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domingo, 4 de outubro de 2009

A Cabana

Sinopse: "As férias de Mackenzie Allen Phillips com a família na floresta do estado de Oregon tornaram-se num pesadelo. Missy, a filha mais nova, foi raptada e brutalmente assassinada. Quatro anos mais tarde, Mack, mergulhado numa depressão da qual nunca recuperou, recebe um bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar à malograda cabana.O que Mack vai encontrar naquela cabana mudará o seu mundo para sempre."
Na sexta-feira entrei numa livraria, dirigi-me à mesa das novidades, agarrei no livro A Cabana, paguei e saí...
Rapidamente comecei a ler, a ler e a ler, sem conseguir parar. Ao abrir este livro, na página 6, senti logo que esta história tinha algo de muito familiar que me iria prender. O seu prefácio cativou-me logo pela interacção que o narrador Willie tem com o leitor; somos chamados a "ouvir" este relato com muita atenção como se fosse a nossa própria vida ou a de um amigo.
"E se Deus marcasse um encontro consigo?"
Este livro, fenómeno mundial de popularidade, baseia-se numa questão central: a bondade de Deus. Mack, após a morte trágica da sua filha mais nova, encontra-se com Deus... e em conversas com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, resolve os seus conflitos interiores.
Numa sociedade em que os valores estão em crise e em que todos têm medo das emoções, o sucesso deste livro reside numa escrita familiar, intimista e simplista sobre dilemas que nos assolam a todos, cada dia da nossa vida.
Como vivemos na mentira? Como conseguimos perdoar os que nos fazem mal? Como é possível acreditar em Deus, ter fé num Ser Superior, com tantas crianças a morrerem, com tantos homicídios...? Que tipo de relacionamento temos uns com os outros? Como é que Deus não faz nada para acalmar o nosso sofrimento? Porque morrem tantos inocentes?
"Quem vive dominado pelos medos não encontra liberdade no amor [de Deus]." p.142
"Muitos acreditam que é o amor que cresce, mas é o conhecimento que cresce, enquanto o amor simplesmente se expande para o conter." p.155
Acabamos de ler... queremos mais... e ficamos a pensar:
"e se fosse eu a ter um encontro com Deus?"

terça-feira, 30 de junho de 2009

O avô Augusto

Numa aldeia ribatejana, havia uma casa, situada perto da então designada escola primária, era a do avô Augusto, também conhecido pel’ O Pião. O avô Augusto era um homem alto, magro, com umas mãos enormes, muito dedicado ao trabalho e à família.
O avô Augusto era o sapateiro da aldeia, pelo que conhecia todas as pessoas e passava parte do seu tempo à conversa com elas. Pelas manhãs, vagueava pela aldeia para fazer a distribuição dos sapatos em busca do seu ganha-pão. Um dia convidou-me para o acompanhar. Agarrei a enorme mão do avô e parti com ele para mais um dia.
Chegámos perto de uma casa muito velhinha e o avô bateu à porta. Esperámos algum tempo e, de repente, a velha porta abriu-se:
-Bom dia Senhora Emília! Como tem passado? -disse o avô.
-Bom dia Senhor Augusto! O que o traz por cá hoje!
-Os sapatos, venho-lhe trazer os seus sapatos.
-Ah! Senhor Augusto a vida está tão má, eu não lhe posso pagar. Espero que compreenda, o meu marido está doente e…
Do interior da casa, ouviam-se gritos:
- Emília quem está aí? Oh mulher! quem é?
A Senhora Emília envergonhada respondeu:
-É o Senhor Augusto e a sua netinha.
-Quem?
-O Pião.
-Não… Nós não temos dinheiro. Guarda os tostões para o pão!
O avô Augusto percebeu que não havia dinheiro para pagar o conserto dos sapatos. Ficou sério, olhou para a senhora Emília e disse:
-Não se incomode, fique com os sapatos e pagará quando puder.
O Avô agarrou a minha mão e seguimos rumo a casa. Já estávamos longe, no entanto ainda se ouvia a senhora Emília a gritar “Bem-haja, Bem-haja Senhor Augusto”. Como não tinha percebido as palavras da senhora Emília, perguntei ao avô:
- O quer dizer Bem-haja?
- Obrigado. Explicou o avô.
- Avô…
- Diz Ana, o que é?
- Como é que vai comprar o nosso pão?
- Ana, ouve bem as palavras deste homem velho e cansado. Se ajudares os outros, serás sempre recompensada.
Após um momento de silêncio, o avô abraçou-me e retrucou:
- Não te preocupes, cá nos havemos de arranjar.
O avô Augusto era assim, sempre compreensível e amigo daqueles a quem a vida pouco deu.
Fiquei comovida, com uma lágrima no canto do olho, e disse:
-Avô, tu és amigo das pessoas…Gosto tanto de ti.
O avô apertou fortemente a minha mão e continuámos a árdua tarefa de entregar o calçado às pessoas de aldeia.
O dia chegava ao fim e eu já apresentava alguns sinais de cansaço. A noite estava a ficar escura e amedrontadora. Segurava-me cada vez mais àquela mão forte para me proteger dos meus fantasmas de criança…
Quando, de repente, balbuciei timidamente:
-Avô está…a… a escurecer.
-Não tenhas medo, Ana. À noite as estrelas brilham e indicam-nos o caminho a seguir. A estrelinha cintilante é o teu Anjo da Guarda.
Olhei para o Céu à procura da Estrela, do meu Anjo da Guarda… Porém, como não a encontrei, perguntei com alguma tristeza:
-Avô! não consigo ver o meu Anjo da Guarda?
-Olha para as estrelas e ouve o teu coração!
Cresci na esperança de encontrar aquela estrela… Esperei muitos anos. Só a encontrei mais tarde, no dia em que tive de explicar aos meus filhos, Rafael e Beatriz, que o avô Augusto vivia agora naquela estrelinha cintilante…
Ainda hoje me lembro das palavras do avô, apesar de não saber ler nem escrever, era um velho sábio porque a vida ensinara-lhe muito. Aquelas rugas personificavam as tristezas e as alegrias de uma longa caminhada.
Também escrevo... espero que gostem...

sábado, 9 de maio de 2009

A criança e a vida

Emprestaram-me este livro (que vou ter de adquirir para a minha biblioteca), resultado de um projecto realizado numa escola nos anos 60 em Portugal, esta obra já foi editada 43 vezes.
Maria Rosa Colaço foi inovadora, corajosa e conseguiu cativar o coração de crianças e jovens classificados pelo director da escola como "escória". Esta colectânia é o resultado fantástico de uma professora que empenhadamente conquistou o coração dos seus alunos através do amor e da amizade.
Fiquei ricamente comovida com os trabalhos destas crianças que falam sinceramente o que sentem, sem complexos, sem medos... mas que são sofridos no coração e na alma.
"Os meus passos são de flores.
Eu, uma vez, pisei o sol,
mas não o magoei porque
os meus pés são pequeninos."
____,,____
"A morte é o sossego das flores
Eu acho que ela é um homem amarelo.
Eu, se visse a morte ao pé de mim, atirava-me
duma janela abaixo: antes queria morrer sozinho."
Victor Pinho (8 anos)

Todos os textos estão exactamente como foram escritos originalmente pelas crianças de modo a serem completamente autênticos.
Recomendo muito a leitura deste livro: as crianças falam com o coração aberto... A leitura de alguns textos (prosa ou poesia) acaba mesmo por ser, em determinados momentos, dolorosa.
Nota: 10/10

sábado, 2 de maio de 2009

O Velho que lia romances de amor

Sinopse: "Antonio José Bolívar Proaño vive em El Idilio, um lugar remoto na região amazónica dos índios shuar, com quem aprendeu a conhecer a selva e as suas leis, a respeitar os animais que a povoam, mas também a caçar e descobrir os trilhos mais indecifráveis. Um certo dia resolve começar a ler, com paixão, os romances de amor que, duas vezes por ano, lhe leva o dentista Rubicundo Loachamín, para ocupar as solitárias noites equatoriais da sua velhice anunciada. Com eles, procura alhear-se da fanfarronice estúpida desses gringos e garimpeiros que julgam dominar a selva porque chegam armados até aos dentes, mas que não sabem enfrentar uma fera a quem mataram as crias. Descrito numa linguagem cristalina e enxuta, as aventuras e emoções do velho Bolívar Proaño há muito conquistaram o coração de milhões de leitores em todo o mundo, transformando o romance de Luis Sepúlveda num "clássico" da literatura latino-americana."

Comecei a ler este romance ontem à noite e acabei-o... durante a noite, a verdade é que se lê muito facilmente. A história que Luis Sepúlveda nos relata, prende-nos do início ao fim.
Logo na terceira página, fiquei fascinada e pensei para mim "vou de certeza gostar deste livro" e querem saber porquê...
"Na minha mochila, na aldeia shuar, tinha As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda, e La Linares, do escritor equatoriano Ivàn Egüez, mas não olhara para eles durante todo este tempo, ocupado como estava em aprender a ler a selva." p.9

Primeiro porque fala de Pablo Neruda e deste livro fantástico de poemas, do qual já fiz um post e que continua na minha mesa de cabeceira... ainda ando a digerir cada poema, cada verso, cada palavra. Depois porque adorei a expressão "aprender a ler a selva".

Uma história diferente de um velho que lia romances de amor; género literário que "verdadeiramente desejava" como diz na página 64 após ter experimentado outros géneros...

A nossa querida amiga Lídia dizia há dias, numa formação sobre o prazer da leitura, que temos de deixar as nossas crianças ler tudo, experimentar vários tipos de textos até elas descobrirem realmente aquele que mais lhes convém.

Pois bem Lídia, aqui tem mais um exemplo dessa verdade: aconteceu o mesmo com António José... Leu, leu e leu tudo o que podia ler no meio da selva, até escolher os romances de amor, mas nem todos... mas isso não vou contar... Vão ter de ler o romance e descobrir qual os ingredientes secretos dos romances de amor que ele realmente ansiava por ler.

Nota: 8/10
:O)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada

Como já sabem, não sou especialmente fã de poesia, a não ser que seja realmente de muito boa qualidade. Normalmente, só adquiro livros de poesia quando me são recomendados... e por pessoas em quem confio plenamente nos gostos literários.

Foi o que aconteceu com é um livro de poesia de Pablo Neruda, Vinte poemas de Amor e Uma Canção Desesperada; "onde se cruza o erotismo da poesia que celebra o corpo da mulher, com o gosto que Neruda tem pela natureza. Nestes poemas, é frequente que os dois planos se cruzem, havendo uma certa identificação entre o corpo feminino e o mundo natural (as paisagens, a terra...). Pablo Neruda escreveu estes poemas apenas com cerca de vinte anos, mas são alguns dos mais celebrados da sua obra." in wikipedia
Fiquei realmente surpreendida pela positiva, o livro que adquiri é bilingue, tendo o poema original em espanhol e o poema traduzido em português. A escrita deste poeta é surpreendente e fiquei muito satisfeita por me terem aberto mais este horizonte.
Corpo de Mulher
(Poema nº 1)
Corpo de mulher,brancas colinas,
coxas brancas,
assemelhas-te ao mundo no teu jeito de entrega.
O meu corpo de lavrador selvagem escava em ti
e faz saltar o filho do mais fundo da terra.
Fui só como um túnel.
De mim fugiam os pássaros,
e em mim a noite forçava a sua invasão poderosa.
Para sobreviver forjei-te como uma arma,
como uma flecha no meu arco, como uma pedra na minha funda.
Mas desce a hora da vingança, e eu amo-te.
Corpo de pele, de musgo, de leite ávido e firme.
Ah, os copos do peito! Ah os olhos de ausência!
Ah as rosas do púbis! Ah a tua voz lenta e triste!
Corpo de mulher minha, persistirei na tua graça.
Minha sede, minha ânsia sem limite, meu caminho indeciso!
Escuros regos onde a sede eterna continua,
e a fadiga continua, e a dor infinita.
Recomendo também, tal como o fizeram comigo, "Uma Canção Desesperada".
LINDO :o)
É uma óptima obra para se ir lendo devagar, aprendendo assim a decifrar cada um dos poemas de Pablo Neruda.
Nota: 9/10

sábado, 11 de abril de 2009

O Pássaro da Alma

Sinospe: "Desta obra pouco se poderá dizer pois é pura e simplesmente belíssima. Um livro para todas as idades que nos explica de forma poética e única o que é a alma. É um texto essencial num mundo que muitos criticam pela crescente falta de valores e de uma moral. Este livro apela a um conhecimento do nosso mais íntimo e profundo sentir, explicando por via desse pássaro, clara metáfora, aquilo que sentimos, como o sentimos e porque o sentimos. Pela singeleza do conteúdo e pela estética do arranjo dos desenhos de Naama Golomb, é uma obra que tem ganho, desde a sua publicação em 1993, uma reputação internacional que levou a que fosse traduzida em mais de vinte cinco línguas, e em todos os países recebeu prémios e veio a tornar-se best-seller. O livro recebeu o primeiro Prémio Internacional, da Fundação Espaço Crianças em Genebra."
Sobre a autora: "Michal Snunit, autora israelita, atingiu a fama com esta obra e, daí para cá produziu dezenas de livros dentro do mesmo estilo que receberam inúmeros prémios em todo o mundo. Tem sido considerada uma das melhores escritoras infantis contemporâneas e a sua obra originalmente destinada aos mais pequenos tem vindo a ser lida por adultos com o mesmo prazer."

"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata,
Está um pássaro.
E o nome desse pássaro é o pássaro da Alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
Em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
o pássaro da alma recolhe-se dentro de si,
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer, crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom para ele é o abraço.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
Nunca veio ao mundo alguém
Que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
E não nos larga
- Nem uma só vez –
Até ao fim da vida.
Como o ar que o homem respira
Desde a hora em que nasce
Até à hora em que morre.
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil:
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
Pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
É o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como ?
Pois isso também é muito simples:
Com a segunda pata.
O pássaro da alma está pousado numa pata,
E com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
Roda a chave da gaveta que quer abrir,
Puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
Sai em liberdade para dentro do corpo.
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
Uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
A gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
Outro exemplo: a pessoa quer escutar pacientemente
- E em vez disso ele abre-lhe a gaveta do desassossego
Que faz com que ela se enerve.
E acontece que a pessoa tenha ciúmes sem qualquer motivo.
E que estrague justamente quando mais quer ajudar.
Porque o pássaro da alma nem sempre é disciplinado
E às vezes dá-lhe trabalhos...
Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
E a alegria jorra para dentro do corpo
E o dono dele fica feliz.
E quando o pássaro lhe abre
A gaveta da raiva,
A raiva escorre de dentro dela e
Domina-o totalmente.
E até que o pássaro
Volte a fechar a gaveta
ele não pára
De se zangar.
E quando o pássaro está de mau humor
Abre gavetas que dão mal-estar.
E quando o pássaro está de bom humor
Escolhe gavetas que fazem bem.
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas
Dentro de nós.
Há quem o ouça muitas vezes.
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo."
Cópia na íntegra.
Fui convidada para uma sessão de leitura do livro O Pássaro da Alma. Foi algo memóravel...
Não foi fácil adquiri-lo mas já está comigo... só posso dizer que agradeço do fundo do coração a leitura que foi feita; obrigado Miguel...
Abriram-se novas gavetas na minha alma, recomendo para pequenos e grandes: uma verdadeira obra de arte.
Nota: 10/10

terça-feira, 7 de abril de 2009

Manual do Guerreiro da Luz

Sinopse: "Os textos aqui reunidos, pensamentos tão breves quanto profundos, tão belos quanto envolventes, levam o leitor a mergulhar no mais íntimo de si mesmo, em busca de sonhos antigos e desejos esquecidos, indispensáveis à nossa felicidade. O Guerreiro da Luz, personagem central deste livro, é alguém que é capaz de ouvir o que lhe diz o silêncio do seu coração, de aceitar as derrotas sem se deixar abater por elas e de construir e cumprir a sua Lenda Pessoal. Na verdade, o Guerreiro da Luz é aquilo que cada um de nós pode ser se escolher aceitar o seu destino. Como resposta a insistentes pedidos dos leitores, a Editora Pergaminho apresenta agora uma edição compacta deste Manual do Guerreiro da Luz, que poderá acompanhar cada um de nós no percurso diário do seu caminho espiritual."
Paulo Coelho continua a ser um dos meus autores favoritos; sempre actual, as suas obras estão repletas de simbolismo, mensagens e ensinamentos através da experiência da Vida.
O Manual do Guerreiro da Luz - cerca de 150 páginas de reflexões sobre a Vida, sobre o Ser Humano, sobre a aprendizagem da sobrevivência na sociedade...
«"A primeira qualidade do caminho espiritual é a coragem", dizia Gandhi.
O mundo parece ameaçador e perigoso para os covardes. Estes procuram a segurança mentirosa de uma vida sem grandes desafios, e armam-se até aos dentes para defender aquilo que julgam possuir. Os covardes acabam construindo as grades da própria prisão.
O guerreiro da luz projecta o seu pensamento para além do horizonte. sabe que, se não fizer nada pelo mundo, ninguém o fará.»
p. 136
Nota: 7/10

quinta-feira, 19 de março de 2009

Onde reside o amor

Sinopse: "Onde reside o amor é uma viagem às histórias das vidas de todos nós. Aqui estão os retratos fiéis dos nossos dias, dos anjos que nos protegem e dos demónios que nos desafiam. Margarida Rebelo Pinto volta, neste livro, às relações entre as pessoas e, de uma forma sincera, fala-nos directamente ao coração. Atravessa o amor e o sexo, interpreta a linguagem dos afectos e lança um olhar sobre o papel da família, dos valores que se perdem na voragem dos dias. Homens e mulheres; príncipes encantados; as eternas diferenças entre os dois sexos (mais próximos do que se julga); afectos, histórias de família, ou o retrato de um país… Tudo conduz os leitores para o secreto lugar onde reside o amor."

Começamos a gostar de um livro pela sua capa, não é verdade? Pois eu acho que comecei a gostar deste livro pelo lindo laço que o envolvia... e comprei-o!

Onde reside o amor é um livro dividido em vários pequenos capítulos que nos fazem o retrato do amor visto pelas mulheres e pelos homens em circunstâncias diferentes. É mais um daqueles livros para ler descontraidamente, num domingo à tarde, aproveitando o sol da primavera com uma leitura fluída.

Deixo-vos aqui algumas das frases que mais me marcaram ao longo deste livro, como "entrada" para quem quiser ler e como reflexão...
"As escolhas afectivas não são racionais: não escolhemos nem os nossos pais, nem os nossos filhos, e até podemos viver na ilusão de que fomos nós que elegemos a pessoa para estar ao nosso lado, mas para isso é preciso que ela também nos escolha a nós e que essa escolha tenha critérios bem diversos da razão. Camões, que sabia muito disto, é que tinha razão quando escrevia que o amor tem razões que a razão desconhece. Não sabermos porque amamos tanto aquela pessoa é bom e está certo. Nem tudo vem nos livros, nem tudo depende da razão e esta por vezes também se engana " p.78
"A pessoa certa para nós só o pode ser se, ao olhar para nós, vir a pessoa certa para ela." p.88
"(...) o segredo de bem tratar uma mulher está no savoir-faire. (...) O savoir-faire é irmão do charme e filho da inteligência." p.101/102
Nota: 8/10

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Um

"Seríamos os mesmos se soubéssemos o que nos espera para lá do espaço e do tempo?"
Estava a trabalhar dolorosamente sobre um texto em inglês ... e não sei como nem porquê, lembrei-me do livro Um de Richard Bach.
Fui a correr as minhas estantes à procura do livro e lá estava ele. Abriu-o, encontrei um marcador datado de 09 de Maio de 1993: "Numa família que se ama, na fé, na paz sempre unida, surgirão de ramo em ramo, os filhos, flores da vida".
Nem me lembrava deste marcador!!:)
Comecei a folhear o livro e percebi então!
Se tivessemos a possibilidade de nos deslocar no tempo e no espaço, se pudessemos encontrar outros "eu" e outros "tu", o que faríamos? Sei que me deliciei com este livro e ao voltar a folhear as suas páginas, voltaram à minha memória, desejos que todos os seres humanos têm: "e se a minha vida fosse outra?". Esta obra está repleta de imaginação, de fantasia, de viagens, de mundos, de amor, de valores.
Curiosidade: sabiam que Richard Bach , tal como Antoine de Saint-Exupéry era escritor e piloto.
Nota: 8/10

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Livros com cheiro

Neste fim de semana prolongado, dei prioridade às leituras com as minhas filhas. Depois de ler e de adorarmos o livro de Alice Vieira com cheiro a morango, fomos à procura e à descoberta de novos "cheiros".
As ilustrações destes novos livros são apelativas e originais; as histórias são divertidas com mensagens que transmitem valores e ensinamentos.
Mas o que nós achamos mais original, é o facto de passar a mão pela capa interior do livro e esta ficar a cheirar a baunilha, a caramelo ou mesmo a chocolate.

Pais, filhos, irmãos, famílias, leiam em conjunto e desfrutem dos sentidos e do prazer de estarem juntos.

"Isabel estranhou. A mãe respondia sempre a tudo, e quase sempre por três vezes.
- Chama o pai... - disse então a mãe, que tinha ficado branca de repente. (Branca, muito branca, branquíssima, diria ela.)
E só murmurava:
- O bébé vai nascer!
E, ao telefone, era agora Isabel que repetia:
- Ó pai, venha rápido, muito rápido, rapidíssimo!"
Nota: 9/10

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Marley e Eu

Esta foi a minha penúltima leitura Marley e Eu: A vida e o amor do pior cão do mundo é um livro não-fictício escrito pelo jornalista americano John Grogan. Através de uma narrativa em primeira pessoa, John Grogan relata a história real de seu cão da raça labrador americano chamado Marley e sua participação durante 13 anos na sua vida.

SINOPSE: "Quando John e Jenny se casaram, decidiram logo que queriam ter filhos, e para testar se seriam ou não bons pais, resolveram comprar um cão este que foi baptizado de Marley, em homenagem ao cantor de reggae Bob Marley. Com o tempo, o cão foi tornando-se um forte labrador com mais de quarenta quilos que, ao longo de seus treze anos de vida, colocou seus donos em situações embaraçosas e hilariantes, mas mostrou, ao mesmo tempo, o que realmente é importante na vida."
A MINHA OPINIÃO:
Como amante do mundo canino, li este livro e... deliciei-me. O livro é ternurento e fala sobre um casal de recém-casados que decide adquirir um cão - sem saberem - "o pior cão do mundo"... mas isso é o que todos nós dizemos cada vez que os nossos se lembram de fazer alguma asneira.Na tentativa de perceberem se já estariam prontos a assumir a responsabilidade dos filhos o casal decide adquirir um cão… isto, depois de uma tentativa falhada com uma simples planta. O livro conta, então, toda a história dos primeiros anos de vida deste casal, numa perspectiva muito particular, as acções e vida de Marley. Em suma, de tudo um pouco. Episódios divertidos, alguns não tanto. O livro relembrou-me todos os animais que já passaram cá por casa... e identifiquei-me com todas a peripécias. Desde os momentos em que chegaram/nasceram, idas ao veterinário, trapalhadas, doenças, encontros com abelhas, momentos de ternura. Regra geral, quem tem um cão minimamente enérgico, sabe que o nosso é sempre o pior do mundo. Contudo, tal como acontece neste livro, estes seres marcam pela sua presença, amizade, carinho, amor incondicional. A única coisa que nos pedem é um mínimo de cuidado e atenção. Esta é a receita mais instantânea possível para ter uma amizade cega e inquestionável. Para quem gosta de animais, Marley e Eu, o livro é uma indiscutível presença na biblioteca.
Pegadita

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mãe

No Natal recebi uma prenda da minha filha mais velha: Mãe.
Como é hábito na quadra natalícia, todos gostam de dar prendinhas e de receber, assim ela foi ter com a avó e explicou que devido a sua tenra idade não tinha nem dinheiro, nem sabia o que comprar à sua mãe. Foram às compras e obviamente optaram (com muito bom gosto) por este livro de Pearl S. Buck... só, e sendo um óptimo motivo, pelo título Mãe.

Confesso que, se por um lado fiquei comovida pelo gesto e pelo título do livro, também fiquei um pouco céptica em relação ao mesmo... nunca tinha ouvido falar nem da autora, nem do livro!

Pearl S. Buck nasceu em 1882 e sendo filha de pais missionários, foi viver para a China aos três meses. Sua obra A Boa Terra, de 1931, vendeu 1,8 milhão de cópias somente no primeiro ano e, por ela, recebeu o Prémio Pulitzer em 1932. Venceu também o Prémio Nobel de Literatura em 1938, sendo a primeira mulher a receber este prémio.
Mãe é uma obra fantástica, uma história de vida dura e rural nas províncias da China. As personagens não têm nomes; apenas e muito bem, são caracterizadas pelas relações familiares: mãe, pai, filho mais novo, primo, mulher do primo...
Uma mãe, que abandonada pelo marido, consegue criar três filhos (o filho mais velho, a filha cega e o filho mais novo) a muito custo e com muitas dificuldades. Não existe neste livro suspense ou fantasia! Somente uma história de vida de uma mãe que luta, que mente, que trabalha, que comete erros, que se redime, que ama, que vive para os filhos... e quando tudo parece acabar, o ciclo da vida renova-se e a esperança de uma vida melhor surge como por milagre.
Uma verdadeira história de luta por uma vida nobre, simples e pobre.
Recomendo vivamente!

Nota: 9/10

domingo, 11 de janeiro de 2009

Tobias e o Anjo

Li este livro e fiquei seduzida pela mensagem que nos transmite e pelo jeito, ilusoriamente simples, de lidar com as palavras, seleccionando-as, acomodando-as em frases/textos transbordantes de beleza.
É um livro que nos faz reflectir sobre as relações familiares, o impacto que elas podem ter nas crianças, o papel da escola, a importância da comunicação, o poder das palavras… E que nos obriga a deter em algumas frases ou expressões para apreciar a riqueza do seu conteúdo e a sua expressividade semântica, provenientes de uma evidente capacidade analítica e de uma fascinante criatividade da sua autora.
Conta-nos a história de uma menina que morava, com seus pais, num grande prédio nos arredores de uma cidade. Não tinha irmãos e os seus pais estavam sempre ocupados a berrar um com o outro. Por sorte, tinha o avô.
Os seus pais, nas fotografias do casamento, “tinham um brilho extraordinário nos olhos, como se uma fada tivesse deitado lá dentro lantejoulas”. Depois, este brilho desapareceu… A menina estranhava. “Os sonhos são como bolhas. De repente explodem e não fica nada. Com o nada também a luz se afasta.”- explicava o avô.
As contínuas discussões dos pais eram formadas por “palavras-térmitas”, “palavras-aranhas”, “palavras-escorpiões”… As palavras do avô eram muito diferentes. Não eram “palavras-pedrada-na-cara”. Em vez de fecharem as portas, abriam-nas. Eram “palavras-chave” e “palavras-manta”, “palavras-tépidas”, que aconchegam.
As”palavras-lixo” deixavam-na indiferente como uma pedra no meio do deserto.
As palavras da escola eram “palavras-confusão”, pois não respondiam a nenhuma das perguntas que enchiam a sua cabeça.
Quando o avô não estava, a menina sentia-se só. Ouvia a linguagem das coisas, mas não a das pessoas. Com as coisas, ela comunicava, falava sem abrir a boca, mas com as pessoas isso não era possível.
A menina tinha a sensação de que ninguém gostava dela, sentia-se um nada de que todos queriam ver-se livres.
E, um dia, saiu de casa e desapareceu…
O que lhe teria acontecido? Como teriam reagido os pais? Quem seria Tobias? E o Anjo?
Leia este livro e descubra as respostas a estas perguntas.

Às vezes, é preciso perder as coisas, para perceber a sua importância…

Lídia Valadares

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A razão dos avós


"Quanto maior é a dúvida sobre o passado, mais perguntas surgem a questionar o presente" in contra-capa.


Mais uma vez Daniel Sampaio surpreende com este livro. Qual o papel dos avós na nossa sociedade? Que relevância têm exactamente na educação dos seus netos? Que magia transportam eles para o seio do imaginário das crianças? Que lugar lhes dão os pais, seus filhos? Que valores transmitimos no século XXI?
Tantas perguntas... algumas com respostas, outras só nós sabemos como lhe responder.
É essencialmente um bom motivo para nós adultos, filhos de alguém e pais de crianças e jovens, reflectirmos sobre a importância das várias gerações na família.
Não é um romance para ler de fio a pavio. É um livro para ler calmamente, sem atropelos para interiorizar o que está escrito mas sobretudo para pensar e reflectir sobre a educação dos nossos filhos.
Nota: 8/10

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Adivinha Quanto Gosto de Ti

Sinopse:

“Às vezes, quando gostamos muito, muito de alguém, queremos encontrar uma maneira de descrever como os nossos sentimentos são grandes. Mas, como descobrem a Pequena Lebre Castanha e Grande Lebre Castanha, o amor não é coisa fácil de medir!” in contra-capa de "Adivinha Quanto Gosto de Ti".


É o que sinto em relação ao meu filhote Miguel, pois tenho, toda a hora, todo o instante, …. a necessidade de ouvir e sentir o quanto eu gosto dele. De como é IMENSO o meu amor pelo meu filhote.
Estou constantemente a verbalizar o meu amor por ele. Todos os dias e em todos os momentos que estou com ele o “encharco” de beijos e não me canso de dizer, esteja onde estiver, esteja com quem estiver, que "Amo-te muito, muito, muito".
Mas as palavras parecem pouco, quando existe sentimento tão grande, puro, bonito… É difícil de quantificar esse amor, mas com toda a certeza não é impossível.
Por isso, filhote lindo, não me canso de dizer “ AMO-TE MUITO, MUITO, MUITO…”
Na verdade os livros infantis, apesar de, por vezes, dizerem coisas diferentes, falam tanto às crianças como aos adultos! É lindo e interessante podermos perceber isso!
Sara Pereira, Mãe do Miguel Sardão (3 anos), Sala Aquário Colégio Imaculada Conceição.
Nota: 9/10