by OUTONO
SEMPRE...
Ainda hoje lembro cada dia ...onde escrevi azul com a cor do coração.
Ainda hoje digo flor...no jardim das descobertas...e, semeio sempre o momento
em todas as abertas.
Ainda hoje dou a mão, mesmo ao silêncio, mesmo à indiferença, mesmo à dor...porque amar
é interno e não tenho acesso ao cadeado da alma...
Ainda hoje aceno na humildade de escrever e, esperançar retorno...como se fosse um amor constante de ida e volta.
Ainda hoje adormeço no teu colo ausente...e, pergunto pelo (a)Mar da janela
que continua fechada...
Ainda hoje soletro as estrofes de um hino, para prolongar o doce do seu entoar, como criança
que saboreia pela primeira vez o doce mais doce.
Ainda hoje falo com o teu olhar, sinto com o teu corpo e, vivo com o perfume do teu acto...
Ainda hoje declamo folhas desertas de dores e nunca as rasgo,
no almejo da construção de poemas só teus.
Ainda hoje, escrevo AMOR com as mesmas letras do alfabeto nosso...e o acordo é língua distante, que nem beija o lábio.
Ainda hoje...acordei contigo...vou deitar-me contigo e, sinto que estou só, porque não estás...
Ainda hoje feri a mão na contenda do desejo...que se transformou no golpe impróprio...
Ainda hoje...espero o teu ditado escorreito e sem erros de sintaxe dano...
Ainda hoje, vivi mais um dia só...sem nome e sem sorrir!
in MEMÓRIAS - by OUTONO
10 - 10 - 2010