Saúde Coletiva
Saúde Coletiva
Saúde Coletiva
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
2
10.6 Coqueluche ......................................................................................... 37
10.12 Sarampo............................................................................................... 44
13 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 56
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro –
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
4
2 SAÚDE COLETIVA
Fonte: cursosextensao.usp.br
5
2.3 Vigilância em saúde coletiva
6
2.4 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida
7
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na
universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de
1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: ufjf.com.br
9
4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Fonte: culturaesaude.med.br
10
2. Criação de ambientes favoráveis à saúde;
3. Reforço para a ação comunitária;
4. Desenvolvimento de habilidades pessoais;
5. Reorientação dos sistemas e serviços de saúde.
Fonte: baritalianews
11
Em 1992, na América Latina, em Santafé de Bogotá, Colômbia, foi
realizada uma Conferência Internacional de Promoção da Saúde com a
participação de representantes de vários países latino-americanos, tendo como
pauta principal o conceito do novo campo de conhecimentos e práticas da
promoção da saúde no contexto do continente latino-americano. Nessa reunião,
foi destacada a importância dos determinantes sociais sobre a saúde dos povos,
propondo-se que o conceito de promoção da saúde incorporasse a tarefa de
transformar as relações excludentes, conciliando interesses econômicos e
propósitos sociais de bem-estar social.
Em 1997, em Jacarta, Indonésia, ocorreu a IV Conferência Internacional
de Promoção da Saúde. Foi a primeira vez que um país asiático e em
desenvolvimento, com problemas básicos extremamente sérios nas áreas de
educação, saúde, trabalho, sediou um evento como esse, o que acabou por
reforçar os propósitos anteriormente delineados para a promoção da saúde.
Nesse encontro, foi destacada a importância de se formular ações concretas
para o alcance dos propósitos e de se estabelecer uma articulação mundial para
efetivá-las, dadas as condições desiguais vivenciadas pelos diferentes países.
Em síntese, é possível perceber que o nível de saúde de uma população
depende da ação de diversos setores que atuam na sociedade, sendo que o
setor saúde é apenas um dentre eles. Se pretendermos alcançar melhores
indicadores na área da saúde, precisaremos desenvolver uma ação integrada
com os demais setores que executam políticas públicas.
12
públicas, faz-se indispensável à leitura das necessidades de saúde de uma
população concreta.
Fonte: cursosextensao.usp.br
5.1 SUS
15
sobre a mesma, com vistas a uma assistência integral. Trata-se, portanto, de
redirecionar o perfil dos profissionais de enfermagem para que atuem em
conjunto com os outros trabalhadores da saúde, na perspectiva de concretizar
as diretrizes gerais do SUS. Além de estar comprometido com a competência
técnica deverá também estar envolvido com as éticas da responsabilidade e
solidariedade. Este somatório fará com que a especificidade da prática de
enfermagem não se restrinja apenas à realização de procedimentos técnicos,
mas incorpore a dimensão de comunicação e percepção das necessidades do
outro.
A tarefa de construção do novo modelo assistencial não é simples e nem
depende apenas de alguns profissionais. O que nos cabe é dirigir a nossa prática
profissional no sentido da responsabilidade pela implementação das mudanças
necessárias e adoção de uma postura solidária junto as pessoas atendidas,
reconhecendo suas principais necessidades. Reconhecer-se como sujeito
profissional ativo do processo de transformação da realidade e gerador das
mudanças necessárias parece-nos fundamental para romper com a herança de
uma prática subordinada, muitas vezes, aos interesses das instituições ou,
ainda, a outras práticas profissionais.
Entendemos por nova prática na enfermagem em saúde coletiva o
reconhecimento do território no qual a equipe de saúde atua, ou seja, área,
população, número de domicílios, tipos de habitação, tipos de instituições
econômicas, como comércio e indústria, instituições culturais e outras
instituições públicas (escolas, creches, delegacias), representações da
sociedade civil (associações de moradores, Conselhos de Saúde, conselhos de
pais da escola, Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente) e presença de
organizações não-governamentais (ONGs).
16
Fonte: brasilamb.com.br
17
Fonte: afolhatorres.com.br
Os agentes comunitários de saúde poderiam contribuir para desencadear
um processo de envolvimento das lideranças locais na discussão sobre os
problemas de saúde e seus determinantes sociais, pois residem nas regiões de
atuação das equipes.
6 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
18
Garantir a ventilação era o principal foco dos médicos higienistas que
deveriam controlar o fluxo do ar. Ventilar é varrer as baixas camadas
do ar, constranger a selvagem circulação dos miasmas, controlar o
fluxo mórbido lá onde a natureza não pode exercer livremente sua
regulagem, impedir o aparecimento de doenças. (CORBIN, 1987, apud
MASTROMAURO, 2011).
19
por fatores externos relacionados a um estilo de vida pouco saudável, tais como
dieta inadequada, excesso de trabalho, vida sedentária, consumo excessivo de
bebidas alcoólicas, estresse, abuso de drogas, violência urbana e no trânsito,
dentre outros. O aumento da ocorrência dessas disfunções e agravos passou a
despertar a atenção das autoridades sanitárias pelo impacto promovido na
população economicamente ativa (PEA).
Fonte: repocursos.unasus.ufma.br
20
Essa nova forma de encarar as doenças, a organização dos profissionais
em torno da discussão acerca desses temas e a emergência de uma reforma do
setor saúde influenciam diretamente a reformulação do conceito de
epidemiologia a qual não mais irá somente considerar a distribuição das
frequências das doenças, mas também incorporará a importância dos
determinantes sociais no processo saúde-doença, redirecionando as ações
relacionadas à prevenção e ao controle das doenças transmissíveis, bem como
das doenças não-transmissíveis e agravos.
A atuação isolada ou em conjunto de cada um desses determinantes pode
gerar um estímulo responsável pela ocorrência das doenças. A partir daí, o Brasil
passa a apresentar duas realidades de saúde que determinam seu perfil
epidemiológico: por um lado, o baixo investimento nas ações de prevenção e
controle das doenças transmissíveis permitiu que estas voltassem a se
manifestar, mesmo onde parecia já estarem eliminadas; por outro, a cada dia
aumenta o número de pessoas afetadas por doenças não-transmissíveis e
agravos o que faz com que tenhamos o fenômeno da confluência de riscos, que
expõe a população a várias possibilidades de adoecimento.
Dessa forma, para os setores de política pública e serviços de saúde que
desenvolvem ações considerando o perfil epidemiológico da população
assistida, surgem dois desafios. O primeiro seria voltar a intensificar ou até
mesmo criar novas ações de vigilância epidemiológica que atinjam as doenças
transmissíveis, voltando à atenção da vigilância epidemiológica para as doenças
não-transmissíveis (câncer, diabetes, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares e outras) e agravos (mortes no trânsito, acidentes de trabalho,
violência), cuja ocorrência aumenta diariamente, principalmente nas grandes
cidades.
Cada vez mais lhes será requisitado que o desenvolvimento de suas
atividades junto à população assistida volte-se à identificação de grupos
suscetíveis, expostos a sofrer alterações nas suas condições de saúde. Dessa
maneira, realça-se a importância de se estar atento aos determinantes que
atuam favorecendo o surgimento de doenças transmissíveis, não-transmissíveis
e agravos.
21
Somente mediante a intervenção sobre os mesmos poderemos contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da população, modificando seu perfil
epidemiológico.
É bem mais frequente buscarmos atendimento apenas quando da
existência de algum sintoma ou sinal preocupante. E essa demanda serve como
parâmetro aos serviços de saúde para a avaliação do perfil epidemiológico da
população, procurando, assim, manter uma vigilância constante. Portanto, vigiar
as doenças e agravos é importante para conhecermos o seu modo de
manifestação, que indivíduos têm maior facilidade para contraí-las, qual a faixa
etária mais atingida, em que época do ano ocorrem com mais frequência, que
localidades apresentam maior número de casos de determinada doença e sobre
quais determinantes faz-se necessário intervir para atender às necessidades de
saúde da população.
A vigilância epidemiológica (VE) é um serviço que reúne um conjunto de
ações que permite acompanhar a evolução das doenças na população. Funciona
como um “termômetro”, um indicador de que ações devem ser priorizadas no
planejamento da assistência à saúde.
Se, por exemplo, for detectado o aparecimento de muitos casos de sífilis
congênita em uma maternidade localizada em uma área específica, tal fato indica
ser necessário que os gestores realizem maiores investimentos em assistência
pré-natal naquela localidade, visando controlar a incidência de casos. Entretanto,
para que a vigilância epidemiológica possa propor ações de prevenção e controle
a partir do estudo do comportamento das doenças e agravos à população, é
importante seguir algumas etapas:
Coleta de dados: consiste em buscar junto às fontes de dados
(população, imprensa, serviços de saúde, escolas, creches, presídios e
indústrias) as informações relevantes que possam colaborar na identificação de
situações de risco. Os dados podem ser agrupados como demográficos e
ambientais, de morbidade e mortalidade. As informações obtidas sobre casos de
doenças, agravos e epidemias devem ser consideradas somente após prévia
investigação para confirmar ou descartar o caso, pois muitas vezes sua
divulgação, além de assustar a população, tem origem duvidosa.
22
Fonte: siteantigo.suvisa.ba.gov.br
23
Avaliação da eficácia das medidas: é a análise dos resultados das
ações, visando identificar se as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu
impacto na saúde coletiva, por meio dos indicadores de saúde. Como exemplo
temos o Programa Saúde da Família que planeja atender um quantitativo de
famílias em determinado território e em um dado período. Ao final do prazo
estipulado, a equipe do PSF deve avaliar se conseguiu ou não atingir a meta
proposta e que fatores foram responsáveis pelo alcance ou não da meta;
Divulgação das informações: objetiva mostrar os resultados alcançados
de forma simples e clara, de modo que todos os interessados possam
compreendê-los. Após a realização de uma campanha de vacinação, é comum
que as secretarias de Saúde divulguem o número de doses de vacinas aplicadas
e de pessoas vacinadas, para que se tenha a noção do impacto das medidas
adotadas. Os ambulatórios, unidades básicas de saúde e hospitais representam
importantes fontes de informação para a realização da vigilância epidemiológica,
em virtude de prestarem assistência direta à maioria da população.
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o
sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos
pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM, 1995, apud, BRASIL,
2012)
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de doenças de notificação compulsória, é atualmente constituída apenas por
doenças transmissíveis, o que é bastante questionável, haja vista o crescente
aumento do número de pessoas acometidas por doenças crônicas não-
transmissíveis e provocadas por causas externas, gerando doença e morte. No
entanto, estados e municípios podem incluir novas doenças na lista, desde que
sejam claramente definidos o objetivo da notificação, os instrumentos e o fluxo
da informação.
Outras importantes fontes de dados e de notificação são os sistemas
nacionais de informação. Quando os profissionais ou a população não notificam
as doenças ou agravos aos serviços de saúde (centros ou postos de saúde), o
banco de dados pode ser alimentado por outras fontes e documentos como
boletins de produção ambulatorial, atestados de óbito, declarações de nascidos
vivos, prontuários dos clientes ou autorizações para internação hospitalar, por
exemplo.
Tais documentos irão contribuir para a avaliação de alguns indicadores de
saúde da população, sendo fundamentais para a determinação das prioridades
assistenciais. No Brasil, além do Sistema Nacional de Agravos de Notificação
(SINAN) que reúne todas as informações relativas aos agravos de notificação,
alimentado pelas notificações compulsórias, existem outros sistemas de
informações de interesse para a vigilância epidemiológica, dentre os quais se
destacam:
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM): reúne os dados relativos
aos óbitos ocorridos. Alimentado pelos atestados de óbito emitidos, possibilita o
conhecimento da distribuição dos óbitos por faixa etária, sexo, causa e outras
informações – variáveis de acordo com o interesse da consulta;
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC): permite
conhecer quantas crianças nascem por ano e por região, bem como as
características ligadas à saúde da mãe (idade gestacional, por exemplo) e do
recém-nascido (presença de malformações congênitas ao nascer), apontando
que necessidades assistenciais devem ser atendidas na região dos nascimentos
para melhorar a qualidade da assistência pré-natal e à criança;
Sistema de Informações Hospitalares (SIH): reúne informações sobre
a assistência prestada pelos hospitais. Este sistema é alimentado principalmente
pelos dados contidos nas autorizações de internações hospitalares e pelos
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relatos contidos nos prontuários dos pacientes. É importante para a definição do
perfil epidemiológico da população assistida, pois muitos doentes hospitalizados
não chegam a ser assistidos nas unidades básicas de saúde, principal fonte de
notificação dos serviços de epidemiologia locais.
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA): reúne as informações
obtidas com os atendimentos ambulatoriais, seja em unidades básicas de saúde,
seja em hospitais. Permite, entre outros dados, verificar se todos os atendidos
em um ambulatório são moradores da região, indicando a falta de serviços
voltados para o atendimento das necessidades dos moradores que se deslocam
de muito longe para obter serviços de saúde.
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN): permite
conhecer o perfil das condições nutricionais. As informações disponíveis
possibilitam constatar a ocorrência de desnutrição e sua distribuição, permitindo,
assim, a determinação de medidas que controlem e previnam sua ocorrência.
Com o aumento dos casos de doenças não-transmissíveis, assume importância
na vigilância sobre a obesidade, fator determinante de risco cardiovascular.
Fonte:escolakids.uol.com.br
26
7 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
Fonte: oimpacto.com.br
27
regulação de transplante de órgãos são exemplo de ação de vigilância
diretamente desenvolvida pelo nível de gestão regional. Por seu intermédio as
secretarias estaduais de Saúde controlam o número de doadores, os pacientes
para os quais o transplante é prioritário, a localização dos possíveis doadores e
que hospitais dispõem de estrutura para realizar a intervenção cirúrgica
necessária. Assim, é possível conhecer as necessidades relacionadas a um
problema de saúde específico e intervir diretamente sobre ele, estabelecendo
uma rede de comunicação entre as unidades locais coordenadas pelas centrais.
Ao nível local, traduzido na figura do município (Secretarias Municipais de
Saúde) e sua região administrativa (Distritos Sanitários), cabe executar as
práticas de vigilância, desenvolvendo as ações mais diretamente relacionadas
aos indivíduos, por meio dos serviços assistenciais oferecidos. Neste nível,
principalmente, faz-se necessário que os serviços de saúde estejam informados
da ocorrência das doenças de notificação compulsória para que possam, assim,
planejar e implementar as medidas de promoção, prevenção e controle
adequadas às necessidades da população local, o que chamamos informação
para a ação.
As ações de vigilância epidemiológica variarão de acordo com os
objetivos pretendidos, contribuindo para o controle e prevenção de determinada
doença ou agravo. Entretanto é sempre importante considerar em seu
planejamento e adoção que o sucesso dependerá diretamente da proximidade
com os determinantes causadores da doença ou agravo sobre os quais se
pretende intervir. Algumas medidas de vigilância epidemiológica são mais
conhecidas pelos profissionais devido à frequência com que são recomendadas
e executadas, o que se explica pelo fato de, atualmente, as ações de vigilância
epidemiológica estarem centradas no controle e prevenção de doenças
transmissíveis.
Dentre as mais frequentemente recomendadas, destacamos:
Investigação epidemiológica: processo que permite acompanhar a
ocorrência de uma doença ou agravo nos indivíduos, operacionalizada mediante
um inquérito epidemiológico, ou seja, pelo preenchimento de ficha de
investigação que reúne as informações sobre as condições relacionadas ao
adoecimento do indivíduo, com vistas a implementar o máximo de medidas
necessárias para garantir a prevenção e controle.
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Nessa ficha, o profissional de saúde relata a conduta adotada em relação
ao indivíduo acometido ou a seus comunicantes. Em muitas localidades, é
comum o auxiliar de enfermagem também ajudar nesta investigação.
A investigação epidemiológica deve ocorrer sempre que for notificado um
caso suspeito de alguma doença. Significa que mesmo que o diagnóstico não
esteja confirmado deve-se realizar a investigação e executar as medidas de
controle e prevenção da transmissão, recomendadas pelos serviços de
epidemiologia e padronizadas pelo nível central (Ministério da Saúde). A busca
de casos e visita domiciliar, quando os serviços locais de epidemiologia, ao
receberem notificações de doenças de clientes atendidos, procuram localizá-los
por meio de aerograma, telefonema ou visita ao domicílio para realizar a
investigação epidemiológica. O apoio a procedimentos diagnósticos quando da
definição de suspeita ou confirmação de uma doença, a coleta de material
biológico, realização de testes específicos e interpretação de seus resultados
são procedimentos frequentemente desenvolvidos pelo auxiliar de enfermagem.
29
Fonte: novapauta.com
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8 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA
Fonte:pediatradigital.com.br
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(incidência). Dessa forma, a quantidade de casos de uma doença também
permite estimar sua importância para aquela população.
Estão relacionados à morbidade os termos: surto, endemia, epidemia,
pandemia, mortalidade e letalidade.
Surto é um aumento repentino do número de casos, dentro de limites
restritos, como uma série de casos de rubéola em uma creche, vários indivíduos
com conjuntivite em um quartel ou vários bebês com infecção respiratória em um
berçário de hospital. Também pode ser assim considerado o aumento do número
de casos de uma doença em uma área específica, considerada livre da mesma.
Por exemplo, um único caso de poliomielite no Brasil seria suficiente para
configurar um surto.
Endemia: é a ocorrência de certo número de casos controlados em
determinada região.
Epidemia: é o aumento do número de casos de determinada doença,
muito acima do esperado e não delimitado a uma região.
Pandemia: compreende um número de casos de doença acima do
esperado, sem respeitar limites entre países ou continentes. Os exemplos mais
atuais são a AIDS e a tuberculose.
Mortalidade: A mortalidade é definida como a relação entre o número de
óbitos e o número de pessoas expostas ao risco de morrer. Dados esses que
podem ser agrupados por características como sexo, idade, estado civil, causa,
lugar, condição, dentre outras. Os óbitos ocorridos podem estar classificados
segundo a associação de duas ou mais dessas características.
Letalidade: Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-
se seu maior ou menor poder para causar a morte. A determinação da letalidade
de certas doenças permite avaliar a eficácia de estratégias e terapias
implementadas. Por exemplo, espera-se que a vacina anti-sarampo reduza o
número de complicações e óbitos decorrentes da doença.
Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que as crianças
não estão tendo acesso à estratégia de vacinação ou que a vacina não está
desempenhando adequadamente seu papel na proteção à saúde.
Para que se possa avaliar o significado dos indicadores e compará-los
frente a populações diferentes sem que haja distorção das informações, esses
indicadores são calculados por meio de taxas, índices e coeficientes, e
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expressos em porcentagens. Traduzem, muitas vezes, as condições
socioeconômicas e sanitárias locais, pois estão intimamente relacionados com
as condições de vida e saúde da população.
Dessa forma, as ações de vigilância epidemiológica e os resultados
obtidos com a sua implementação e divulgados através de suas bases de dados
constituem um elemento precursor da elaboração e implementação de
programas de saúde coletiva, ao permitirem a identificação de fatores de risco
para a determinação dos processos de morbidade que atingem os grupos
populacionais que recebem atenção específica dos serviços de saúde.
33
Fonte: portaldafolha.com.br
10.1 Hepatite B
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Pelo risco de se adquirir a hepatite B por exposição ocupacional a sangue
e materiais potencialmente infectantes, faz-se necessário que os profissionais
de saúde sejam vacinados, além de orientados para que utilizem as precauções
padrão quando da execução dos procedimentos.
10.2 Hepatite A
10.3 Poliomielite
35
A transmissão acontece, principalmente, por contato direto de pessoa a
pessoa, sendo a boca a principal porta de entrada dos vírus. A transmissão oral
ocorre através das gotículas de muco da orofaringe expelidas pela tosse, fala ou
espirro. Entretanto, a água e os alimentos contaminados com fezes de doentes
ou portadores (assim considerados aqueles indivíduos cujo intervalo de tempo
após a infecção situa-se entre uma a sete semanas) também são formas de
transmissão do poliovírus.
10.4 Tétano
36
monitorização das vias aéreas, para garantir que estejam pérvias (sem
obstrução), e a observação de sinais de retenção urinária.
A susceptibilidade é geral, todos estão predispostos à contaminação pelo
tétano, indiscriminadamente, porém os indivíduos maiores de 45 anos estão
mais expostos por estarem muitas vezes com a vacinação incompleta ou por
nunca terem sido vacinados. Sendo assim, o auxiliar de enfermagem deve estar
atento ao estado vacinal de indivíduos adultos e idosos, além das mulheres em
idade fértil e crianças. A imunidade é conferida pela aplicação de vacina
contendo o toxóide tetânico em suas diversas formas de apresentação: tríplice
bacteriana (DTP), dupla adulto (dT), dupla infantil (DT) ou toxóide tetânico (TT).
10.6 Coqueluche
10.7 Difteria
Fonte: www.opas.org.br
As complicações mais comuns são: pneumonia por B. pertussis, ativação
de tuberculose latente, atelectasia, broquietasia, enfisema, pneumotórax, ruptura
de diafragma, otite média e apneia.
As complicações neurológicas mais comuns são: encefalopatia aguda,
convulsões, coma, hemorragias cranianas, estrabismo e surdez.
A faringe é o local frequentemente mais afetado,onde há fixação da
bactéria diftérica, que estimula a ocorrência de uma inflamação purulenta e
produz uma toxina que causa necrose do tecido da faringe. O período de
incubação dura em torno de um a seis dias, podendo ser mais longo. Para se
diagnosticar a doença, realiza-se o exame das lesões existentes na orofaringe e
nasofaringe. A coleta com swab deve ser efetuada antes de iniciado o tratamento
com antibióticos.
Para controlar a transmissão da doença, é indispensável administrar o
toxóide diftérico em toda a população exposta ao risco, nas pessoas não
vacinadas e nas inadequadamente vacinadas ou com estado vacinal
39
desconhecido. Para todos os comunicantes de doentes (escolares e familiares)
deve ser indicado o exame clínico, mantendo-se a vigilância sobre os mesmos
durante uma semana, pelo menos.
10.11 Rubéola
43
10.12 Sarampo
Fonte:www. tnh1.com.br
Após o período de incubação, o sarampo caracteriza-se por febre, tosse
seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Nesta fase, observa-se também o
aparecimento de hiperemia da mucosa oral e manchas de Koplik. Em torno do
quarto dia da doença, surge o exantema e a tosse passa a ser produtiva. O
diagnóstico é feito principalmente através de exame clínico.
O tratamento é sintomático, não havendo nada específico a ser prescrito.
Após a notificação de um caso suspeito, deve-se tomar medidas de acordo as
orientações do sistema de vigilância.
10.13 Caxumba
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parótidas, tornando o rosto arredondado devido à eliminação do ângulo da
mandíbula.
É importante orientar o doente para que faça repouso no leito, bem como
alimentar-se com dieta líquida ou semipastosa e realizar a higiene oral
adequadamente, para que não haja obstrução das glândulas e infecção. O
restante do tratamento é basicamente sintomático, com indicação de uso de
antitérmicos e analgésicos, caso necessários. A caxumba pode apresentar
complicações, atingindo o pâncreas, testículos, epidídimos, ovários e até as
meninges.
Atualmente, a caxumba é rotineiramente prevenida através da
administração, aos 15 meses, da vacina tríplice viral, em dose única.
10.14 Varicela
45
As lesões predominam na cabeça, face e tronco e são acompanhadas de
mal-estar, inapetência e prurido. A varicela é uma doença autolimitada, ou seja,
normalmente evolui sem complicações para o doente, que se recupera em cerca
de duas semanas. Ainda assim, oferece alguns riscos que não podem deixar de
ser considerados. Durante o episódio de varicela, os indivíduos chegam a
apresentar 250 a 500 vesículas, favorecendo a contaminação por bactérias,
principalmente quando as lesões são coçadas com unhas sujas ou cobertas por
talcos, pasta d’água e outras substâncias. Assim, os doentes devem ser
orientados para não coçar as feridas, a manter as unhas bem cortadas e a tomar
banhos frios para aliviar o mal-estar provocado pelo prurido, promovendo sua
higiene. Comumente, o diagnóstico da doença é feito com base nos sintomas e
sinais apresentados pelo doente, sem a necessidade de pesquisa específica do
vírus na corrente sanguínea.
O tratamento é sintomático, enfatizando-se as medidas de alívio do
prurido, higiene corpórea e restringindo-se a circulação do doente para evitar
novos casos. Além dessas ações, a vigilância deve tentar identificar os contatos.
Nos casos de surtos institucionais não mais se recomenda esvaziar enfermarias
ou suspender aulas nas escolas.
Fonte: amazonasatual.com.br
A melhor forma de prevenir a ocorrência de agravo tão sério é a
imunoprofilaxia, realizada nos animais e nos humanos. Todos os profissionais
que manipulam animais transmissores da raiva durante a execução de suas
atividades, e, portanto, correm riscos de mordedura, devem ser vacinados, como
veterinários, bioteristas, funcionários de jardins zoológicos, integrantes da
Defesa Civil, carteiros, garis e visitadores domiciliares de todas as espécies.
Dependendo do tipo de agressão, pode ser prescrito o soro antirrábico. Ressalte-
se que a prescrição de vacina antirrábica e de soro antirrábico segue critérios
estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
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O controle da doença envolve ações para restringir o número de animais
vadios, que devem ser recolhidos para abrigos adequados. Nos locais onde é
comum as pessoas conviverem em grandes áreas verdes, as equipes de saúde
devem orientá-las quanto ao risco de serem agredidas por micos e macacos.
10.16 Tuberculose
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tuberculose e pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos
profissionais de saúde.
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de
tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida
e etambutol.
10.17 Rotavirose
Seus principais sintomas são: dor forte diarréia, vômito e febre alta. Nos
adultos tais sintomas podem se apresentar de forma mais leve.
Em suas manifestações clínicas podem ocorrer variação de quadros
leves, com diarreia líquida e duração limitada, a quadros graves com
desidratação, febre e vômitos, podendo ocorrer também casos assintomáticos.
A diarreia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e caráter
explosivo, durando de três a oito dias. Em crianças até os quatro meses pode
haver infecção assintomática, aventando-se a hipótese de ação protetora de
anticorpos maternos e do aleitamento natural. Crianças e adultos com
imunodeficiência (congênita ou adquirida) ou submetidos a transplantes de
ossos podem ter gastrenterite severa e prolongada por rotavírus. O período de
incubação é normalmente curto, de 24 a 48 dias.
Por se tratar de uma doença geralmente auto limitada, com tendência a
evoluir espontaneamente para a cura, não há terapêutica específica para
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combater o rotavírus. O fundamental é prevenir a desidratação e distúrbios hidro-
eletrolíticos e manutenção da dieta alimentar normal.
50
10.19 Influenza (gripe)
51
10.20 HPV
Fonte: www.hospitalmoinhos.org.br
Sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papiloma Vírus - HPV).
São pequenos vírus DNA (50-55nm) pertencentes à família Papoviridae – gênero
Papillomavirus Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas.
Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o
trato genital. O HPV pode ser classificado em tipos de baixo e de alto risco de
desenvolver câncer. Existem 12 tipos identificados como de alto risco (HPV tipos
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) que têm probabilidade maior de
persistir e estarem associados a lesões pré- cancerígenas. O HPV de tipos 16 e
18 causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo (cerca
de 70%).
O HPV acomete homens e mulheres afetando tanto a região genital como
a extragenital. A infecção pode manifestar-se nas formas clínica, subclínica e
latente. O Ministério da Saúde com o objetivo de reforçar as atuais ações de
prevenção do câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e
orofaringe dá continuidade à estratégia de vacinação contra o Papilomavírus
Humano (HPV) dos tipos 6, 11, 16 e 18. A vacinação, conjuntamente com as
atuais ações para o rastreamento do câncer nos sítios mencionados acima,
possibilita prevenir a doença nas próximas décadas, além de reduzir os óbitos
relacionados com os acometimentos provocados pelo vírus.
As verrugas cutâneas são afecções virais muito frequentes no HPV, com
uma incidência estimada de 7% a 10% na população europeia e de 1% na
população americana. A infecção decorre principalmente do contato sexual sem
proteção, que permite, por meio de microabrasões, a penetração do vírus na
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camada profunda do tecido epitelial. Entretanto pode-se dar pelo contato direto
ou indireto com as lesões em outras partes do corpo.
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infecção é assintomática ou causa diarreia leve, vômito e desidratação. Pode
também se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou
sem vômitos, dor abdominal e cãibras e até mesmo óbito. A doença está ligada
diretamente ao saneamento básico e à higiene.
O período de incubação da bactéria, ou seja o tempo que leva para
provocar os primeiros sintomas no organismo, varia de algumas horas a 5 dias
da infecção e ausência de febre. Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3
dias.
A melhor forma de se proteger destas doenças é a vacinação e a
prevenção. Tais como: Consumir água e alimentos de fontes seguras e lavar
frequentemente as mãos são boas formas para se proteger; As medidas
profiláticas devem ser seguidas rigorosamente para evitar o contágio; Além
delas, há uma vacina para prevenir a diarréia do viajante e a cólera.
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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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12 BIBLIOGRAFIA
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