Anda para aí um alarido sobre as cores da bandeira nacional porque, ao que
parece, alguém (é o que alguns dizem), não quer o vermelho como parte
integrante desse símbolo pátrio.
Chegam a pedir prisão para o falante(?) por, afirmam, falta de respeito
devido a este emblema sagrado da portugalidade.
Desculpem-me todos os “ofendidos”
e indignados deste país, mas não entro na onda! A falação que originou a celeuma
e a consequente repulsa é, afinal, a normalidade do palrante e do que ele
representa.
Eu justifico.
Muito tenho ouvido sobre um presumido, “somos
um clube diferente”, ou, “somos
diferentes”. Ora, a bazófia deve ser convertida em actos e comportamentos
para ter, (e tem), algum significado!
E o exemplo deve vir de cima!
Não é por possuir memória curta que recordo factos não muito remotos.
Lembro-me, a título de exemplo, de um recém eleito presidente de tal agremiação
desportiva andar a pinotear a maraca, enquanto se preocupava mais com o vizinho
do que com a tarefa para que, presuntivamente, teria sido eleito. Foi um
sujeito que, pública e chocarreiramente chacoteado pelo “Madaleno” condenado
por corrupção desportiva tentada, não se coibia do seu modo, diferente, de
submissão rastejante ao chacoteador.
Fazia-me relembrar o “fiel amigo”
do homem que, pontapeado pelo dono, logo se apressa a lamber-lhe a mão.
Era uma afirmação mais da diferença!
O graçolas ora opinante(?) do colorido nacional do nosso símbolo maior
também, noticiam, foi eleito no meio de cacos e dos cacos da diferença. Não
pode causar admiração que procure sublimar essa diferença, diferenciando-se não
se diferençando.
Presumindo-se janota de fato e gravata, é-lhe legítimo perante a sua turba
abocanhar a bacoquice.
Perante o facto, diferente, por que motivo a sua prosápia há-de enxovalhar
o que quer que seja?!
Crime as suas truanices?!
Só comete um crime quem é capaz de avaliar a ilicitude do facto e de se
determinar de acordo com essa avaliação.
Alguém pode considerar ter o bazófias categoria para ofender quem quer e o
que quer que seja?
Por amor de Deus, o homem é diferente e é presidente de um clube diferente!
Demonstrando a sua antipatia ao vermelho, só está a acentuar a sua diferença!
Se por ali houvesse, junto dele, alguma bandarilha, ele arremetia com outros
propósitos e outra coreografia … diferentes!
A sua alergia ao vermelho, por outro lado, é uma manifestação mais da sua
diferença e de como a sua agremiação é diferente. Ela apenas representa o
reconhecimento da diferença que existe numa pequenez natural colocada perante a
grandiosidade do vermelho e dos símbolos, pátrios e desportivos, que essa cor maravilhosa
representa em Portugal!
E a capacidade de tal reconhecimento, conseguida somente por via e à custa
de uma ingénita e tormentosa dor de cotovelo bem recheada de inveja natural
agregada, é a tentativa de diferenciar-se no natural do seu anânico.
Perante estas realidades, que ninguém, em especial os Benfiquistas, se
enfade com o presumido espirituoso. Se algum crime ele cometeu foi apenas para
com a sua agremiação por não ter sabido sequer tornar-se diferente e fazer a
diferença da sua diferença e da diferença da sua agremiação!
A sua palrice foi mais e somente um manifestar incessante de um modo de ser
e estar, a vivência de uma agremiação que mantém a sua diferença, na sua contínua
identidade … diferente!