AS PALAVRAS ESTÃO A MONTE
Às vezes as estrelas são tão poucas...
Não ocupam o espaço que há no céu
De alegria que é o nosso amor.
Às vezes os navios são escassos
Para navegarem em todas as rotas
Do mar oceano das nossas emoções.
Às vezes os arados são tão parcos
Que não abrem os sulcos necessários
Na terra virgem do nosso encantamento.
Às vezes não se encontram as sementes
P'ra semearmos em húmus criador
A esperança do futuro que sonhámos.
Às vezes procuramos palavras fugidias.
Andam a monte por amor à liberdade.
Não cedem à prisão que é o poema.
Ponta Delgada, 2011-09-06