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quarta-feira, 11 de março de 2009

La Religieuse

Na obra La Religieuse, está presente a sátira social e a literária que põe em causa o género romanesco tradicional. Esta obra caracteriza-se por um descosido aparente e desordenado – é a forma divertida que o autor utiliza para revelar aos leitores que os romances tradicionais os enganam. Esta forma desorganizada serve também para mostrar a falta de liberdade de que o homem é vítima: o homem não é mais do que uma marioneta manipulada pelo destino.

Com efeito, ao «desconstruir» o romance, Diderot força o leitor a reflectir sobre a condição humana e a ilusão romanesca, a tal ponto que este já não sabe o que é falso nem o que é verdadeiro.
Diderot enveredou pela sátira criando um elo de ligação entre a não-ficção e a ficção e utilizou o processus do romance - memória para dar uma lição filosófica e criar o universo cárcere dos conventos.

Diderot concebeu a sua obra tendo dois tipos de discurso, um mais comovente para impressionar e provocar a compaixão dos leitores e outro mais acusador e reivindicativo capaz de convencer o mais intelectual dos homens.

As descrições físicas retratam a desordem e a nudez contrariamente às regras convencionais. O sofrimento foi personificado por uma extrema violência resultante do encarceramento e da agressão psicológica que conduziu a uma constante mutilação…

O livro apresenta uma imagem horrenda da vida no convento, do martírio das jovens no intuito de causar piedade aos leitores.

La Religieuse é sem dúvida uma visão audaciosa, porém oposta à esperada vida de meditação de fé dos conventos, que escandaliza o Mundo.
Nota:8/10

domingo, 8 de março de 2009

Aceitar as mudanças e adaptar-se ao mundo!

Concluí a leitura de "O nosso iceberg está a derreter". Deixem-me dizer-vos que é uma autêntica parábola à mudança, ao espírito de observação, à união e ao espírito de comunidade.
Ao lermos e reflectirmos sobre os comportamentos destes pinguins aqui personificados, estamos a ver exactamente o que se está a passar à nossa volta. A crise social, com o desemprego, os efeitos da poluição, a pobreza, o tráfico de drogas e de pessoas... são os aspectos mais marcantes da nossa sociedade e que, ao ler o livro, me obrigaram a fazer a ponte. É urgente que nos unamos para a resolução destes espinhos. Eles estão ao nosso lado. Não os podemos ignorar.

O iceberg de que nos fala esta fábula, é o nosso planeta e os pinguins somos nós. Uns são os observadores, outros os críticos, outros os professores que se preocupam em abrir janelas nas mentes dos seus alunos para que também intervenham de forma construtiva. E outros são os "opinion maker" que só falam e pouco agem.

Se todos aprendessem a saber reflectir antes de agir, se todos se unissem quando há problemas a resolver numa comunidade, todos os problemas seriam resolvidos. E tudo vai da forma como se fala e se põe o ser humano a fazer uso das suas capacidades de adaptação e de mudança. Aconselho a leitura a todos os que neste momento têm de mudar de vida e, principalmente, a quem é educador. Foram dois aspectos marcantes, para além de outros, mas que sobressaem na tomada de decisões desta comunidade de pinguins.
No entanto, acabei a leitura de outro livro de Margarida Fonseca Santos e Maria Teresa Maia Gonzalez que vem na sequência do anterior e, por isso, decidi não apresentar os meus comentários independentes.
O título é "Um Pombo Chamado Colombo". Este livro é para crianças e jovens, mas toda a trama anda à volta de um pombo-correio que ficou desempregado por causa das novas tecnologias, lá num reino distante. Todo o cenário é composto de personagens da realeza, à mistura com vocabulário dos nossos dias e a perplexidade dos pombos daquele reino ao ouvirem as belas histórias do pombo-correio Colombo, quando o despediram do palácio. Foi o trabalho que conseguiu - contador de histórias. Maravilhava todos os outros e, com essas histórias, vários são os valores humanos presentes. Torna-se um discurso cómico, porque as narradoras utilizam um vocabulário muito próximo da linguagem dos jovens com os aspectos mais recentes da tecnologia e brincando com os nomes das pessoas. Ora reparem: a ilha era Malu-ka; a praça principal chamava-se Praça do Pombal do Marquês; o rei, Mandu-Ka Rex; a rainha, Ek-Manda; o primeiro-ministro, Manda-Lá; um dos conselheiros, era o Velho Sabe-Lá; os filhos do rei, Telex, Cibernex, Comilex, Spidex, Sem-Nex, Sabichex, Metalex, Calmex, Karatex e Belex (e todos bem adequados); os pombos - o Pombástico, o Ecopombo, a Pômbola, a Pombalina, o Pomposo, o Tombo...
Bem, convido-vos a ler e a divertirem-se com os vossos filhos, alunos, colegas, sobrinhos, etc. Mas há muitos aspectos culturais que os jovens aprendem de forma lúdica e que os pode levar à pesquisa. Tem todos os ingredientes para motivar para a leitura, mas também para reflectir.

Viajem com o Colombo, divirtam-se e ponham os outros a divertir-se.