Storyboard

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O STORYBOARD DE ANIMAO

por BERNARD DEYRIS com a colaborao de ROBIN LYONS Sob a direco de PIERRE AYMA Adaptao portuguesa da edio da CARTOON (programa MEDIA da UNIO EUROPEIA)

O STORYBOARD DO DESENHO ANIMADO


O storyboard sobretudo a traduo do guio em imagens, sequncias de planos. Localiza os ambientes e coloca em cena as personagens. D forma s ideias do realizador. E tambm um documento de realizao destinado a transmitir a criao a toda a equipa de produo, de forma organizada e em continuidade. Um storyboard de sries diferente do de uma curta-metragem, especial-TV ou de uma longa-metragem sendo estas peas nicas, trabalhadas e afinadas pelos autores (geralmente o realizador), e destinadas a uma produo prxima das equipas de produo. O storyboard de sries insere-se numa organizao mais vasta e uma planificao mais rigorosa. Neste tipo de produo essencial o cumprimento dos prazos, para as diferentes equipas, frequentemente espalhadas por locais diferentes e afastados. O artista de storyboard de sries trabalha quase sempre sozinho, comunicando somente com o realizador e desligado do resto da equipa de produo. E, para reduzir ao mnimo os riscos de interrupo da produo, so-lhe requeridas eficcia e rapidez no desempenho. Por esta razo, o artista de storyboard de sries deve reunir o maior nmero possvel de informaes sobre o formato, o ritmo, e o nmero de planos desejados. Antes de comear qualquer trabalho, necessita de captar o esprito geral da srie, determinado pelo

realizador, e de entender de forma clara o estilo da planificao, a personalidade das personagens, tipos de comportamento e reaces. Para o desempenho de um bom trabalho, o artista de storyboard deve no s comunicar com o realizador mas tambm ter sempre presente a bblia da srie, onde todas as informaes sobre esta esto reunidas. Sendo sobre o seu trabalho que recai a responsabilidade do trabalho consequente das equipas dele dependentes, importante que o artista de storyboard tenha uma ideia precisa sobre as condies econmicas da srie, determinadas pelo financiamento e planificao da mesma. Um pequeno nmero de planos arrisca-se a dar um ritmo demasiado lento srie. E o contrrio, um nmero excessivo de planos, pode assegurar um ritmo sustentado, com planos curtos e fceis de animar, mas em contrapartida, implica custos mais elevados nas etapas de produo dos lay-outs e cenrios. Comparativamente ao estilo de animao que utiliza a perspectiva, o estilo tipo perfil costuma utilizar ciclos que acabam por resultar mais econmicos mas que so menos eficazes no que respeita planificao. O artista de storyboard de sries de animao deve ser capaz de planificar um justo equilbrio entre as sequncias que necessitam de full-animation e as sequncias de animao mais econmica. O artista de storyboard tambm responsvel pelo controle dos cenrios. Uma boa gesto de cenrios permite uma boa reutilizao dos mesmos e logo, uma boa economia financeira. Os cenrios de desenhos animados permitem que a aco se desenrole em qualquer parte do mundo e admite as fantasias mais audazes. Mas, contrariamente ideia preconcebida, desenhos animados no significam que a abundncia de cenrios seja sinnimo de custos baixos. partida, determinado local no mais dispendioso que qualquer outro. Mas, uma vez l localizada a aco, importante que por l permanea o mais possvel. O papel do artista de storyboard um dos mais criativos e ocupa um lugar preponderante dentro da cadeia de produo: ele que, pelo seu trabalho, determina no somente o estilo da srie mas tambm o seu custo, bem como o tempo necessrio para a sua concretizao.

O FORMATO DO STORYBOARD DAS SRIES


1. HORIZONTAL, DA ESQUERDA PARA A DIREITA.

No ocidente, o sentido natural da escrita e da leitura da esquerda para a direita. Assim, o formato de trabalho mais lgico e mais prtico para desenhar o storyboard o horizontal, estilo italiano, constitudo por quatro quadrados para os desenhos, alinhados no sentido natural de leitura da esquerda para a direita.

2.

FORMATOS A3 OU A4

Os formatos A3 e A4 so os mais utilizados em fotocpias e faxes da maior parte do mundo. Por esta razo, os desenhos originais dos storyboards devem ser executados nestes formatos (fig.1), o que facilita a circulao de fotocpias e faxes entre as diferentes etapas de produo. A maioria dos artistas de storyboards prefere geralmente trabalhar em A3 porque permite uma maior rea para desenhar. Um original A3 pode ser muito facilmente reduzido para A4 atravs de fotocpia, ou muito simplesmente cortando a folha ao meio.

3.

ESPAOS PARA INFORMAES

Por cima e por baixo dos quadrados destinados aos desenhos devem constar tambm outros quadrados e pequenas caixas destinadas s informaes dos storyboards.

a) Quadrado destinado ao desenho, em enquadramento 4/3, com possibilidade de enquadramento em 16/9 sublinhado a bold. Em cima, esquerda, uma caixa destinada ao nmero de plano. E direita, uma caixa destinada ao tempo do mesmo. b) Por baixo do quadrado de desenho, um espao destinado transcrio dos dilogos e, eventualmente, sua traduo. Este quadrado pode tambm ser um espao suplementar para o caso de necessidade de desenhar panormicas verticais ou em diagonal. c) Por baixo, um espao destinado descrio das aces e eventualmente, s suas tradues. Este quadrado corresponde tambm a um espao suplementar para o caso de necessidade de desenhar panormicas verticais ou em diagonal.

d) Por baixo, um pequeno espao reservado aos movimentos de cmara e eventuais anotaes sobre a msica ou efeitos sonoros. As caixas direita dos espaos reservados ao desenho podem tambm servir para desenhar panormicas horizontais, da mesma forma que as caixas destinadas aos dilogos e s descries da aco podem servir para as panormicas verticais ou em diagonal.

Se o storyboard tiver necessidade de espao para desenhar um plano de conjunto particularmente detalhado, sempre possvel recorrer a um rectngulo de quatro (ou mesmo nove) quadrados, utilizando os espaos reservados aos dilogos e aco, aproveitando deste modo toda a dimenso do formato A3.

ESCRITA E DESENHO DO STORYBOARD DE SRIES 1. PREPARAO DO GUIO E PR-PLANIFICAO

Para o artista de storyboard a leitura atenta do guio fundamental. S assim poder inteirar-se devidamente da intriga e analisar os pontos fortes e os picos dramticos da histria. a partir do guio que se pode igualmente planificar o equilbrio oramental entre as sequncias mais dispendiosas e as mais econmicas, a fixar desde o storyboard. Nesta etapa do trabalho, as reunies como realizador ou com o responsvel da srie so imprescindveis para o artista de storyboard. S assim este poder tomar conhecimento das intenes de desenvolvimento relativamente a algumas sequncias e receber as instrues necessrias planificao. Ainda que no obrigatria para os artistas mais experientes, aconselhada uma pr-planificao rpida e esboada, afim de alcanar o mximo de espontaneidade na feitura do storyboard (por ex: esboos preparatrios margem do guio; esboos em forma de storyboard de tamanho reduzido; ou esboos (roughs) no storyboard definitivo). Este trabalho introdutrio permite tambm verificar se o guio no demasiado longo, ou demasiado curto, bem como a adequao do nmero de planos necessrios a cada episdio. Regra geral, um guio para um episdio de meia hora (mais concretamente, 21 ou 25 minutos) composto por uma mdia de 30 a 35 pginas. Este nmero , bem entendido, uma mdia, j que cada produo deve estar adaptada ao estilo da escrita: para ilustrar a mesma aco, alguns escritores necessitam de meia pgina, enquanto outros o podem fazer com cinco linhas. Se a economia da srie exigir uma mdia de 350 planos por episdio, pode-se verificar se uma abordagem est correcta calculando a mdia de cenas por cada pgina do guio. Por exemplo: prevendo 350 cenas, dividindo estas por 35 pginas de guio, teremos uma mdia de 10 cenas por cada pgina do guio. Chegando pgina 12 do guio, o artista de storyboard saber que est no bom caminho se estiver perto da cena 120 do storyboard...

Este um meio de verificao rpido e simples. Mas, bem entendido, este no constitui um mtodo rgido e infalvel, e necessria uma flexibilidade adequada a cada situao. Para comear o seu trabalho, o artista de storyboard deve dispor dos modelos das personagens principais da srie, bem como das secundrias, dos modelos de cenrios e dos acessrios presentes em cada episdio. Alguns modelos de cenrios, desenhados em plano geral sero utilizados de forma directa pelo artista.

2.

ENQUADRAMENTOS, CONTINUIDADE E CLAREZA

Em funo de cada guio e da escolha da planificao, a exposio das situaes deve ser efectuada de forma clara e servir a histria. A colocao dos cenrios e as personagens deve ser feita para que o espectador no perca o fio da narrativa (continuidade).

A cada mudana de plano, o artista de storyboard deve dar resposta a algumas questes levantadas inconscientemente pelo espectador: Onde se passa a aco? Quando se situa a aco? Quem est presente na aco? O que se passa?

Se o artista de storyboard se esquece de dar resposta a alguma destas questes e ou se o faz de forma inadequada, o espectador corre o risco de perder o fio da narrativa (continuidade). Um dos modos mais seguros de dar resposta a estas questes consiste em comear a construo de cada sequncia por planos mais abertos para, progressivamente, passar para os planos mais aproximados. A escolha dos enquadramentos portanto fundamental. E esta pode depender dos dilogos. Um dilogo que implique um cenrio e personagens variados deve ser enquadrado num plano aberto. Se o dilogo consiste por exemplo na frase: do alto destas pirmides..., tradicionalmente deve ser desenhado num plano de conjunto dando a ver as pirmides. Do mesmo modo, se o discurso de um personagem consiste por exemplo na frase: Obrigado por terem vindo tantos, e natural que a escolha do enquadramento recaia sobre um plano aberto mostrando uma multido. Em contrapartida, um dilogo em tom confidencial ganhar mais expresso emotiva se for filmado em planos bastante aproximados. As lgrimas, os risos e o medo, por exemplo, so expresses difceis de expressar com planos abertos. No partir em todas as direces ao mesmo tempo, no procurar espantar ou surpreender o espectador a cada plano com enquadramentos rebuscados, respeitar as bases tradicionais da encenao cinematogrfica estas so algumas das regras essenciais para manter uma linha narrativa clara e precisa. verdade que todas as regras foram feitas para serem quebradas: um plano bastante aproximado pode comear uma sequncia de forma bastante eficaz; uma cena intimista pode ser filmada com um plano aberto a fim de obter um efeito cmico ou dramtico, se o ambiente der mais sentido cena. Algumas sequncias de aco, de suspense, de fantasia, pesadelo ou de loucura podem constituir um convite para deixar para trs as regras para proporcionar ao

espectador um sentimento de desconforto, ou estranheza. Mas sempre que possvel, deve ser criada a oportunidade para que o espectador siga o bom caminho da narrativa. 3. RESPEITO PELOS MODELOS

O respeito pelos modelos das personagens e alguma preciso no desenho so fundamentais para a feitura do storyboard. A fim de evitar qualquer erro crasso na fase de lay-outs, importante que as personagens sejam facilmente identificveis no storyboard. O artista que descura demasiado os modelos de base pode ser levado a desenhar expresses e atitudes incompatveis com as personagens, criando srios contratempos animao. Tambm a relao das propores entre as personagens deve ser sempre tomada em conta. Assim, sero evitadas posteriores correces, sempre rduas, durante a fase dos lay-outs. 4. INDICAES DOS CENRIOS

A indicao do cenrio (mesmo esboado) em cada plano permite a informar a equipa de lay-out e o prprio espectador sobre a posio da cmara e das personagens dentro de cada espao cnico. Para um mesmo plano, existem formas diferentes de colocar a cmara, por exemplo, mais alta ou mais baixa, dando cada uma destas posies um sentimento diferenciado relativamente ao personagem filmado.

Esta questo particularmente importante quando h mais do que um personagem em cena. Por exemplo, um plano em contra picado com duas personagens, com uma em primeiro plano, s devidamente identificada se o cenrio der ao espectador o sentido da perspectiva. Sem esta indicao, um dos personagens pode parecer maior que o outro (exemplo em baixo).

O artista de storyboard deve imaginar-se a cada momento num cenrio fictcio a trs dimenses e ser capaz de o desenhar, visto de qualquer ngulo. Esta de longe a mais difcil, mas tambm a primeira das qualidades profissionais que um artista de storyboard deve desenvolver. O artista de storyboard tem o papel de um operador de cmara imaginrio, controlando o trabalho da cmara e respeitando as regras de base da encenao, afim de assegurar uma dinmica e ligaes fluidas entre os planos ao longo do conjunto de toda uma sequncia. 5. COLOCAO DOS PERSONAGENS EM CENA

A encenao compreende o jogo dos actores em relao cmara. Este jogo d uma dimenso expressiva e sentimental narrativa. Assim, o artista de storyboard deve fornecer o mximo de informao acerca dos movimentos e expresses das personagens.

O artista de storyboard deve desenhar no primeiro quadrado a pose mais representativa da aco ou da relao entre as personagens e, se necessrio, deve desenvolver nos quadrados seguintes as mudanas de atitude ou de expresso que sejam importantes. Se o desejar, pode tambm acrescentar pequenos esboos rpidos com atitudes e expresses nos quadrados reservados aos dilogos e aco.

Com o recurso de setas, devem tambm ser indicados os movimentos e deslocaes das personagens. As entradas em campo (IN) e as sadas (OUT) devem igualmente ser desenhadas e assinaladas.

Se as personagens ou acessrios deslocarem-se em perspectiva, as setas que indicam o movimento podem tambm ser desenhadas em perspectiva.

6.

MOVIMENTOS DE CMARA

Os movimentos de cmara so indicados por um enquadramento de partida, indicado pela letra A, e um enquadramento de chegada, indicado pela letra B. Se houver deslocao da cmara para outros enquadramentos, devem ser usadas as letras C, D, E etc., de acordo com as necessidades. Para o caso dos movimentos de cmara para a frente ou para trs, devem usar-se as abreviaes T.IN (Track In zoom in) ou T.OUT (Track Out zoom out), inscritas ao lado do enquadramento de partida.

Para o caso das panormicas que acompanham os movimentos das personagens ou dos acessrios, deve ser desenhada uma seta indicando o sentido da deslocao do cenrio. E por cima desta, as iniciais BG (background / cenrio).

Os racords dos movimentos devem ser indicados pela abreviao HU (hook up / raccord / ligao) dentro de um crculo e colocado entre os dois planos em questo. Esta sinalizao indicar equipa de lay-outs os pontos mais sensveis de raccords de movimento. Como opo, o artista de storyboard pode dar estas indicaes nas caixas por cima dos quadrados reservados ao desenho.

Os efeitos de multiplano e overlay devem ser pedidos e indicados margem do desenho, com a indicao MULTI ou OL, com uma linha unindo as zonas a tratar com a indicao correspondente.

Os efeitos de camera-shake (estremecer de cmera) devem ser indicados com riscos, dobrando os traos de contorno dos quadrados.

As situaes de MATCH-CUT (quando a imagem que comea um plano igual que termina o plano anterior) devem ser assinaladas por baixo dos dois planos em questo.

Tudo o que determinado pelo desenho deve ser confirmado e desenvolvido por escrito nos quadrados reservados aco. A inscrio do mximo de informao, desenhada e escrita, a melhor garantia para um bom resultado da animao. 7. EFEITOS ESPECIAIS E FUNDIDOS

Quando um plano cortado para dar lugar ao seguinte, o artista de storyboard limita-se a mudar o nmero do plano. Mas quando os planos mudam com recurso a um fundido encadeado, deve ser desenhada uma cruz no quadrado intermdio aos dois planos, com a indicao de X-DIS (Cross-dissolve / fundido encadeado).

Se o fundido encadeado for acompanhado por um efeito especial, como um efeito de gua (para um flash-back ou uma sequncia de sonho, por exemplo), a cruz entre os dois quadrados deve ser ondulada e a passagem assinalada pela abreviao RIPPLE-MIX.

8.

TIMING

O tempo atribudo a cada plano deve ter a durao suficiente para uma boa compreenso do mesmo. Em contrapartida, um plano demasiado longo poder cansar o espectador. Os timings dos planos inscrevem-se nas caixas reservadas aos mesmos, colocadas por cima por cima dos quadrados dos desenhos. Quando se d o caso de haver vrias caixas, o timing deve sempre ser inscrito na ltima, direita. Para facilitar a feitura das cartas de rodagem, pode ser bastante til a inscrio de tempos intermedirios por debaixo dos vrios quadrados dum mesmo plano. Os timings devem ser indicados em segundos e em frames.

De igual modo, se um plano implica uma abertura ou um fecho a negro, deve ser registado um quadrado antes ou depois do plano,

de acordo com o efeito pretendido. Neste quadrado deve-se desenhar um tringulo apontado na direco do plano com o negro assinalado em sombra, e com a indicao de FADE-IN (para a abertura / fundido de negro) e FADE-OUT (para o fecho / fundido a negro).

Para o caso de outros efeitos especiais, deve ser aplicada a mesma regra dos fundidos, com um quadrado intermdio entre os planos onde se desenha e assinala por escrito o efeito pretendido. Por exemplo, o efeito de fundido em espiral:

8.

AMBIENTES E SOMBRAS

Ainda que possam ser dispendiosas para algumas produes, a utilizao de sombras do profundidade e acentuam o carcter emocional de algumas cenas. As sombras devem constar nos storyboards de uma forma simples. Por ex: uma fogueira no campo a sombra deve ser indicada nos desenhos atravs de um espao sombreado.

Para acentuar a profundidade e melhor separar as personagens umas das outras, as sombras devem ser aplicadas de forma simples na personagem colocada em primeiro plano.

Se a fonte de luz muito intensa e precisa, o artista de storyboard deve questionar-se sobre a direco da luz, afim de colocar as sombras com preciso.

Uma fonte de luz precisa pode tambm ser indicada no desenho atravs de uma seta indicando a sua direco. Nos casos em que a luz difusa (cu sereno ou interior iluminado) e a srie prev imagens enriquecidas com sombras em todos os planos, o artista de storyboard no necessita de as indicar. A equipa de lay-outs ficar encarregue desta tarefa, utilizando a norma que prev a fonte de luz vinda de cima e pela esquerda.

INFORMAES ESCRITAS E SINAIS CONVENCIONAIS


1. NUMERAES

As pginas de storyboard devem ser sempre numeradas cronologicamente de acordo com o desenvolvimento da narrativa. Quando h necessidade de acrescentar pginas a um trabalho j numerado, as pginas acrescentadas devem ser registadas com o mesmo nmero da pgina precedente ao ponto da aco, inserindo ao lado uma segunda numerao utilizando as letras do alfabeto. Por ex: Pretendendo-se acrescentar um plano ou uma sequncia que conste na pgina 19 do storyboard, as pginas a acrescentar devem ser numeradas com 19A, 19B, 19C, 19D, etc., at ao fim do acrescento, onde se retomar a pgina 20 original.

Os planos tambm devem ter uma numerao pela ordem cronolgica correspondente histria. Para os casos de planos compostos por muitos quadrados desenhados, afim de explicar bem a aco, estes devem ser numerados no primeiro quadrado sendo os seguintes, assinalados com a abreviatura CONT (continuao).

Na situao de querer acrescentar planos a um storyboard j concludo, o procedimento deve ser o mesmo do acrescento de pginas. Quando h pginas ou planos que devem ser retirados de um storyboard j finalizado, estes devem ser retirados e devidamente assinalados com as notas: no h pgina X ou no h plano Y.

Por ex: se forem retiradas as pginas 20, 21 e 22 do storyboard, antes da pgina 23 deve ser escrito: no h pginas 20, 21 e 23. Proceder da mesma maneira para a supresso de planos.

Para as situaes em que se retira um s plano de uma pgina, este deve levar uma cruz em cima com a nota OUT escrita no centro.

Quando um storyboard tiver muitas inseres de pginas ou planos aconselhvel a enumerao de todo o trabalho. 2. RELAO DOS DILOGOS

Os dilogos devem ser transcritos ou colados nos storyboards nos quadrados reservados para os mesmos. Os dilogos no devem transpor para os planos seguintes, com excepo para o caso de o mesmo texto corresponder a vrios planos. Neste caso, um trao de

ligao deve ser inscrito, indicando quais os excertos que correspondem aos planos determinados, para facilitar o registo das cartas de rodagem.

importante que os excertos de dilogos sejam colocados por baixo dos quadrados com os desenhos correspondentes. No caso das panormicas, uma seta entre os dois dilogos deve indicar o sentido da leitura.

3.

REUTILIZAES, INDICAES MOVIMENTOS DE CMARA.

DA

ACO

Nos storyboards de sries de animao, as reutilizaes devem to numerosas quanto as restries oramentais da produo. As reutilizaes, sejam de cenrios, sejam de animaes, devem ser indicadas no topo dos quadrados reservados s indicaes das aces, com a anotao da palavra RE-USE (reutilizao).

Por exemplo: RE-USE, cenrio 29, ou RE-USE animao 29.

Para os casos de reutilizao completa de um plano, o mesmo tipo de indicao deve constar no storyboard. Por exemplo: RE-USE, plano 50.

As aces das personagens, objectos e veculos devem ser registadas por escrito nos quadrados reservados aco, por debaixo das imagens correspondentes. As entradas IN e as sadas OUT devem ser claramente indicadas. O mesmo para as

deslocaes, movimentos, expresses e estados de esprito particulares das personagens.

Os movimentos de cmara devem ser registados por escrito, usando as mesmas abreviaturas usadas para as imagens.

Os efeitos de camera-shake (tremores/sacudidelas de cmara) devem ser registadas por escrito, de preferncia indicando o efeito preciso desejado, a fim de facilitar a feitura das cartas de rodagem. Por ex: cmara-shake violento, ou cmara-shake da esquerda para a direita, ou quando o personagem cai no cho, etc..

4.

EFEITOS ESPECIAIS

Os efeitos especiais devem ser registados por escrito nos quadrados reservados para a descrio da aco, ou, quando o caso, entre os quadrados entre os planos. Por norma utilizam-se os seguintes smbolos:

paralela ao texto:

FADE-IN FADE-OUT FUNDIDO-ENCADEADO

Pela mesma razo, so de extrema utilidade as descries dos movimentos de cmara, indicando de forma precisa os tempos de imobilidade e os tempos dos movimentos.

Geralmente, os tempos (timings) dos storyboards so determinados pelo realizador ou por algum especialmente destacado para esta tarefa (slugger), normalmente seguindo os tempos das vozes prgravadas. Este trabalho deve ser registado na parte debaixo do storyboard, nos espaos reservados s notas. Assim, devem ficar expostos de forma clara os pontos importantes da aco ou dos dilogos, dentro de cada plano, permitindo deste modo o controle do ritmo geral das sequncias. Regra geral, esta funo no pertence ao artista de storyboard, mas bastante importante que este esteja bem informado das intenes do realizador afim de facilitar este trabalho. EM CONCLUSO Nos dias de hoje, os desenhos animados permitem-nos contar histrias extraordinrias e maravilhosas. A indstria da animao apela aos artistas e aos criativos para que contribuam com as suas ideias e os seus dotes, bem como capacidade de sonhar, afim de

que, continuamente, sejam ultrapassados os limites estabelecidos para a imaginao. Este documento prope um mtodo de trabalho preciso, para que estas histrias e este imaginrio criativo no sejam mal interpretados ou mesmo desperdiados, e que as boas ideias no se dissolvam nos meandros de produes longas e complicadas.

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