Agora vai, galera!
Conheci uma ótima profissional e juntas vamos tentar descobrir a forma mais eficaz para diminuir ou acabar com meus episódios de compulsão e auto-boicote. Gostei de saber que a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar muito no processo do emagrecimento.
Olhem alguns trechos da matéria sobre o uso da terapia comportamental no emagrecimento, baseada no livro Pense Magro – A Dieta Definitiva de Beck, da psicóloga Judith Beck -
filha do psiquiatra Aaron Beck, fundador, nos anos 60, da terapia cognitivo-comportamental (matéria completa aqui da Veja de 2008):
A dieta do pensamento
Não tem nada de mágica, não. Para você perder os quilos a mais e ficar elegante para sempre, a terapia cognitivo-comportamental oferece um caminho: deixar de "pensar gordo" e passar a "pensar magro"
(...)
... será que você pensa certo no que se refere às suas formas? Ou melhor, será que você não está "pensando gordo" em vez de "pensar magro"? Pensar magro (vamos abolir as aspas como um excesso adiposo) significa, basicamente, reprogramar seu cérebro para que ele passe a dominar a fome ou a simples gulodice até o ponto em que você possa ignorar um prato de coxinhas da mesma maneira que despreza aquele ex-amigo fofoqueiro. Reprogramar o cérebro não implica tomar choques elétricos ou aderir ao zen-budismo. Requer enfrentar frituras, salgadinhos, doces e refrigerantes sem subterfúgios – e, espera-se, com alguma altivez. Nada de tentar cancelar-lhes a existência, porque, afinal de contas, o mundo não é um spa. A resistência mental definitiva é o que prega a terapia cognitivo-comportamental (TCC), hoje considerada o tratamento de primeira linha contra o excesso de peso.
(...)
O objetivo da TCC é, por meio da combinação de confronto e resistência, "desligar" os comandos cerebrais que acionam os pensamentos distorcidos – no caso, aqueles que levam as pessoas a empanturrar-se. De fato, na maioria das vezes, as pessoas que pensam gordo o fazem por causa de uma associação meramente subjetiva entre comida e determinados sentimentos. Há as que comem porque estão felizes e as que comem porque estão infelizes (ou ambos). Existem as que se empanzinam porque estão numa festa e vêem os outros comendo e as que se empacham porque estão completamente sozinhas (ou ambos)... Desconectar apetite e situação, eis a chave da terapia cognitivo-comportamental.
(...)
Na visão dos adeptos desse método, grande parte dos distúrbios psíquicos, como a depressão, a ansiedade e as fobias, deve-se a interpretações errôneas do mundo concreto. Assim, o substrato da TCC é a exposição da pessoa à realidade que a afeta, de modo a levá-la a reagir proporcionalmente a ela. Em geral, o prazo é de vinte sessões. No tratamento de fobias, por exemplo, confronta-se o paciente com o objeto de seu medo exagerado. Se a fobia é de cachorro, o fóbico "desaprende" a temer o animal entrando em contato direto com ele.
(...)
Driblar a compulsão por comida é tarefa das mais difíceis. Para se ter uma idéia do seu grau de complexidade, a linha mais recente de pesquisas sobre os mecanismos da obesidade a compara ao vício, por envolver o sistema cerebral de recompensa.
É provável que novos estudos mostrem que o recondicionamento para pensar magro transforma a química cerebral. Não há nada de mágico nisso. Pensar magro demanda empenho e disciplina. Envolve cultivar melhor as emoções e adquirir novos comportamentos. A perda de peso não é da noite para o dia. Em situações mais difíceis, para prevenir as recaídas, seguir o manual não é suficiente. Torna-se necessário recorrer a um especialista.