Saúde Coletiva

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4

2 SAÚDE COLETIVA ....................................................................................... 5

2.1 Conceito de saúde ..................................................................................... 5

2.2 Conceito de saúde coletiva ........................................................................ 5

2.3 Vigilância em saúde coletiva ...................................................................... 6

2.4 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida......................................... 7

3 A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO BASE DAS AÇÕES DE ENFERMAGEM


EM SAÚDE COLETIVA ...................................................................................... 8

3.1 Processo saúde- doença ........................................................................... 9

4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE ......................... 10

5 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE


E IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE SAÚDE NOS MUNICÍPIOS....... ..... 13

5.1 SUS .......................................................................................................... 13

5.2 Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)......................................... 14

5.3 Vigilância em saúde ................................................................................. 14

6 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ............................................................... 18

7 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA


EPIDEMIOLÓGICA .......................................................................................... 27

8 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA ............................... 31

9 VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ..................................... 33

10 DOENÇAS PREVENÍVEIS MEDIANTE VACINAÇÃO .............................. 33

10.1 Hepatite B ........................................................................................... 34

10.2 Hepatite A ........................................................................................... 35

10.3 Poliomielite .......................................................................................... 35

10.4 Tétano ................................................................................................. 36

10.5 Tétano neonatal .................................................................................. 37

2
10.6 Coqueluche ......................................................................................... 37

10.7 Difteria ................................................................................................... 38

10.8 Doença Meningocócica .......................................................................... 40

10.9 Doenças causadas por Hemófilo B (HIB) .............................................. 40

10.10 Febre amarela ...................................................................................... 41

10.11 Rubéola ................................................................................................ 42

10.12 Sarampo............................................................................................... 44

10.13 Caxumba ............................................................................................. 44

10.14 Varicela ............................................................................................... 45

10.15 Raiva humana ...................................................................................... 46

10.16 Tuberculose ......................................................................................... 48

10.17 Rotavirose ............................................................................................ 49

10.18 Doenças pneumocócica ....................................................................... 50

10.19 Influenza (gripe) ................................................................................... 51

10.20 HPV ..................................................................................................... 52

10.21 Diarreia dos viajante e Cólera ............................................................. 53

10.22 Febre tifóide ........................................................................................ 54

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 55

13 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 56

14 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS .............................................................. 61

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro –
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 SAÚDE COLETIVA

2.1 Conceito de saúde

A palavra saúde é derivada do Latim salus, que significa "bom estado


físico, saudação", relacionado a salvus, "salvo". Segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não, simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades. O
conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou
seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas, apesar que
saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido mediante medidas
politicas, sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.

2.2 Conceito de saúde coletiva

Saúde coletiva é caracterizada como campo de conhecimento e âmbito


próprio de práticas. Ela pode ser considerada como um campo de conhecimento
de natureza interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a epidemiologia, o
planejamento -administração de saúde e as ciências sociais em saúde.

Fonte: cursosextensao.usp.br

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2.3 Vigilância em saúde coletiva

A expressão vigilância em saúde remete, inicialmente, à palavra vigiar.


Sua origem do latim vigilare, significa, vigiar, estar atento.
O isolamento é uma das práticas mais antigas de intervenção social
relativa à saúde dos homens. No final da Idade Média, o modelo médico e político
de intervenção que surgia para a organização sanitária das cidades deslocava-
se do isolamento para a quarentena. Três experiências iniciadas no século XVIII,
na Europa, irão constituir os elementos centrais das atuais práticas da vigilância
em saúde: a medicina de estado, na Alemanha; a medicina urbana, na França;
e a medicina social, na Inglaterra.
O desenvolvimento das investigações no campo das doenças infecciosas
e o advento da bacteriologia, em meados do século XIX, resultaram no
aparecimento de novas e mais eficazes medidas de controle, entre elas a
vacinação. Em meados dos anos 50, o conceito de vigilância, passou a ter outro
sentido. Deu- se início ao acompanhamento sistemático e eventos adversos a
saúde na comunidade.
A noção de vigilância, presente nos dias atuais, é baseada na produção,
análise e disseminação de informações em saúde, restringido- se ao
assessoramento das autoridades sanitárias quanto à necessidade de medidas
de controle, deixando a decisão e a operacionalização dessas medidas a cargo
das próprias autoridades sanitárias , diferentes do conceito anterior pregado por
Alexandre Langmuir, que baseava-se na observação contínua da distribuição e
tendências da incidência de doenças.
A campanha de erradicação da varíola, foi um dos principais fatores que
propiciaram a disseminação da vigilância nas décadas de 1960 e 1970. Em 1976
e 1990, foram criadas respectivamente, a Secretaria Nacional de Vigilância
Sanitária e a Vigilância ambiental.

No Brasil, o processo de implantação dos distritos sanitários buscava


a organizar os esforços para redefinir as práticas de saúde, tentando
articular a epidemiologia, o planejamento e a organização dos serviços
(TEIXEIRA, 2000, apud BATISTELA, 2005).

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2.4 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida

A criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, durante o ano de


1970, coincidiu com a reforma sanitária. No entanto, a partir da década de 1950
deu- se início ao fortalecimento de uma visão contrária ao regime autoritário,
ocorrendo um importante progresso no desenvolvimento de ações no campos
da saúde, objetivando na melhora da mesma. A escassez do desenvolvimento
das agências estatais, fez com que surgisse um contingente de profissionais
médicos de posições inovadoras, muitos dos quais de cunho progressista, que
vinham gradativamente constituindo um movimento pela reforma do sistema de
saúde, como parte do movimento de oposição ao regime militar.

A Saúde Coletiva configura um campo, caracterizado como campo de


conhecimento e âmbito próprio de práticas. A Saúde Coletiva pode ser
considerada como um campo de conhecimento de natureza
interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a epidemiologia, o
planejamento/administração de saúde e as ciências sociais em saúde
(PAIM, 2000, apud OSMO, 2015).

O programa de Interiorização de Ações de Saúde ( Piass), foi criado de


forma estratégica, cujo o propósito de aumentar o alcance da cobertura dos
serviços médicos, especialmente nas áreas rurais e viabilizar, com foco nos
cuidados primários em saúde, a regionalização da atenção e da assistência
médica, de forma descentralizada.
O movimento de reforma brasileira, em meados dos anos 70, avançou
em seu processo de organização. As secretarias estaduais de saúde
assumiram o papel de supervisão e de assessoria aos municípios, estimulando
o processo de descentralização e de qualificação das ações de VS, porém
ainda sob a forte coordenação da esfera federal, com base em regulamentação
e transferências financeiras. As secretarias municipais de saúde ficaram
responsáveis pela gestão e execução das ações básicas das vigilâncias
epidemiológica, ambiental e sanitária, incluindo o desenvolvimento de recursos
humanos, com a perspectiva de contribuir para um novo modelo vigilância
sanitária.

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As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na
universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de
1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

3 A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO BASE DAS AÇÕES DE


ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

Fonte: ufjf.com.br

O primeiro aspecto a ser destacado, com vistas à compreensão de


questões que envolvem o tema promoção da saúde, é o conceito que sustenta
as propostas de atuação nesta área. Assim, para iniciarmos a discussão sobre
as ações de enfermagem em saúde coletiva, é fundamental recuperarmos o
entendimento do processo saúde-doença considerando-o resultante de
determinada organização social e influenciado por diversos aspectos que
caracterizam a inserção social dos indivíduos e grupos em busca de melhor
qualidade de vida.
Atualmente, apesar de a saúde não mais ser considerada apenas como a
inexistência de doença, ainda podemos perceber, em diversas situações, que a
prática dos serviços se volta prioritariamente para uma atuação curativa que
envolve ações relativas somente à doença, principalmente queixas específicas
e pontuais. Por exemplo, num serviço de Pronto-Atendimento a preocupação dos
profissionais centra-se na queixa apresentada pelo paciente e a conduta a ser
adotada procura apenas solucionar o problema, sem a preocupação de
esclarecer suas causas.
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A crítica que fazemos é que idêntica postura também ocorre em outras
fases da assistência. Tal fato só ratifica a necessidade de que devemos
desenvolver intervenções de prevenção e controle permanentes da saúde da
população, visando à melhoria dos indicadores de saúde.

Sempre em construção e muito podendo caminhar na produção e em


termos de reflexão sobre a própria identidade, a Saúde Coletiva, como
outros, constitui um “campo vivo”. (SCHRAIBER, 2008, apud OSMO,
2015).

3.1 Processo saúde- doença

O processo saúde-doença busca a promoção da saúde, sendo um dos


pontos centrais para os profissionais da saúde.
Vários modelos surgiram sobre a compreensão da saúde com o intuito de
se compreender o processo saúde- doença como o modelo epidemiológico. São
três os tipos de componentes: O agente, hospedeiro e o meio.
Explicações sobre a mortalidade e a morbidade obedecem a um gradiente
que atravessa as classes socioeconômicas, sendo as classes com menor renda,
estarem sujeitas a piores condições a saúde.
O ambiente é o local onde a pessoa se encontra com as coisas ao seu
redor exercendo influências, sendo o mesmo afetado de váras formas.

Dessa maneira, o processo saúde-doença está diretamente atrelado à


forma como o ser humano, no decorrer de sua existência, foi se
apropriando da natureza para transformá-la, buscando o atendimento
às suas necessidades (GUALDA, 2004, apud BRASIL, 2012).

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4 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Fonte: culturaesaude.med.br

Neste breve histórico, a qualidade de vida é entendida como uma


condição relacionada ao modo de viver em sociedade, articulando o momento
histórico, o grau de liberdade social, as conquistas técnico-científicas e a
possibilidade de seu usufruto pela população.
Em 1977, a Organização Mundial da Saúde propôs a seguinte meta:
Saúde para Todos, no ano 2000. Como decorrência, tanto o cenário brasileiro
quanto o mundial estabeleceram um debate sobre o conceito de saúde-doença
e a estruturação dos serviços de saúde. Um dos aspectos centrais no
encaminhamento dessa meta era o detalhamento e a operacionalização do
conceito de equidade, reconhecendo-se como fundamental a superação das
desigualdades sociais para a melhoria das condições de saúde das populações.
A I Conferência Mundial de Promoção da Saúde ocorreu em 1986, na
cidade de Ottawa, Canadá, tornando-se a principal referência nesse campo e
contribuindo para ampliar as discussões sobre os determinantes da saúde, como
os fatores sociais, econômicos e ambientais e as ações de promoção. Na
ocasião, a promoção da saúde foi conceituada como processo de capacitação
da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde,
incluindo uma maior participação no controle deste processo.
Os campos de ação definidos na Carta de Ottawa, documento elaborado
nessa Conferência, incluem cinco eixos de atuação:
1. Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis;

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2. Criação de ambientes favoráveis à saúde;
3. Reforço para a ação comunitária;
4. Desenvolvimento de habilidades pessoais;
5. Reorientação dos sistemas e serviços de saúde.

Fonte: baritalianews

Em 1988, na conferência realizada em Adelaide, Austrália, as discussões


centraram-se no tema políticas públicas saudáveis, reforçando o entendimento
da saúde como direito humano fundamental e sólido investimento social. Para o
fortalecimento das políticas públicas saudáveis, foi evidenciada a necessidade
de ampliar o interesse e a preocupação de diferentes setores no sentido de criar
ambientes favoráveis à vida.

Da organização das atividades de Vigilância Epidemiológica, controle


de endemias, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental e Saúde do
Trabalhador no SUS, descrevendo que suas atividades são públicas e
exercidas em articulação e integração com outros setores, dentre os
quais os de saneamento básico, energia, planejamento urbano, obras
públicas e meio ambiente (BRASIL, 2008, apud, CARVALHO, 2011).

A III Conferência Internacional de Promoção da Saúde, que aconteceu em


1991, em Sundsvall, na Suécia, contribuiu para a melhor caracterização do que
vem a ser ambientes saudáveis. As discussões realizadas incorporaram ao
conceito de ambiente as dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais,
além dos aspectos físicos e naturais. Ou seja, ambiente saudável é aquele isento
de riscos de acidentes, de contaminação, de esforço físico inadequado, de
exposição a situações de discriminação, violência ou injustiça.

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Em 1992, na América Latina, em Santafé de Bogotá, Colômbia, foi
realizada uma Conferência Internacional de Promoção da Saúde com a
participação de representantes de vários países latino-americanos, tendo como
pauta principal o conceito do novo campo de conhecimentos e práticas da
promoção da saúde no contexto do continente latino-americano. Nessa reunião,
foi destacada a importância dos determinantes sociais sobre a saúde dos povos,
propondo-se que o conceito de promoção da saúde incorporasse a tarefa de
transformar as relações excludentes, conciliando interesses econômicos e
propósitos sociais de bem-estar social.
Em 1997, em Jacarta, Indonésia, ocorreu a IV Conferência Internacional
de Promoção da Saúde. Foi a primeira vez que um país asiático e em
desenvolvimento, com problemas básicos extremamente sérios nas áreas de
educação, saúde, trabalho, sediou um evento como esse, o que acabou por
reforçar os propósitos anteriormente delineados para a promoção da saúde.
Nesse encontro, foi destacada a importância de se formular ações concretas
para o alcance dos propósitos e de se estabelecer uma articulação mundial para
efetivá-las, dadas as condições desiguais vivenciadas pelos diferentes países.
Em síntese, é possível perceber que o nível de saúde de uma população
depende da ação de diversos setores que atuam na sociedade, sendo que o
setor saúde é apenas um dentre eles. Se pretendermos alcançar melhores
indicadores na área da saúde, precisaremos desenvolver uma ação integrada
com os demais setores que executam políticas públicas.

A expressão promoção de saúde foi usada pela primeira vez em 1945


pelo canadense Henry Sigerist (PEREIRA, 2000, apud SICOLI, 2003).

As orientações quanto a saúde em geral e a prática de saneamento, não


modificavam as condições que geravam ou perpetuavam os problemas, como
doenças do trato gastrointestinal. Os programas educativos tendiam a focalizar
somente a ação individual, e não as ações de alcance coletivo.
Os profissionais de saúde, tinham como ponto chave reconhecer os
problemas, identificando–os, para determinar os mecanismos para o seu
enfrentamento.
Considerando-se que a qualidade de vida de uma população sofrerá
modificações a partir da ação de diferentes instituições executoras de políticas

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públicas, faz-se indispensável à leitura das necessidades de saúde de uma
população concreta.

5 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DO SISTEMA DE


SAÚDE E IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE SAÚDE NOS
MUNICÍPIOS

Fonte: cursosextensao.usp.br

5.1 SUS

A promoção da saúde é recente no Brasil, tendo como alavanca a


descentralização e o fortalecimento da participação popular e o controle social
da população nas questões de saúde, propostas pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
A proposta do SUS incorpora princípios e diretrizes que apontam para o
compromisso do Estado com a promoção das condições necessárias à saúde
dos cidadãos. O SUS é uma política pública avançada e tem como princípios o
direito à saúde, a participação da população na gestão dos serviços, a
integralidade e a equidade das ações.
Cabe ao nível básico atender aos problemas e, também, identificar as
causas sociais, econômicas e culturais a eles relacionadas, buscando
intervenções junto aos outros setores complementando, assim, a esfera de
atuação sobre os determinantes das condições de saúde.
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O SUS é composto pelo Ministério da Saúde, Estados e Municípios, conforme
determina a Constituição Federal. Cada ente tem suas co-responsabilidades.

5.2 Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)

Universalização: A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas


e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços
deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça,
ocupação ou outras características sociais ou pessoais.
Equidade: Mesmo possuindo direitos, as pessoas não são iguais, por
isso, têm necessidades distintas Este princípio tem como objetivo diminuir
desigualdades, principalmente onde a carência é maior.
Integralidade: Este princípio consiera as pessoas como um todo,
atendendo assim a todas as suas necessidades de cada um. Para que ocorra
esta integração, é importante a interação de ações, incluindo a promoção da
saúde, prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação.

5.3 Vigilância em saúde

Vigilância da saúde entende- se como um processo amplo e complexo


voltado para o enfrentamento dos inúmeros problemas e agravos que
comprometem a qualidade de vida dos diferentes segmentos populacionais.
Constitui de um modelo assistencial capaz de reverter à lógica de atender
somente as doenças. Visa à articulação entre as ações preventivas e curativas,
de caráter individual e de alcance coletivo.
Com o intuito de promover e melhorar a qualidade de vida, é fundamental
que estejam aptos a reconhecer tanto as condições existenciais que geram os
problemas de saúde da comunidade que compõe sua população-alvo como a
atuar no sentido de diminuir as diferenças injustas e inaceitáveis.
Os profissionais devem estar preparados de acordo com a formação de
cada um, para que se tornem sensíveis à conscientização dos problemas da
realidade e para que incorporem, em sua prática, uma perspectiva de trabalho
conjunto que se valha de outros saberes, buscando uma integração
multidisciplinar.
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Fonte: maceio.al.gov.br

Destaca-se, também, a necessidade de que os profissionais de saúde


desenvolvam processos educativos que favoreçam a participação da
comunidade, estimulando-a a reconhecer seus problemas e intervir sobre eles,
bem como a participar das discussões e decisões que lhe digam respeito. Esses
processos são prioritárias do campo da promoção da saúde para lidar com as
iniquidades evidenciadas. Nesse sentido, a formação de recursos humanos em
saúde, consoante com os princípios do SUS, ocorre em dois âmbitos.

O trabalho humano subsume o próprio processo biológico da vida do


corpo humano, em que a condição humana do trabalho é a
mundanidade (ARENDT, 2000, apud, CABREIRA, 2003).

O primeiro relativo à aquisição de conhecimentos e habilidades para lidar


com a problemática de saúde da população, com base no perfil epidemiológico,
ou seja, reconher e de priorizar os problemas, para orientar a intervenção; o
outro, se refere à especificidade da intervenção da enfermagem em saúde
coletiva, o que significa estar preparado para o cuidar, essência e base histórica
da enfermagem que, na saúde coletiva, pode ser interpretado como conjunto de
práticas e habilidades para o acompanhamento, controle e resolução dos
problemas de saúde da população.
Mais do que reproduzir procedimentos ou desenvolver ações de caráter
fragmentado (pré-consulta, pós-consulta), ligadas aos programas de saúde e
voltadas para a atuação de outros profissionais, cabe à enfermagem aproveitar
as oportunidades de contato com a população para ampliar o conhecimento

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sobre a mesma, com vistas a uma assistência integral. Trata-se, portanto, de
redirecionar o perfil dos profissionais de enfermagem para que atuem em
conjunto com os outros trabalhadores da saúde, na perspectiva de concretizar
as diretrizes gerais do SUS. Além de estar comprometido com a competência
técnica deverá também estar envolvido com as éticas da responsabilidade e
solidariedade. Este somatório fará com que a especificidade da prática de
enfermagem não se restrinja apenas à realização de procedimentos técnicos,
mas incorpore a dimensão de comunicação e percepção das necessidades do
outro.
A tarefa de construção do novo modelo assistencial não é simples e nem
depende apenas de alguns profissionais. O que nos cabe é dirigir a nossa prática
profissional no sentido da responsabilidade pela implementação das mudanças
necessárias e adoção de uma postura solidária junto as pessoas atendidas,
reconhecendo suas principais necessidades. Reconhecer-se como sujeito
profissional ativo do processo de transformação da realidade e gerador das
mudanças necessárias parece-nos fundamental para romper com a herança de
uma prática subordinada, muitas vezes, aos interesses das instituições ou,
ainda, a outras práticas profissionais.
Entendemos por nova prática na enfermagem em saúde coletiva o
reconhecimento do território no qual a equipe de saúde atua, ou seja, área,
população, número de domicílios, tipos de habitação, tipos de instituições
econômicas, como comércio e indústria, instituições culturais e outras
instituições públicas (escolas, creches, delegacias), representações da
sociedade civil (associações de moradores, Conselhos de Saúde, conselhos de
pais da escola, Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente) e presença de
organizações não-governamentais (ONGs).

16
Fonte: brasilamb.com.br

Esses dados são fundamentais para a construção dos perfis


epidemiológicos, bem como para o planejamento das ações programáticas mais
necessárias. Assim, como exemplo podemos citar o Programa Saúde da Família
(PSF), que deve ser entendido como possibilidade para a produção de ações
voltadas para a saúde, desde que contemplados os princípios que dão forma ao
SUS. Com esse Programa, é possível colocar em prática várias ações que
auxiliam o fortalecimento da vigilância da saúde.
Uma delas é a atuação das instituições de saúde em locais periféricos
(residências, escolas, creches, associações, igrejas) e não de forma tradicional,
atuando-se somente sobre uma demanda que procura os serviços para
participar de uma ação programática ou mediante um problema em curso.
Nessa proposta, os profissionais de saúde conhecem a população de uma
forma bem mais ampliada ou, pelo menos, dispõem de informações que lhes
possibilitam reconhecer as condições de vida, o que anteriormente não
acontecia. Finalmente, o último aspecto que merece destaque é o
encaminhamento da participação comunitária.

17
Fonte: afolhatorres.com.br
Os agentes comunitários de saúde poderiam contribuir para desencadear
um processo de envolvimento das lideranças locais na discussão sobre os
problemas de saúde e seus determinantes sociais, pois residem nas regiões de
atuação das equipes.

6 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Durante muitos séculos, vários países tiveram suas populações atingidas


por doenças transmissíveis que levavam à morte. A ideia sobre esse
acontecimento baseava-se na teoria miasmática, que entendia que as doenças
eram causadas pela movimentação do ar, pois este carregaria gases fétidos,
originados da matéria orgânica apodrecida, resultado de águas pantanosas, que
contaminam o meio ambiente.
A partir da primeira metade do século XX, com o desenvolvimento de
métodos de combate como as vacinas e o surgimento da noção de agente
infeccioso, iniciou-se uma prática científica de controle das doenças dando-se
maior importância ao indivíduo portador e ao microrganismo. Antigamente,
acreditava-se que a doença era uma consequência natural da interação agente
infeccioso-hospedeiro. Nesse contexto, as medidas de controle voltavam-se
prioritariamente para essa interação, ou seja, objetivavam exterminar o agente
infeccioso e isolar o hospedeiro, sem considerar qualquer outro fator que
pudesse influenciar o processo.

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Garantir a ventilação era o principal foco dos médicos higienistas que
deveriam controlar o fluxo do ar. Ventilar é varrer as baixas camadas
do ar, constranger a selvagem circulação dos miasmas, controlar o
fluxo mórbido lá onde a natureza não pode exercer livremente sua
regulagem, impedir o aparecimento de doenças. (CORBIN, 1987, apud
MASTROMAURO, 2011).

A partir desse quadro, em que havia grave acometimento de grandes


parcelas populacionais por doenças transmissíveis, criou-se a necessidade de
analisar as manifestações dessas doenças, propiciando o surgimento e
desenvolvimento da ciência epidemiológica, que possibilitou o estudo da
distribuição dos determinantes da frequência das doenças no homem. Tornou-
se, então possível conhecer melhor as condições e fatores que favoreciam a
ocorrência das moléstias, faixa etária (infância, velhice), sexo, lugares (meio
urbano, proximidade com florestas), épocas do ano (estações, meses),
ocupações (profissionais do sexo, operários da construção civil) e outras
condições de interesse.
Para que as informações necessárias à adoção de medidas pertinentes,
relacionadas ao controle e prevenção de doenças pudessem ser atualizadas
constantemente, surgiram os serviços de vigilância epidemiológica, cujo objetivo
era desenvolver atividades de coleta e análise de dados, determinando, assim,
as medidas a serem aplicadas ao ambiente e aos doentes ou às pessoas em
risco de adoecer. As ações epidemiológicas direcionavam-se para o controle da
transmissão do agente infeccioso, centradas no isolamento do hospedeiro e no
extermínio do agente do ambiente. Tais medidas melhoraram a assistência à
população, mas ainda se relacionavam a uma visão restrita da epidemiologia.
Assim, tanto no Brasil como no mundo, a aplicação de medidas
epidemiológicas viabiliza a redução do número de casos de doenças
transmissíveis, chegando-se mesmo a eliminar algumas, como a poliomielite, e
a erradicar outras, como a varíola a partir do momento em que são controladas,
perdem um pouco de sua importância anterior. A partir da obtenção de um
controle relativo sobre as doenças transmissíveis, ocorreram importantes
mudanças sociais, geradas pelo processo de industrialização, êxodo rural e
crescimento das cidades.
Começaram, então, a aumentar o número de casos de doenças não
transmissíveis e de indivíduos acometidos por agravos, fortemente influenciados

19
por fatores externos relacionados a um estilo de vida pouco saudável, tais como
dieta inadequada, excesso de trabalho, vida sedentária, consumo excessivo de
bebidas alcoólicas, estresse, abuso de drogas, violência urbana e no trânsito,
dentre outros. O aumento da ocorrência dessas disfunções e agravos passou a
despertar a atenção das autoridades sanitárias pelo impacto promovido na
população economicamente ativa (PEA).

Fonte: repocursos.unasus.ufma.br

O alto índice de pessoas afastadas do trabalho por longos períodos, bem


como a ocorrência de pedidos de aposentadoria precoce por invalidez parcial ou
total e aumento do número de óbitos a elas relacionados fizeram com que os
profissionais de saúde começassem a questionar se também não seria
necessária à elaboração de medidas de prevenção e controle das doenças não-
transmissíveis e agravos. Como nessas situações não havia um agente
etiológico (causador), iniciou-se a discussão e valorização dos determinantes
sociais como potenciais causadores de doenças não-transmissíveis e agravos.
O estilo de vida e as condições sociais, influenciando a existência desses
acometimentos populacionais, levaram os profissionais de saúde a constatarem
sua inter-relação com outros setores públicos o que fez com que o planejamento
das ações na promoção de condições que favorecessem a prevenção e o
controle dessas doenças passasse a ser elaborado em conjunto com os órgãos
responsáveis pelo saneamento, transporte, segurança, trabalho, agricultura,
habitação e educação.

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Essa nova forma de encarar as doenças, a organização dos profissionais
em torno da discussão acerca desses temas e a emergência de uma reforma do
setor saúde influenciam diretamente a reformulação do conceito de
epidemiologia a qual não mais irá somente considerar a distribuição das
frequências das doenças, mas também incorporará a importância dos
determinantes sociais no processo saúde-doença, redirecionando as ações
relacionadas à prevenção e ao controle das doenças transmissíveis, bem como
das doenças não-transmissíveis e agravos.
A atuação isolada ou em conjunto de cada um desses determinantes pode
gerar um estímulo responsável pela ocorrência das doenças. A partir daí, o Brasil
passa a apresentar duas realidades de saúde que determinam seu perfil
epidemiológico: por um lado, o baixo investimento nas ações de prevenção e
controle das doenças transmissíveis permitiu que estas voltassem a se
manifestar, mesmo onde parecia já estarem eliminadas; por outro, a cada dia
aumenta o número de pessoas afetadas por doenças não-transmissíveis e
agravos o que faz com que tenhamos o fenômeno da confluência de riscos, que
expõe a população a várias possibilidades de adoecimento.
Dessa forma, para os setores de política pública e serviços de saúde que
desenvolvem ações considerando o perfil epidemiológico da população
assistida, surgem dois desafios. O primeiro seria voltar a intensificar ou até
mesmo criar novas ações de vigilância epidemiológica que atinjam as doenças
transmissíveis, voltando à atenção da vigilância epidemiológica para as doenças
não-transmissíveis (câncer, diabetes, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares e outras) e agravos (mortes no trânsito, acidentes de trabalho,
violência), cuja ocorrência aumenta diariamente, principalmente nas grandes
cidades.
Cada vez mais lhes será requisitado que o desenvolvimento de suas
atividades junto à população assistida volte-se à identificação de grupos
suscetíveis, expostos a sofrer alterações nas suas condições de saúde. Dessa
maneira, realça-se a importância de se estar atento aos determinantes que
atuam favorecendo o surgimento de doenças transmissíveis, não-transmissíveis
e agravos.

21
Somente mediante a intervenção sobre os mesmos poderemos contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da população, modificando seu perfil
epidemiológico.
É bem mais frequente buscarmos atendimento apenas quando da
existência de algum sintoma ou sinal preocupante. E essa demanda serve como
parâmetro aos serviços de saúde para a avaliação do perfil epidemiológico da
população, procurando, assim, manter uma vigilância constante. Portanto, vigiar
as doenças e agravos é importante para conhecermos o seu modo de
manifestação, que indivíduos têm maior facilidade para contraí-las, qual a faixa
etária mais atingida, em que época do ano ocorrem com mais frequência, que
localidades apresentam maior número de casos de determinada doença e sobre
quais determinantes faz-se necessário intervir para atender às necessidades de
saúde da população.
A vigilância epidemiológica (VE) é um serviço que reúne um conjunto de
ações que permite acompanhar a evolução das doenças na população. Funciona
como um “termômetro”, um indicador de que ações devem ser priorizadas no
planejamento da assistência à saúde.
Se, por exemplo, for detectado o aparecimento de muitos casos de sífilis
congênita em uma maternidade localizada em uma área específica, tal fato indica
ser necessário que os gestores realizem maiores investimentos em assistência
pré-natal naquela localidade, visando controlar a incidência de casos. Entretanto,
para que a vigilância epidemiológica possa propor ações de prevenção e controle
a partir do estudo do comportamento das doenças e agravos à população, é
importante seguir algumas etapas:
Coleta de dados: consiste em buscar junto às fontes de dados
(população, imprensa, serviços de saúde, escolas, creches, presídios e
indústrias) as informações relevantes que possam colaborar na identificação de
situações de risco. Os dados podem ser agrupados como demográficos e
ambientais, de morbidade e mortalidade. As informações obtidas sobre casos de
doenças, agravos e epidemias devem ser consideradas somente após prévia
investigação para confirmar ou descartar o caso, pois muitas vezes sua
divulgação, além de assustar a população, tem origem duvidosa.

22
Fonte: siteantigo.suvisa.ba.gov.br

Processamento dos dados: significa reunir todos os dados coletados e


agrupá-los de acordo com seu grau de importância e relevância. As informações
são organizadas em gráficos, quadros e tabelas, para permitirem melhor
visualização dos problemas e seus determinantes. Geralmente, são ordenadas
em ordem de ocorrência e separadas por mês, bairro de moradia do doente,
unidade que notificou a suspeita do caso e região do município, estado e país.
Análise dos dados: busca interpretar as informações coletadas,
procurando estabelecer as relações causais. Sua realização permite que os
responsáveis pela vigilância epidemiológica relacionem os determinantes de
doenças e agravos. Por exemplo, ao se estudar o período de maior registro de
doentes com câncer de pele, estabeleceu-se relação com o verão, época em
que as pessoas permanecem mais tempo expostas ao sol, e com as profissões
que, para seu desempenho, exigem exposição ao sol forte: lavradores e
vendedores ambulantes na praia, entre outras.
Recomendação de medidas de controle e prevenção: aponta que
precauções podem ser recomendadas no controle e prevenção da ocorrência da
doença. As campanhas de vacinação, as campanhas educativas disseminadas
pela televisão e na escola, a campanha de controle do diabetes são exemplos
de medidas empregadas com esse fim.
Promoção das ações de controle e prevenção: consiste em planejar e
executar ações como vacinações, tratamento dos doentes, controle do ambiente,
divulgação de informações sobre precauções para transmissão de doenças.

23
Avaliação da eficácia das medidas: é a análise dos resultados das
ações, visando identificar se as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu
impacto na saúde coletiva, por meio dos indicadores de saúde. Como exemplo
temos o Programa Saúde da Família que planeja atender um quantitativo de
famílias em determinado território e em um dado período. Ao final do prazo
estipulado, a equipe do PSF deve avaliar se conseguiu ou não atingir a meta
proposta e que fatores foram responsáveis pelo alcance ou não da meta;
Divulgação das informações: objetiva mostrar os resultados alcançados
de forma simples e clara, de modo que todos os interessados possam
compreendê-los. Após a realização de uma campanha de vacinação, é comum
que as secretarias de Saúde divulguem o número de doses de vacinas aplicadas
e de pessoas vacinadas, para que se tenha a noção do impacto das medidas
adotadas. Os ambulatórios, unidades básicas de saúde e hospitais representam
importantes fontes de informação para a realização da vigilância epidemiológica,
em virtude de prestarem assistência direta à maioria da população.

A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o
sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos
pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM, 1995, apud, BRASIL,
2012)

Por esse motivo, realizam com maior frequência a notificação, entendida


como a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde,
feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão. A
notificação é essencial para o efetivo conhecimento da realidade vivida pela
população assistida, bem como para a adoção de medidas de intervenção
pertinentes, sendo importante seu registro e divulgação. Apesar desse fato,
muitos profissionais desprezam a importância dessa prática na determinação
das condições sanitárias populacionais, provocando, assim, uma subnotificação
quando o número de registros de ocorrência de casos de doenças é menor do
que o realmente ocorrido, o que impede o poder público atuar no atendimento
às reais necessidades da população.
Visando acompanhar a notificação de doenças de grande impacto
coletivo, foi criada uma lista de doenças de notificação obrigatória em todo o
território nacional, a qual deve ser periodicamente atualizada. Denominada lista

24
de doenças de notificação compulsória, é atualmente constituída apenas por
doenças transmissíveis, o que é bastante questionável, haja vista o crescente
aumento do número de pessoas acometidas por doenças crônicas não-
transmissíveis e provocadas por causas externas, gerando doença e morte. No
entanto, estados e municípios podem incluir novas doenças na lista, desde que
sejam claramente definidos o objetivo da notificação, os instrumentos e o fluxo
da informação.
Outras importantes fontes de dados e de notificação são os sistemas
nacionais de informação. Quando os profissionais ou a população não notificam
as doenças ou agravos aos serviços de saúde (centros ou postos de saúde), o
banco de dados pode ser alimentado por outras fontes e documentos como
boletins de produção ambulatorial, atestados de óbito, declarações de nascidos
vivos, prontuários dos clientes ou autorizações para internação hospitalar, por
exemplo.
Tais documentos irão contribuir para a avaliação de alguns indicadores de
saúde da população, sendo fundamentais para a determinação das prioridades
assistenciais. No Brasil, além do Sistema Nacional de Agravos de Notificação
(SINAN) que reúne todas as informações relativas aos agravos de notificação,
alimentado pelas notificações compulsórias, existem outros sistemas de
informações de interesse para a vigilância epidemiológica, dentre os quais se
destacam:
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM): reúne os dados relativos
aos óbitos ocorridos. Alimentado pelos atestados de óbito emitidos, possibilita o
conhecimento da distribuição dos óbitos por faixa etária, sexo, causa e outras
informações – variáveis de acordo com o interesse da consulta;
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC): permite
conhecer quantas crianças nascem por ano e por região, bem como as
características ligadas à saúde da mãe (idade gestacional, por exemplo) e do
recém-nascido (presença de malformações congênitas ao nascer), apontando
que necessidades assistenciais devem ser atendidas na região dos nascimentos
para melhorar a qualidade da assistência pré-natal e à criança;
Sistema de Informações Hospitalares (SIH): reúne informações sobre
a assistência prestada pelos hospitais. Este sistema é alimentado principalmente
pelos dados contidos nas autorizações de internações hospitalares e pelos
25
relatos contidos nos prontuários dos pacientes. É importante para a definição do
perfil epidemiológico da população assistida, pois muitos doentes hospitalizados
não chegam a ser assistidos nas unidades básicas de saúde, principal fonte de
notificação dos serviços de epidemiologia locais.
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA): reúne as informações
obtidas com os atendimentos ambulatoriais, seja em unidades básicas de saúde,
seja em hospitais. Permite, entre outros dados, verificar se todos os atendidos
em um ambulatório são moradores da região, indicando a falta de serviços
voltados para o atendimento das necessidades dos moradores que se deslocam
de muito longe para obter serviços de saúde.
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN): permite
conhecer o perfil das condições nutricionais. As informações disponíveis
possibilitam constatar a ocorrência de desnutrição e sua distribuição, permitindo,
assim, a determinação de medidas que controlem e previnam sua ocorrência.
Com o aumento dos casos de doenças não-transmissíveis, assume importância
na vigilância sobre a obesidade, fator determinante de risco cardiovascular.

Fonte:escolakids.uol.com.br

Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB): criado mais


recentemente, esse sistema destina-se a reunir informações acerca das
atividades desempenhadas em nível de atenção básica. É utilizado para medir o
impacto das ações básicas desenvolvidas, auxiliando na determinação das
prioridades e avaliação do que já foi feito pelas equipes dos Programas Saúde
da Família e Agentes Comunitários de Saúde (PSF e PACS).

26
7 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA

Fonte: oimpacto.com.br

As ações de vigilância epidemiológica são hierarquizadas, ou seja, cada


nível assume responsabilidades para com o planejamento e execução das
medidas e ações a serem empreendidas. O nível central (Governo
Federal/Ministério da Saúde) é o grande responsável pela determinação e
regulamentação nacional das ações de vigilância epidemiológica. Nele, as ações
são discutidas para, somente após, serem recomendadas a todos os estados da
Federação. Detém as bases de dados dos sistemas de informação da vigilância
epidemiológica - que reúnem todas as informações referentes à saúde e às
doenças no Brasil.

O cuidado passa então a ser "designação de uma atenção à saúde


imediatamente interessada no sentido existencial da experiência do
adoecimento, físico ou mental, e, por conseguinte, também das
práticas de promoção, proteção ou recuperação da saúde". É
identificado como compromisso validado como "Bem Comum", o que
torna evidente sua interlocução nos diversos planos: individual, social
e coletivo (AYRES, 2004, apud ANJOS, 2009)

Ao plano regional, correspondente aos estados da Federação


(Secretarias de Estado de Saúde), cabe coordenar as ações de vigilância
desenvolvidas pelos municípios, procurando estabelecer prioridades de acordo
com as informações obtidas, prestando consultoria. As centrais estaduais de

27
regulação de transplante de órgãos são exemplo de ação de vigilância
diretamente desenvolvida pelo nível de gestão regional. Por seu intermédio as
secretarias estaduais de Saúde controlam o número de doadores, os pacientes
para os quais o transplante é prioritário, a localização dos possíveis doadores e
que hospitais dispõem de estrutura para realizar a intervenção cirúrgica
necessária. Assim, é possível conhecer as necessidades relacionadas a um
problema de saúde específico e intervir diretamente sobre ele, estabelecendo
uma rede de comunicação entre as unidades locais coordenadas pelas centrais.
Ao nível local, traduzido na figura do município (Secretarias Municipais de
Saúde) e sua região administrativa (Distritos Sanitários), cabe executar as
práticas de vigilância, desenvolvendo as ações mais diretamente relacionadas
aos indivíduos, por meio dos serviços assistenciais oferecidos. Neste nível,
principalmente, faz-se necessário que os serviços de saúde estejam informados
da ocorrência das doenças de notificação compulsória para que possam, assim,
planejar e implementar as medidas de promoção, prevenção e controle
adequadas às necessidades da população local, o que chamamos informação
para a ação.
As ações de vigilância epidemiológica variarão de acordo com os
objetivos pretendidos, contribuindo para o controle e prevenção de determinada
doença ou agravo. Entretanto é sempre importante considerar em seu
planejamento e adoção que o sucesso dependerá diretamente da proximidade
com os determinantes causadores da doença ou agravo sobre os quais se
pretende intervir. Algumas medidas de vigilância epidemiológica são mais
conhecidas pelos profissionais devido à frequência com que são recomendadas
e executadas, o que se explica pelo fato de, atualmente, as ações de vigilância
epidemiológica estarem centradas no controle e prevenção de doenças
transmissíveis.
Dentre as mais frequentemente recomendadas, destacamos:
Investigação epidemiológica: processo que permite acompanhar a
ocorrência de uma doença ou agravo nos indivíduos, operacionalizada mediante
um inquérito epidemiológico, ou seja, pelo preenchimento de ficha de
investigação que reúne as informações sobre as condições relacionadas ao
adoecimento do indivíduo, com vistas a implementar o máximo de medidas
necessárias para garantir a prevenção e controle.
28
Nessa ficha, o profissional de saúde relata a conduta adotada em relação
ao indivíduo acometido ou a seus comunicantes. Em muitas localidades, é
comum o auxiliar de enfermagem também ajudar nesta investigação.
A investigação epidemiológica deve ocorrer sempre que for notificado um
caso suspeito de alguma doença. Significa que mesmo que o diagnóstico não
esteja confirmado deve-se realizar a investigação e executar as medidas de
controle e prevenção da transmissão, recomendadas pelos serviços de
epidemiologia e padronizadas pelo nível central (Ministério da Saúde). A busca
de casos e visita domiciliar, quando os serviços locais de epidemiologia, ao
receberem notificações de doenças de clientes atendidos, procuram localizá-los
por meio de aerograma, telefonema ou visita ao domicílio para realizar a
investigação epidemiológica. O apoio a procedimentos diagnósticos quando da
definição de suspeita ou confirmação de uma doença, a coleta de material
biológico, realização de testes específicos e interpretação de seus resultados
são procedimentos frequentemente desenvolvidos pelo auxiliar de enfermagem.

As doenças e agravos de saúde divididos em doenças transmissíveis


e doenças não-transmissíveis. Ainda que essa tipologia seja útil do
ponto de vista dos estudos epidemiológicos, ela é insuficiente para dar
conta da organização dos sistemas de saúde, pois há doenças
transmissíveis que, por sua natureza, comportam-se, na resposta
social que exigem dos serviços de saúde, como as doenças crônicas
(CONASS, 2009, apud, CARVALHO, 2011)

Por sua vez, as medidas de precaução em relação à transmissão de


doenças podem incluir:
Vacinação de bloqueio: É a intensificação da administração de uma
vacina, visando o impedimento da transmissão de uma doença de um indivíduo
doente para aqueles que com ele convivem em espaço restrito, como no
trabalho, escola, creche ou quartéis. Essa medida é usualmente utilizada quando
há o acometimento por uma doença de transmissão fácil e contra a qual se
dispõe de vacina, como a coqueluche ou sarampo.

29
Fonte: novapauta.com

A intensificação de vacina: é uma estratégia utilizada para aumentar o


número de pessoas protegidas contra uma doença. Para tanto, podem ser
modificados os critérios normalmente utilizados para a aplicação da vacina,
aumentando-se o número de doses ou a faixa etária da população-alvo;
Indicação de restrição de circulação: O isolamento do paciente não é o
indicado,mas sim garantir que outras pessoas de seu convívio não corram o risco
de contrair a doença por ainda não estarem protegidas.
Quimioprofilaxia: O uso de vacinas, em alguns casos para prevenir a
transmissão de determinada doença, não está disponível ou recomendado. A
adoção desta conduta é chamada quimioprofilaxia, geralmente adotada para os
comunicantes de casos suspeitos ou confirmados de meningite meningocócica
ou causada por hemófilos, tuberculose ou leptospirose, e ainda frente à
exposição acidental envolvendo objetos perfurocortantes potencialmente
contaminados com material biológico.

30
8 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA

Fonte:pediatradigital.com.br

Para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças e


agravos, é importante conhecer o perfil dos problemas de saúde da população
assistida e das doenças apresentadas, como por exemplo, quais mais acometem
a população, quais são as que mais matam e quantas pessoas morrem. Para o
conhecimento de aspectos de saúde não diretamente observáveis foram criados
os indicadores de saúde, que representam e tentam mensurar os aspectos
normalmente não percebidos.
Dentre outros importantes componentes da estrutura de assistência à
população, esses indicadores orientarão o processo de planejamento em saúde,
a organização dos serviços de atenção e a determinação do número de leitos
hospitalares necessários para determinada região. Como destaques,
ressaltamos a morbidade.

Apesar dessas limitações, acredita-se que a informação gerada a partir


de dados de mortalidade, muito utilizada no passado, reterá, por algum
tempo ainda, o seu lugar central na avaliação dos progressos em
saúde e nas comparações internacionais, devido principalmente à
dificuldade de operacionalização de outros tipos de indicadores
(HANSLUWKA, 1987, apud, SOARES, 2003).

Morbidade: refere-se ao comportamento das doenças numa população


exposta ao adoecimento. Seus índices permitem conhecer que doenças existem
habitualmente na área, no período e na população estudada (prevalência), e
quais os novos casos das doenças na mesma área, período e população

31
(incidência). Dessa forma, a quantidade de casos de uma doença também
permite estimar sua importância para aquela população.
Estão relacionados à morbidade os termos: surto, endemia, epidemia,
pandemia, mortalidade e letalidade.
Surto é um aumento repentino do número de casos, dentro de limites
restritos, como uma série de casos de rubéola em uma creche, vários indivíduos
com conjuntivite em um quartel ou vários bebês com infecção respiratória em um
berçário de hospital. Também pode ser assim considerado o aumento do número
de casos de uma doença em uma área específica, considerada livre da mesma.
Por exemplo, um único caso de poliomielite no Brasil seria suficiente para
configurar um surto.
Endemia: é a ocorrência de certo número de casos controlados em
determinada região.
Epidemia: é o aumento do número de casos de determinada doença,
muito acima do esperado e não delimitado a uma região.
Pandemia: compreende um número de casos de doença acima do
esperado, sem respeitar limites entre países ou continentes. Os exemplos mais
atuais são a AIDS e a tuberculose.
Mortalidade: A mortalidade é definida como a relação entre o número de
óbitos e o número de pessoas expostas ao risco de morrer. Dados esses que
podem ser agrupados por características como sexo, idade, estado civil, causa,
lugar, condição, dentre outras. Os óbitos ocorridos podem estar classificados
segundo a associação de duas ou mais dessas características.
Letalidade: Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-
se seu maior ou menor poder para causar a morte. A determinação da letalidade
de certas doenças permite avaliar a eficácia de estratégias e terapias
implementadas. Por exemplo, espera-se que a vacina anti-sarampo reduza o
número de complicações e óbitos decorrentes da doença.
Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que as crianças
não estão tendo acesso à estratégia de vacinação ou que a vacina não está
desempenhando adequadamente seu papel na proteção à saúde.
Para que se possa avaliar o significado dos indicadores e compará-los
frente a populações diferentes sem que haja distorção das informações, esses
indicadores são calculados por meio de taxas, índices e coeficientes, e
32
expressos em porcentagens. Traduzem, muitas vezes, as condições
socioeconômicas e sanitárias locais, pois estão intimamente relacionados com
as condições de vida e saúde da população.
Dessa forma, as ações de vigilância epidemiológica e os resultados
obtidos com a sua implementação e divulgados através de suas bases de dados
constituem um elemento precursor da elaboração e implementação de
programas de saúde coletiva, ao permitirem a identificação de fatores de risco
para a determinação dos processos de morbidade que atingem os grupos
populacionais que recebem atenção específica dos serviços de saúde.

9 VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Com o intuito de realizar adequadamente a vigilância epidemiológica das


doenças transmissíveis, o sistema de vigilância utiliza diferentes condutas
relacionadas a cada uma delas. Como integrante da equipe de saúde é muito
importante que o auxiliar de enfermagem e o enfermeiro, adquira conhecimentos
sobre o comportamento das diversas doenças transmissíveis e as medidas
gerais de profilaxia e controle, pois isto lhe possibilitará maior segurança ao atuar
nas intervenções que visam à redução da incidência e/ou prevalência de
doenças que ainda constituem problemas de saúde coletiva no país.

10 DOENÇAS PREVENÍVEIS MEDIANTE VACINAÇÃO

Atualmente, com o advento da vacina e os avanços tecnológicos e


científicos observados nas últimas décadas, muitas doenças que determinavam
elevados índices de mortalidade podem ser prevenidas e controladas.
Doenças preveníveis por imunização:Tuberculose, Hepatite B, Difteria,
Tétano, Coqueluche, Doenças causadas por Hemofilo B, Poliomielite,
Rotavirose, Doença Pneumocócica, Doença Meningocócica, Sarampo,
Caxumba, Rubéola, Varicela, Hepatite A, Febre Amarela, Influenza (Gripe),
Raiva Humana, HPV, Cólera e Diarréia dos Viajantes, Febre Tifóide.

33
Fonte: portaldafolha.com.br

Entretanto, ainda vemos pessoas com tétano, crianças acometidas pela


meningite ou coqueluche, devido o descaso em relação a vacinação ou até
mesmo por acusar os imunizantes de provocarem efeitos colaterais.

10.1 Hepatite B

Considerando-se a dimensão dos problemas sociais e de saúde que


envolvem o dependente químico e seus familiares, vários municípios possuem
serviços ou equipes especializadas para o atendimento dessas pessoas. De
acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a
vacina para prevenir a hepatite B deve ser administrada nos menores de um ano
de idade a partir do nascimento, de preferência nas primeiras 12 horas após o
parto, para evitar a transmissão vertical.
É indicada também para menores de 20 anos de idade, doadores
regulares de sangue. Na fase aguda da doença, os indivíduos devem receber
acompanhamento especializado, sendo indicado repouso, administração
mínima de medicamentos, abstenção do consumo de bebidas alcoólicas e
tabagismo e dieta pobre em gorduras, devido à fragilidade hepática presente
nesta fase. Lembrando que em alguns casos não o paciente não apresenta
nenhum sintoma e isso aumenta os riscos da infecção e evolução da doença,
podendo assim se tornar crônica, causando danos mais graves ao fígado, como
cirrose e câncer.

34
Pelo risco de se adquirir a hepatite B por exposição ocupacional a sangue
e materiais potencialmente infectantes, faz-se necessário que os profissionais
de saúde sejam vacinados, além de orientados para que utilizem as precauções
padrão quando da execução dos procedimentos.

10.2 Hepatite A

Hepatite A é uma inflamação do fígado. O vírus A da hepatite (VHA) é um


Picornaviridae, do genero Hepatovirus. Geralmente tem um curso benigno,
evoluindo para a cura espontânea em mais de 90% dos casos.
Os sintomas iniciais são: mal estar, dores no corpo, náuses, dor
abdominal. Vômitos, olhos e pele amarelados, urina bem escura e fezes claras.
Quando o quadro é grave, pode causar insuficiência hepática e morte.
A forma mais comum de transmissão é a oral, através da ingestão do vírus
com alimentos ou água contaminados. A incidência é maior nos países
subdesenvolvidos, sendo a transmissão realizada pela ingestão de água,
alimentos e objetos contaminados, e a infecção é precoce, ocorrendo após os
oito meses de idade, quando os anticorpos maternos começam a desaparecer.
As manifestações clínicas da forma sintomática ictérica, aparecem de
duas a sete semanas após a infecção (período de incubação), com média de 30
dias. A evolução da hepatite A é de modo geral muito boa, terminando com a
cura na grande maioria de casos, mesmo nas formas mais atípicas. A
mortalidade mostra-se baixa em jovens, aumentando muito se a doença é
adquirida a partir da quarta década da vida. A duração da doença revela-se
variável, com média de 15 dias em algumas observações bem controladas, mas
com predomínio de crianças

10.3 Poliomielite

Até 1980, o Brasil apresentava alto índice desta doença. Considerando-


se sua gravidade, deu-se então início à estratégia dos dias nacionais de
vacinação, com imunização em grande escala. A poliomielite, também chamada
de paralisia infantil, pode ser causada por três tipos de poliovírus: Tipo I, II e III.

35
A transmissão acontece, principalmente, por contato direto de pessoa a
pessoa, sendo a boca a principal porta de entrada dos vírus. A transmissão oral
ocorre através das gotículas de muco da orofaringe expelidas pela tosse, fala ou
espirro. Entretanto, a água e os alimentos contaminados com fezes de doentes
ou portadores (assim considerados aqueles indivíduos cujo intervalo de tempo
após a infecção situa-se entre uma a sete semanas) também são formas de
transmissão do poliovírus.

Ao contrário de doenças infectocontagiosas que assolavam a


sociedade brasileira entre o fi nal do século XIX e meados do século
XX, a poliomielite desafi ava todos os conceitos higienistas da época,
os quais relacionavam o adoecimento às condições de higiene e
pobreza (CAMPOS, 2003 apud, LOPES, 2012).

O período de incubação é de 2 a 30 dias, mas em geral varia de 7 a 12


dias. O doente apresenta, subitamente, deficiência motora, além de febre e
flacidez muscular assimétrica, sendo afetados, sobretudo, os membros
inferiores. No entanto, a doença pode apresentar-se assintomática em
determinados pacientes.
Não há tratamento específico após a instalação do quadro de poliomielite.
De maneira geral, os acometidos pela paralisia infantil e seus familiares
necessitam de acompanhamento rotineiro da equipe de saúde, com atuação de
profissionais de várias áreas (enfermagem, fisioterapia, médica, psicologia,
terapia ocupacional e nutrição), possibilitando um atendimento integral e de
acordo com suas reais necessidades.

10.4 Tétano

Doença infecciosa aguda, não contagiosa, relativamente comum em


países subdesenvolvidos, nos quais a cobertura vacinal é baixa. Seu agente
etiológico é o Clostridium tetani, um bacilo anaeróbio cujo reservatório é o trato
intestinal do homem e de animais, o solo ou qualquer objeto perfurocortante
contendo os esporos.
Os cuidados de enfermagem ao doente hospitalizado incluem o mínimo
de manipulação possível, para que não surja o estímulo de contratura, a

36
monitorização das vias aéreas, para garantir que estejam pérvias (sem
obstrução), e a observação de sinais de retenção urinária.
A susceptibilidade é geral, todos estão predispostos à contaminação pelo
tétano, indiscriminadamente, porém os indivíduos maiores de 45 anos estão
mais expostos por estarem muitas vezes com a vacinação incompleta ou por
nunca terem sido vacinados. Sendo assim, o auxiliar de enfermagem deve estar
atento ao estado vacinal de indivíduos adultos e idosos, além das mulheres em
idade fértil e crianças. A imunidade é conferida pela aplicação de vacina
contendo o toxóide tetânico em suas diversas formas de apresentação: tríplice
bacteriana (DTP), dupla adulto (dT), dupla infantil (DT) ou toxóide tetânico (TT).

10.5 Tétano neonatal

O tétano neonatal, também conhecido como mal de sete dias, ocorre


geralmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, sobretudo
pela precariedade ou ausência de acompanhamento pré-natal, impossibilitando
o controle vacinal da gestante, incluindo a vacina contra o tétano. Uma gestante
não vacinada não possui anticorpos maternos para transferir ao filho, tornando-
o susceptível à doença após o nascimento.
A infecção ocorre pela contaminação do coto umbilical com o bacilo
tetânico, quando de sua manipulação são utilizados instrumentos ou substâncias
impróprias como teia de aranha, moeda ou cinteiros. Em média, o período de
incubação dura sete dias. O recém-nascido infectado abandona o aleitamento
materno pela dificuldade de movimentar a musculatura da face, tronco e
abdome, devido à rigidez. A paralisia da musculatura da respiração pode levar a
criança a óbito. Após a notificação de um caso de tétano neonatal, a mãe do
recém-nascido deve ser encaminhada para receber vacinação.

10.6 Coqueluche

A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis, cujo único


reservatório é o homem, não existindo portadores crônicos assintomáticos. Sua
transmissão ocorre pelo contato direto pessoa a pessoa, através de secreções
da nasofaringe, eliminadas pela tosse, espirro ou fala. Após a infecção pelas vias
37
aéreas superiores, a bactéria se adere à mucosa do trato respiratório,
multiplicando-se e produzindo uma toxina que causa lesão no tecido colonizado
e provoca manifestações sistêmicas por sua liberação e distribuição por todo o
organismo. O período de incubação varia entre 7 e 14 dias, e a doença é muitas
vezes confundida com outras infecções respiratórias agudas, como a bronquite,
por exemplo. A evolução da doença ocorre em três fases:
Catarral: inicia-se com febre, mal-estar, coriza, tosse e expectoração de
muco claro e viscoso.
Paroxística: apresenta tosse seca, de acordo com a posição do doente,
finalizada por inspiração forçada, acompanhada de um ruído característico e
seguida não raramente de vômitos, tendo cerca de dois meses de duração.
Convalescência: os episódios de tosse desaparecem e dão lugar à tosse
comum, como duração de uma a três semanas. O diagnóstico pode ser realizado
pela sorologia, identificando os anticorpos na corrente sanguínea, e pela cultura
de material coletado da orofaringe.

A fase de convalescência, por fim, efetiva-se gradualmente e está


associada a diminuição da frequência e do grau da tosse paroxística,
bem como da severidade dos sintomas. Ressalte-se que outras
infecções podem ocorrer concomitantemente, como pneumonia
oriunda de outros agentes etiológicos, otite média, sinusite e
encefalopatia (MATOO, 2005 apud, MOREIRA, 2014).

O tratamento é feito com base no uso de medicamentos sintomáticos,


utilizando-se também antibióticos. Os cuidados adotados com os doentes
incluem repouso e hidratação. Faz-se necessário que a família seja esclarecida
para manter precauções respiratórias especialmente na fase catarral. Crianças
expostas ao risco de adoecimento, principalmente as que estão com o esquema
vacinal incompleto, devem ser observadas durante 14 dias, na busca de
sintomas respiratórios.

10.7 Difteria

A difteria ocorre durante todo o ano, havendo um aumento de incidência


nas estações em que a temperatura é mais baixa (outono e inverno), devido à
aglomeração de pessoas em ambientes fechados. Também conhecida como
crupe, tem como agente causador a bactéria Corynebacterium diphteriae. A
38
transmissão ocorre por contato direto com doentes ou portadores da bactéria,
por meio de secreções da nasofaringe, que penetram no organismo através das
vias aéreas superiores. A manifestação clínica mais frequente é a presença da
pseudomembrana branco-acinzentada que pode surgir nas amígdalas e invadir
as estruturas vizinhas. Pode ainda estender-se às fossas nasais, traqueia,
brônquios e mais raramente na pele, conjuntiva ocular e mucosa vaginal. Nos
casos mais graves, há intenso edema no pescoço, com aumento dos gânglios
linfáticos presentes nessa região.

Fonte: www.opas.org.br
As complicações mais comuns são: pneumonia por B. pertussis, ativação
de tuberculose latente, atelectasia, broquietasia, enfisema, pneumotórax, ruptura
de diafragma, otite média e apneia.
As complicações neurológicas mais comuns são: encefalopatia aguda,
convulsões, coma, hemorragias cranianas, estrabismo e surdez.
A faringe é o local frequentemente mais afetado,onde há fixação da
bactéria diftérica, que estimula a ocorrência de uma inflamação purulenta e
produz uma toxina que causa necrose do tecido da faringe. O período de
incubação dura em torno de um a seis dias, podendo ser mais longo. Para se
diagnosticar a doença, realiza-se o exame das lesões existentes na orofaringe e
nasofaringe. A coleta com swab deve ser efetuada antes de iniciado o tratamento
com antibióticos.
Para controlar a transmissão da doença, é indispensável administrar o
toxóide diftérico em toda a população exposta ao risco, nas pessoas não
vacinadas e nas inadequadamente vacinadas ou com estado vacinal
39
desconhecido. Para todos os comunicantes de doentes (escolares e familiares)
deve ser indicado o exame clínico, mantendo-se a vigilância sobre os mesmos
durante uma semana, pelo menos.

10.8 Doença Meningocócica

Doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente


fatal, causada pela Neisseria meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação
nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção
generalizada (meningococcemia). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por
meio de gotículas e secreções da nasofaringe. Os sintomas, subitamente
iniciados, são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e,
algumas vezes, petéquias. O diagnóstico é feito com base em exames
laboratoriais e clínicos.

No Brasil, È observado um predomÌnio do meningococo como agente


etiológico das meningites bacterianas em geral; no entanto, o
Haemophilus b permanece como importante agente nas crianÁas
menores de cinco anos de idade (AMARAL, 1998, apud, FARIA, 1999)

Após a notificação do caso suspeito, faz-se necessário adotar as medidas


de controle de acordo com o sistema de vigilância. A quimioprofilaxia é indicada
apenas para os contatos de casos confirmados, em consonância com os critérios
definidos pela autoridade sanitária. O tratamento para a meningite consiste na
administração de antibióticos e exige hospitalização do doente e precaução
respiratória.
Como medida de prevenção, recomenda-se seguir a rotina do calendário
de vacinação. É importante ressaltar que houve uma redução considerável de
casos de meningites causadas pelo bacilo da tuberculose e pelo Haemophilus
influenza, após a implantação das vacinas BCG e anti-Hib no calendário vacinal
das crianças.

10.9 Doenças causadas por Hemófilo B (HIB)

Haemophilus influenzae tipo b, é uma bactéria que atinge principalmente


crianças até cinco anos, causando infecções que começam geralmente no nariz
40
e na garganta, mas podem se espalhar para outras partes do corpo, incluindo
pele, ouvidos, pulmões, articulações, membranas que revestem o coração,
medula espinhal e cérebro. A bactéria pode causar diferentes doenças
infecciosas com complicações graves, como pneumonia, inflamação na epiglote,
dor de ouvido, infecção generalizada na corrente sanguínea, inflamação do
pericárdio, inflamação das articulações e sinusite. Uma das piores doenças
causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b é a meningite, que
geralmente tem um início súbito com febre, dor de cabeça intensa, náuseas,
vômitos e rigidez de nuca.
A forma de transmissão ocorre atravez da colonização da bactéria
Haemophilus influenzae, que coloniza no aparelho respiratório. A transmissão
da Hib se dá pelo contato com pessoas infectadas com a bactéria. Os germes
passam de pessoa a pessoa através das secreções da mucosa nasal.
A vacinação é a única forma de se prevenir contra a doença e sua eficácia
é de 95% a 100% após a aplicação do esquema completo de imunização.

10.10 Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus


amarílico, encontrado principalmente em regiões de mata. Apresenta- se sob
duas formas:
Febre amarela silvestre (FAS): cujos vetores são os mosquitos do
gênero Haemagogus e Sabethes, sendo os primatas os principais hospedeiros
e o homem, hospedeiro acidental.
Febre amarela urbana (FAU), que tem como vetor o mosquito Aedes
aegypti e o homem como hospedeiro principal.
A febre amarela urbana foi erradicada no Brasil em 1942, quando foi
notificada pela última vez no município de Serra Madureira, no Acre. Em 2000 e
2001, a ocorrência de surtos de febre amarela silvestre em áreas onde a doença
não ocorria há praticamente 50 anos levou as autoridades sanitárias a redefinir
os limites das áreas de risco para sua transmissão (área endêmica e de
transição), que passaram a ser:
Áreas endêmicas: estados do AM, PA, AP, AC, RR, RO, MA, TO, GO, MT,
MS e DF.
41
Áreas de transição: parte dos estados do PI, MG, BA, SP, PR, SC e RS.
A transmissão ocorre pela picada do mosquito infectado pelo vírus da febre
amarela e após três ou seis dias o indivíduo pode começar 44 Saúde Coletiva a
apresentar sinais da doença.
O sangue do doente é considerado infectante para o mosquito cerca de
24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e de três a cinco dias após
o início da doença. A doença manifesta-se subitamente, com febre, calafrios,
cefaleia, dor muscular, náuseas e vômitos. Na forma grave, o indivíduo
apresenta icterícia, hematêmese, melena e manifestações hemorrágicas que
podem estar ligadas a sinais de insuficiência das funções hepáticas e renais.

Repetidas vezes a febre amarela foi introduzida nos portos marítimos


da Europa e dos Estados Unidos através de navios infestados com
mosquitos Aedes aegypti que garantiam a transmissão entre os
tripulantes (MONATH, 2003, apud, COSTA, 2005)

A adoção de condutas de vigilância é importante, pois essa doença pode


ser confundida com malária, hepatite ou leptospirose. Após a notificação do caso
suspeito, deve ser realizada a investigação epidemiológica para confirmação
diagnóstica, bem como o preenchimento da ficha de investigação
epidemiológica. Além disso, faz-se necessário desencadear a busca ativa de
novos casos suspeitos no local provável de infecção e providenciar a vacinação
de bloqueio, na área de ocorrência do caso, para os moradores não vacinados
ou que não puderem comprovar a vacinação. Indica-se também a investigação
entomológica, buscando capturar vetores silvestres, para isolamento do vírus.
Para o controle do vetor urbano (Aedes aegypti) é importante à destruição de
criadouros favoráveis à sua proliferação e/ou o uso de larvicidas e inseticidas em
recipientes com água parada. Em áreas infestadas por Aedes, deve-se evitar o
acesso do mesmo ao paciente mediante a colocação de telas nas janelas e
utilização de mosquiteiros.

10.11 Rubéola

Durante muitos anos, a rubéola foi considerada uma doença infantil, de


pouca importância. No entanto, esse conceito vem mudando em vista da
incidência de complicações por ela causadas, principalmente a síndrome da
42
rubéola congênita (SRC), que afeta recém-nascidos e cujo risco está associado
ao acometimento da gestante durante a gestação. O aumento do número de
casos ocorre na primavera, com maior freqüência na faixa etária de zero a nove
anos de idade. Após a introdução da administração de vacinas contra a rubéola
em crianças, observou-se o seu surgimento entre adultos e adolescentes.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, pelo contato direto com as
secreções nasofaríngeas de indivíduos infectados. O período de incubação varia
de 14 a 21 dias ou de 12 a 23 dias. Manifesta- se pelo aparecimento de um
exantema máculo-papular, ou seja, de manchas avermelhadas na pele, com
elevação eruptiva que termina em descamação. Inicialmente, essas manchas
surgem na face, pescoço e couro cabeludo, distribuindo-se em seguida para o
restante do corpo.
Sinais e sintomas: Febre baixa e presença de aumento ganglionar nas
regiões retroauriculares, occipital e cervical posterior.
Não há tratamento específico para a rubéola, pois na maior parte dos
casos regride espontaneamente. O tratamento prescrito é sintomático, ou seja,
as medicações, quando necessárias, visam aliviar os sintomas. Como medidas
preventivas existem a vacina específica anti-rubéola monovalente e a vacina
tríplice viral, também conhecida como MMR.

A rubéola acomete primariamente crianças entre 5 e 14 anos das


populações não vacinadas, desviando esse pico para os adolescentes
e adultos jovens naqueles grupos em que a vacinação é realizada de
maneira rotineira na infância (Behrman, 2004, apud, COSTA, 2013)

As medidas de vigilância relativas à rubéola incluem: investigação


epidemiológica do caso; tentativa de identificação do contato; solicitação de
exames complementares; notificação compulsória às autoridades sanitárias
competentes; fornecimento de atestado de impedimento sanitário para o
indivíduo com sintomas, garantindo seu afastamento das atividades que
desempenha, renovável se os sintomas persistirem, visando reduzir a circulação
do caso suspeito; vacinação de bloqueio para os comunicantes domiciliares,
sexuais, escolares e de trabalho, com a vacina tríplice viral, dupla viral ou contra
rubéola monovalente; e aplicação de vacina seletiva nas mulheres em idade
fértil, excluindo-se as gestantes.

43
10.12 Sarampo

O sarampo é causado pelo vírus do sarampo, sendo a transmissão de


pessoa a pessoa, através de secreções nasofaríngeas expelidas pela tosse, fala,
respiração e espirro. É extremamente contagioso e transmissível, e seu período
de incubação varia de 7 a 18 dias, sendo em média de 10 dias.

Fonte:www. tnh1.com.br
Após o período de incubação, o sarampo caracteriza-se por febre, tosse
seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Nesta fase, observa-se também o
aparecimento de hiperemia da mucosa oral e manchas de Koplik. Em torno do
quarto dia da doença, surge o exantema e a tosse passa a ser produtiva. O
diagnóstico é feito principalmente através de exame clínico.
O tratamento é sintomático, não havendo nada específico a ser prescrito.
Após a notificação de um caso suspeito, deve-se tomar medidas de acordo as
orientações do sistema de vigilância.

10.13 Caxumba

A caxumba é uma doença viral aguda, caracterizada pela inflamação das


glândulas salivares e sua transmissão ocorre através do contato direto com
secreções nasofaríngeas da pessoa infectada. O período de incubação é de 12
a 25 dias, sendo em média de 18 dias. Basicamente, o diagnóstico é feito a partir
dos sintomas apresentados, que incluem febre baixa, mal-estar geral, cefaleia,
dor na garganta e anorexia. A estes, segue-se o aumento do volume das

44
parótidas, tornando o rosto arredondado devido à eliminação do ângulo da
mandíbula.

As causas não infecciosas, tais como drogas, tumores, doenças


imunológicas e obstrução do ducto salivar, devem fazer parte do
diagnóstico diferencial da doença (MARTINS, 2013 apud, COSTA,
2017).

É importante orientar o doente para que faça repouso no leito, bem como
alimentar-se com dieta líquida ou semipastosa e realizar a higiene oral
adequadamente, para que não haja obstrução das glândulas e infecção. O
restante do tratamento é basicamente sintomático, com indicação de uso de
antitérmicos e analgésicos, caso necessários. A caxumba pode apresentar
complicações, atingindo o pâncreas, testículos, epidídimos, ovários e até as
meninges.
Atualmente, a caxumba é rotineiramente prevenida através da
administração, aos 15 meses, da vacina tríplice viral, em dose única.

10.14 Varicela

A varicela ou catapora é uma doença infectocontagiosa causada por vírus.


É altamente contagiosa, com maior incidência em crianças de 2 a 10 anos. O
vírus varicela zoster é transmitido por contato direto, por inalação de gotículas
de secreção respiratória ou de aerossóis nos quais se encontram os vírus
liberados das lesões cutâneas. O período de incubação varia de 10 a 21 dias
após o contágio.
A transmissão da doença para outros indivíduos susceptíveis ocorre de 1
a 2 dias antes do aparecimento das vesículas e até 6 dias após, enquanto houver
sinais de lesões úmidas. Os sintomas da varicela incluem febre e erupções de
pele que começam como máculas, evoluindo para vesículas e, posteriormente,
crostas.

A varicela é uma doença que sofreu uma profunda mudança de


imagem. Considerada anos atrás uma doença benigna da infância,
incômodo pelo qual todas as crianças deveriam passariam mais cedo
ou mais tarde, hoje é vista como um sério problema que pode levar a
complicações graves e até causar óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2003 apud ANJOS, 2009)

45
As lesões predominam na cabeça, face e tronco e são acompanhadas de
mal-estar, inapetência e prurido. A varicela é uma doença autolimitada, ou seja,
normalmente evolui sem complicações para o doente, que se recupera em cerca
de duas semanas. Ainda assim, oferece alguns riscos que não podem deixar de
ser considerados. Durante o episódio de varicela, os indivíduos chegam a
apresentar 250 a 500 vesículas, favorecendo a contaminação por bactérias,
principalmente quando as lesões são coçadas com unhas sujas ou cobertas por
talcos, pasta d’água e outras substâncias. Assim, os doentes devem ser
orientados para não coçar as feridas, a manter as unhas bem cortadas e a tomar
banhos frios para aliviar o mal-estar provocado pelo prurido, promovendo sua
higiene. Comumente, o diagnóstico da doença é feito com base nos sintomas e
sinais apresentados pelo doente, sem a necessidade de pesquisa específica do
vírus na corrente sanguínea.
O tratamento é sintomático, enfatizando-se as medidas de alívio do
prurido, higiene corpórea e restringindo-se a circulação do doente para evitar
novos casos. Além dessas ações, a vigilância deve tentar identificar os contatos.
Nos casos de surtos institucionais não mais se recomenda esvaziar enfermarias
ou suspender aulas nas escolas.

10.15 Raiva humana

A raiva humana é uma doença extremamente preocupante para os


serviços de saúde, pois é 100% letal. A Índia é a região que apresenta mais
casos, seguida pela África, América e Europa. É causada por vírus e transmitida
ao homem por intermédio da saliva, por ocasião de mordidas, arranhões ou
lambeduras de ferimentos ou mucosas por animais infectados, doentes ou não,
dentre os quais se incluem cães, gatos, macacos e outros primatas, morcegos e
bovinos.
Após a inoculação pela saliva, o vírus multiplica-se na área da agressão,
invadindo as terminações nervosas locais e difundindo-se pelos neurônios até o
sistema nervoso central. Ao chegar ao cérebro, produz uma reação inflamatória
causando meningoencefalite, reproduzindo-se e levando ao agravamento do
quadro. Do cérebro, o vírus volta a circular, atingindo as glândulas salivares,
reiniciando a possibilidade de transmissão. O período de incubação é muito
46
variável e imprevisível, os sintomas podem aparecer em menos de uma semana
até 1 ano ou mais (em média, 45 dias) no homem; e em 10 dias a dois meses,
no cão.
O doente relata diminuição da sensibilidade no local da lesão e queixa-se
de mal-estar geral, dor, cefaleia e febre. Com o agravamento do quadro, ocorrem
crises convulsivas, excitabilidade diante de estímulos luminosos ou sonoros,
dilatação das pupilas e sudorese. A sialorréia está presente e a deglutição é
prejudicada por espasmos da musculatura da faringe e do esôfago.
Na evolução do quadro, segue-se a paralisia progressiva dos músculos,
podendo levar ao coma e óbito. O diagnóstico é feito por meio do isolamento do
vírus na saliva ou no esfregaço da córnea. Todos os casos suspeitos de raiva
devem ser investigados e notificados e todo caso de agressão por animal
transmissor da doença deve ser acompanhado adotando-se as medidas de
acordo com as normas e orientações do sistema de vigilância.

Fonte: amazonasatual.com.br
A melhor forma de prevenir a ocorrência de agravo tão sério é a
imunoprofilaxia, realizada nos animais e nos humanos. Todos os profissionais
que manipulam animais transmissores da raiva durante a execução de suas
atividades, e, portanto, correm riscos de mordedura, devem ser vacinados, como
veterinários, bioteristas, funcionários de jardins zoológicos, integrantes da
Defesa Civil, carteiros, garis e visitadores domiciliares de todas as espécies.
Dependendo do tipo de agressão, pode ser prescrito o soro antirrábico. Ressalte-
se que a prescrição de vacina antirrábica e de soro antirrábico segue critérios
estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

47
O controle da doença envolve ações para restringir o número de animais
vadios, que devem ser recolhidos para abrigos adequados. Nos locais onde é
comum as pessoas conviverem em grandes áreas verdes, as equipes de saúde
devem orientá-las quanto ao risco de serem agredidas por micos e macacos.

10.16 Tuberculose

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo agente


etiológico Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch.
É uma doença curável, desde que corretamente tratada. O contágio ocorre na
maioria das vezes, devido à proximidade com o doente em casa, ocorrendo
também em ambientes fechados como no local de trabalho, salas e espaços
refrigerados. Entretando fatores relacionados com as condições
socioeconômicas e doenças, como Diabetes, AIDS favorecem que o bacilo de
Koch possa ter desenvolvimento propicio para sua multiplicação. O principal
sintoma é a tosse na forma seca ou produtiva. Devido este quadro recomenda-
se que todo sintoma respiratório, principalmente tosse por três semanas ou mais,
seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar
presentes, como: febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento,
cansaço/fadiga muscular.

Uma doença potencialmente prevenível e curável, a tuberculose (TB)


compõe a lista de doenças negligenciadas no Brasil, causando um
grande número de mortes dentre todas as doenças infecciosas. Por
esse motivo, continua a merecer atenção especial dos profissionais de
saúde e da sociedade civil (BRASIL, 2010, apud NETA, 2016).

Para o diagnóstico entre as populações mais vulneráveis, é recomendado


que toda pessoa que apresente tosse e/ou radiografia de tórax sugestiva para
tuberculose seja avaliada pela equipe de saúde e realize coleta de escarro para
baciloscopia ou Teste Rápido Molecular para Tuberculose, cultura e teste de
sensibilidade.
O tratamento dura no mínimo, seis meses, é gratuito e disponibilizado no
SUS, devendo ser realizado, preferencialmente em regime de Tratamento
Diretamente Observado (TDO). Este tipo de tratamento é indicado como
principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com

48
tuberculose e pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos
profissionais de saúde.
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de
tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida
e etambutol.

10.17 Rotavirose

Rotavírus é um vírus da família Reoviridae, do gênero Rotavírus. É uma


doença infecciosa causada pelo vírus do gênero rotavírus, afetando gravemente
crianças abaixo dos cinco anos de idade. A transmissão ocorre fecal-oral, via
água, alimentos, contato pessoa-a-pessoa ou objetos contaminados. Pode
ocorrer ainda a transmissão por perdigotos respiratórios. A replicação viral ocorre
nas vilosidades epiteliais do intestino delgado, sendo incomum a replicação viral
em outros órgãos ou a circulação via sistêmica do vírus.

Os rotavírus são partículas arredondadas de formato icosaédrico de 70


nm de diâmetro, pertencentes à família Reoviridae. Esses vírus podem
acometer seres humanos e diversas espécies de animais domésticos
e selvagens (BRICKS, 2005, apud PINTO, 2009).

Seus principais sintomas são: dor forte diarréia, vômito e febre alta. Nos
adultos tais sintomas podem se apresentar de forma mais leve.
Em suas manifestações clínicas podem ocorrer variação de quadros
leves, com diarreia líquida e duração limitada, a quadros graves com
desidratação, febre e vômitos, podendo ocorrer também casos assintomáticos.
A diarreia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e caráter
explosivo, durando de três a oito dias. Em crianças até os quatro meses pode
haver infecção assintomática, aventando-se a hipótese de ação protetora de
anticorpos maternos e do aleitamento natural. Crianças e adultos com
imunodeficiência (congênita ou adquirida) ou submetidos a transplantes de
ossos podem ter gastrenterite severa e prolongada por rotavírus. O período de
incubação é normalmente curto, de 24 a 48 dias.
Por se tratar de uma doença geralmente auto limitada, com tendência a
evoluir espontaneamente para a cura, não há terapêutica específica para

49
combater o rotavírus. O fundamental é prevenir a desidratação e distúrbios hidro-
eletrolíticos e manutenção da dieta alimentar normal.

10.18 Doenças pneumocócica

O Streptococcus pneumoniae ou pneumococo é uma bactéria gram-


positiva, distintos de importância epidemiológica mundial na distribuição das
doenças pneumocócicas invasivas (pneumonias bacterêmicas, meningite, sepse
e artrite) e não-invasivas (sinusite, otite média aguda, conjuntivite, bronquite e
pneumonia). A doença pneumocócica pode levar a infecções graves nos
pulmões, cmo a pneumonia, no sangue, a bacteremia (disseminação da bactéria
pelo sangue / sepsis - infecção generalizada) e na membrana que reveste o
cérebro, meningite. Bacteremia e meningite são infecções pneumocócicas
invasivas, normalmente muito graves, que levam à hospitalização, ou, até
mesmo, à morte.
As infecções pelo Streptococcus pneumoniae persistem como importante
causa de morbi-mortalidade em seres humanos, apesar da disponibilidade de
antibioticoterapia apropriada. Permanece como um dos microorganismos mais
estudados em medicina.

O local de colonização do pneumococo pode influenciar a expressão


dos fatores de virulência: enzimas como superóxido dismutase e
NADHoxidase podem atuar na patogênese da infecção ao participar da
detoxicação dos radicais de oxigênio e gerar a competência das
células, tornando-as aptas ao processo de transformação, que é o
principal envolvido na recombinação genética do pneumococo
(KAPLAN, 2001 apud FREIRE, 2002)

A transmissão ocorre devido a disseminação das bactérias através de


gotículas de saliva ou muco como, por exemplo, quando as pessoas infectadas
tossem ou espirram. Estas pessoas podem ser portadoras do pneumococo sem
apresentar sinais ou sintomas da doença, mas podem infectar outras pessoas.
Os portadores mais frequentes são as crianças pequenas. A prevenção se dá
por meio da vacina contra o vírus.

50
10.19 Influenza (gripe)

O agente etiológico da gripe é o Myxovirus influenzae, também


denominado vírus influenza. Atingi quase todas as faixas etárias num curto
espaço de tempo.
Devido às epidemias anuais de gripe e ao risco de novas pandemias, o
monitoramento epidemiológico do vírus influenza é de fundamental importância.
O vírus H1N1 sofreu mutações desde 2010, porém mutações mais relevantes
com algum impacto na resposta imunológica só foram detectadas recentemente.
Nos últimos anos, o vírus H3N2 vem sofrendo alterações antigênicas
importantes, durante uma mesma temporada de gripe, o que determina revisões
dos componentes vacinais anuais. Os vírus da Influenza são os únicos entre os
vírus respiratórios com imensa capacidade de mutação, criando novos vírus com
material genético diferente do que lhe deu a origem. Devido estas mutações
indivíduos vacinados podem apresentar síndromes gripais e complicações
relacionadas à infecção por AH3N2.

O desenvolvimento parasitário e, consequentemente, a


impossibilidade de sobrevivência do parasita fora do hospedeiro,
desencadeou adaptações evolutivas que puderam promover uma
sobrevida prolongada no mundo exterior, como partículas virais e,
assim, maximizar as chances de um contato bem sucedido com o
hospedeiro (FORATTINI, 2002, apud RODRIGIUES, 2016).

Todos os subtipos do vírus podem sofrer mudanças antigênicas, contudo,


o vírus do tipo A é o que apresenta mutações e rearranjos com maior freqüência.
O subtipo A penetra no organismo através das mucosas do trato respiratório ou
dos olhos e dissemina-se pela corrente sanguínea alcançando as células.

A característica do vírus influenza em sofrer variações antigênicas


frequentes e imprevisíveis, o coloca em posição de destaque entre as
doenças emergentes (COX, 1998 apud FORLEO, 2003).

51
10.20 HPV

Fonte: www.hospitalmoinhos.org.br
Sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papiloma Vírus - HPV).
São pequenos vírus DNA (50-55nm) pertencentes à família Papoviridae – gênero
Papillomavirus Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas.
Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o
trato genital. O HPV pode ser classificado em tipos de baixo e de alto risco de
desenvolver câncer. Existem 12 tipos identificados como de alto risco (HPV tipos
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) que têm probabilidade maior de
persistir e estarem associados a lesões pré- cancerígenas. O HPV de tipos 16 e
18 causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo (cerca
de 70%).
O HPV acomete homens e mulheres afetando tanto a região genital como
a extragenital. A infecção pode manifestar-se nas formas clínica, subclínica e
latente. O Ministério da Saúde com o objetivo de reforçar as atuais ações de
prevenção do câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e
orofaringe dá continuidade à estratégia de vacinação contra o Papilomavírus
Humano (HPV) dos tipos 6, 11, 16 e 18. A vacinação, conjuntamente com as
atuais ações para o rastreamento do câncer nos sítios mencionados acima,
possibilita prevenir a doença nas próximas décadas, além de reduzir os óbitos
relacionados com os acometimentos provocados pelo vírus.
As verrugas cutâneas são afecções virais muito frequentes no HPV, com
uma incidência estimada de 7% a 10% na população europeia e de 1% na
população americana. A infecção decorre principalmente do contato sexual sem
proteção, que permite, por meio de microabrasões, a penetração do vírus na
52
camada profunda do tecido epitelial. Entretanto pode-se dar pelo contato direto
ou indireto com as lesões em outras partes do corpo.

O Papilomavírus humano (HPV) constitui um problema reatualizado de


saúde pública na década de 80 diante do reconhecimento de sua
associação com o câncer de colo uterino (NAGAKAWA, 2010 apud,
COSTA, 2013).

10.21 Diarreia dos viajante e Cólera

A causa mais comum de diarreia dos viajantes se deve a ingestão de água


e alimentos contaminados pela bactéria Escherichia coli, enterotoxigênica,
também conhecida como ETEC. A transmissão se faz fecal- oral, resultante da
contaminação da água e alimentos por dejetos, direta ou indiretamente.
Nos alimentos, a contaminação pode ocorrer antes, durante ou após o preparo.

Organismos do gênero Shigella pertencem à tribo Escherichia da


família Enterobacteriaceae. São bacilos Gram-negativos pequenos,
não encapsuladas, não móveis, não esporulados e anaeróbios
facultativos (SCHROEDER, 2008 apud SOUZA, 2012).

É o principal problema de saúde durante viagens, afetando de 10 % a 50%


dos viajantes, principalmente as pessoas que realizam longas horas de viagem.
Água e alimentos contaminados por agentes infecciosos, resulta no
aparecimento desta patologia. Em geral a diarréia dos viajantes, tem duração de
dois a três dias causando assim desconforto impedindo a realização de
atividades importantes para o infectado.
Se manifesta com aumento do número de evacuações (três ou mais
episódios em 24 horas), associado a fezes pastosas ou líquidas. A diarreia e
acompanhada de cólicas e dores abdominais, náuseas e em alguns casos febre.
Outra causa de diarréia é a Cólera. A cólera é uma doença bacteriana
infecciosa intestinal aguda, transmitida pela contaminação fecal-oral direta ou
pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Causada pela ação da toxina
liberada por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos
O1 e O139). A toxina se liga às paredes intestinais, alterando o fluxo normal de
sódio e cloreto do organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete
grandes quantidades de água, o que provoca diarreia aquosa, desitradação e
perda de fluidos e sais minerais importantes para o corpo. Frequentemente, a

53
infecção é assintomática ou causa diarreia leve, vômito e desidratação. Pode
também se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou
sem vômitos, dor abdominal e cãibras e até mesmo óbito. A doença está ligada
diretamente ao saneamento básico e à higiene.
O período de incubação da bactéria, ou seja o tempo que leva para
provocar os primeiros sintomas no organismo, varia de algumas horas a 5 dias
da infecção e ausência de febre. Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3
dias.
A melhor forma de se proteger destas doenças é a vacinação e a
prevenção. Tais como: Consumir água e alimentos de fontes seguras e lavar
frequentemente as mãos são boas formas para se proteger; As medidas
profiláticas devem ser seguidas rigorosamente para evitar o contágio; Além
delas, há uma vacina para prevenir a diarréia do viajante e a cólera.

10.22 Febre Tifóide

A Febre Tifoide é uma doença bacteriana aguda, causada


pela Salmonella enterica, sorotipo Typhi, de distribuição mundial.
A doença já está praticamente extinta em países com boas condições de
saneamento básico, sendo a vacinação necessária apenas quando o paciente
realizar viagem para regiões endêmicas, como por exemplo Região Nordeste e
Norte. Sendo assim, a vacinação deve ocorrer pelo menos duas semanas antes
de uma possível exposição à infecção por Salmonella typhi.
Se não tratada adequadamente, a Febre Tifoide pode matar. Os
principais sintomas são:febre alta, dores de cabeça, mal-estar geral, falta de
apetite, retardamento do ritmo cardíaco, aumento do volume do baço, manchas
rosadas no tronco, prisão de ventre ou diarreia, tosse seca.

As salmonelas estão entre os principais patógenos causadores dessas


doenças, levando à ocorrência de milhões de doenças diarreicas e
milhares de óbitos, por ano, tanto em países em desenvolvimento
quanto em países desenvolvidos (HENDRIKSEN, 2009, apud, SILVA
2012).

54
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É necessário compreender as condições impostas como passíveis de


interferência e atentar para não culpar os indivíduos quando tais condições são
insalubres e interferem em seu estilo de vida. Trabalhar com as condições de
vida impostas requer um esforço interdisciplinar e inter setorial. A área da saúde
sozinha não consegue assegurar qualidade de vida e, consequentemente, de
saúde.
É na esfera da ética que compreendemos a necessidade do empenho de
parte significativa da sociedade para assegurar a dignidade da vida humana,
combatendo assim patologias ligadas ao saneamento e falta de atenção do
indivíduo consigo mesmo.

55
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