Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
6 comentários:
fernando pessoa é genial, ainda me lembro perfeitamente deste poema e de tantos outros do meu 12.º ano...
http://chovemlivros.blogspot.com/
passa por lá! ;)
Catherine
Vim lhe convidar para seguirmo-nos pelos blogs
Abrass
E sigamos por aqui
http://josemariacostaescreveu.blogspot.com
Um Fernando Pessoa que lembra bem o seu heterónimo Alberto Caeiro (não fossem eles uma e só pessoa!).
Lê, e assina:
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N3114
Muito bom mesmo!
http://otempoentreleituras.blogspot.com
Boas leituras!
Amo Pessoa,creio que como ele nao teve igual a sua maneira de transcrever nossos sentimentos e de tantos outros e de varias maneiras distintas..
Realmente genial
Un fraternal saludo a tu emancipación
paco
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