Começa a Primavera (aleluia!) mas também é o Dia Mundial da Poesia (e da árvore e se calhar também das flores e dos passarinhos e das nuvens e vai-se a ver até das formigas, que afinal um dia tem vinte e quatro horas e, bem divididinha a coisa, ainda se arranja espaço para mais umas comemorações concentradas todas no mesmo dia. Adiante.) Ora como de flores vai andar esta blogoesfera cheia, e como por aqui a Primavera só chegou em nome porque o frio continua invernal apesar do sol, a dona deste estaminé preferiu comemorar o dia da poesia. E como? Com um poema (óbvio...) de uma autora das novas que começa a ser reconhecida no meio literário (menos óbvio...) e que ainda por cima calha ser filha de uma amiga desta que vos escreve (completamente inesperado...). Apreciem e vão comprar os livros porque a rapariga precisa de vender, vá.
Entardecer
Hoje entardeci mais despida do que antigamente.
Não sei se pelos bosques tão devastados
se pelas bagas que colheste do meu dorso.
À tua sombra todos os amores são silvestres,
só as amoras são frutos impossíveis.
Catarina Nunes de Almeida, Prefloração