Tipos de Concorrência
Tipos de Concorrência
Tipos de Concorrência
PORTO ALEGRE
2009
Econmicas
da
UFRGS
como
PORTO ALEGRE
2009
ii
Econmicas
da
UFRGS
como
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dra. Marcilene Martins
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
__________________________________________
Prof. Dr. Octavio Augusto Camargo Conceio
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
__________________________________________
Prof. Dr. Ronaldo Herrlein Jr.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
iii
AGRADECIMENTOS
A todos que colaboraram direta ou indiretamente na elaborao deste
trabalho, o meu agradecimento.
Ao professor Dr. Ronaldo Herrlein Jr. pela dedicao e orientao neste
trabalho.
Ao Mateus, por estar ao meu lado durante toda essa caminhada, e por todo
apoio e compreenso.
Aos meus pais, por todo incentivo, apoio e carinho incondicionais.
Cristiane e ao Jonathan pela amizade.
iv
RESUMO
Este trabalho trata da noo de concorrncia e da inovao tecnolgica de
acordo com a teoria schumpeteriana e neoschumpeteriana. Esse um tema
seguidamente pesquisado, pois a inovao almejada pela maioria das empresas
que buscam sobreviver no mercado e obter vantagens competitivas. Primeiramente
realizada uma anlise da teoria neoclssica sobre a concorrncia em diferentes
formas de mercado com o intuito de demonstrar seu carter esttico e divergente da
realidade. Na segunda e terceira partes, todavia, so examinadas as caractersticas
do processo de inovao e concorrncia de acordo com a teoria evolucionria.
Assim, este trabalho procura explicar como ocorrem os processos de concorrncia e
inovao tecnolgica e qual a relao entre ambos, segundo uma abordagem
dinmica.
ABSTRACT
This work deals with the notion of competition and technological innovation
according to Schumpeterian and Neoschumpeterian theories. This is a continuously
investigated subject, because the innovation is desired by the majority of the
companies that want to survive in the market and to obtain competitive advantages.
Firstly is made an analysis of the neoclassical theories about the different forms of
competition in order to demonstrate its static character and diverse from reality. In the
second and third parts, however, the characteristics of the process of innovation and
competition are examined in accordance with evolutionary theory. Thus, this work
aims to explain how is the process of competition and technological innovation, and
what is the relationship between both, according to a dynamic approach.
vi
SUMRIO
1 INTRODUO _____________________________________________________7
2 CONCORRNCIA NO ENFOQUE ESTTICO E SUA CRTICA ______________________10
2.1 Processo de concorrncia nos modelos convencionais _________________ 10
2.1.1 - Concorrncia Perfeita____________________________________________________ 10
2.1.2 Monoplio ____________________________________________________________ 13
2.1.3 - Concorrncia Monopolista ________________________________________________ 14
2.1.4 - Oligoplio _____________________________________________________________ 17
4.2 Concorrncia_____________________________________________________ 50
1 INTRODUO
revolucionando
as
estruturas
produtivas
no
processo
de
desenvolvimento.
Os neoschumpeterianos vm completar essa abordagem, j que Schumpeter
analisa as inovaes de uma maneira geral, enquanto os evolucionistas formularam
teorias especficas, enfatizando a inovao tecnolgica. Porm, ambas as
teorizaes apresentam uma viso dinmica do processo de competio. Esses
trabalho,
as
abordagens
tericas
de
Schumpeter
dos
desmembra-se
em
duas
partes:
paradigmas
tecnolgicos
10
11
12
13
2.1.2 Monoplio
Para explicar algumas caractersticas desse mercado utilizarei os conceitos de Thompson e Formby
(2003).
10
Mais unidades s podem ser vendidas a preos mais baixo, ou seja, a curva de demanda
monopolista negativamente inclinada.
14
maior preo possvel, mas sim um nvel timo, no qual, alto o suficiente para
maximizar seus lucros, porm baixo o suficiente para induzir os consumidores a
comprarem o volume de bens que maximiza os lucros da firma11.
Afora isso, existem restries sobre o poder de mercado do monopolista que
limitam seu comportamento. No caso de bens essenciais, ao tentar explorar todas as
oportunidades
de
lucro
de
curto
prazo,
monopolista
pode
gerar
um
11
15
do monoplio puro. Expe tambm que a Teoria da Concorrncia Imperfeita tem sua
origem na crtica de Piero Sraffa inconsistncia formal da Teoria da Concorrncia
Perfeita. De acordo com Sraffa, em seu artigo de 1926, no Economic Journal, o
produtor individual pode influenciar o seu preo de venda, e opera com custos
constantes ou decrescentes de escala. Esse fato resultava no abandono da teoria
tradicional da concorrncia e buscava-se uma nova teoria geral do equilbrio parcial
de mercados que estaria entre a concorrncia perfeita e o monoplio puro14.
Segundo Mrio Possas (1987), Sraffa considerava que o principal obstculo
enfrentado pelos empresrios para a expanso de suas firmas no era o custo de
produo, mas sim, a dificuldade de vender uma quantidade maior de produtos sem
reduzir os preos ou ento sem elevar as despesas de comercializao. Assim para
Sraffa, o que tornava possvel o equilbrio estvel, mesmo diante de uma curva de
oferta decrescente para os produtores de cada firma individual, era o fato dos
compradores terem preferncias, ou seja, no serem indiferentes quanto aos
produtos de diversas firmas.
Nesta mesma linha, Napoleoni, tambm abordando as idias de Sraffa,
acrescenta que essas preferncias podem ocorrer por diversos motivos como fora
do habito, o conhecimento pessoal, a confiana na qualidade do produto, entre
outros. Ele expe ainda que para o monoplio o preo tambm uma funo
decrescente das vendas. Entretanto, na firma concorrencial a existncia de bens
substitutos em maior grau que no caso do monoplio, faz os consumidores, caso os
preos de uma empresa aumentem, adquirirem produtos similares de outras firmas.
Miranda tambm expe as idia de Robinson, as quais at certo ponto15
convergem com as de Sraffa, j que ela tambm considerava que a teoria deveria
seguir em direo ao monoplio. Contudo, as empresas no estariam em nenhum
dos extremos (concorrncia perfeita ou monoplio), mas sim em uma regio
intermediria, aproximando-se mais de uma situao ou de outra dependendo das
caractersticas da prpria firma. Segundo Napoleoni,16 em Chamberlin que
realmente encontra-se uma estrutura de mercado que seja intermediria entre
concorrncia perfeita e o monoplio. No entanto, tanto as contribuies de Sraffa
14
16
so
vendidas
as
mercadorias,
localizao,
aspectos
gerais
do
18
17
2.1.4 - Oligoplio
18
19
19
20
O citado autor tambm expe que monopolista todo aquele que vende um
produto que de alguma forma diferencia-se dos artigos que os demais
comercializam. Porm, de seu pleno conhecimento que, a teoria tradicional do
monoplio de Cournot e Marshall, a qual foi transformada por outros autores, apenas
sustenta-se ao considerar o monopolista como um nico vendedor e cujo mercado
possui barreiras entrada quanto aos produtores que fabricam a mesma
mercadoria. O referido autor entende que, ao considerar esses casos, o monoplio a
longo prazo pode ser uma prtica mais rara at que os casos de concorrncia
perfeita; assim, esse poder pode ser exercido apenas temporariamente. Alm disso,
na teoria do monoplio simples, os preos seriam mais altos e a produo menor do
que nos casos sob concorrncia.
Todavia, para Schumpeter, o monopolista dispe de mtodos superiores que,
muitas vezes, no esto disponveis para seus potenciais concorrentes. Por isso,
nos caso em que os procedimentos adotados no processo produtivo sob
concorrncia ou sob monoplio divergem, no possvel sustentar a tese
concernente aos elevados preos e baixa produo nesse modelo de mercado.
Ainda que os preos monopolistas fossem o nico objetivo, a
presso de mtodos mais modernos e as imensas instalaes
tenderiam, de maneira geral, a ajustar o preo monopolista ideal ao
mesmo nvel ou abaixo do preo competitivo (...) realizando
parcialmente, totalmente, ou mais do que totalmente o trabalho
do mecanismo competitivo.22
21
22
21
23
22
24
23
27
Schumpeter considera que os preos so rgidos quando menos sensveis as alteraes da oferta
e da procura.
28
Schumpeter, (1961), (117).
24
25
mercados que seriam melhor definidos como oligoplios. Assim, essas empresas
contriburam para o aumento do nvel de vida.
atuando nas condies prevalecentes na evoluo capitalista, o
sistema da concorrncia perfeita exibe alguns tipos prprios de
desperdcio. A firma compatvel com a concorrncia perfeita , em
muitos casos, inferior em eficincia interna, especialmente
tecnolgica. (...) Pode, tambm, nas suas tentativas para melhorar
seus mtodos de produo, desperdiar capital, pois se encontra em
posio menos satisfatria para evoluir e julgar as novas
possibilidades30.
30
26
27
28
Junto a isso, tem-se que as novas combinaes devem retirar das antigas os
meios necessrios a sua produo, que se realiza pelo diferente emprego dos meios
produtivos.
Um ponto fundamental para a realizao de novas combinaes a
existncia do crdito, o qual fornecido por uma categoria de pessoas chamadas de
capitalistas, que so representadas pelos bancos. Esse sistema, por sua vez,
tpico da sociedade capitalista, para incentivar o sistema econmico a sair dos
caminhos rotineiros e fluir por outros canais. H assim, uma relao direta entre o
crdito e as inovaes.
Em toda a indstria, de acordo com o pressuposto terico estabelecido por
Schumpeter (o fluxo circular), os investimentos no podem ser financiados pelos
retornos da produo anterior. Dessa forma, quando pensamos de onde vm os
recursos necessrios aquisio dos meios de produo, podemos pensar em dois
caminhos: a poupana (teoria convencional) ou a criao do poder de compra pelos
bancos. O primeiro caso entraria em conflito com a abordagem do referido autor,
uma vez que ela resulta do desenvolvimento do perodo anterior, ou seja, a
poupana no vem da parcimnia, mas do sucesso da inovao efetivada. Quanto
segunda possibilidade, consiste na criao do poder de compra a partir do nada e
no na transformao do j existente; so, por isso, meios de pagamento creditcios.
atravs deles que as novas combinaes se efetivam.
Todavia, esses meios de pagamentos no surgem sozinhos; preciso que
algum seja responsvel pela sua criao. Esse indivduo o banqueiro, e, como
praticamente toda a poupana e demais reservas afluem para o poder de compra
por ele produzido, ele tornou-se o capitalista por excelncia. Sua funo posicionase entre os que precisam de recursos para formar novas combinaes e os que
possuem os meios produtivos para realiz-las. Por isso, o banqueiro uma pea
fundamental em uma economia de mercado e, especificamente, capitalista. ele
quem banca as inovaes, que assume o risco econmico, ao passo que o
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Tomando por base ento esses fatores, poderia se pensar que qualquer
pessoa pode tornar-se um empresrio. No entanto, o processo no to linear
quanto aparenta ser. No fluxo circular, onde os indivduos realizam atividades
habituais e acompanham as rotinas, as aptides e experincias amplamente
conhecidas e difundidas so suficientes para se concretizar um negcio. Porm, ao
defrontar-se com novas tarefas, que ainda no foram desempenhas por algum e
nem testadas sob alguma hiptese, preciso mais do que o conhecimento comum
do indivduo mdio.
Portanto, a realizao de novas combinaes uma funo especial, a qual
acessvel a poucas pessoas, uma vez que requer um esforo alm do comum.
Assim, pode-se estabelecer uma hierarquia de atividades. A dos trabalhadores
comuns que realizam o seu trabalho de acordo com as ordens que recebem. Elas,
por sua vez, no exigem muito empenho, principalmente intelectual de quem as
realiza. As tarefas dos administradores e diretores so mais complexas no sentido
que eles precisam dirigir outras pessoas e corrigir as distores individuais. Todavia,
eles assim como os trabalhadores comuns estabelecem rotinas, ou seja, o que no
incio do trabalho despendia tempo e esforo, no decorrer do processo torna-se
automtico. No h necessidade de desenvolver-se nenhuma atitude de liderana.
Entretanto, o empresrio precisa ser um indivduo arrojado, com esprito de
liderana, pois existem muitas dificuldades durante o processo de inovao. Esses
obstculos podem ser enfocados, de acordo com Schumpeter, em trs principais
pontos. A primeira questo diz respeito s tarefas do empresrio. Destacam-se
nelas o elevado grau de incerteza nas decises a serem adotadas, uma vez que o
novo percurso ainda no foi explorado, no h dados concretos para gui-los. Por
isso, alm de utilizarem toda experincia que possuem, eles precisam realizar um
amplo planejamento da sua conduta, a qual deve ser racional e abranger todos os
procedimentos. Assim segundo Schumpeter:
Haver muito mais racionalidade consciente nisso do que na ao
costumeira, que como tal no necessita de modo algum que se
reflita sobre ela (...). Levar a cabo um plano novo e agir de acordo
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32
33
34
35
modelo neoclssico. Schumpeter afirma que o progresso passa a ser maior com o
advento da grande empresa, e que ao contrrio do que muitas teses apresentam,
ocorreu um aumento da produo e no uma queda, com esses empreendimentos.
Assim, o autor prope a seguinte questo:
necessrio observar que a mdia de crescimento da produo
no decresceu a partir de 1890, data a partir da qual se deve contar
a prevalncia dos grandes empreendimentos ou, pelo menos, da
indstria manufatureira, segundo supomos. Nada existe nas
estatsticas da produo total a partir dessa poca que sugira uma
interrupo da tendncia e, sobretudo, que o padro de vida
moderno das massas tenha melhorado durante o perodo da grande
empresa relativamente livre de peias. (...)
Logo que descemos aos detalhes; e procuramos verificar em que
itens isolados do oramento foi maior o progresso, a pista no nos
conduz s portas das firmas que funcionam em condies de
concorrncia comparativamente livre, mas exatamente aos portes
das grandes empresas (...) surgindo a suspeita chocante de que a
grande empresa contribuiu mais para a criao desse nvel de vida
do que para reduzi-lo.41
Uma questo fundamental para este autor fato de que o capitalismo deve
ser considerado como um processo evolutivo e no um sistema estacionrio como
as teorias neoclssicas abordaram. Todavia, esse dinamismo no se deve apenas
ao fato de que a vida econmica transcorre em um meio natural e social que se
modifica, apesar dessas transformaes produzirem normalmente modificaes
industriais. O carter evolutivo do capitalismo tambm no decorre do aumento da
populao ou do capital e nem das variaes do sistema monetrio. O seu impulso
deve-se aos novos bens de consumo, dos novos mtodos de produo, dos novos
mercados e das novas formas de organizao industrial que so criadas pelas
empresas capitalistas.
Dessa forma, para Schumpeter o desenvolvimento (progresso), no ocorre de
maneira simples ou linear, mas sofre transformaes qualitativas. Esse processo,
por sua vez, um fenmeno endgeno ao sistema capitalista, o qual modifica toda a
estrutura econmica. Devido a essa idia que o referido autor assume o conceito de
destruio criadora. Um
processo de mutao industrial (...) que revoluciona
incessantemente a estrutura econmica a partir de dentro,
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3.4 Concorrncia
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39
investimentos em P&D. por isso, que grandes empresas que detm influncia
sobre o mercado possuem maiores chances de obter sucesso.
Baptista (2000) tambm aborda essa questo e considera que as firmas tm
como uma de suas estratgias a obteno de um maior poder de mercado. Alm
disso, as tticas das empresas so influenciadas pelos ativos e capacitaes que
possuem e pelo tipo de concorrncia no mercado48 no qual esto inseridas. Assim,
segundo a referida autora, a competitividade pode ser considerada a capacidade de
manuteno do poder de mercado por meio das estratgias estabelecidas ao longo
do tempo.
Quanto a esse ponto, Schumpeter pondera que, se uma firma no puder
proteger de alguma forma (atravs da obteno de patentes, por exemplo) a sua
inovao, ela perder o estmulo para realizar investimentos em novos projetos.
Com efeito, para efetivar essas novas combinaes a empresa dever despender
recursos. Nas grandes empresas a inovao realizada por uma equipe de
pesquisadores especializada, os quais tornaram esse processo de certa forma
rotineiro. Entretanto, isso no implica necessariamente baixos custos, uma vez que
preciso investir tanto na formao dos trabalhadores quanto nos possveis
insumos49 utilizados no setor de P&D. , pois, atravs de um forte setor de P&D que
as empresas obtm maior sucesso na realizao de inovaes.
Porm, se ao efetivar a inovao uma empresa rival puder segui-la copiando
seus mtodos, no haver incentivo mudana nem ao progresso tcnico. Assim,
Schumpeter no considera que restries comerciais como os cartis ou ento
outras iniciativa que levam ao aumento do poder de mercado, que so consideradas
pela teoria convencional como inibidoras da concorrncia, prejudiciais ao avano
tecnolgico e ao aumento do bem estar da sociedade. Ao contrrio, graas a essas
prticas os empresrios, individuais ou corporativos, realizam as inovaes.
Afora isso, Fagundes apresenta uma idia semelhante a de Possas sobre a
obra de Schumpeter. Para ele a concorrncia tambm um processo de interao
entre unidades econmicas, as quais esto voltadas apropriao de lucros e
valorizao do capital. Considera tambm que esse processo no conduz a uma
situao de equilbrio. Esse autor entende que na teoria schumpeteriana, a
48
Por mercado entende-se o espao onde se efetiva a rivalidade e se expressa o poder entre os
agentes econmicos.
49
Insumos, neste caso, significam qualquer material necessrio ao bom funcionamento do setor de
P&D.
40
Nesse contexto tambm que entra a questo que esse autor expe sobre a
eliminao das firmas antigas pela concorrncia que sofrem das novas empresas, as
quais efetivam novas combinaes. esse o processo pelo qual indivduos e
famlias ascendem e decaem econmica e socialmente.51 Alm disso, quando se
refere aos novos mercados e novas organizaes industriais fica ainda mais
evidente o conceito de destruio criadora, que destri a velha estrutura econmica
e cria uma nova. Assim, todo esse processo que transforma o sistema, que o faz
evoluir, atravs das inovaes, decorre das aes empresariais em processo de
concorrncia, conforme a concepo schumpeteriana.
Baptista interpreta tambm que para Schumpeter a inovao explicada
pelos resultados que ela produz, ou seja, a conquista de lucros extraordinrios. Esse
fato est ligado, por sua vez, a acumulao e valorizao do capital, que pode
originar, assim, as assimetrias existentes em uma economia capitalista. Afora isso,
so essas assimetrias que criam as vantagens competitivas de mercado. Outro
ponto fundamental so as imperfeies de mercado. Segundo Schumpeter52 so
50
41
42
4 ABORDAGEM NEO-SCHUMPETERIANA
DA
INOVAO
DA
CONCORRNCIA
43
tecnolgica,
que
implica
diferentes bases de
conhecimentos,
proporcionando ento uma mudana nas estruturas das inovaes. Todo esse
53
54
44
55
56
45
4.1.2 Inovaes
Segundo Freeman & Soete, assim como j havia sido enfatizado no final da
seo 2.2, as inovaes, no setor industrial durante o sculo XX, transferiram-se do
empresrio individual para os departamentos de pesquisa e desenvolvimento da
empresa. Esse processo ocorreu por meio do emprego de cientistas e engenheiros
57
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47
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relao
outras
mais
fortes.
As firmas
dependentes
normalmente
so
49
60
50
4.2 Concorrncia
51
61
52
62
53
65
54
Nessa questo, Penrose expe o exemplo das mquinas de lavar e secar roupa, ou seja, os
consumidores preferem que ambas sejam da mesma marca.
55
firma, por sua vez pode ocorrer por duas vias: atravs da ampliao interna ou por
meio da aquisio de uma empresa bem administrada no mesmo ramo. No primeiro
caso haver um aumento do dispndio em recursos administrativos e tcnicos da
prpria firma. No segundo, espera-se que a nova aquisio consiga sustentar-se
com os prprios recursos.
Todavia, segundo Penrose, o tipo de especializao que as firma almejam, de
uma maneira geral, encontra-se no campo do desenvolvimento de uma capacitao
especfica em uma rea j definida. Com efeito, isso pode lhe proporcionar uma
posio diferenciada em relao aos seus concorrentes.
A longo prazo, a lucratividade, a sobrevivncia e o crescimento de
uma firma no dependem tanto da eficincia com a qual capaz de
organizar a produo de at um conjunto altamente diversificado de
produtos, quanto de sua capacidade de estabelecer uma ou mais
bases amplas e relativamente seguras sobre as quais possa vir a
adaptar e estender suas atividades num mundo incerto, mutvel e
competitivo.67
56
68
69
57
Outras
58
5 CONSIDERAES FINAIS
atrao
de
capitais
para
devido
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forma,
percebe-se
uma
continuidade
dos
modelos
60
do empresrio como agente da inovao, porm ele tambm expe sua viso a
respeito das grandes empresas como agentes da inovao, mas no vai alm na
sua caracterizao. J os neoschumpeterianos partem sua anlise da firma j
consolidada e examinam quais as melhores estratgias que devem executar para
possam permanecer ou ampliar sua participao no mercado. Outra questo
importante o fato de Schumpeter considerar as inovaes em um sentido geral,
enquanto os neoschumpeterianos abordam principalmente as tecnolgicas.
Alm disso, para que seja possvel a realizao de inovaes preciso que o
empresrio, indivduo ou organizao, tenha a sua disposio recursos financeiros
para efetivar os investimentos necessrios a sua concretizao. Dessa forma, o
crdito um elemento fundamental nesse processo. Schumpeter considera que as
novas combinaes no devem ser financiadas pelos recursos provenientes de
perodos anteriores, mas sim pelo poder de compra criado pelos bancos. Porm,
trata-se apenas de um pressuposto terico; na prtica, muitas empresas modernas
utilizam os lucros retidos para investir na sua estrutura, apoiando-se portanto nos
resultados de um desenvolvimento anterior.
Quanto concorrncia entre as firmas, percebe-se que em ambas as teorias
(schumpeteriana e neoschumpeteriana) o principal instrumento a busca de
diferenciao atravs de novos processos, novos produtos ou qualquer outro
elemento que possa oferecer vantagens frente s suas rivais. Essa diferenciao
conquistada
atravs
das
estratgias
adotadas
pelas
empresas.
Os
61
62
REFERNCIAS
63
POSSAS, Mrio Luiz (2004). Eficincia Seletiva: uma Perspectiva NeoSchumpeteriana Evolucionria sobre Questes Econmicas Normativas. Revista de
Economia Poltica, vol. 24, n. 1 (93).
64