa a cinchonismo, uma síndrome caracterizada
placenta. O fármaco e seus metabolitos são por náuseas, êmese, zumbidos e vertigem.
excretados na urina.
 Efeitos colaterais: São mínimos em  Artemisinina: Derivada de uma planta chinesa
dosagens baixas. Em altas dosagens, correm usada no tratamento da febre e malárias, a
vários efeitos tóxicos, como distúrbios do TGI, qinghaoso. Está disponível para trata a malária
prurido, cefaleia e visão borrada. grave por P. falciparum multirresistente.
 Mecanismo de ação: envolve a produção de
radicais livres no interior do vacúolo alimentar
do plasmódio, depois da hidrólise da ponte
endoperóxido do fármaco pelo ferro da heme
no eritrócito parasitado.
 Farmacocinética: São absorvidos de forma
rápida, com níveis séricos máximos em 1 a 2
horas e meia vida de 1 a 3 horas depois de
administrada por VO. é biotransformada no
fígado e excretado na bile.
 Efeitos colaterais: Incluem náuseas, êmese
e diarreia, mas é geralmente segura.
FARMACOLOGIA TRIPANOSSOMÍASE
Referem-se à doença do sono africana e
americana, duas doenças crônicas e
eventualmente fatais causadas por espécies de
tripanosoma. Na doença do sono africana, os
agentes causadores, Trypanossoma brucei
gambiense e Trypanosoma brucei rhodiense,
inicialmente vivem e crescem no sangue. O
parasita invade o SNC, causando inflamação no
cérebro e da medula espinal, o que produz a
letargia característica e, eventualmente, o sono
continuo. A doença de chagas é causada pelo
Trypanosoma cruzi e ocorre na América do sul.

 Melarsoprol: Um arsenical trivalente. Seu uso


é limitado ao tratamento das infecções por
tripanossoma e é letal para esses parasitas. É
usado principalmente quando o SNC for
atingido.
 Mecanismos de ação: Reage com o grupo
sulfidrila de várias substâncias incluindo
enzimas no microrganismo e no hospedeiro.
As enzimas do parasita podem ser mais
sensíveis do que as do hospedeiro.
 Farmacocinética: É administrado por VI e
penetra no SNC em concentrações altas,
onde será capaz de destruir o parasita. O
fármaco tem meia vida curta e é rapidamente
excretada na urina.
 Efeitos colaterais: Toxicidade ao SNC é o
mais grave. A encefalopatia pode aparecer
logo após o começo do tratamento, mas em
geral diminui. Distúrbio do TGI como êmese
intensa e dor abdominal, pode ser minimizado
se o paciente estiver em jejum durante a
administração e durante várias horas.

 Nifurtimox: Só tem uso no tratamento de


infecções agudas por T. cruzi, embora o
tratamento do estágio crônico dessa doença
tenha resultados variáveis.
 Mecanismo de ação: Por ser composto
nitroaromático, ele sofre redução e,
eventualmente, gera radical livre intracelular
como radicais peróxidos. Radicais altamente
reativos são tóxicos ao T. cruzi, que não tem
catalase.
 Farmacocinética: São administrados por VO
e rapidamente absorvido e biotransformado a
produtos não identificados que são
excretados na urina.
 Efeitos colaterais: São comuns com
administração crônica, particularmente entre
os idosos. As principais toxicidades incluem
reações de hipersensibilidade imediata, como
anafilaxia, reações de hipersensibilidade
tardia, como dermatite e icterícia e problemas
no TGI, que podem ser graves o suficiente
para causar perda de massa corporal.
 Benznidazol: Derivado nitroimidazolico, não é FARMACOTERAPIA LEISHMANIOSE
encontrado comercialmente apenas para Há três tipos de Leishmaniose: cutânea,
pesquisa. Seria um tratamento alternativo de monocutânea e visceral. A Leishmaniose visceral
gases agudas e indeterminadas da doença de o parasita está na corrente sanguínea e causa
chagas. Todavia é recomendado na profilaxia problemas graves. A Leishmaniose é transmitida
de infecções causadas por T. cruzi, em dos animais aos humanos pela picada de
pacientes de transplantes de células-tronco mosquitos infectados. O tratamento da
hematopoiética, pois o tratamento dos Leishmaniose é difícil, pois a eficácia dos
doadores potenciais nem sempre é eficaz. fármacos é limitada por sua toxicidade e taxas de
 Mecanismo de ação: Inibe a síntese proteica insucesso.
e de RNA nas células do T. cruzi.  Ciclo de vida: A mosca transfere as formas
 Farmacocinética: Administrada por VO, a pró-mastigotas flageladas dos protozoários
biodisponibilidade do fármaco atualmente que são fagocitados pelos macrófagos. Nos
esta limitada. macrófagos, os pro-mastigotos se altera para
 Efeitos colaterais: Os mais comuns são: amastigotas, não flagelados e se multiplicam,
astenia, dor muscular, tonturas, náuseas, matando a célula. Os novos amastigotas
febre, erupção cutânea e distúrbios da liberados são novamente fagocitados, e o ciclo
hematopoese. Tais efeitos são reversíveis. continua.

 Pentamidina: e ativa contra várias infecções Tratamento Leishmaniose visceral (LV)


por protozoários, incluindo muitos O tratamento específico da LV se faz com os
tripanossomas, contra o qual é usado para seguintes medicamentos:
tratar e prevenir o estágio hematológico do
microrganismo. Alguns tripanossomas como o Antimoniais
T. cruzi é resistente. Não são usados devido às graves manifestações
 Mecanismo de ação: O T. brucei concentra toxicas que podem produzir.
a pentamidina por um sistema de captação  Estiboglinato: Junto com a anfotericina é
de alta afinidade dependente de energia. Seu usada no tratamento de acompanhamento.
mecanismo não é definido, há evidencias de  Mecanismo de ação: não está bem claro.
que o fármaco se liga ao DNA do parasita e Questiona-se a possibilidade de estimularem
interferem na síntese de RNA, DNA mecanismos imunitários do individuo
fosfolipídios e proteínas. parasitado.
 Farmacocinética: Soluções de pentamidina  Farmacocinética: Como não é absorvido por
são administradas por via IM ou como VO, o estiboglinato de sódio deve ser
aerossol. O fármaco é concentrado e administrado por VP se distribui no
armazenado no fígado e nos rins por um compartimento extravascular. A
longo período. O fármaco não é biotransformação é mínima, e o fármaco é
biotransformado e é excretado lentamente na excretado com a urina.
urina.  Efeitos colaterais: Incluem no local de
 Efeito colateral: Pode ocorrer grave injeção, indisposição gastrointestinal e
disfunção renal, que reverte na arritmias cardíacas. As funções hepáticas e
descontinuação do fármaco. Outros efeitos renais devem ser monitoradas
são hipotensão tontura, urticaria e toxicidade periodicamente.
ás células do pâncreas.
 Glucatime: É o fármaco preferido.
 Farmacocinética: Pode ser usado por VE
para evitar efeitos tóxicos, sobretudo em
casos avançados e graves, e facilitar o seu
uso em áreas rurais endêmicas, tem sido
preconizado esquemas com doses
menores de glucantime. Sua absorção é
escassa e lentamente no TGI. Pela VP, sua
absorção é boa, e, no plasma, atinge níveis
bem mais altos que os dos antimoniais
trivalentes. Significativas concentrações se
verificam no fígado e no baço. A eliminação
se faz pela urina.
 Efeitos colaterais: Registra-se, alta dos FARMACOLOGIA ANTIVIRAL
resíduos nitrogenados e exacerbação das Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios,
manifestações hemorrágicas, cefaleia, sua replicação depende dos processos de síntese
inapetência, tosse, náuseas, vômitos, da célula hospedeira. Para isso, os agentes
artralgias, mialgias e dores abdominais. antivirais devem bloquear a entrada do vírus na
célula ou a sua saída dela, ou ser ativas no interior
da própria célula hospedeira. O conhecimento dos
mecanismos envolvidos na replicação viral fornece
uma compreensão das etapas criticas do ciclo de
vida do vírus, que podem atuar como alvos
potenciais da terapia antiviral. Os agentes
antivirais compartilham a propriedade comum de
serem virustáticos; mostram-se ativos apenas
contra o vírus em replicação e não afetam os vírus
latentes. Enquanto algumas infecções necessitam
de monoterapia por um breve período prolongado
de tempo; outras, ainda, necessitam de terapia
com múltiplos fármacos por período de tempo
indefinido (HIV). Em doenças crônicas, como a
hepatite viral e a infecção pelo HIV, a inibição
potente da replicação viral é crucial para limitar a
extensa da lesão sistêmica.
A replicação viral consiste em varias etapas:
 1. Fixação do vírus a receptores presentes na
superfície da célula hospedeira; 2. Entrada do
vírus através da membrana da célula; 3.
Desencapsulamento do ácido nucleico viral; 4.
Síntese de proteínas reguladoras precoces,
como, por exemplo, polimerases de ácidos
nucleicos; 5. Síntese do RNA ou DNA viral; 6.
Síntese de proteínas estruturais tardias; 7.
Montagem (maturação) de partículas virais; 8.
Liberação da célula.
Os agentes antivirais podem atuar
potencialmente contra qualquer uma dessas
etapas.

Inibição de fixação e entrada dos vírus


Todos os vírus precisam infectar células para
replicação. Consequentemente a inibição dos
estágios iniciais de fixação e entrada do vírus
proporciona uma medida preventiva contra a
infecção e, assim, pode limitar a disseminação do
vírus pelo corpo. Dois fármacos anti-HIV,
maraviroque e enfuvirtida atuam nessas etapas.

 Maraviroque: Tem como alvo o receptor de


quimiocina CCR5. O maraviroque bloqueia a
infeção por cepas de HIV que usam o CCR5
para sua fixação e entrada. Não é ativo contra
cepas do HIV que usam o receptor CXCR4.
 Mecanismo de ação: Bloqueia o correceptor
CCR5 que atua junto com o gp41, facilitando
a entrada do HIV através da membrana na
célula.
 Farmacocinética: É bem absorvido por VO,
é formulado como comprimido. É
biotransformado pelas enzimas hepáticas
CIP450, e a dosagem deve ser reduzida
quando administrado com a maioria dos
inibidores de protease.
 Enfuvirtida (T20): É um peptídeo que se  Mecanismo de ação: O mecanismo
assemelha a um segmento da gp41, a proteína antivirótico primário de ação da amantadina e
do HIV que medeia à fusão da membrana. da rimantadina é o bloqueio da matriz proteica
 Mecanismo de ação: No vírion nativo a gp41 da membrana viral M2, que funciona como
é mantida em conformação que impede de se canal para íons hidrogênio. Canal necessário
fundir-se com a membrana ou de se ligar a para a fusão da membrana viral com a
T20. A infecção do HIV e seus receptores membrana celular que por fim, forma o
celulares desencadeia uma mudança de endossomo. Esses fármacos também podem
conformação da gp41, que expõe um interferir na liberação de novos vírions.
segmento que pode ser inserido em  Farmacocinética: Ambos os fármacos são
membranas, uma região de repetição bem absorvidos por VO a amantadina se
heptada (HR1), e uma região de repetição distribui por todos os organismos e penetra no
heptada imitada pela T20 (HR2). Em seguida SNC, e a rimantadina não atravessa a barreira
ocorre novo dobramento de gp41, de modo hematoencefálica na mesma extensão. É
que os segmentos HR2 ligam-se diretamente excretada na urina e pode se acumular em
aos segmentos HR1. Se o peptídeo de fusão níveis tóxicos em paciente com insuficiência
estiver corretamente inserido na membrana renal.
celular do hospedeiro, esse novo virion e a  Efeitos colaterais: Os efeitos colaterais da
membrana estreita proximidade entre o amantadina são associados ao SNC. Os
envelope do virion e a membrana celular, sintomas neurológicos menos importantes
possibilitando a fusão da membrana. incluem insônia, tontura e ataxia. Efeitos mais
Entretanto, na presença de T20, o fármaco graves têm sido registrados como, alucinações
liga-se aos segmentos HR1 expostos e e convulsões.
impede o processo de novo dobramento
impedindo, assim, a fusão do envelope do Inibição da replicação do genoma viral
HIV, com a membrana da célula hospedeira. A maioria dos fármacos que inibem a replicação
 Farmacocinética: Deve ser administrada por do genoma viral atua por meio da inibição de uma
injeção subcutânea, é o único agente polimerase. Todos os vírus usam uma polimerase
antirretroviral de administração parenteral. O para a replicação de seu genoma. Alguns vírus
metabolismo envolve hidrolise proteolítica, usam o DNA polimerase celulares; para esses
sem a participação do sistema CYP450. A vírus, os fármacos direcionados contra as
meia-vida de eliminação é de 4 horas. polimerases também inibem a replicação do DNA
 Efeitos colaterais: A maioria se correlaciona celular e seriam inaceitavelmente tóxicos.
com a injeção, incluindo dor, eritema, Entretanto, os vírus codificam, as suas próprias
endurecimento e nódulos, que ocorre em polimerases, de modo que essa etapa no ciclo de
todos os pacientes. Apesar de sua vida do vírus constitui um excelente alvo para
frequência, essas reações são de leves a fármacos antivirais.
moderada e raramente levam a interrupção As polimerases serviram de alvos bem-sucedidos
do fármaco. Outros efeitos são insônia, para fármacos aprovados. Esses fármacos
cefaleia, tontura e náuseas. constituem, em sua maioria, os chamados
análogos nucleosídios. Todos análogos
Inibidores do descascamento viral nucleosídios precisam ser ativados por
O espectro terapêutico dos derivados da fosforilação, habitualmente à forma trifosfato, para
adamantina, amantadina e rimantadina está exercer seus efeitos. Como resultado da
limitada às infecções por gripe A, para a qual fosforilação esses agentes são capazes de imitar
esses fármacos se tem mostrado igualmente os desoxirribunucleosídios trifosfatos, que são os
eficazes no tratamento e na prevenção. Esses substratos naturais do DNA polimerase.
fármacos se reduzem a duração e a gravidade dos
sintomas sistêmicos, se iniciados dentro das Os análogos nucleosídios inib em as polimerases ao
competir com os sub stratos trifosfatos naturais; em geral,
primeiras 48 horas da exposição ao vírus. esses análogos também são incorporados na cadeia de DNA
Nenhum deles altera a resposta imune à vacina da em crescimento, onde eles frequentemente interrompem o
gripe A, e ambos podem ser administrados como processo de alongamento.
complementares à vacinação dessa forma
promovendo proteção até que ocorra a resposta Uma ou ambas as características, inibição
de anticorpos. enzimática e incorporação ao DNA, podem ser
importantes para a atividade antiviral.
 Aciclovir: Fármaco protótipo dos antivírus  Zanamivir: Evitam a liberação de novos
hepáticos, os vírus da Hérpes simples tipo 1 vírions e sua propagação de célula. Eficaz
e 2 (VHS1 e VHS2) o vírus Zóster da varicela contra o vírus da gripe A e B. não interfere na
(VZV) e algumas infecções mediadas pelos resposta imune contra o vírus da gripe A.
vírus Epstein-Barr são sensíveis ao aciclovir. O  Mecanismo de ação: O vírus da gripe usa
uso mais comum é no tratamento das uma neuraminidase especifica que é inserida
infecções genitais por herpes. na membrana celular do hospedeiro para
 Mecanismos de ação: O aciclovir é proporcionar a liberação de vírion recém-
monofosforilado na célula por uma enzima formados. A zanamivir é um análogo do
codificada pelo Hérpe-vírus, a timidinaquina. estado de transição do substrato do ácido
Dessa forma, células infectadas pelo vírus siálico e atuam como inibidores da atividade
são mais sucetivel. O análogo monofosfato e da enzima.
convertido nas formas di e trifosfato pelas  Farmacocinética: Pró-fármaco não é ativo
células de desoxiguanosina como o substrato por VO ou via intranasal e sua forma ativa,
do DNA-polimerase viral é incorporado no deve ser administrado por inalação pelo
DNA viral, causando finalização prematura da fígado e sua forma ativa. É eliminado na
cadeia de DNA. A ligação irreversível do urina.
molde contendo aciclovir com o DNA-  Efeitos colaterais: O Zanamivir não tem
polimerase viral inativa a enzima. O fármaco efeitos colaterais no TGI, pois é administrado
é menos eficaz contra a enzima do por inalação. Porem ocorre irritação do trato
hospedeiro. respiratório.
 Farmacocinética: A administração do
aciclovir pode ocorrer pelas vias IV, VO ou Moduladores do sistema imune
VT. A distribuição do fármaco pelo organismo Temos três classes de fármacos que explicitam o
é boa, incluindo a cerebroespinal. E uso de processos imunes do hospedeiro são
parcialmente biotransformado a um produto usados no tratamento de infecções virais. Nelas
inativo. Excreção na urina ocorre por filtração incluem imunização, interferonas e imiquimode.
glomerular e secreção tubular. Acumula-se  Imunização ativa e passiva: inibem a
em pacientes com insuficiência renal. infecção viral em decorrência da produção de
 Efeitos colaterais: Dependem da via de anticorpos dirigidos contra proteínas do
administração. Pode ocorrer irritação no local envelope viral, as quais bloqueiam a fixação e
na aplicação tópica; cefaleia, diarreia, a penetração dos vírions nas células e
náuseas e êmese por administração ora. aumenta sua eliminação, alguns anticorpos
Disfunção renal transitória a com doses altas são diretamente virucida, causando destruição
ou em pacientes desidratados que recebem o ou inativação dos virions antes que o vírus
fármaco VIV. possa interagir com seu receptor nas células
alvos.
Inibição da liberação viral  Interferonas: Fazem uso da resposta imune
O fundamento lógico para esses inibidores que inata e não são diretamente direcionados para
bloqueiam a liberação do vírus da célula produtos gênicos virais. As interferonas foram
hospedeira provêm do mecanismo de fixação e inicialmente identificadas como proteínas
liberação viral. produzidas e resposta à infecção viral e
O vírus influenza fixa-se às células por meio de capazes de inibir a replicação do mesmo vírus
interações entre hemaglutina, proteína presente ou de outro vírus. Temos dois tipos de
no envelope viral, componente de acido siálico, interferonas a do tipo 1 e 2. As do tipo 1, são
encontrada em muitas glicoproteína da superfície produzidos por vários tipos celulares e que
células. Após a saída do vírus influenza das interferem com o mesmo receptor de
células no final de um ciclo de replicação, a superfície celular; As do tipo 2 geralmente
hemaglutina nos vírions nascente liga-se produzidas por células do sistema imune, em
novamente às terminações do ácido siálico, partículas as células T, e que interage com o
fixando, assim, os vírions a superfície celular e receptor distinto. A interação das interferonas
impedindo a liberação do vírus. Para superar esse com seus receptores induz uma serie de
problema, o vírus influenza codifica uma enzima eventos de sinalização que ativam ou induze a
ligada ao envelope, chamada neuraminidase, expressão de proteínas que combatem as
que cliva o ácido siálico das glicoproteínas de infecções virais.
membrana, possibilitando, a liberação viral. Na
ausência de neuraminidases, o vírus permanece
fixado e incapaz de se disseminar para outras
células. Quando são liberados de uma célula
infectada, os novos vírus são revestidos pelo
ácido siálico.
 Imiquimode: Modificador da resposta imune Inibição da maturação viral
demonstrou eficácia no tratamento tópico das Muitos vírus, a montagem de proteínas é acido
verrugas genitais externas e perianais. Foi nucleio em partículas, não é suficiente para
aprovado para o tratamento de certas doenças produzir um vírion infeccioso; em vez disso, é
causadas por HPV. necessária uma etapa adicional, chamada
 Mecanismo de ação: Ela interage com maturação. Como as proteases virais são
receptores parecidos a TO11, TLR7 e TLR8, essenciais para a replicação de vários vírus,
para reforçar a imunidade inata, incluindo a muitos esforços foram feitos para descobri
secreção de interferonas. fármacos ativos contra essas enzimas. Grande
 Farmacocinética: O creme a 5% é aplicado parte do estimulo para esses esforços resultou do
tres vezes por semana e removido 6 a 10 sucesso e das experiências adquiridas com o
horas após cada aplicação; desenvolvimento dos inibidores da protease do
 Efeitos colaterais: Os mais comuns são HIV. Por varias razões, a protease do HIV são
reações cutâneas locais. alvos atraentes para a intervenção farmacológica.
1. Essa enzima é essencial para a replicação do
 Interferon: compreendem uma família de HIV;
glicoproteína indutíveis de ocorrência natural 2. É suficiente a ocorrência de uma maturação
que interferem na capacidade dos vírus de pontual inativar a enzima;
infectarem as células. Embora eles inibam o 3. As sequencias clivadas pela protease do HIV
crescimento de muitos vírus in vitro, são são conservadas e um tanto raras, sugerindo
sintetizados por tecnologia de DNA a necessidade de especificidade e de um
recombinantes. ponto de inicio para o delineamento de
 Mecanismo de ação: Não é completamente fármaco;
entendido. Parece envolver a indução de 4. A protease do HIV, ao contrário das
enzimas nas células do hospedeiro que proteases humanos mais estreitamente
inibem a translação do RNA viral, o que relacionados. É um dímero simétrico de duas
acaba acarretando na degradação do RNAm subunidades idênticas, em que cada uma
e do RNAt do vírus. contribui para o sítio ativo, sugerindo a
 Farmacocinética: São ativos por VO, mas necessidade de especificidade e de um ponto
podem ser administrado por via intralesional, de inicio para o delineamento de fármacos.
subcutânea ou IV. Pouco ativo é encontrados A enzima pode ser hiperexpressa e submetida a
no plasma, e sua presença não está testagem, e sua estrutura cristalina já foi
relacionada com as respostas clinicas. A estabelecida.
captação celular e o metabolismo pelo fígado
e pelos rins são responsáveis pelo  Ritonavir: Não é mais usado como inibidor de
desaparecimento dos interferons do plasma. protease isoladamente, mas é usada como um
Ocorre eliminação renal insignificante. reforçador farmacocinético de outros inibidores
 Efeitos colaterais: Incluem sintomas de protease. É um potente inibidor da CIP3A e,
parecidos aos da gripe, como febre, arrepios, simultâneo com sua administração, aumenta a
mialgias, artralgias e distúrbios do TGI. biodisponibilidade de um segundo inibidor de
Fadiga e depressão mental são comuns. protease aumentando, com frequência, o
intervalo entre as dosificações.
 Mecanismo de ação: Ligam-se as, proteases
do HIV-1 ou HIV-2, geralmente, é usado em
combinações com outros inibidores de
protease, pois assim potencializa sua ação;
 Farmacocinética: É administrada oralmente,
geralmente duas vezes ao dia. Sua meia vida
está entre 3 a 5 horas, porem alimentos
podem retardar sua absorção. É eliminado,
principalmente nas fezes, e um pouco na
urina.
 Efeitos colaterais: Incluem alterações do
TGI; como, náusea, êmese, dor abdominal,
alterações sanguíneas; anemia ou
neutropênia; e efeitos sobre o SNC; como
insônia, tontura e cefaleia. Assim como o
risco de hiperglicemia.
ANESTÉSICOS
Vêm do grego AN=sem e AISTHESIS=sensação.

ANESTÉSICOS LOCAIS
Os anestésicos locais (AL) são um conjunto de
substâncias químicas aplicadas localmente, com
estruturas moleculares parecidas, capazes de
inibir as sensações e prevenir o movimento. A AL
refere-se à perda de sensação numa região
limitada do corpo.
Os AL´s exercem efeito através do bloqueio dos
canais de sódio regulados por voltagem, inibindo,
as propagações dos potenciais de ação ao longo
dos neurônios a partir desse bloqueio AL inibiram
a transmissão da informação para o SNC.
As sensações que vêm da periferia para o SNC
(aferente) e as mensagens que o SNC envia para
a periferia (eferente) deixam de ser conduzidas
pelo nervo sob ação do AL, desaparecendo as
varias formas de sensibilidade (tátil, térmica e
dolorosa) e a atividade motora da área em que se
distribui o nervo ou grupo de nervos bloqueados.
Os AL´s apresentam algumas propriedades
desejáveis:
• Bloqueio reversível do nervo, sem risco de
produzir lesão permanente;
• Irritação mínima para os tecidos em que são
injetadas;
• Boa difusibilidade através dos tecidos, para que
sejam atingidos os nervos a que são destinados;
• Baixa toxidade sistêmica;
• Inicio de ação rápida;
• Duração do efeito adequado às necessidades
cirúrgicas habituais.

Analgésico e Anestésico
Os analgésicos são inibidores específicos das
vias de dor, e os anestésicos locais são inibidores
inespecíficos das vias sensoriais periféricas,
motoras e autônomas. Em algumas situações
clinicas é importante controlar a dor, como
traumatismo agudo, trabalho de parto ou cirurgia.
Nesses casos a via da dor pode ser interrompida
pelo bloqueio da transmissão com AL´s ou com
administração de opióides. Varias classes de
fármacos são usados para o alivio da dor:
• Agonistas dos receptores opióides;
• AINE;
• Antidepressivos tricíclicos;
• Anticonvulsivantes;
• Antagonistas dos receptores NMDA;
• Agonistas adrenérgicas.
• Agonistas dos receptores 5HT1.

Agonistas dos receptores opióides


São usados no controle da dor moderada a
intensa. A Morfina continua sendo muito usada,
nos últimos anos foram usadas na dor crônica não
causada por câncer. Eles produzem analgesia
através de sua ação sobre os receptores opioides
µ. Os locais de ação incluem o cérebro, o tronco Morfina
encefálico primário. A morfina é metabolizada no Referência: Dimorff (Cristalia) e Dimorf Lc
fígado, e o seu metabolismo de 1ª passagem (Cristália);
diminui a sua disponibilidade oral. a semelhança Similar: Dolo Moff (União química);
da morfina, a codeína é um agonista dos O que é: analgésico opioide;
receptores opióides de ocorrência natural. Embora Para que serve: dor intensa, dor, sedação pré-
seja menos efetiva que a morfina no tratamento da operatória e adjunta da anestesia;
dor, a Codeína costuma ser usada pelos seus Como age: atua sobre receptores opioides no
efeitos antitussivo (supressor de tosse) e SNC, alterando a percepção e a resposta
antidiarreico. emocional à dor.
Os compostos semissintéticos Oxicodona e Risco na gravidez: C;
Hidrocodona são análogos a codeína mais efetiva. Não usar o produto: reação alérgica a opioide,
diagnóstica ou suspeita de íleo paralítico e recém-
Codeína nascido;
Referência: Cuidem (Cristália); Risco X benefício: arritmia cardíaca,
O que é: antitussígeno e analgésico; comprometimento da capacidade de manter a
Para que serve: dor e tosse; pressão sanguínea, por diminuição do volume de
Como age: a codeína liga-se a receptores sangue ou uso de determinados medicamentos,
opiáceos no SNC inibindo a chegada de impulsos diminuição da função renal, diminuição da função
dolorosos. Por ação central suprime o reflexo da hepática, idoso e paciente debilitado,
tosse. predisposição a hipoventilação.
Riscos na gravidez: C; Reações mais comuns:
Não usar o produto: alergia a opioide, depressão • Cardiovascular: diminuição dos batimentos
respiratória aguda, íleo paralítico, criança menor cardíacos e queda da pressão arterial;
de 4 anos; • SGI: constipação, náusea e vômito;
Risco X benefício: abdômen agudo, idoso ou • SNC: confusão mental, febre, pesadelos,
paciente debilitado, insuficiência hepática ou renal, sedação, sensação de queda iminente, sonolência
doença de Addison, hipotireoidismo, hipertrofia e tontura;
prostática, colite pseudomembranosa, aumento Atenção com outros produtos. A morfina:
prévio intracraniano, lesão intracraniana, • Pode aumentar o risco de hábito e de pressão
convulsão, trauma craniano, depressão do SNS do SNC com: alcool, outro depressor do SNC;
etc.; • Pode ter sua ação diminuía por: Buprenorfina;
Reações mais comuns: • Pode apresentar reações adversas importantes
• SGI: constipação; com: IMAO;
• SNC: sentido confuso, sedação e sonolência; • Pode ter sua ação antagonizada por: Naxolona
• Outros: suores. e naltrexona.
Atenção ao usar outros produtos. A Codeína: Considerações importantes: não ingerir bebida
• Pode aumentar o risco de depressão do SNC: alcoólica, a morfina pode mascarar ou piorar a dor
alcool, outro depressor do SNC; na vesícula biliar, adotar dieta rica fibras, tomar
• Pode ter sua ação diminuída por: Buprenofina; grande quantidade de líquidos, tomar cuidado ao
• Pode apresentar reações adversas importantes subir ou descer escadas, levantar devagar da
com: IMAO; cama ou da cadeira para evitar tonturas e evitar
• Pode ter sua ação antagonizada por: Naloxona mudanças bruscas de posição.
e Naltrexona;
• Pode causar aumento do risco de hábito com:
álcool, outro depressor do SNC.
Considerações importantes: não dirigir veículos,
nem operar máquinas, até ter certeza de que o
produto não está afetando o estado de alerta ou a Uso oral:
coordenação motora do paciente e não ingerir • Comprimido: 10mg e 30mg (Dimorf);
bebidas alcoólicas, o produto não deve ser usado • Solução oral: 10mg/ml (dimorf);
para as tosses persistentes, como as do cigarro, • Capsula de liberação prolongada: 30mg, 60mg
Asma ou enfisema, nem quando a tosse for e 100mg (Dimorf Lc).
acompanhada secreção excessiva e ingerir Uso injetável:
grandes quantidades de líquidos. • Injetável (solução): 0,2mg/1ml, 1mg/1ml e
Codeína e associações: 10mg/1ml (dimorf).
• Codaten: analgésico opioide;
• Tylex 7,5mg: analgésico opióide associado; Oxicodona
Uso oral: Referência: Oxycontin (Zodiac);
• Comprimido: 30mg e 60mg (Codein); O que é: analgésico opioide;
• Solução oral: 3mg/ml (Codein). Para que serve: dor;
Como age: liga-se a receptores opioides no SNC Como age: liga-se a receptores no SNC inibindo a
inibindo a transmissão do impulso doloroso. transmissão do impulso doloroso. Impede ou
Impede ou atenua sintomas de abstinência atenua sintomas de abstinência quando
quando administrado em substituição a outros administrado em substituição a outros opioides no
opioides nos tratamentos de desintoxicação; tratamento de desintoxicação.
Risco na gravidez: B; Risco na gravidez: C;
Risco X benefício: arritmia cardíaca, Não usar o produto: alergia a opioide;
comprometimento da capacidade de manter a Risco X benefícios: arritmia cardíaca,
pressão sanguínea, por diminuição do volume de comprometimento da capacidade de manter a
sangue ou uso de determinado medicamentos, pressão sanguínea, por diminuição do volume de
diminuição da função hepática, idoso e paciente sangue ou uso de determinado medicamento,
debilitado, predisposição a hipoventilação, diminuição da função hepática, idoso e paciente
pacientes com inclinação ao vício. debilitado, predisposição a hipoventilação etc.
Reações mais comuns: Reações comuns:
• SNC: sonolência e tontura; • SGI: náusea e vômito;
• Dermatológica: coceira; • SNC: sentidos confusos, tonturas, sensação de
• SGI: constipação, náusea e vômito. queda iminente, sedação e sonolência.
Não usar o produto: em membranas mucosas, nos Atenção com outros produtos:
olhos ou em áreas vizinhas a eles; • Pode aumentar o risco de hábito e de
Reações mais comuns: depressão do SNC com: álcool, outro depressor
• Dermatológica: coceira, fissuras, irritação local, do SNC;
maceração, queimadura e vermelhidão. • Pode ter sua ação diminuída por: Buprenorfina;
Uso tópico: • Pode apresentar graves reações com: IMAO;
• Creme 1%: 10mg/g (Oceral e genérico); • Pode ter sua ação antagonizada por: Naxolona
• Solução alcoólica: 1%: 10mg/ml (Oceral e e Nalfrexona;
genérico). • Pode aumentar o risco de constipação grave
com: anticolinérgico ou outro medicamento com
Agonistas sintéticos efeito anticolinérgico;
As duas principais classes de agonistas sintéticos • Pode apresentar sintomas de abstinência em
dos receptores µ são as Fenileptilaminas pacientes tratados por dependência a opióides
(Metadona) e as Fenilpiperidinas (Fentanil e com: Rifampicina, Fenitoina;
Meperidina). A metadona é mais conhecida pelo • Considerações importantes: não ingerir bebida
seu uso no tratamento de adição de drogas, mas alcoólica, cuidado ao dirigir ou executar tarefas
também pode ser usado no controle da dor. O que exijam atenção; este produto não é
Fentanil, um exemplo de agonista opioide sintético recomentado para analgesia obstétrica.
de ação curta é 75 a 100 vezes mais potente do
que a morfina. Em virtude de as altas lipofilicidade,
o fentanil é biodisponível através de varias vias
peculiares. O fentanil também pode ser
administrado por via transdermica, na forma de Uso oral:
disco que libera lentamente o fármaco, • Capsula: 5mg e 10mg (Mytedon);
proporcionando analgesia sistêmica de ação Uso injetável:
longa. O alfentanil que é ainda mais potente do • Injetável (solução): 10mg/1ml (Mytedon);
que o fentanil, é o sufentanil, que é menos • Armazenagem antes de aberto:
potente, estão estruturalmente relacionadas com Temperatura ambiente (15-30 ºC);
fentanil. Proteção à luz: sim é necessária.
O remifentanil, o fenilpiperidina, mais
recentemente desenvolvida, exibe um Fentalina (transdérmico)
comportamento farmacocinético distinto. Outro Referência: Durogesic D-trans (Jannsen-Cilag);
fenilpiperidina é a meperidina, um agonista µ Similar: Fentanest;
eficácia analgésica semelhante à morfina. Sua O que é: opioide, derivado do ópio e agonista
atividade analgésica fica reduzida a metade opioide;
quando administrada por VO, e com frequência, o Para que serve: dor crônica. Atenção: deve ser
fármaco produz disforia. Ao contrário de outros prescrito e ter seu uso monitorado por profissional
opioides, a meperidina provoca mai midríase do capacitado e apto a identificar e tratar
que miose. hipoventilanção que possa ocorrer.
Riscos na gravidez: C;
Metadona Não usar o produto: reação alérgica a opioide, dor
Referência: Mytedom (Cristália); aguda ou pós-operatória dor crônica leve ou
O que é: analgésico opioide; intermitente em que possa ser usado um
Para que serve: dor grave, síndrome de analgésico menos potente, paciente que nunca
abstinência a opioide; recebeu opioide, mas tolerante, depressão
respiratória considerável, especialmente quando Como age: a naltrexona atenua ou bloqueia
equipamentos para monitoramento ou reversivelmente, os efeitos subjacentes dos
ressuscitação não estão disponíveis. opioides administrados por via intravenosas.
Risco x benefícios: arritmia cardíaca, Quando a naltrexona é co-administrada com a
comprometimento da capacidade de manter a morfina, em situações crônica, ela bloqueia a
pressão sanguínea, por diminuição do volume de dependência física à morfina, heroína e outros
sangue ou uso de determinados medicamentos, opioides. A naltrexona tem poucas ações
diminuição hepática, idoso e paciente debilitado, intrínsecas além das suas propriedades de
predisposição a hipoventilação. bloqueio aos opioides, mas pode, contudo
Reações mais comuns: produzir alguma constrição da pupila.
• Dermatológico: coceira e suores; Risco na gravidez: C;
• SGI: dor abdominal, constipação, boca seca, Não usar o produto: hipersensibilidade ao produto,
diarreia, náusea, má digestão e vômito; hepatite aguda ou insuficiência hepática, paciente
• Respiratório: dificuldade para respirar; recebendo agonista opioide, paciente não
• SNC: sedação, sonolência, sentidos confusos, desintoxicado fisicamente dependente de
euforia, confusão mental, fraqueza, ansiedade, opioides, abstinência aguda de opioide, paciente
depressão, tontura, dor de cabeça, insônia e em que ocorreu abstinência de opioide após teste
nervosismo. de naxolona, teste de urina positiva para opioides,
Atenção com outros produtos. a fentanila pacientes com menos de 18 anos.
transdérmica: Risco x benefício: doença hepática, esquema
• Pode aumentar os efeitos depressores do SNC, posológicos que envolvam doses únicas maiores
os efeitos depressores respiratórios e os efeitos que 50mg e diminuição renal.
hipotensores com: álcool, outro depressor do Reações mais comuns:
SNC; Cardiovascular: síncope
• Pode ter seus efeitos opioides reduzidos com:
indutor de CY3A4; (Carbamazepina);
• Pode ter seus efeitos opioides aumentados ou
prolongados com: inibidor de CY3A4
(Claritromicina);
• Pode ser ineficaz com: Naltrexona.
Considerações importantes: cuidado ao dirigir ou
executar atividades que exijam atenção. o
aumento de temperatura da pele pode aumentar a
absorção de fentanila de sistema transdérmicos.

Antagonista dos receptores opióides


São usados para reverter os efeitos colaterais
potencialmente fatais da administração de
opioides, especificamente a depressão
respiratória. Analoxona (antagonistas) é um
derivado sintético da Oximorfona, administrado
por VO é usado em condição ambulatorial, para
desintoxicação de indivíduos com adição de
opioides. Foram desenvolvidos antagonistas
restritos à periferia, como o Alvimopam, para
reduzir o íleo pós-operatório e melhorar os efeitos
gastrintestinais do uso crônico de opióides.

Naltrexona
Referência: Revia (Cristália);
O que é: antagonista opioide, tratamento adjunto
na dependência opioide, tratamento adjunto no
alcoolismo;
Para que serve: alcoolismo, dependência opioide,
em indivíduos anteriormente dependente de
opióide e que estejam desintoxicados.
Atenção: indivíduos dependente de opioides
devem ser desintoxicados antes de iniciar o
tratamento.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Um dos fatores que podem alterar a resposta aos
fármacos é a administração concomitante de
outros fármacos. Ocorre quando os efeitos de um
fármaco são alterados pela presença de outro,
alimento ou bebida.
Muitos pacientes fazem tratamento contínuo com
um ou mais fármacos para doenças crônicas,
como hipertensão, insuficiência cardíaca,
osteoartrite e assim por diante. O potencial para
interação entre fármacos é, portanto substancial, e
as interações são responsáveis por 5% a 20% das
reações adversas aos fármacos. Essas podem
agravar e podem ser atribuídos erroneamente à
história natural da doença.
A interação medicamentosa pode ser perigosa
quando promove o aumento da toxidade de um
fármaco. Algumas vezes a interação
medicamentosa pode reduzir a eficácia de um
fármaco.
Os fármacos também podem interagir com
entidades químicas em outras constituintes da
dieta e fitoterápico. A administração de um
fármaco (a) pode gerar a ação de outro (b) por
mecanismos gerais:
1. Modificação do efeito farmacológico de b sem
alterar sua concentração no líquido intersticial
(interação farmacodinâmica: absorção,
distribuição, metabolismo e excreção);
2. A alteração de b que alcança seu local de
ação (interação farmacocinética: efeitos
aditivos, sinérgicos ou antagônicos).
3. Interações farmacêuticas: Ocorre quando um
fármaco é físico ou quimicamente incompatível
com outro. São interações físico-químicas de
um fármaco com uma solução de infusão
intravenosa ou de dois fármacos na mesma
solução, resultando em perda da atividade do
fármaco envolvido.
Para que tais interações sejam relevantes do
ponto de vista clínico, é preciso que a faixa
terapêutica do fármaco b seja estreita. Para que
as interações farmacocinéticas sejam importantes
sob o aspecto clínico, é também necessário que a
curva concentração-resposta do fármaco b tenha
inclinação. Para muitos fármacos, essas
condições não estão presentes, mesmo mudanças
muito grandes na concentração plasmática de
fármacos relativamente não tóxicos, como a
penicilina, mostram pouca, probabilidade para dar
inicio a problemas clínicos, porque, há margem de
segurança confortável entre as concentrações
séricas consequentes de doses usuais em
toxicidade, muitos fármacos apresenta relação
concentração-resposta muitos sensíveis e
margem terapêutica estreita e, por isso, as
interações entre fármacos podem causar
problemas maiores.
INTERAÇÕES FARMACODINAMICAS INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
Causa modificações dos efeitos bioquímicos ou Essas interações podem afetar o padrão de
fisiológico do medicamento. Geralmente ocorre no absorção, distribuição, metabolização ou
local de ação dos medicamentos ou através de excreção. Ocorre quando um fármaco altera a
mecanismo bioquímicos específicos, sendo capaz velocidade, a extensão de absorção, distribuição,
de causar efeitos semelhantes ou opostos. Podem biotransformação ou excreção de outro fármaco,
ocorrer interações tóxicas quando dois alterando a concentração do fármaco ativo no
medicamentos ativam vias complementares organismo. Modificam a magnitude e duração do
resultando em efeitos biológicos exagerados. Um efeito, mas a resposta final do medicamento é
exemplo é a coadministração de Sildenafil e preservada. Quando dois fármacos são
Nitroglicerina. metabolizados pela mesma P450, a inibição
 Interação de efeito: ocorrem quando dois ou competitiva ou irreversível dessa P450 por um
mais medicamentos em uso concomitante têm fármaco pode levar a um aumento na
ações farmacológicas similares a portas, concentração plasmática do segundo fármaco. Por
podem produzir sinergias ou antagonismos de outro lado, a indução de uma P450 especifica por
ação dos medicamentos farmacocinéticos ou um medicamento pode levar a uma redução na
mecanismos de ação dos medicamentos concentração plasmática dos outros fármacos que
envolvidos. Por exemplo, álcool reforça o são metabolizadas pela mesma enzima. Além de
efeito sedativo de hipnóticos e anti- alterar a atividade das P450, os fármacos podem
histamínicos. afetar o transporte de outros fármacos para dentro
 Interações farmacêuticas: Chamadas de e para fora dos tecidos. Um fármaco que se liga
incompatibilidade medicamentosa ocorrem in às proteínas plasmáticas, como a albumina, pode
vidro, antes da administração dos fármacos no deslocar um segundo fármaco da mesma
organismo, quando se misturam dois ou mais proteína, aumentando sua concentração
deles numa mesma seringa, equipo de soro ou plasmática livre e, consequentemente, a sua
outro recipiente. biodisponibilidade para tecidos-alvos e não alvos.
Pode ocorrer de muitas formas diferentes. Há
muitos mecanismos e é provável que alguns Absorção
exemplos sejam muito uteis que outros. A absorção do TGI é diminuída pelos
 Antagonistas de receptores β-adrenérgico medicamentos que inibem o esvaziamento
diminuem a efetividade dos antagonistas de gástrico, como a atropina ou narcóticos, ou
receptores β-adrenérgico. Como salbutamol; acelerada pelos medicamentos que aceleram o
 Muitos diuréticos diminuem a concentração esvaziamento gástrico (metoclopramida) por
plasmática de K* e, assim, predispõem à outro lado o fármaco A pode interagir com o
toxicidade da digoxina e à toxicidade com os fármaco B no intestino de forma a inibir a
fármacos antiarrítmicos do tipo 3. absorção de B., por exemplo, o Ca2+ forma um
 A sildenafila inibe a isofarma da complexo insolúvel om a tetraciclina que retarda
fosfodiesterase que inativa o GMPc; sua absorção, a colestiramina, uma resina de
consequentemente, ela potencializa, os ácido biliar ligando-se a vários fármacos
nitratos orgânicos, que ativam a guanilil impedindo sua absorção se administrado de modo
ciclase, e pode causar hipotensão grave em simultâneo. Outros exemplos é a adição de
pacientes que usam esses fármacos. epinefrina as injeções de anestésico local, a
 Os inibidores a monoamina-oxidase aumentam vasoconstrição resultante retarda a absorção do
a quantidade de NoE armazenado nos anestésico, prolongando, assim, seu efeito local.
terminais nervosos noradrenérgicos e
interagem perigosamente com alguns Distribuição
fármacos, tais como a efedrina ou a tiramina, Um fármaco pode alterar a distribuição de outro,
que liberam a NoE armazenada. Isto pode competindo por um local comum de ligação na
ocorrer também com alimentos ricos em albumina plasmática ou proteína do tecido, mas tal
tiramina, sobretudo queijos fermentados como interação poucas vezes é importante, a menos
o Camembert que acompanhada por um efeito distinto na
 A Varfarina compete coma vitamina K, eliminação do fármaco. O deslocamento de um
impedindo a síntese hepática de vários fatores fármaco dos locais de ligação no plasma ou nos
de coagulação. Se a produção de vitamina K tecidos aumenta por algum tempo a concentração
no intestino é inibido, a ação anticoagulante da do fármaco livre. Mas isto é seguido por seu
varfarina é aumentada. aumento na eliminação, e, então, novo estado de
equilíbrio é estabelecido no qual as concentrações
plasmáticas similares àquela anterior a introdução
do segundo fármacos deslocados.
Metabolização FARMACOEPIDEMIOLOGIA
Os fármacos podem inibir ou induzir as enzimas A farmacoepidemiologia, ou epidemiologia do
que os metabolizam. medicamento, surgiu da interseção da
 Indução: É importante causa de interação farmacovigilancia clinica com a epidemiologia. A
entre fármacos. A demora na indução e alenta farmacoepidemiologia compreende tanto o estudo
recuperação após a retirada do agente indutor, do uso, quanto o dos efeitos dos medicamentos
junto com o potencial para indução seletiva de nas populações, e a farmacovigilância é um dos
uma ou mais isoenzimas CYP, contribuem seus componentes. Assim definida,
para a natureza insidiosa dos problemas farmacoepidemiologia é composta por duas
clínicos que a indução possui. Os efeitos vertentes, complementares que busca conhecer,
colaterais devidos a tais interações são muito analisar e avaliar o impacto dos medicamentos
variáveis, incluindo rejeição do enxerto como o sobre a população humana.
resultado da perda de eficácia do tratamento É uma disciplina em desenvolvimento que aplica
imunossupressor, convulsões devido à perda técnicas epidemiológicas para estudar o uso dos
da atividade convulsivante, gravidez fármacos numa grande população. A
indesejada e trombose ou sangramento. farmacoepidemiologia combina farmacologia
 Inibição: Sobretudo as do sistema do P450, clinica com epidemiologia. Combinando os
diminui o metabolismo e, em consequência, interesses da farmacologia e da epidemiologia, a
aumenta a ação de outros fármacos inativados farmacoepidemiologia aplica princípios
pela enzima. Os efeitos terapêuticos de alguns epidemiológicos nos estudos dos efeitos dos
fármacos são consequência direta da inibição medicamentos nas populações humanas. Os
da enzima. A xantina oxidase usada para estudos nessa área quantificam os padrões de
prevenir a gota; metaboliza muitos fármacos uso e os efeitos adversos dos fármacos. Por
citotóxicos e imunossupressores, incluindo a exemplo, compreender os padrões de prescrição
mercaptopurina (o metabólito ativo da dos fármacos, a conveniência do seu uso, os
azatioprina), ação que é assim potencializada padrões de adesão ao tratamento e de
e prolongada pelo alopurinol. persistência no tratamento, bem como pela
identificação de fatores prognósticos para o uso
Excreção do fármaco. São alvos de interesse as reações
A maioria dos medicamentos é quase totalmente medicamentosas adversas comuns previsíveis,
eliminada pelos rins. Desta forma, a taxa de assim como aquelas raras e imprevisíveis. Termos
excreção de vários agentes pode ser modificada usados sobre a segurança dos medicamentos;
através de interações ao longo do néfron. Os  Evento adverso: Qualquer situação médica
principais mecanismos pelos quais um fármaco inesperada que ocorre enquanto o paciente
pode afetar a taxa de eliminação renal de outros está recebendo um fármaco, mas não é regra
são por: que esse evento tenha relação com o
 Inibição da secreção tubular: A proenecida medicamento;
foi desenvolvida para inibir a secreção da  Reações adversas: Refere-se a um desfecho
penicilina, assim, prolongar sua ação. Ela prejudicial ou indesejado, que ocorre enquanto
também inibe a eliminação de outros fármacos o paciente está recebendo um produto
têm efeitos incidentais à zidovudina; farmacêutico, e esse desfecho tem uma
 Alteração do pH e do fluxo urinário: Os ligação causal com o medicamento. As
diuréticos tendem a aumentar a eliminação reações adversas podem ser dose-
urinária de outros fármacos e de seu dependentes (existe uma relação entre a dose
metabolitos, mas isto raramente é importante. do fármaco e o desfecho observado) e
Por outro lado diuréticos tiazídicos e de alça previsíveis ou mais peculiares e imprevisíveis.
aumentam indiretamente a reabsorção tubular  Efeito colateral: Costuma ser dose-
proximal do lítio e isto ode causar a toxicidade dependente, é previsível e pode ser desejável
do lítio em pacientes tratados com carbonato ou irrelevante;
de lítio para alterações do humor. O efeito do  Erro de medicação: Se refere a qualquer
pH urinário sobre a eliminação de ácido e evento evitável que pode levar ao uso
bases fracos é colocado em uso no tratamento inadequado ou danos ao paciente.
da intoxicação por salicilato, mas não é a
causa de interações acidentais.
PROCESSO DE APROVAÇÃO DE Ensaios clínicos
FARMACOS NOS EUA A FDA usa dados clínicos para determinar se o
O Food and Drug Administration (FDA) é a fármaco será aprovado para comercialização. Os
agência do governo do EUA responsável pela ensaios clínicos aleatórios de fase 1 consistem
fiscalização dos fármacos e alimentos consumidos em pequenos estudos de voluntários saudáveis. O
nos EUA. objetivo é determinar a segurança básica e a
Nos EUA, a FDA deve aprovar um fármaco antes informação farmacológica em humanos em geral,
de ser comercializado. Depende do centro de são ensaios curtos, com duração de 6 a 12
avaliação de pesquisa de medicamentos seguros meses, e podem incluir crianças, mulheres em
e eficazes fora do mercado e para fornecer idade fértil e outros grupos de pacientes.
informações sobre fármacos para uso apropriado. Após a fase 1, são conduzidos os de fase 2, em
Tem uma grande pressão para que os fármacos que o fármaco é usado num pequeno número e
sejam aprovados e disponibilizados para uso. Por pessoas (Ex.: de 100 a 200 pacientes) que sofrem
outro lado, existe uma pressão para que a FDA da condição indicada, a qual se pretende tratar
mantenha a segurança pública. com o fármaco em estudo. O fármaco é usado
A FDA influência o novo processo de aprovação com cautela nas fases 1 e 2 para garantir a
de fármacos pela elaboração e imposição do segurança nos seres humanos, antes que um
cumprimento das normas federais, todas grande numero de pessoas seja exposto. A fase 2
compiladas no código de normas federais dos fornece dados seguros e dá origem a alguns
EUA. indícios da eficácia clínica do medicamento.
A FDA publica as diretrizes que orientam os Na fase 3 o fármaco é usado num grande grupo
laboratórios os estudos dos fármacos, que devem de pacientes portadores de doença ou da
mostrar segurança e eficácia. O processo de condição indicada. Os ensaios são aleatórios,
aprovação do fármaco pode levar vários meses, duplo-cego, placebo-controlados e podem incluir
até anos. de varias centenas a milhares de participantes que
A FDA coleta taxas dos laboratórios para ajudar a representam a doença ou a condição estudada.
cobrir custo de supervisionamento dos novos Em geral, esses estudos tem duração de 1 a 4
fármacos e de expedir o processo de aprovação anos.
do fármaco. Isso tem um impacto na linha do Após a conclusão das 3 primeiras fases, o
tempo de aprovação do medicamento. Antes de laboratório solicitará a aprovação do fármaco a
liberar um novo fármaco, a agência exige FDA, submetendo uma solicitação de novo
evidências de que o produto é seguro para uso fármaco (NDA).
nesse estudo. Estudos in-vidro ou em animais, A NDA consiste dos resultados dos estudos em
são conduzidos para avaliar os efeitos tóxicos e animais e aqueles dos ensaios clínicos, bem como
farmacológicos dos fármacos, e sua informações relevantes, como resultados de
farmacocinética. estudos estrangeiros, dados de comercialização,
Quando o laboratório julga ter dados probatórios informações de bula e processo de fabricação.
de que o novo fármaco é seguro para ser usado A FDA examinará a NDA para determinar se o
em experimentos clínicos iniciais, o laboratório fármaco é seguro e eficaz, como se o rótulo do
formaliza uma solicitação de pesquisa de nova produto, sua comercialização e seus processos de
droga (IND) à FDA. Essa solicitação é para obter fabricação estão adequados. A FDA pode decidir
a permissão do FDA para iniciar os ensaios aprovar ou não o fármaco para comercialização ou
clínicos em humanos. A FDA examinará a IND, e, pedir alguns estudos mais detalhados antes dele
em 30 dias, determinará se os ensaios clínicos ser aprovado. Notemos que alguns produtos
poderão ou não se iniciar. passam pelas fases 1 e 2, mas, se na fase 3,
preocupações serias de segurança ou perda da
eficácia forem identificadas, eles não são
aprovados. Todo esse processo de aprovação do
fármaco pode durar de 10 a 15 anos e os custos
variam de US$200 milhões a US$1,3 bilhão por
fármaco aprovado.
 Limitações: A aprovação de um fármaco pela Sistema de relato de eventos adversos
FDA requer ensaios bem elaborados. O Por não ser possível aprender tudo sobre o
processo de aprovação do FDA é rigoroso, fármaco com os ensaios, a FDA, os laboratórios e
sendo preciso que os laboratórios forneçam outras organizações de saúde desenvolveram
vários dados sobre a segurança e a eficácia do processos e sistemas para conduzir a vigilância
produto. Apesar do rigor, existem falhas, por pós-comercialização. Desenvolveram um sistema
exemplo, certos grupos de pacientes, como de descrição de eventos adversos para coletar
crianças e mulheres em idade fértil podem ser relatos espontâneos sobre problemas com os
excluídos dos ensaios clínicos. Existem alguns fármacos.
eventos adversos e outros de segurança que A FDA estabeleceu o programa de informação
só ocorrem na proporção de um para um e notificação de evento adverso (medwalch)
milhão, dificultando a detecção desses casos para permitir que os profissionais de saúde e o
num ensaio clínico. Uma vez que o produto é público relatem de forma voluntária reações sérias
usado em populações de pacientes não e problemas com os fármacos.
estudados ou para uso off-label (indicações Usando os relatos do Medwalch para identificar e
clínicas não aprovadas pelo FDA) num grande avaliar o risco com um determinado produto,
número de pessoas é importante que o uso do desenvolver intervenções com objetivos de
fármaco por 10, 20 ou 30 anos não é estudado restringir o risco (fazer alterações no rótulo do
nos ensaios clínicos. produto) e comunicar o risco aos profissionais de
 Supervisão pós-comercialização: Aprovado saúde e ao público.
o fármaco, os profissionais de saúde começam Os laboratórios disponibilizam números de
a prescrevê-los. É possível que, nesse chamadas gratuitas e websites para os
momento, haja milhões de pessoas usando o profissionais de saúde e os pacientes relatarem
medicamento. Além disso, pessoas com varias problemas com fármacos. Por sua vez, eles
doenças ou que usam outros fármacos usam- transmitem esse problema para a FDA.
no, gerando oportunidades de interações No Brasil, o instituto Butantã, recebe relatos
medicamentosas adicionais, interações das espontâneos de efeitos adversos por meio do SAC
doenças ou outros casos de segurança que 0800-7012859 ou pelo email:
não foram observados nos ensaios clínicos. [email protected] e
Nesse ponto, eventos adversos raros podem [email protected].
surgir. A FDA definiu vigilancia pós- Muitos hospitais usam processos de coleta da
comercialização como o processo pelo qual a história do uso de fármacos dos pacientes
segurança de um fármaco é monitorada para internados e tentam identificar as relações entre a
identificar problemas potenciais com seu uso exposição ao fármaco e o motivo da
depois de sua aprovação pelo FDA. hospitalização. Todos esses mecanismos de
relatos espontâneos de eventos ajudam na
Fase 4 farmacovigilância. Ela relaciona-se à
A FDA e os laboratórios contam com os identificação, avaliação e prevenção de efeitos
resultados dos ensaios aleatórios de fase 4 para adversos dos fármacos. Os eventos adversos
obter informações sobre o medicamento. Os relatados são usados como alertas de segurança.
ensaios dessa fase são feitos depois da Que se refere a um dado relato ou a uma
aprovação do fármaco pelo FDA, com objetivo de informação que sugere uma associação potencial
conseguir informações adicionais sobre o fármaco, entre um fármaco e um evento adverso.
incluindo informações de segurança e sobre seu A partir desse ponto, a FDA poderá usar os
uso em outras indicações. O FDA pode ordenar resultados dessas investigações para requerer
que o laboratório conduzisse os ensaios clínicos alterações na bula, emitir cartas à classe médica
de fase 4 depois da aprovação do fármaco. A FDA do tipo ``Caro Doutor´´, publicar artigos em
exige que os laboratórios dos fármacos aprovados jornais ou, até mesmo, retirar o produto do
enviem relatórios anuais sobre o curso dos mercado.
compromissos dos seus estudos de pós-
comercialização
Desenvolvimento da farmacoepidemiologia EPIDEMIOLOGIA
Existem evidências de que o custo dos fármacos O termo epidemiologia do grego Epi=sobre,
está crescendo. Os fármacos são usados para demos=povo e logos=estudo. Ela propõe estudar
tratar doenças crônicas, e terapias quantitativamente a distribuição dos fenômenos de
medicamentosas mais novas e avançadas são saúde/doença, e seus fatores condicionantes e
aprovadas a cada ano. Eles estão interessados determinantes, nas populações humanas.
em saber quais produtos apresentam uma boa Como ciência, fundamenta-se no raciocínio
proporção custo-eficácia. causal, como disciplina preocupa-se em
A farmacoepidemiologia oferece uma forma de desenvolver estratégias para ações voltadas para
responder varias questões sobre o uso do fármaco a proteção e promoção da saúde da comunidade.
e pode sugerir o desenvolvimento de intervenções Ela também é um instrumento para o
ou politicas. desenvolvimento de políticas no setor da saúde. O
Pela necessidade de estudar o uso do fármaco no objetivo principal da epidemiologia é melhorar a
mundo real, observa-se o crescimento do uso de saúde das populações. Os três principais objetivos
desenhos de estudos observacionais e outros epidemiológicos:
desenhos de pesquisas farmacoepidemiologicas 1. Descrever a distribuição e a magnitude dos
para responder a questões sobre o uso do problemas de saúde das populações
fármaco. humanas;
Existe a necessidade de vigilancia contínua do 2. Proporcionar dados essenciais para o
uso dos fármacos, além de formas para avaliar planejamento, execução e avaliação das
como as características do paciente influenciam o ações de prevenção, para estabelecer
uso do fármaco e o desfecho clínicos, tanto os prioridades;
desfechos esperados como os inesperados. Essa 3. Identificar fatores etiológicos na gênese da
necessidade de estudar o uso do fármaco em enfermidade.
grandes populações pode ser satisfeita por meio A área de atuação da epidemiologia é sempre
do uso dos desenhos de pesquisa epidemiológica. uma população humana, que pode ser definida em
A pesquisa farmacoepidemiologica é uma forma termos geográficos ou outro qualquer. Em geral, a
para aprender sobre o uso dos fármacos e a população usada num estudo epidemiológico é
segurança, sem precisarem investir em ensaios aquela localizada numa determinada área ou país
clínicos grandes. num certo momento do tempo. Isso forma a base
O estudo de farmacoepidemiologia costuma ser para definir subgrupos de acordo com o sexo,
menos dispendioso e pode fornecer algumas grupo etário, etnia e outros aspectos.
evidencias em relação ao uso e à segurança dos Considerando que as estruturas populacionais
fármacos nas populações. variam conforme a área geográfica e o tempo, isso
deve ser levado em conta nas análises
epidemiológicas. Algumas definições:
 Estudo: Inclui vigilância, obstrução, teste de
hipótese, e pesquisas analíticas e
experimentais;
 Distribuição: Refere-se à análise quanto ao
tempo, pessoas, lugares e grupos de
indivíduos afetados;
 Determinantes: Inclui fatores que afetam o
estado de saúde, dentre os quais, fatores
biológicos, químicos, físicos, sociais, culturais,
econômicos, genéticos e comportamentais;
 Estados ou eventos relacionados à saúde:
Referem-se à doença, causas de óbitos,
hábitos comportamentais (tabagismo), aspecto
positivo em saúde (bem-estar, felicidade, etc.),
reações a medidas preventivas, uso e oferta
de serviços de saúde entre outros;
 População: Inclui indivíduos com
características especificas, como exemplo,
crianças menores de cinco anos;
 Aplicação na prevenção e controle: O
objetivo da saúde pública é promover, proteger
e restaurar a saúde.
Ex.: 1: A disciplina que corresponde ao estudo da Ex.: 6: A epidemiologia visa ao estudo da
frequência, da distribuição e dos determinantes frequência e distribuição dos eventos relacionados
dos estados ou eventos relacionados á saúde em à saúde a seus determinantes. A respeito desse
populações especificas e a aplicação desses assunto, analise as afirmações abaixo:
estudos no controle dos problemas de saúde é: 1. A epidemiologia permite realizar o diagnóstico
a. Toxicologia; de saúde de uma população;
b. Biologia; 2. O objetivo principal dessa ciência é o estudo
c. Correta: Epidemiologia; das epidemias e sua propagação;
d. Antropologia; 3. Estudos epidemiológicos não permitem
e. Bioestatística. conhecer a história natural de uma doença.
Resp.: Após análise das afirmações acima podemos
 Alternativa (c) correta: Estuda a frequência, a concluir que:
distribuição e os determinantes dos estados ou a. Todas estão corretas;
eventos relacionados á saúde em populações b. Corretas: Apenas 1 está correta;
específicas e a aplicação desses estudos no c. Apenas 1 e 2 estão corretas;
controle dos problemas de saúde. d. Apenas 2 e 3 estão corretas.

Ex.: 2: A população que esperamos atingir com as Na epidemiologia a presencia e ausência de


ações de saúde é chamada: doença e outros desfechos dicotómicos costumam
a. Correta: População alvo; ser medido usando taxas, razões e proporções.
b. População espontânea;  Taxa: É a expressão da frequência em que um
c. População ativa; evento ocorre na população em risco, durante
d. População passiva. um período específico, como um dia, 6 meses
Resp.: Alternativa (a) correta: A população alvo ou um ano. A taxa é a comparação de dois
é o objetivo da ação dos serviços de saúde e números e possui 4 componentes:
práticas educativas. Representam o conjunto de 1. Numerador: É a frequência do evento;
pessoas para os quais os recursos técnicos são 2. Denominador: É a população de risco para o
elaborados e o grupo de indivíduos que se espera evento;
ser sensibilizado por tais ações. 3. Período específico;
4. Multiplicador.
Ex.: 3: Dentre os diferentes usos da As taxas são usadas para comparação entre
epidemiologia, propostas por Morris, incluem-se: subgrupos da população ao longo do tempo.
1. Diagnósticos a situação da saúde de uma
comunidade;  Por exemplo, a taxa de mortalidade infantil mede a taxa
anual de ób itos de crianças com menos de 1 ano de
2. Identificar possíveis associações causais de
idade para 1000 nativivos num ano específico. A taxa
doenças; de mortalidade infantil costuma ser usada como
3. Estimar os r individuais e as probabilidades indicador do nível de saúde das comunidades.
de adoecer;
4. Avaliar os serviços de saúde.  Razão: É o valor obtido pela divisão de um
Desses usos, estão mais vinculados ao número por outro. Descreve a relação entre o
planejamento em saúde. numerador e o denominador, que são duas
a. Todos; quantidades separadas e não associadas.
b. Correta: Somente 1, 3 e 4; Uma característica importante da razão é que
c. Somente 1, 2 e 4; o numerador e o denominador, não estão
d. Somente 1 e 4; relacionados. O numerador não está incluído
e. Somente 3 e 4. no denominador, e vice-versa, a razão pode
variar de zero até o infinito.
Ex.: 4: A epidemiologia é uma prática da saúde
pública com aplicadores diferenciados, tais como  Por exemplo, qual é a razão de mulheres para homens
EXCETO: na população norte-americana? A razão é expressa por
a. Avaliar o quanto os serviços de saúde uma fração, cujo numerador é o numero de mulheres
na população e o denominador é o número de homen s.
respondem aos problemas e necessidades das De acordo com o censo de 2000, havia 143,4 milhões
populações; de mulheres e 138,1 milhões de homens nos EUA. A
b. Testar a efetividade e o impacto de estratégia razão de mulheres para homens era e 1,04 em 2000.
de intervenção que controlam, previnem e
tratam os agravos de saúde na comunidade;  Proporção: É obtida pela divisão de um
c. Prever tendências; número por outro. No entanto, na proporção,
d. Incorreta: Identificar apenas fatores de risco diferente da razão, o numerador e o
de forma isolada; denominador estão sempre associados. O
e. Descrever o aspecto clinico da doença e sua numerador é sempre um subconjunto do
história natural. denominador.
Costuma expressar como porcentagem variando Ex.: 1: Estudos analíticos são aqueles delineados
de 0 a 100%. para examinar a existência de associação entre
uma exposição e uma doença ou condição
 Por exemplo, a proporção de pacientes com infarto relacionada à saúde. Entre os principais
agudo miocárdio (IAM) sem contra indicações para β- delineamentos de estudos analíticos NÃO se
b loqueadores, que receb em prescrição para usar na alta
hospitalar, é usada pelos center for medicare and inclui:
medicaid services (CMS) como um indicador de a. Ecológicos;
qualidade de pacientes hospitalizados. Neste exemplo, b. Transversal;
os pacientes com IAM sem contraindicações para β- c. Correta: Piramidal;
b loqueadores, que deixam o hospital com prescrição
para tais fármacos, são um sub conjunto de todos os
d. Coorte prospecto;
pacientes com IAM sem contraindicações para β- e. Casos-controle.
b loqueadores que receb em alta hospitalar. A proporção Resp.:
de pacientes com IAM que receb em alta hospitalar com  Alternativa (a) incorreta: Estudos ecológicos
um β-b loqueador e a proporção de pacientes com IAM
que receb em alta hospitalar sem β-b loqueador deverão
são também chamados de estudos
somar até 100%, porque essas duas proporções são agregados e avaliam associação entre
coletivamente exaustivas. exposição e doença numa população, não
considera as associações individuais e, neste
O termo distribuição está contido no termo sentido, se difere dos estudos individuais;
população e o processo determinação está  Alternativa (b) incorreta: Estudos
associado à delimitação da doença que, por sua transversais ou seccionais são aqueles em
vez, abrange concepções derivadas da prática que as medições são feitas num único
clínica e própria da epidemiologia. Entendem-se momento na linha do tempo (pontuais), não
determinantes sociais de saúde como as existindo período de segmento dos
condições de vida e trabalho dos indivíduos e de indivíduos. Neste contexto se difere dos
grupos populacionais, que estão relacionadas com estudos longitudinais como os estudos de
a situação de saúde. Cabe à epidemiologia coorte;
descritiva a avaliação da frequência ou  Alternativa (c) correta: Não existe um tipo
distribuição das enfermidades e á epidemiologia de estudo chamado piramidal;
analítica o estudo dos fatores (causais) que  Alternativa (d) incorreta: Forma de pesquisa
explica tal distribuição, relacionando uma observacional, longitudinal e analítica que
determinada situação de saúde, ou seja, as objetiva estabelecer um nexo causal entre os
desigualdades dos níveis de saúde entre grupos eventos a que o grupo foi exposto e o
populacionais, com a eficácia das intervenções desfecho da saúde final dessas pessoas. A
realizadas no âmbito de saúde política, ou mesmo coorte pode ser prospectiva, retrospectiva ou
identificando suas causas no modo como tais ambiespectiva;
iniquidades são produzidas, na forma como a  Alternativa (e) incorreta: Estudo
sociedade se organiza e desenvolve. observacional, longitudinal, retrospectiva,
Os estudos descritivos se limitam ao registro analítica em que um grupo de caso
da frequência de eventos ou agravos patológicos (indivíduos com a doença) é comparado
observando sua variação no tempo e espaço. quanto à exposição a um ou mais fatores, a
Os estudos analíticos têm como objetivo explicar grupo de indivíduos semelhantes, os
as características dessa frequência ou controles (sem a doença).
associações entre estas e outros fatores
observados, a exemplo dos estudos que buscam Ex.: 2: Mesmo após a interrupção da transmissão
estabelecer um nexo ou relação de causa efeito autóctone do vírus sarampo, é importante a
entre um determinado agente patogênico de manutenção do sistema de vigilância
causa e um aspecto específico do meio ambiente, epidemiológica de doença. Assim, um caso
considerando-se a tríade de fatores que intervém autóctone é definido como sento:
e condicionam o aparecimento e desenvolvimento a. O caso que, segundo informações disponíveis
de uma doença (agentes, hospedeiros e não se apresenta epidemiologicamente
ambiente). relacionado a outros já conhecidos;
 Casos autóctones: São autóctones, ou seja, b. O primeiro entre vários casos, de natureza
se reproduzem em seus próprios territórios. O similar e epidemiológica relacionado;
exemplo da gripe suína. c. Correta: O caso contraído pelo enfermo na
 Casos alóctones: Quem ou que veio de fora é zona de sua residência;
o caso confirmado que foi detectado em um d. Caso decorrente de uma transfusão de sangue
local diferente. ou outra forma de inoculação parenteral.
Estudos ecológicos Inquéritos tipo corte-transversal (seccionais)
Abordam áreas geográficas, analisando É um tipo de estudo que examina as pessoas
comparativamente indicadores globais, quase num determinado momento, em geral, o presente.
sempre por meio de correlação entre variáveis Fornecendo dados de prevalência; aplica-se,
ambientais (ou socioeconômicas) e indicadores de particularmente, a doenças comuns e de duração
saúde. Em algumas situações, os dados não relativamente longa. Envolve um grupo de
estão disponíveis no nível do paciente, mas sim pessoas expostas a determinados fatores de
no nível de grupo coletivo. Nos estudos riscos, sendo que algumas dessas apresentarão
ecológicos, a unidade de observação é um grupo desfecho a ser estudados e outras não. A ideia
de pessoas, e não indivíduos, como nos outros central do estudo transversal é que a prevalência
tipos de estudos. Esses grupos podem ser turmas da doença deverá ser maior entre os expostos do
de alunos em escolas, fábricas, cidades, países que entre os não-expostos, se for verdade que
etc. O princípio do estudo é o de que, nas aquele fator de risco causa a doença. As
populações onde a exposição é mais frequente, a vantagens dos estudos transversais são a
incidência e mortalidade são as medidas mais rapidez, o baixo custo, a identificação de casos e
usadas para quantificar a ocorrência de doenças a detecção de grupos de risco, entretanto algumas
nesse estudo. Os estudos ecológicos são desvantagens existem, como, por exemplo, a da
conhecidos como estudos de correlação são causalidade reversa, exposição e desfecho são
frequente o uso de dados secundários para os coletados simultaneamente e frequentemente não
estudos ecológicos, pois seria muito dispendioso e se sabe qual deles precedeu o outro. Nesse tipo
demorado realizar uma pesquisa para obterem-se de estudo, episódio de doença com longa duração
dados primários em grandes grupos. O estudo estão sob representados e doenças com duração
ecológico pode usar dados primários, quando, por curta estão sob representadas (o chamado viés
exemplo, o propósito do estudo é averiguar de sobrevivência). Outras desvantagens é que
difusão de doença infecciosa. se a prevalência da doença a ser avaliada for
muito baixa, o número de pessoas a ser estudada
 Por exemplo, é b astante difícil (logisticamente) para um precisará ser grande. A medida de ocorrência dos
pesquisador ob ter dados do paciente de uma cadeia
estudos transversais é a medida da prevalência,
local de farmácia de uma comunidade ou de um grupo
de planos de saúde. Por outro lado, é mais fácil expressa da seguinte forma:
conseguir o número de prescrições dispensadas ou o
numero de solicitações aprovadas para um determinado
medicamento.

nº casos a+c
O uso desses dados do nível coletivo resulta em Prevalência = =
total N
estudos ecológicos. Algumas informações de
grupo que costumam ser usados na A pesquisa de bronquite crônica, na cidade de
farmacoepidemilogia envolvem o uso do Pelotas, no ano de 2000 revelou o seguinte
medicamento em âmbito nacional ou estadual. (dados não publicados):
Embora os estudos ecológicos possam ser úteis, é
importante conhecer suas limitações. Suas
desvantagens e a possibilidade de o confudimento
ser uma fonte de importância significativa de viés,
uma vez que a informação não é coletada no nível
308
do paciente. Prevalência = = 15,5%
1985

Para obtermos uma melhor estimativa da medida


de prevalência, usamos a medida de intervalo de
confiança de 95% (IC-95%). Ao estudar-se uma
amostra da população, e, não todos os habitantes,
a medida da prevalência pode ter uma variação.
No exemplo da bronquite crônica, essa
prevalência pode variar de 13,9% a 17,1% dentro
de uma margem de 95% de certeza.
IC 95% = P ± 1,96 √(𝑃1 − 9)/𝑁

A medida de efeito comumente usada em


estudos transversais é a razão de prevalência, ou
seja, a expressão numérica da comparação do
risco de adoecer entre um grupo exposto a um
determinado fator de risco e um grupo não
exposto.
 Alternativa (c) incorreta: O método
Prevalência nos expostos
RP* = retrospectivo, como o nome já sugere, analisa
Prevalência nos não expostos
a história passada dos doentes. Um aspecto
marcante neste tipo de método é a analise de
Seguindo o mesmo exemplo da bronquite prontuário de pacientes pós-alta hospitalar.
crônica: Possui as seguintes desvantagens:
 Dependência da qualidade das informações
escritas pelos profissionais nos prontuários
ou fonte de dados;
 Identificação dos pacientes;
 Demanda muito tempo para a revisão dos
prontuários;
A razão de prevalência entre fumantes e não  Não detecta o aparecimento de surtos.
fumantes é de:  Alternativa (d) incorreta: Não constitui um
26,9% dos métodos de vigilâncias epidemiológicas.
= 2,7%
9,9%  Alternativa (e) incorreta: A vigilância global é
um tipo de vigilância epidemiológica e não um
Ou seja, os fumantes têm 2,7 vezes mais método de investigação consiste na avaliação
bronquite crônica dos que os não-fumantes. sistemática de todos os pacientes internados
em todas as clínicas do hospital.
Ex.: 1: Considerando os métodos aplicáveis à
vigilância epidemiológica, preconizados pelo MS, Estudo de caso controle
quanto à avaliação de todos os pacientes
É um estudo retrospectivo onde se procura
internados no hospital ou numa unidade num
verificar a frequência de um determinado agravo
determinado período ou tempo (dia, semana, mês,
na presença ou ausência de um determinado fator
trimestre) trata-se do método: condicional/determinante (exposição) distinguindo-
a. Prospectivo; se do estudo de coorte pelo fato de que as
b. Correta: Transversal;
pessoas foram escolhidas por estar doentes. Ou
c. Retrospectiva;
seja, no estudo de caso controle o pesquisador
d. Horizontal;
investiga a exposição a determinados fatores no
e. Global.
passado por pessoas que possuem determinada
Resp.: Devemos ler a portaria 2616/98, que em
doença e pessoas saudáveis.
seu anexo 3 traz os métodos aplicáveis à O estudo de casos controles parte do desfecho
vigilância epidemiológica; (do efeito ou da doença) para chegar à exposição.
 São indicados os métodos prospectivos, retrospectivos
e transversais, visando determinar taxas de incidência O grupo, tanto de casos quando de controles, não
ou prevalência. pode ser subgrupos de pessoas, desde que
 Alternativa (a) incorreta: O método atendam aos critérios de elegibilidade previamente
prospectivo envolve os seguintes aspectos: estabelecidos pelo pesquisador.
 Monitorar a ocorrência de infecção enquanto
o paciente está internado;  Por exemplo, o proposito do investigador pode ser o
estudo de pacientes com asma grave que requeiram
 Avaliar o grau de risco no momento de sua hospitalização. A população de origem dos casos,
admissão; portanto, é a população de asmáticos, e desta mesma
 Visitar periodicamente o paciente; população devem originar-se os controles. Os controles
 Visões globais das afecções que afetam os devem representar a população de onde se originara os
casos, e não a população geral.
indivíduos.
 Alternativa (b) correta: O método transversal
é o método usado para estudos de  Definição de casos: Necessita de critérios
prevalência, ou seja, o método usado para se objetivos, se o projeto pretende estudar câncer
fazer avaliação em certo período de tempo ou de pulmão, é preciso que os casos sejam
um ``recorte no tempo´´, como dia, semana, confirmados através de laudos
mês ou trimestre. Envolve a observação e anatomopatológicos, e não casos possíveis ou
avaliação de todos os pacientes no período de prováveis. O outro cuidado nesse tipo de
tempo analisado. O método transversal possui estudo, refere-se à duração da doença; se os
as seguintes características: casos estudados forem casos prevalentes na
 Reduz o tempo necessário á vigilância; amostra com casos incidentes, não ocorre esse
 Baixa eficácia; problema.
 Não fornece índices endêmicos;  Uma alternativa se quiser incluir casos
 Dificuldade para identificar surtos; prevalentes, é estipular que somente poderão
 Dificuldade para interpretação dos estados entrar no estudo casos que tenham sido
(poucos casos). diagnosticados há, no máximo, por exemplo,
seis meses, e não casos diagnosticados há
muito tempo.
 Fontes dos controles podem ser: associações podem ser afetadas por variáveis de
 Controles hospitalares (ou de serviços confusão.
saúde): Pessoas hospitalizadas nos mesmos
casos novos
hospitais dos casos, mas com outros IC* =
poulação inicial
diagnósticos;
 Controles comunitários ou populacionais: casos novos
as pessoas são selecionadas da mesma DI* =
pessoas (ano em risco)
comunidade de onde se originaram os casos,
de forma aleatória.
Os estudos de caso-controle têm como A medida de efeito no estudo de coorte é a razão
vantagens o fato de que são estatisticamente de taxa de incidência, comumente referida como
eficientes, permite testar hipótese, pode ser risco relativo (RR). O RR pode ser interpretado
rápidos e baratos, estudarem doenças raras e como ``quantas vezes maior´´ é o risco entre os
comuns e, se forem de base populacional, expostos é 50% maior [(RR-1)x100%] do que
permitirem descrever a incidência e características entre os não-expostos quando se estudam fatores
da doença. de proteção, o RR será menor que um.
A logica do estudo de caso-controle estabelece
que se o fator de risco causa a doença em estudo,  Por exemplo, o estudo das hospitalizações por
pneumonia até um ano de idade nas crianças da coorte
o ODDS de exposição entre os casos será maior
de 1993, em Pelotas, mostrou um risco de 0,20 para as
do que entre os controles. ODDS e uma palavra crianças de classe social mais alta, e relação ás
inglesa que se refere q um quociente. crianças de classes b aixas, o que significa que hou ve
uma redução da incidência de 80% nas hospitalizações
Estudo de coorte por pneumonia nessas crianças [(1-RR)x100%].
O termo coorte tem origem no império romano e
Ex.: 1: Com o objetivo de saber se o uso de
designava unidade do exercito que possuíam
equipamentos e uniformes homogêneo. O estudo computador no trabalho acarreta maior incidência
de Coorte é um tipo de estudo em que um grupo do uso do óculos, o médico do trabalho fez um
projeto de pesquisa em que seriam
de pessoas com alguma coisa em comum
acompanhados dois grupos de indivíduos por dez
(nascimento, exposição a um agente,
anos. O estudo era composto por indivíduos que
trabalhadores de uma indústria etc.). É
não usavam óculos no inicio do estudo sendo um
acompanhado ao longo de um período de tempo
grupo composto por odontologistas que não
para observar-se a ocorrência de um desfecho.
usavam computador na sua atividade de trabalho
 Por exemplo, uma coorte de nascimento pode ser um este tipo de estudo é chamado:
grupo de pessoas que nasceram no mesmo ano, e, a a. Correta: Coorte;
partir daí são acompanhadas por um período para b. Caso-controle;
avaliar-se um desfecho como a mortalidade infantil, as c. Transversal;
hospitalizações no primeiro ano de vida, a duração da
amamentação ou outro desfecho qualquer. d. Ensaio clinico;
e. Ensaio comunitário.
Sendo a dimensão tempo a base do estudo de Resp.:
coorte, torna-se possível determinar a incidência  Alternativa (a) correta: Parte da exposição
de doenças. O principio lógico do estudo de ao fator de risco até o desenvolvimento da
coorte é a identificação de pessoas sadias, a doença;
classificação das mesmas em expostas e não  Alternativa (b) incorreta: analisa dois
expostas ao fator de risco e o acompanhamento grupos (doentes e não doentes)e busca
destes dois grupos por um período de tempo identificar as causas do aparecimento da
suficiente longo para que haja o aparecimento da doença;
doença. A analise do estudo será a comparação  Alternativa (c) incorreta: Estudo seccional
da incidência da doença em estudo entre os analisa apenas um ponto na linha do tempo.
indivíduos expostos e entre os não-expostos. Esse Não faz acompanhamento de indivíduos;
tipo de coorte é o coorte prospectiva.  Alternativa (d) incorreta: Estudo de
A coorte histórica ou retrospectiva é quando a intervenção muito usado para o estudo de
exposição é medida através de informações novas drogas;
colhidas do passado e o desfecho é medido  Alternativa (e) incorreta: Estudo de
daquele momento em diante. intervenção em grupos.
O estudo de coorte é excelente para avaliar Ex.: 3: Sobre as característica dos estudos
várias exposições e doenças ao mesmo tempo; epidemiológicos, numere a coluna da direita de
estão indicados para doenças frequentes e acordo com os tipos de delineamento
doença que levam à seleção dos mais saudáveis apresentados na coluna da esquerda.
por outro lado, sendo estudos caros e demorados,
as perdas de acompanhamento podem distorcer o
estudo, não servem para doenças raras e as
6. Identificar possíveis associações causais de
doenças;
7. Estimar os r individuais e as probabilidades
de adoecer;
8. Avaliar os serviços de saúde.
Desses usos, estão mais vinculados ao
planejamento em saúde.
f. Todos
g. Correta: Somente 1, 3 e 4;
h. Somente 1, 2 e 4;
i. Somente 1 e 4;
Marque a sequência CORRETA: j. Somente 3 e 4.
a. 4-1-3-4-3-1;
b. Correta: 2-1-1-3-4-2; Ex.: 5: A epidemiologia é uma prática da saúde
c. 2-4-1-3-2-3; pública com aplicadores diferenciados, tais como
d. 1-3-4-1-1-2. exceto:
Resp.:
f. Avaliar o quanto os serviços de saúde
 Alternativa 1: Os estudos de Caso-controle respondem aos problemas e necessidades das
são úteis para avaliação de risco de doenças populações;
raras porque já partem do desfecho. O g. Testar a efetividade e o impacto de estratégia
pesquisador identifica os casos e controles e de intervenção que controlam, previnem e
com o estado é avaliado se uma exposição tratam os agravos de saúde na comunidade;
está associada a esse desfecho. No caso de h. Prever tendências;
doenças raras, essa modulagem é a ideal, pois i. Incorreta: Identificar apenas fatores de risco
já se tem os desfechos (portadores de doença de forma isolada;
rara). j. Descrever o aspecto clinico da doença e sua
 Alternativa 2: A incidência É a fração de um história natural.
grupo de pessoas que inicialmente não
possuía a doença e que desenvolve num Ex.: 6: A epidemiologia visa ao estudo da
determinado período de tempo. Refere-se frequência e distribuição dos eventos relacionados
então a novos casos de uma doença que à saúde a seus determinantes. A respeito desse
aparecem numa população os estudos de assunto, analise as afirmações abaixo:
coorte, como são estudos longitudinais, de 4. A epidemiologia permite realizar o
acompanhamento; diagnóstico de saúde de uma população;
 Alternativa 3: Os estudos de coorte como 5. O objetivo principal dessa ciência é o estudo
são estudos longitudinais e avaliam as das epidemias e sua propagação;
associação em risco de forma simultânea de 6. Estudos epidemiológicos não permitem
varias exposições; conhecer a história natural de uma doença.
 Alternativa 4: Estudos investigativos Após análise das afirmações acima podemos
clínicos epidemiológicos ou experimentais concluir que:
(ensaios clínicos) objetivam descrever e. Todas estão corretas;
fenômenos ou comparar o comportamento de f. Corretas: Apenas 1 está correta;
variáveis em subgrupos de uma população. g. Apenas 1 e 2 estão corretas;
Para tanto, não se realiza o estudo de todo o h. Apenas 2 e 3 estão corretas.
universo populacional, usualmente porque não
é necessário quando se dispõe de uma
amostra representativa para a realização de
inferências à população alvo;
 Alternativa 5: O estudo transversal pode ser
usado como um estudo analítico, ou seja, para
avaliar hipóteses de associações entre
exposição ou característica e eventos;
 Alternativa 6: O viés de memória é
característica dos estudos retrospectivos, pois
a informação depende da memoria.

Ex.: 4: Dentre os diferentes usos da PROCESSO EPIDÊMICO


epidemiologia, propostas por Morris, incluem-se: 1. Endemia: É a ocorrência de determinada
5. Diagnósticos a situação da saúde de uma doença que acomete sistematicamente
comunidade; populações em espaços característicos, e
determinados no decorrer de um longo período
(temporalmente ilimitado), e que mantém uma (endemia) é ultrapassada, porém esse
incidência relativamente constante, permitindo argumento se expande para uma grande área
variações cíclicas e sazonais. A endemias é geográfica como um continente ou mesmo
classificada como endêmica (típica) de uma todo o planeta.
região quando acontece com muita frequência  Alternativa (b) correta: A epidemia é a
no local. concentração de determinados casos de uma
doença num local e época, claramente em
Ex.: 1: Pelo termo ``endemia´´ deve-se entender excesso e relação ao que seria teoricamente
que se trata de doença: esperado;
a. Rara;  Alternativa (c) incorreta: O termo infestação
b. Que ocorre de forma muito além do estipulado se originou do latim (infestatio) e se refere à
para uma região; localização de parasitas em alguma superfície
c. Que ocorre dentro de limites estabelecidos externa por exemplo, carrapatos e piolhos;
pelos serviços de vigilância em saúde;  Alternativa (d) incorreta: Latência se refere
d. Que ultrapassa a média e dois desvios-padrão a um período de tempo entre o inicio de um
de limite de segurança para uma área. determinado evento e o momento em que seus
Resp.: efeitos tornam-se perceptíveis;
 Alternativa (a) incorreta: A endemia não se  Alternativa (e) incorreta: A virulência se
refere à raridade de uma doença, antes, refere à capacidade infecciosa de um
refere-se a frequência da doença em microrganismo, medida pela mortalidade que
determinada região; ele produz ou poder de invadir tecidos do
 Alternativa (b) incorreta: essa hospedeiro.
características refere-se à epidemia;
 Alternativa (c) correta: essa características 3. Surto epidêmico: É a ocorrência de dois ou
refere-se endemia; mais casos epidemiológicos relacionados,
 Alternativa (d) incorreta: não se refere à alguns autores chamam de surto epidêmico, ou
endemia. surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno
restrita a um espaço extremamente delimitado:
2. Epidemia: É a ocorrência numa comunidade colégio. Quartel, creches, grupos reunidos numa
ou região de casos de natureza parecida, festa, um quarteirão etc.
claramente excessiva em reação ao esperado.
O conceito usado na epidemiologia é uma Ex.: 1: É um tipo de dinâmica de disseminação de
alteração espacial e cronologicamente doença, a qual atinge uma pequena área
delimitada, do estado de saúde-doença de geográfica delimitada ou população
uma população, caracterizada por uma institucionalizada (creches, escolas etc.). essa
elevação inesperada e descontrolada dos dinâmica é caracterizada como:
coeficientes de incidência de determinada a. Correta: Surto;
doença, ultrapassando valores do limiar b. Uma endemia;
epidêmico pré-estabelecido para aquela c. Uma endemia progressiva;
circunstância e doença. d. Uma epidemia progressiva;
Resp.:
Ex.: 1: A imprensa de uma região noticiou que  Alternativa (a) correta: Ocorre quando há o
houve o aumento do registro de casos de dengue, aumento repentino do número de casos de
em números que ultrapassou a incidência normal uma doença numa região especifica passa a
prevista. Essa situação epidemiológica e ser considerado surto, o aumento de casos
chamada: deve ser maior o que o esperado pela
a. Pandemia; autoridades;
b. Correta: Epidemia;  Alternativa (b) incorreta: A endemia não
c. Infestação; está relacionada a uma questão quantitativa
d. Latência; uma doença é classificada como endêmica
e. Virulência. (típica) de uma região quando acontece com
muita frequência no local. As doenças
endêmicas podem ser sazonais;

 Alternativa (c) incorreta: Representa o


Resp.: aumento de prevalência da doença, ou seja,
 Alternativa (a) incorreta: A pandemia é uma aumento do número de casos esperados ara a
espécie de epidemia. A incidência normal de dada doença numa determinada região em
certa doença numa determinada área cero período de tempo;
geográfica e num determinado período
 Alternativa (d) incorreta: Também conhecido INDICADORES DE SAÚDE
coo epidemia de contato ocorre um aumento Para quantificarmos a saúde, fazemos
progressivo de casos, mas a fonte de infecção comparações na população, usando os
não é a única, sendo representada por indicadores de saúde. Eles devem refletir
exposições sucessivas e em cadeia. fielmente, o panorama da saúde populacional.
Muito desses indicadores medem doenças,
4. Pandemia: Caracterizado por uma epidemia mortes, gravidade de doenças, o que mostra ser
com larga distribuição. Se o gráfico atingir mais fácil, às vezes, medir doença do que medir
mais de um continente. Um exemplo é a saúde.
epidemia da AIDS que atinge todos os Esses indicadores podem ser expressos em
continentes do planeta. termos de frequência absoluta ou como frequência
relativa, onde incluímos os coeficientes e índices.
Ex.: 1: Associe os termos de Os valores absolutos são os dados mais
mortalidade/morbidade à sua definição na prontamente disponíveis e, frequentemente,
alternativa CORRETA: usados na monitoração de ocorrência de doenças
1. É a ocorrência de certo número de casos infeciosas especialmente em situações de
controlado em determinada região; epidemia, quando as populações envolvidas estão
2. É o aumento do número de casos de restritas ao mesmo tempo e a um determinado
determinada doença muito acima do local, pode assumir-se que a estrutura
esperado e não delimitado a uma região; populacional é estável e, assim, usar valores
3. Compreende um número de casos de doença absolutos. Entretanto, para comparar a frequência
acima do esperado, sem respeitar limites de uma doença entre diferentes grupos, deve-se
entre paises ou continente. Os exemplos ter em conta o tamanho das populações a serem
mais atuais são a AIDS e a tuberculose. comparadas com sua estrutura de idade e sexo,
a. 1-epidemia; 2-endemia; 3-pandemia; expressando os dados em forma de taxas ou
b. Correta: 1-endemia; 2-eppidemia; 3- coeficientes.
pandemia;  Coeficientes (taxas ou rates): São as
c. 1-pandemia; 2-epidemia; 3-endemia; medidas básicas de ocorrência das doenças
d. 1-pandemia; 2-endemia; 3-epidemia. numa determinada população e período. Para
Resp.: o calculo dos coeficientes ou taxas,
 1-Endemia, 2-Epidemia; 3-Pandemia. considerando que o número de casos está
A partir da identificação dos conceitos, segundo a relacionado ao tamanho da população que deu
ordem do enunciado. origem. O numerador refere-se ao número de
casos detectados que se quer estudar.

 Ex.: mortes, doenças, fatores de risco etc.

E o denominador, reflete o número de casos


acrescidos do número de pessoas que poderiam
tornar-se casos, naquele período de tempo. As
vezes, dependendo do evento estudado,
precisamos excluir algumas pessoas do
denominador.

 Ex.: ao calcular o coeficiente de mortalidade por câncer


de próstata, as mulheres devem ser excluída do
denominador, pois não estão exposta o risco de adquirir
câncer de próstata.

1. Escolha de uma constante (denominador):


serve para evitar que o resultado seja
expresso por um numero decimal de difícil
leitura (ex.: 0,0003), portanto fazemos a
multiplicação da fração por uma constante
(100, 1000, 10000 e 100000). A decisão sobre
qual constante deve ser usado é arbitrária,
pois depende da grandeza dos números
decimais, entretanto, muitos dos indicadores,
essa constante já esta uniformizado.

 Ex.: para os coeficientes de mortalidade infantil usa-se


sempre a constante 1000 nascidos vivos.
2. Intervalo de tempo: Precisamos especificar o  Por exemplo, suponha o cálculo de incidência de câncer
de próstata nos EUA, em 2009: divide-se o número de
tempo a que se referem os coeficientes novos casos de câncer de próstata registrada durante
estudados. Nas estatísticas vitais, esse tempo 2009 pelo numero total de homens na população dos
é geralmente e um ano, para a vigilância EUA neste ano, pois as mulheres não correm o risco de
epidemiológica (verificação contínua dos desenvolver a doença.
fatores que determina a ocorrência e a
distribuição da doença e condições de saúde), É um bom indicador para avaliar se está
pode decidir-se por um período bem mais diminuindo, aumentando ou permanecendo
curto, dependendo do objetivo do estudo. estável, pois indica o número de pessoas da
3. Estabilidade dos coeficientes: Quando população que passou de um estado de não-
calcularmos um coeficiente para tempos curtos doente para doente. Há dois tipos de incidências:
ou para as populações reduzidas, os 1. Incidência cumulativa (IC*): Quando o
coeficientes podem tornar-se imprecisos e não denominador é formado por pessoas de
ser tão fidedignos. Gutierrez, no capítulo da populações candidatas observadas por todo o
epidemiologia da tuberculose, exemplifica de período. Mede a proporção da população em
que forma o coeficiente de incidência para risco que desenvolveu a doença de interesse
tuberculose pode variar, conforme o tamanho num período especificado. Todas as pessoas
da população. Para contornar esse problema, no denominador devem ser observadas por
podemos aumentar o período de observação. todo o período de acompanhamento. A
escolha desse período é arbitrária, geralmente
 Ex.: ao invés de ob servar o evento por um ano, é usado o de um ano no relato de IC*. Essa
ob servamos por 3 anos. incidência é uma medida de risco num grupo
de pessoas. Às vezes é referida como
 Aumentar o tamanho da amostra (observa proporção de incidência. É calculado da
uma população maior) ou usar números
seguinte forma:
absolutos no lugar do coeficiente.
4. População em risco: Refere ao denominador 𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜
da fração para o calculo do coeficiente. Nem 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
IC* = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑒𝑟
sempre é fácil saber o número exato desse 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
denominador as vezes recorremos a
estimativa no lugar de números exatos. Na equação precedente, o número de novos
casos e o número de pessoas do grupo em risco
Morbidade devem ser medidas para o mesmo período
É qualquer afastamento subjetivo ou objetivo, de definido. A IC* é usada em populações fixas
um estado de bem estar físico ou mental. Temos quando a imigração iguala-se a emigração e não
dois tipos de medidas de frequências da existe perda se seguimento.
ocorrência de doença na população: Prevalência
e incidência. A incidência mede a ocorrência de  Por exemplo, entre 80 pessoas ob esas (IMC ≥ 30)
novos casos de uma doença ou início da doença, participando de um programa educacional de um ano, 60
não apresentavam diab ete melito tipo 2, no inicio do
a prevalência mede o número de casos de uma programa, em janeiro de 2009. Todas as pessoas foram
doença já manifestada na população. acompanhadas por todo o ano de 2009. No final do
programa, dezemb ro de 2009, 6 dos 60 participantes
Incidência foram diagnosticados com diab etes tipo 2. Isso resulta
A incidência mede o numero de casos novos de numa TI* de 10%, cumulativa, de diab etes tipo 2 entre
os participantes, os quais não tinham a doença no inicio
uma doença, episodio ou eventos na população do programa, ou seja, de cem para mil participantes
dentro de um período definido de tempo (em geral, durante o período de um ano.
um ano). No inicio, as pessoas do grupo em risco
não apresentam a doença. 2. Taxa de incidência (TI*): Nos estudos
Existem dois elementos críticos na definição da epidemiológicos, nem todos os indivíduos na
incidência: população em risco são observados por todo o
1. A incidência mede a ocorrência de novos período devido a uma série de razões. Alguns
casos da doença, verificando a ocorrência da entram no período de observação depois do
doença por pessoas que não apresentava a inicio, enquanto outros sofrem pera de
condição antes; seguimento. Por esse motivo a duração do
2. O denominador do cálculo da incidência acompanhamento não será a mesma. Quando
deverá incluir todas as pessoas do grupo em a população é dinâmica, a TI* será usada para
risco para desenvolver a doença de interesse, mediar a velocidade de ocorrência de novos
que costumam ser referidas como casos, considerando os vários momentos de
``população em risco´´ ou ``população observação para diferentes indivíduos. A TI*
candidata´´. Qualquer pessoa incluída no também é retida como densidade de
denominador deve apresentar o potencial para incidência. É calculada da seguinte forma:
tornar-se membro do grupo no numerador.
Prevalência
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 É o número de casos existentes (antigos ou
𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
TI* = 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠−𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎çã𝑜𝑛𝑎 novos) na população (doente, saudável, de risco e
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜. não de risco). Ela foca o estado da doença de
interesse e mede proporção da população que
O numerador para a TI* e o mesmo daquele para apresenta. Todos eles devem apresentar a
a incidência cumulativa. A diferença ente as duas doença de interesse no momento da avaliação
medidas reside no denominador. O denominador são dois os tipos de medidas de prevalência de
da TI* é a soma dos períodos com que cada ponto e prevalência de período.
pessoa na população em risco contribui para 1. Prevalência de ponto (PP*): é o número de
desenvolver a doença. Por isso, a TI* mede o pessoas que apresentam a doença de
numero de pessoas que se tornaram novos casos interesse em instante específico, dividido pelo
da doença, durante o período especificado, como numero de pessoas na população nesse
uma proporção do tempo total em que as pessoas mesmo instante, por exemplo, em determinado
na população em risco foram observadas. dia. A prevalência de ponto é calculada da
seguinte forma:
Por exemplo, um estudo de 5 anos. O participante A entrou
no estudo no ano 0 e for acompanhado até o final do ano 3; o 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎
participante B entrou no estudo no inicio do ano 1 e tornou-se 𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
um caso no final do ano 4; o participante C entrou no estudo PP* = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜
no início do ano e desenvolveu a doença no final do mesmo 𝑛𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒.
ano; o participante D entrou no inicio e foi acompanhado por
todo o período do estudo sem desenvolver a doença de A PP* pode ser considerada como um simples
interesse; o participante E entrou no inicio do ano 1 e tamb ém
foi ob servado até o final do estudo. Uma pessoa em risco instantâneo da população, isto é, o calculo do PP*
monitorado por um ano é igual a uma pessoa/ano. está baseado no exame em instante especifico,
como uma data ou o dia de internação hospitalar.
Nesse exemplo, os participantes A e B
Por exemplo, suponha que o interesse seja sab er a
contribuíram com 3 pessoas/ano, cada um; o prevalência de ponto da colonização nasal por
participante C contribuiu com 1 pessoa/ano; os Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM) em
participantes D e E contribuíram com 5 e 4 todos os pacientes hospitalizados na UTI no estado.
pessoas/ano; respectivamente. Isso gera um total
de 16 pessoas/ano. Observe que o número total Em primeiro lugar é necessário obter as culturas
de pessoas/ano do acompanhamento obtido pela nasais para SARM de todos os pacientes na UTI,
simples soma de todos os anos contribuídos por inclusive dos pacientes comprovados positivos
cada participante. Nesse caso, também surgiram, para SARM num determinado dia, para determinar
dois novos casos durante a observação, a TI* o numero de pacientes com culturas positivas para
calculada é de 0,125 pessoa/ano, ou 12,5/100 SARM naquele dia. Depois dividir esse número
pessoa/ano. Isso significa a expectativa, na média, pelo número total de pacientes de UTI no estado
de que cerca de 12,5% dos pacientes por ano no referido dia. A proporção resultante é a
desenvolveriam a doença de interesse entre os prevalência de ponto da presença nasal de SARM
pacientes. na UTI no estado, naquele determinado dia. A PP*
pode ser expressa como o percentual ou número
Ex.:1: Numa determinada região foram notificada de casos por mil ou 100 mil pessoas na
150 casos de leishmaniose num ano. A população população, dependendo da frequência à doença
da área contava no mesmo período com 100.000 na população, dependendo da frequência da
habitantes. Podemos afirmar que o coeficiente de doença de interesse.
incidência da doença foi:
a. 15/1000 habitantes; 2. Prevalência de período (PP**): o segundo
b. 1,5/1000 habitantes; tipo de medida de prevalência é a PP**.
c. Correta: 150/1000 habitantes; Refere-se ao número de pessoas de certa
d. 25/1000 habitantes; população que manifestem a doença durante
e. 50/1000 habitantes. determinado período, dividido pelo número de
pessoas dessa população nesse mesmo
período. É calculada da seguinte forma:
𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑎𝑛𝑖𝑓𝑒𝑠𝑡𝑒𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎
𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
PP** = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜
𝑛𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒.

É calculado da mesma forma que a PP**, exceto


pelo fato de o numerador ser o número de
pessoas que apresentaram a doença em
determinado período.
O numerador inclui os casos presentes no inicio  Alternativa (a) incorreta: doenças mais
do período, bem como os casos desenvolvidos severas provocaram mais óbitos, diminuindo a
durante esse mesmo período. Pode ser prevalência;
considerada uma série de instantâneos da  Alternativa (b) incorreta: imigração significa
população durante um período especifico, entrada de pessoas no local. No entanto, se
sinalizado o quanto determinado doença está as pessoas estão sadias (sem a doença) irá
presente numa população em certo período. A diminuir a prevalência, á medida que aumenta
PP* pode ser calculado ara semanas, mês, ano, o denominador (total da população);
década ou qualquer outra unidade de tempo.  Alternativa (c) incorreta: emigração significa
saída de pessoas do local, saindo casos da
Ex.: 1: Marque a alternativa CORRETA que indica doença, a taxa de prevalência diminui;
o significado e conceitos epidemiológico:  Alternativa (d) incorreta: aumentando a taxa
a. Incidência de casos notificados prováveis; de cura da doença a prevalência irá diminuir;
b. Correta: Casos existentes das doenças na  Alternativa (e) correta: A entrada de pessoas
população; com a doença na localidade irá provocar
c. Relação entre o número de eventos reais e os aumento da taxa de prevalência.
que poderiam acontecer;
d. Comportamento das doenças ou dos agravos Ex: 3: A proporção de uma determinada doença
à saúde nua população; numa população refere-se à(ao):
e. Número de casos novos de uma morbidade. a. Correta: Prevalência;
Resp.: b. Incidência;
 Alternativa (a) incorreta: Lembre-se que a c. Risco relativo;
incidência se refere a casos novos de uma d. Periodicidades;
determinada doença; e. Valor preditivo positivo.
 Alternativa (b) correta: A prevalência
representa os casos existentes de Relação entre incidência e prevalência
determinada doença; A IC*, a TI* a PP* e a PP** apresentam diferença
 Alternativa (c) incorreta: Representa o significativas:
conceito de coeficiente/taxa. É a única medida  A primeira é que essas medidas refletem a
que informa o risco da ocorrência de um doença. A IC* e TI* medem a ocorrência de
evento. uma nova doença, ou uma alteração do estado
 Ex.: número de ób itos por dengue em Salvador, em
relação às pessoas que residiam nessa cidade, em
saudável para doente, e a prevalência reflete
cada ano. casos existentes, ou o ônus da doença na
 Alternativa (d) incorreta: Representa o população.
conceito de morbidade é uma variável  A segunda, as medidas diferem no que é
características das comunidades de seres exatamente medido. A IC* mede a
vivos e refere-se ao conjunto dos indivíduos probabilidade de uma pessoa fica doente num
que adquiram doenças nu dado intervalo de período específico, a TI* mede a velocidade da
tempo; ocorrência de novos casos, e as duas medidas
 Alternativa (e) incorreta: Casos nos se de prevalência determinam a proporção da
referem à incidência. população com a doença de interesse em
instante especifico ou durante determinado
Ex.: 2: Sem levar em conta a idade das pessoas período. Por fim, essas medidas possuem
acometidas (ou em risco), seguem abaixo alguns unidades diferentes. A TI* tem unidades de
fatores que determinam redução da taxa de novos casos por unidade de pessoal/tempo, a
prevalência EXCETO: IC* e as medidas de prevalência não tem
a. Severidade da doença; unidade.
b. Imigração de pessoas sadias; A incidência e a prevalência podem estar
c. Emigração de pessoas sadias; relacionadas pelo fato de que a incidência afeta a
d. Aumento da taxa de cura da doença; prevalência. Quanto maior a incidência, mais
e. Correta: Imigração de caso. pessoas manifestarão a doença de interesse. A
Resp.: Prevalência mede quantas pessoas estão prevalência também é influenciada pelas
doentes num determinado período e em seguintes situações:
determinado local.  Primeira, quanto maior a duração da doença,
maior a prevalência.
Casos novos+antigos em certo
período de tempo e local  Por exemplo, na hipertensão essencial, a TI* é alta, a
Prevalência duração da doença é longa e a prevalência é alta.
população geral
 Segundo as doenças com curta duração Observe os dados do grupo não tratado:
podem ter uma prevalência baixa, mesmo que
a TI* seja alta, a duração da doença é longa e  Todos os 50 pacientes desenvolveram alergias sazonais,
assumindo-se que a TC* foi de 0,12 casos por
a prevalência é alta. pessoa/dia. Cerca de 30% dos pacientes do grupo não
tratado relataram manifestações dos sintomas alérgicos.
 Por exemplo, a TI* da roséola infantil, uma doença viral A IC* de uma pessoa nos grupos de tratados e de não
que costuma afetar crianças jovens, entre seis meses e tratados sugere que o tratamento com o fármaco A não
dois anos de idade, é alta. No entanto sua prevalência previne totalmente as alergias sazonais ou reduz o risco
pode ser b aixa porque, depois de um b reve período a do seu desenvolvimento. Entretanto, a T* foi b aixa no
maioria das crianças recupera-se da infecção e saí do grupo tratado, indicando que o fármaco A atrasou ou
estado de doença. retardou o inicio das alergias sazonais. A prevalência foi
mais b aixa no grupo tratado, sugerindo que os pacientes
 Terceiro, a prevalência também pode ser baixa tratados apresentaram uma prob ab ilidade menos para
manifestação de sintomas alérgicos na médias dos dias.
para uma doença séria que leva rapidamente
ao óbito, porque a duração é curta.
Ex.: 1: Define-se como incidência de um
 Por exemplo, a prevalência de parede cardíaca súb ita é transtorno em epidemiologia:
b aixa, mesmo sua incidência sendo alta, porque a. O número total de casos de um transtorno na
costuma levar ao ób ito se não tratada em minutos. população em determinado período;
b. O numero de casos por área assistidos;
Nesse caso, a prevalência baixa significa que em c. Correta: O número dos casos novos de um
momento especifico haverá uma pequena transtorno em determinada população;
proporção de pessoas sofrendo de uma parada d. A relação entre os óbitos provocados por um
cardíaca subida. Por fim, algumas doenças são de transtorno e a renda média da população;
longa duração, assim, mesmo a TI* sendo baixa a e. A relação entre o número de casos novos e o
prevalência será alta. O mal de Alzheimer e o de número total de casos de uma doença.
Parkinson são exemplos.
Um indivíduo que adoece adiciona uma pessoa Ex.: 2: Num hospital, o enfermeiro, ao analisar a
na incidência da doença. Ele também adiciona frequência de ocorrência de novos acidentes de
uma pessoa na prevalência da doença para a trabalho em um ano, está considerando uma
duração da sua doença, até recuperar-se ou média epidemiológica de.
morrer. Se a prevalência de uma doença é baixa a. Prevalência;
uma população relativamente estável, a relação b. Correta: incidência;
entre a prevalência e a TI* pode ser expressa c. Razão;
como: d. Risco;
Pr* = TI* x Du* e. Padronização.
A duração média da doença significa que numa
população relativamente estável, ou seja, em que Ex.: 3: A epidemiologia usa como medida de
o número de pessoas ingressadas e o de frequência de doenças os dados de incidência
existentes são iguais durante um momento acumulada que é definida como:
especifico, a prevalência de uma doença iguala-se a. Correta: Número de casos novos durante um
ao produto da taxa de incidência pela duração período de tempo;
média da doença. b. Número de casos da doença numa população
num determinado local e em determinado
 Por exemplo, se a TI* de uma doença é 2% a incidência período de tempo;
tem sido relativamente estável ao longo dos anos, e se
a duração aproximada da doença é de 15 anos, a c. Proporção de doença acumulada que tem
prevalência da doença seria aproximadamente 30%. como consequência o óbito em um
determinado período histórico;
Por exemplo, um estudo de coorte: d. Tempo de duração de uma determinada
doença crônica que se acumula ao longo do
 O uso de um novo fármaco, o fármaco A, foi estudado tempo;
para prevenção de alergias sazonais em pacientes que e. Proporções de casos novos de doenças
já haviam apresentado esse tipo de alergia no passado.
Todos os 50 pacientes que receb eram o fármaco A
agudas que e recrudescem segundo a
desenvolveram alergias sazonal durante o período de sazonalidade.
acompanhamento. Eles foram ob servados por um total
de 700 pessoa/dia antes da manifestação dos primeiros
sintomas alérgicos. No fim do estudo, cerca de 20% dos
pacientes relataram manifestações se sintomas
alérgicos. Sendo assim, a IC* do desenvolvimento de
alergia sazonal foi de 50/50=1 nesse grupo de
pacientes, a TI* foi de 50/700, o que significa 0,71
casos por pessoa/dia e 7,1 casos por 100 pessoas/dia,
e a prevalência foi de 20%.
Ex.: 4: A epidemiologia tem contribuído de forma Pelo motivo da prevalência ser uma medida de
consistente para a obtenção de respostas as estado, ela também é usada para descrever a
perguntas e indagações relacionadas a vários frequência de outras características diferentes da
problemas de saúde, como exemplo, as doenças doença na população.
cardíacas, as neoplasias, a tuberculose, o
diabetes e os traumas. Quantificar ou medir a  Em outro estudo de usuários de estatina, os usuários
existentes de estatina foram identificados antes da
frequência com que os problemas de saúde
admissão hospitalar por pneumonia. Esse estudo relatou
ocorram em populações humanas é um dos que dos 29.900 pacientes elegíveis hospitalizados por
objetivos da epidemiologia. Sendo (assim, o pneumonia, 1.372 eram usuários ativos de estatina, que
conceito epidemiológico fundamental) que foram definidas por, pelo menos, uma prescrição
expressa o número de casos existentes de uma dispensada em 125 dias antes da hospitalização por
pneumonia.
doença num dado momento é a:
a. Incidência;
b. Correta: prevalência;
c. Sobrevida;
d. Taxa de mortalidade;
e. Consistência.

Ex.: 5: Em epidemiologia, a morbidade é estável


quando o coeficiente incidência e a duração de
uma doença permanecem constantes com o
tempo. Nesses casos, pode-se afirmar que a
prevalência é igual.
a. Correta: Ao produto da incidência da doença
pela duração da doença;
b. Á soma das taxas de incidências anual da
doença;
c. Aos quocientes entre o número de casos de
uma doença e a população;
d. À diferença entre casos novos e antigos da
doença
e. À incidência acumulada da doença menos a
mortalidade no ultimo ano.

Incidência e prevalência na
farmacoepidemiologia
Nela além do uso padrão da epidemiologia, os
conceitos de incidência e prevalência podem ser
aplicados ao estudo do uso e efeitos dos
fármacos. Podem ser usados para medir eventos
medicamentos, bem como identificar novos
usuários de fármacos, medir o uso existente de
fármacos e assim por diante. Uma analise
farmacoepidemiologica do uso do fármaco, está,
por natureza baseado na população.
 Por exemplo, para aumentar o uso de estatina entre os
diab éticos ou com doença arterial coronária sem
prescrição para estatinas nos últimos 6 meses, um
lab oratório de gestão de b eneficio de farmácia enviou
materiais educacionais para os b enefícios. O estudo
mostra que 12,1% dos memb ros, cujos prescritores
receb eram a intervenção, e 7,3% do grupo controle
iniciaram a terapia com estatina durante u período de
acompanhamento de quatro meses.

Esse é um exemplo de aplicação do conceito de


IC* na farmacoepidemiologia.
Mortalidade Ex.: 1: A taxa de mortalidade geral (ou coeficiente
Refere-se à ocorrência de óbito, e os dados de de mortalidade geral) é calculado da seguinte
mortalidade são de interesse na epidemiologia. forma:
Essa variação é usada quando o evento de
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
interesse é a morte e não o adoecimento. Eles Taxas de mortalidade = x 10
n
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
podem ser usados na avaliação de saúde de uma
população ou para comparar a saúde em
diferentes seguimentos à população. Também é Sobre esse indicador de saúde, assinale a
um índice de severidade da doença, por isso, seus alternativa correta.
dados podem ser usados pelos profissionais da a. Principal vantagem de saúde da taxa de
saúde e da saúde pública na identificação da mortalidade é o fato de avaliar o risco de
doença e condições de saúde na prevenção do morrer conforme sexo, idade, raça, classe
óbito prematuro. Entretanto, o número absoluto de social, entre outros fatores;
óbito raramente informa o suficiente para realizar b. É útil para comparar a qualidade de vida entre
comparações entre segmentos da população ou diferentes países;
examinar alterações ao longo do tempo, pois ele é c. É importante para medir a violência em
altamente influenciado pelo tamanho da diferentes regiões;
d. Correta: É um indicar que mede o número de
população.
óbitos numa população num determinado
 Por exemplo, uma população muito grande tende a ter período;
mais ób ito do que uma população pequena, ou uma
população com um grande seguimento de idosos Ex.: 2: O coeficiente (ou taxa) de mortalidade
tamb ém tente a gerar mais eventos de ób itos. infantil é comumente usado como um indicador do
nível de saúde de uma comunidade sobre esse
Como resultado, varias medidas de mortalidade indicador, assinale a alternativa correta:
são usadas para descrever o risco de morte na a. Mede o número de óbitos durante o primeiro
população. ano de vida pelo numero de nascidos vivos no
mesmo ano;
Taxa bruta de mortalidade (TBM*): É o número b. Esse índice diminuiu em todas as regiões do
total de óbitos por qualquer causa para mil mundo, mas persistem ainda grandes
pessoas de uma população durante um período diferenças dentro dos países e entre eles;
especifico, dividido pelo número total de pessoas c. Correto: Seu uso está diretamente
dessa população durante esse mesmo período. relacionado ao perfil de renda da população,
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
ou seja, quanto maior o coeficiente de
TBM*= X 1000 mortalidade de um país, maior a renda dele;
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
d. O uso desse coeficiente como medida do
 Por exemplo, em 2006, 2.426.264 ób itos ocorreram nos estado geral de saúde de uma comunidade é
EUA em uma população estimada de 299.398,484 baseado no pressuposto de que ele é
hab itantes em 1º de julho de 2006, produzindo uma
taxa b ruta anual de mortalidade de 810,4 para 100 m i
particularmente sensível a mudança
pessoas na população, em 2006. socioeconômica e a intervenção na saúde.

Em virtude das alterações na população no meio


do ano é usado como o número aproximado de  Taxa de mortalidade específica por idade
pessoas na população durante o ano. Observe (TMEI*): mede o n´mero de óbitos por
que a TBM* são influenciada pela composição qualquer causae entre indivíduos de uma faixa
etária da população. Por isso, usar as TBM*na etária especifica. Em geral, ela é expressa
analise das alterações ao longo do tempo ou para para mil ou para 100 mil pessoas de uma
realizar comparações entre subgrupos na população para o período de um ano.
população costuma conduzir a resultados
 Por exemplo, a taxa de mortalidade em criança com
enganosos. Dessa forma, a taxa de mortalidade
menos de 10 anos de idade pode ser computado usando
especifica por idade é usada para comparar os a seguinte equação.
riscos de mortalidade entre os grupos etários.
𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎 , 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 ,𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑑𝑎
TMEI* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 X 1000
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜.
A TMEI* permite comparação dos riscos de lesão que inicia a série de eventos levando a
mortalidade para um determinado grupo etário em morte. Um evento de morte pode ter múltiplas
subgrupos em populações diferentes. causas, incluindo as subjacentes e não
subjacentes. A causa subjacente de óbito é usada.
 Por exemplo, em 2006, a TMEI*para criança entre um e A má classificação é o erro de codificação podem
quatro anos foi de 28,4 para 100 mil pessoas de amb os
afetar a precisão da taxa relatada de mortalidade
os sexos nos EUA, e as taxas de mortalidade especificas
por idade, para homens e mulheres, foram de 30,5 e 26,3 específica por causa. De forma similar, é possível
para 100 mil pessoas, respectivamente. determinar restrições e outras características,
como sexo, raça e áreas geográficas, para
 Taxa de mortalidade ajustada por idade calculara TME* por características, como TMER*
(TMAI*): Para considerar a variação nas
distribuições etárias nas comparações das Taxa de letalidade (TL*)
TBM* ao longo do tempo, ou nos seguimentos Mede a propensão de uma doença causar o óbito
na população, é preciso ter uma medida de pessoa afetado. Embora quase sempre seja
resumo do risco de mortalidade. Por isso, a referida como TL* ela não é uma TL*,mas uma
TMAI*, foi desenvolvida. Ela é definida como a proporção. A TL* costuma ser expressa como uma
taxa de óbito que ocorreria se a TMAI* porcentagem. Ela é calculada da seguinte forma:
observadas estiverem presentes numa
𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚
população com uma distribuição etária igual 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑓í𝑐𝑜
aquela de uma população padrão. Calcular TL*´= 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 x 100
essa taxa exige a escolha de uma população 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
padrão, é uma população com distribuição
etária padrão. Essa seleção é arbitrária porque Em outras palavras, a TL* representa a proporção
não existem muitas populações padrões. O de pessoas portadores da doença que morreram.
método mais usado para computar a TMAI* é
 Por exemplo, entre 30 de agosto e 31 de outub ro de
o método de padronização direta, embora a
2009 (inicio da estação de influenza 2009—010), houve
padronização indireta também possa ser 672 ób itos associados à virose por influenza confirmada
usados. As TMAI* permitem a comparação dos em lab oratório, relatados, ao centers For disease control
riscos de mortalidade entre grupos and prevention (CDC). Durante esse período, ocorreram
populacionais e de localidade geográficas, elas 45.585 casos de virose por influenza confirmado nos
EUA. A TL* para influenza foi calculada em 1,47% para o
também permitem a comparação das período de 2 meses.
tendências de mortalidade ao longo do tempo.
Ela não pode substituir a TBM* ou a TMEI*, Observe, no cálculo da TBM* para uma doença, o
porque a TMAI* calculada é baseada na denominador inclui todas as pessoas numa
população padrão e não reflete o risco de população que estão em risco para manifestar a
mortalidade de uma população real. doença; entretanto, no cálculo da TL*, o
denominador apenas inclui aqueles que
 Taxa de mortalidade específica por causa apresentaram doenças de interesse. Algumas
(TMEC*): Mede o número de óbitos por uma doenças como o câncer pancreático, podem ter
causa específica. Ela restringe a mortalidade a uma TBM*, em razão de a doença ser rara. No
uma causa ou diagnósticos. Em geral, é entanto, a letalidade e elevada, uma vez que a
expressa para mil ou para 100 mil pessoas, pessoa seja portadora da doença, a probabilidade
para o período de um ano. dessa doença causar o óbito é alta.
𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜𝑎𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎
𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎 Ex.: 1: Define-se letalidade como:
𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 a. O número de óbitos num determinado período
TMEC* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠𝑛𝑎𝑟 x 1000
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎ç𝑎õ 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 numa população;
b. Correto: O número de óbitos por uma
 Por exemplo, doenças cardíacas coronárias causaram determinada doença em relação aos que
425.425 ób itos e 2006, sendo a única causa líder de adoeceram por essa mesma doença;
ób itos nos EUA. Com uma população estimada de c. O número de óbitos ocorridos num período de
299.398. 484 em 1º de julho de 2006, a taxa de
mortalidade anual resultante para doença cardíaca um ano;
coronária foi de 142,1 para 100 mil, em 2006. d. O número de óbitos em relação ao número de
nascimento.
Causas imediatas e subjacentes de falecimento e
outras condições significativas contribuem para os Ex.: 2: A empresa X, em 2003, contava com
relatos nos atestados de óbitos, os códigos da 10.000 empregados, naquele ano, ocorreram na
classificação internacional de doença (CID). A empresa 500 acidentes, sendo 50 fatais. O
causa subjetiva do óbito refere-se a um único coeficiente de letalidade por acidente de trabalho
motivo selecionado de óbito, que é a doença ou naquele ano foi, em % de:
a. Correta: 10,0;
b. 0,5; causas dos óbitos, mas a análise perde a
c. 5,0; especificidade que as medidas de MCE*
d. 11,1; fornecem. De preferência, MCE* devera ser
e. 5,5. relatada junto com a TBM* (por qualquer causa)
ou tratamento (farmacoterapia), em geral, os
epidemiologistas estão interessados na avaliação
Mortalidade proporcional (MP*) das associações entre exposição e desfecho.
É a proporção de óbitos atribuíveis a uma doença
especifica.  Por exemplo, existe um excesso de risco para
desenvolver a doença X em virtude de uma exposição a
Y?
Por exemplo, de todos os ób itos que ocorreram nos EUA é
uma taxa ou razão; ela é uma proporção porque o numerador
é sempre uma parte do denominador. A MP* costuma ser O risco relativo (RR*) e a razão de chance
expressa como uma porcentagem. (RC*) são as duas medidas mais usadas para
associação na epidemiologia. Elas medem a força
É computada da seguinte forma: da associação entre uma exposição e o desfecho
de interesse. A magnitude indica a probabilidade,
𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎
𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎, 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 maior ou menor, de o grupo exposto vivenciar o
MP* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 x 100 desfecho em comparação com o grupo não
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
exposto.

Para encontrar a proporção de óbitos causados Risco relativo (RR*)


por doenças cardíacas nos EUA, em 2006, basta No confronto com um conjunto de fatores de risco
dividir o número de óbitos causados por doenças para doença ou mortalidade, é necessário avaliar
cardíacas pelo número total de óbitos em 2006: a força da associação entre a exposição e o
631,636 desfecho. RR* é a RC* do desenvolvimento do
MP* = X 100 = 26% evento (doença ou óbito) entre os indivíduos
2.426.264
expostos (Re) e não expostos (Ru).
Mortalidade na farmacoepidemiologia
𝑅𝑒
A mortalidade é uma medida de referência dos RR=
𝑅𝑢
desfechos de saúde porque avalia os riscos e
benefícios dos tratamentos ou medidas
Na equação, Re é o risco (IC*) no grupo exposto
preventivas. A terapia medicamentosa pode
apresentar efeitos intencionais (benéficos) ou e Ru ao risco (IC*) no grupo não exposto. Em
não intencionais (benéficos ou adversos) nos epidemiologia RR* também é referido como razão
de risco. Às vezes, termo é usado para descrever
pacientes.
O óbito pode ocorrer como uma falha na RR* e razões de taxa.
realização total dos efeitos intencionais benéficos  Por exemplo, um estudo de coorte em que 500
dos tratamentos, um efeito adverso não fumantes ativos (grupos expostos) e 500 pessoas que
intencional do tratamento ou um resultado do não nunca fumaram (grupo não expostos) foram
tratamento. Os efeitos adversos podem variar acompanhadas por cinco anos. Assume-se que, depois
quanto à severidade desde triviais até de risco de desse período, os pesquisadores revelaram 25
participantes do grupo exposto e cinco não expostos
ameaça à vida. Na farmacoepidemiologia as desenvolveram câncer pulmonar.
medidas de mortalidade são usadas para
examinar a associação entre exposição ao Qual é o RR* para desenvolverem câncer
medicamento e o desfecho no paciente. pulmonar no grupo Re (fumantes), comparado com
A mortalidade por qualquer causa (MQC*) ou o grupo Ru (não fumantes)?
por causa especifica (MCE*) costuma ser usada Com base na definição, o RR* solicitado é
na literatura farmacoepidemiologica, às vezes, calculada da seguinte forma:
com restrições sobre outras características
individuais, tal como a MQC* para certo grupo 25/500
RR = = 5,0
etário, ou MQC* para homens versus mulheres. 5/500
As medidas de mortalidade são usadas isoladas
ou combinadas com outras medidas de desfecho. O risco de desenvolvimento de câncer de pulmão
A MCE* apresenta grande especificidade, mas há no grupo de fumantes é cinco vezes maior do que
incertezas inerentes da determinação da causa da no grupo de não fumantes, ou seja, existe um
morte. Distorções por erro de classificação podem aumento de 400%, no risco de desenvolvimento
ser uma ameaça para a sua validade. A medida de câncer de pulmão no grupo de fumante.
de MQC* evita o equívoco na determinação das
Um RR* de 1, ou próximo desse valor, indica que Uma RR* ou RC* igual a 1 indica que não existe
o risco do evento (doença ou óbito) é igual nos associação entre exposição e desfecho, um valor
dois grupos e que a exposição é improvável de de RR* ou RC* acima de 1 significa uma
causar o evento de interesse, um RR* acima de 1 associação positiva, ou seja, o risco do desfecho é
significa que a exposição está associada ao maior quando exposto ao fator de risco especifico.
evento e quanto mais alto o RR* mais forte e a Um valor abaixo de 1 indica que a exposição
associação. Um RR* de 0, ou próximo, sugere que reduz o risco ou chance de desfecho, uma
de alguma forma, a exposição tem efeitos associação negativa entre exposição e desfecho.
protetores contra o evento, ou seja: o risco do Observe quando a probabilidade do evento é
evento e muito baixo nas pessoas expostas. pequena (<10%) esse caso é referido como
hipótese de doença rara.
Razão de chance (Odds ratio)
É a razão entre a probabilidade de um evento de Medindo efeitos terapêuticos
interesse e a probabilidade de não haver um Existem quatro medidas para efeitos terapêuticos
evento. A razão entre duas chances, ou seja, a tradicionais:
razão de chance e uma medida extremamente 1. Redução do risco relativo (RRR);
popular da associação nos estudos caso-controle. 2. Redução do risco absoluto (RRA);
A RC* de desenvolvimento da doença ou óbito é a 3. Numero necessário para tratar (NNT);
razão entre o numero de evento e não eventos 4. Número necessário para causar dano (NNCD).
nos casos e no grupo controle. Essas medidas também são medidas de
E epidemiologia, está demonstrado que a RC* da associação. Estão presente em separado porque
doença (RCd) é matematicamente equivalente à costumam ser usados para avaliar os efeitos de
RC* de exposição (RC e). um tratamento ou terapia. Por exemplo, um novo
A RC* é calculada da seguinte forma: medicamento ou procedimento cirúrgico.
𝑎 /𝑐 𝑎𝑑 𝑎/𝑏 Redução de risco relativo (RRR*)
RCe= = = = RCd
𝑏/𝑑 𝑏𝑐 𝑐/𝑑 Em certas ocasiões, é necessário considerar as
consequências de exposição versus não
A RC* pode ser qualquer número positivo. Uma exposição, ou tratamento versus não tratamento.
RC* de valor 1 é uma linha basal para A RRR* mede a extensão em que a exposição
comparação. Uma RC acima de 1 indica que a (terapia) reduz um risco, comparada com os
razão para o evento está maior no grupo exposto indivíduos do grupo não exposto (sem terapia).
(á doença) do que no grupo não-exposto (ou Em geral, a RRR* é expressa como uma
saudável). RC abaixo de 1 sugere que um evento proporção do risco no grupo não tratado em outras
é menos provável no grupo exposto do que no palavras, a RRR* é a diferença nas taxas de
grupo não-exposto. evento expressa como uma proporção da taxa de
evento no grupo não exposto. A RRR* é calculada
da seguinte forma:
𝑅𝑢 − 𝑅𝑒
RRR* =
𝑅𝑢

Tabela 2: estudo de caso-controle de derrame cerebral em A RR* é a razão do risco do evento


relação a hipertensão. (desenvolvimento da doença ou óbito) em
indivíduos expostos para os não-expostos. Sendo
 Por exemplo, num estudo de caso controle de
hipertensão e derrame cereb ral, derrame cereb ral assim, a equação RRR* pode ser reescrita como a
presente no caso e ausente no grupo controle, a seguir:
hipertensão no estágio 2 e a pressão arterial normal
são as exposições. 𝑅𝑒
RRR* = 1-
𝑅𝑢
A RC*é:
Observe a tabela abaixo, ela mostra os resultados
RCe =
417/83
=
417𝑥752
= 5,08 de um estudo de coorte retrospectivo de um novo
744/75 83𝑥744 fármaco na prevenção primária do infarto do
miocárdio em indivíduos de alto risco. Nesse
Uma RC* de 5,08 sugere que o derrame cerebral estudo, as pessoas do grupo tratado receberam
é 5,08 vezes mais frequente no grupo hipertensão o novo fármaco por 3 anos, aqueles do grupo não
no estágio 2, comparado o grupo pressão arterial tratado não receberam. O ponto terminal principal
normal. A estimativa da RR* e RC* são usadas foi à ocorrência de infarto do miocárdio.
para medir a força da associação entre exposição
e desfecho. Resumindo, ambas as medidas
podem varia de zero ao infinito com a mesma
interpretação geral.
Número necessário para tratar (NNT*)
O NNT* é uma medida relacionada com a RRA*.
É definida como um número de indivíduos que,
deve receber o tratamento para que um deles se
beneficie por um período especificado costuma
Tabela 3: Resultados de um estudo de coorte para avaliar o ser expresso como reciproca da RRA*.
efeito terapêutico de um novo fármaco para prevenção do
infarto do mi ocárdio em população de alto risco.
 Por exemplo, quantas pessoas diab éticas teriam de ser
tratadas com agentes hipoglicêmicos orais, por cinco
Na tabela acima, a proporção (risco) do grupo anos, para evitar algum ób ito devido às complicações do
não tratado para quem teve, pelo menos, um diab ete?
infarto do miocárdio foi de 9,5%; a proporção do
gruo tratado para quem teve, pelo menos, um O NNT* é útil em grande escala quando o
infarto do miocárdio foi de 7,5%. tratamento é comparado e é útil no nível individual
quando são tomadas as decisões para o
9,5% − 7,5%
RRR* = = 21% tratamento. Quando determinado paciente
9,5%
recebem uma terapia, o NNT* também reflete a
Conclui-se que a RRR* com o novo fármaco é de probabilidade de essa pessoa se beneficiar com o
21%. Observe que esse exemplo está tratamento. Um NNT* calculado de 10 indica que,
simplificado. para determinado tratamento ser benéfico para
uma pessoa se beneficiar com o tratamento. Um
Redução do risco absoluto (RRA*) NNT* de 10 também indica que, para cada pessoa
É a medida mais simples do efeito terapêutico. É que recebeu o tratamento, haveria uma em 1
definida como o valor absoluto da diferença chances de essa pessoa se beneficiar com o
aritmética nas taxas de evento dos grupos tratamento.
expostos (ou tratado) e não-exposto (ou não- Se a RRA* é grande, o NNT* calculado é
tratados). Também é referida como diferença de pequeno, ou seja, apenas um pequeno número de
risco e pode ser calculada como segue: pessoas precisa ser tratado para que uma delas
se beneficie. Entretanto, deverá ser observado
RRA*= |Re - Ru| que os NNT* só podem ser comparados
diretamente quanto o mesmo desfecho dos
Na tabela 2, a RRA* foi calculada como 17,5% - tratamentos é avaliado.
9,5% = 2,0%. Dessa forma, a diferença entre as  Por exemplo, um NNT* de 5, para um b eneficio menor,
taxas do infarto do miocárdio nos grupos tratados como o de prevenir pessoas de contraírem um resfriado
e não-tratados é de 2,0%. Observe que, comum, pode ser menos importante do que um NNT* de
diferentemente da RRR*, a RRA* não transmite 10 para prevenir uma pessoa ter um infarto do miocárdio.
ideia de redução proporcional entre os grupos
tratado e não-tratado. Torna-se menos quando as Numero necessário para causar dano
taxas de evento são baixas em ambos os grupos, (NNCD*)
e a estimativa da RRR*, em geral, não é Em medicina, tratamentos, incluindo fármacos e
influenciada pela magnitude das taxas de evento. outras intervenções terapêuticas, podem causar
Quando a taxa de vento no grupo tratado e maior danos, de varias formas, aos pacientes. Alguns
do que no outro, essa medida absoluta da danos são brandos e outros severos, resultando
diferença do risco também e referida como em danos ou óbitos. A significância relativa dos
aumento do risco absoluto. danos causados pelos fármacos e outras terapias
Observe que RRA*, às vezes é referida como um depende da condição sendo tratada e da natureza
risco atribuível na epidemiologia. Entretanto, o e severidade do dano.
termo risco atribuível também é usado para
descrever vários outros conceitos diferentes. Para  Por exemplo, numa doença menor, como um simples
resfriado, um evento adverso com potencial de ameaçar
evitar confusão, recomenda-se que o termo risco a vida não seria aceitável, mesmo que a chance de
atribuível não seja usado. vivenciar o evento fosse pequena. Se uma condição, por
si só, é fatal, o risco de ób ito ou dano no tratamento é
aceitável.

A NNCD* é o numero de pessoas que é


necessário para tratar para que uma delas
apresenta um evento adverso. Seu cálculo é feito
dividindo 1 pelo excesso do risco absoluto. Um
NNCD alto indica que os eventos adversos são
raros, e um valor baixo sugere que eventos
adversos são comuns.
Uso das medidas de associação na Viés de seleção
farmacoepidemiologia Resulta dos procedimentos adotados para
O uso das ferramentas nos estudos seleção dos participantes do estudo, quando os
epidemiológicos e farmacológico ajuda para que participantes selecionados têm mais ou menos
eles possam gerar conhecimento sobre quem usa probabilidade de apresentar o desfecho do que
um medicamento, por quais razões (diagnóstico) e aqueles que são teoricamente elegíveis para
quando os pacientes usam o fármaco. A participar, mas que não foram incluídas no estudo.
farmacoepidemiologia também é capaz de gerar Um tipo de viés de seleção interessante é o viés
conhecimento sobre as associações entre o uso de autosseleção. Esse tipo ocorre quando os
do fármaco e o desfecho em saúde, como os próprios participantes decidem participar ou deixar
casos de cura ou melhora, desfecho negativos o estudo. As decisões podem ser influenciadas
prevenidos, ventos medicamentos adversos e pela exposição e pelo desfecho. Pode ocorrer nas
mortalidade. situações em que tipos particulares de pacientes
apresentam menos probabilidade de relatar,
 Por exemplo, num estudo de coorte prospectiva de mesmo que estejam recebendo medicamentos
paciente com 18 ou mais anos de idade e que antipsicóticos de segunda geração. Esse tipo de
estiveram num grande centro médico acadêmico por
três ou mais dias durante 2004 e 2007, Herzing e viés de autosseleção deverá ser reduzido no nível
colab oradores examinaram a associação entre o uso do da análise com o uso de técnicas estatísticas
fármaco supressor de acido gástrico e a pneumonia apropriadas.
hospitalar. No total de 63.878 admissões hospitalares Outro tipo de viés de seleção é o viés de
elegíveis, eles verificaram que a medicação supressora
de ácido gástrico foi usada em 52% dos pacientes e a
indicação. Se um participante é indicado para
pneumonia hospitalar foi 1,3 no grupo exposto à outro provedor (hospital, especialista) ou para
medicação supressora de ácido gástrico, o que significa exames laboratoriais em virtude da exposição a
que o uso dessa medicação foi associado a 30% do um medicamento, o viés de indicação pode
aumento na chance de pneumonia hospitalar. Na
análise do sub conjunto, a associação foi apenas
ocorrer.
significativa para inib idores da b omb a de prótons, mas
não para antagonista do receptor de histamina.  Por exemplo, um paciente receb endo antipsicótico de
segunda geração e apresentando historia de níveis altos
de glicose pode ser indicado para teste lab oratorial de
No estudo farmacoepidemiológico de coorte, a glicose com mais frequência, o que pode resultar na
associação entre exposto (uso da medicação sob re-estimação da associação entre os antipsicótico da
supressiva de ácido gástrico) e o desfecho segunda geração e a incidência de diab etes.
(incidência) de pneumonia hospitalar foram
medidas usando a RC*, que é uma boa Viés da informação
aproximação do RR*, pois a incidência do evento A próxima etapa lógica é realizar uma analise para
era baixa (3,5%). estimar o efeito da variável tratamento/exposição.
Para isso, é necessária a coleta de dados dos
Viés participantes. Erro na aferição dessas informações
Está relacionado aos erros sistemáticos, em põe gerar vieses. Esse tipo é chamado de viés da
oposição aos erros aleatórios, na realização de informação. O erro que ocorre quando da
um estudo um erro sistemático pode ocorrer classificação errônea dos participantes do estudo
quando os grupos do estudo da pesquisa são em termos dos seus estados de exposição/não
selecionados de uma forma ·que trata exposição (e vice-versa), ou de doença/não-
consistentemente um dos outros grupos. Nos doença (e vice-versa) e chamado de má-
estudos farmacoepidemiológicos, o interesse está classificação. O erro de classificação pode não ser
e estimar a relação entre a exposição a um não-diferencial ou diferencial. O erro de
tratamento ou intervenção medicamentosa e seus classificação não pode ser naão diferencial ou
efeitos no estado de saúde ou no desfecho. Nessa diferencial. O erro não diferencial da má
prática, o desafio é chegar a uma estimativa do classificação é a mesma para todos os pacientes,
efeito que esteja livre de viés, em especial nos desconsiderando a exposição a exposição ou o
estudos de pós-comercialização, quando muitos desfecho. Esse tipo de erro pode resultar na
fatores podem afetar a associação entre o diminuição da associação entre exposição e
tratamento e o desfecho. desfecho enviesar os resultados em direção a
uma hipótese nula.
 Por exemplo, a prescrição por indicação ou adesão do O erro de classificação diferencial ocorre quando
paciente ao regime terapêutico seria um fator equivoco na aferição está relacionado ou depende
importante na avaliação da associação entre o das variáveis de exposição ou desfecho. Quando
tratamento e o desfecho.
os dados coletados dependem, ou o participante
está exposto ou não, ou se o participante está
exposto ou não, ou se o participante está no grupo
dos doentes ou no grupo dos não doentes, o
resultado pode ser um erro diferencial.
Existem duas situações que podem levar a
situações em que os casos apresentem maior
probabilidade de lembrar os seus padrões de
doença do que os controles.
O viés de detecção pode ocorrer quanto mais
importância é dado aos casos do que aos
controles em relação à coleta dos dados, ou
quando os participantes expostos são
acompanhados com mais frequência do que os
não expostos.

 Por exemplo, pacientes usando antipsicóticos de


segunda geração são monitorados com mais frequência
para elevação da glicose sanguínea (um efeito
colateral) e, por isso, um maior número de diagnósticos
de diab etes pode ser ob servado no grupo de
expostos/tratamento quando comparado ao grupo de
não exposto.

Viés de confusão
Esse problema e de especial importância nos
estudos observacionais. Ele ocorre quando a
relação entre a exposição, ou o tratamento, e o
desfecho é afetado por outra variável ou por um
grupo de variáveis. De forma específica, a terceira
variável chamada de confundidora, é um fator de
risco para o desfecho de interesse. A distribuição
da variável de confundimento é diferente entre os
diversos níveis de exposição. Um confundidor está
relacionado à exposição e ao desfecho, sem estar
na via causal da exposição e do desfecho. História natural da doença
Leavel e Clarck desenvolveram em 1965, o
 Por exemplo, a avaliação dos efeitos de risperidona e
modelo da história natural da doença e seus três
de olanzapina nos níveis lipídicos, a idade pode ser
uma variável confundidora. Isso acontece porque a níveis de prevenção, segundo eles a profunda
idade mais avançada pode ser um fator de risco para compreensão da história natural da doença, exige
níveis lipídicos elevados (desfecho), ao mesmo tempo conhecimento das condições naturais e
em que afeta os padrões de prescrição dos específicas que tais distúrbios aparecem e
antipsicoticos de segunda geração
(exposição/tratamento). De forma especifica os persistem. A história natural da doença é o nome
participantes de grupos de faixa etária a jovem tem dado ao conjunto de processos interativos
mais chance e receb er indicação para risperidona compreendendo as inter-relações do agente, do
devido a sua indicação para o uso pediátrico . ser suscetível e do meio ambiente que afetam o
processo global e seu desenvolvimento, deste as
O confundimento na farmacoepidemiologia pode primeiras forças que criam o estimulo patológico
ser de vários tipos. É provável que o no meio ambiente, passando pela resposta do
confundimento por indicação seja o tio mais homem ao estimulo, até as alterações que levam
comum observado nos estudos a um defeito, recuperação ou morte.
farmacoepidemiológicos. As vezes esse tipo é É dividida em quatro fases:
chamado de viés de canal ou viés de indicação. 1. Fase inicial: Ainda não há doença, mas
Ele surge quando um médico prescreve condições que a favorecem, dependendo da
medicamentos considerando certas característica existência de fatores de risco ou de proteção,
do pacientes, como severidade da doença, idade alguns indivíduos estarão mais propensos a
ou gênero. Também pode haver outros fatores determinadas doenças do que outros.
não relacionados ao paciente que influencia a
prescrição médica e que não são de aferição,  Ex.: crianças que convivem com mães
incluindo a influencia das atividades de promoção fumantes estão em maior risco de
de vendas de fabricantes do ramo farmacêuticos hospitalização nos primeiros anos de vida.

2. Fase patológica pré-clínica: A doença não é


evidente, mas já há alterações patológicas:
 Ex.: Como acontece no movimento ciliar da d. Abrange dois domínios integrados,
arvore brônquica reduzido pelo fumo e consecutivos e mutuamente exclusivos,
contribuindo, para o aparecimento da que se completam;
DPOC. e. O meio ambiente é onde ocorrem as pré-
condições enquanto o meio interno é o
3. Fase clínica: Corresponde ao período da lócus da doença.
doença com sintomas.
Conceito de prevenção
 Ex.: da DPOC, a fase clínica varia deste os O conceito de prevenção é definido como ação
primeiros sinais da bronquite crônica, como antecipada, baseada no conhecimento da história
aumento da tosse e expectoração, até o natural a fim de tornar improvável o progresso
quadro de cor pulmonar alecrônica na fase posterior da doença. A prevenção apresenta-se
final da doença. em três fases.
1. Prevenção primária: Seu objetivo é evitar a
4. Fase de incapacidade residual: Por último se emergência e estabelecimento de padrões de
a doença não evolui a morte nem foi causada, vida, que aumentam o risco de desenvolver
ocorrem às sequelas da mesma. doenças, com ações dirigidas à população ou
grupo selecionado. Suas consequências são
 Ex.: ou seja, aquele paciente que iniciou os efeitos múltiplos em várias doenças:
fumando, posteriormente desenvolveu um  A interrupção do fumo na gravidez seria
quadro de DPOC, evolui para a insuficiência uma importante medida de ação primária, já
respiratória devido à hipoxemia e passara que mães fumantes, no estudo de coorte de
apresentar severa limitação funcional. pelotas de 1993, tiveram duas vezes maior
risco para terem filhos com retardo de
Ex.: 1: Segundo o modelo de Leavell e Clark, no crescimento intrauterino e baixo peso ao
período de pré-patogênese podem ser aplicadas não sendo esse um dos determinantes mais
as seguintes medidas preventivas: importantes de mortalidade infantil.
a. Promoção de saúde e proteção especifica; 2. Prevenção secundária: Seu objetivo é a
b. Correto: Diagnóstico precoce e tratamento detecção precoce patológico em doentes, seu
imediato; procedimento é o rastreio. Sua consequência é
c. Promoção da saúde e diagnóstico precoce; a diminuição da incidência da doença:
d. Proteção especifica e diagnóstico precoce;  O tratamento com RHZ para tuberculose
e. Promoção da saúde, proteção especifica e proporciona cerca de 100% da cura da
diagnóstico precoce. doença e impede sequelas importantes
como fibrose pulmonar, ou cronicidade da
Ex.: 2: Pelo modelo de Leavell e Clark, são doença sem resposta ao tratamento da
medidas de prevenção secundária: primeira linha e a transmissão da doença
a. Promoção da saúde e a proteção para o resto da população.
especificam; 3. Prevenção terciária: Seu objetivo é limitar a
b. Correta: A proteção especifica e o progressão da doença e evitar sua
diagnóstico precoce e tratamento reintegração no meio social. Seus
imediato; procedimentos são as medicinas curativas e
c. O diagnóstico precoce e tratamento preventivas estreitamente associadas, suas
imediato e a limitação da incapacidade; consequências é o aumento da capacidade
d. A limitação da incapacidade e a fundamental do indivíduo:
reabilitação;  A bola fungica que, usualmente é um resíduo
e. O diagnóstico precoce e tratamento da tuberculose e pode provocar hemoptóses
imediato, a limitação da incapacidade e severas, tem na cirurgia seu tratamento
a reabilitação. definitivo.
O declínio nas taxas de mortalidade ocorrido no
Ex.: 3: Com relação à história natural da doença, séc. 19, nos países industrializados deveu-se,
é INCORRETO afirmar que: principalmente, à redução nas mortes por doenças
a. Tem desenvolvimento em dois períodos infecciosas. A fig. Abaixo mostra a taxa de
sequenciados: o patológico e a mortalidade por tuberculose na Inglaterra e país
epidemiológica; de Gales entre 1840 e 1968, indica o momento de
b. No período epidemiológico, o interesse à introdução de medidas especificas de tratamento
dirigido para as relações suscetíveis- e prevenção. A maior parte do declínio na
ambiente; mortalidade ocorreu antes dessas intervenções e
c. Incorreto: No período patológico, foi atribuída à melhoria no estado nutricional, nas
interessam as modificações que se condições de habitação e saneamento e em
passam no organismo vivo; outras medidas de saúde ambiental.
LOGISTICA HOSPITALAR
A administração de recursos materiais no
ambiente do hospital confunde-se com as funções
desempenhadas pela farmácia hospitalar.
Empresas da área da saúde entendem que a
questão logística é responsabilidade única e
exclusiva de uma gerência de suprimentos ou de
materiais, podendo ser um profissional
farmacêutico. Materiais correlatos chegam a
Figura 17: Taxa de m ortalidade por tuberculose padronizada representar até 75% do que se consome num
por idade na Inglaterra e país de Gales, 1840-1968.
hospital geral.
Ex.: 1: Em se tratando de prevenção primaria, Para assumir ações de gerência logística, o
podemos ciar como medidas de proteção farmacêutico ou administrador deve possuir
especifica. vivência e cursos de especialização na área, de
a. Correta: Imunização/saúde ocupacional modo que garanto o uso conveniente das técnicas
/controle dos vetores; de gestão de materiais. A administração de
b. Imunização/controle dos vetores/diagnóstico materiais não se limita à administração de
precoce; estoque. Pois, é somente uma parcela da extensa
c. Imunização/saúde ocupacional/diagnóstico matéria pertinente à função. Na realidade, a
precoce; administração de materiais engloba suprimento de
d. Imunização/diagnóstico precoce/inquéritos materiais e medicamentos, movimentação e
epidemiológicos; controle de produtos, aquisição e padronização de
e. Diagnóstico precoce/tratamento/reabilitação. itens, montagem de custos, estabelecimento do
preço de venda de materiais e medicamentos
usados por pacientes muitas vezes cobrados de
convênios médicos e pelos hospitais.
A administração de materiais compõe-se de dois
subsistemas:
1. Administração de materiais e distribuição
física: Compras; recebimentos; planejamento;
controle de produção (manipulação);
expedição; trafego e estoque.
2. Coordenação demanda/suprimento:
Transporte; armazenamento; movimentação
física de materiais; embalagem; controle de
estoque; seleção de locais para
armazenagem; processamento de pedidos e
atendimento ao cliente.

Razões de interesse
O rápido aumento de custo, em particular os de
serviços de transporte e armazenagem, tem
obrigado os hospitais a desenvolver técnicas
matemáticas e adquirir equipamentos de
informática capazes de tratar eficientemente a
massa de dados necessários para análise de
problemas logísticos.
A complexidade crescente da administração de
materiais e da distribuição física exige sistemas,
mais complexos e disponibilidade de maior gama
de serviços.
Há atualmente uma forte tendência, em hospitais
e clínicas, de transferir as responsabilidades de
administração dos estoques, cada uma aplicável
ao estágio em que o hospital se encontra. Uma
preocupação sempre presente é a precisão das
informações.
Os maiores problemas gerados pela imprecisão 6. Controlar os estoques em termos de
de dados são: quantidade e valor, e fornecer informações
 Má localização dos estoques; armazenamento sobre posição do estoque;
inadequado; erros de cálculo nos relatórios de 7. Manter inventário periódico para avaliação da
entrada e saída de materiais; erros de quantidade e do estado dos materiais
recebimentos; esquecimento e atraso na estocados;
emissão de documentos inadequados de 8. Identificar e retirar do estoque os itens
contagem física. obsoletos ou danificados.

Dimensionamento e controle Previsão de estoque


Como empresa, a meta principal de um hospital Todo estudo de estoque tem início na previsão de
é atingir o lucro máximo sobre o capital investido consumo do material, cujas características são:
na instituição e nos equipamentos, em  Ponto de partida de todo o planejamento do
financiamentos de melhorias, em reserva de caixa estoque;
e em estoque. Para atingir o lucro máximo, deve-  Depende da eficácia dos métodos usados;
se investir o capital para que não se torne inativo.  Depende da qualidade das hipóteses
Espera-se que o dinheiro investido no estoque aplicadas para o raciocínio.
seja usado para a conveniente prestação de A previsão deve sempre ser considerada como a
serviços aos clientes, o que aumentará o retorno hipótese mais provável dos resultados. As
dos investimentos efetuados. técnicas de previsão de consumo podem ser
A administração de estoque dentro do hospital classificadas em três grupos:
deve reduzir ao mínimo o capital investido no 1. Projeção: Admite que o futuro seja repetição
setor, pois é um montante alto e crescente. do passado ou que o consumo evoluíra no
Paralelamente, deve elevar ao máximo a futuro;
qualidade e a segurança da prestação de 2. Explicação: Procura explicar o consumo no
serviços, visando ao bem estar dos pacientes. O passado mediante lei que o relacionem as
objetivo final é tirar o proveito máximo do variáveis cuja evolução é previsível ou
investimento em estoques, incrementando o uso conhecida;
eficiente dos meios internos da empresa e 3. Predileção: Funcionários experientes e
minimizando as necessidades de investimentos de conhecedores de fatores influentes em
capital. consumo e no mercado estabelecem a
evolução do consumo futuro.
Politicas de estoques
As políticas ou diretrizes de estoques são as Formas de evolução do consumo:
seguintes: 1. Evolução horizontal: No gráfico, os pontos de
 Metas das empresas quanto ao tempo de consumo efetivo estão muito próximos à reta
entrega dos produtos ao cliente; que representa o consumo médio. Para traçá-
 Definição do número de depósitos ou de lo, calculamos a média dos valores de
almoxarifado e determinação da lista de consumo efetivo. O consumo evolui
materiais a serem estocados; horizontalmente e sua tendência é invariável
 Estabelecimento do nível até onde deverão ou constante.
flutuar os estoques, para atender altas ou
baixas de vendas ou alterações de consumo;
 Determinação do ponto até onde será
permitida a especulação com estoques
fazendo compras antecipadas a preços mais
baixos ou comprando-se uma quantidade
maior para obter descontos;
 Definição da rotatividade de estoque.

Princípios
1. Determinar o que deve permanecer em
estoque (número de itens);
2. Determinar quando se devem reabastecer os
Gráfico 1: (a) consumo (quantidade); (b) consumo efetivo;
estoques (periodicidade); (c) consumo médio; (d) tempo (período).
3. Determinar quanto de estoque será necessário
para um período predeterminado;
4. Acionar o departamento de compras para
executar a aquisição de estoque;
5. Receber, armazenar e atender os materiais
estocados de acordo com as necessidades;
2. Evolução sujeitas à tendência (crescente ou 3. Evolução sazonal: O consumo pode assumir
decrescente): Com o decorrer do tempo, o outro padrão: sazonalidade. O exemplo, mais
consumo médio aumenta ou diminui. Ele pode típico é o consumo sazonal de chocolate na
ser crescente ou decrescente. Os consumos época de páscoa. É bastante óbvio que,
de tendência crescente e decrescente podem durante esse período, a demanda por
ser chamados de consumo de tendência chocolate e, consequentemente, o seu
ascendente e descendente, respectivamente. consumo crescem muito. Essa é a definição de
a. Tendência crescente: É aquela em que o consumo sazonal: é aquele que possui
consumo aumenta, de forma crescente e oscilações regulares (positivos ou negativos)
ordenada. No gráfico de tendência crescente, e, portanto, um padrão repetitivo de demanda.
ele não precisa ser uma linha reta. O
importante é que à medida que o tempo
avança as quantidades consumidas vão
aumentando.

Gráfico 4: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período).

O tipo de evoluções estuda são uma espécie de


consumo regular, já que apresentam um padrão
Gráfico 2: (a) consumo (quantidade); (b) consumo médio; (c)
consumo efetivo; (d) tempo (período). seguido ao longo do tempo (constante,
ascendente, decrescente ou sazonal). O consumo
b. Tendência decrescente: É aquela em que o regular é identificado quando a variação do
consumo diminui, de forma decrescente e consumo entre intervalos de tempo é pequena.
ordenada com o passar do tempo. Ainda que o consumo não seja exatamente o
mesmo nos intervalos de tempo, a variação entre
um intervalo e outro e notadamente pequena. O
regular é aquele tipo de consumo mais simples.
Há ainda o consumo irregular, que se caracteriza
por oscilações irregulares, aleatórias, que não
constituem padrão algum.

Métodos de previsão de consumo


a. Método último período: Nada mais é que a
reprodução do valor do consumo do último
período. Observe o seguinte exemplo:

Gráfico 3: (a) consumo (quantidade); (b) consumo efetivo; (c)


consumo médio; (d) tempo (período).

Com base na tabela acima, a previsão de


consumo para o mês de junho (o próximo mês), se
o método usado for o do último período. Portanto,
a previsão do consumo no mês de junho é de 65
unidades, já que, no último período (no período
anterior ao perguntado, o período do mês de
maio), o consumo foi de 65 unidades.
b. Método de média móvel: É a média, aquela d. Método da média com ponderação
que aprendemos a calcular, na escola. Usando exponencial: Às vezes chamado de método
a tabela anterior. da média com suavização exponencial. Esse
método, além de dar maior valor aos dados
mais recentes, apresenta menor manuseio de
informações passadas. Apenas três valores
são necessários para gerar a previsão para o
próximo período.
1. A previsão do último período;
2. O consumo ocorrido no último período;
Se for pedido o consumo médio do mês de junho, 3. Uma constante que determina o valor ou
com base na média móvel para 3 períodos, o seu ponderação dada aos valores mais
calculo será o seguinte: recentes.
Esse modelo procura prever o consumo apenas
(70+75+65)
=70 com a sua tendência geral, eliminando a reação
3
exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte
Perceba que a soma será dividida por 3 pelo da diferença entre o consumo atual e o previsto
simples fato de que são 3 valores (a média móvel a uma mudança de tendência e o restante a
para 3 períodos). A fórmula da média é a seguinte: causas aleatórias.

𝑐 1+ 𝑐 2 + 𝑐 3+⋯𝑐 𝑛 Controle de estoque


MMS =
𝑛 A atividade tem o objetivo de manter informação
confiável sobre níveis e movimentação física e
c. Método da média móvel ponderada: É bem financeira de estoque ou desabastecimento do
parecido à anterior, à exceção de que, agora, sistema. A informação em rede entre as unidades
alguns períodos podem ter peso ponderado. de saúde e o almoxarifado é essencial para o bom
controle de estoque.
 Imagine que a sua professora diga que a nota do
b imestre será composta por prova e por trab alho. E  O controle de estoque é fundamental para a
mais, a prova terá peso 2 e o trab alho peso 1. Você garantia da qualidade do ciclo logístico da AF;
tirou 8 na prova e apenas 5 no trab alho qual será a sua  Subsidiar as atividades da AF na
média do b imestre? programação, aquisição e distribuição;
(8+2+5)
 Assegurar suprimento, garantido a
=7 regularidade do abastecimento;
3
 Estabelecer quantidades necessárias e evitar
Apesar de ter somente duas notas (prova e trab alho) a perdas;
soma, no exemplo, deverá ser dividida por 3, já que a  Ter procedimentos operacionais da rotina por
prova possui peso 2.
escrito;
É essencial saber, nesse método, que os  Ter registro de movimentação de estoque;
períodos mais próximos recebem peso maior do  Fornecer informações preciosas, clara e a
que aqueles mais distantes no tempo. Isso faz contento, com rapidez, quando solicitada;
muito sentido. Se esta prevendo o consumo para  Manter controle e arquivos das dadas
dezembro, é bastante lógico que os meses de organizadas e atualizada.
novembro e outubro recebam mais peso no seu
cálculo do que os meses de maio ou junho. A
fórmula da média ponderada é a seguinte: Níveis de estoque
MMP = ∑𝑛𝑖=1 𝑐𝑡−𝑖 𝑥 𝑝𝑡−1  Curva dente de serra: O planejamento é
essencial na determinação do nível de estoque
Em que: de uma empresa. É preciso saber quanto de
 MMP = média móvel ponderada; estoque se tem atualmente, quando se terá
 𝑐𝑡−𝑖 = valor efetivo no período t-i. após a aquisição de materiais novos, qual o
 𝑝𝑡−1 = eso atribuído ao valor no período t-1. mínimo de estoque necessário para a
continuação regular das atividades da
organização, ainda que algum imprevisto
ocorra etc. Essa determinação é feita por meio
de cálculos do uso de um gráfico chamado
Curva dente de serra.
 Estoque máximo (EMax): É a quantidade
máxima que deverá ser mantida, que
corresponde ao estoque da reserva, mais a
quantidade de reposição; é a soma do estoque
mínimo com o lote de compra.
EMx =EMn + Q

Em que:
 EMx = Estoque máximo;
 EMn= Estoque mínimo;
Gráfico 5: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período).  Q= Lote de compras.
 O eixo X horizontal representa o tempo  Tempo de reposição (TR): Para o calculo do
decorrido (T), em meses; estoque mínimo, é necessário informação
 O eixo Y vertical representa a quantidade de sobre do TR. É o tempo gasto desde a
um produto qualquer em estoque, em verificação de que o estoque precisa de
unidades.
reposição até a chegada efetiva do produto no
No instante 0 há 100 peças no estoque. A
estoque. Este tempo pode ser dividido em 3
medida que o tempo passa, a quantidade de peça
partes:
vai diminuindo até que, no mês 6, o valor do eixo y 1. Emissão do pedido: Desde a emissão do
é 0 e isso significa que já não há mais produto no pedido do comprador até o pedido chegar
estoque. A reta descendente que vai do instante 0 ao fornecedor;
ao instante representa, o consumo da peça neste 2. Preparação do pedido: Tempo que o
intervalo de tempo.
fornecedor leva desde o recebimento do
No instante 6 ocorrem dois momentos:
pedido até os produtos estarem prontos
1. É quando o estoque zera;
para serem transportados;
2. É quando o estoque é imediatamente reposto 3. Transporte: Tempo final, desde a saída do
e volta a ter 100 produtos. fornecedor até o recebimento ela empresa
A reta vertical no instante 6 representa, a solicitante.
reposição do estoque. A partir do momento 6, os O tempo de reposição é também chamado, de
produtos voltam a ser consumidos, até que, no tempo de ressuprimento.
mês 12, o estoque zera novamente. Na vida real,
não existe consumo tão uniforme, falhas
 Intervalo de suprimento: Intervalo entre dois
acontecem.
suprimentos (depende da quantidade
comprada, do tempo de entrega dos
Elementos de previsão de estoque
fornecedores e do consumo médio).
Para manter um dimensionamento correto dos
estoques que atentam as necessidades com
 Intervalo de ressuprimento: É o tempo entre
regularidade no abastecimento, recomenda-se o
uso dos seguintes instrumentos: dois ressuprimentos consecutivos. Em outras
 Consumo médio mensal (CMM): É a soma palavras, o intervalo de tempo entre dois
pontos de pedido.
do consumo de medicamentos usados em
determinado período;
 Estoque mínimo (EMin ): É a soma do
consumo, de medicamentos usados em
determinado período; Para o calculo do EMin,
podemos recorrer à fórmula simples ou ao
método de rotatividade.
Emin = CMM x K.
Em que:
 K = fator de segurança arbitrária para garantia
contra ruptura (em termos percentuais). Ponto de Pedido (PP): A partir das definições de
Ex.: estoques mínimos e de TR, chega-se ao conceito
 CMM= 60 caixas. de PP, muito importante e útil no dia a dia. O PP é
 K = 0,9 (90% de garantia). aquele ponto que, uma vez atingido, provoca um
 Média é geralmente indicado em novo pedido de compra. A fórmula para cálculo de
porcentagem (%) do valor em estoque ( PP é:
fator de armazenagem). PP= CMM x TR + Emin.
 PP= Ponto de pedido;
 CMM= Consumo médio mensal;
 TR= Tempo de reposição.
 Emin = estoque mínimo
Para sabermos quais variáveis estão presentes FARMÁCIA HOSPITALAR
numa fórmula, é bem simples: notemos quais A farmácia hospitalar é caracterizada como uma
fatores são importantes para a definição daquele unidade clínica e administrativa devendo ser
conceito. contemplada no organograma, com gestão
Por exemplo, é bastante razoável que o conceito autônoma e independente, preservando os
de tempo de reposição esteja presente na formula interesses da instituição. A farmácia hospitalar é
do calculo do PP. uma unidade clínica, administrativa e econômica,
Outro conceito na fórmula do PP é o consumo dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente
médio mensal (CMM). Aqui, a percepção é à direção de hospitais e integrada funcionalmente
imediata. Ponto em que o novo pedido será feito com as demais unidades administrativas e de
depende de quanto é o consumo mensal do assistência ao paciente.
produto. Se muito, os estoques terão de ser A farmácia hospitalar pode ser dividida entre
resposta mais rapidamente. Se pouco consumido, farmácia central e satélite.
os estoques demorarão tempo maior para ser 1. A farmácia central tem, o objetivo receber
resposta. armazenar (estocar) controlar e estoque e
Ex.: distribuir os medicamentos e materiais para as
 CMM = 20 caixas; farmácias do hospital;
 TR = 2 meses; 2. A farmácia satélite é integrada a central,
 Emin = 20 caixas. porem com autonomia para separar e enviar
Então: medicamentos. Elas atendem individualmente,
PP = (20x2) + 20 = 60 caixas. possibilitando maior agilidade na dispensação
de materiais e medicamentos hospitalares.
As atividades desenvolvidas pela farmácia
 Pontos de reposição (PR): É a quantidade hospitalar podem ser observadas sob o ponto de
existente no estoque, que determina a vista da organização sistêmica da assistência
emissão de um novo pedido; farmacêutica.
Em 2010, o MS publicou a portaria 4283, que
 Quantidade de reposição (QR): É a estabeleceu diretrizes relacionadas e estratégias,
quantidade de reposição de medicamentos objetivando organizar, fortalecer e aprimorar as
que dependente da periodicidade da ações de AF em hospitais, tendo como eixo
aquisição. estruturar-se a segurança e a promoção do uso
 QR = (CMM X TR + EMI)-EA. racional de medicamentos e de outras tecnologias
 EA = estoque atual. em saúde.

Ruptura de estoque: Condição caracterizada ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF)


quando o estoque chega a zero e não se pode A AF é um grupo de atividades relacionadas com
atender à necessidade de consumo: Fatores que o medicamento, destinadas a apoiar as ações de
causam ruptura do estoque: saúde demandadas por uma comunidade. Envolve
 Oscilação nas épocas de aquisição (atraso o abastecimento de medicamentos em todas e em
no tempo de reposição); cada umas de suas etapas constitutivas,
 Remessas, por parte do fornecedor, conservação e controle de qualidade, a segurança
divergente do solicitado; e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o
 Diferenças de inventário. acompanhamento e a avaliação do uso, a
obtenção e a difusão de informação sobre
medicamentos e a educação permanente dos
profissionais de saúde, do paciente e da
comunidade para assegurar o uso racional de
medicamentos. Para implantar efetivamente a AF
é fundamental ter como principio básico o CICLO
DA AF, que é um sistema constituído pelas etapas
de:
 Seleção; Programação; Aquisição;
Armazenamento e Distribuição e dispensação.
Ex.: 1: A assistência Farmacêutica no SUS é ser capazes de promover maior
organizada de forma a garantir a população o resolutividade das ações. A organização está
acesso a medicamentos essenciais padronizados. relacionada com a finalidade dos serviços, e
As etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica tem objetivo o gerenciamento eficiente e
são: eficaz.
a. Seleção, aquisição, armazenamento e entrega;  Aspectos a serem considerados: para
b. Aquisição, armazenamento e dispensação; organização dos serviços, é preciso conhecer
c. Correta: Seleção, programação, aquisição, a realidade da situação de saúde local,
armazenamento, distribuição e dispensação; buscando subsídios ara implementação um
d. Aquisição, armazenamento, distribuição e plano de ação. deve-se: Conhecer a
entrega. estrutura organizacional da secretaria de
saúde e suas inter-relações área técnica,
Ex.: 2: A Política Nacional de Assistência normas e procedimentos existentes,
Farmacêutica é aprovada pelo Conselho Nacional metas estabelecidas para a saúde.
de Saúde através da Resolução no. 338, de 06 de
maio de 2004. Sobre essa política avalie o 1. Plano de ação: Realizar o diagnóstico da
conceito apresentado abaixo e assinale a assistência farmacêutica.
alternativa correta:  Operacionalizar o plano de ação: Definir o
que fazer, como, quando, quem e quais os
 “Trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, recursos necessários.
proteção e recuperação da saúde, tanto individual como
 Definir as atividades a serem
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e
desenvolvidas: Definir as tarefas, prazos e
visando o acesso e ao seu uso racional. ”
designar responsáveis pela execução.
Assinale a alternativa à qual pertence à definição
acima: 2. Interfaces: Para identificar necessidades e
a. Atenção Farmacêutica; buscar solução para os problemas, é preciso
b. Correto: Assistência Farmacêutica; conhecer o ambiente que nos cerca,
c. Farmacovigilância; procurando compreender de que forma ele
d. Dispensação. afeta e influencia positivamente ou
negativamente o desenvolvimento das ações.
 Objetivo: Apoiar as ações de saúde A AF, por ser uma atividade multidisciplinar e
promovendo o acesso da população aos devido à sua complexidade, necessidade de
articulação permanentes com outros áreas,
medicamentos e seu uso racional;
como vigilância sanitária, epidemiológico,
 Estruturação: Para viabilizar os serviços de
coordenação de programas estratégicos de
AF, é preciso que ela esteja estruturada nos saúde, programa saúde da família (PSF) e
âmbitos federal, estadual e municipal. Para
programas de agentes comunitários de saúde
tanto, alguns requisitos são essenciais: (PAC), área administrativa-financeiro,
 Estrutura organizacional: A AF deverá fazer
planejamento, material e patrimônio, licitação,
parte da estrutura organizacional formal da
auditoria, setor jurídico, contra e avaliação.
secretaria de saúde, com suas funções e 3. Avaliação da qualidade do serviço: A
competências devidamente definidas; qualidade é à base de qualquer processo de
Infraestrutura:
trabalho e engloba conhecimentos, uso de
 Área física e instalação: Dispor de
ferramentas adequadas de trabalho,
condições adequadas para o pleno instrumentos e procedimentos que conduzem
desenvolvimento das atividades da
à sua garantiam visando à redução de perda e
assistência farmacêutica;
custos, adequação de serviços e maximização
 Equipamentos e acessórios: Dispor dos de resultados.
mesmos de forma adequada e em
quantidade suficiente;
 Recursos humanos: Desenvolver as
atividades da AF, sob a coordenação de um
profissional farmacêutica, auxiliado por
técnicos habilitados e treinados. Como
elemento fundamental para o desempenho
das atividades a serem desenvolvidos e
necessário; identificar necessidades de
recursos humanos, definir perfil, capacitar
acompanhar e avaliar suas ações.
 Organização: Para a organização da AF é
preciso identificar cada um dos seus
componentes e elementos, os quais deverão
FARMACOVIGILÂNCIA
A OMS define como a ciência e as atividades
relativas à identificação, avaliação compreensão
de efeitos adversos ou qualquer outro problema
relacionado a medicamentos.
A farmacovigilancia ganhou destaque após o
desastre da talidomida no fim dos anos 50. A
talidomida era usada para combater às náuseas e
vômitos em mulheres gestantes no inicio da
gravidez. O uso do medicamento causou
deformação nos membros superiores e inferiores
dos bebes, conhecido como focomelia.
O fato alertou as autoridades sanitárias para a
necessidade de monitorar os efeitos dos
medicamentos já e comercialização. E assim a
OMS criou um programa de vigilância
internacional de medicamentos, com objetivo de
organizar notificação existente em todo mundo e
manter atualizada as informações sobre a
segurança dos medicamentos.
A criação de um sistema de farmacovigilancia
possibilita conhecer o perfil de reações adversas
dos medicamentos usados na terapêutica,
tornando possível aos profissionais da área da
saúde, usar melhor o arsenal farmacológico
disponível e prevenir muitas reações adversas,
além de estimular uma maior preocupação com o
ensino da farmacologia clinica e da
farmacoepidemilogia, subsidiar as ações da
vigilancia sanitária e realizar estudos para testar
hipóteses surgidas com base nas notificações
voluntárias.

Farmacovigilância hospitalar
Os hospitais constituem local privilegiado para o
desenvolvimento de programas de
farmacovigilancia, pois concentram casos de
reações adversas a medicamentos (RAM) como
causa de internação ou de seu prolongamento.
Nos hospitais a farmacovigilância desenvolve
atividades de relatos e registro de desvio de
qualidade e RAM, através de análise e
estabelecimento de causalidade.
No hospital o monitoramento e realizado por
meio de visitas diárias por profissionais
capacitados para desenvolver esse tipo de
atividade, através de alertas que são disparadas
pela equipe de saúde em sistema informatizado,
revisão de exames laboratoriais e a partir da
farmácia hospitalar pelo monitoramento da
dispensação de medicamentos. Alguns pacientes
podem ser selecionados e monitorados em virtude
de morbidade ou tipo de medicamentos usado.
Efeitos adversos com medicamentos acontecem
frequentemente com pacientes hospitalizados. A
ocorrência desses efeitos, em hospitais, pode
levar a um aumento do tempo de internação e de
custo. Assim, a detecção precoce e o diagnóstico
de efeitos adversos torna a farmacovigilância um
importante instrumento para a saúde pública.
Os farmacêuticos hospitalares desenvolvem Entretanto, há desvio de qualidade de
ações de farmacovigilância, como alterações de medicamentos que podem ocorrer por falhas de
coloração, dificuldades de reconstituição de pós- processo, como contaminação por técnica de
liofilizados, reações adversas apresentadas pelos preparo inadequado, alteração de coloração por
pacientes, falta de efeito terapêutico. mau armazenamento do produto precipitação, por
As notificações RAM adversos a medicamentos reconstituição do produto com diluente
devem ser analisados e, dependendo do tipo e inadequado, para detecção de problemas de
notificação, de haver uma investigação para processos, nenhuma pergunta-chave pode ser
apurar a causalidade do evento. Entretanto, falhas negligenciada nesse sentido, o uso de fluxograma
no processo investigativo comprometem a padronizado poderá auxiliar na investigação.
conclusão dos casos e as ações de melhorias Para facilitar o estabelecimento de um plano de
contínua, pois vários são os fatores que podem ação, as queixas técnicas podem ser classificadas
favorecer a ocorrência de RAM. em graves e não graves:
A identificação e análise das falhas potenciais no 1. Queixas técnicas graves: Aquelas que
processo investigativo devem ser realizados podem causar danos diretos aos pacientes,
avaliando o CAF que possam influenciar na como presença de coros estranhos, suspeitas
qualidade, segurança e eficácia dos de contaminação e alterações e colorações.
medicamentos, como procedimentos logísticos 2. Queixas técnicas não graves: São aquelas
inadequados, erros de prescrição e administração que não podem causar danos diretos aos
dos mesmos. pacientes, como falta de comprimido num
Uma ferramenta usada para identificar falhas blister.
potenciais no processo investigativo, avaliar os Essa diferenciação, durante a investigação,
risos da ocorrência de cada falha e propor determina se alguma ação imediata deve ser
melhorias para o processo de investigação de tomada para evitar a ocorrência de reações
efeitos adversos aos medicamentos é a chamada adversas ou inefetividade terapêutica, como a
analise do efeito e modo de falhas (FMEA), suspensão do uso do medicamento através da
essa análise permite a determinação de um interdição cautelar, até que seja concluída a
fluxograma para investigação de cada tipo de investigação. Outra ação a ser tomada pode ser a
notificação, a fim de facilitar o processo solicitação de analise do referido medicamento em
investigativo. laboratórios analíticos em saúde. Além disso, caso
o problema com o produto notificado seja
Relação de queixas técnicas sobre recorrente, ou seja, tenha ocorrido por varias
medicamentos vezes, pode optar pela suspensão ou reprovação
É uma notificação feita pelo profissional de saúde da marca do medicamento problemas a fim de
quando observado um afastamento dos impedir nova aquisição do mesmo, na instituição.
parâmetros de qualidade exigidos para a Caso sejam tomadas decisões, como a interdição
comercialização ou aprovação no processo de de um ou mais lotes do produto, suspensão ou
registro de um produto farmacêutico, ou seja, reprovação da marca, ou mesmo identificação de
quando se suspeita de qualquer desvio de problemas em processo institucionais, as mesmas
qualidade. Em alguns lugares, é considerada devem ser publicadas, em forma de alertas, que
notificação de queixas técnica aquela em que o devem ser encaminhadas a todas as unidades
desvio da qualidade não lesou o paciente. Isso envolvidas no processo de AF na instituição.
não quer dizer que uma queixa técnica não possa Caso tenham ocorrido falhas em processos, como
provocar danos aos pacientes, mas, sim que ela o armazenamento incorreto de determinado
foi detectada antes disso. Assim, caso o serviço medicamento, o serviço de farmacovigilância
receba uma notificação de alteração de coloração deverá realizar ação educativa para sanar as
de um determinado medicamento que provocou falhas, como treinamento e publicação de
reação alérgica na paciente, a notificação passa a informes.
ser tratada como notificação de RAM, já que Cabe ressaltar que a diferença entre um alerta e
causou dano ao paciente. um informe é a urgência com que ele deve ser
Geralmente, as notificações de queixas técnicas publicado.
são as mais simples de ser avaliadas, já que, na Conceitua-se alerta a informações sobre a
maioria das vezes, são perceptíveis a olho nu. segurança de um medicamento referente a
Exemplos, falta de rótulos, falta de unidades do determinado evento grave, que precise de
medicamento em suas embalagens primárias ou divulgação rápida e ampla.
secundárias, falta de informações nos rótulos, O informe é conceituado como as informações
presença de corpos estranhos, dificuldade para sobre medicamento relacionado a evento que
reconstituição de viscosidade e de conteúdo. precise de divulgação ampla pôr não urgente.
Após finalização da investigação, a equipe de A divulgação de alerta é uma medida que pode
farmacovigilância deve encaminhar uma resposta fortalecer o que se chama, em farmacovigilância,
ao notificar, como uma carta de agradecimento, na de sinal, que é o conjunto de notificação sobre
qual devem constar as ações tomadas e o uma possível relação entre um evento adverso e
agradecimento pelo ato importante que é a um medicamento.
notificação. Caso haja novas notificações esses casos
deverão ser analisados como ocorrem para as
Notificação de reações adversas a notificações de queixas técnicas, os notificadores
medicamentos (RAM) deverão receber cartas de agradecimento pela
RAM é qualquer resposta a um fármaco que seja sua notificação.
prejudicial, não intencional, e que ocorra nas
doses normalmente usadas em seres humanos Notificação de suspeitas de inetividade
para profilaxia, diagnóstico e tratamento de terapêutica
doenças, ou para a modificação de uma função Suspeita de inetividade terapêutica (SIT)
fisiológica. ocorrem quando medicamentos não apresentam
Para iniciar a investigação de RAM, o profissional os efeitos que se esperam deles. Portanto, a
deve considerar fatores como a qualidade da inefetividade pode ocorrer por redução ou por
documentação (dados e diagnósticos corretos), a problemas com a qualidade do medicamento,
relevância da notificação (reações graves não interações ou por problemas com a qualidade dos
descritas devem ter prioridade de investigação), e medicamentos, interações medicamentosas, uso
a codificação da RAM e do medicamento suspeito inadequado, resistência ou tolerância do paciente
(seleção da terminologia das reações adversas da ao medicamento.
OMS e uso da classificação anatômica terapêutica As notificações de suspeitas de inetividade
química (ATC), respectivamente) outro fator que terapêutica são as mais complexas de ser
deve ser analisado é a causalidade do evento, ou investigadas, pois, vários são os fatores que
seja, a probabilidade do evento adverso ter sido podem influenciar a efetividade de um
causado por determinado medicamento. A medicamento a indicação incorreta, a posologia
causalidade da notificação de reação adversa inadequada, a via de administração errada, a
pode ser avaliada com a aplicação de algoritmos existência de interações medicamentosas, de
desenvolvidos para essa finalidade e, dependendo incompatibilidade com materiais médico-
da consistência das hipóteses, da gravidade da hospitalares com soluções diluentes, além da
RAM observado volume de notificação e do forma com que o mesmo foi transportado
número potencial de pessoas afetadas, são armazenado nas varias etapas até a
tomadas as decisões e medidas cabíveis. administração ao paciente.
O algoritmo mais usado para a determinação da Esses parâmetros devem ser analisados, durante
causalidade de um evento adverso é o algoritmo a investigação, para que seja estabelecida a
de arranjo e colaboradores (1981), composto por causa da ineficidade, buscando resposta à
dez perguntas, cujas respostas são objetivas, com pergunta:
duas opções (sim ou não), e tem a finalidade de  O problema é no produto ou no processo?
buscar informações sobre as RAM. Analisados todos esses parâmetros e,
Para cada resposta, são atribuídas pontos, sendo descartadas essas possibilidades, o profissional
que, através da somatória dos mesmos (score), pode prosseguir com a investigação,
torna-se possível classificar as RAM em questionando, então, o fabricante do
categorias de probabilidade: medicamento. Na prática, há casos em que não se
 Definida, provável, possível, condicional ou consegue comprovar a inefetividade do
duvidosa. medicamento, já que, muitas vezes, os laudos de
Após a realização das perguntas e da controle de qualidade demonstram que o teor de
determinação, se a reação tem causalidade principio ativo está dentro dos parâmetros
definida ou provável, tal reação deverá ter estabelecidos oficialmente.
prioridade de ações imediatas como a interdição Infelizmente, esse problema está acima das
de um ou mais lotes, a divulgação de alertas e o possibilidades dos farmacêuticos hospitalares
envio de notificação à ANVISA. Aquela reação comprovarem, competindo a ANVISA tal análise e,
definida como possível condicional ou duvidosa, por isso, as notificações desses casos deve ser
também, necessitará de ações de estímulo para encaminhada para essa entidade. Ao final de todo
obtenção de maior número de notificação, como o processo investigativo de SIT, os notificadores
divulgação de alertas, a fim de que seja fortalecida deverão receber carta de agradecimento pela sua
a hipótese. notificação.
A inefetividade do medicamento, já que, muitas
vezes, os laudos de controle de qualidade
demonstram que o teor de principio ativo esta
dentro dos parâmetros estabelecidos.
VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA INFECÇÃO
HOSPITALAR
A busca da qualidade na prestação de serviços
de saúde é uma preocupação universal e
pressupõe uma filosofia de melhoria contínua nas
práticas de trabalho. A demonstração dos
resultados do cuidado. Nesse contexto, a
monitorização das IH é um fator de segurança
para o paciente.
As IH tornaram-se grande problemas de saúde
pública, devido ao aumento populacional, com a
introdução de novos patógenos e aumento da
resistência dos microrganismos a antimicrobianos.
Assim, podemos concluir que a identificação das
taxas de IH numa determinada unidade é um
indicador de qualidade e segurança do cuidado,
sendo um passo essencial para identificar
problemas locais e definir prioridades. A vigilancia
é um componente essencial de programas
desenhados para reduzir a frequência de eventos
adversos, como a IH.
No âmbito da saúde pública, vigilancia
epidemiológica é definida como a regular e
sistemática coleta, análise, interpretação e
disseminação dos dados relativos a um evento
relacionam à saúde, para uso nas ações públicas,
com a finalidade de reduzir a morbidade e
mortalidade e melhorar a saúde.
O objetivo da vigilancia da IH é o de reduzir as
infecções e seu custo. Entre seus objetivos tem:
1. Melhorar o conhecimento do staff clínico e
outros trabalhadores, incluindo
administradores, a respeito da IH e resistência
antimicrobiana, de modo que se conscientizem
das necessidades de medidas de prevenção.
2. Monitorar tendências: incidência e distribuição
da IH, prevalência e, quando possível,
incidência de risco ajustado para comparação
intra e inter-hospitalar;
3. Identicar a necessidade de programas novos
ou intensificados e avaliar o impacto das
medidas de prevenção.
Para alcançar esses objetivos, o planejamento de
um sistema de vigilância deve levar em
consideração alguns critérios:
 Simplicidade: Para minimizar os custos e a
carga de trabalho, e promover a oportunidade
de retroalimentação em tempo útil;
 Flexibilidade: Para permitir mudanças
quando necessário;
 Aceitabilidade: A qual pode ser avaliada
pelo nivel de participação e qualidade;
 Especificidade: Requerendo definições
precisa e investigadores treinados;
 Utilidade: Apresentação relação direta com
os objetivos a serem atingidos.
O conhecimento e a divulgação dos métodos de Limpeza
proteção anti-infecciosa são relavntes uma evz Procedimento de remoção de sujidade e detrito
que, a atuação do profissional de saúde está na para manter em estado de asseio os artigos,
interdependência do material que está sendo reduindo a população microbiana. A limpea deve
usado, como veiculo de transmissão de infecção proceder os procedimentos de desinfecção ou de
tanto para o paciente como na manipulação dos esterilização, pois reduz a carga microbiana
artigos sem os devidos cuidados. através de remoção da sujidade e da materia
organica presente nos materiais. Estudos
Classificação de artigos mostraram que a limpeza manual ou mecanica, co
A variedade de materiais usados nos água e detergente ou produtos enzimáticos reduz
estabelecimentos de saúde pode ser classificado muito os resíduos. O excesso de materiais
segundo risco potenciais de transmissão de organico aumenta não só a duração do processo
infecções para os pacientes, em três categorias: de esterilização,como altera os parametros para
críticos, semi-criticos e não-criticos. este processo. Assim, a limpeza rigorosa é
 Artigos criticos: Artigos destinados ao condição básica para qualquer processo de
procedimentos invasivos em pele e mucosas desinfecção ou esterilização.
adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no
sistema vascular, bem como todos os que  É possivel limpar sem esterilizar, mas não é possivel
garantir a esterilização sem limpar.
estejam os críticos. Estes requerem
esterilização.
Descontaminação
 Agulhas, cateteres intravenosos, materiais de A descontaminação e desinfecção são
implantes, etc. sinônimos. Tem a finalidade de reduzir o número
de microrganismos presentes nos artigos sujos, de
 Artigos semi-críticos: Os artigos que entram forma a torná-los seguros para o manuseio, isto é,
em contato com a pele não íntegra, porem, ofereçam menor risco ocupacional. O uso de
restrito às camadas da pele ou com mucosas agentes quimicos desinfetantes como
íntegras são chamadasde artigos semi-criticos glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sodio e
e requerem desinfecção de médio ou de alto outros no processo de descontaminação, prática
nivel ou esterilização. largamente usada, não tem fundamentação. O
agente químico é impedido de penetrar nos
 Cânula endotraqueal, equipamento respiratório, microrganismo pois há tendencia das soluções
especudo vasino, sonda nasogástrica, etc.
químicas ligarem-se com as moléculas de
proteínas presentes na matéria orgânica, não
 Artigos não-críticos: São os artigos ficando livres para ligarem-se aos microrganismos
destinados ao contato com a pele íntegra e na proporção necessária dando uma falsa
também os que não entram em contato direto segurança no manuseio do material como
com o paciente. Requerem limpeza ou descontaminado. Além disso, o uso desse agentes
desinfecção de baixou ou médio nível, na prática da descontaminação causa uma
dependendo do uso que se destinem ou do aderência de precipitado de matéria organica no
último uso realizao: artigo, prejudicando sobremaneira a posterior
limpeza.
 Termometro, materiais usados em b anho de leito como
b acias, cub a rim, estetoscópio, roupa de cama do  Alcool: Desinfetante muito usado no ambiente
paciente, etc. hospitalar, por ter atividade germicida, menor
custo e pouca toxicidade, sendo que o álcool
Esse esquema de classificação lógica tem sido etilico tem propriedade germicidas superiores
útil como guia na escolha adequadas dos métodos ao isopropilico. O seu uso é restrito pela falta
de proteção anti-infecciosa. Porem, na prática, a de atividade de esporicidade, rápida
escolha não é tão simples como parece e muitas evaporação e inabilidade em penetrar na
dúvidas surgem em relação aos artigo semi- materia proteíca. É recomendável para
críticos. desinfecção de nivel médio do artigo e
superficies, com tempo de exposição de 10
 Por exemplo, os equipamentos de endoscopia digestiva minutos, sendo recomendáveis 3 aplicações
seriam a principio artigos semi-criticos, requerendo intercaladas pela secagem natural. Não é
desinfecção. No entanto, o risco de trauma durante o
procedimento não é pequeno, especialmente naqueles recomendado para borracha, plástico e
portadores de varizes esofagianas. cimento de dentes.
 Aldeídos: o glutataldeídos é o mais usado na
desinfecção, na concentração de 2% e por um
período de exposição de 30 minutos. O uso
mais comum e na desinfecção de artigos semi-
críticos e instrumentos sensíveis e calor. O
formaldeído é uso em estado líquido e gasoso.
Como desinfetante, é mas usado a formalina, O vapor sob pressão, ao entrar em contato com
solução em água a 10% ou em alcool a 8% sendo a superfície fria dos materiais colocados na
bactericida tuberculicida, fungicida e viruscida autoclave, se condensa liberando o calor latente,
após exposição de 30 minutose esporicida após que é o responsável pela desnaturação dos
18 horas. microrganismos. A esterilização está
 Compostos fenólicos: seu uso é fundamentada nessa troca de calor entre o meio e
recomentado para desinfecção de nivel médio o objeto a ser esterilizado.
ou intermediário, sendo o periodo de  Calor seco: É feito em estufa elétricas
exposiçao de 10 minutos para superficiee de equipadas com termostato e ventiador, a fim
30 minutos para artigos. Para penetrar em de promover um aquecimento mais
materiais gasosos e ter ação residual, não é rápido,controlado e uniforme dentro da
indicado para artigos que entrem em contato câmara. A circulação de ar quente e o
com vias respiratórias e alimentos, objetos de aquecimento dos materiais se faz de forma
borrachas, latéx e acrilíco. lenta e irregular, requerendo longos períodos
 Quartenário de amônio: são geralmente de exposição e temperatura mais altas do que
usados em associação com outros o vapor saturado sob pressão para se alcançar
desinfetantes. tem como vantagens a baixa a esterilização. Este processo é restrio a
toxicidade. Quando usados isoladamente não artigos que não possam ser esterilizado pelo
tem ação micobactericida. São usadospara vapor saturado sob pressão, pelo dano que
desinfecção de baixo nivel por um período de pode causar ou quando são impermeaveis. O
30 minutos, em superficie, equipamentos e uso do calor seco tem o objetivo de
áreas onde se manipule alimentos. despirogenação, quando realizado numa
 Iodo: Além de ser antiséptico pode ser usado temperatura de 200ºC a 220ºC, por um
na desinfecção de varias, ampolas, período de esposição não inferior a 2 horas. A
estetoscópio, otoscópio, termômetros, inativação dos microrganismos pelo calor seco
endoscopios, metais resistentes à oxidação e é resultante da oxidação e dessecação. O
bancadas. A formulação pode ser de alcool processo de esterilização a livre circulação do
iodado, contendo 0,5 e 1,0% de iodo livre em ar por toda a estufa e entre as causas e
alcool etílico de 77% (v/v), que corresponde a observar rigorosamente a relação tempo de
70% em peso ou iodoforos na concentração de exposição e temperatura, a fim de assegurar a
30 a50mg/l de iodo livre. sua eficácia.

Esterilização Antisépsia
É o processo de destruição de todas as formas São substâncias providas de ação letal ou
de vida microbiana, ou seja, bacterias na forma inibitória da reprodução microbiana, de baixa
vegetativa e esporuladas, fungos e vírus, causticidade e hipoalergênicas, destinadas a
mediante a aplicação de agentes fisicos e aplicação em pele e mucosa. Os microrganismos
quimicos. No processo de esterilização os encontrados na pele e nas mucosas são
microrganismos são mortos a tal ponto que não classificados em flora resistente ou transitória.
seja mais possivel detectá-los no meio de cultura Estes microrganismos podem ser facilmente
padrão no qual previamente haviam proliferado. removidos com o uso de água e sabão. No
Os métodos de esterilização podem ser fisicos e entanto, adquire particulas importantes em
quiicos. Dentre os fisicos há o calor, sob a forma ambiente hospitalares devido a facilidade de
úmida e seca, a radiação e a filtração. Dentre os transmissão de um indíviduo à outro. Os
métodos quimicos, há os agentes quimicos na antisépticos devem atender aos seguintes
forma gasosa. Nas instituições de saúde, os requisitos: Amplo espectro de ação
métodos de esterilização disponiveis antimicrobiana; ação rápida; efeito residual
rotineiramente são o calor, sob a forma úmida e cumulativo; não absorção sistêmica; não causar
seca, e os agentes quimicos. hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis,
 Vapor saturado sob pressão: É o processo como ressecamento, irritaçaõ e fissuras; odor
de esterilização mais seguro, eficiente, rápido agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário;
e economico disponível. o mecanismo de baixo custo e veiculação funcional em
esterilização pelo vapor saturado sob pressão dispensadores ou embalagens de pronto uso.
está relacionado com calor latente e o contato  Triclosan: apresenta ação contra bacterias
direto com o vapor, proovendo a coagulação Gpositivas e a maioria da Gnegativas, exceto
das proteínas. para pseudomonas aeruginosa, e apresenta
pouca ação contra fungos.
 Calor latente: É o calor que um corpo receb e sem  Clorexidina: sua atividade e principalmente
variação e temperatura e sim de estado fisico. É o calor contra bacterias vegetativas Gpositivas e
necessário para converter uma unidade de agua em
vapor. negativas. Não age sobre formas esporuladas
exceto a temperatura altas.
Alguns virus lipofilicos são rapidamente inativados. Infecção comunitária
Sua ação fungida varia com a espécie. È a infecção constatada ou em incubação no ato
da admissão do paciente, desde que não
relacionada com a internação anterior no mesmo
hospital.
 A infecção que está associada com
complicações ou extensão da infecção já
presente na admissão;
 A infecção em recem-nascidos adquirida via
trans-placentárias;
 Infecção em recém-nascido com bolsa rota.
As infecções comunitárias estão relacionadas ao
alto índice de uso de antimicrobianos de forma
aleatória, tratamento empírico incorretos e a
prática da abandono da terapia, o que tem
contribuido para o surgimento de resistência
microbianas mais elaboradas de maior espectro.

Infecção hospitalar
È qualquer infecção adquiridas após a internação
do paciente e que se anifeste durante a
internação, ou mesmo após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
Quando se desconhecem o período de
incubação do microrganismo e nã houver
evidencias clínicas ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação, convenciona-
se infecção hospitalar toda manifestação clínica
de infecções que se apresenta a partir de 72 horas
após a admissão.
RESOLUÇÃO Nº 417/2004
Aprova o Código de Ética da Profissão
Farmacêutica. O CFF, resolve:
Art. 1º: Aprovar o código de ética farmacêutica,
nos termos do Anexo desta Resolução, da qual
faz parte.
Art. 2°: Esta Resolução entra em vigor na data da
publicação, revogando-se as disposições em
contrário e, em especial, os termos da
Resolução/CFF nº 290/96.

PREÂMBULO
O farmacêutico é um profissional da Saúde,
cumprindo-lhe executar todas as atividades
inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de
modo a contribuir para a salvaguarda da saúde
pública e, ainda, todas as Ações de educação
dirigidas à comunidade na Promoção da saúde.

TÍTULO 1
Exercício Profissional

Capítulo 1
Princípios Fundamentais
Art. 1º: O exercício da profissão farmacêutica,
como todo exercício profissional, tem uma
dimensão ética que é regulada por este código e
pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão
resultará em sanções disciplinares por parte do
CRF, após apuração pelas suas Comissões de
Ética, independentemente das penalidades
estabelecidas pelas leis do País.
Art. 2°: O farmacêutico atuará sempre com o
maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e
à liberdade de consciência nas situações de
conflito entre a ciência e os direitos fundamentais
do homem.
Art. 3°: A dimensão ética da profissão
farmacêutica é determinada, em todos os seus
atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade
e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação.
Art. 4º: Os farmacêuticos respondem pelos atos
que praticarem ou pelos que autorizarem no
exercício da profissão.
Art. 5°: Para que possa exercer a profissão
farmacêutica com honra e dignidade, o
farmacêutico deve dispor de boas condições de
trabalho e receber justa remuneração por seu
desempenho.
Art. 6°: Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito
desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e
bom conceito da profissão.
Art. 7°: O farmacêutico deve manter atualizados
os seus conhecimentos técnicos e científicos para
aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de
sua atividade profissional.
Art. 8°: A profissão farmacêutica, em qualquer
circunstância ou de qualquer forma, não pode ser
exercida exclusivamente com objetivo comercial.
Art. 9°: Em seu trabalho, o farmacêutico não pode
se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo
de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
Art. 10: O farmacêutico deve cumprir as 12. Denunciar às autoridades competentes
disposições legais que disciplinam a prática quaisquer formas de poluição, deterioração do
profissional no País, sob pena de advertência. meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho,
prejudiciais à saúde e à vida;evitar que o
CAPÍTULO 2 acúmulo de encargos prejudique a qualidade
Dos Deveres da atividade farmacêutica prestada.
Art. 11: O farmacêutico, durante o tempo em que Art. 12: O farmacêutico deve comunicar ao CRF,
permanecer inscrito num CRF, por escrito, o afastamento de suas atividades
independentemente de estar ou não no exercício profissionais das quais detém responsabilidade
efetivo da profissão, deve: técnica, quando não houver outro farmacêutico
1. Comunicar às autoridades sanitárias e que, legalmente, o substitua.
profissionais, fatos que caracterizem  § 1º: A comunicação ao CRF deverá ocorrer
infringência a este Código e às normas que no prazo máximo de 5 dias após o
regulam o exercício das atividades afastamento, quando este ocorrer por motivo
farmacêuticas; de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou
2. Colocar seus serviços profissionais à outro, a ser avaliado pelo CRF.
disposição das autoridades constituídas, se  § 2º: Quando o afastamento for motivado por
solicitado, em caso de conflito social interno, doença, o farmacêutico ou seu procurador
catástrofe ou epidemia, independentemente deverá apresentar à empresa ou instituição
de haver ou não remuneração ou vantagem documento datado e assinado, justificando sua
pessoal; ausência, a ser comprovada por atestado, no
3. Exercer a assistência farmacêutica e fornecer prazo de 5 dias.
informações ao usuário dos serviços;  § 3º: Quando o afastamento ocorrer por motivo
4. Respeitar o direito de decisão do usuário de férias, congressos, cursos de
sobre sua própria saúde e bem-estar, aperfeiçoamento, atividades administrativas ou
excetuando-se o usuário que, mediante laudo outras atividades, a comunicação ao CRF
médico ou determinação judicial, for deverá ocorrer com antecedência mínima de 1
considerado incapaz de discernir sobre dia.
opções de tratamento ou decidir sobre sua
própria saúde e bem-estar; CAPÍTULO 3
5. Comunicar ao CRF e às autoridades Das Proibições
sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, Art. 13: É proibido ao farmacêutico:
função ou emprego, motivada pela 1. Participar de qualquer tipo de experiência em
necessidade de preservar os legítimos ser humano, com fins bélicos, raciais ou
interesses da profissão, da sociedade ou da eugênicos, pesquisa clínica ou em que se
saúde pública; constate desrespeito a algum direito
6. Guardar sigilo de fatos que tenha inalienável do ser humano;
conhecimento no exercício da profissão, 2. Exercer simultaneamente a medicina;
excetuando-se os de dever legal, amparados 3. Praticar procedimento que não seja
pela legislação vigente, os quais exijam reconhecido pelo CFF;
comunicação, denúncia ou relato a quem de 4. Praticar ato profissional que cause dano físico,
direito; moral ou psicológico ao usuário do serviço,
7. Respeitar a vida humana, jamais cooperando que possa ser caracterizado como imperícia,
com atos que intencionalmente atentem negligência ou imprudência;
contra ela ou que coloquem em risco sua 5. Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao
integridade física ou psíquica; estabelecimento com o qual mantém vínculo
8. Assumir, com responsabilidade social, profissional, ou permitir o uso do seu nome por
sanitária, política e educativa, sua função na qualquer estabelecimento ou instituição onde
determinação de padrões desejáveis do não exerça pessoal e efetivamente sua função;
ensino e do exercício da Farmácia; 6. Realizar, ou participar de atos fraudulentos
9. Contribuir para a promoção da saúde relacionados à profissão farmacêutica, em
individual e coletiva, principalmente no campo todas as suas áreas de abrangência;
da prevenção, sobretudo quando, nessa 7. Fornecer meio, instrumento, substância ou
área, desempenhar cargo ou função pública; conhecimento para induzir a prática de
10. O farmacêutico deverá adotar postura eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de
científica, perante as práticas terapêuticas qualquer outra forma de procedimento
alternativas, de modo que o usuário fique degradante, desumano ou cruel em relação ao
bem informado e possa melhor decidir sobre ser humano;
a sua saúde e bem-estar;
11. Selecionar, nos limites da lei, os auxiliares
para o exercício de sua atividade;
8. Produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que 23. Exercer a Farmácia em interação com outras
seja dispensado meio, instrumento, substância profissões, concedendo vantagem, ou não,
e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula aos demais profissionais habilitados para
magistral, ou especialidade farmacêutica, direcionamento de usuário, visando ao
fracionada ou não, que não contenha sua interesse econômico e ferindo o direito do
identificação clara e precisa sobre a usuário de livremente escolher o serviço e o
substância ativa contida, bem como suas profissional;
respectivas quantidades, contrariando as 24. Receber remuneração por serviços que não
normas legais e técnicas, excetuando-se a tenha efetivamente prestado;
dispensação hospitalar interna, em que poderá 25. Exercer a fiscalização profissional e sanitária,
haver a codificação do medicamento que for quando for sócio ou acionista de qualquer
fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome categoria, ou interessado por qualquer forma,
ou fórmula; bem como prestar serviços a empresa ou
9. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das estabelecimento que explore o comércio de
autoridades sanitárias ou profissionais; drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos
10. No exercício da profissão farmacêutica, aceitar e correlatos, laboratórios, distribuidoras,
remuneração abaixo do estabelecido como o indústrias, com ou sem vínculo empregatício.
piso salarial, mediante acordos ou dissídios da
categoria; Art. 14: Quando atuante no serviço público, é
11. Declarar possuir títulos científicos ou vedado ao farmacêutico:
especialização que não possa comprovar; 1. Utilizar-se do serviço ou cargo público para
permitir que pessoa ou instituição interfira em executar trabalhos de empresa privada de sua
seus resultados apresentados como perito ou propriedade ou de outrem, como forma de
auditor; obter vantagens pessoais;
12. Aceitar ser perito quando houver envolvimento 2. Cobrar ou receber remuneração do usuário do
pessoal ou institucional; serviço;
13. Exercer a profissão farmacêutica quando 3. Reduzir, irregularmente, quando em função de
estiver sob a sanção disciplinar de suspensão; chefia, a remuneração devida a outro
14. Expor, dispensar, ou permitir que seja farmacêutico.
dispensado medicamento em contrariedade à
legislação vigente; CAPÍTULO 4
15. Exercer a profissão em estabelecimento que Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos
não esteja devidamente registrado nos órgãos Art. 15: É vedado ao farmacêutico:
de fiscalização sanitária e do exercício 1. Divulgar assunto ou descoberta de conteúdo
profissional; inverídico;
16. Aceitar a interferência de leigos em seus 2. Publicar, em seu nome, trabalho científico do
trabalhos e em suas decisões de natureza qual não tenha participado ou atribuir-se
profissional; autoria exclusiva quando houver participação
17. Delegar a outros profissionais atos ou de subordinados ou outros profissionais,
atribuições exclusivos da profissão farmacêuticos ou não;
farmacêutica; 3. Promover publicidade enganosa ou abusiva da
18. Omitir-se ou acumpliciar-se com os que boa fé do usuário;
exercem ilegalmente a farmácia, ou com 4. Anunciar produtos farmacêuticos ou processos
profissionais ou instituições farmacêuticas que por meios capazes de induzir ao uso
pratiquem atos ilícitos; indiscriminado de medicamentos;
19. Assinar trabalhos realizados por outrem, alheio 5. Usar-se, sem referência ao autor ou sem a sua
à sua execução, orientação, supervisão ou autorização expressa, de dados ou
fiscalização, ou ainda assumir informações, publicados ou não;
responsabilidade por ato farmacêutico que não 6. Promover pesquisa na comunidade, sem o seu
praticou ou do qual não participou consentimento livre e esclarecido, e sem que o
efetivamente; objetivo seja a proteção ou a promoção da
20. Prevalecer-se do cargo de chefia ou de saúde.
empregador para desrespeitar a dignidade de
subordinados;
21. Pleitear, de forma desleal, para si ou para
outrem, emprego, cargo ou função que esteja
sendo exercido por outro farmacêutico, bem
como praticar atos de concorrência desleal;
22. Fornecer, ou permitir que forneçam,
medicamento ou fármaco para uso diverso da
sua finalidade;
CAPÍTULO 5 6. Limitar-se às suas atribuições no trabalho,
Dos Direitos mantendo relacionamento harmonioso com
Art. 16: São direitos do farmacêutico: outros profissionais, no sentido de garantir
1. Exercer a profissão sem ser discriminado por unidade de ação na realização de atividades a
questões de religião, raça, sexo, que se propõe em benefício individual e
nacionalidade, cor, idade, condição social, coletivo;
opinião política ou de qualquer outra natureza; 7. Denunciar, a quem de direito, atos que
2. Interagir com o profissional prescritor, quando contrariem os postulados éticos da profissão.
necessário, para garantir a segurança e a
eficácia da terapêutica farmacológica, com TÍTULO 3
fundamento no uso racional de medicamentos; Relações com os Conselhos
3. Exigir dos demais profissionais de saúde o Art. 18: Na relação com os Conselhos, obriga-se
cumprimento da legislação sanitária vigente, o farmacêutico a:
em especial quanto à legibilidade da 1. Acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções
prescrição; do CFF e os Acórdãos e Deliberações dos
4. Recusar-se a exercer a profissão em CRF;
instituição pública ou privada, onde inexistam 2. Prestar, com fidelidade, informações que lhe
condições dignas de trabalho ou que possam forem solicitadas a respeito de seu exercício
prejudicar o usuário, com direito a profissional;
representação junto às autoridades sanitárias 3. Comunicar ao CRF em que estiver inscrito,
e profissionais, contra a instituição; toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que
5. Recusar-se a exercer a profissão, ou observar na prática profissional;
suspender a sua atividade, individual ou 4. Atender convocação, intimação, notificação ou
coletivamente, em instituição pública ou requisição administrativa no prazo
privada, onde inexistam remuneração ou determinado, feita pelos CRF, a não ser por
condições dignas de trabalho ou que possam motivo de força maior, comprovadamente
prejudicar o usuário, ressalvadas as situações justificado.
de urgência ou de emergência, devendo Art. 19: O farmacêutico, no exercício profissional,
comunicá-las imediatamente ao conselho fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo
regional de farmácia e às autoridades CRF todos os seus vínculos, com dados
sanitárias e profissionais; completos da empresa (razão social, CNPJ,
6. Recusar-se a realizar atos farmacêuticos que, endereço, horário de funcionamento e de RT),
embora autorizados por lei, sejam contrários mantendo atualizado o seu endereço residencial e
aos ditames da ciência e da técnica, os horários de responsabilidade técnica ou de
comunicando o fato, quando for o caso, ao substituição.
usuário, a outros profissionais envolvidos ou
ao respectivo CRF. TÍTULO 4
Das Infrações e Sanções Disciplinares
TÍTULO 2 Art. 20: As sanções disciplinares consistem em: de
Relações Profissionais advertência ou censura;
Art. 17: O farmacêutico, perante seus colegas e 1. De multa de salário-mínimo a 3 salários-
demais profissionais da equipe de saúde, deve mínimos regionais;
comprometer-se a: 2. De suspensão de 3 meses a um ano;
1. Obter e conservar alto nível ético em seu 3. De eliminação.
meioprofissional e manter relações cordiais
com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe TÍTULO 5
apoio,assistência e solidariedade moral e Das Disposições Gerais
profissional; Art. 21: As normas deste Código aplicam-se aos
2. Adotar critério justo nas suas atividades e nos farmacêuticos, em qualquer cargo ou função,
pronunciamentos sobre serviços e funções independentemente do estabelecimento ou
confiados anteriormente a outro farmacêutico; instituição onde estejam prestando serviço.
3. Prestar colaboração aos colegas que dela Art. 22: A verificação do cumprimento das
necessitem, assegurando-lhes consideração, normas estabelecidas neste Código é atribuição
apoio e solidariedade que reflitam a harmonia dos CF e de suas Comissões de Ética, das
e o prestígio da categoria; autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos
4. Prestigiar iniciativas dos interesses da e da sociedade em geral.
categoria; Art. 23: A apuração das infrações éticas compete
5. Empenhar-se em elevar e firmar seu próprio ao CRF em que o profissional está inscrito ao
conceito, procurando manter a confiança dos tempo do fato punível em que incorreu, por meio
membros da equipe de trabalho e do público de sua Comissão de Ética.
em geral;
Art. 24: O farmacêutico portador de doença que o LEI 5.991
incapacite para o exercício da farmácia, apurada Dispões sobre o controle sanitário do comércio de
pelo CRF em procedimento administrativo com drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
perícia médica, terá suas atividades profissionais correlatos.
suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
Art. 25: O profissional condenado por CAPÍTULO 1
sentençacriminal, definitivamente transitada em Disposições preliminares
julgado, por crime praticado no uso do exercício Art. 1º: O controle sanitário do comércio de
da profissão, ficará suspenso da atividade drogas, medicamentos, rege-se por esta lei.
enquanto durar a execução da pena. Art. 4º: Para esta lei é tomado os seguintes
Art. 26: Prescreve em 24 meses a constatação conceitos:
fiscal de ausência do farmacêutico no 1. Droga: Substância ou matéria-prima que tenha
estabelecimento, através de auto de infração ou finalidade medicamentosa ou sanitária.
termo de visita, para efeito de instauração de 2. Drogaria: Estabelecimento de dispensação e
processo ético. comércio de drogas, medicamentos, insumos
Art. 27: Aplica-se o Código de Ética a todos os farmacêuticos e correlatos em suas
inscritos no CRF. embalagens originais;
Art. 28: O CFF, ouvidos os CRF e a categoria 3. Medicamentos: Produtos farmacêuticos
farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização tecnicamente obtidos ou elaborados, com
deste Código, quando necessário. finalidade profilática curativo, paliativa ou para
Art. 29: As condições omissas neste Código serão fins de diagnóstico;
decididas pelo CFF. 4. Órgão sanitário competente: Órgão de
fiscalização do MS, dos estados, do DF dos
territórios municipais;
5. Análise fiscal: Efetuada em droga,
medicamentos, insumos e correlatos,
destinados a comprovar a sua conformidade
com a fórmula que deu origem ao registro;
6. Estabelecimento: Unidade da empresa
destinada ao comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos;
7. Farmácia: Estabelecimento de manipulação
de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio
de drogas, medicamentos, insumos e
correlatos, compreendendo o de dispensação
de atendimento privativo de unidade hospitalar
ou de qualquer outra equivalente de
assistência médica;
8. Posto de medicamento e unidades volantes:
Estabelecimento destinado apenas à venda de
medicamentos industrializados em suas
embalagens originais e constantes da relação
elaborada pelo órgão sanitário federal,
publicado na imprensa oficial, para
atendimento a localidades desprovidas de
farmácia ou drogaria.

CAPÍTULO 2
Comercio farmacêutico
Art. 5: O comércio de drogas, medicamentos e de
insumos farmacêutico é privativo das empresas e
dos estabelecimentos definidos nesta lei.
§ 1º: O comércio de determinados correlatos,
exercido por estabelecimentos especializados,
poderá ser extensivo às farmácias e drogarias;
§ 2º: A venda de produtos dietéticos será
realizada nos estabelecimentos de
dispensação e, desde que não contenham
substâncias medicamentosas pelo comércio
fixo.
Art. 6: A dispensação de medicamentos é farmácia, oficial de farmácia ou outro, inscrito
privativa de: no CRF.
 Farmácias; Drogarias; Posto de saúde; e Art. 16: A responsabilidade técnica do
Dispensário de medicamentos. estabelecimento será comprovada por declaração
§ Único: Para atender exclusivamente seu usuário, de firma individual, pelos atos praticados durante o
os estabelecimentos hoteleiros e similares, período em que se deu assistência ao
poderão dispor de medicamentos anódis, que estabelecimento:
não dependam de receita médica, observada a § Único: O responsável técnico pelo
relação elaborada pelo órgão sanitário federal. estabelecimento rubricará os rótulos das
Art. 8º: Apenas poderão ser entregues à fórmulas aviadas e a receita correspondente
dispensação de drogas, medicamentos, insumos e para devolução ao cliente ou arquivo, quando
correlatos que obedecem aos padrões de for caso;
qualidade reconhecidos. Art. 17: Somente será permitido o funcionamento
da farmácia e drogarias sem assistência do
CAPÍTULO 3 técnico responsável pelos estatutos ou contrato
Farmácia homeopática social, ou pelo contrato de trabalho do profissional
Art. 9º: O comércio de medicamentos responsável:
homeopáticos à disposição desta lei, atendidos as § 1º: Cessada a assistência pelo termino do
suas peculiaridades; contrato social, o profissional responderá pelos
Art. 10: A farmácia homeopática só poderá atos praticados durante o período em que deu
manipular fórmulas oficinais e magistrais, assistência ao estabelecimento.
obedecidas à farmacotécnica homeopática; Art. 18: Somente será permitido o funcionamento
§ Único: A manipulação de medicamentos de farmácias e drogarias sem um farmacêutico, ou
homeopáticos não constantes da farmacopeia seu substituto, pelo prazo de 30 dias, período em
ou dos formulários homeopáticos dependendo que não será aviado fórmulas magistrais ou
de aprovação do órgão sanitário federal; oficinais nem vendidos medicamentos sujeitos a
Art. 11: O serviço nacional de fiscalização da regime de controle.
medicina e farmácia, baixa instruções sobre o Art. 19: É facultado à farmácia ou drogaria manter
receituário, utensílio, equipamento e relação de serviços de atendimento ao público para aplicação
estoque mínimo de produtos homeopáticos; de injeções a cargo de técnico habilitado,
Art. 12: É permitido nas farmácias homeopáticas observado a prescrição médica.
manter seções de vendas de correlatos e de § 2º: A farmácia poderá manter laboratórios das
medicamentos não homeopáticas quando análises clínicas, desde que em dependência
apresentados em suas embalagens originais; distintas e separadas, e sob a
Art. 13: Dependerá da receita médica a responsabilidade técnicas do farmacêutico
dispensação de medicamentos homeopáticos, bioquímico.
cuja concentração de substância ativa Art. 21: A cada farmacêutico será permitido
corresponde às doses máximas exercer a direção técnico de, no máximo, duas
farmacologicamente estabelecidas; farmácias, sendo um comercial e uma hospitalar.
Art. 14: Nas localidades desprovidas de posto de
medicamentos homeopáticos ou a dispensação CAPÍTULO 5
dos produtos em farmácias alopáticas. Licenciamento
Art. 21: O comércio de drogas, medicamentos e
CAPÍTULO 4 insumos será feito somente por empresa e
Assistência e responsabilidade técnica estabelecimentos licenciados pelo órgão sanitário
Art. 15: A farmácia e a drogaria terão, competente dos estados, DF e territórios.
obrigatoriamente, a assistência de técnico Art. 22: O pedido da licença será instruído com:
responsável, inscrito no CRF;  Prova de constituição da empresa;
§ 1º: A presença do técnico responsável será  Prova de relação contratual entre a
obrigatória durante todo o horário de empresa e seu responsável técnico,
funcionamento; quando for o caso;
§ 2º: O estabelecimento de que trata este art.  Prova de habilitação legal do responsável
poderá manter técnico responsável, substituto, técnico, expedido pelo conselho regional
para os casos de impedimentos ou ausência de farmácia.
do titular; Art. 23: são condições para a licença:
§ 3º: Em razão do interesse público,  Localização conveniente, sob aspecto
caracterizada a necessidade da existência de sanitário;
farmácia ou drogaria, e na falta do  Instalações independentes e equipamentos
farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização que satisfaçam aos requisitos técnicos
local licenciada, os estabelecimento sob- adequados à manipulação e comercialização
responsabilidade técnico de prática de pretendidas;
 Assistência de técnico responsável de que revalidações e baixas concedidas às empresas e
trata art. 15, e seus parágrafos, ressalvadas estabelecimento do art. 21.
as exceções previstas nesta lei;

§ Único: A legislação supletiva dos estados, do


DF e dos territórios poderá reduzir as exigências
sobre as instalações e equipamento. para o Art. 32: As licenças poderão ser suspensas,
licenciamento de estabelecimentos destinados à cassadas, ou canceladas no interesse da saúde
assistência farmacêutica no perímetro pública, mediante despacho fundamental da
suburbano e zona rural. autoridade competente, assegurado o direito de
Art. 24: A licença, para o funcionamento do defesa em processo administrativo, instaurado
estabelecimento, será expedida após verificação pelo órgão sanitário;
da observância das condições fixadas nesta lei e Art. 33: O estabelecimento de dispensação que
na legislação supletiva; deixar de funcionar por mais de 120 dias terá sua
Art. 25: A licença é validada pelo prazo de um ano licença cancelada;
e será revalidada por períodos iguais e Art. 34: Os estabelecimentos referidos nos itens
sucessivos; 10 e 11 do art. 4º desta lei poderão manter
§ Único: a revalidação da licença deverá ser recursos e filiais que, para efeito de licenciamento,
requerida nos primeiros 120 dias de todos os instalação e responsabilidade serão consideradas
exercícios; como autônomos.
Art. 26: A revalidação da licença será concedida
após a verificação do cumprimento das condições CAPÍTULO 6
sanitária exigida para o licenciamento do Receituário
estabelecimento, através de inspeção. Art. 35: Somente será aviada a receita:
§ Único: A revalidação de licença deverá ser 1. Que estiver escrita a tinta, em vernáculo por
requerida nos primeiros 120 dias de cada extenso e de modo legível, observado a
exercício. nomenclatura e o sistema de pesos e medidas
Art. 27: A transferência da propriedade e a oficiais;
alteração da razão social ou do nome do 2. Que conter o nome e o endereço residencial
estabelecimento não interrompe o prazo de do paciente, o modo de usar a medicação;
validade da licença, sendo obrigada a 3. Que conter a data e a assinatura do
comunicação das alterações referidas e profissional, endereço do consultório ou da
apresentação dos atos que comprovem, para residência e o número da inscrição no
averbação. respectivo conselho profissional.
Art. 28: A mudança do estabelecimento para o § Único: O controle de medicamento
local diverso do previsto no licenciamento entorpecente ou a estes equiparados e os
dependerá de licença prévia do órgão sanitário demais sob regime de controle de acordo
competente e do atendimento exigidos. com a sua classificação.
Art. 29: O posto de medicamentos que trata o item Art. 36: A receita de medicamentos magistrais e
13, do art. 4º terá as condições de licenciamento oficinais, preparados na farmácia, deverão ser
estabelecimento na legislação supletiva dos registradas em livro de receituário.
estados, do DF e dos territórios. § Único: O controle do estoque dos produtos
Art. 30: A fim de atender às necessidades e será feito mediante registro especial,
peculiaridades das regiões desprovidas de respeitada a legislação específica para os
farmácia, drogarias e postos, os órgãos sanitários entorpecentes e os a estes equiparados, e as
competentes poderão licenciar unidades volantes normas baixadas pelo serviço nacional de
para a dispensação de medicamento, constante fiscalização regional de farmácia.
de relação elaborada pelo serviço nacional de Art. 38:
fiscalização da medicina e farmácia; § Único: Alem dos rótulos que refere o art. a
§ 1º: A dispensação será realizada em meios de farmácia terá impressos com dizeres uso
transporte terrestre, marítimos, fluviais ou externo e interno, agite quando usar, uso
áreas, que tenham condições adequadas à veterinário e veneno.
guarda dos medicamentos; Art. 39: Os dizeres da receita serão transcritos no
§ 2º: A licença previa neste art. será concedida a rótulo aposto ao continente ou invólucro do
titulo provisório e cancelada tão logo se medicamento aviado, com data de sua
estabeleça uma farmácia na região. manipulação, número de ordem do registro de
Art. 31: Para controle estatístico o órgão sanitário receita, o nome do paciente e do profissional que
competente dos estados, DF e território enviara ao escreveu.
serviço nacional de fiscalização de medicina e § Único: O responsável técnico pelo
farmácia do MS anualmente, até 30 de janeiro das estabelecimento rubricará os rótulos das
fórmulas aviadas e a receita correspondente
para devolução ao cliente ou arquivo, quando § 2º: A mercadoria interditada não poderá ser
for o caso; dada para consumo sob pena de ser
Art. 40: A receita em código, para aviamento na apreendida;
farmácia privativa, somente poderá ser prescrita § 3º: Para análise será colhido amostra que
por profissional vinculado a unidade hospitalar; colocar enquanto involuções, lavrando a
Art. 41: Quando a dosagem do medicamento autoridade o auto de apreensão, em quatro
prescrito ultrapassar o limite farmacológico ou a vias, que será assinada pelo atuante e pelo
prescrição apresenta incompatibilidade, o responsável legal, na sua ausência ou recusa,
responsável técnico pelo estabelecimento por duas testemunhas;
solicitará confirmação expressa ao profissional § 4º: O número de amostras será limitada à
que a prescreveu; quantidade necessária e suficiente as
Art. 42: Na ausência do responsável técnico pela analises e exames;
farmácia ou de seu substituto, será vedado o § 5º: Dos quatro invólucros, invioláveis e
aviamento da formula que dependa de identificados no ato da apreensão, um ficará
manipulação no qual figure substância sob regime em poder do dono do produto, com a primeira
de controle sanitário especial; via do auto para recursos, outro será enviado
Art. 43: O registro do receituário e dos no prazo de 5 dias, ao laboratório oficial, com
medicamentos sob regime de controle sanitário a terceira via do auto de apreensão para
não poderão ter rasuras, emendas, ou analise fiscal e o quarto ficara em poder da
irregularidades que possam prejudicar a autoridade fiscalizadora, que será
verificação da sua autenticidade. responsável pela integridade e conservação
da amostra;
§ 6º: O laboratório terá o prazo de 30 dias,
CAPÍTULO 7 contados da data do recebimento da amostra,
Fiscalização para efetuar análise e os exames;
Art. 44: Cabe aos órgãos de fiscalização
§ 7º: Quando se trata da amostra de produtos
sanitária dos estados, DF e dos territórios a perecíveis em prazo inferior ao do § anterior,
fiscalização dos estabelecimentos de que trata a análise será feita de imediato;
esta lei, para verificação das condições de § 8º: O prazo previsto no § 6º poderá ser
licenciamento e funcionamento. prorrogado, até 15 dias, por razões técnicas
Art. 45: A fiscalização sanitária das drogas,
justificadas.
medicamentos, insumos farmacêuticos e Art. 48: Concluída a análise, o laboratório
correlatos será exercida nos estabelecimentos que
remeterá o laudo à autoridade fiscalizadora
os comerciem, pelos estados, DF e territórios,
competente, que procederá de acordo com a
através de seus órgãos competentes. conclusão do mesmo.
Art. 46: No caso de dúvida quanto aos rótulos,
§ 1º: Se o resultado da análise fiscal não
bulas e ao acondicionamento de drogas,
comprovar alteração do produto, este será
medicamentos, insumos farmacêuticos e
logo liberado;
correlatos, a fiscalização apreenderá duas
§ 2º: Comprovada a alteração, falsificação ou
unidades de produtos, das quais uma será
remetida para exame no órgão sanitário fraude, será lavrado, auto de infração e
competente, ficando a outra em poder do detentor notificado a empresa para inicio do processo;
§ 3º: O indiciado terá 10 dias, contados da
do produto, lavrando-se o termo de apreensão, em
duas vias, que será assinado pelo agente notificação para apresentar defesa escrita ou
fiscalizador e pelo responsável técnico. contesta o resultado da análise, na segunda
Art. 47: Para análise fiscal, à colheita de amostra hipótese, pericia da contraprova.
dos produtos dos materiais, nos estabelecimentos, § 4º: A notificação do indiciado será feito por
devendo a autoridade, como medida preventiva, funcionário lotado no órgão sanitário ou
caso suspeita ou fraude interditar o estoque mediante registro postal e, no caso de não
existente no local, até o prazo máximo de 60 dias, ser localizado ou encontrado, por meio de
no fim o estoque estará liberado, salvo se houver edital;
notificação contrária. § 5º: Decorrido o prazo do § 3º, sem que o
§ 1º: Nos casos de interdição de estoque, a notificado apresente defesa ao resultado da
autoridade lavrará o auto de interdição, que analise, o laudo será considerado definitivo e
assinará, com representante legal da proferido a decisão pela autoridade sanitária.
empresa, e na sua ausência ou recusa duas Art. 49: A pericia de contraprova será realizada no
testemunhas, especificando a natureza e laboratório oficial que expedir o laudo
demais características do produto interditado e condenatório, com a presença do perito que
o motivo da interdição; efetua ou a análise fiscal, do perito indicado pela
empresa e do indicado pelo órgão fiscalizador,
usando-se as amostras do invólucro em poder do
detentor.
§ 1º: A perícia de contra será iniciada até 15 LEI 9787/1999
dias após o recebimento da defesa Altera a lei nº 6360/1976 que dispõe sobre a
apresentada pelo indiciado, e concluída nos vigilância sanitária, estabelece o medicamento
15 dias subsequentes, salvo se condições genérico, dispõe sobre o uso de nomes genéricos
técnicas exigirem prazo maior. em produtos farmacêuticos e dá outras
§ 2º: Na data fixada para a perícia de providências.
contraprova, o perito indiciado apresentara o Art. 1º: a lei 6360 passa a vigorar com as
invólucro de amostra em seu poder; seguintes alterações:
§ 3º: A perícia de contraprova não será 1. Denominação comum brasileira (DCB):
realizado se houver indícios de alteração ou Denominação do fármaco ou principio ativo
violação dos invólucros, lavrando-se até recomentado pela OMS;
circunstanciada sobre o fato, assinado pelos 2. Medicamento similar: O que contém o
peritos; mesmo ou os mesmos PA´s, apresenta as
§ 4º: Na hipótese do § anterior, prevalecera, o mesmas concentrações, forma farmacêutica,
laudo de análise fiscal condenatório; via de administração ou diagnóstica, do
§ 5º: Aos peritos serão fornecidos todos os medicamento de referencia, podendo
informes precisos à realização da pericia de diferenciar somente o tamanho e forma do
contraprova; produto, prazo de validade, embalagem,
§ 6º: Aplicar-se a pericia de contraprova o rotulagem, excipiente e veículos, devendo
mesmo método de analise usado na analise sempre ser identificado por nome comercial
fiscal condenatório, podendo, ser adotado ou marca;
outro método de reconhecida eficácia se 3. Medicamento genérico: Medicamento
houver concordância dos peritos; similar a um grupo de referência ou inovador,
§ 7º: os peritos lavrarão termo e laudo do que pretende ser com este intercambiável,
ocorrido na pericia de contraprova, que ficarão produzidos após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de
arquivadas no laboratório oficial, remetendo
sua conclusão de órgão sanitário de exclusividade, comprovada a sua eficácia,
fiscalização. segurança e qualidade, designada pelo DCP
Art. 50: Confirmado pela pericia de contraprova o ou, na sua ausência, pela DCI;
4. Medicamento de referência: Produtos
resultado de análise fiscal combinatória, deverá a
autoridade ao proferir decisão, determinar a inovadores registrado no órgão federal
inutilização do material, objeto de fraude; responsável pela vigilância sanitária e
Art. 51: Em caso de divergência entre os peritos comercializado no país, cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas
quando ao resultado da analise ou discordância
entre os resultados dessa ultima com a pericia de junto ao órgão competente, por ocasião do
contraprova, caberá recurso da parte interessada registro;
5. Produto intercambiável: Equivalente
ou do perito responsável pela analise
condenatória à autoridade competente, devendo terapêutico de um medicamento de
esta determinar a realização de novo exame referência, comprovados, os mesmos efeitos
pericial sobre a amostra em poder do laboratório de eficácia e segurança;
6. Bioequivalencia: Consiste na demonstração
oficial do controle:
§ 1º: O recurso de que trata este art. deverá ser de equivalência farmacêutica entre produtos
apresentados sob a forma farmacêutica
interposto sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
qualitativa e quantitativa de PA´s e que
contados da data da conclusão da pericia de
tenham comparável biodisponibilidade,
contraprova.
quando estudados sob um mesmo desenho
§ 2º: A autoridade que recebe o recurso deverá
experimental;
decidir sobre o mesmo no prazo de 10 dias, 7. Biodisponibilidade: Indica a velocidade e a
contados da data do seu recebimento; extensão de absorção de um PA numa forma
§ 3º: Esgotado o prazo de § 2, sem decisão do de dosagem, a partir de sua curva de
recurso, prevalecerá o resultado da pericia de concentração/tempo na circulação sistêmica
contraprova. ou sua excreção na urina;
Art. 52: Configurada infração por inobservância de Art. 57:
preceitos ético-profissionais, o órgão fiscalizador § Único: Os medicamentos que ostentam nome
comunicará o fato ao CRF da jurisdição;
comercial ou marca ostentaram também, com
Art. 53: Não poderá ter exercício nos órgãos de
o mesmo destaque e de forma legível, nas
fiscalização sanitário o servidor público que for peças referidas no caput deste art. na sua
sócio ou acionista de qualquer categoria, ou que
falta, o DCI em letras e caracteres cujo
prestar serviço à empresa.
tamanho não será inferior a um meio do
tamanho das letras e caracteres do nome
comercial ou marca;
Art. 2º: O órgão federal responsável pela
vigilância sanitária regulamentará, em até 90 dias:
1. Os critérios e condições para o registro e o
controle de qualidade dos medicamentos
genéricos;
2. Os critérios para provas de biodisponibilidade
de produtos farmacêuticos em geral;
3. Os critérios para a aferição de equivalência de
medicamentos genéricos, para caracterização
de sua intercambialidade;
4. Os critérios para dispensação de
medicamentos genéricos nos serviços
farmacêuticos governamentais e privados,
respeitados a decisão expressa de não
intercambialidade do profissional prescritor.
de instituição, serviços e ações, responsáveis pela
garantia do acesso aos cuidados e atenção a
saúde. Os termos que compõem a expressão SUS
espelham positivamente criticas a organização
pretérita de assistência médica hospitalar
brasileira.
a. Sistema: Conjunto de ações e instituições,
que de forma ordenada comum, perspectiva
de ruptura com os esquemas assistenciais
direcionadas a segmentos populacionais
específico, que recortada segundo critérios
socioeconômicos, quer definidos a partir de
fundamentos nosológicos;
b. Único: Referido à unificação de dois sistemas:
o previdenciário e o ministério da saúde e
secretarias estaduais e municipais de saúde,
consubstancia da incorporação do INSTITUTO
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA
PROVIDENCIA SOCIAL (INAMPS) pelo
ministério da saúde e na universalização do
acesso a toda as ações e cuidados da rede
assistencial pública e privada contratada e ao
comando único em cada esfera de governo;
c. Saúde: Compreendida como resultante e
condicionante de condições de vida, trabalho e
acesso a bens e serviços e, portanto,
componentes essenciais da cidadania e
democracia e não apenas como ausência de
doença e objeto de intervenção da medicina.

Ex.: 1: Estão incluídos no campo de atuação do


SUS, EXCETO.
a. Incorreta: a participação na formulação da
politica reduzindo a execução de ações
saneamento básico;
b. A formulação e execução da politica de
sangue e seus derivados;
c. A fiscalização e a inspeção de alimentos, água
e bebidas para consumo humano;

d. A formulação da politica de medicamento,


SUS equipamentos, imunobiológicos e outros
É uma nova formulação política e organizacional insumos para a saúde e a participação na sua
para o reordenamentos dos serviços de saúde produção;
estabelecido pela CF de 1988. O SUS é um e. O incremento, em sua área de atuação, do
sistema único porque segue a mesma doutrina e desenvolvimento científico e tecnológico.
os mesmos princípios organizativos em todo o
território nacional, sob-responsabilidade das três DOUTRINAS
esferas autônomas do governo FEDERAL, Baseada na constituição, a construção do SUS se
ESTADUAL e MUNICIPAL. O SUS não é um norteia pelos seguintes princípios doutrinários:
instituto nem um serviço, mas sim um sistema que 1. UNIVERSALIDADE: É a garantia da atenção à
significa um conjunto de unidades, de serviços e saúde por parte do sistema, a todo e qualquer
ações que se integram para um fim comum. Esses cidadão. Com a universalidade, o individuo
elementos referem-se, às atividades de proteção, passa a ter direito de acesso a todos os
promoção e recuperação da saúde. serviços públicos de saúde, assim como os
A expressão SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE contratados pelo poder público. Saúde é direito
(SUS) alude em termos conceituais ao formato e de cidadania e dever do governo municipal,
aos processos jurídico-institucionais e estadual e federal; A universalidade é um
administrativo compatíveis com a universalização principio finalístico, ou seja, é um ideal a ser
do direito à saúde em termos pragmáticos à rede alcançado, indicando uma das características
do sistema que se pretende construir e um o conjunto de ações de promoção da saúde,
caminho para sua construção. Para que o SUS prevenção de risco e agravos, assistência e
venha a ser universal, é preciso desencadear recuperação.
um processo de universalização; ou seja, um
processo de extensão de cobertura dos Ex.: 1: A universalidade, a integralidade, a
serviços, de modo que venha, paulatinamente, equidade, a hierarquização, a regionalização e a
a se tornar acessíveis a toda a população; participação popular estão no contexto dialético e
para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, legal da confirmação do SUS. Com relação ao
econômicas, culturais e sociais que principio da equidade, é CORRETO afirmar que
interponham entre a população e os serviços. consiste em:
A primeira delas, a barreira jurídica, foi a. Oferecer atendimento indistinto a todos os
eliminada com a CF de 1988, na medida em usuários, quanto às questões curativas;
que essa universalizou o direito à saúde e, b. Correta: Tratar desiguais de maneira desigual,
com isso, eliminou a necessidade do usuário para que todas as necessidades de saúde
do sistema público colocar-se como sejam atendidas da melhor forma e de acordo
trabalhador ou como indigentes situações que com as diferenças e vulnerabilidade especifica;
condicionavam o acesso aos serviços públicos c. Atender todos os indivíduos igualmente
antes do SUS. privilegiando as questões curativas e de
2. EQÜIDADE: É assegurar ações e serviços de acordo com as prioridades definidas pelo
todos os níveis de acordo com a complexidade controle social;
que cada caso requeira, more o cidadão onde d. Realizar atendimento crescente de níveis de
morar, sem privilegio e sem barreiras. Todo atenção primario para os de maior
cidadão é igual perante o SUS e será atendido complexidade;
conforme suas necessidades até o limite de e. Garantir acesso integral às ações e aos
que o sistema puder oferecer para todos; A serviços de saúde.
equidade é mais um dos princípios finalísticos  Resposta B: Segundo o principio da
do SUS e, atualmente, o tema central em equidade, regiões com condições piores de
todos os debates sobre as reformas dos saúde requerem mais investimentos do que
sistemas de saúde no mundo ocidental. A aquelas mais estruturadas; pessoas mais
noção de equidade diz respeito à necessidade carentes merecem ser tratadas com
de tratar desigualmente os desiguais, de modo prioridades no SUS; usuário de saúde mais
a alcançar a igualdade entre as pessoas e os graves devem ser atendidos mais
grupos sociais e o reconhecimento de que rapidamente que aqueles com situações
muitas dessas desigualdades são injustas e clínicas mais leves etc.
devem ser separados da saúde, as
desigualdades sociais apresentam como
desigualdade diante de adoecer e do morrer,
reconhecendo-se a possibilidade de redução
dessas desigualdades de modo a garantir
condições de vida e saúde mais iguais a todos. Ex.: 2: De acordo com o principio da
3. INTEGRALIDADE: É o reconhecimento na integralidade, a atenção à saúde deve levar em
prática dos serviços de que: consideração.
 Cada pessoa é um todo indivisível e a. As necessidades específicas de pessoas ou
integrante de uma comunidade; grupo de pessoas, ainda que minoritários em
 As ações de promoção, proteção e relação ao total da população;
recuperação da saúde formam também um b. As necessidades básicas da população como
todo indivisível e não podem ser em todo, sob a perspectiva do ganho de
compartimentalizadas; escala e de ações globais;
 As unidades protetoras de serviços, com seus c. Os povos indígenas e as suas peculiaridades,
vários graus de complexidade, formam um usando prioritariamente os medicamentos
todo indivisível configurando um sistema artesanais por eles fabricados nas populações
capaz de prestar assistência integral. rurais;
A integralidade diz respeito ao leque de ações d. Correta: O ser humano como um todo e,
possíveis para promoções da saúde, prevenção portanto, tratar de todos os aspectos físicos e
de riscos e agravos, e assistência, a doentes, psicológicos do individuo;
implicado a sistematização do conjunto de práticas e. O uso de alimentação integral com base em
que vem sendo desenvolvidos para o alimentos que não tiveram a respectiva
enfrentamento dos problemas e o atendimento estrutura modificada no processo de
das necessidades da saúde. A integralidade é um industrialização.
atributo do modelo de atenção entendendo-se que  Resposta D: De acordo com o principio da
um modelo de atenção integral à saúde contempla integralidade, a atenção à saúde deve levar
em consideração o ser humano como um de complexidade tecnológica crescente,
todo e, portanto, tratar de todos os aspectos dispostos numa área geográfica delimitada e
físicos e psicológicos do individuo. com definição da população a ser atendida.
Isto implica na capacidade dos serviços em
Ex.: 3: Uma senhora, atualmente com 62 anos de oferecer a uma determinada população todas
idade, lembra-se do tempo em que o atendimento as modalidades de assistência, bem como o
médico era restrito aos trabalhadores com carteira acesso a todo tipo de tecnologia disponível,
de trabalho assinada, destacando que ainda havia possibilitando um ótimo grau de resolubilidade.
restrições de acesso para eles a algumas O acesso da população à rede deve se dar
necessidade de atendimento com base nessa através dos serviços de nível primário de
situação hipotética, assinale a alternativa que atenção, que devem estar qualificadas para
indica os princípios do SUS, que respectivamente, atender e resolver os principais problemas que
procuram resolver os problemas apontados por demandam os serviços de saúde. Os demais
essa senhora. deverão ser referenciados para os serviços de
a. Integralidade e participação; maior complexidade tecnológica. A rede de
b. Hierarquização e integralidade; serviços, organizada de forma hierarquizada e
c. Participação popular e universalidade; regionalizada, permite um conhecimento maior
d. Equidade e universalidade; dos problemas de saúde da população da área
e. Correta: Universalidade e integralidade. delimitada, favorecendo ações de vigilância
 Resposta E: de acordo com o principio da epidemiológica, sanitária, controle de vetores,
universalidade, a saúde deve ser acessível educação em saúde, além das ações de
a todos, sem restrições. A integralidade está atenção ambulatorial e hospitalar em todos os
relacionada com a garantia de atendimento níveis de complexidade.
de todas as necessidades de saúde em todos a. REGIONALIZAÇÃO: Implica a delimitação
os níveis de complexidade do SUS. de uma base territorial para o sistema de
saúde, que leva em conta a divisão politico-
Ex.: 4: administrativa do país, mas também
contempla a delimitação de espaço territorial
Uma das preocupações dos cidadão e dos profissionais de específica para organização das ações de
saúde do SUS não ser adequada, em função de a capacidade saúde, subdivisões ou agregações de espaço
de articulação entre os gestores de saúde ainda ser
incipiente. Além disso, não se prioriza quem mais precisa de politico-administrativo;
atendimento considerando a maior vulnerab ilidade social,
dado que todos têm acesso aos serviços de saúde.

Com base na situação hipotética apresentada,


assinale a alternativa que indica, respectivamente,
os princípios do SUS que buscam atender
realidades como as mencionadas nesse caso.
b. HIERARQUIZAÇÃO: Diz respeito à
a. Universalização e hierarquização; possibilidade de organização das unidades
b. Participação popular e universalidade; segundo grau de complexidade tecnológica
c. Correta: Regionalização e equidade; dos serviços; isto é, o estabelecimento de uma
d. Equidade e hierarquização; rede que articula as unidades mais simples às
e. Universalidade e equidade. unidades mais complexas, por meio de um
 Resposta C: O processo de regionalização SISTEMA DE REFERENCIA (SR) e CONTRA
é construído com o objetivo de oferecer, num REFERÊNCIA (CR) de usuário e de
determinado território, com o objetivo de informações. O processo de estabelecimento
garantir a efetivação do principio da de redes hierarquizadas pode implicar o
integralidade. O principio da equidade, estabelecimento de vínculos específicos entre
regiões com condições piores de saúde as unidades que prestam serviços de
requerem mais investimentos do que aquelas determinada natureza, como, exemplo, a rede
mais estruturadas. Pessoas mais carentes de atendimento a urgência/emergência, ou a
merecem ser tratadas com prioridades no rede de atenção à saúde mental.
SUS; usuário de saúde com situações clinica
mais graves devem ser atendidos mais 2. RESOLUBILIDADE: É a exigência de que,
rapidamente que aqueles com situações quando um indivíduo busca o atendimento ou
clinicas mais leves etc. quando surge um problema de impacto
coletivo sobre a saúde, o serviço
PRINCÍPIOS correspondente esteja capacitado para
1. REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO: enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua
Os serviços devem ser organizados em níveis competência.
3. DESCENTRALIZAÇÃO: É entendida como a. Celebração de contrato, conforme as normas
uma redistribuição das responsabilidades, de direito publico, ou seja, o interesse público
quanto às ações e serviços de saúde entre os prevalecerá sobre o particular;
vários níveis de governo, a partir da ideia de b. A instituição privada deverá estar de acordo
que quanto mais perto do fato a decisão for com os princípios básicos e normas técnicas
tomada, mais chance haverá de acerto. A do SUS. Prevalecem assim, os princípios da
descentralização da gestão do sistema implica universalidade, eqüidade, etc. como se o
a transferência de poder de decisão sobre a serviço privado fosse público, uma vez que,
política de saúde do nível FEDERAL (MS) quando contratado, atua em nome deste;
para os ESTADOS (SES) e MUNICÍPIOS c. A integração dos serviços privados deverá se
(SMS). Esta transferência ocorre a partir da dar na mesma lógica organizativa do SUS,
redefinição das funções e responsabilidades em termos de posição definida na rede
de cada nível do governo com relação à regionalizada e hierarquizada dos serviços.
condução politica administrativo do sistema de Dessa forma, em cada região deverá estar
saúde em seu respectivo território, com a estabelecido, considerando-se os serviços
transferência de recursos financeiros, públicos e privados contratados, o que vai
humanos e materiais para o controle das fazer, em que nível e em que lugar.
instancias governamentais correspondentes. Dentre os serviços privados, devem ter
Assim: preferência os serviços não lucrativos, conforme
 O que é de abrangência de um município determine a CF. Por isso, tornando-se
deve ser de responsabilidade do governo do fundamental o estabelecimento de normas e
município; procedimentos a serem cumpridos pelos
 O que é de abrangência do estado ou de uma conveniados e contratados, os quais devem
região estadual deve estar sob constar em anexo dos convênios e contratos.
responsabilidade do governo estadual;
 O que for de abrangência nacional será de Ex.: 1: As ações e serviços públicos de saúde e
responsabilidade federal. os serviços privados contratados ou conveniados
Deverá haver uma profunda redefinição das que integram o SUS são desenvolvidos
atribuições dos vários níveis de governo, com obedecendo alguns princípios. Dentre eles, é
um nítido reforço do poder municipal sobre a CORRETO citar a.
saúde, é o que se chama MUNICIPALIZAÇÃO a. Centralização politica-administrativa, com
DA SAÚDE. Aos municípios cabe, a direção única em cada esfera de governo;
responsabilidade na promoção das ações de b. Uso da epidemiologia para o estabelecimento
saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos. de execução de recursos e orientação
programática;
c. Igualdade da assistência à saúde, com
privilégios de casos superiores;
4. PARTICIPAÇÃO DO CIDADÃO: Garantia d. Correto: Universalidade de acesso aos
constitucional de que a população, através de serviços de saúde em todos os níveis de
suas entidades representativas, participará do assistência;
processo de formulação das políticas de saúde e. Organização dos entes públicos para
e do controle da sua execução, em todos os promover a duplicidade de meios para fins
níveis, desde o federal até o local. Essa idênticos.
participação deve se darem nos conselhos de
saúde, com representações paritárias de Ex.: 2: Regionalização e hierarquização são as
usuários, governo, profissionais de saúde e bases para:
prestadores de serviço. Outra forma de a. Humanização do SUS;
participação são conferências de saúde b. Centralização do SUS;
periódicas, para definir prioridades e linhas de c. Correta: organização do SUS;
ação sobre a saúde. d. Segmentação do SUS;
Deve ser considerado elemento do processo e. Validação do SUS.
participativo o dever das instituições oferecer as
informações e conhecimentos necessários para Ex.: 3: São princípios e diretrizes do SUS,
que a população se posicione sobre as questões EXCETO.
que dizem respeito à sua saúde. a. Universalidade;
b. Equidade;
5. COMPLEMENTARIDADE DO SETOR c. Integralidade;
PRIVADO: A CF definiu, que quando, por d. Incorreta: Gratuidade;
insuficiência do setor público, for preciso a e. Regionalização.
contratação de serviços privados, isso deve se
dar por três condições: Ex.: 4: Ao afirmar que temos um sistema de
saúde hierarquizado diz que ele é organizado por.
a. Níveis diferentes de gestão; avaliar o programa das ações de saúde em função
b. Áreas geográficas distintas; da problemática da população do seu município.
c. Correta: Níveis de complexidade tecnológicos; O SECRETÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE, como
d. Critérios de vigilância em saúde. gestor estadual, é responsável pela coordenação
das ações de saúde do seu estado. Seu plano
Ex.: 5: Considerando a necessidade de diretor será a consolidação das necessidades
classificação de risco para organização do propostas de cada município, através de planos
atendimento às urgências, estamos respeitando o municipais, ajustados entre si, ao desenvolvimento
principio do SUS de. das ações. Assim, cabe aos estados, planejar e
a. Intersetorialidade; controlar o SUS em nível de responsabilidade e
b. Integralidade; executar apenas as ações de saúde que os
c. Correta: equidade; municípios não forem capazes ou não lhes cabe
d. Universalidade; executar.
e. Descentralização. O NÍVEL FEDERAL, o gestor é o ministério da
saúde, e sua missão é liderar o conjunto de ações
GESTORES de promoção, proteção e recuperação da saúde
Os gestores são as entidades encarregadas de identificando riscos e necessidades nas diferentes
fazer com que o SUS seja implantado e funcione regiões, para a melhoria da qualidade de vida do
dentro das diretrizes doutrinárias da lógica povo, contribuindo para o seu desenvolvimento.
organizacional, e seja operacionalizado dentro dos Ele é responsável pela formulação, coordenação e
princípios do SUS haverá gestores nas três controle da política nacional da saúde. Tem
esferas do governo municipal, estadual e federal. importantes funções no planejamento,
Os gestores do SUS são representantes de cada financiamento, cooperação técnica e controle do
esfera do governo designados para o SUS.
desenvolvimento das funções do executivo na Em cada esfera do governo, o gestor deverá se
saúde: articular com os demais setores da sociedade que
1. Âmbito nacional (MINISTÉRIO DA SAÚDE); tem interferência direta ou indireta na área da
2. Âmbito estadual (SECRETÁRIO DE saúde, fomentando sua integração e participação
ESTADOS DE SAÚDE); no processo.
3. Âmbito municipal (SECRETÁRIO
MUNICIPAL DE SAÚDE). Ex.: 1: São serviços de competência da direção
municipal do SUS, EXCETO.
a. Vigilância epidemiológica;
b. Incorreta: Previdência;
c. Vigilância sanitária;
d. Saneamento básico.
A atuação dos gestores do SUS efetiva-se por
meio de exercício das funções gestores na saúde. Ex.: 2: A respeito da organização da direção e da
As funções gestora podem ser definidas como um gestão do SUS, Assinale a alternativa CORRETA.
conjunto de saberes e práticas de gestão a. Correta: Os municípios poderão constituir
necessários para a implementação de politicas na consórcios para desenvolver em conjunto as
área da saúde. ações e serviços de saúde que lhes
Nos municípios os gestores são as secretarias correspondam;
municipais de saúde ou as prefeituras, sendo b. No nível municipal, o SUS, poderá organizar-
responsáveis pelas mesmas, às respectivas se em distrito de forma a integrar e articular
secretarias municipais e prefeitos. Nos estados, recursos, técnicas e práticas para a cobertura
os gestores são as secretarias estaduais de saúde aproximadamente 50% das ações em saúde,
e no nível federal o ministério da saúde. deixando o restante para a iniciativa privada;
A responsabilidade sobre as ações e serviços de c. A articulação das politicas e programas, a
saúde em cada esfera de governo, é do titular da cargo das comissões intersetoriais,
secretaria respectiva, e do ministério da saúde no abrangerão somente as atividades de
federal. vigilância sanitária e saúde do trabalhador;
No NÍVEL MUNICIPAL, cabe aos gestores d. A atuação das comissões bipartite e tripartite
programar, executar e avaliar as ações da terá por objetivo decidir sobre os aspectos
promoção, proteção e recuperação da saúde. Isto financeiros e administrativos responsabilização
significa que o município deve ser o primeiro e o de outras comissões.
maior responsável pelas ações de saúde para a
sua população. Como os serviços devem ser Ex.: 3: Está INCORRETO afirmar que são
oferecidos em quantidade e qualidade adequadas atribuições comuns da união, dos estados, do DF
às necessidades da saúde da população, não há e dos municípios, no âmbito administrativo do
ninguém melhor que os gestores municipais para SUS:
a. A administração dos recursos orçamentários e competência para cuidar da saúde foi definida
financeiros destinados em cada ano, à saúde; como comum dos entes da federação. O art. 23, 2,
b. A elaboração das normas técnicas da constituição, prevê que união, estados, DF e
estabelecimentos de padrões de qualidade municípios são responsáveis solitários pela saúde
para a promoção da saúde do trabalhador; junto ao individuo e à coletividade. Para sua
c. Incorreta: a restrição de pesquisa e estudos efetiva concretização, a forma de seu
na área da saúde as instituição internacionais; financiamento passa a ser questão vital,
d. A implementação do sistema nacional de especialmente aos municípios.
sangue, componentes derivados.
Financiamento
Ex.: 4: A direção estadual do SUS cabe coordenar Um dos pontos basilares do SUS é sua
e em caráter complementar, executar ações descentralização, por entender-se que, com essa,
ambiental permanente. aspectos regionais de cada região, num país
a. Vigilância epidemiológica e ambiental marcado pela heterogeneidade, seriam
permanente; preservados. Nesse aspecto, a importância da
b. Ação comunitária e de alimentação e nutrição; municipalização do financiamento e uma
c. Construção de moradias populares de saúde consequente diminuição centralizada tornam-se
do trabalhador; relevantes. O financiamento do SUS é previsto no
d. Correta: vigilância sanitária e de saúde do § 1º do art. 198 da CF, que estabeleceu que será
trabalhador; viabilizado por meio de recursos do orçamento da
e. Mobilização e serviços de vigilância ambiental seguridade social, da união, dos estado, do DF e
permanente. dos municípios, bem como de outras fontes. O art.
55 do ADCT dispõe que até que seja aprovada a
lei de diretrizes orçamentaria de 30%, no mínimo,
do orçamento da seguridade social, excluído o
seguro-desemprego, serão destinados ao setor de
saúde. O rateio dos recursos dos estados
transferidos aos municípios seguirá, por sua vez, o
critério de necessidade de saúde da população e
levará em considerações às dimensões
epidemiológica, demográfica, socioeconômica e
especial a capacidade de oferta de ações e de
serviços de saúde, observada a necessidade de
reduzir as desigualdades regionais (art. 19).

Ex.: 1: Quanto à seguridade social, assinale a


CONSIDERAÇÕES GERAIS alternativa CORRETA.
Nos termos do texto constitucional, as ações e a. A saúde é direito de todos e dever do estado,
serviços públicos de saúde integram uma rede garantido mediante politica sociais e
regionalizada e hierarquizada e constituem um econômicas, com acesso preferencial aos
sistema único, organizado de forma mais pobres;
descentralizada, com direção em cada esfera de b. As ações e serviços públicos de saúde
governo, voltado ao atendimento integral, com integram uma rede centralizada e constitui um
prioridade para atividade preventiva, sem sistema único;
prejuízos dos serviços essenciais, assegurando-se c. Correta: A união aplicará anualmente, em
a participação da comunidade (art. 198). No art. ações e serviços públicos de saúde, valor não
200: Vê-se, assim, que, além de determinar a inferior a 15% das receitas correntes líquido do
instituições de um sistema único e integrado de respectivo exercício financeiro;
saúde, o constituinte definiu, de forma ampla, as d. As ações e serviços públicos de saúde não
suas atribuições. No plano infraconstitucional, o contarão com a participação da comunidade;
modelo esta disciplinado pelas leis federais nº e. A assistência à saúde é exclusiva do poder
8.142 e 8.080/90. Ao criar o SUS, o constituinte público.
originário rompeu com a tradição até então  Resposta C: Somente no ano de 2015, com
existente e adotou uma rede regionalizada e a inclusão da EC 86 ficou definido que a
hierarquizada, segundo o critério da união deveria aplicar não menos do que 15%
subsidiariedade, como forma de melhor de sua receita corrente líquida para fins
concretizar esse direito social. Sua concepção funcionamento e qualificação do SUS.
decorreu em parte da evolução do sistema que
antes era instituída em nível ordinário, com o Ex.: 2: A respeito do financiamento da seguridade
sistema nacional de saúde, criado pela lei nº social, de acordo com as disposições contidas na
6.229/75 e o sistema unificado e descentralizado CF, assinale a alternativa CORRETA.
de saúde. Pelo caráter regionalizado do SUS, a
a. A seguridade social será financiada apenas
pelas contribuições sociais;
b. Sobre a receita de concursos de prognósticos
não incide a contribuição social.
c. Incidirá contribuição social sobre a
aposentadoria e a pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social.
d. Em relação ao empregado, à empresa e à
entidade a ela equiparada na forma da lei,
haverá incidência da contribuição social sobre
a receita e faturamento, mas não sobre o
lucro;
e. Correto: Um dos contribuintes da contribuição
social é o importador de bens ou serviços do
exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
 Resposta E: Uma questão que requer
conhecimento do art. 195 da CF de 88.
Vamos ao texto do art. em questão:
“Art. 195. A seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, DF e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
1. Do empregador, da empresa e da entidade a
ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre:
a. A folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b. A receita ou o faturamento;
c. O lucro;

2. Do trabalhador e dos demais segurados da


previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas
pelo regime geral de previdência social de que
trata o art. 201;
3. Sobre a receita de concursos de prognósticos.
4. Do importador de bens ou serviços do
exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

Direito à saúde e setor privado


Ainda que seja um sistema público, a rede
privada de saúde pode igualmente integrar o SUS,
por meio de contratação ou convenio firmado
como as instituições privadas acabam por formar
uma rede regional, para melhor adequação as
particularidade locais, concretizado, com isso,
diretrizes da própria OMS, e observando um
conjunto de princípios que regem o sistema,
integralidade, igualdade e participação da
comunidade.

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