GUIA Textil PDF
GUIA Textil PDF
GUIA Textil PDF
INDÚSTRIA
TÊXTIL
Gerência Naci on a l Su st en t a b i l i da de e
R esponsabil i da de Soc i oa mb i en t a l
2018
2 BOAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS - SETOR DE INDÚSTRIA TÊXTIL
APRESENTAÇÃO
Esta publicação faz parte de um conjunto de guias da Caixa para orientação
sobre o controle ou a mitigação dos impactos dos empreendimentos ao meio
ambiente e à população mais afetada. Esse conjunto de guias abrange os setores
de maior vulnerabilidade socioambiental na concessão de crédito pela Caixa.
A indústria têxtil tem sofrido crescentes pressões regulatórias, do mercado e
da sociedade civil, para uma gestão eficiente das substâncias químicas, para o
respeito aos direitos humanos e às relações trabalhistas, para o monitoramento
do uso de recursos naturais e para o estímulo ao consumo mais consciente. De
acordo com o “Global Chemical Outlook”, estudo realizado pelo UNEP (Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o setor têxtil é considerado de alto
risco, sendo o terceiro maior quanto ao potencial de presença de substâncias
químicas de alta toxidez. Os riscos oferecidos pelo alto número de substâncias
utilizadas em seus processos – do cultivo da matéria-prima ao tingimento
dos tecidos – incluem questões de saúde e segurança ocupacional de
trabalhadores, terceirizados e fornecedores, além de riscos aos consumidores e
de contaminação do solo e de corpos d’água, que podem atingir as comunidades
locais e a biodiversidade próxima às fábricas.
Um dos principais desafios dessa indústria consiste em melhorar as condições
de trabalho encontradas em toda a cadeia produtiva, com casos de exploração
de mão de obra infantil ou trabalho análogo ao escravo, horas excessivas na
jornada, péssimas condições de higiene e remuneração injusta. Tais condições
têm ganhado espaço negativo na mídia e nos debates da sociedade civil,
impactando diretamente a reputação de grandes empresas, além da possibilidade
de geração de multa.
As instituições financeiras, como financiadoras de diversas operações do setor
têxtil, têm papel fundamental na evolução do setor e em seu crescimento de forma
sustentável. Diversas iniciativas têm sido desenvolvidas para definir indicadores
de boas práticas no setor, com o intuito de valorizar os produtos e os serviços.
Apresentamos, a seguir, os principais itens relacionados à sustentabilidade.
Cabe ainda ressaltar que, sendo referidas ou não neste Guia, toda a legislação e
as normas que se apliquem a esse setor devem ser atendidas pelo proponente.
Eventuais sugestões devem ser encaminhadas para a Caixa no e-mail
[email protected].
3 CAIXA / 2018
TEMAS AMBIENTAIS
Consumo de água e energia
O QUE FAZER
O QUE FAZER
Emissões atmosféricas
O QUE FAZER
Instalar filtros para evitar emissões externas; utilizar técnicas de controle de emissão como, por
exemplo, absorção e depuração química; instalar e modificar equipamentos de forma a diminuir
o uso de solventes; substituir os solventes utilizados por outros menos tóxicos, especialmente os
clorados; capturar e tratar os gases emitidos no processo produtivo.
6 BOAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS - SETOR DE INDÚSTRIA TÊXTIL
O QUE FAZER
Substituir surfactantes químicos perigosos por compostos biodegradáveis que não gerem
metabólitos tóxicos; substituir também preservativos químicos tóxicos e persistentes por
opções biodegradáveis; evitar o uso de solventes clorados e fluoclorados e de compostos
pesados de benzeno.
8 BOAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS - SETOR DE INDÚSTRIA TÊXTIL
Estima-se que mais de 80% dos impactos ambientais relacionados ao produto são
determinados na fase de concepção e design. O desenvolvimento de produtos e
soluções que tenham como base a redução dos impactos socioambientais por meio
da eficiência no uso de recursos e da busca por materiais e processos alternativos
ganha relevância entre os grandes fabricantes da indústria têxtil.
Considerações sobre todo o ciclo de vida, a escolha das matérias-primas e o
descarte do produto e das embalagens pelo consumidor têm resultado na redução
de custos e na vantagem competitiva, além da melhora na imagem da empresa
e no aprimoramento da qualidade dos produtos. Processos de tingimento a seco,
embalagens de materiais reutilizados, solventes à base de água, poliéster totalmente
reciclado de garrafas PET e estudos cada vez mais avançados sobre os impactos
e a comparabilidade entre matérias-primas têm determinado o posicionamento de
empresas para inovação e menor impacto socioambientais, reduzindo, assim, os
riscos oferecidos pela complexidade da cadeia produtiva e gerando valor agregado
aos produtos.
O QUE FAZER
TEMAS SOCIAIS
Saúde e segurança ocupacional
Os principais fatores de saúde e
segurança relacionados às atividades
da indústria têxtil envolvem riscos de
acidente e/ou ocorrência de doenças
ocupacionais, resultado da exposição
dos trabalhadores a níveis de ruídos,
poeiras químicas, substâncias nocivas,
manejo e contato com tintas e solventes
sem os devidos equipamentos de
proteção e medidas de gestão dos
processos operacionais ineficientes.
A exposição às partículas finas está
associada, principalmente, às fibras
naturais e à fabricação de fios, uma vez
que a poeira de algodão, por exemplo,
pode conter produtos químicos e
contaminantes microbiológicos, como
pesticidas e herbicidas, e pode causar problemas respiratórios graves. Além disso,
a exposição a poeiras de amianto representa conhecido risco de câncer de pulmão,
bem como os compostos orgânicos voláteis (VOCs), que também aparecem
com frequência no setor, podem causar danos à pele e doenças respiratórias. A
complexidade dos processos e do uso de substâncias químicas potencialmente
nocivas em toda a cadeia produtiva da indústria demanda elevado nível de políticas
e sistemas de gestão da saúde e segurança de funcionários, contratados e
terceirizados, bem como programas de sensibilização e capacitação de fornecedores
para o tema.
O QUE FAZER
O QUE FAZER
Consumo consciente
O QUE FAZER
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indústria têxtil e os seus empreendedores, sendo um dos principais agentes
de desenvolvimento econômico brasileiro, também se mostram como um setor
bastante sensível em relação aos impactos que são gerados em suas atividades.
As oportunidades de investimento devem ser avaliadas considerando as questões
socioambientais associadas. A busca de práticas que sejam sustentáveis de formas
econômico-financeira, social e ambiental aos projetos, identificando os aspectos
que podem representar riscos para a atividade, deve fazer parte dos processos das
empresas. A regularidade socioambiental dos empreendimentos é fundamental
para a sua implementação e continuidade, além de ser uma condição essencial para
o acesso ao crédito.
Incorporar critérios socioambientais ao processo de análise de riscos, fazendo
que empresas/organizações tenham responsabilidades com a sociedade e o meio
ambiente, é uma das atividades centrais, tanto para o desenvolvimento sustentável
do setor quanto para aprimorar a gestão de riscos da própria instituição financiadora
do empreendimento.
Assim, a identificação dos aspectos que possam representar riscos para o projeto do
tomador do crédito e, consequentemente, para a instituição financeira, é fundamental
para que os programas socioambientais propostos pelo cliente sejam capazes de
gerir adequadamente os impactos.
Este guia de boas práticas na indústria têxtil foi elaborado pela Gerência Nacional de
Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da CAIXA, com o apoio da empresa
Origami Consultoria em Gestão de Negócios Sustentáveis Ltda.
Disponibilidade hídrica
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
1. IFC EHS Guidelines: Textiles manufacturing.
2. IFC ESAT (Environmental and Social Assessment Tool) – Sector Fact Sheet: Textiles/Chemicals.
3. Sustainable Apparel Coalition (SAC).
4. Institute for Manufacturing University of Cambridge: Well dressed? The present and future
sustainability of clothing and textiles in the United Kingdom.
5. Greenpeace: A little story about the monsters in your closet.
6. Better Cotton Initiative (BCI).
7. Instituto Akatu: Consumo consciente.
8. UNEP (United Nations Environment Programme): Strategic approach to international chemicals
management.
9. ING Bank: Environmental and Social Risks Framework.
10. Global Reporting Initiative (GRI): Diretrizes para Relato de Sustentabilidade (G4).
11. Recomendação Gestão Origami.
12. Instituto Ethos: Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis.
13. Ministério do Trabalho (MTE).
14. Design for Sustainability (D4S).
15. UNEP (United Nations Environment Programme): Sustainable Products.
2018