terça-feira, 29 de março de 2011
Piolho 004
Com as participações de Erberto H. Elder, Vasco Desgraça, António Lobo de Carvalho, Joël Basso, Pedro de Melo Fonseca, Miguel Oliveira, Joaquim Barlavento, Charles B. Trak, Atília Oops, Mário de Sá Cordeiro, Doutor Três Pescoços, Jonh Resistence, Phil Lupi , Joe Texas, Jorge Barros, Oliveira Martins Roxo, ARL, Emanuel Frieiras, Animal Licorne, Lurdes Terracota, (ilustrações), Grupo Porteño,Pedro Calcoen, Jack B. Daniels
número dedicado à heteronomia. Março 2011.
Contém vários poemas meus.
quinta-feira, 17 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Pássaro
O céu avermelhado
espelha
uma cor infernal
nas rochas. As aves gritam
o ar, pousam
nas pedras
encarnadas onde a minha
condição humana não me permite
chegar.
Sou pêndulo entre
penedos rasteiros. Saltos
incautos
para espiar o mar
recôndito .
O vento
agita-me das entranhas
às pontas dos
dedos, não permitindo
que a máquina
foque,
colocando-lhe
vultos
na objectiva,
sigo vazio
de fotogramas
por este lodo contínuo
até encontrar
a primeira ave
que se deixa apanhar:
está morta.
Bico a tocar-lhe no dorso, asas
deixadas à vontade
do seu último movimento:
contorcida.
Imagino-a no seu último voo
a pique
e o embater violento,
estalando-a fatalmente;
imagino-a a pousar
suavemente
no aconchego
das três pedras
que a rodeiam
e a ajustar
o corpo
ao seu fim.
Hoje
encarei a morte
de frente. Sei
que é apenas um pássaro.
Mas encarei-a, fiz-lhe
frente e trouxe-a
comigo.
Sei que enfrentarei
assim aqueles que amo:
mortos,
todos.
******
pedro s martins
sexta-feira, 4 de março de 2011
A amizade e partilha de interesses culturais será o mesmo, apenas têm que visitar (e enviar um pedido de amizade)
quarta-feira, 2 de março de 2011
Tese - Tomé Duarte
Diz o autor:
“Centro Cultural do Cartaxo EXPOSIÇÃO DE TOMÉ DUARTE: INAUGURAÇÃO ADIADA PARA 19 MARÇO
Quiseram os lábios feridos de uma mulher que fosse para Santiago de Chile em Agosto de 2010, com itinerário incerto e sem bilhete de regresso, na bagagem as máquinas fotográficas, na consciência o convite para expôr no Centro Cultural do Cartaxo. Pelas circunstâncias e pelos conselhos do mestre acabei por me perder a solo, primeiro nas ruas inseguras de Valparaíso, depois na Patagónia. Tendo sobrevivido duas semanas com uma pequena mochila às costas e aquilo que a montanha ainda nos dá, confessados os pecados aos Glaciares, aos Abismos, aos Pumas e a Aranhas pouco amigáveis que prometeram guardar os meus segredos no crepitar das capas de gelo do aquecimento matinal de uma certa lagoa glacial de altitude, acabei por agendar data de regresso e marcar exposição para 5 de Fevereiro - tempo que chegue e que sobre, pensei.
Enganei-me.
Não por desleixo ou falta de entusiasmo mas precisamente por uma tremenda consideração por este convite e pelo Cartaxo, pedi a custo ao Marco Guerra mais uns dias, e ele deu-me um mês - lábios feridos de mulher não têm pressa.
Tomé Duarte”