Muitas vezes em setembro o sol abre o dia.
As horas espalham-se mornas sobre a pele
e aquecem a memória supostamente fria...
Incendida e impetuosa mostra as palavras "luz amor vida" gravadas na caixa de música florida que foi nossa. Conta que a melodia que fazia dançar a bailarina como nuvem solta no ar , tinha deixado de se ouvir. Que as palavras entristeceram e nunca mais foram felizes e assim , numa vertigem se desmoronaram. Que as letras, soltas e sós, sem fulgor nem sonho para as incentivar a unir-se, abraçaram e beijaram o rosto húmido da bailarina num adeus sem regresso. Conta que agora, dos olhos sem brilho, lágrimas lhe caem no colo como furtivas canções de outono...
Muitas vezes nas tardes de setembro adormeço
recostada na cadeira de baloiço e tenho sonhos.
Acordo, recordando a bailarina a melodia
a caixa de música há tanto tempo partida...
...acordo e estremeço.
Muitas vezes nas tardes de setembro adormeço
recostada na cadeira de baloiço e tenho sonhos.
Acordo, recordando a bailarina a melodia
a caixa de música há tanto tempo partida...
...acordo e estremeço.
Maripa
Imagens Google