Molho-me na chuva amena do teu suor
Como grito louco de folhagem sedenta
Do teu amor carente e ansioso de mim
Enseada do meu olhar adentro desse mar.
Olho-te cego no cair da calma tardia
E o som aprazível do teu gritar tenor
Fere-me em assomos a tela muscular
Como se o dia fosse carrossel de noites.
Escrevo nesses lânguidos doces encantos
Escrevo e nem leio o que faço na razão
Escrevo apenas movimentos e espaços chama.
Acordo frio e apartado dos teus odores
O palco da nossa noite era um vazio de sonho
E os aplausos de ti, mero granizo cortante.
in TEMPO - José Luís OUTONO - 2011 ( a publicar)