PESCADOR DE SONHOS
Estou neste banco sentado
Olhando o nada à tardinha.
Cá por mim nunca me enfado
A pescar sonhos à linha.
Calcorreio o meu passado,
Assobio uma modinha,
Chego a dormir um bocado
A pescar sonhos à linha.
Navego, pano enfunado
Do vento que se avizinha,
Quando estou aqui sentado
A pescar sonhos à linha.
Sei do que sou acusado:
Não cuido da sorte minha.
Deixem-me estar sossegado
A pescar sonhos à linha...
Relva, 2013-11-19
Aníbal Raposo
(Foto de Paulo Dias
Fishing a Dream)