CONHECIMENTO ESPECIFICO (São Vicente)
CONHECIMENTO ESPECIFICO (São Vicente)
CONHECIMENTO ESPECIFICO (São Vicente)
A modalidade 2 reduz erros e perdas, Figura 9: M odelo de distribuição por dose unitária.
propiciando facilidade para a instalação de
controle da dispensação, ou seja, a revisão de Armazenamento
todas as prescrição atendidas para verificar erros É a etapa do ciclo da AF que visa garantir a
de dispensação e propicia a verificação da qualidade e a guarda segura dos medicamentos
interações e aumento da capacidade de controle nas organizações da área da saúde. Constitui-se
de estoques tanto m nível de farmácia hospitalar, como um conjunto de procedimentos que
como das unidades de internação. envolvem o recebimento a estocagem, guarda
A união desses sistemas é chamada sistema segurança contra danos físicos, furtos ou roubos,
combinada de distribuição de medicamentos, a conservação, o controle de estoque e a entrega.
em que, para as unidades de internação, o O armazenamento deve levar e consideração a
sistema de distribuição é por prescrição similaridade dos itens, a rotatividade, o volume e o
individualizada, e para as áreas fechadas como peso dos produtos, bem como a ordem de entrada
centro cirúrgico ambulatorial, o sistema é coletivo e saída.
ou de estoque por unidade assistencial. O armazenamento tem como objetivo básico
Dose unitária: Os elementos que distinguem garantir a conservação dos medicamentos,
o sistema de distribuição por dose unitária das germicidas, correlatos e outros materiais
tradicionais são medicamentos contidos em adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas
doses unitárias, dispostos conforme o horário específicas que assegurem a manutenção das
de administração e prontos a serem características e qualidade necessárias à correta
administrados segundo a prescrição médica, utilização.
individualizados e identificados para cada Todos os produtos são armazenados
paciente. É o sistema que permite maior obedecendo às condições técnicas ideais de luz,
contato do farmacêutico com a prescrição e temperatura e umidade numa central de
com toda equipe multiprofissional e, também, abastecimento farmacêutico.
pelo controle que proporciona a farmácia, no Os produtos devem ser dispostos de forma a
que se refere ao uso de medicamentos. Neste garantir inviolabilidade, características físico-
sistema ocorre o melhor controle e químicas, observação dos prazos de validade,
racionalização no uso de medicamentos com a manutenção da qualidade dos produtos.
através da monitorização terapêutica. Para Uma boa armazenagem e fator de suma
esta implantação, é preciso, um investimento importância em todo processo da assistência
financeiro em infraestrutura e equipamentos de farmacêutica hospitalar, gerando redução de
acordo com as legislações específicas, além custos, a manutenção do tratamento ao paciente e
de uma adequação do quadro de uma organização nas varias atividades da
colaboradores da farmácia atendendo as farmácia.
necessidades das atividades a serem
implantadas. Uma das áreas necessária para a Condições de armazenamento
efetivação desse sistema é a farmacotécnica Estrutura física: o armazenamento de
de medicamentos orais e de injetáveis, pois os medicamentos, produtos farmacêuticos e
medicamentos são dispensados após o dispositivos médicos devem ser feito de modo
preparo para administração. O preparo de a garantir as condições necessárias de
doses unitárias e unitarização de doses de espaço, luz, temperatura, umidade e
medicamentos de formas farmacêutica. segurança dos medicamentos, produtos
Contribui para a redução de procedimentos farmacêuticos e dispositivos médicos.
definidos e registro. Deve existir plano de Medicamentos sujeitos a controle especial:
prevenção de trocas ou misturas de Recomenda-se que haja uma sala reservada
para o armazenamento destes medicamentos
e, neste caso, a esma deve atender as Cut-off (data de corte) para documentação e
especificações sobre a ventilação, movimentação de materiais a serem
temperatura, condições de luminosidade e inventariados.
umidade.
Medicamentos termolábeis: Devem ser Dispensação
armazenados em equipamentos apropriados Conforme a lei 5991/73, que rege o controle
para a conservação a frio (câmara fria ou sanitário do comércio de drogas, medicamentos,
refrigerador). A escolha de qual deles será insumos farmacêuticos e correlatos, no Brasil,
usada depende do volume de medicamentos
que precisam ser armazenados. Dispensação é o ato de fornecimento ao consumidor de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos, a título remunerado ou não.
Estocagem
A estocagem de medicamentos deve ocorrer de Esta lei exige a presença do farmacêutico ou
forma a garantir a segurança e as características substituto, sem, contudo, garantir a assistência
de qualidades dos medicamentos estocados, para efetiva deste profissional no ato de dispensar e
realizar o armazenamento, de modo que se nas outras atividades realizadas pelas farmácias e
atentam as boas práticas, são necessários drogarias, deixando transparecer apenas o
conhecimentos técnicos sobre os produtos a aspecto comercial do ato, com interesse principal
armazenar e sobre gestão de estoques. Para a centrado no lucro.
correta estocagem dos medicamentos, A PNM regulamenta através da portaria 3926/98,
acompanha as orientações a seguir: definiu a dispensação como o ato do profissional
Observe os medicamentos que exigem farmacêutico de proporcionar um ou mais
cuidados especiais de armazenamento, como medicamentos a um paciente, geralmente como
termolábeis e psicotrópicos; resposta à apresentação de uma receita
Estoque os medicamentos por nome genérico, elaborada por um profissional autorizado. Neste
lote e validade de forma a partir fácil ato o farmacêutico informa e orienta o paciente
identificação. sobre o uso adequado do medicamento. São
Não arraste caixas, nem arraste ou coloque elementos importantes da orientação, entre
muito peso sobre elas; outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a
Os medicamentos devem ser conservados nas influência dos alimentos, a interação com outros
embalagens originais. Ao serem retiradas das medicamentos, o reconhecimento de reações
caixas, as embalagens devem ser adversas potenciais e as condições de
identificadas. conservação dos produtos. Nesse conceito, o
aspecto comercial da atividade é excluído, dando-
Inventário físico
lhe um caráter profissional na medida em que
Toda movimentação de estoque deve ser deixa claro que o farmacêutico é responsável não
registrada por documentação adequada, visando à só pelo fornecimento do medicamento, como
prescrição de controle. Periodicamente, a também pela orientação para o seu uso
empresa deve efetuar contagens físicas de seus adequado. Além disso, insere a atividade num
itens de estoques para verificar: grupo multiprofissional de assistência à saúde,
Discrepância em valor, entre estoque físico e mais especificamente a assistência farmacêutica.
o estoque contábil; Com a criação da ANVISA em 1999, surgiu outras
Discrepância entre os registros e o estoque normas sanitárias complementares à legislação
físico (quantidade real nas prateleiras); federal relativas aos estabelecimentos
Apuração do valor total do estoque (contábil), farmacêuticos para colocar em pratica a PNM. A
para efeitos de balança; neste caso, o resolução 328/99, dispõe sobre requisitos
inventário é realizado próximo ao exigidos para a dispensação de produtos de
encerramento do ano fiscal. interesse à saúde em farmácias e drogaria entre
Fazem parte da preparação e do planejamento outras coisas, institui o regulamento técnico sobre
para o inventario: as boas práticas de dispensação de
Folhas de convocação e serviços, definido: medicamentos em farmácias e drogarias. Como
convocados, datas, horários e locais de podemos ver as atribuições do farmacêutico, ao
trabalho; dispensar medicamentos, tomaram uma dimensão
Fornecimento de meios de registro de muito maior, hoje a dispensação não significa
qualidade e quantidade adequada para uma apenas entregar o medicamento prescrito ou
correta contagem; indicado pelo farmacêutico, mas se trata da
Nova analise da arrumação física; atuação clínica do farmacêutico, com o objetivo de
Método de tomada de inventário e proporcionar ao paciente, não só o medicamento,
treinamento; como também os serviços clínicos que o
Atualização e analise dos registros; acompanham, promovendo o uso racional de
medicamentos e a proteção do paciente e a
prováveis PROBLEMAS RELACIONADOS AO
USO DE MEDICAMENTOS (PRMs).
Etapas
A dispensação de medicamentos é uma atividade É classificada em quatro etapas distintas:
técnica de orientação ao paciente de importância abordagem do paciente, análise da restrição,
para a observância ao tratamento, portanto, eficaz exame físico dos medicamentos e orientação ao
quando bem administrado a implantação de um paciente:
sistema racional de dispensação de Abordagem ao paciente: A dispensação tem
medicamentos e de outros produtos para a saúde inicio com a acolhida do paciente, ao procurar
deve ser priorizada pelo estabelecimento de atendimento farmacêutico, espera encontrar
saúde e pelo farmacêutico, de forma a buscar um profissional com conhecimento técnico e
processos que garantam a segurança do paciente, postura profissional. A abordagem ideal pode
a orientação necessária ao uso racional do contribuir para a adesão ou não ao tratamento
medicamento, sendo recomendado pela portaria proposto, e o farmacêutico deve aproveitar
4283/10, a adoção de um sistema individual ou essa oportunidade para estabelecer uma
unitário de dispensação. Dependendo das relação de confiança com o paciente, devendo
características e objetivos do estabelecimento de ouvi-lo, respeitá-lo e compreende-lo. Nessa
saúde a dispensação também poderá ser etapa, são coletadas as informações gerais do
descentralizada, através das farmácias satélites. paciente, tais como dados pessoais, estado
Estas poderão estar localizadas em blocos atual de saúde, hábito de vida e
cirúrgicos, unidades de terapia intensiva, outras comportamento adotados quando de uso de
unidades de assistência ao paciente como pronto medicamentos, sendo esta uma grande
atendimento e pronto socorro. É a atividade dos oportunidade de conquista da confiança do
farmacêuticos com mais visibilidade e onde mais paciente. Recomenda-se que as farmácias
se estabelece o contato com os serviços clínicos tenham uma área reservada para atendimento,
do hospital. O farmacêutico deve considerar como uma vez que o ambiente propiciará uma maior
característica para um sistema adequado a ou menor proximidade do paciente com o
racionalidade eficácia, economia e, sobretudo se farmacêutico.
oferece segurança ao paciente. A dispensação de Análise da prescrição: Nesta fase serão
medicamentos só deverá ser efetuada perante a observados os aspectos farmacodinâmicos,
apresentação de uma prescrição médica que pode farmacocinéticos e legais da prescrição. O
ser informatizada, manual com copia original, farmacêutico deve iniciar, perguntando ao
fotocópia, carbonada, digitalizada, onde devem portador da receita se é ele o paciente que
constar, no mínimo, os seguintes elementos. fará uso daquela prescrição, pois, caso não
Identificação do paciente; seja, deve-se atentar para a relação existente
Registro hospitalar; entre o comprador e o usuário, garantindo que
Leito e unidade de internação; a informação prestada seja repassada com o
Data da prescrição; maior cuidado ao usuário daquele
Designação de medicamentos medicamento. Antes, de repassar informações
preferencialmente por DCB ou nome de ao usuário do medicamento, deve munir‑se de
registro e indicação de dose, forma alguns dados referentes ao usuário do
farmacêutica, intervala de dose e via de medicamento, tais como a idade, peso,
administração; existência de outras doenças ou de
Identificação do médico prescritor e assinatura. manifestações alérgicas. Estes dados visam a
Para minimizar erros e importante evitar a auxiliar o farmacêutico na analise da
transcrição médica em casos necessários é aplicabilidade da medicação e da posologia
recomendada a solicitação da prescrição médica prescrita, evitando problemas relacionados ao
original para a conferência do farmacêutico. medicamento devido, tanto pela efetividade
Aspecto legal: Conforme o art. 2o da quando pelas doses usadas.
resolução CFF357/01, a presença e atuação Ainda nesta fase, o farmacêutico avalia a
do farmacêutico é requisito essencial para a legibilidade, a data e os aspectos legais da
dispensação de medicamentos, sendo esta prescrição tomando-se por base as normas legais
uma atribuição indelegável, não podendo ser existentes, citando-se o capítulo 6 da lei 5991/73,
exercida por mandado nem representação. De das boas práticas de prescrição, das boas práticas
acordo com essa resolução, ao dispensar em farmácia descritas na resolução CFF 357/01 e
medicamentos, o farmacêutico deve explicar na portaria 344/98, ainda há RDC 44/09, da
clara e detalhadamente ao paciente o ANVISA.
beneficio do tratamento.
A NRE é o documento que, acompanhado da
receita, autoriza a dispensação de medicamentos
Exame físico do medicamento: O contendo substância das listas A, B e C2.
farmacêutico deve realizar o exame físico do A NRE para dispensação de medicamentos de
medicamento, antes da entrega, do mesmo ao uso sistêmico contendo substâncias da lista C2
paciente. Nesta questão, ele irá observar deve ser acompanhada do termo de
atentamente se as características físicas do consentimentos pós-informação.
medicamento estão mantidas e se a validade é Conforme determina a lei federal nº 9965/2000,
compatível com o tempo proposto do uso da as receitas de medicamentos contendo
terapia. Na oportunidade, o paciente deve ser substâncias anabolizantes devem trazer a
orientado para a importância da correta identificação do profissional, o número do registro
conservação deste produto durante e após seu no conselho profissional, o número de CPF, o
uso evitando desta forma o uso ou reutilização endereço e o telefone profissionais, além do nome
de um produto impróprio para consumo. e endereço do paciente e o CID.
A prescrição de medicamentos contendo
Dispensação e controle dos medicamentos substância da lista B2 deve ser realizada em
psicotrópicos e entorpecentes: A portaria notificação de receita B2, conforme modelo
344/98 é a legislação sobre comércio de disponível na resolução RDC nº 58/2007 da
medicamentos sujeito a controle especial. Nelas, ANVISA. Para a prescrição da sibutramina, é
as substâncias estão distribuídas em listas que necessária apresentar o termo de responsabilidade
determinam a forma como devem ser prescritas. do prescritor para uso de medicamentos contendo
Estas listas são atualizadas através de RDC da as substâncias anfepramona, femproporex e
ANVISA e devem ser acessadas por todos os mazindol. Os modelos estão disponíveis na RDC
profissionais que trabalham com substancia 50/2014 e devem ser, preenchida em três vias,
sujeita a controle especial. sendo uma arquivada no prontuário do paciente,
As substâncias de controle especial e os uma arquivada na farmácia e uma devolvida ao
medicamentos que as contem devem ser paciente.
guardadas sob chave ou outro dispositivo que
ofereça segurança, em local exclusivo para este Validade:
fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua Prazo: excetuando-se as prescrições de
dispensação deve ser feita exclusivamente por medicamentos da lista C3, as demais têm
farmacêuticos, sendo proibida a delegação da validade por até 30 dias a partir da data do
responsabilidade sobre o controle dos preenchimento.
medicamentos a outros funcionários. Local de aquisição: Prescrições contendo
substância das listas B e C2 só podem ser
atendidas dentro da unidade federativa (UF)
em que foram emitidas. Já os medicamentos
sujeitos a NRA podem ser dispensada em
outra UF desde que seja apresentada receita
com justificativa do uso. RCE (para substância
da lista C1 e C5) são válidas em todo território
nacional, não sendo necessário apresentar
justificativa para aquisição em outra UF.
Estabelecimentos de outras UF devem
apresenta-las à autoridade sanitária local em
até 72 horas para averiguação e visto.
Quantidade para dispensação: Como regra,
Tabela 1: Denominações das listas de substâncias sujeitas a medicamentos contendo substâncias das listas
controle especial . A, B2 (exceto sibutramina) e C2 podem ser
dispensados em quantidade de até cinco
Receituário: as prescrições de substâncias ampolas (no caso de formulações injetáveis)
sujeitas a controle especial (SSCE) devem ser ou quantidade suficientes para até 30 dias de
realizadas em receita de controle especial tratamento (no caso de outras formas
(RCE) ou notificação de receita (NR*). A RCE farmacêuticas, incluindo as formas líquidas).
é usada para a prescrição de substancias da Medicamentos contendo substância da lista
lista C1 e C5 e adendos das listas A1, A2 e B1, C1 e C5 podem ser dispensados em
B1. Deve ser preenchida em duas vias, quantidade de até cinco ampolas (no caso de
manuscritas ou informatizada e apresentar em formulações injetáveis) ou quantidade
destaque os dizeres. suficiente para até 60 dias de tratamento (no
1ª via: Redenção da farmácia ou drogaria; caso de outras formas farmacêuticas, incluindo
2ª via: Orientação do paciente. as forma líquida).
Ob s.: medicamentos antiparkinsonianos e
anticonvulsivantes podem ser prescritos em quantidades
suficientes para até seis meses de tratamento.
Princípios
Autoridade para comprar, registro de compra,
registro de preço, registro de estoque e consumo,
registro de fornecedores, arquivos de
especificações e arquivos de catálogos.
Atividade:
1. Pesquisa de fornecedores: estudo do 4. Análise do Custo e do preço: Estudo
mercado, estudo dos materiais, analise dos comparativo de materiais similares (análise
custos, investigação das fontes de farmacoeconômico); análise de custo e da
fornecimento, desenvolvimento de fontes de margem de lucro do fornecedor;
materiais alternativos; 5. Análise das embalagens e do transporte:
2. Aquisição: conferencia de requisição, análise efeito da localização dos fornecedores sobre o
das cotações, decisão sobre compras por meio custo; métodos alternativos de despacho; e
de contratos ou no mercado aberto, entrevista sugestões de alteração de embalagens;
com vendedores, negociação de contratos, 6. Análise administrativa:
efetivação das encomendas e de compras, e Controle de formulário: Análise de
acompanhamento de recebimento de organização e método; simplificação do
materiais; trabalho; uso de processamento eletrônico de
3. Administração: manutenção de estoques dados e elaboração de relatórios
mínimos, transferência de materiais, evitar
excessos e obsolescência de estoques,
padronização de todos os aspectos possíveis.
4. Diversos: estimativa de custo, descarte de
materiais desnecessários, obsoletos ou
excedentes, preservação das relações
comerciais recíprocas.
Organograma
1. Chefe de compras: Subordina-se ao gerente Qualificação de compradores
de materiais ou suprimentos; estuda e analisa O profissional responsável pelas compras deve
as solicitações de compras; coordena apresentar as seguintes características:
pesquisa de fornecedores e coleta preços; Ter experiência na área; ter escolaridade de
organiza concorrência e estuda os respectivo nível superior (desejável) formação em farmácia
resultados; mantém contato com fornecedores; ou em administração hospitalar; conhecer as
solicita testes de qualidade de materiais e características de medicamentos e correlatos;
medicamentos; presta assessoria as varias saber ouvir os argumentos apresentados pelos
seções com informações e soluções técnicas; vendedores; estar identificados com a politica e o
controla prazo de entrega e elabora previsão padrão de ética definidos pelo hospital, como,
periódica de compras. exemplo, manutenção de sigilo em negociações
2. Acompanhador de compras (Follow-up): que envolvam mais de um fornecedor, ser
acompanha, documenta e fiscalizas as dotado de iniciativa e visão de oportunidade de
encomendas e observância aos respectivos novos negócios que vissem à economia das
prazos de entregas, informa ao comprador o finanças do hospital.
resultado do acompanhamento e efetua
cancelamento, modificações e pequenas Solicitação de compras
compras conforme determinação da chefia. É o documento que autoriza o comprador a
executar uma compra. Informa o que se deve
Função de pesquisa comprar, a quantidade, o prazo de entrega, o local
A pesquisa é o elemento fundamental da de entrega e, em casos especiais, os prováveis
operação de compras cabem a ela as funções a fornecedores.
seguir:
1. Estudo dos materiais: avaliação das Cotação
necessidades da empresa para períodos que É o registro do preço obtido da oferta de vários
variam de um a dez anos; tendência a curto e fornecedores em relação ao material cuja compra
longo prazo das ofertas e demandas; foi solicitada não deve ter rasuras e deve
tendência de preço; melhorias tecnológicas e apresentar o preço, a quantidade e a data do
perspectivas para possíveis substitutos e recebimento na seção de compras.
desenvolvimentos de padrões e Deve-se manter a cotação sempre à mão para
especificações. eventuais consultas e análises de auditoria e,
2. Análises econômicas: efeitos do ciclo também, para melhor visualização dos dados, a
econômicos sobre os materiais comprados; serem transcritos num mapa, o qual e copia das
tendência dos preços gerais; influência das cotações recebidas.
variações econômicas sobre fornecedores e Condições mais usuais oferecidas pelos
concorrentes; fornecedores por meio de propostas:
3. Análises econômicas: Qualificação dos As propostas ficam sujeitas a confirmação;
fornecedores ativos em potencial; estudo das Os preços indicados são liquidas, para
instalações dos fornecedores; avaliação de entregar na fábrica;
desempenho e análise da condição financeira;
Em caso de atraso na entrega sem culpa do Prazo: o setor de compras deve divulgar o
fornecedor, as datas do pagamento tempo preciso para completar, o processo
permanecerão as mesmas. de compras, de modo que se evitem
problemas de abastecimento;
Pedidos de compras Frete;
É o contrato formal entre a empresa e o Embalagens;
fornecedor, devendo representar todas as Condições de pagamentos e descontos,
condições e característica da compra
estabelecida. O pedido de compra aceito pelo Fontes de fornecimento
fornecedor implica o atendimento de todas as Incluem-se entre os fornecedores de um hospital:
condições estipuladas como: laboratórios farmacêuticos, distribuidoras de
Especificações; medicamentos, fabricantes e distribuidoras de
Quantidade; correlatos (chamados de cirúrgico).
Frequência de entregas; Os fornecedores podem ser selecionados e
Prazos; avaliados quanto aos seguintes aspectos:
Preço; Preço;
Local e horário de entrega. Qualidade;
No pedido de compras de hospitais, é comum Condições de pagamento;
constarem as condições da compra, como a Condições de embalagem e transporte;
seguir: Cumprimento dos prazos de entrega
estabelecidos;
1. Mercadorias devem ser entregues no prazo Manutenção dos padrões de qualidade
combinado. O não comprimento garante o estabelecida;
direito de cancelar o pedido de compra, total Politicas de preços determinados;
ou parcial, sem prejuízo de nossa parte; Assistência técnica;
2. Todo material deverá estar de acordo com o Atendimento;
pedido, e sua aceitação está sujeitas à Programa de qualidade.
aprovação de nossa inspeção. Qualquer E importante acentuar que a seleção além de
despesa de transporte, em casos de rejeição, obedecer a uma mistura desses critérios, deve
ficará por conta do fornecedor; seguir os preceitos legais, possíveis de alteração
3. Reservamo-nos o direito de recusar, à custo por lei, portaria ministeriais, resoluções e outros
do fornecedor, qualquer parcela do material dispositivos legais que regulamentam o comércio
recebido em quantidade superior ao pedido; farmacêutico e correlato.
4. A presente encomenda não poderá ser
efetuada por preços mais altos do que os
estabelecidos;
5. Não será aceitos responsabilidades de
pagamento referentes a transportar,
embalagens, seguros etc.
6. Fica entendido que o fornecedor será
considerado responsável por qualquer
obrigação ou ônus decorrente da venda de
qualquer produto que viole leis, decretos ou
direitos de patentes;
7. Não assumimos nenhuma responsabilidade
por mercadorias cuja entrega não tenham sido
devidamente autorizada por um pedido de
compras aprovadas.
Atribuições
Do presidente:
Convocar e presidir reuniões da comissão;
Dirigir os trabalhos da comissão;
Indicar seu substituto entre os membros da
comissão;
Representar a comissão perante a diretoria
clínica;
Subscrever os documentos e a resolução da
comissão;
Estabelecer a ordem do dia para as reuniões
ordinárias e extraordinárias;
Distribuir as tarefas para os membros da
comissão.
Do secretário:
Registra e atas as resoluções da comissão;
Receber e expedir a documentação da
comissão;
Manter arquivos de documentação;
Registrar em fichas individuais, para cada
medicamento padronizado, informações
pertinentes às ocorrências relativas a seu
uso.
Referencias bibliográfica: uso, preparação,
estabilidade, administração e embalagem do
produto;
Validade: projeção razoável e racional da
validade do produto;
Quantidade dispensada: equivalente ao
prazo de validade do produto;
Correto armazenamento do produto por parte
do paciente.
MANIPULAÇÃO
Os processos de manipulação devem ser feitos
por mão de obra especializada e acompanhada de
perto pelo farmacêutico responsável. Questões a
serem consideradas antes da manipulação de
uma prescrição:
Racionalidade da prescrição: ingrediente,
intenção de uso, dose e modo de
administração;
Propriedade físico-química, medicinal e uso
farmacêutico das substâncias prescritas;
Absorção e via de administração adequada:
preparação do produto manipulado de acordo
com o proposito da prescrição;
Excipiente adequado: risco de alergia,
irritação, toxicidade ou resposta organoléptica
indesejável do paciente;
pH: ideal para maior estabilidade ou
adequação ao uso;
Ingredientes da formulação: identidade
adequada do manipulador (cálculos
matemáticos, controle de qualidade: peso
médio, pH, observação visual);
Equipamentos e ingredientes disponíveis: e
em quantidade suficiente;
CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES
Densidade
Densidade (d) é massa por unidade de volume
de uma substância. A densidade é normalmente
expressa como por centímetro cúbico (g/cc).
Como o grama é definido como a massa de 1cc
de água a 4ºC, a densidade da água é d 1g/cc.
Para nossos propósitos, é considerado que 1ml
pode ser usado como equivalente. A 1cc,a
densidade da água pode ser expressa como
1g/ml. Por outro lado, um mililitro de mercúrio
pesa 13,6g. Consequentemente, sua densidade
é de 13,6/ml. A densidade pode ser calculada
dividindo-se a massa elo volume.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
Densidade =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
Assim, se 1ml de ácido sulfúrico pesam 18g,
sua densidade é:
18(𝑔)
Densidade = = 1,8g/ml.
10𝑚𝑙
X = g em ml dado.
Quantos mg de hexaclorofeno deveriam ser usados para Dependendo das formas físicas dos traços de
manipular a seguinte prescrição? substâncias e do produto final, uma concentração
Hexaclorofeno: 1:400 .
Pomada hidrofílica QSP: 10g . expressam em ppm ou ppb pode, teoricamente,
Posologia: aplique: ser calculada com base no p/V, volume-volume
(v/v) ou peso-peso (p/p). Em termos práticos, as
1:400 = 0,25% unidades de soluto e da solução são geralmente
10g x 0,0025 = 0,025g ou 25mg. consideradas iguais.
Hipnóticos e sedativos
Um fármaco hipnótico-sedativo indica que ele
tem a capacidade de produzir sedação ou de
incentivar o sono. Para um fármaco sedativo
(ansiolítico) ser efetivo ele precisa exercer um
efeito calmante. Um fármaco hipnótico deve
produzir sonolência e estimular o início e a
manutenção de um estado de sono. Os efeitos
hipnóticos envolvem uma depressão mais
pronunciada do SNC.
Os hipnóticos e os sedativos produzem sedação
e incentivam o sono. Para ser efetivo um fármaco
sedativo deve reduzir a ansiedade e exercerem
efeitos calmantes. Um hipnótico deve causar
sonolência e estimular o início do estado do sono.
Agentes dessa classe, como os
benzoadizepinas, são usados para produzir
sedação e amnésia antes ou no decorrer de
procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos, outros
como os barbitúricos, são usados em altas doses
para induzir ou manter a anestesia cirúrgica.
AGENTES ANTIDEPRESSIVOS
Os antidepressivos são drogas capazes de
Barbitúricos elevar o humor. Acredita-se que a depressão é
Afetam várias áreas do SNC, incluindo a medula causada por déficit funcional dos transmissores
espinal, o tronco encefálico e o cérebro. Todos os das monoaminas (noradrenalina (NE)/ serotonina
barbitúricos exercem atividades depressoras (5HT)) e certos locais do cérebro, ao passo que a
sobre o SNC, produzindo efeitos parecidos aos mania resulta de um excesso funcional. O
dos anestésicos de inalação. Causam morte por aumento de neurotransmissores na fenda
depressão respiratória e cardiovascular se forem sináptica se dá através do bloqueio da recaptação
administrados em grandes doses. Os barbitúricos da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou
mais usados são os que exibem propriedades ainda, através da inibição da monoamina oxidase
especificas, como o fenobarbital, usado por sua (MAO) que é a enzima responsável pela
atividade anticonvulsivante, e o tiopental, inativação destes neurotransmissores. Será nos
amplamente usado como anestésico intravenoso sistemas noradrenérgico e serotoninérgico
ele assim como o benzodiazepínicos sistema límbico local de ação das drogas
potencializam a ação da GABA. antidepressivas usados na terapia dos transtornos
da afetividade. Foram classificados em dois Antidepressivos tricíclicos (ADT´s)
grupos os: Tricíclicos e Inibidores da Inibem a recaptação da 5HT e NE da fenda
monoamina oxidase. sináptica através do bloqueio dos transportadores
de recaptação da 5HT e da NE, respectivamente.
Inibidores da MAO Os ADT´s com aminas secundárias afetam o
Os primeiros IMAO a serem usados no sistema da 5HT. É sugerido que a melhora dos
tratamento da depressão foram derivados da sintomas emocionais reflete uma potencialização
hidrazina, substância altamente hepatotóxica. da transmissão medida pela 5HT, e o alivio dos
Os IMAO são bem absorvidos por VO. Sua sintomas biológicos resultada da facilitação da
distribuição no organismo de acordo com a transmissão noradrenérgica.
localização da MAO, bem como a composição Efeitos adversos: Em indivíduos não
lipídica dissular, o que explica as concentrações depressivos, os ADT´s causam sedação, confusão
mais altas no fígado, coração e cérebro. e falta de coordenação motora. Esses efeitos
A principal via de degradação da 5HT é mediada ocorrem também nos pacientes cm depressão nos
pela MAO. O principal efeito dos IMAO consiste primeiros dias de tratamento, as tendem a ir
em aumentar as concentrações citoplasmáticas desaparecendo em 1 a 2 semanas, quando se
das monoaminas (5HT, NE e Dop) nas desenvolve o efeito antidepressivo. Os efeitos
terminações nervosas, sem afetar as reservas atropinicos incluem boca seca, visão embaçada,
vesiculares que formam o reservatório passível de constipação e retenção urinária. Ocorre
liberação com a estimulação nervosa. Empessoas hipotensão postural com os ADT´. Outro efeito
sadias, os IMAO causam aumento imediato da adverso comum é a sedação, e a longa duração
atividade motora, e verifica-se o aparecimento de de ação significa que o desempenho diurno
euforia e de excitação no decorrer de poucos dias. costuma ser afetado por sonolência e dificuldade
A ação desses medicamentos é de longa duração para se concentrar. Os ADT´s particularmente em
(semanas), em virtude da inibição irreversível da superdosagem podem causar arritmias
MAO. ventriculares associadas ao prolongamento do
Os principais efeitos colaterais são a hipotensão intervalo QT. As doses terapêuticas habituais dos
postural (bloqueio simpático), efeitos parecidos ao ADT´s aumentam pouco, porem de forma
da atropina, aumento do peso corporal, significativa, o risco de morte súbita de causa
estimulação do SNC, causando inquietação, cardíaca. Os ADT´s produzem acentuada
insônia, lesão hepática (rara). A superdosagem potencialização dos efeitos do álcool por motivos
aguda causa estimulação do SNC, e algumas não bem esclarecidos.
convulsões.
Inibidores seletivos da recaptação de 5HT
O primeiro ISRS introduzido foi à Fluoxetina, que
contínua sendo muito prescrita. Os fármacos
desse tipo incluem Citalopram, Fluroxamina,
Paroxetina, Sertralina e os Escitalopram. Os
ISRS assemelham-se aos tricíclicos, em seu
mecanismo de ação, com exceção de que os
ISRS são mais seletivos para os transportadores
Figura 13: local de ação dos fármacos antidepressivos.
(a) IM AO. Os IM AO inibem a enzima mitocondrial, a MAO. da 5HT. A inibição da recaptação da 5HT aumenta
Aumentando as monoaminas citosólicas levando a um os níveis sinápticos da 5HT, produzindo aumento
aumento da captação vesicular de neurotransmissores e
a um aumento de sua liberação durante a exocitose.
de ativação do receptor de 5HT e intensificação
das respostas pós-sinápticas. Aplicação clínica:
Inibidores da recaptação depressão maior, transtornos de ansiedade,
Os fármacos desse tipo incluem a fluoxetina, transtorno depressivo, transtorno do pânico,
paroxetina, citalopram, escitalopram sertralina, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno da
são os mais prescritos. Apresenta seletividade em alimentação.
relação á captura da 5HT sobre a NE, são menos Os inibidores seletivos da recaptação de 5HT
propensos a causar efeitos adversos colinérgicos aumentam o tônus serotoninérgico, não apenas no
que os ADT´s apresentam menos risco de super cérebro, mas em todo, o corpo. O aumento
dosagem. Esses fármacos aliviam os sintomas de serotoninérgico no SGI: diarreias e outros
uma variedade de transtorno psiquiátricos sintomas gastrointestinais. O aumento dos tônus
comuns, incluindo depressão, ansiedade e serotoninérgicos em nível da medula espinal e
transtorno obsessivo compulsivo. São usados três acima está associado a uma diminuição da função
classes de inibidores da recaptação: e interesse sexuais. Também podemos incluir
como efeitos colaterais o aumento da cefaleia e
insônia ou hiper-insônia. A sertralina está
associada com diarreia, enquanto a paroxetina
está associada com constipação.
Efeitos adversos: aumento agudo da atividade antiesquizofrênicos, ou ainda, tranquilizantes.
sináptica serotoninérgica, alterações mais lentas Os fármacos antipsicóticos são divididos em dois
em várias vias de sinalização e atividade grupos:
neutrófica. 1. Os primeiros a serem desenvolvidos
(Clorpromazina, Haloperidol) chamados de
antipsicóticos típicos ou de 1ª geração, ou
convencionais;
2. E os agentes mais recentemente
desenvolvidos (Clozapina e Risperidona)
chamados de antipsicóticos atípicos ou de 2ª
geração.
Efeitos adversos:
Alterações motoras extrapiramidais:
produzem dois tipos de alteração motora no
Figura 14: local e mecanismo de ação dos fármacos homem: Distonia aguda e discinesia tardias,
antidepressivos. (a) inibidores seletivos da recaptação de coletivamente chamadas efeitos adversos
serotonina (ISRS), inibem especificamente a recaptação da 5HT
mediada pelos transportadores de 5HT (SERT) resultando em extrapiramidais. Todos eles resultam direta ou
níveis altos de NoE e 5HT na fenda sináptica. indiretamente de bloqueio do receptor D2 por
via nigroestriatal. Esses efeitos adversos
constituem uma das principais desvantagens
dos antipsicoticos de primeira geração.
As Distonias agudas: São movimentos
Inibidores da recaptação de 5HT-NE involuntários. Ocorrem nas primeiras
Existem algumas pessoas que não respondem a semanas e diminuem com o decorrer do
esses fármacos, uma classe mais recente de tempo, é reversível quando se suspende o
fármacos, os inibidores da recaptação de 5HT-NE tratamento;
que inclui a Venlafaxina e a Duloxetina. A As Discenesia tardia: consistem em
Venlafaxina bloqueia o transportador de recaptar movimentos involuntários, muitas vezes da
de 5HT e o transportador de recaptação de NE face e da língua, mas também do tronco e da
através de um mecanismo que depende de sua extremidade, podem ser intensamente
concentração, em baixas concentrações, o incapacitante.
fármaco comporta-se como um ISRS, ao passo A sonolência e a sedação, que tendem a
que, em concentrações elevadas, aumenta diminuir com o uso contínuo, ocorrem com
também os níveis de NE. A duloxetina também muitos antipsicóticos. A atividade anti-histamínica
inibe a recaptação de NE e de 5HT, e o seu uso (H1) é uma propriedade de alguns fenotiazinas e
foi aprovado para o tratamento da dor neuropática contribui para suas propriedades sedativas e
e de outras síndromes de dor, além do tratamento antieméticas, mas não para sua ação
de depressão. antipsicótica. Quando bloqueiam receptores
muscarinicos reduzem vários efeitos periféricos,
inclusive, secura na boca e nos olhos,
constipação e retenção urinária.
Antipsicoticos típicos
Os antipsicóticos típicos bloqueiam os
FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICA receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas
Os fármacos usados para a esquizofrenia do SNC, seu mecanismo de ação como agente
também são usados para tratar manias e outras antipsicótico envolve o antagonismo dos
alterações do comportamento. O termo receptores D2 mesolímbicos e mesocorticais.
antipsicóticos denota a capacidade desses Os antipsicóticos típicos são divididos em
fármacos de abolir a psicose e aliviar a Fenotiazinas e as Butirofenonas. O
desorganização do processo mental nos pacientes Clorpromazina é o protótipo das Fenotiazinas,
esquizofrênicos. A maioria caracteriza-se como enquanto o Haloperidol é a butirofenona mais
antagonista dos receptores da Dop, muitos deles usada. Apesar de diferenças na estrutura e na sua
atuam sobre alvos, particularmente nos receptores afinidade pelo receptor D 2, todos os antipsicoticos
5HT, contribuindo para eficácia clínica. São típicos possuem eficácia clínica parecida em
também chamados de neurolépticos ou doses padrões. Os antipsicóticos devem seus
efeitos terapêuticos ao bloqueio dos receptores Várias dessas substâncias não possuem usos
D2. clínicos, mas são usados para objetivos
Os efeitos antipsicóticos exigem cercar de 80% recreacionais, e como tais, são reconhecidos
de bloqueio dos receptores D 2. Os compostos de como fármacos de abuso.
1ª geração mostram preferência por D 2 em relação
aos receptores D1, enquanto alguns dos agentes Estimulantes psicomotores
mais modernos (Sulpirida, a Missulprida) são As anfetaminas e o dextroisómero ativo, a
altamente seletivos para receptores D 2. Acredita- dextroanfetamina, junto com a metafetamina e o
se que o antagonismo dos receptores D 2 na via metilfenidato (ritalina), grupo de fármacos com
mesolimbica aliviam os sintomas positivos da propriedades semelhantes. Atuam nas liberações
esquizofrenia. de monoaminas, sobretudo DoP e NoE, nas
terminações nervosas cerebrais. São substratos
Antipsicóticos atípicos para os transportadores da captura de amina
Os cinco principais antipsicoticos são a neuronal e causam liberação desses mediadores,
clonazina, a olanzapina, a quetiapina, a produzindo os efeitos agudos. O uso prolongado,
ziprasidona e a risperidona. Esses fármacos são são neurotóxicos, causa degeneração das
mais efetivos do que os antipsicóticos típicos no terminações nervosas que contem aminas e,
tratamento dos sintomas negativos da finalmente, morte celular, efeitos causados pelo
esquizofrenia. Os antipsicóticos atípicos produzem acumulo de metabolitos reativos dos compostos
sintomas extrapiramidais, significativamente, mais de origem nas terminações nervosas.
leve do que os antipsicóticos típicos em geral, Seus efeitos centrais são: Estimulação
esse efeito adverso só aparece quando os locomotora, Euforia e excitação, Insônia, Aumento
fármacos são administrados em altas doses. de disposição e Anorexia.
Os antipsicoticos atípicos possuem afinidade
seletivamente baixa pelos receptores D 2, ao Anfetaminas: Têm ações simpatomiméticas
contrário dos antipsicoticos típicos sua afinidade periféricas, produz elevação da pressão
pelos receptores D 2 não se correlaciona com a arterial da motilidade gastrintestinal. Causa
sua dose clinicamente efetiva. euforia, pela VI, tão intensa, que foi descrita
como ``orgasmica´´. Os indivíduos tornam-se
confiantes. Estudos mostraram melhoras no
desempenho mental e físico nos muitos
fatigados, embora não naqueles após repouso
adequado. O desempenho mental melhora
para tarefas simples, tediosas, muito mais do
que para tarefas difíceis.
Mecanismo de ação: Seus efeitos no SNC e
no SNP são indiretos ambos dependem da
elevação dos níveis de catecolaminas nas
fendas sinápticas. Possuem efeitos liberando
estoques intracelulares de catecolaminas. Ela
também inibe a MAO, altos níveis de
catecolaminas são facilmente liberadas para
as fendas sinápticas.
Farmacocinética: É rapidamente absorvida
do TGI, porém para aumentar a intensidade
da ``onda´´ ela pode ser aspirada ou injetada,
a base livre da metafetamina pode ser
queimada e tomada de modo semelhante a
ESTIMULANTES DO SNC cocaína.
Estão distribuídos em duas categorias: Atravessa livremente a BH, o que explica, por que
1. As substancias da primeira categoria produz efeitos centrais mais acentuados que
(estimulantes psicomotores) tem acentuado aqueles fármacos. É eliminada inalterado na urina,
efeito sobre a função mental e o a taxa de eliminação aumenta quando a urina se
comportamento, produzindo excitação e torna mais ácida. Sua meia-vida varia de cerca de
euforia, redução da sensação de cansaço e 5h a 20 a 30h, dependendo do fluxo urinário e do
aumento da atividade motora. pH urinário.
2. As substâncias da segunda categoria Efeitos adversos: Incluem irritabilidade e
(Substâncias psicomimética (alucinógenas)) inquietação, à medida que as reservas
afetam principalmente os padrões de energéticas do corpo vão se esgotando. Em
pensamentos e a percepção, distorcendo a doses altas, as anfetaminas podem induzir o
cognição de modo complexo. pânico e paranoia.
Metilfenidato (ritalina): Estimulante do SNC
parecido com a anfetamina e também pode Metilxantinas
levar ao abuso. São fármacos mais prescritos Varias bebidas como chá, café e cacau, contêm
para crianças. É usado para o tratamento do metilxantinas, que possuem efeitos estimulantes
distúrbio de hiperatividade e déficit de centrais leves. Os principais compostos são a
atenção (DHDA). cafeína e a teofilina.
Mecanismo de ação: Crianças com DHDA
produzem sinais fracos de DoP, fazendo com Cafeína: Atua no SNC, nos músculos
que atividades geralmente de interesse para estriados, no miocárdio e nos rins. No SNC
as crianças não ofereçam gratificação. Ele é produz estado de alerta mental e aumenta à
um inibidor do transporte de DoP e atua no atividade mental, facilitando a capacidade de
aumento da DoP na fenda sináptica. trabalho muscular.
Farmacocinética: O metilfenidato e o Mecanismo de ação: Vários mecanismos
dextrotilfenidato são absorvidos por VO. O foram propostos para as ações dos
produto desesterificado, ácido ritalínico, é metilxantinas, incluindo translocação de
excretado na urina. cálcio extracelular, aumento de monofosfato
Efeitos colaterais: Efeitos no TGI são os cíclico de adenosina e de guanosina causado
mais comuns e incluem dor abdominal e por inibição da fosfodiesterase e bloqueio dos
náuseas. Outros efeitos incluem anorexia, receptores de adenosina.
insônia, nervosismo e febre. E contra Farmacocinética: São bem absorvidas por
indicado em pacientes com glaucoma. VO, se distribui no organismo, incluindo o
cérebro. Também atravessam a placenta e
Cocaína: Encontrada nas folhas de um são secretados no leite materno. São
arbusto sul-americano, a coca. Essas folhas biotransformados no fígado, e os metabolitos
são usadas por sua propriedade estimulante são excretados na urina.
por nativos da América do sul, reduzem o Efeitos colaterais: são náuseas, cefaleia e
cansaço durante o trabalho em grandes insônia. Doses altas podem causar
altitudes. inquietude, excitação, tremores musculares,
Mecanismo de ação: Os efeitos tinida, ecotoma, taquicardia e extrassistite.
comportamentais resultam da estimulação do Aumenta a secreção gástrica podendo
córtex e do tronco cerebral. A cocaína liga-se provocar ulceração gástrica.
aos transportadores responsáveis pela
captura da DoP e da NoE nas terminações
nervosas e os inibe. Potencializando os
efeitos periféricos da atividade nervosa
simpática e produz acentuado efeito
estimulante psicomotor. Produz euforia,
loquacidade, aumento da atividade motora e
ampliação do prazer. Seus usuários se
sentem em alerta, energética e fisicamente
fortes e acreditam que possuem capacidades
mentais melhoras.
Farmacocinética: É administrada por VO,
por inalação, fumo ou por injeção IV. A
duração da ação da cocaína, é cerca de 30
minutos, é rapidamente metabolizada pelo
fígado.
Sendo desesterificada e desmetilada à
benzoilectonina, que é excretada na urina, a
detecção dessas substancia na urina nos permite
identificar o usuário. Um metabolito é depositado
no cabelo, com ele podemos monitorar o consumo
da cocaína.
Efeitos colaterais: A resposta tóxica à
ingestão aguda pode provocar reações de
ansiedade que incluem hipertensão,
taquicardia, sudoração e paranoia. Como
todos os fármacos estimulantes, a estimulação
do SNC é seguida por um período de
depressão mental. Pode causar convulsões e
arritmias cardíacas.
Droga antiasmática
A asma é uma doença inflamatória das vias
aéreas caracterizada por episódios de
broncoconstrição aguda causando encurtamento
da respiração, tosse, tensão torácica, respiração
ruidosa e rápida. Esses sintomas podem se
resolver com exercícios de relaxamento ou com
fármacos de alivio rápido, como um agonista β2-
adrenérgico de ação breve. O objetivo do
tratamento da asma é reduzir o agravamento,
diminuindo a frequência dos sintomas e o grau de
limitação que o paciente apresenta devido a estes
sintomas. Reduzir o risco, diminuindo os
resultados adversos associados a amas e o seu
tratamento.
Há duas classes de fármacos antiasmáticos;
broncodilatadores e anti-inflamatórios. Os
broncodilatadores revertem o broncoespasmo da
fase imediata; os anti-inflamatórios inibem ou
previnem os componentes inflamatórios de ambas
às fases.
Broncodilatadores: Os principais são
agonistas β2-adrenérgico; outros incluem a
teofilina, antagonistas dos receptores de
cisteinil-leucotrienos e antagonistas
muscarinicos.
Fármacos β2-seletivos: Os fármacos
agonistas seletivos dos receptores β 2,
(Salbutamol) são os agentes
simpatomiméticos mais usados no tratamento
da broncoconstrição asmática. São efetivos
quando inalados ou administrados por via oral
e apresentam maior duração de ação.
Broncodilatadores como o salbutamol,
quando inalado são efetivos e seguros, e de
baixo custo. Os pacientes asmáticos que
fazem uso de β 2-adrenérgicos inalados os
usam apenas quando precisam.
Inibidores dos Leucotrienos: O
Leucotrienos β4 é um quimioatrativo potente
de neutrófilos, e LTC 4 e LTD4 exercem efeitos
que ocorrem na asma, inclusive
broncoconstrição, aumento da reatividade
brônquica, edema de mucosa e
hipersecreção de muco. São estudadas duas
abordagens para interromper a via dos
Leucotrienos:
FARMACOLOGIA RESPIRATORIA
Fármacos usados para o tratamentos das 1. A inibição da 5-lipoxigenase, impedindo a
doenças respiratórias podem ser aplicadas síntese dos Leucotrienos, e a inibição da
topicamente na mucosa nasal, inaladas ou ligação do LTD4ao seu receptor nos tecidos-
administradas por via oral, como os nebulizadores alvo, evitando sua ação;
ou inaladores, são preferidos, pois o fármaco 2. Foi demostrada eficácia no bloqueio da
atinge o tecido-alvo e minimiza os efeitos resposta das vias respiratórias a exercício e à
adversos sistêmicos. Os fármacos clinicamente provocação antigênica com fármacos de
úteis aliviam a patologia especifica por ambas categorias.
relaxamento de músculos lisos bronquiais ou A zileutona inibidor da 5-lipoxigenase, e com a
modulação da resposta inflamatória. zafirlucaste e montelocaste, antagonistas do
. receptor de LTD4. Todos se mostraram capazes
de melhorar o controle da asma e reduzir a
frequência das crises em pacientes ambulatoriais.
Efeitos adversos: O mais comum é o tremor, escarro, e inibe a atividade ciliar. É comum a
outros efeitos indesejáveis são taquicardia e constipação.
arritmia cardíaca.
Anti-inflamatório:
Glicorticoides: São os principais fármacos
usados por ação anti-inflamatória na asma.
Eles evitam a resposta inflamatória do
organismo são eficazes para reduzir os
sintomas da asma. Não relaxam a
musculatura lisa das vias respiratórias e, por
essa razão, tem pouco efeito na
broncoconstrição aguda. Não são
broncodilatadores, mas impedem a
progressão da asma crônica e são eficazes
na asma grave aguda. Eles diminuem a
formação de citocinas, em particular das
citocinas TH2, que recrutam e ativam
eosinófilos e são responsáveis por promover
a produção de IgE e a expressão de
receptores de IgE. Os principais compostos
usados são beclometasona, budesonida,
fluticasona, mometasona e ciclesonda.
Administrada por inalação por meio de um
inalador com válvula mediadora de dose ou
inalador de pó seco, sendo atingindo o efeito
pleno sobre a hiper-responsabilidade
brônquica somente depois de semanas
depois de semanas ou meses de terapia. São
ais usados profilaticamente para controlar a
asma, em vez de reverter os sintomas
agudos da doença. Ao estabelecer a dose
ideal do fármaco, deve-se ter em mente que
o grau máximo de melhora da função
pulmonar pode ocorrer apenas depois de
varias semanas de tratamento.
Efeitos adversos: são incomuns os efeitos
indesejáveis graves com esteroides
inaladores. Pode ocorrer candidíase
orofaríngea (sapinho), bem como irritação
da garganta e voz rouca, mas o uso de
espaçador que diminuem a deposição
orofaríngea do fármaco e aumenta a
deposição nas vias aéreas, reduz esses
problemas.
Tosse
É um reflexo protetor que retira material
estranho e secreções dos bronquíolos. Os
antitussígenos são todos anestésicos opioides
que atuam no tronco encefálico, deprimindo um
centro da tosse. Eles suprimem a tosse em
doses abaixo da necessária para alivio da dor. A
codeína é o opióide fraco com tendência
consideravelmente menor de causar
dependência do que a dos opioides principais e
é um supressor moderado da tosse. Diminuem
as secreções nos bronquíolos, o que espessa o
envolve a diminuição da secreção de ácido
com antagonistas dos receptores H2 ou
inibidores da bomba de prótons ou
neutralização do ácido secretado com
antiácidos. O tratamento da ulcera péptica
deve incluir a erradicação do H. pylori com uso
de antimicrobianos, como a amoxicilina e
metronidazol. A bactéria H. pylori produz a
enzima uréase, que converte a ureia em
amônia e CO 2 que posteriormente é convertida
em bicarbonato. Os fármacos usados no
tratamento dos distúrbios ácido-péptico podem
ser divididos em duas classes:
1. Fármacos que reduzem a acidez
intragástrica;
2. Fármacos que promovem a defesa da
mucosa.
Pacientes com esse problema podem tomar
antiácidos ou H2-antagonistas. Como é
proporcionada uma rápida neutralização do ácido,
os antiácidos produzem alivio sintomático mais
rápido do que os antagonistas dos receptores H2.
Antiácidos
Os antiácidos são bases fracas que reagem com
o HCl gástrico, formando sal e água. O
bicarbonato de sódio reage rapidamente com o
HCl formando dióxido de carbono e cloreto de
sódio. A formação de dióxido de carbono resulta
em distensão em distensão gástrica e eructações.
Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando, o
H1 gástrico para inibir a atividade péptica, que
cessa com um valor de pH de 5. Os antiácidos
comuns consistem de sais de magnésio e de
alumínio. Os sais de magnésio causam diarreia,
enquanto os sais de alumínio provocam
constipação. Todos os antiácidos podem afetar a
absorção de outras medicações por causa de sua
ligação ao fármaco ou aumento do pH, com
consequente alteração na dissolução ou
solubilidade do fármaco.
Inibidores H2
Os antagonistas dos receptores H2 inibem
competitivamente as ações da histamina em todos
FARMACOLOGIA DO TGI os receptores H2, porem sua aplicação clinica
As principais condições patológicas nas quais é consiste na sua atuação como inibidores da
útil reduzir a secreção ácida são a ulceração secreção de ácido gástrico. Esses agentes
péptica, e a esofagite de refluxo. reduzem a secreção ácida basal é estimulada por
alimentos, além de promoverem a cicatrização das
Distúrbios ácido-pépticos úlceras duodenais. São seletivos e não alteram os
O controle da acidez gástrica é fundamental no receptores H1 e H3. Ocorre redução do volume de
tratamento desses distúrbios, embora esta secreção gástrica e da concentração da pepsina.
abordagem não trate o processo fisiológico A redução da secreção de ácido pela histamina,
fundamental. gastrina e pepsina ocorre por dois mecanismos:
Úlcera péptica: A terapia antissecretória da
úlcera péptica e da esofagite de refluxo
1º a histamina liberada pelas células ECL
pela gastrina ou por estimulação local tem a
sua ligação ao receptor H2 da célula parietal
bloqueada;
2º a estimulação direta da célula parietal pela
gastrina bloqueada Ach exercem um efeito
diminuindo sobre a secreção de ácido na
presença de bloqueio dos receptores.
São usados quatro H2-antagonistas:
Cimetidina, Ranitidina, Femotidina e Nizatidina.
Morfina
Os efeitos, mas importantes da morfina ocorrem
no SNC e no TGI, embora tenham sido descritos
vários efeitos de significativos menores sobre
outros sistemas.
Efeitos no SNC:
Analgesia: Tem efeito na maioria dos tipos
de dores agudas e crônicas, em geral, menos
eficaz nas síndromes de dor neuropática do
que nas dores associadas à lesão tecidual,
inflamação ou crescimento tumoral. Ela
também reduz o componente afetivo da dor.
Euforia: A morfina causa potente sensação
de contentamento e bem estar. É um
componente importante de seus efeitos
analgésicos, porque a agitação e a ansiedade
associadas a uma doença dolorosa ou
trauma, são assim reduzidos.
A morfina ou a diamorfina (heroína) administradas contração da bexiga e constrição do esfíncter
por via intravenosa, o resultado será um ``ímpeto biliar. Os opioides devem ser evitados em
súbito´´ que se assemelha a um orgasmo pacientes que sofrem de dores biliares devido
abdominal. A euforia produzida depende das a cálculos, nos quais pode ser aumentada ao
circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é invés de aliviadas.
pronunciado, as nos pacientes acostumados a dor Outras ações dos opióides: A morfina
crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou libera histamina dos mastócitos através de
nenhuma euforia. Alguns pacientes relatam ação não relacionada aos receptores opióide.
agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias. A liberação de histamina pode causar efeitos
Depressão respiratória: Resultando em locais, como urticária e prurido no local da
aumento da PCO 2 arterial, ocorre com uma injeção, ou efeitos sistêmicos, chamados
dose normal analgésica de morfina ou broncoconstrição e hipotensão. O efeito
compostos relacionados, embora em pacientes broncoconstritor pode ter serias
com dor grave o grau de depressão consequências para os pacientes asmáticos
respiratória produzido possa ser menor do que ,aos quais a morfina não deve ser
o antecipado. A depressão respiratória e administrada. A hipotensão e a bradicardia
mediada por receptores μ. O efeito depressor ocorrem com doses elevadas da maioria dos
está associado à diminuição da sensibilidade opioides, devido à ação sobre a medula. Com
do centro respiratório à PCO 2 arterial e à a morfina e fármacos similares, a liberação
inibição da geração do rito respiratório. de histamina pode contribuir para a
Depressão do reflexo da tosse: A supressão hipotensão. Os efeitos no músculo liso são
da tosse surpreendentemente, não se leves embora possam ocorrer espasmos
relaciona com as ações analgésicas e uterinos, da bexiga e dos ureteres. Os
depressoras dos opióides, e seu mecanismo opioides exercem efeitos imunossupressores
ao nível dos receptores não está claro. A complexos, e podem ser importantes, como
codeína e a folcodina suprimem a tosse em ligação entre o SN e a função imunológica.
doses subanalgésica, porém causam Tolerância e dependência: Os diferentes
constipação como efeito adverso. mecanismos adaptativos celulares são
Náuseas e vômitos: Ocorrem em até 40% responsáveis pela tolerância e dependência.
dos pacientes a quem se administra morfina, e Estes fenômenos ocorrem, sempre que os
não parecem ter efeitos separáveis do efeito opioides são administrados por mais que
analgésico entre uma variedade de analgésico alguns dias.
opioides. O local de ação é a área postrema, Tolerância: A tolerância às muitas ações dos
região do bulbo e que muitos tipos de opioides desenvolve-se em alguns dias, como
estímulos químicos podem iniciar os vômitos. administração repetitiva. A rotatividade de
Náuseas e vômitos após a injeção de morfina fármaco e frequentemente usado na clinica
geralmente são transitórios e persistem e para superar a perda da eficácia.
possam limitar a adesão do paciente. A Dependência física: Refere-se a
administração aguda da morfina-6-glucuronida, determinado estado em que a retirada do
um metabolito ativo da morfina, pode produzir fármaco causa efeitos fisiológicos adversos,
náuseas e vômitos, devido ao fato de ser mais ou seja, síndrome de abstinência.
polar e não penetrar na área postrema, como a Farmacocinética: A absorção da morfina por
morfina. VO é variável. A própria morfina é absorvida
Constrição pupilar (miose): É causada por sendo comumente administrada por via
estimulação do núcleo do nervo oculomotor intravenosa ou intramuscular para tratar dor
mediado pelos receptores μ e k. Pupilas aguda, intensa, a morfina por via oral, costuma
puntiformes são características para ser usada para aumentar sua duração de
diagnosticar intoxicação por opioides, porque a ação. A codeína é bem absorvida e
maioria das causas de coma e depressão administrada por via oral. A maioria dos
respiratória produz dilatação pupilar. A fármacos parecidos à morfina passa por
tolerância não se desenvolve à constrição considerável metabolismo de primeira
induzida pelos opioides e, portanto, pode ser passagem, e, portanto, eles são muito menos
observado em usuários de drogas potentes quando usado por VO, e não
dependentes de opioides que estejam usando injetados. A meia vida plasmática da morfina é
opióide por tempo considerável. de 3 a 6 horas. O metabolismo hepático é a
Efeitos no TGI: Os opióides aumentam o principal modalidade de inativação, geralmente
tônus e reduz a motilidade em muitas pares do por conjugação com glicuronideo.
sistema do TGI, resultando em constipação, eu Efeitos adversos: A superdosagem aguda
pode ser grave e problemática para o paciente. com morfina resulta em coma e depressão
O atraso resultante nos esvaziamento gástrico respiratória, caracteristicamente com
pode retardar a absorção de outros fármacos. constrição pupilar.
A pressão no trato biliar aumenta em razão da
PARACETAMOL ANTIINFLAMATÓRIO
Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais A inflamação é uma resposta normal de
(AINEs) são usados para tratar afecções proteção às lesões teciduais causadas por trauma
inflamatórias dolorosas e para reduzir quadros físico, agentes químicos ou microbiológicos
febris. Ele difere dos outros AINEs por produzir nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo
efeitos analgésicos e antipiréticos, enquanto lhe de inativar ou destruir os organismos invasores,
faltam os efeitos anti-inflamatórios. Não possui a remover os irritantes e preparar o cenário para o
tendência de outros AINEs para causar ulceração reparo tecidual. Quando a recuperação está
gástrica e sangramento. O paracetamol é bem completa, normalmente o processo inflamatório
absorvido por VO, e sua meia vida plasmática é cessa. Entretanto, pode ocorrer ativação impropria
de cerca de 3 horas. É metabolizado por do sistema imune resultando em inflamações e
hidroxilação, conjugação principalmente como causando doenças imunomediadas, como a artrite
glicuronideo e eliminado na urina. A reumatoide (AR*) A reação inflamatória está
superdosagem de paracetamol causa grave lesão presente em quase todas as lesões produzidas no
hepática, comumente fatal, e o fármaco costuma organismo humano. As manifestações clínicas do
ser usado em tentativas de suicídios. processo inflamatório são dor, hiperalgésia,
eritema, edema e limitação funcional. Os fármacos
AINEs e celecoxibe (inibidor do COX2).
Prostaglandinas (PG´s)
Todos os AINEs inibem a síntese das PG´s.
Assim, para entender os AINEs, precisamos
compreender a atividade e biossíntese da PG´s.
As PG´s e os compostos relacionados são
produzidos em mínimas quantidades por
praticamente todos os tecidos. Geralmente atuam
localmente nos tecidos, onde são sintetizados,
sendo rapidamente metabolizados em produtos
inativos nos seus locais de ação. Eles não
circulam em quantidades significativas no sangue.
Síntese: O ácido araquidônico é o principal
precursor da PG´s e dos compostos
relacionados. Está presente em componentes
dos fosfolipídios das membranas celulares. O
acido araquidônico livre é liberado dos
fosfolipídios teciduais pela ação da fosfolipase
A2 e outra acidrolases por um processo
controlado por hormônios e outros estímulos.
Existem duas vias para a síntese de
eicosanoides a partir do ácido araquidônico:
1. Via da ciclo-oxigenase: Todos os
eicosanoides com estrutura de anéis (PG´s,
tromboxanos e prostaciclinas) são
sintetizados pela via da ciclo-oxigenase.
Temos duas isoformas relacionadas das
enzimas ciclo-oxigenase.
a. Ciclo-oxigenase 1 (COX1): Responsável
pela produção fisiológica de prostanóides. A
COX1 é uma enzima constitutiva, regulando
os processos celulares normais, como a
citoproteção gástrica, a homeostase
vascular, a agregação plaquetária e as
funções reprodutiva e renal.
b. Ciclo-oxigenase 2 (COX2): Provoca a
produção elevada de prostanóides que
ocorrem em locais de doença e inflamação
crônica. A COX2 é expressa de forma
constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e
ossos. Sua expressão em outros locais
aumenta durante os estados inflamatórios
crônica.
As duas enzimas são homologas; no entanto, a Ação terapêutica: As PG´s tem papel
conformação para os sítios de ligação ao principal na modulação da dor, inflamação e
substrato e regiões catalíticas é um pouco febre. Também controla funções, como
diferente. secreção ácida e a produção de muco no TGI,
a contração uterina e o fluxo de sangue nos
Ex.: A COX2 apresenta um canal de sub strato maior e mais rins. As PG´s também estão entre os
flexível do que a COX1 que apresenta um espaço maior no
sítio de ligação dos inib idores.
mediadores químicos liberados nos processos
alérgicos e inflamatórios.
2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, muitas Ação anti-inflamatória: Os AINEs inibem a
lipoxigenases podem agir sobre o ácido ciclo-oxigenase e, consequentemente,
araquidônico para formar 5HPETE, 12HPETE provocam a redução das PG´s vasodiladoras
e 15HPETE, que são derivados peroxidados (PGE2 e PGI2) e que está associado a menor
instáveis e se convertem nos correspondentes vasodilatação e, indiretamente, menos
derivados hidroxilados (Os HETES) ou em edema. Não há redução de acumulo de
leucotrienos ou lipoxinas, dependendo do células inflamatórias, porem os AINEs
tecido. Os fármacos antileucotrienos, como o impedem a saída do exsudato (enzimas,
zileutona, o zafirlucaste e o montelucaste, são células de defesa, citocinas, proteínas do
uteis no tratamento da asma alérgica complemento) o paracetamol não possui
moderada. ação anti-inflamatória considerável.
Ação antipirética: Devido, a diminuição da
Bimatoprosta e latanoprosta: A latanoprosta PGE2 que é responsável pela elevação do
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle
é um análogo da PGF2 indicado para o
tratamento do glaucoma de ângulo aberto e de temperatura na febre. Os anti-inflamatórios
pressão intraocular alta. O bimatoprosta ativam o hipotálamo e este induz a expressão
mimetiza as prostamidas endógenas de COX2 que produz as PG´s.
Ação analgésica: A diminuição de PG´s
resultando na mesmo redução da pressão
significa menos sensibilização das
intraocular eficaz. Assim, o bimatoprosta
terminações nervosas nociceptivas a
aumenta a proeminência, o comprimento e a
mediadores inflamatórios, como a bradicinina.
pigmentação dos cílios e também esta
O alivio da cefaleia é devido à menor
aprovado para o tratamento da hiposicose dos
cílios. vasodilatação cerebral mediada pelos PG´s.
Mecanismo de ação: Fixando-se ao receptor as PG´s são responsáveis por diminuir o
limiar de excitabilidade dos nociceptores das
FP das PG´s, latanoprosta e travoprosta
fibras C e Ag responsáveis pela sensação de
aumenta o efluo uveoescleral diminuindo a
dor.
pressão intraocular. O efeito do bimatoprosta
Salicilatos (AAS): O ácido salicílico foi
é similar.
Efeitos adversos: As reações oculares descoberto devido às suas ações antipiréticas
incluem visão turva, alteração na coloração e analgésicas. A aspirina provoca inativação
íris (aumenta a pigmentação marrom), irreversível da COX1 e COX2. Também é eficaz
aumento do número e pigmentação dos em baixas doses, em distúrbios
cílios, irritação ocular e sensação de corpo cardiovasculares devido a sua ação
estranho, antiplaquetária. Os tipos de dores que são
aliviadas pelos salicilados são de pouca
intensidade e originam-se mais de estruturas
tegumentares que das vísceras, especialmente
cefaleia, mialgia e artralgia.
Efeitos adversos: Desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos. Não pode ser usados em
pacientes hemofílicos ou que usam heparina
ou anticoagulantes orais, devido ao risco de
hemorragias. A ingestão de salicilados causa
o prolongamento do tempo de sangramento.
Este efeito é devido à acetilação irreversível
da cicloxigenase plaquetária e a consequente
redução da formação de tromboxano A2.
Ibuprofeno: Possui atividade anti-inflamatória, FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA
analgésica e antipirética, além disso, podem Os fungos são células eucarióticas sem
alterar a função das plaquetas e prolongar o mobilidade. Diferente das plantas eles não fazem
tempo de sangramento. São inibidores fotossíntese e são de natureza parasitária. Tem
irreversíveis da ciclo-oxigenase, inibindo a parede celular rígida composta de quitina, um
síntese de PG´s, mas não de leucotrienos. É polímero de N-acetil-glicosamina, em vez de
bem absorvido por VO, ligando-se quase que peptideoglinao. As membranas celulares fungicas
totalmente à albumina plasmática. Sofrem contém ergosterol, em vez de colesterol,
biotransformação hepática e são excretados encontrados nas membranas de mamíferos.
pelos rins. Essas características químicas são úteis no
Efeitos adversos: Os mais comuns são no tratamento das infecções bacterianas, e, ao
TGI, variando desde dispepsia até contrário, as bactérias são resistentes aos
sangramento. Também foram registrados fármacos antifúngicos.
efeitos adversos envolvendo o SNC, como As infecções fúngicas são chamadas de
cefaleia, zumbidos e tonturas. micoses, podem ser dividida em infecções
Piroxicam e Meloxicam: Usados no superficiais e sistêmicas.
tratamento da AR* da espondilite anquilosante As infecções fúngicas superficiais: Podem
e da osteoartrite, apresenta meias-vias longas, ser classificadas em dermatomicoses e
o que permiti a administração uma vez ao dia. candidíase.
O fármaco original e os metabólitos são As dermatomicoses são infecções da pele,
excretados pelos rins na urina. o meloxicam dos cabelos e das unhas causadas por
inibe a COX1 e a COX2, com ligação dermatófitos.
preferencialmente a COX2 e em doses baixas A candidíase superficial, o microrganismo
a moderadas, provoca menos irritação do TGI leveduriforme infecta as mucosas da boca
do que o piroxicam. A excreção do meloxicam (afta) ou da vagina ou pele.
é realizada principalmente na forma de As infecções sistêmicas (micoses
metabolitos e ocorrem igual proporção na urina profundas): Podem envolver órgãos internos
e nas fezes. ou acometer todo o organismo do hospedeiro,
produzindo variado quadro anatomopatológico.
Os fungos dimórficos estão muito associados a
esta condição.
Os agentes antifúngicos devem possuir quatro
características:
1. Amplo espectro de ação contra uma variedade
de fungos patógenos;
2. Baixa toxicidade farmacológica;
3. Múltiplas vias de administração;
4. Excelente penetração no líquido
cefalorraquidiano.
Os principais alvos moleculares da terapia
antifúngica consistem em enzimas e outras
moléculas envolvidas na síntese de DNA, na
mitose, na síntese de membrana plasmática e na
síntese das paredes celular dos fungos.
Mecanismo de ação
O objetivo da terapia farmacológica
antimicrobiana é a toxicidade seletiva, que é a
inibição e a replicação de patógenos em
concentração do fármaco abaixo da necessária
para afetar as vias do hospedeiro. Os quatro
mecanismos básicos de ação dos antibióticos são:
1. Ruptura da parede celular: Por inibição da
síntese de peptídeoglicanos;
2. Inibição da síntese das proteínas
bacterianas: Exerce sua ação antimicrobiana
agindo sobre o ribossomo.
3. Interferência no metabolismo normal: Inibi
um precursor na síntese de ácido fólico
necessário para a síntese do DNA e RNA
bacteriano.
4. Interrupção da síntese do ácido nucleico:
Inibi enzimas responsáveis pela transcrição ou
a replicação do genoma.
ANESTÉSICOS LOCAIS
Os anestésicos locais (AL) são um conjunto de
substâncias químicas aplicadas localmente, com
estruturas moleculares parecidas, capazes de
inibir as sensações e prevenir o movimento. A AL
refere-se à perda de sensação numa região
limitada do corpo.
Os AL´s exercem efeito através do bloqueio dos
canais de sódio regulados por voltagem, inibindo,
as propagações dos potenciais de ação ao longo
dos neurônios a partir desse bloqueio AL inibiram
a transmissão da informação para o SNC.
As sensações que vêm da periferia para o SNC
(aferente) e as mensagens que o SNC envia para
a periferia (eferente) deixam de ser conduzidas
pelo nervo sob ação do AL, desaparecendo as
varias formas de sensibilidade (tátil, térmica e
dolorosa) e a atividade motora da área em que se
distribui o nervo ou grupo de nervos bloqueados.
Os AL´s apresentam algumas propriedades
desejáveis:
• Bloqueio reversível do nervo, sem risco de
produzir lesão permanente;
• Irritação mínima para os tecidos em que são
injetadas;
• Boa difusibilidade através dos tecidos, para que
sejam atingidos os nervos a que são destinados;
• Baixa toxidade sistêmica;
• Inicio de ação rápida;
• Duração do efeito adequado às necessidades
cirúrgicas habituais.
Analgésico e Anestésico
Os analgésicos são inibidores específicos das
vias de dor, e os anestésicos locais são inibidores
inespecíficos das vias sensoriais periféricas,
motoras e autônomas. Em algumas situações
clinicas é importante controlar a dor, como
traumatismo agudo, trabalho de parto ou cirurgia.
Nesses casos a via da dor pode ser interrompida
pelo bloqueio da transmissão com AL´s ou com
administração de opióides. Varias classes de
fármacos são usados para o alivio da dor:
• Agonistas dos receptores opióides;
• AINE;
• Antidepressivos tricíclicos;
• Anticonvulsivantes;
• Antagonistas dos receptores NMDA;
• Agonistas adrenérgicas.
• Agonistas dos receptores 5HT1.
Naltrexona
Referência: Revia (Cristália);
O que é: antagonista opioide, tratamento adjunto
na dependência opioide, tratamento adjunto no
alcoolismo;
Para que serve: alcoolismo, dependência opioide,
em indivíduos anteriormente dependente de
opióide e que estejam desintoxicados.
Atenção: indivíduos dependente de opioides
devem ser desintoxicados antes de iniciar o
tratamento.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Um dos fatores que podem alterar a resposta aos
fármacos é a administração concomitante de
outros fármacos. Ocorre quando os efeitos de um
fármaco são alterados pela presença de outro,
alimento ou bebida.
Muitos pacientes fazem tratamento contínuo com
um ou mais fármacos para doenças crônicas,
como hipertensão, insuficiência cardíaca,
osteoartrite e assim por diante. O potencial para
interação entre fármacos é, portanto substancial, e
as interações são responsáveis por 5% a 20% das
reações adversas aos fármacos. Essas podem
agravar e podem ser atribuídos erroneamente à
história natural da doença.
A interação medicamentosa pode ser perigosa
quando promove o aumento da toxidade de um
fármaco. Algumas vezes a interação
medicamentosa pode reduzir a eficácia de um
fármaco.
Os fármacos também podem interagir com
entidades químicas em outras constituintes da
dieta e fitoterápico. A administração de um
fármaco (a) pode gerar a ação de outro (b) por
mecanismos gerais:
1. Modificação do efeito farmacológico de b sem
alterar sua concentração no líquido intersticial
(interação farmacodinâmica: absorção,
distribuição, metabolismo e excreção);
2. A alteração de b que alcança seu local de
ação (interação farmacocinética: efeitos
aditivos, sinérgicos ou antagônicos).
3. Interações farmacêuticas: Ocorre quando um
fármaco é físico ou quimicamente incompatível
com outro. São interações físico-químicas de
um fármaco com uma solução de infusão
intravenosa ou de dois fármacos na mesma
solução, resultando em perda da atividade do
fármaco envolvido.
Para que tais interações sejam relevantes do
ponto de vista clínico, é preciso que a faixa
terapêutica do fármaco b seja estreita. Para que
as interações farmacocinéticas sejam importantes
sob o aspecto clínico, é também necessário que a
curva concentração-resposta do fármaco b tenha
inclinação. Para muitos fármacos, essas
condições não estão presentes, mesmo mudanças
muito grandes na concentração plasmática de
fármacos relativamente não tóxicos, como a
penicilina, mostram pouca, probabilidade para dar
inicio a problemas clínicos, porque, há margem de
segurança confortável entre as concentrações
séricas consequentes de doses usuais em
toxicidade, muitos fármacos apresenta relação
concentração-resposta muitos sensíveis e
margem terapêutica estreita e, por isso, as
interações entre fármacos podem causar
problemas maiores.
INTERAÇÕES FARMACODINAMICAS INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
Causa modificações dos efeitos bioquímicos ou Essas interações podem afetar o padrão de
fisiológico do medicamento. Geralmente ocorre no absorção, distribuição, metabolização ou
local de ação dos medicamentos ou através de excreção. Ocorre quando um fármaco altera a
mecanismo bioquímicos específicos, sendo capaz velocidade, a extensão de absorção, distribuição,
de causar efeitos semelhantes ou opostos. Podem biotransformação ou excreção de outro fármaco,
ocorrer interações tóxicas quando dois alterando a concentração do fármaco ativo no
medicamentos ativam vias complementares organismo. Modificam a magnitude e duração do
resultando em efeitos biológicos exagerados. Um efeito, mas a resposta final do medicamento é
exemplo é a coadministração de Sildenafil e preservada. Quando dois fármacos são
Nitroglicerina. metabolizados pela mesma P450, a inibição
Interação de efeito: ocorrem quando dois ou competitiva ou irreversível dessa P450 por um
mais medicamentos em uso concomitante têm fármaco pode levar a um aumento na
ações farmacológicas similares a portas, concentração plasmática do segundo fármaco. Por
podem produzir sinergias ou antagonismos de outro lado, a indução de uma P450 especifica por
ação dos medicamentos farmacocinéticos ou um medicamento pode levar a uma redução na
mecanismos de ação dos medicamentos concentração plasmática dos outros fármacos que
envolvidos. Por exemplo, álcool reforça o são metabolizadas pela mesma enzima. Além de
efeito sedativo de hipnóticos e anti- alterar a atividade das P450, os fármacos podem
histamínicos. afetar o transporte de outros fármacos para dentro
Interações farmacêuticas: Chamadas de e para fora dos tecidos. Um fármaco que se liga
incompatibilidade medicamentosa ocorrem in às proteínas plasmáticas, como a albumina, pode
vidro, antes da administração dos fármacos no deslocar um segundo fármaco da mesma
organismo, quando se misturam dois ou mais proteína, aumentando sua concentração
deles numa mesma seringa, equipo de soro ou plasmática livre e, consequentemente, a sua
outro recipiente. biodisponibilidade para tecidos-alvos e não alvos.
Pode ocorrer de muitas formas diferentes. Há
muitos mecanismos e é provável que alguns Absorção
exemplos sejam muito uteis que outros. A absorção do TGI é diminuída pelos
Antagonistas de receptores β-adrenérgico medicamentos que inibem o esvaziamento
diminuem a efetividade dos antagonistas de gástrico, como a atropina ou narcóticos, ou
receptores β-adrenérgico. Como salbutamol; acelerada pelos medicamentos que aceleram o
Muitos diuréticos diminuem a concentração esvaziamento gástrico (metoclopramida) por
plasmática de K* e, assim, predispõem à outro lado o fármaco A pode interagir com o
toxicidade da digoxina e à toxicidade com os fármaco B no intestino de forma a inibir a
fármacos antiarrítmicos do tipo 3. absorção de B., por exemplo, o Ca2+ forma um
A sildenafila inibe a isofarma da complexo insolúvel om a tetraciclina que retarda
fosfodiesterase que inativa o GMPc; sua absorção, a colestiramina, uma resina de
consequentemente, ela potencializa, os ácido biliar ligando-se a vários fármacos
nitratos orgânicos, que ativam a guanilil impedindo sua absorção se administrado de modo
ciclase, e pode causar hipotensão grave em simultâneo. Outros exemplos é a adição de
pacientes que usam esses fármacos. epinefrina as injeções de anestésico local, a
Os inibidores a monoamina-oxidase aumentam vasoconstrição resultante retarda a absorção do
a quantidade de NoE armazenado nos anestésico, prolongando, assim, seu efeito local.
terminais nervosos noradrenérgicos e
interagem perigosamente com alguns Distribuição
fármacos, tais como a efedrina ou a tiramina, Um fármaco pode alterar a distribuição de outro,
que liberam a NoE armazenada. Isto pode competindo por um local comum de ligação na
ocorrer também com alimentos ricos em albumina plasmática ou proteína do tecido, mas tal
tiramina, sobretudo queijos fermentados como interação poucas vezes é importante, a menos
o Camembert que acompanhada por um efeito distinto na
A Varfarina compete coma vitamina K, eliminação do fármaco. O deslocamento de um
impedindo a síntese hepática de vários fatores fármaco dos locais de ligação no plasma ou nos
de coagulação. Se a produção de vitamina K tecidos aumenta por algum tempo a concentração
no intestino é inibido, a ação anticoagulante da do fármaco livre. Mas isto é seguido por seu
varfarina é aumentada. aumento na eliminação, e, então, novo estado de
equilíbrio é estabelecido no qual as concentrações
plasmáticas similares àquela anterior a introdução
do segundo fármacos deslocados.
Metabolização FARMACOEPIDEMIOLOGIA
Os fármacos podem inibir ou induzir as enzimas A farmacoepidemiologia, ou epidemiologia do
que os metabolizam. medicamento, surgiu da interseção da
Indução: É importante causa de interação farmacovigilancia clinica com a epidemiologia. A
entre fármacos. A demora na indução e alenta farmacoepidemiologia compreende tanto o estudo
recuperação após a retirada do agente indutor, do uso, quanto o dos efeitos dos medicamentos
junto com o potencial para indução seletiva de nas populações, e a farmacovigilância é um dos
uma ou mais isoenzimas CYP, contribuem seus componentes. Assim definida,
para a natureza insidiosa dos problemas farmacoepidemiologia é composta por duas
clínicos que a indução possui. Os efeitos vertentes, complementares que busca conhecer,
colaterais devidos a tais interações são muito analisar e avaliar o impacto dos medicamentos
variáveis, incluindo rejeição do enxerto como o sobre a população humana.
resultado da perda de eficácia do tratamento É uma disciplina em desenvolvimento que aplica
imunossupressor, convulsões devido à perda técnicas epidemiológicas para estudar o uso dos
da atividade convulsivante, gravidez fármacos numa grande população. A
indesejada e trombose ou sangramento. farmacoepidemiologia combina farmacologia
Inibição: Sobretudo as do sistema do P450, clinica com epidemiologia. Combinando os
diminui o metabolismo e, em consequência, interesses da farmacologia e da epidemiologia, a
aumenta a ação de outros fármacos inativados farmacoepidemiologia aplica princípios
pela enzima. Os efeitos terapêuticos de alguns epidemiológicos nos estudos dos efeitos dos
fármacos são consequência direta da inibição medicamentos nas populações humanas. Os
da enzima. A xantina oxidase usada para estudos nessa área quantificam os padrões de
prevenir a gota; metaboliza muitos fármacos uso e os efeitos adversos dos fármacos. Por
citotóxicos e imunossupressores, incluindo a exemplo, compreender os padrões de prescrição
mercaptopurina (o metabólito ativo da dos fármacos, a conveniência do seu uso, os
azatioprina), ação que é assim potencializada padrões de adesão ao tratamento e de
e prolongada pelo alopurinol. persistência no tratamento, bem como pela
identificação de fatores prognósticos para o uso
Excreção do fármaco. São alvos de interesse as reações
A maioria dos medicamentos é quase totalmente medicamentosas adversas comuns previsíveis,
eliminada pelos rins. Desta forma, a taxa de assim como aquelas raras e imprevisíveis. Termos
excreção de vários agentes pode ser modificada usados sobre a segurança dos medicamentos;
através de interações ao longo do néfron. Os Evento adverso: Qualquer situação médica
principais mecanismos pelos quais um fármaco inesperada que ocorre enquanto o paciente
pode afetar a taxa de eliminação renal de outros está recebendo um fármaco, mas não é regra
são por: que esse evento tenha relação com o
Inibição da secreção tubular: A proenecida medicamento;
foi desenvolvida para inibir a secreção da Reações adversas: Refere-se a um desfecho
penicilina, assim, prolongar sua ação. Ela prejudicial ou indesejado, que ocorre enquanto
também inibe a eliminação de outros fármacos o paciente está recebendo um produto
têm efeitos incidentais à zidovudina; farmacêutico, e esse desfecho tem uma
Alteração do pH e do fluxo urinário: Os ligação causal com o medicamento. As
diuréticos tendem a aumentar a eliminação reações adversas podem ser dose-
urinária de outros fármacos e de seu dependentes (existe uma relação entre a dose
metabolitos, mas isto raramente é importante. do fármaco e o desfecho observado) e
Por outro lado diuréticos tiazídicos e de alça previsíveis ou mais peculiares e imprevisíveis.
aumentam indiretamente a reabsorção tubular Efeito colateral: Costuma ser dose-
proximal do lítio e isto ode causar a toxicidade dependente, é previsível e pode ser desejável
do lítio em pacientes tratados com carbonato ou irrelevante;
de lítio para alterações do humor. O efeito do Erro de medicação: Se refere a qualquer
pH urinário sobre a eliminação de ácido e evento evitável que pode levar ao uso
bases fracos é colocado em uso no tratamento inadequado ou danos ao paciente.
da intoxicação por salicilato, mas não é a
causa de interações acidentais.
PROCESSO DE APROVAÇÃO DE Ensaios clínicos
FARMACOS NOS EUA A FDA usa dados clínicos para determinar se o
O Food and Drug Administration (FDA) é a fármaco será aprovado para comercialização. Os
agência do governo do EUA responsável pela ensaios clínicos aleatórios de fase 1 consistem
fiscalização dos fármacos e alimentos consumidos em pequenos estudos de voluntários saudáveis. O
nos EUA. objetivo é determinar a segurança básica e a
Nos EUA, a FDA deve aprovar um fármaco antes informação farmacológica em humanos em geral,
de ser comercializado. Depende do centro de são ensaios curtos, com duração de 6 a 12
avaliação de pesquisa de medicamentos seguros meses, e podem incluir crianças, mulheres em
e eficazes fora do mercado e para fornecer idade fértil e outros grupos de pacientes.
informações sobre fármacos para uso apropriado. Após a fase 1, são conduzidos os de fase 2, em
Tem uma grande pressão para que os fármacos que o fármaco é usado num pequeno número e
sejam aprovados e disponibilizados para uso. Por pessoas (Ex.: de 100 a 200 pacientes) que sofrem
outro lado, existe uma pressão para que a FDA da condição indicada, a qual se pretende tratar
mantenha a segurança pública. com o fármaco em estudo. O fármaco é usado
A FDA influência o novo processo de aprovação com cautela nas fases 1 e 2 para garantir a
de fármacos pela elaboração e imposição do segurança nos seres humanos, antes que um
cumprimento das normas federais, todas grande numero de pessoas seja exposto. A fase 2
compiladas no código de normas federais dos fornece dados seguros e dá origem a alguns
EUA. indícios da eficácia clínica do medicamento.
A FDA publica as diretrizes que orientam os Na fase 3 o fármaco é usado num grande grupo
laboratórios os estudos dos fármacos, que devem de pacientes portadores de doença ou da
mostrar segurança e eficácia. O processo de condição indicada. Os ensaios são aleatórios,
aprovação do fármaco pode levar vários meses, duplo-cego, placebo-controlados e podem incluir
até anos. de varias centenas a milhares de participantes que
A FDA coleta taxas dos laboratórios para ajudar a representam a doença ou a condição estudada.
cobrir custo de supervisionamento dos novos Em geral, esses estudos tem duração de 1 a 4
fármacos e de expedir o processo de aprovação anos.
do fármaco. Isso tem um impacto na linha do Após a conclusão das 3 primeiras fases, o
tempo de aprovação do medicamento. Antes de laboratório solicitará a aprovação do fármaco a
liberar um novo fármaco, a agência exige FDA, submetendo uma solicitação de novo
evidências de que o produto é seguro para uso fármaco (NDA).
nesse estudo. Estudos in-vidro ou em animais, A NDA consiste dos resultados dos estudos em
são conduzidos para avaliar os efeitos tóxicos e animais e aqueles dos ensaios clínicos, bem como
farmacológicos dos fármacos, e sua informações relevantes, como resultados de
farmacocinética. estudos estrangeiros, dados de comercialização,
Quando o laboratório julga ter dados probatórios informações de bula e processo de fabricação.
de que o novo fármaco é seguro para ser usado A FDA examinará a NDA para determinar se o
em experimentos clínicos iniciais, o laboratório fármaco é seguro e eficaz, como se o rótulo do
formaliza uma solicitação de pesquisa de nova produto, sua comercialização e seus processos de
droga (IND) à FDA. Essa solicitação é para obter fabricação estão adequados. A FDA pode decidir
a permissão do FDA para iniciar os ensaios aprovar ou não o fármaco para comercialização ou
clínicos em humanos. A FDA examinará a IND, e, pedir alguns estudos mais detalhados antes dele
em 30 dias, determinará se os ensaios clínicos ser aprovado. Notemos que alguns produtos
poderão ou não se iniciar. passam pelas fases 1 e 2, mas, se na fase 3,
preocupações serias de segurança ou perda da
eficácia forem identificadas, eles não são
aprovados. Todo esse processo de aprovação do
fármaco pode durar de 10 a 15 anos e os custos
variam de US$200 milhões a US$1,3 bilhão por
fármaco aprovado.
Limitações: A aprovação de um fármaco pela Sistema de relato de eventos adversos
FDA requer ensaios bem elaborados. O Por não ser possível aprender tudo sobre o
processo de aprovação do FDA é rigoroso, fármaco com os ensaios, a FDA, os laboratórios e
sendo preciso que os laboratórios forneçam outras organizações de saúde desenvolveram
vários dados sobre a segurança e a eficácia do processos e sistemas para conduzir a vigilância
produto. Apesar do rigor, existem falhas, por pós-comercialização. Desenvolveram um sistema
exemplo, certos grupos de pacientes, como de descrição de eventos adversos para coletar
crianças e mulheres em idade fértil podem ser relatos espontâneos sobre problemas com os
excluídos dos ensaios clínicos. Existem alguns fármacos.
eventos adversos e outros de segurança que A FDA estabeleceu o programa de informação
só ocorrem na proporção de um para um e notificação de evento adverso (medwalch)
milhão, dificultando a detecção desses casos para permitir que os profissionais de saúde e o
num ensaio clínico. Uma vez que o produto é público relatem de forma voluntária reações sérias
usado em populações de pacientes não e problemas com os fármacos.
estudados ou para uso off-label (indicações Usando os relatos do Medwalch para identificar e
clínicas não aprovadas pelo FDA) num grande avaliar o risco com um determinado produto,
número de pessoas é importante que o uso do desenvolver intervenções com objetivos de
fármaco por 10, 20 ou 30 anos não é estudado restringir o risco (fazer alterações no rótulo do
nos ensaios clínicos. produto) e comunicar o risco aos profissionais de
Supervisão pós-comercialização: Aprovado saúde e ao público.
o fármaco, os profissionais de saúde começam Os laboratórios disponibilizam números de
a prescrevê-los. É possível que, nesse chamadas gratuitas e websites para os
momento, haja milhões de pessoas usando o profissionais de saúde e os pacientes relatarem
medicamento. Além disso, pessoas com varias problemas com fármacos. Por sua vez, eles
doenças ou que usam outros fármacos usam- transmitem esse problema para a FDA.
no, gerando oportunidades de interações No Brasil, o instituto Butantã, recebe relatos
medicamentosas adicionais, interações das espontâneos de efeitos adversos por meio do SAC
doenças ou outros casos de segurança que 0800-7012859 ou pelo email:
não foram observados nos ensaios clínicos. [email protected] e
Nesse ponto, eventos adversos raros podem [email protected].
surgir. A FDA definiu vigilancia pós- Muitos hospitais usam processos de coleta da
comercialização como o processo pelo qual a história do uso de fármacos dos pacientes
segurança de um fármaco é monitorada para internados e tentam identificar as relações entre a
identificar problemas potenciais com seu uso exposição ao fármaco e o motivo da
depois de sua aprovação pelo FDA. hospitalização. Todos esses mecanismos de
relatos espontâneos de eventos ajudam na
Fase 4 farmacovigilância. Ela relaciona-se à
A FDA e os laboratórios contam com os identificação, avaliação e prevenção de efeitos
resultados dos ensaios aleatórios de fase 4 para adversos dos fármacos. Os eventos adversos
obter informações sobre o medicamento. Os relatados são usados como alertas de segurança.
ensaios dessa fase são feitos depois da Que se refere a um dado relato ou a uma
aprovação do fármaco pelo FDA, com objetivo de informação que sugere uma associação potencial
conseguir informações adicionais sobre o fármaco, entre um fármaco e um evento adverso.
incluindo informações de segurança e sobre seu A partir desse ponto, a FDA poderá usar os
uso em outras indicações. O FDA pode ordenar resultados dessas investigações para requerer
que o laboratório conduzisse os ensaios clínicos alterações na bula, emitir cartas à classe médica
de fase 4 depois da aprovação do fármaco. A FDA do tipo ``Caro Doutor´´, publicar artigos em
exige que os laboratórios dos fármacos aprovados jornais ou, até mesmo, retirar o produto do
enviem relatórios anuais sobre o curso dos mercado.
compromissos dos seus estudos de pós-
comercialização
Desenvolvimento da farmacoepidemiologia EPIDEMIOLOGIA
Existem evidências de que o custo dos fármacos O termo epidemiologia do grego Epi=sobre,
está crescendo. Os fármacos são usados para demos=povo e logos=estudo. Ela propõe estudar
tratar doenças crônicas, e terapias quantitativamente a distribuição dos fenômenos de
medicamentosas mais novas e avançadas são saúde/doença, e seus fatores condicionantes e
aprovadas a cada ano. Eles estão interessados determinantes, nas populações humanas.
em saber quais produtos apresentam uma boa Como ciência, fundamenta-se no raciocínio
proporção custo-eficácia. causal, como disciplina preocupa-se em
A farmacoepidemiologia oferece uma forma de desenvolver estratégias para ações voltadas para
responder varias questões sobre o uso do fármaco a proteção e promoção da saúde da comunidade.
e pode sugerir o desenvolvimento de intervenções Ela também é um instrumento para o
ou politicas. desenvolvimento de políticas no setor da saúde. O
Pela necessidade de estudar o uso do fármaco no objetivo principal da epidemiologia é melhorar a
mundo real, observa-se o crescimento do uso de saúde das populações. Os três principais objetivos
desenhos de estudos observacionais e outros epidemiológicos:
desenhos de pesquisas farmacoepidemiologicas 1. Descrever a distribuição e a magnitude dos
para responder a questões sobre o uso do problemas de saúde das populações
fármaco. humanas;
Existe a necessidade de vigilancia contínua do 2. Proporcionar dados essenciais para o
uso dos fármacos, além de formas para avaliar planejamento, execução e avaliação das
como as características do paciente influenciam o ações de prevenção, para estabelecer
uso do fármaco e o desfecho clínicos, tanto os prioridades;
desfechos esperados como os inesperados. Essa 3. Identificar fatores etiológicos na gênese da
necessidade de estudar o uso do fármaco em enfermidade.
grandes populações pode ser satisfeita por meio A área de atuação da epidemiologia é sempre
do uso dos desenhos de pesquisa epidemiológica. uma população humana, que pode ser definida em
A pesquisa farmacoepidemiologica é uma forma termos geográficos ou outro qualquer. Em geral, a
para aprender sobre o uso dos fármacos e a população usada num estudo epidemiológico é
segurança, sem precisarem investir em ensaios aquela localizada numa determinada área ou país
clínicos grandes. num certo momento do tempo. Isso forma a base
O estudo de farmacoepidemiologia costuma ser para definir subgrupos de acordo com o sexo,
menos dispendioso e pode fornecer algumas grupo etário, etnia e outros aspectos.
evidencias em relação ao uso e à segurança dos Considerando que as estruturas populacionais
fármacos nas populações. variam conforme a área geográfica e o tempo, isso
deve ser levado em conta nas análises
epidemiológicas. Algumas definições:
Estudo: Inclui vigilância, obstrução, teste de
hipótese, e pesquisas analíticas e
experimentais;
Distribuição: Refere-se à análise quanto ao
tempo, pessoas, lugares e grupos de
indivíduos afetados;
Determinantes: Inclui fatores que afetam o
estado de saúde, dentre os quais, fatores
biológicos, químicos, físicos, sociais, culturais,
econômicos, genéticos e comportamentais;
Estados ou eventos relacionados à saúde:
Referem-se à doença, causas de óbitos,
hábitos comportamentais (tabagismo), aspecto
positivo em saúde (bem-estar, felicidade, etc.),
reações a medidas preventivas, uso e oferta
de serviços de saúde entre outros;
População: Inclui indivíduos com
características especificas, como exemplo,
crianças menores de cinco anos;
Aplicação na prevenção e controle: O
objetivo da saúde pública é promover, proteger
e restaurar a saúde.
Ex.: 1: A disciplina que corresponde ao estudo da Ex.: 6: A epidemiologia visa ao estudo da
frequência, da distribuição e dos determinantes frequência e distribuição dos eventos relacionados
dos estados ou eventos relacionados á saúde em à saúde a seus determinantes. A respeito desse
populações especificas e a aplicação desses assunto, analise as afirmações abaixo:
estudos no controle dos problemas de saúde é: 1. A epidemiologia permite realizar o diagnóstico
a. Toxicologia; de saúde de uma população;
b. Biologia; 2. O objetivo principal dessa ciência é o estudo
c. Correta: Epidemiologia; das epidemias e sua propagação;
d. Antropologia; 3. Estudos epidemiológicos não permitem
e. Bioestatística. conhecer a história natural de uma doença.
Resp.: Após análise das afirmações acima podemos
Alternativa (c) correta: Estuda a frequência, a concluir que:
distribuição e os determinantes dos estados ou a. Todas estão corretas;
eventos relacionados á saúde em populações b. Corretas: Apenas 1 está correta;
específicas e a aplicação desses estudos no c. Apenas 1 e 2 estão corretas;
controle dos problemas de saúde. d. Apenas 2 e 3 estão corretas.
nº casos a+c
O uso desses dados do nível coletivo resulta em Prevalência = =
total N
estudos ecológicos. Algumas informações de
grupo que costumam ser usados na A pesquisa de bronquite crônica, na cidade de
farmacoepidemilogia envolvem o uso do Pelotas, no ano de 2000 revelou o seguinte
medicamento em âmbito nacional ou estadual. (dados não publicados):
Embora os estudos ecológicos possam ser úteis, é
importante conhecer suas limitações. Suas
desvantagens e a possibilidade de o confudimento
ser uma fonte de importância significativa de viés,
uma vez que a informação não é coletada no nível
308
do paciente. Prevalência = = 15,5%
1985
Incidência e prevalência na
farmacoepidemiologia
Nela além do uso padrão da epidemiologia, os
conceitos de incidência e prevalência podem ser
aplicados ao estudo do uso e efeitos dos
fármacos. Podem ser usados para medir eventos
medicamentos, bem como identificar novos
usuários de fármacos, medir o uso existente de
fármacos e assim por diante. Uma analise
farmacoepidemiologica do uso do fármaco, está,
por natureza baseado na população.
Por exemplo, para aumentar o uso de estatina entre os
diab éticos ou com doença arterial coronária sem
prescrição para estatinas nos últimos 6 meses, um
lab oratório de gestão de b eneficio de farmácia enviou
materiais educacionais para os b enefícios. O estudo
mostra que 12,1% dos memb ros, cujos prescritores
receb eram a intervenção, e 7,3% do grupo controle
iniciaram a terapia com estatina durante u período de
acompanhamento de quatro meses.
Viés de confusão
Esse problema e de especial importância nos
estudos observacionais. Ele ocorre quando a
relação entre a exposição, ou o tratamento, e o
desfecho é afetado por outra variável ou por um
grupo de variáveis. De forma específica, a terceira
variável chamada de confundidora, é um fator de
risco para o desfecho de interesse. A distribuição
da variável de confundimento é diferente entre os
diversos níveis de exposição. Um confundidor está
relacionado à exposição e ao desfecho, sem estar
na via causal da exposição e do desfecho. História natural da doença
Leavel e Clarck desenvolveram em 1965, o
Por exemplo, a avaliação dos efeitos de risperidona e
modelo da história natural da doença e seus três
de olanzapina nos níveis lipídicos, a idade pode ser
uma variável confundidora. Isso acontece porque a níveis de prevenção, segundo eles a profunda
idade mais avançada pode ser um fator de risco para compreensão da história natural da doença, exige
níveis lipídicos elevados (desfecho), ao mesmo tempo conhecimento das condições naturais e
em que afeta os padrões de prescrição dos específicas que tais distúrbios aparecem e
antipsicoticos de segunda geração
(exposição/tratamento). De forma especifica os persistem. A história natural da doença é o nome
participantes de grupos de faixa etária a jovem tem dado ao conjunto de processos interativos
mais chance e receb er indicação para risperidona compreendendo as inter-relações do agente, do
devido a sua indicação para o uso pediátrico . ser suscetível e do meio ambiente que afetam o
processo global e seu desenvolvimento, deste as
O confundimento na farmacoepidemiologia pode primeiras forças que criam o estimulo patológico
ser de vários tipos. É provável que o no meio ambiente, passando pela resposta do
confundimento por indicação seja o tio mais homem ao estimulo, até as alterações que levam
comum observado nos estudos a um defeito, recuperação ou morte.
farmacoepidemiológicos. As vezes esse tipo é É dividida em quatro fases:
chamado de viés de canal ou viés de indicação. 1. Fase inicial: Ainda não há doença, mas
Ele surge quando um médico prescreve condições que a favorecem, dependendo da
medicamentos considerando certas característica existência de fatores de risco ou de proteção,
do pacientes, como severidade da doença, idade alguns indivíduos estarão mais propensos a
ou gênero. Também pode haver outros fatores determinadas doenças do que outros.
não relacionados ao paciente que influencia a
prescrição médica e que não são de aferição, Ex.: crianças que convivem com mães
incluindo a influencia das atividades de promoção fumantes estão em maior risco de
de vendas de fabricantes do ramo farmacêuticos hospitalização nos primeiros anos de vida.
Razões de interesse
O rápido aumento de custo, em particular os de
serviços de transporte e armazenagem, tem
obrigado os hospitais a desenvolver técnicas
matemáticas e adquirir equipamentos de
informática capazes de tratar eficientemente a
massa de dados necessários para análise de
problemas logísticos.
A complexidade crescente da administração de
materiais e da distribuição física exige sistemas,
mais complexos e disponibilidade de maior gama
de serviços.
Há atualmente uma forte tendência, em hospitais
e clínicas, de transferir as responsabilidades de
administração dos estoques, cada uma aplicável
ao estágio em que o hospital se encontra. Uma
preocupação sempre presente é a precisão das
informações.
Os maiores problemas gerados pela imprecisão 6. Controlar os estoques em termos de
de dados são: quantidade e valor, e fornecer informações
Má localização dos estoques; armazenamento sobre posição do estoque;
inadequado; erros de cálculo nos relatórios de 7. Manter inventário periódico para avaliação da
entrada e saída de materiais; erros de quantidade e do estado dos materiais
recebimentos; esquecimento e atraso na estocados;
emissão de documentos inadequados de 8. Identificar e retirar do estoque os itens
contagem física. obsoletos ou danificados.
Princípios
1. Determinar o que deve permanecer em
estoque (número de itens);
2. Determinar quando se devem reabastecer os
Gráfico 1: (a) consumo (quantidade); (b) consumo efetivo;
estoques (periodicidade); (c) consumo médio; (d) tempo (período).
3. Determinar quanto de estoque será necessário
para um período predeterminado;
4. Acionar o departamento de compras para
executar a aquisição de estoque;
5. Receber, armazenar e atender os materiais
estocados de acordo com as necessidades;
2. Evolução sujeitas à tendência (crescente ou 3. Evolução sazonal: O consumo pode assumir
decrescente): Com o decorrer do tempo, o outro padrão: sazonalidade. O exemplo, mais
consumo médio aumenta ou diminui. Ele pode típico é o consumo sazonal de chocolate na
ser crescente ou decrescente. Os consumos época de páscoa. É bastante óbvio que,
de tendência crescente e decrescente podem durante esse período, a demanda por
ser chamados de consumo de tendência chocolate e, consequentemente, o seu
ascendente e descendente, respectivamente. consumo crescem muito. Essa é a definição de
a. Tendência crescente: É aquela em que o consumo sazonal: é aquele que possui
consumo aumenta, de forma crescente e oscilações regulares (positivos ou negativos)
ordenada. No gráfico de tendência crescente, e, portanto, um padrão repetitivo de demanda.
ele não precisa ser uma linha reta. O
importante é que à medida que o tempo
avança as quantidades consumidas vão
aumentando.
Em que:
EMx = Estoque máximo;
EMn= Estoque mínimo;
Gráfico 5: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período). Q= Lote de compras.
O eixo X horizontal representa o tempo Tempo de reposição (TR): Para o calculo do
decorrido (T), em meses; estoque mínimo, é necessário informação
O eixo Y vertical representa a quantidade de sobre do TR. É o tempo gasto desde a
um produto qualquer em estoque, em verificação de que o estoque precisa de
unidades.
reposição até a chegada efetiva do produto no
No instante 0 há 100 peças no estoque. A
estoque. Este tempo pode ser dividido em 3
medida que o tempo passa, a quantidade de peça
partes:
vai diminuindo até que, no mês 6, o valor do eixo y 1. Emissão do pedido: Desde a emissão do
é 0 e isso significa que já não há mais produto no pedido do comprador até o pedido chegar
estoque. A reta descendente que vai do instante 0 ao fornecedor;
ao instante representa, o consumo da peça neste 2. Preparação do pedido: Tempo que o
intervalo de tempo.
fornecedor leva desde o recebimento do
No instante 6 ocorrem dois momentos:
pedido até os produtos estarem prontos
1. É quando o estoque zera;
para serem transportados;
2. É quando o estoque é imediatamente reposto 3. Transporte: Tempo final, desde a saída do
e volta a ter 100 produtos. fornecedor até o recebimento ela empresa
A reta vertical no instante 6 representa, a solicitante.
reposição do estoque. A partir do momento 6, os O tempo de reposição é também chamado, de
produtos voltam a ser consumidos, até que, no tempo de ressuprimento.
mês 12, o estoque zera novamente. Na vida real,
não existe consumo tão uniforme, falhas
Intervalo de suprimento: Intervalo entre dois
acontecem.
suprimentos (depende da quantidade
comprada, do tempo de entrega dos
Elementos de previsão de estoque
fornecedores e do consumo médio).
Para manter um dimensionamento correto dos
estoques que atentam as necessidades com
Intervalo de ressuprimento: É o tempo entre
regularidade no abastecimento, recomenda-se o
uso dos seguintes instrumentos: dois ressuprimentos consecutivos. Em outras
Consumo médio mensal (CMM): É a soma palavras, o intervalo de tempo entre dois
pontos de pedido.
do consumo de medicamentos usados em
determinado período;
Estoque mínimo (EMin ): É a soma do
consumo, de medicamentos usados em
determinado período; Para o calculo do EMin,
podemos recorrer à fórmula simples ou ao
método de rotatividade.
Emin = CMM x K.
Em que:
K = fator de segurança arbitrária para garantia
contra ruptura (em termos percentuais). Ponto de Pedido (PP): A partir das definições de
Ex.: estoques mínimos e de TR, chega-se ao conceito
CMM= 60 caixas. de PP, muito importante e útil no dia a dia. O PP é
K = 0,9 (90% de garantia). aquele ponto que, uma vez atingido, provoca um
Média é geralmente indicado em novo pedido de compra. A fórmula para cálculo de
porcentagem (%) do valor em estoque ( PP é:
fator de armazenagem). PP= CMM x TR + Emin.
PP= Ponto de pedido;
CMM= Consumo médio mensal;
TR= Tempo de reposição.
Emin = estoque mínimo
Para sabermos quais variáveis estão presentes FARMÁCIA HOSPITALAR
numa fórmula, é bem simples: notemos quais A farmácia hospitalar é caracterizada como uma
fatores são importantes para a definição daquele unidade clínica e administrativa devendo ser
conceito. contemplada no organograma, com gestão
Por exemplo, é bastante razoável que o conceito autônoma e independente, preservando os
de tempo de reposição esteja presente na formula interesses da instituição. A farmácia hospitalar é
do calculo do PP. uma unidade clínica, administrativa e econômica,
Outro conceito na fórmula do PP é o consumo dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente
médio mensal (CMM). Aqui, a percepção é à direção de hospitais e integrada funcionalmente
imediata. Ponto em que o novo pedido será feito com as demais unidades administrativas e de
depende de quanto é o consumo mensal do assistência ao paciente.
produto. Se muito, os estoques terão de ser A farmácia hospitalar pode ser dividida entre
resposta mais rapidamente. Se pouco consumido, farmácia central e satélite.
os estoques demorarão tempo maior para ser 1. A farmácia central tem, o objetivo receber
resposta. armazenar (estocar) controlar e estoque e
Ex.: distribuir os medicamentos e materiais para as
CMM = 20 caixas; farmácias do hospital;
TR = 2 meses; 2. A farmácia satélite é integrada a central,
Emin = 20 caixas. porem com autonomia para separar e enviar
Então: medicamentos. Elas atendem individualmente,
PP = (20x2) + 20 = 60 caixas. possibilitando maior agilidade na dispensação
de materiais e medicamentos hospitalares.
As atividades desenvolvidas pela farmácia
Pontos de reposição (PR): É a quantidade hospitalar podem ser observadas sob o ponto de
existente no estoque, que determina a vista da organização sistêmica da assistência
emissão de um novo pedido; farmacêutica.
Em 2010, o MS publicou a portaria 4283, que
Quantidade de reposição (QR): É a estabeleceu diretrizes relacionadas e estratégias,
quantidade de reposição de medicamentos objetivando organizar, fortalecer e aprimorar as
que dependente da periodicidade da ações de AF em hospitais, tendo como eixo
aquisição. estruturar-se a segurança e a promoção do uso
QR = (CMM X TR + EMI)-EA. racional de medicamentos e de outras tecnologias
EA = estoque atual. em saúde.
Farmacovigilância hospitalar
Os hospitais constituem local privilegiado para o
desenvolvimento de programas de
farmacovigilancia, pois concentram casos de
reações adversas a medicamentos (RAM) como
causa de internação ou de seu prolongamento.
Nos hospitais a farmacovigilância desenvolve
atividades de relatos e registro de desvio de
qualidade e RAM, através de análise e
estabelecimento de causalidade.
No hospital o monitoramento e realizado por
meio de visitas diárias por profissionais
capacitados para desenvolver esse tipo de
atividade, através de alertas que são disparadas
pela equipe de saúde em sistema informatizado,
revisão de exames laboratoriais e a partir da
farmácia hospitalar pelo monitoramento da
dispensação de medicamentos. Alguns pacientes
podem ser selecionados e monitorados em virtude
de morbidade ou tipo de medicamentos usado.
Efeitos adversos com medicamentos acontecem
frequentemente com pacientes hospitalizados. A
ocorrência desses efeitos, em hospitais, pode
levar a um aumento do tempo de internação e de
custo. Assim, a detecção precoce e o diagnóstico
de efeitos adversos torna a farmacovigilância um
importante instrumento para a saúde pública.
Os farmacêuticos hospitalares desenvolvem Entretanto, há desvio de qualidade de
ações de farmacovigilância, como alterações de medicamentos que podem ocorrer por falhas de
coloração, dificuldades de reconstituição de pós- processo, como contaminação por técnica de
liofilizados, reações adversas apresentadas pelos preparo inadequado, alteração de coloração por
pacientes, falta de efeito terapêutico. mau armazenamento do produto precipitação, por
As notificações RAM adversos a medicamentos reconstituição do produto com diluente
devem ser analisados e, dependendo do tipo e inadequado, para detecção de problemas de
notificação, de haver uma investigação para processos, nenhuma pergunta-chave pode ser
apurar a causalidade do evento. Entretanto, falhas negligenciada nesse sentido, o uso de fluxograma
no processo investigativo comprometem a padronizado poderá auxiliar na investigação.
conclusão dos casos e as ações de melhorias Para facilitar o estabelecimento de um plano de
contínua, pois vários são os fatores que podem ação, as queixas técnicas podem ser classificadas
favorecer a ocorrência de RAM. em graves e não graves:
A identificação e análise das falhas potenciais no 1. Queixas técnicas graves: Aquelas que
processo investigativo devem ser realizados podem causar danos diretos aos pacientes,
avaliando o CAF que possam influenciar na como presença de coros estranhos, suspeitas
qualidade, segurança e eficácia dos de contaminação e alterações e colorações.
medicamentos, como procedimentos logísticos 2. Queixas técnicas não graves: São aquelas
inadequados, erros de prescrição e administração que não podem causar danos diretos aos
dos mesmos. pacientes, como falta de comprimido num
Uma ferramenta usada para identificar falhas blister.
potenciais no processo investigativo, avaliar os Essa diferenciação, durante a investigação,
risos da ocorrência de cada falha e propor determina se alguma ação imediata deve ser
melhorias para o processo de investigação de tomada para evitar a ocorrência de reações
efeitos adversos aos medicamentos é a chamada adversas ou inefetividade terapêutica, como a
analise do efeito e modo de falhas (FMEA), suspensão do uso do medicamento através da
essa análise permite a determinação de um interdição cautelar, até que seja concluída a
fluxograma para investigação de cada tipo de investigação. Outra ação a ser tomada pode ser a
notificação, a fim de facilitar o processo solicitação de analise do referido medicamento em
investigativo. laboratórios analíticos em saúde. Além disso, caso
o problema com o produto notificado seja
Relação de queixas técnicas sobre recorrente, ou seja, tenha ocorrido por varias
medicamentos vezes, pode optar pela suspensão ou reprovação
É uma notificação feita pelo profissional de saúde da marca do medicamento problemas a fim de
quando observado um afastamento dos impedir nova aquisição do mesmo, na instituição.
parâmetros de qualidade exigidos para a Caso sejam tomadas decisões, como a interdição
comercialização ou aprovação no processo de de um ou mais lotes do produto, suspensão ou
registro de um produto farmacêutico, ou seja, reprovação da marca, ou mesmo identificação de
quando se suspeita de qualquer desvio de problemas em processo institucionais, as mesmas
qualidade. Em alguns lugares, é considerada devem ser publicadas, em forma de alertas, que
notificação de queixas técnica aquela em que o devem ser encaminhadas a todas as unidades
desvio da qualidade não lesou o paciente. Isso envolvidas no processo de AF na instituição.
não quer dizer que uma queixa técnica não possa Caso tenham ocorrido falhas em processos, como
provocar danos aos pacientes, mas, sim que ela o armazenamento incorreto de determinado
foi detectada antes disso. Assim, caso o serviço medicamento, o serviço de farmacovigilância
receba uma notificação de alteração de coloração deverá realizar ação educativa para sanar as
de um determinado medicamento que provocou falhas, como treinamento e publicação de
reação alérgica na paciente, a notificação passa a informes.
ser tratada como notificação de RAM, já que Cabe ressaltar que a diferença entre um alerta e
causou dano ao paciente. um informe é a urgência com que ele deve ser
Geralmente, as notificações de queixas técnicas publicado.
são as mais simples de ser avaliadas, já que, na Conceitua-se alerta a informações sobre a
maioria das vezes, são perceptíveis a olho nu. segurança de um medicamento referente a
Exemplos, falta de rótulos, falta de unidades do determinado evento grave, que precise de
medicamento em suas embalagens primárias ou divulgação rápida e ampla.
secundárias, falta de informações nos rótulos, O informe é conceituado como as informações
presença de corpos estranhos, dificuldade para sobre medicamento relacionado a evento que
reconstituição de viscosidade e de conteúdo. precise de divulgação ampla pôr não urgente.
Após finalização da investigação, a equipe de A divulgação de alerta é uma medida que pode
farmacovigilância deve encaminhar uma resposta fortalecer o que se chama, em farmacovigilância,
ao notificar, como uma carta de agradecimento, na de sinal, que é o conjunto de notificação sobre
qual devem constar as ações tomadas e o uma possível relação entre um evento adverso e
agradecimento pelo ato importante que é a um medicamento.
notificação. Caso haja novas notificações esses casos
deverão ser analisados como ocorrem para as
Notificação de reações adversas a notificações de queixas técnicas, os notificadores
medicamentos (RAM) deverão receber cartas de agradecimento pela
RAM é qualquer resposta a um fármaco que seja sua notificação.
prejudicial, não intencional, e que ocorra nas
doses normalmente usadas em seres humanos Notificação de suspeitas de inetividade
para profilaxia, diagnóstico e tratamento de terapêutica
doenças, ou para a modificação de uma função Suspeita de inetividade terapêutica (SIT)
fisiológica. ocorrem quando medicamentos não apresentam
Para iniciar a investigação de RAM, o profissional os efeitos que se esperam deles. Portanto, a
deve considerar fatores como a qualidade da inefetividade pode ocorrer por redução ou por
documentação (dados e diagnósticos corretos), a problemas com a qualidade do medicamento,
relevância da notificação (reações graves não interações ou por problemas com a qualidade dos
descritas devem ter prioridade de investigação), e medicamentos, interações medicamentosas, uso
a codificação da RAM e do medicamento suspeito inadequado, resistência ou tolerância do paciente
(seleção da terminologia das reações adversas da ao medicamento.
OMS e uso da classificação anatômica terapêutica As notificações de suspeitas de inetividade
química (ATC), respectivamente) outro fator que terapêutica são as mais complexas de ser
deve ser analisado é a causalidade do evento, ou investigadas, pois, vários são os fatores que
seja, a probabilidade do evento adverso ter sido podem influenciar a efetividade de um
causado por determinado medicamento. A medicamento a indicação incorreta, a posologia
causalidade da notificação de reação adversa inadequada, a via de administração errada, a
pode ser avaliada com a aplicação de algoritmos existência de interações medicamentosas, de
desenvolvidos para essa finalidade e, dependendo incompatibilidade com materiais médico-
da consistência das hipóteses, da gravidade da hospitalares com soluções diluentes, além da
RAM observado volume de notificação e do forma com que o mesmo foi transportado
número potencial de pessoas afetadas, são armazenado nas varias etapas até a
tomadas as decisões e medidas cabíveis. administração ao paciente.
O algoritmo mais usado para a determinação da Esses parâmetros devem ser analisados, durante
causalidade de um evento adverso é o algoritmo a investigação, para que seja estabelecida a
de arranjo e colaboradores (1981), composto por causa da ineficidade, buscando resposta à
dez perguntas, cujas respostas são objetivas, com pergunta:
duas opções (sim ou não), e tem a finalidade de O problema é no produto ou no processo?
buscar informações sobre as RAM. Analisados todos esses parâmetros e,
Para cada resposta, são atribuídas pontos, sendo descartadas essas possibilidades, o profissional
que, através da somatória dos mesmos (score), pode prosseguir com a investigação,
torna-se possível classificar as RAM em questionando, então, o fabricante do
categorias de probabilidade: medicamento. Na prática, há casos em que não se
Definida, provável, possível, condicional ou consegue comprovar a inefetividade do
duvidosa. medicamento, já que, muitas vezes, os laudos de
Após a realização das perguntas e da controle de qualidade demonstram que o teor de
determinação, se a reação tem causalidade principio ativo está dentro dos parâmetros
definida ou provável, tal reação deverá ter estabelecidos oficialmente.
prioridade de ações imediatas como a interdição Infelizmente, esse problema está acima das
de um ou mais lotes, a divulgação de alertas e o possibilidades dos farmacêuticos hospitalares
envio de notificação à ANVISA. Aquela reação comprovarem, competindo a ANVISA tal análise e,
definida como possível condicional ou duvidosa, por isso, as notificações desses casos deve ser
também, necessitará de ações de estímulo para encaminhada para essa entidade. Ao final de todo
obtenção de maior número de notificação, como o processo investigativo de SIT, os notificadores
divulgação de alertas, a fim de que seja fortalecida deverão receber carta de agradecimento pela sua
a hipótese. notificação.
A inefetividade do medicamento, já que, muitas
vezes, os laudos de controle de qualidade
demonstram que o teor de principio ativo esta
dentro dos parâmetros estabelecidos.
VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA INFECÇÃO
HOSPITALAR
A busca da qualidade na prestação de serviços
de saúde é uma preocupação universal e
pressupõe uma filosofia de melhoria contínua nas
práticas de trabalho. A demonstração dos
resultados do cuidado. Nesse contexto, a
monitorização das IH é um fator de segurança
para o paciente.
As IH tornaram-se grande problemas de saúde
pública, devido ao aumento populacional, com a
introdução de novos patógenos e aumento da
resistência dos microrganismos a antimicrobianos.
Assim, podemos concluir que a identificação das
taxas de IH numa determinada unidade é um
indicador de qualidade e segurança do cuidado,
sendo um passo essencial para identificar
problemas locais e definir prioridades. A vigilancia
é um componente essencial de programas
desenhados para reduzir a frequência de eventos
adversos, como a IH.
No âmbito da saúde pública, vigilancia
epidemiológica é definida como a regular e
sistemática coleta, análise, interpretação e
disseminação dos dados relativos a um evento
relacionam à saúde, para uso nas ações públicas,
com a finalidade de reduzir a morbidade e
mortalidade e melhorar a saúde.
O objetivo da vigilancia da IH é o de reduzir as
infecções e seu custo. Entre seus objetivos tem:
1. Melhorar o conhecimento do staff clínico e
outros trabalhadores, incluindo
administradores, a respeito da IH e resistência
antimicrobiana, de modo que se conscientizem
das necessidades de medidas de prevenção.
2. Monitorar tendências: incidência e distribuição
da IH, prevalência e, quando possível,
incidência de risco ajustado para comparação
intra e inter-hospitalar;
3. Identicar a necessidade de programas novos
ou intensificados e avaliar o impacto das
medidas de prevenção.
Para alcançar esses objetivos, o planejamento de
um sistema de vigilância deve levar em
consideração alguns critérios:
Simplicidade: Para minimizar os custos e a
carga de trabalho, e promover a oportunidade
de retroalimentação em tempo útil;
Flexibilidade: Para permitir mudanças
quando necessário;
Aceitabilidade: A qual pode ser avaliada
pelo nivel de participação e qualidade;
Especificidade: Requerendo definições
precisa e investigadores treinados;
Utilidade: Apresentação relação direta com
os objetivos a serem atingidos.
O conhecimento e a divulgação dos métodos de Limpeza
proteção anti-infecciosa são relavntes uma evz Procedimento de remoção de sujidade e detrito
que, a atuação do profissional de saúde está na para manter em estado de asseio os artigos,
interdependência do material que está sendo reduindo a população microbiana. A limpea deve
usado, como veiculo de transmissão de infecção proceder os procedimentos de desinfecção ou de
tanto para o paciente como na manipulação dos esterilização, pois reduz a carga microbiana
artigos sem os devidos cuidados. através de remoção da sujidade e da materia
organica presente nos materiais. Estudos
Classificação de artigos mostraram que a limpeza manual ou mecanica, co
A variedade de materiais usados nos água e detergente ou produtos enzimáticos reduz
estabelecimentos de saúde pode ser classificado muito os resíduos. O excesso de materiais
segundo risco potenciais de transmissão de organico aumenta não só a duração do processo
infecções para os pacientes, em três categorias: de esterilização,como altera os parametros para
críticos, semi-criticos e não-criticos. este processo. Assim, a limpeza rigorosa é
Artigos criticos: Artigos destinados ao condição básica para qualquer processo de
procedimentos invasivos em pele e mucosas desinfecção ou esterilização.
adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no
sistema vascular, bem como todos os que É possivel limpar sem esterilizar, mas não é possivel
garantir a esterilização sem limpar.
estejam os críticos. Estes requerem
esterilização.
Descontaminação
Agulhas, cateteres intravenosos, materiais de A descontaminação e desinfecção são
implantes, etc. sinônimos. Tem a finalidade de reduzir o número
de microrganismos presentes nos artigos sujos, de
Artigos semi-críticos: Os artigos que entram forma a torná-los seguros para o manuseio, isto é,
em contato com a pele não íntegra, porem, ofereçam menor risco ocupacional. O uso de
restrito às camadas da pele ou com mucosas agentes quimicos desinfetantes como
íntegras são chamadasde artigos semi-criticos glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sodio e
e requerem desinfecção de médio ou de alto outros no processo de descontaminação, prática
nivel ou esterilização. largamente usada, não tem fundamentação. O
agente químico é impedido de penetrar nos
Cânula endotraqueal, equipamento respiratório, microrganismo pois há tendencia das soluções
especudo vasino, sonda nasogástrica, etc.
químicas ligarem-se com as moléculas de
proteínas presentes na matéria orgânica, não
Artigos não-críticos: São os artigos ficando livres para ligarem-se aos microrganismos
destinados ao contato com a pele íntegra e na proporção necessária dando uma falsa
também os que não entram em contato direto segurança no manuseio do material como
com o paciente. Requerem limpeza ou descontaminado. Além disso, o uso desse agentes
desinfecção de baixou ou médio nível, na prática da descontaminação causa uma
dependendo do uso que se destinem ou do aderência de precipitado de matéria organica no
último uso realizao: artigo, prejudicando sobremaneira a posterior
limpeza.
Termometro, materiais usados em b anho de leito como
b acias, cub a rim, estetoscópio, roupa de cama do Alcool: Desinfetante muito usado no ambiente
paciente, etc. hospitalar, por ter atividade germicida, menor
custo e pouca toxicidade, sendo que o álcool
Esse esquema de classificação lógica tem sido etilico tem propriedade germicidas superiores
útil como guia na escolha adequadas dos métodos ao isopropilico. O seu uso é restrito pela falta
de proteção anti-infecciosa. Porem, na prática, a de atividade de esporicidade, rápida
escolha não é tão simples como parece e muitas evaporação e inabilidade em penetrar na
dúvidas surgem em relação aos artigo semi- materia proteíca. É recomendável para
críticos. desinfecção de nivel médio do artigo e
superficies, com tempo de exposição de 10
Por exemplo, os equipamentos de endoscopia digestiva minutos, sendo recomendáveis 3 aplicações
seriam a principio artigos semi-criticos, requerendo intercaladas pela secagem natural. Não é
desinfecção. No entanto, o risco de trauma durante o
procedimento não é pequeno, especialmente naqueles recomendado para borracha, plástico e
portadores de varizes esofagianas. cimento de dentes.
Aldeídos: o glutataldeídos é o mais usado na
desinfecção, na concentração de 2% e por um
período de exposição de 30 minutos. O uso
mais comum e na desinfecção de artigos semi-
críticos e instrumentos sensíveis e calor. O
formaldeído é uso em estado líquido e gasoso.
Como desinfetante, é mas usado a formalina, O vapor sob pressão, ao entrar em contato com
solução em água a 10% ou em alcool a 8% sendo a superfície fria dos materiais colocados na
bactericida tuberculicida, fungicida e viruscida autoclave, se condensa liberando o calor latente,
após exposição de 30 minutose esporicida após que é o responsável pela desnaturação dos
18 horas. microrganismos. A esterilização está
Compostos fenólicos: seu uso é fundamentada nessa troca de calor entre o meio e
recomentado para desinfecção de nivel médio o objeto a ser esterilizado.
ou intermediário, sendo o periodo de Calor seco: É feito em estufa elétricas
exposiçao de 10 minutos para superficiee de equipadas com termostato e ventiador, a fim
30 minutos para artigos. Para penetrar em de promover um aquecimento mais
materiais gasosos e ter ação residual, não é rápido,controlado e uniforme dentro da
indicado para artigos que entrem em contato câmara. A circulação de ar quente e o
com vias respiratórias e alimentos, objetos de aquecimento dos materiais se faz de forma
borrachas, latéx e acrilíco. lenta e irregular, requerendo longos períodos
Quartenário de amônio: são geralmente de exposição e temperatura mais altas do que
usados em associação com outros o vapor saturado sob pressão para se alcançar
desinfetantes. tem como vantagens a baixa a esterilização. Este processo é restrio a
toxicidade. Quando usados isoladamente não artigos que não possam ser esterilizado pelo
tem ação micobactericida. São usadospara vapor saturado sob pressão, pelo dano que
desinfecção de baixo nivel por um período de pode causar ou quando são impermeaveis. O
30 minutos, em superficie, equipamentos e uso do calor seco tem o objetivo de
áreas onde se manipule alimentos. despirogenação, quando realizado numa
Iodo: Além de ser antiséptico pode ser usado temperatura de 200ºC a 220ºC, por um
na desinfecção de varias, ampolas, período de esposição não inferior a 2 horas. A
estetoscópio, otoscópio, termômetros, inativação dos microrganismos pelo calor seco
endoscopios, metais resistentes à oxidação e é resultante da oxidação e dessecação. O
bancadas. A formulação pode ser de alcool processo de esterilização a livre circulação do
iodado, contendo 0,5 e 1,0% de iodo livre em ar por toda a estufa e entre as causas e
alcool etílico de 77% (v/v), que corresponde a observar rigorosamente a relação tempo de
70% em peso ou iodoforos na concentração de exposição e temperatura, a fim de assegurar a
30 a50mg/l de iodo livre. sua eficácia.
Esterilização Antisépsia
É o processo de destruição de todas as formas São substâncias providas de ação letal ou
de vida microbiana, ou seja, bacterias na forma inibitória da reprodução microbiana, de baixa
vegetativa e esporuladas, fungos e vírus, causticidade e hipoalergênicas, destinadas a
mediante a aplicação de agentes fisicos e aplicação em pele e mucosa. Os microrganismos
quimicos. No processo de esterilização os encontrados na pele e nas mucosas são
microrganismos são mortos a tal ponto que não classificados em flora resistente ou transitória.
seja mais possivel detectá-los no meio de cultura Estes microrganismos podem ser facilmente
padrão no qual previamente haviam proliferado. removidos com o uso de água e sabão. No
Os métodos de esterilização podem ser fisicos e entanto, adquire particulas importantes em
quiicos. Dentre os fisicos há o calor, sob a forma ambiente hospitalares devido a facilidade de
úmida e seca, a radiação e a filtração. Dentre os transmissão de um indíviduo à outro. Os
métodos quimicos, há os agentes quimicos na antisépticos devem atender aos seguintes
forma gasosa. Nas instituições de saúde, os requisitos: Amplo espectro de ação
métodos de esterilização disponiveis antimicrobiana; ação rápida; efeito residual
rotineiramente são o calor, sob a forma úmida e cumulativo; não absorção sistêmica; não causar
seca, e os agentes quimicos. hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis,
Vapor saturado sob pressão: É o processo como ressecamento, irritaçaõ e fissuras; odor
de esterilização mais seguro, eficiente, rápido agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário;
e economico disponível. o mecanismo de baixo custo e veiculação funcional em
esterilização pelo vapor saturado sob pressão dispensadores ou embalagens de pronto uso.
está relacionado com calor latente e o contato Triclosan: apresenta ação contra bacterias
direto com o vapor, proovendo a coagulação Gpositivas e a maioria da Gnegativas, exceto
das proteínas. para pseudomonas aeruginosa, e apresenta
pouca ação contra fungos.
Calor latente: É o calor que um corpo receb e sem Clorexidina: sua atividade e principalmente
variação e temperatura e sim de estado fisico. É o calor contra bacterias vegetativas Gpositivas e
necessário para converter uma unidade de agua em
vapor. negativas. Não age sobre formas esporuladas
exceto a temperatura altas.
Alguns virus lipofilicos são rapidamente inativados. Infecção comunitária
Sua ação fungida varia com a espécie. È a infecção constatada ou em incubação no ato
da admissão do paciente, desde que não
relacionada com a internação anterior no mesmo
hospital.
A infecção que está associada com
complicações ou extensão da infecção já
presente na admissão;
A infecção em recem-nascidos adquirida via
trans-placentárias;
Infecção em recém-nascido com bolsa rota.
As infecções comunitárias estão relacionadas ao
alto índice de uso de antimicrobianos de forma
aleatória, tratamento empírico incorretos e a
prática da abandono da terapia, o que tem
contribuido para o surgimento de resistência
microbianas mais elaboradas de maior espectro.
Infecção hospitalar
È qualquer infecção adquiridas após a internação
do paciente e que se anifeste durante a
internação, ou mesmo após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
Quando se desconhecem o período de
incubação do microrganismo e nã houver
evidencias clínicas ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação, convenciona-
se infecção hospitalar toda manifestação clínica
de infecções que se apresenta a partir de 72 horas
após a admissão.
RESOLUÇÃO Nº 417/2004
Aprova o Código de Ética da Profissão
Farmacêutica. O CFF, resolve:
Art. 1º: Aprovar o código de ética farmacêutica,
nos termos do Anexo desta Resolução, da qual
faz parte.
Art. 2°: Esta Resolução entra em vigor na data da
publicação, revogando-se as disposições em
contrário e, em especial, os termos da
Resolução/CFF nº 290/96.
PREÂMBULO
O farmacêutico é um profissional da Saúde,
cumprindo-lhe executar todas as atividades
inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de
modo a contribuir para a salvaguarda da saúde
pública e, ainda, todas as Ações de educação
dirigidas à comunidade na Promoção da saúde.
TÍTULO 1
Exercício Profissional
Capítulo 1
Princípios Fundamentais
Art. 1º: O exercício da profissão farmacêutica,
como todo exercício profissional, tem uma
dimensão ética que é regulada por este código e
pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão
resultará em sanções disciplinares por parte do
CRF, após apuração pelas suas Comissões de
Ética, independentemente das penalidades
estabelecidas pelas leis do País.
Art. 2°: O farmacêutico atuará sempre com o
maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e
à liberdade de consciência nas situações de
conflito entre a ciência e os direitos fundamentais
do homem.
Art. 3°: A dimensão ética da profissão
farmacêutica é determinada, em todos os seus
atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade
e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação.
Art. 4º: Os farmacêuticos respondem pelos atos
que praticarem ou pelos que autorizarem no
exercício da profissão.
Art. 5°: Para que possa exercer a profissão
farmacêutica com honra e dignidade, o
farmacêutico deve dispor de boas condições de
trabalho e receber justa remuneração por seu
desempenho.
Art. 6°: Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito
desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e
bom conceito da profissão.
Art. 7°: O farmacêutico deve manter atualizados
os seus conhecimentos técnicos e científicos para
aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de
sua atividade profissional.
Art. 8°: A profissão farmacêutica, em qualquer
circunstância ou de qualquer forma, não pode ser
exercida exclusivamente com objetivo comercial.
Art. 9°: Em seu trabalho, o farmacêutico não pode
se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo
de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
Art. 10: O farmacêutico deve cumprir as 12. Denunciar às autoridades competentes
disposições legais que disciplinam a prática quaisquer formas de poluição, deterioração do
profissional no País, sob pena de advertência. meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho,
prejudiciais à saúde e à vida;evitar que o
CAPÍTULO 2 acúmulo de encargos prejudique a qualidade
Dos Deveres da atividade farmacêutica prestada.
Art. 11: O farmacêutico, durante o tempo em que Art. 12: O farmacêutico deve comunicar ao CRF,
permanecer inscrito num CRF, por escrito, o afastamento de suas atividades
independentemente de estar ou não no exercício profissionais das quais detém responsabilidade
efetivo da profissão, deve: técnica, quando não houver outro farmacêutico
1. Comunicar às autoridades sanitárias e que, legalmente, o substitua.
profissionais, fatos que caracterizem § 1º: A comunicação ao CRF deverá ocorrer
infringência a este Código e às normas que no prazo máximo de 5 dias após o
regulam o exercício das atividades afastamento, quando este ocorrer por motivo
farmacêuticas; de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou
2. Colocar seus serviços profissionais à outro, a ser avaliado pelo CRF.
disposição das autoridades constituídas, se § 2º: Quando o afastamento for motivado por
solicitado, em caso de conflito social interno, doença, o farmacêutico ou seu procurador
catástrofe ou epidemia, independentemente deverá apresentar à empresa ou instituição
de haver ou não remuneração ou vantagem documento datado e assinado, justificando sua
pessoal; ausência, a ser comprovada por atestado, no
3. Exercer a assistência farmacêutica e fornecer prazo de 5 dias.
informações ao usuário dos serviços; § 3º: Quando o afastamento ocorrer por motivo
4. Respeitar o direito de decisão do usuário de férias, congressos, cursos de
sobre sua própria saúde e bem-estar, aperfeiçoamento, atividades administrativas ou
excetuando-se o usuário que, mediante laudo outras atividades, a comunicação ao CRF
médico ou determinação judicial, for deverá ocorrer com antecedência mínima de 1
considerado incapaz de discernir sobre dia.
opções de tratamento ou decidir sobre sua
própria saúde e bem-estar; CAPÍTULO 3
5. Comunicar ao CRF e às autoridades Das Proibições
sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, Art. 13: É proibido ao farmacêutico:
função ou emprego, motivada pela 1. Participar de qualquer tipo de experiência em
necessidade de preservar os legítimos ser humano, com fins bélicos, raciais ou
interesses da profissão, da sociedade ou da eugênicos, pesquisa clínica ou em que se
saúde pública; constate desrespeito a algum direito
6. Guardar sigilo de fatos que tenha inalienável do ser humano;
conhecimento no exercício da profissão, 2. Exercer simultaneamente a medicina;
excetuando-se os de dever legal, amparados 3. Praticar procedimento que não seja
pela legislação vigente, os quais exijam reconhecido pelo CFF;
comunicação, denúncia ou relato a quem de 4. Praticar ato profissional que cause dano físico,
direito; moral ou psicológico ao usuário do serviço,
7. Respeitar a vida humana, jamais cooperando que possa ser caracterizado como imperícia,
com atos que intencionalmente atentem negligência ou imprudência;
contra ela ou que coloquem em risco sua 5. Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao
integridade física ou psíquica; estabelecimento com o qual mantém vínculo
8. Assumir, com responsabilidade social, profissional, ou permitir o uso do seu nome por
sanitária, política e educativa, sua função na qualquer estabelecimento ou instituição onde
determinação de padrões desejáveis do não exerça pessoal e efetivamente sua função;
ensino e do exercício da Farmácia; 6. Realizar, ou participar de atos fraudulentos
9. Contribuir para a promoção da saúde relacionados à profissão farmacêutica, em
individual e coletiva, principalmente no campo todas as suas áreas de abrangência;
da prevenção, sobretudo quando, nessa 7. Fornecer meio, instrumento, substância ou
área, desempenhar cargo ou função pública; conhecimento para induzir a prática de
10. O farmacêutico deverá adotar postura eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de
científica, perante as práticas terapêuticas qualquer outra forma de procedimento
alternativas, de modo que o usuário fique degradante, desumano ou cruel em relação ao
bem informado e possa melhor decidir sobre ser humano;
a sua saúde e bem-estar;
11. Selecionar, nos limites da lei, os auxiliares
para o exercício de sua atividade;
8. Produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que 23. Exercer a Farmácia em interação com outras
seja dispensado meio, instrumento, substância profissões, concedendo vantagem, ou não,
e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula aos demais profissionais habilitados para
magistral, ou especialidade farmacêutica, direcionamento de usuário, visando ao
fracionada ou não, que não contenha sua interesse econômico e ferindo o direito do
identificação clara e precisa sobre a usuário de livremente escolher o serviço e o
substância ativa contida, bem como suas profissional;
respectivas quantidades, contrariando as 24. Receber remuneração por serviços que não
normas legais e técnicas, excetuando-se a tenha efetivamente prestado;
dispensação hospitalar interna, em que poderá 25. Exercer a fiscalização profissional e sanitária,
haver a codificação do medicamento que for quando for sócio ou acionista de qualquer
fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome categoria, ou interessado por qualquer forma,
ou fórmula; bem como prestar serviços a empresa ou
9. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das estabelecimento que explore o comércio de
autoridades sanitárias ou profissionais; drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos
10. No exercício da profissão farmacêutica, aceitar e correlatos, laboratórios, distribuidoras,
remuneração abaixo do estabelecido como o indústrias, com ou sem vínculo empregatício.
piso salarial, mediante acordos ou dissídios da
categoria; Art. 14: Quando atuante no serviço público, é
11. Declarar possuir títulos científicos ou vedado ao farmacêutico:
especialização que não possa comprovar; 1. Utilizar-se do serviço ou cargo público para
permitir que pessoa ou instituição interfira em executar trabalhos de empresa privada de sua
seus resultados apresentados como perito ou propriedade ou de outrem, como forma de
auditor; obter vantagens pessoais;
12. Aceitar ser perito quando houver envolvimento 2. Cobrar ou receber remuneração do usuário do
pessoal ou institucional; serviço;
13. Exercer a profissão farmacêutica quando 3. Reduzir, irregularmente, quando em função de
estiver sob a sanção disciplinar de suspensão; chefia, a remuneração devida a outro
14. Expor, dispensar, ou permitir que seja farmacêutico.
dispensado medicamento em contrariedade à
legislação vigente; CAPÍTULO 4
15. Exercer a profissão em estabelecimento que Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos
não esteja devidamente registrado nos órgãos Art. 15: É vedado ao farmacêutico:
de fiscalização sanitária e do exercício 1. Divulgar assunto ou descoberta de conteúdo
profissional; inverídico;
16. Aceitar a interferência de leigos em seus 2. Publicar, em seu nome, trabalho científico do
trabalhos e em suas decisões de natureza qual não tenha participado ou atribuir-se
profissional; autoria exclusiva quando houver participação
17. Delegar a outros profissionais atos ou de subordinados ou outros profissionais,
atribuições exclusivos da profissão farmacêuticos ou não;
farmacêutica; 3. Promover publicidade enganosa ou abusiva da
18. Omitir-se ou acumpliciar-se com os que boa fé do usuário;
exercem ilegalmente a farmácia, ou com 4. Anunciar produtos farmacêuticos ou processos
profissionais ou instituições farmacêuticas que por meios capazes de induzir ao uso
pratiquem atos ilícitos; indiscriminado de medicamentos;
19. Assinar trabalhos realizados por outrem, alheio 5. Usar-se, sem referência ao autor ou sem a sua
à sua execução, orientação, supervisão ou autorização expressa, de dados ou
fiscalização, ou ainda assumir informações, publicados ou não;
responsabilidade por ato farmacêutico que não 6. Promover pesquisa na comunidade, sem o seu
praticou ou do qual não participou consentimento livre e esclarecido, e sem que o
efetivamente; objetivo seja a proteção ou a promoção da
20. Prevalecer-se do cargo de chefia ou de saúde.
empregador para desrespeitar a dignidade de
subordinados;
21. Pleitear, de forma desleal, para si ou para
outrem, emprego, cargo ou função que esteja
sendo exercido por outro farmacêutico, bem
como praticar atos de concorrência desleal;
22. Fornecer, ou permitir que forneçam,
medicamento ou fármaco para uso diverso da
sua finalidade;
CAPÍTULO 5 6. Limitar-se às suas atribuições no trabalho,
Dos Direitos mantendo relacionamento harmonioso com
Art. 16: São direitos do farmacêutico: outros profissionais, no sentido de garantir
1. Exercer a profissão sem ser discriminado por unidade de ação na realização de atividades a
questões de religião, raça, sexo, que se propõe em benefício individual e
nacionalidade, cor, idade, condição social, coletivo;
opinião política ou de qualquer outra natureza; 7. Denunciar, a quem de direito, atos que
2. Interagir com o profissional prescritor, quando contrariem os postulados éticos da profissão.
necessário, para garantir a segurança e a
eficácia da terapêutica farmacológica, com TÍTULO 3
fundamento no uso racional de medicamentos; Relações com os Conselhos
3. Exigir dos demais profissionais de saúde o Art. 18: Na relação com os Conselhos, obriga-se
cumprimento da legislação sanitária vigente, o farmacêutico a:
em especial quanto à legibilidade da 1. Acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções
prescrição; do CFF e os Acórdãos e Deliberações dos
4. Recusar-se a exercer a profissão em CRF;
instituição pública ou privada, onde inexistam 2. Prestar, com fidelidade, informações que lhe
condições dignas de trabalho ou que possam forem solicitadas a respeito de seu exercício
prejudicar o usuário, com direito a profissional;
representação junto às autoridades sanitárias 3. Comunicar ao CRF em que estiver inscrito,
e profissionais, contra a instituição; toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que
5. Recusar-se a exercer a profissão, ou observar na prática profissional;
suspender a sua atividade, individual ou 4. Atender convocação, intimação, notificação ou
coletivamente, em instituição pública ou requisição administrativa no prazo
privada, onde inexistam remuneração ou determinado, feita pelos CRF, a não ser por
condições dignas de trabalho ou que possam motivo de força maior, comprovadamente
prejudicar o usuário, ressalvadas as situações justificado.
de urgência ou de emergência, devendo Art. 19: O farmacêutico, no exercício profissional,
comunicá-las imediatamente ao conselho fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo
regional de farmácia e às autoridades CRF todos os seus vínculos, com dados
sanitárias e profissionais; completos da empresa (razão social, CNPJ,
6. Recusar-se a realizar atos farmacêuticos que, endereço, horário de funcionamento e de RT),
embora autorizados por lei, sejam contrários mantendo atualizado o seu endereço residencial e
aos ditames da ciência e da técnica, os horários de responsabilidade técnica ou de
comunicando o fato, quando for o caso, ao substituição.
usuário, a outros profissionais envolvidos ou
ao respectivo CRF. TÍTULO 4
Das Infrações e Sanções Disciplinares
TÍTULO 2 Art. 20: As sanções disciplinares consistem em: de
Relações Profissionais advertência ou censura;
Art. 17: O farmacêutico, perante seus colegas e 1. De multa de salário-mínimo a 3 salários-
demais profissionais da equipe de saúde, deve mínimos regionais;
comprometer-se a: 2. De suspensão de 3 meses a um ano;
1. Obter e conservar alto nível ético em seu 3. De eliminação.
meioprofissional e manter relações cordiais
com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe TÍTULO 5
apoio,assistência e solidariedade moral e Das Disposições Gerais
profissional; Art. 21: As normas deste Código aplicam-se aos
2. Adotar critério justo nas suas atividades e nos farmacêuticos, em qualquer cargo ou função,
pronunciamentos sobre serviços e funções independentemente do estabelecimento ou
confiados anteriormente a outro farmacêutico; instituição onde estejam prestando serviço.
3. Prestar colaboração aos colegas que dela Art. 22: A verificação do cumprimento das
necessitem, assegurando-lhes consideração, normas estabelecidas neste Código é atribuição
apoio e solidariedade que reflitam a harmonia dos CF e de suas Comissões de Ética, das
e o prestígio da categoria; autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos
4. Prestigiar iniciativas dos interesses da e da sociedade em geral.
categoria; Art. 23: A apuração das infrações éticas compete
5. Empenhar-se em elevar e firmar seu próprio ao CRF em que o profissional está inscrito ao
conceito, procurando manter a confiança dos tempo do fato punível em que incorreu, por meio
membros da equipe de trabalho e do público de sua Comissão de Ética.
em geral;
Art. 24: O farmacêutico portador de doença que o LEI 5.991
incapacite para o exercício da farmácia, apurada Dispões sobre o controle sanitário do comércio de
pelo CRF em procedimento administrativo com drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
perícia médica, terá suas atividades profissionais correlatos.
suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
Art. 25: O profissional condenado por CAPÍTULO 1
sentençacriminal, definitivamente transitada em Disposições preliminares
julgado, por crime praticado no uso do exercício Art. 1º: O controle sanitário do comércio de
da profissão, ficará suspenso da atividade drogas, medicamentos, rege-se por esta lei.
enquanto durar a execução da pena. Art. 4º: Para esta lei é tomado os seguintes
Art. 26: Prescreve em 24 meses a constatação conceitos:
fiscal de ausência do farmacêutico no 1. Droga: Substância ou matéria-prima que tenha
estabelecimento, através de auto de infração ou finalidade medicamentosa ou sanitária.
termo de visita, para efeito de instauração de 2. Drogaria: Estabelecimento de dispensação e
processo ético. comércio de drogas, medicamentos, insumos
Art. 27: Aplica-se o Código de Ética a todos os farmacêuticos e correlatos em suas
inscritos no CRF. embalagens originais;
Art. 28: O CFF, ouvidos os CRF e a categoria 3. Medicamentos: Produtos farmacêuticos
farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização tecnicamente obtidos ou elaborados, com
deste Código, quando necessário. finalidade profilática curativo, paliativa ou para
Art. 29: As condições omissas neste Código serão fins de diagnóstico;
decididas pelo CFF. 4. Órgão sanitário competente: Órgão de
fiscalização do MS, dos estados, do DF dos
territórios municipais;
5. Análise fiscal: Efetuada em droga,
medicamentos, insumos e correlatos,
destinados a comprovar a sua conformidade
com a fórmula que deu origem ao registro;
6. Estabelecimento: Unidade da empresa
destinada ao comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos;
7. Farmácia: Estabelecimento de manipulação
de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio
de drogas, medicamentos, insumos e
correlatos, compreendendo o de dispensação
de atendimento privativo de unidade hospitalar
ou de qualquer outra equivalente de
assistência médica;
8. Posto de medicamento e unidades volantes:
Estabelecimento destinado apenas à venda de
medicamentos industrializados em suas
embalagens originais e constantes da relação
elaborada pelo órgão sanitário federal,
publicado na imprensa oficial, para
atendimento a localidades desprovidas de
farmácia ou drogaria.
CAPÍTULO 2
Comercio farmacêutico
Art. 5: O comércio de drogas, medicamentos e de
insumos farmacêutico é privativo das empresas e
dos estabelecimentos definidos nesta lei.
§ 1º: O comércio de determinados correlatos,
exercido por estabelecimentos especializados,
poderá ser extensivo às farmácias e drogarias;
§ 2º: A venda de produtos dietéticos será
realizada nos estabelecimentos de
dispensação e, desde que não contenham
substâncias medicamentosas pelo comércio
fixo.
Art. 6: A dispensação de medicamentos é farmácia, oficial de farmácia ou outro, inscrito
privativa de: no CRF.
Farmácias; Drogarias; Posto de saúde; e Art. 16: A responsabilidade técnica do
Dispensário de medicamentos. estabelecimento será comprovada por declaração
§ Único: Para atender exclusivamente seu usuário, de firma individual, pelos atos praticados durante o
os estabelecimentos hoteleiros e similares, período em que se deu assistência ao
poderão dispor de medicamentos anódis, que estabelecimento:
não dependam de receita médica, observada a § Único: O responsável técnico pelo
relação elaborada pelo órgão sanitário federal. estabelecimento rubricará os rótulos das
Art. 8º: Apenas poderão ser entregues à fórmulas aviadas e a receita correspondente
dispensação de drogas, medicamentos, insumos e para devolução ao cliente ou arquivo, quando
correlatos que obedecem aos padrões de for caso;
qualidade reconhecidos. Art. 17: Somente será permitido o funcionamento
da farmácia e drogarias sem assistência do
CAPÍTULO 3 técnico responsável pelos estatutos ou contrato
Farmácia homeopática social, ou pelo contrato de trabalho do profissional
Art. 9º: O comércio de medicamentos responsável:
homeopáticos à disposição desta lei, atendidos as § 1º: Cessada a assistência pelo termino do
suas peculiaridades; contrato social, o profissional responderá pelos
Art. 10: A farmácia homeopática só poderá atos praticados durante o período em que deu
manipular fórmulas oficinais e magistrais, assistência ao estabelecimento.
obedecidas à farmacotécnica homeopática; Art. 18: Somente será permitido o funcionamento
§ Único: A manipulação de medicamentos de farmácias e drogarias sem um farmacêutico, ou
homeopáticos não constantes da farmacopeia seu substituto, pelo prazo de 30 dias, período em
ou dos formulários homeopáticos dependendo que não será aviado fórmulas magistrais ou
de aprovação do órgão sanitário federal; oficinais nem vendidos medicamentos sujeitos a
Art. 11: O serviço nacional de fiscalização da regime de controle.
medicina e farmácia, baixa instruções sobre o Art. 19: É facultado à farmácia ou drogaria manter
receituário, utensílio, equipamento e relação de serviços de atendimento ao público para aplicação
estoque mínimo de produtos homeopáticos; de injeções a cargo de técnico habilitado,
Art. 12: É permitido nas farmácias homeopáticas observado a prescrição médica.
manter seções de vendas de correlatos e de § 2º: A farmácia poderá manter laboratórios das
medicamentos não homeopáticas quando análises clínicas, desde que em dependência
apresentados em suas embalagens originais; distintas e separadas, e sob a
Art. 13: Dependerá da receita médica a responsabilidade técnicas do farmacêutico
dispensação de medicamentos homeopáticos, bioquímico.
cuja concentração de substância ativa Art. 21: A cada farmacêutico será permitido
corresponde às doses máximas exercer a direção técnico de, no máximo, duas
farmacologicamente estabelecidas; farmácias, sendo um comercial e uma hospitalar.
Art. 14: Nas localidades desprovidas de posto de
medicamentos homeopáticos ou a dispensação CAPÍTULO 5
dos produtos em farmácias alopáticas. Licenciamento
Art. 21: O comércio de drogas, medicamentos e
CAPÍTULO 4 insumos será feito somente por empresa e
Assistência e responsabilidade técnica estabelecimentos licenciados pelo órgão sanitário
Art. 15: A farmácia e a drogaria terão, competente dos estados, DF e territórios.
obrigatoriamente, a assistência de técnico Art. 22: O pedido da licença será instruído com:
responsável, inscrito no CRF; Prova de constituição da empresa;
§ 1º: A presença do técnico responsável será Prova de relação contratual entre a
obrigatória durante todo o horário de empresa e seu responsável técnico,
funcionamento; quando for o caso;
§ 2º: O estabelecimento de que trata este art. Prova de habilitação legal do responsável
poderá manter técnico responsável, substituto, técnico, expedido pelo conselho regional
para os casos de impedimentos ou ausência de farmácia.
do titular; Art. 23: são condições para a licença:
§ 3º: Em razão do interesse público, Localização conveniente, sob aspecto
caracterizada a necessidade da existência de sanitário;
farmácia ou drogaria, e na falta do Instalações independentes e equipamentos
farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização que satisfaçam aos requisitos técnicos
local licenciada, os estabelecimento sob- adequados à manipulação e comercialização
responsabilidade técnico de prática de pretendidas;
Assistência de técnico responsável de que revalidações e baixas concedidas às empresas e
trata art. 15, e seus parágrafos, ressalvadas estabelecimento do art. 21.
as exceções previstas nesta lei;