Acho que pela primeira vez desde que me tenho por gente, este será o primeiro ano em que me deixei imbuir pelo espírito natalício.
Seja porque há um pirralho de 5 anos em casa, seja porque tive o meu primeiro subsídio de Natal completo (1 ano inteiro de labuta diária tem as suas vantagens) ou porque tenho alguém especial com quem partilhar sonhos (de Natal), a verdade é que não o odiei como de costume.
Ontem cheguei mesmo a apaixonar-me pelo cheiro quando passava em frente a uma pastelaria a caminho do Chiado. Ou no Domingo à noite quando vi as luzes da Baixa enquanto a chuva batia no vidro do carro e eu me lembrava de quando tinha 5 anos e delirava com a magia das luzinhas, o pinheiro a piscar e a festa de ter toda a família junta.
Houve uma época depois em que o meu pai deixou de passar estas festas connosco e acho que a partir daí deixei de gostar destas coisas. Deve ter sido mais ou menso na mesma altura em que comecei a deixar de gostar de pessoas.
Mas ultimamente e com esta coisa da vida em conjunto com alguém, de ter a minha casa, ainda que não more nela, e uma bola de pelo que adora enroscar-se no meu colo, o meu coração começou a amolecer e voltei um bocadinho mais ao conceito de família e de partilha natalícia.
Deve ser por isso que este ano ainda não odiei o Natal.
Pode ser que nunca mais o venha a sentir...
Seria bom, para variar...