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1 de jul. de 2009

Prá não dizer que não escrevo...

O Bom dia IX já foi..

Então vamos ao VIII.









Bom dia VIII


A festa do canto
não aguarda a manhã que se aproxima.
Duelo, dança, diálogo?
Os pássaros se sabem.
Não são homens,
estes seres que apenas interrogam.
Encorpa-se o azul com os pingos gordos e lentos,
que a luz entorna no manto.


7 de mar. de 2007

Ave

A minha alma não se retrai.
Sou o que sou
e sou o que posso -
profundamente
nada além desejo.
Ser fera, ser bicho...
isto não me cabe.
Não figuro – protagonizo meus dias.
Espero, sim,
mas também passo -
aprendi com os dias e as esquinas.
São doces as asas que se abrem em mim na despedida,
do alto tudo reconheço.
É serena e seca a brisa em meus pêlos,
suave e leve o calor que me atinge -
esplendidamente alcanço a manhã em livre vôo.
Jamais me perco.
É o sentido das aves que habita-me
e dia a dia
acrescenta em mim as cores
que aos olhos inflamam.



20 de nov. de 2006

O pavão



Posta-se à sombra o pavão,
tecendo com o bico, para o sol, sua longa paisagem de ave.
Empertiga-se finda a triagem,
recordando para si a própria imagem.
É alto, único e sóbrio.
Caminha imune à cobiça dos seres circundantes que o observam, trêmulos:
porque se sabe.

25 de out. de 2006

Conselhos ao findar da tarde

Se conselho fosse coisa que prestasse, se vendia, mas vamos lá. A Sweet é confiável.

Uma foto para eternizar o momento, como seria nos piores cartões de amor.



Tenha prazer ao alimentar-se, isto é muito importante. Só quem já perdeu a fome sabe a importância que há nesta faculdade humana. Animais comem por necessidade. Não comemos por necessidade apenas. Ter paladar é estar vivo, é não ser um suicida.

Durma. Pelo amor de Deus, durma. "A noite foi feita para dormir”, dizia um filósofo que conheci (“Nem tudo em torno do buraco é beira", ele também dizia). Não dormir é degradar tudo que Deus nos concedeu. A noite não é escura à toa. Não dormir é afronta e açoite. Uma atitude nada bela, e devoradora. Os bichos sabem disso; nós, bestas humanas, é que desaprendemos a lição. Por isso, se precisar, tome remedinho (mas não acostume), mas durma. Lembre como mamãe ensinou quando você era bebê. Crianças não sabem dormir, muitas. Ficam numa excitação de dar dó. Tem que ficar calma. Respirar. Luz apagada. Tem que ter mão quentinha, sentir a lembrança da respiração materna, recorde a dela. Ainda não tem para vender, mas arranjem uma penseira*. Fictícia que seja, mas arranjem. Essa parte é essencial.

Jamais se prive daquilo que lhe agrada em benefício de livrar-se de sentimentos indesejáveis. Entenderam? Melhor que sim, porque não vou explicar mais que isso. O fato é que essa estratégia não funciona, simplesmente. Acaba você sem fazer nada que goste, e para quê? Punir-se, o que é uma bosta. Deixe isso pro povo da Opus Deis, pela mãe do guarda.

Este negócio de internet, cá entre nós, é coisa de doido, e paranóico. Se ainda puderem, esqueçam. Blog, nem pensar. Com o tempo, você vai aprendendo mais, e vai se afundando, pode crer. Eu ando meio arrependida de tudo isso. Como eu disse, isso é conselho. Que eu dou para mim mesma, muitas vezes. Querendo, aproveitem.

Agora, se não tiver mais jeito (eu disse que blog é coisa de louco, continuam a ler por própria conta e risco), leiam a Fal. A Fal e Os Malvados. E a Ithildin também. Tutti buona gente.

Arranje um bicho para observar. Nem que seja seu filho. Eu ando a dias maluca com a idéia de ver meu passarinho chegando aqui ao galho (o danadinho continua solteiro - segundo alguém que mora comigo e entende tudo de aves, conforme reza a lenda - quando alguma passarinha lhe der mole ele sumirá, o ingrato). Mas não tenho aquelas câmeras supimpas da Discovery Channel para postar na varanda, e tenho mais que fazer todo dia após as dezessete. A propósito, alguém sabe a hora exata em que os passarinhos dormem? Porque eles acordam às quatro e meia da matina, eu já contei no relógio.

Não tenho mais nenhum conselho para dar. Ainda bem, né? Podem respirar agora.


*Aos não iniciados na literatura potteriana: penseira é o objeto mágico onde Dumbledore deposita seus pensamentos e memórias, para organizá-los. É uma bacia mágica, sacumé? Meu sonho de consumo mais precioso, cá entre nós... Até já sonhei que um dia inventarão um chip que fará algo assemelhado...


A Penseira.

19 de set. de 2006

Que pena...



... ele não veio dormir na minha árvore hoje...

Bem-te-vis são guardiões desta cidade. Eles estão por todos os lugares; há os menores, que o povo chama sibitos (são todos bem-te-vis para mim) ; e os belos, grandes, elegantes. Este que dormia ontem no galho ao lado da varanda não era dos menores, e estava todo arrepiado de sono...

"Bem te vi, bem te vi/andar por um jardim em flor/chamando os bichos de amor..." Jardim da Fantasia.

Inscrevi-me a tempos numa lista de observadores de pássaros para me inteirar mais da prática, entretanto nunca resta tempo para isto, humpf... Fico apenas no amadorismo solitário de alguns minutos na tarde de minha árvore e alguns domingos eventuais no parque...

E você, que pássaros estão na sua árvore? Tem árvore por aí?

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Update - Ele voltou hoje à noite!

Ele dorme aí dentro... Ou quase.. Essa é a goiabeira namorada do mulungu...

9 de set. de 2006

Discorrendo sobre temas alheios. E outras do dia

Porque afinal eu leio os blogs alheios, ainda que nem sempre...

Lidos, levantem o dedo.

-Eu tenho escolhidos também três dos cinco cargos a eleger em outubro. Não sei ainda prá presidente, porque será (meda meda meda)? Vou votar no partido do Gabeira (PV) para que ele (o partido) permaneça no congresso, pois afinal, considero importante que as minorias relativamente sérias se façam presentes. Mas basicamente por isto, se tiverem algo muito mal a falar do partido me contem (meda meda meda). Ah, e quero uma candidata (mulher!) para Deputada Estadual em Recife, mas ainda num achei uma a altura.

-Eu quero rodízio de sopa em Recife, por favore. Empresários da gastronomia recifense, leiam Maio, 26.

-Essa capa azul do Chico, tinha em vinil lá em casa. Eu não vou falar desse assunto que você falou.

Está altamente panelinha e umbigal esse post, sorry. Quem entendeu, entendeu, quem não entendeu, não vai entender nunca. Blog é coisa de gente doida, estão aqui porque querem.

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-Tia, eu vou fazer cocô (onde mesmo fica o acento?).

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Sinceramente, o sitemeter é confiável?

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Estou seca por safra potteriana.

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-Tia, eu estou fazendo cocô (Porque as crianças necessitam tanto de confirmação, Senhor?).

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Afinal, assisti A Máquina, do João Falcão, baseado em história da Adriana Falcão; filme sobre o qual falei por tanto tempo aqui. Não sei se gostei muito, precisava rever em outra época. Tenho que comentar aqui, certo? Tanto que enchi o saco com isso nos últimos anos. A peça é bem melhor. A história é muito boa, não sei se foi porém uma boa idéia transformá-la em filme. Elenco: o Paulo Autran, como sempre, não necessita de maiores comentários, bom para se lascar; a Mariana Ximenes não engoli muito bem, mas pelo menos seu sotaque não ficou dos piores. Colocaram lá o Aramis Trindade e o Lázaro Ramos meio que mais para encher linguiça, me pareceu, coisa de panelinha. Estão muito bons, mas são apenas coadjuvantes. Destaque: a Gislaine (Fabiana Karla), como a mãe do Antônio. Vamo' rir que é bom. O ator (novato?) que é o protagonista não é mau, mas enfim, seu nome é Gustavo Falcão (filho, sobrinho, o quê?). Ah, gente, 'xa prá lá. Família é tudo, eu que sei.

Tô meio ruim para apreciações de fato, ultimamente, desprezem minhas palavras.

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-Quem é britânico nasceu aonde?

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Imagem do dia:




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Ando doida para fazer testes, mandem.

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-Fez!

2 de set. de 2006

Mistérios II - A fala de uma tola e crente criatura, talvez, espero que não

Há mistérios em todos o seres? Não há mistérios nos pássaros. Eles chegam em fulgor à minha árvore. Seus trinados afogam-me em paz, seus corpos são leves entre verdes e galhos. Confundo-os com folhas e borboletas, em minha humana pressa que pouco vê e nada sabe, mas busca. São livres suas asas, sem códigos, percebo. Assim é o tempo, a vida, a natureza, de que somos parte, o ser que somos. Não há códigos. Há livros abertos, basta lê-los. Saber-se pássaro, apenas, é o que nos cabe. Desvendar as amarras, dissolver as trincheiras, ver-se inteiro, sem maus presságios. Cessar o repetir-se, “assim é, assim é”. Tudo parece ser o que cremos ser - e isto ofusca, e faz esquecer: é essencialmente bom o ser, qual o beija-flor que pousa na fina rama. Somos ave. Esses pequenos que retornam ao meu chamado. Não fomos criados à imagem e semelhança do turvo. Somos água límpida, de nascente, que mana. Lembre-se, és nascente. E toda nascente mana, exala, bem que é divino, que não nos pertence, que não se pode perder - é bem de todos, do todo de que somos parte...