Warao

Los warao como desplazados urbanos en Venezuela y Brasil Os Warao como deslocados urbanos na Venezuela e no Brasil Resumen: Los warao son un grupo étnico que tiene como hábitat ancestral el Delta del Orinoco, ha acudido en el pasado a los centros poblados urbanos venezolanos en situaciones desesperadas. Actualmente se han unido a la diáspora que la crisis política y socioeconómica ha generado entre la población de Venezuela y muchos de sus integrantes están abandonando el país en busca de alimentos, asistencia sanitaria y seguridad. Entre 2012 y 2020 son ya varios miles los indígenas que se han desplazado hasta Brasil, formando precarios campamentos en diversas ciudades. Este nuevo fenómeno, cuyas consecuencias son aún difíciles de predecir, está siendo estudiado en el entorno académico brasileño y varias instituciones gubernamentales y no gubernamentales, nacionales e internacionales, se han abocado a la búsqueda de soluciones. Palabras clave: Brasil; desplazados; indígenas; migraciones; warao.
Resumo: O povo indígena Warao é um grupo étnico cujo habitat ancestral é o Delta do Orinoco. Alguns deles foram para centros urbanos venezuelanos em situações desesperadas no passado. Atualmente juntou-se à diáspora que a crise política e socioeconômica gerou entre a população da Venezuela e muitos de seus membros estão deixando o país em busca de comida, cuidados de saúde e segurança. Entre 2012 e 2020, já existem vários milhares de indígenas que se mudaram para o Brasil, formando acampamentos precários em várias cidades. Esse novo fenômeno, cujas consequências ainda são difíceis de prever, está sendo estudado no ambiente acadêmico brasileiro e várias instituições governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais, estão atualmente procurando soluções.

Este artigo tem como  objetivo relatar a experiência da construção do fluxo  de acolhimento e serviços públicos e garantias de direitos ao povo Warao oriundos da Venezuela, na cidade de Santarém-PA.  A  construção  do  fluxo  surge  a  partir  da  demanda  dos  serviços  na  tentativa  de ordenar o atendimento diante dos desafios do acolhimento, tal como a sobreposição de situação jurídica  de  povo  indígena  e  refugiado.  A  metodologia  incluiu  os  trabalhadores  dos  serviços  e evidenciou  alguns  nós  que  surgem  entre  a  aplicação de  legislações  e  a  garantia  de  direitos apontando para a necessidade da construção de uma política nacional para o acolhimento dessa população.

Este artigo argumenta que a concepção de “índio” prevista na Constituição Federal brasileira deveria ser interpretada de maneira a se conceber que mesmo os indígenas que tenham imigrado para o Brasil – como os índios venezuelanos da etnia Warao –, devem ter assegurado em seu favor a maioria dos direitos que são reconhecidos no direito brasileiro aos índios. Nas primeiras partes do texto, são apresentadas características gerais do povo Warao; em seguida, é listado um conjunto de direitos subjetivos que o direito brasileiro reservaria especificamente aos índios, a saber, (a) o direito à proteção cultural e à atenção especial à saúde, (b) o direito a um ensino fundamental especial, (c) o direito à representação e defesa técnica especiais, (d) o direito à consulta prévia e (e) o direito coletivo à terra. Ao final, sustenta-se que, parecendo existir duas concepções concorrentes de “índios” na Constituição, dever-se-ia optar por aquela que os considera mais como um grupo vulnerável do que como um grupo civilizatório, podendo-se então concluir que os índios imigrantes, como os Warao, também deveriam ser considerados titulares daqueles direitos indígenas
específicos – excetuado apenas o direito possessório sobre terras tradicionalmente ocupadas.

Índice:

Peter Rivière Prólogo
Germán Freire Introducción

Parte I: Epidemiología Histórica

Franz Scaramelli y Kay Tarble El impacto de las enfermedades del viejo mundo en el Orinoco Medio: análisis histórico y epidemiológico.

Roberto Lizarralde y Manuel Lizarralde Historia de las epidemias entre los Barí.

Parte II: Salud Indígena

Egleé L. Zent y Stanford Zent Ser y volverse Jodï: la construcción del ser, el cuerpo y la persona a través de las prácticas curativas.

Jacques Lizot El mundo intelectual de los Yanomami: cosmovisión, enfermedad y muerte con una teoría sobre el canibalismo.

Jonathan Hill y Myla Oliver Curanderos rituales, salud y medicina moderna entre los Curripaco de Amazonas.

Michel Perrin Cura chamánica, sueños y eficacia terapéutica: el ejemplo de los Wayúu.

María E. Villalón y Henry Corradini Predeterminaciones fatales: la construcción discursiva de la melancolía entre los E'ñepa de Venezuela.

Werner Wilbert y Cecilia Ayala Lafée-Wilbert Fitoterapia Warao.

Parte III: Salud Pública

Stanford Zent y Germán Freire Economía política de la salud, la enfermedad y la cura entre los Piaroa.

Clara Mantini-Briggs y Charles Briggs Narrativas patológicas y epidemias de discriminación hacia la población Warao: la epidemia de cólera y los indígenas como ciudadanos de segunda en Venezuela.

José A. Kelly Equívocos sobre identidad y cultura: un comentario sobre la formulación de políticas para los pueblos indígenas de Venezuela.

Arelis Sumabilla Salud y violencia entre los Jivi Playeros de los llanos del Río Arauca.

Los indígenas Warao del delta de Orinoco, forman una cultura de grandes navegantes, pescadores, recolectores y horticultores incipientes, sin cerámica, habitantes de marismas y riberas de caños y ríos. Muchos de ellos, sin embargo, han salido de allí para congregarse en asentamientos urbanos “criollos” (no indígenas), formando verdaderos “barrios” e integrándose en la estructura socioeconómica de aquéllos según ciertas características particulares. Exponemos aquí una interpretación de este fenómeno, basada en la observación de uno de ellos: la población de La Horqueta, en la intersección de los caños Cocuina y Pedernales.

When talking about the Warao, we tend to consider this ethnic group indigenous to the Orinoco river, as a homogeneous society, with some similar characteristics in the whole area of ​​its territory. Both in his oral history, myths, modern ethnography, as well as in the historical sources, we can see that existed in the past at least four distinct groups of this indigenous culture. Todaymany of these differences  may be seen in well-defined territories in the Orinoco Delta and its periphery, where it is possible to find indigenous inhabitants living in stilt houses, without horticulture or canoes to emerging farmers living in high ground houses, builders of canoes and urban dwellers.


Cuando se habla de los Warao, se tiende a considerar a este grupo étnico ribereño autóctono del Orinoco, como una sociedad homogénea, con ciertas características similares en todo el ámbito de su territorio. Tanto en su historia oral, mitos, la moderna etnografía, como en las fuentes históricas, podemos ver que existieron en el pasado al menos cuatro grupos bien diferenciados de esta cultura indígena. Hoy pueden verse muchas de estas diferencias en sectores bien definidos del teritorio deltano y su periferia, donde habitan desde indígenas sin horticultura habitando casas sobre pilotes en las riberas, sin canoas, hasta agricultores incipientes, habitantes de casas construidas en terrenos altos, constructores de canoas y habitantes urbanos.

Los Warao son los habitantes autóctonos del delta del Orinoco, en Venezuela. Una cultura de pescadores, recolectores y horticultores incipientes que habita las riberas y caños del estuario orinoquense. Diversas circunstancias de índole humana y natural han ocasionado la cada vez más frecuenta salida de grupos de indígenas que se residencian en las ciudades de la región o acuden a ellas esporádicamente, en busca de ingresos monetarios y accesos a servicios educativos y asistenciales de los que carecen en sus lugares de origen.

Este artigo objetiva destacar as principais legislações nacionais e internacionais acerca do direito dos povos indígenas no que concerne aos direitos humanos; bem como interligá-las, de forma breve, à situação dos indígenas Warao que têm se deslocados ao Brasil. Inicialmente, limitado ao território tradicionalmente habitado; o deslocamento Warao ampliou-se para outras regiões da Venezuela e, por consequência, ao Brasil. No plano internacional, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil em 2004; a Declaração da ONU sobre os Povos Indígenas, de 2007; e a Declaração Americana sobre Direitos dos Povos Indígenas (DADPI), 2016, configuram-se como os principais ordenamentos jurídicos ao trato dos povos indígenas. No âmbito nacional, a Constituição de 1988 e a Nova Lei de Migração (Lei n° 13445, de 24 de maio de 2017) proporcionaram uma perspectiva mais humanitária às questões de migração. Dessa forma, em síntese, são garantidos ao povo Warao, em território brasileiro, os direitos humanos universais; os direitos como indígenas e os direitos dos migrantes.

Palavras-chave: Povos Indígenas. Warao. Direitos Humanos.

In 1965 The Corporación Venezolana de Guayana (CVG) constructed a dam at the Caño
Manamo in the Orinoco Delta. This was intended, initially, to protect a great extension of
supposedly very fertile agricultural land from the periodic floodding of the Orinoco river.
Actually, it resulted in an ecological disaster in both the natural and human environments.However, in the area considered in this paper, enclosing the NW of the Delta Amacuro
State and the SE of Monagas State, oppinions vary among the local population. Many
urban inhabitants of Tucupita and La Horqueta, even recognizing the negative aspects of
the closure, tend to look at this intervention as not entirely without benefits, such as the
currently absence of inundated lands. The Warao Indians, in the end, were who sufered
the most as a result of the intervention. This paper was based on official documents and
reports from different governmental agencies, all related to the initial proyect. Also, is
has been complemented with oral versions from several people, both Indians and
Criollos, living and/or related to the area considered.

This paper describes how the Warao of the Orinoco Delta (Venezuela) use the moriche palm (Mauritia flexuosa) and settle for shorter or longer periods in the swampy areas where palm groves are found – by comparison with the Jivaroan Achuar of Ecuador.
Moriche palms (whose starch, fiber, fruits, hearts, sap, etc., are exploited) have represented a crucial resource for the Warao, enabling them to live in refuge areas that others consider inhabitable. Yet their use of moriche palms is not a survival from a precolombian past, but rather one of the means (along smuggling, for instance) that have enabled them to avoid full incorporation in the state and to remain in the Orinoco Delta.

(Eds.) 2021 (2020). Mobilidade humana na Pan-Amazônia: implicações teóricas e experiências empíricas. Boa Vista: Editora da UFRR. 513 p. il. Resumen: Los indígenas Warao del delta de Orinoco, pescadores, recolectores y horticultores incipientes, sin cerámica, su hábitat son las marismas y riberas de caños y ríos. Muchos de ellos, sin embargo, han salido de allí para congregarse en asentamientos urbanos "criollos" (no indígenas), formando verdaderos "barrios" e integrándose en la estructura socioeconómica de aquéllos según ciertas características particulares que responden a una estrategia adaptativa ancestral. Exponemos aquí una reseña etnográfica de uno de ellos y el proceso que lo originó: el asentamiento Warao en la población de La Horqueta, en la intersección de los caños Cocuina y Pedernales, en el estado Delta Amacuro, Venezuela. Palabras clave: Asentamiento, Delta Amacuro, Indígenas, Migraciones, Venezuela, Warao.
Resumo: Os povos indígenas warao do delta do Orinoco, pescadores, coletores e horticultores incipientes, sem cerâmica, seu habitat são os pântanos e as margens de tubulações e rios. Muitos deles, no entanto, saíram de lá para se reunir em assentamentos urbanos "crioulos" (não indígenas), formando verdadeiros "bairros" e integrando-se à sua estrutura socioeconômica de acordo com certas características particulares que respondem a uma estratégia adaptativa ancestral. Apresentamos aqui uma revisão etnográfica de uma delas e o processo que a originou: o assentamento Warao na cidade de La Horqueta, no cruzamento dos canais de Cocuina e Pedernales, no estado de Delta Amacuro, Venezuela.  Assentamento, Delta Amacuro, Indígenas, Migrações, Venezuela, Warao
Abstract: The Warao, indigenous people of the Orinoco delta, are fishermen, gatherers and incipient horticulturists, without ceramics and their habitat is the marshes and banks of pipes and rivers. Many of them, however, have left there to congregate in "creole" (non-indigenous) urban settlements, forming true "neighborhoods" and integrating into their socioeconomic structure according to certain particular characteristics that respond to an ancestral adaptive strategy. We present here an ethnographic review of one of them and the process that originated it: The Warao settlement in the town of La Horqueta, at the intersection of the Cocuina and Pedernales channels, in the Delta Amacuro state, Venezuela.

Based on fieldwork conducted in an Amerindian Village in Guyana, located close to Venezuela, this article investigates how the border exists for local residents. Everyone is aware that the border, thick and porous, creates a differential between the two countries that engenders circulations and transactions, especially the migration of refugees from Venezuela, the smuggling of fuel, and the trade of food and other commodities. Such activities trigger rivalry and competition between the different actors involved. The local population is characterized by multiple forms of differentiation, and people who migrate between Venezuela and Guyana also move between two identity regimes: being Amerindian or not, being Venezuelan or Guyanese, do not mean the same thing everywhere. Finally, this article attempts to nuance a common argument: that people living in borderlands resist the imposition of borders by states. Those who reside in Guyana, including migrants, also want the border to act as a barrier, protecting them from the violence that currently affects Venezuela.

Los Warao, indígenas pescadores, recolectores y horticultores incipientes que habitan las riberas e islas de los caños del estuario del Orinoco, se han visto obligados en los últimos años a cambiar sus costumbres de recolectores en el medio natural para recolectar dinero en las ciudades. Los autores analizamos aquí brevemente las causas y características de este proceso.

Resumo:
O povo indígena Warao é um grupo étnico cujo habitat ancestral é o Delta do Orinoco, eles juntaram-se à diáspora que a crise política e socioeconômica gerou entre a população da Venezuela e de muitos dos seus membros que também estão a deixar o país em busca de comida, cuidados de saúde e segurança. Entre 2012 e 2020, já existiam vários milhares de indígenas que se mudaram para o Brasil, formando acampamentos precários em várias cidades. Esse novo fenômeno, cujas consequências ainda são difíceis de prever, está a ser estudado no ambiente acadêmico brasileiro e várias instituições governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais, estão atualmente á procura de soluções.
Palavras-chave: Brasil, Deslocados, Indígenas, Migrações, Warao.
Abstract:
The Warao Indians, an ethnic group whose ancestral habitat is the Orinoco Delta, has joined the diaspora that the political and socioeconomic crisis has generated among the population of Venezuela and many of its members are also leaving the country in search of food, health care and security. Between 2012 and 2020 several thousand Warao people have moved to Brazil, forming precarious camps in various cities. This new phenomenon, whose consequences are still difficult to predict, is being studied in the Brazilian academic environment and several governmental and non-governmental institutions, national and international, have focused on finding solutions.
Key words: Brazil, Displaced, Indians, Migrations, Warao.

Esta Dissertação teve por objetivo analisar o deslocamento de indígenas da etnia Warao para Boa Vista/RR, tendo por base as principais legislações internacionais e nacionais sobre os direitos dos povos indígenas no que se refere aos direitos humanos. O abrigo Centro de Referência ao Imigrante (CRI) foi definido como locus para a pesquisa de campo; pois esse, além de figurar em destaque em diversos estudos, é o principal local de acolhimento de tais indígenas na capital do estado de Roraima. A obtenção de dados deu-se através de várias idas a campo; contudo, pelo caráter etnográfico da pesquisa, experiências com os Warao, em outras localidades, também figuram no corpo do trabalho. Com relação à estrutura teórica, o presente estudo conta com quatro capítulos bem delimitados e correlacionados entre si. O primeiro trata dos direitos fundamentais e os povos indígenas; já o segundo se detém sobre os direitos humanos e o CRI. No terceiro, as principais etnografias sobre o povo Warao servem de base para elaboração. O quarto e último tem por ponto nevrálgico a temática do deslocamento indígena. Em suma, pelo ineditismo e a dinâmica do tema, salientamos a máxima necessidade de trabalhos que circundem os indígenas da etnia Warao de forma ampla e densa. 

Palavras-chave: Warao. Etnografia. Direitos Humanos. Deslocamento.

El Estado Delta Amacuro tiene 40.200 km²ubicados entre las coordinadas 07º46’; 10º04' latitud Norte y 59º47'; 62º36' longitud Oeste, lo que lo sitúa entre los estados con mayor superficie de Venezuela. Comparativamente,
parece una extensión muy grande para unos 26.000-28.000 indígenas Warao(1), opinión que aparece con cierta frecuencia en los medios de comunicación social públicos y privados. De la misma forma, muchos
imaginan la región deltaica como un paisaje «pristino», que ha experimentado muy pocos cambios en su geografía
natural y humana. Por el contrario, es fundamental reconocer que el Delta del Orinoco ha cambiado profundamente durante el último siglo, tanto en su medio ambiente como en las características y distribución de
su población. Sin embargo, hay áreas del Delta que parecen haber llegado al límite de su capacidad de carga bajo las actuales condiciones económicas y sociales, como la parte del Municipio Antonio Díaz al norte del Río Grande del Orinoco.
Este trabajo prentende destacar algunos hitos importantes en la historia ecológica del Delta. Mas que una
exposición sistemática, nos gustaria exponer una serie de cuadros o viñetas con el objeto de ilustrar los principales
momentos de esta historia.

This paper will discuss contending language ideologies in the early twentieth century efforts at translating Warao into Spanish. It will analyze the linguistic and semiotic collision between the Warao and the emerging Venezuelan nation-state. Its main focus will be on the Catholic missionaries’ production of dictionaries, grammars and other forms of linguistic descriptions, and the Warao’s own interpretation of the language encounter. At the beginning of the twentieth century, Warao was regarded by the missionaries as incompatible with modernity and the political developments of the new century. It was considered too underdeveloped and illogical to be the language of Venezuelan citizens. Hence, the goal of the missionaries was to give the Warao the tools for interpreting modernity, and paramount among these tools was Spanish. At the same time, the Warao interpreted the encounter with the nation-state as a mistranslation. This lack of communication with the new nation state was expressed in Warao narratives and general discursive topics. From their standpoint, the encounter with missionaries and modernity was full of confusion and misunderstandings. This paper will argue that a raising consciousness of subordination among the Warao parallels the naturalization of semiotic misunderstandings at the moment of the encounter with the state. The analysis of the linguistic ideologies that this situation produced will be useful to illustrate how the Warao internalized their subordinate position.

Los Warao son un grupo autóctono con cultura, lengua y hábitat propios, que ocupa el
delta del Orinoco y los teritorios adyacentes. Son una de las etnias más antiguas y,
paradójicamente, más numerosas de Venezuela. Su cultura tradicional, pacífica, de
pescadores y horticultores incipientes, se ha desarrollado basada en una estrecha relación
con el río, en armonía con el ambiente y el ecosistema. A través de milenios de habitar el
difícil medio deltaico, han sido, desde tiempos precolombinos hasta el presente, los guías
indispensables y verdaderos conocedores de la naturaleza y del intrincado laberinto de
caños e islas que forma la desembocadura del Orinoco en el Atlánico.

Resumen:
En los últimos tiempos, la crisis económica y política de Venezuela, ha provocado la salida de numerosos grupos y familias Warao más allá de las fronteras, llegando hoy en día hasta lugares tan lejanos como la ciudad brasileña de Manaos. Cuando este fenómeno empezó a manifestarse en Venezuela, hacia el año 2000, decidimos investigar para conocer las causas y soportar soluciones a esta situación. En enero de 2003, la Corporación Venezolana de Guayana (CVG) acudió al Departamento de Antropología del Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas (IVIC), solicitando propuestas para resolver el problema de los precarios asentamientos de indígenas Warao que existían en los alrededores de Ciudad Guayana, San Félix y Puerto Ordaz, el enorme centro urbano que forma el polo de desarrollo de Guayana, en el estado Bolívar, Venezuela. Especialmente en la zona del vertedero municipal. Nos abocamos a esta tarea el Dr. Werner Wilbert, investigador y quien suscribe, Dr. Alvaro García-Castro. Presento aquí una descripción modificada de aquel proyecto, que entonces denominamos UMBRAL, consistente en la instalación de poblados Warao de transición. Su finalidad sería proporcionar a los migrantes una estructura residencial y de servicios básica, tomando en cuenta las particulares características culturales Warao, que les permitiera una integración gradual con la sociedad criolla moderna. Dicha propuesta fue presentada en marzo siguiente ante aquella institución guayanesa y nunca llegó a realizarse. Debido a que la situación en origen que genera las migraciones, no parece que vaya a solucionarse a mediano plazo, he procurado adaptar las características de dicho proyecto al caso brasileño, para que pueda ser revisado y considerado como una alternativa a la presencia creciente de numerosos miembros de esta etnia en diversos lugares de Brasil.

Resumo:
Nos últimos tempos, as crises econômicas e políticas na Venezuela causou a saída de numerosos grupos e famílias Warao para além das fronteiras, atingindo hoje tão distantes como a cidade brasileira de Manaus. Quando em 2000 este fenômeno começou a se manifestar na Venezuela, decidimos investigar as causas e soluções para apoiar esta. Em janeiro de 2003, a Corporación Venezolana de Guayana (CVG) foi para o Departamento de Antropologia do Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas (IVIC), solicitando propostas para resolver o problema das favelas indígenas Warao que existia em torno Ciudad Guayana, San Felix e Puerto Ordaz, o grande centro urbano que é o hub do desenvolvimento da Guayana no estado de Bolívar, Venezuela, especialmente na área de resíduos urbanos. Nós aplicamos para esta tarefa Dr. Werner Wilbert, o pesquisador-assinado, e nós mesmo, Dr. Alvaro García-Castro. Apresento em seguida aqui uma descrição modificada desse projeto, que chamamos UMBRAL, que consiste na instalação de aldeias de transição Warao. Seu objetivo seria fornecer a os migrantes com uma estrutura residencial e serviços básicos, tendo em conta as características culturais específicas Warao, permitindo-lhes uma integração gradual com a sociedade crioula moderna. A proposta foi apresentada a issa instituição guayanesa em março de ese ano e antes que nunca chegou a ser concretizada. Porque hoje a situação do origem das migrações não é susceptível de ser resolvido no médio prazo, tentei adaptar as características do projeto para o caso brasileiro, para que possa ser analisado e considerado como uma alternativa para a crescente presença de numerosos membros deste grupo étnico em várias partes do Brasil.

This paper argues that Ellen Basso’s notion of ordeals of language can help us understand the semiotic mechanisms that affect political agency in the relation between indigenous populations and the state in Venezuela. Here I describe how linguistic performance and the struggle over political gifts influenced the production of what Basso calls “texts of the self” during the 2008 primary elections in the Orinoco Delta, Venezuela. During this election gifts distributed to gain the vote of the Warao produced a situation in which local leader’s political alliance was compromised and had to be reasserted. A closer look into the process of creating political alliance through gift giving shows how ordeals of language are central in the positioning of indigenous leaders in Venezuela. Ellen Basso’s notion of language ordeals is particularly appealing to complement the analysis of political agonistic exchange (Mauss 1925). I argue that this form of analysis represents a more accurate and powerful heuristic tool to understand political relations between so-called populist democracies and Amazonian societies.

Los Warao son el segundo pueblo indígena más numeroso de Venezuela. Habitan en mas de 450 comunidades en el delta del río Orinoco, en condiciones de vida caracterizadas por la carencia de saneamiento básico, falta de agua potable, escasez de alimentos y poco acceso a servicios de salud. La tuberculosis (TB) o infección activa por Mycobacterium tuberculosis es una de las principales causas de muerte a nivel mundial, y su incidencia en Venezuela está aumentando. El objetivo del trabajo es dar a conocer los determinantes sociales y los factores de riesgo de orden genético, inmunológico, ambiental y de atención que contribuyen a que permanezca la alta prevalencia de TB entre las comunidades Warao del delta venezolano.

Este trabalho  parte "(...)  de uma reflexão teórica a partir da perspectiva do autor sobre sua vivência durante um ano em um abrigo indígena, maioritariamente Warao, no estado de Roraima. Contextualiza-se, pois, a partir de sua experiência profissional com
povos indígenas, problematizações que criticam as pressuposições sobre os indígenas Warao a partir do sintagma “indígena-migrante-refugiado” na condição de abrigamento pelo contexto da migração venezuelana para o Brasil. Situa-se, pois, a gestão de vidas por organizações humanitárias religiosas, organizações de governo e exército brasileiro,
que legitimam um determinado tipo de sofrimento como pedagogia, por meio de uma teodiceia pedagógica (Majewski, 2018)".

Como nuevo intento de proyecto de "desarrollo" (palabrita que no quiere desaparecer ni morir) Se quiere plantear el mangle como recurso renovable, un bien cuyo manejo es sustentable. Pero hoy, en el Bajo Delta Occidental, los manglares no pueden ser del todo considerados una riqueza natural. Antes bien, son un índice de miseria. De una desgracia ecológica natural y humana.

Guyana, en el contexto de la crisis migratoria de Venezuela, ha acogido a “refugiados” (como se les conoce localmente) que son en su mayoría amerindios o indígenas warao. Un estudio de la zona fronteriza entre los dos países muestra que esta “migración” forma parte de un complejo conjunto de movimientos de diversa amplitud espacial y temporal. La mayoría de los warao que van a Guyana pertenecen en realidad a una comunidad transfronteriza para la que el cruce de la frontera no es excepcional, especialmente porque la población local es en su mayoría indígena. Sin embargo, cabe destacar que la región se ha desarrollado, no a pesar de la frontera, sino por ella o en torno a ella: actúa como un umbral económico que fomenta el comercio y el contrabando, y proporciona una barrera protectora contra la violencia que ahora afecta a Venezuela. Además de estos usos estratégicos, la frontera también representa una frontera entre dos sistemas de identidad y entre Estados con modos de funcionamiento muy diferentes: por lo tanto, es un lugar de malentendidos prácticos, que también ofrece la oportunidad de poner de relieve discrepancias importantes.

Nesse artigo, analisamos uma situação etnográfica - a remoção forçada de indígenas migrantes warao de um espaço público onde estavam acampados e sua consequente condução para abrigos - desde uma perspectiva crítica das políticas de assistência social e da rede que ela compõe. Buscamos explorar como tais políticas, que iniciam com descaso e omissão, se transformam em verdadeiros instrumentos de controle social e coerção enraizadas na lógica do poder tutelar, quando os serviços dessa rede se encontram diante de uma situação limite.

Los warao son el segundo pueblo indígena más numeroso de Venezuela. Habitan en más de 450 comunidades en el delta del río Orinoco, en condiciones de vida caracterizadas por la carencia de saneamiento básico, falta de agua potable, escasez de alimentos y poco acceso a servicios de salud. La tuberculosis (TB) o infección activa por Mycobacterium tuberculosis es una de las principales causas de muerte a nivel mundial, y su incidencia en Venezuela está aumentando. El objetivo del trabajo es dar a conocer los determinantes sociales y los factores de riesgo de orden genético, inmunológico, ambiental y de atención que contribuyen a que permanezca la alta prevalencia de TB entre las comunidades warao del delta venezolano.

A mediados del siglo XX se empezó a ver deambulando por algunas ciudades venezolanas cierta presencia indígena, casi todos Warao, solicitando de los transeúntes monedas, ropa y alimentos. Al mismo tiempo, sus pequeños campamentos aparecían en algunas plazas y descampados. Esta conducta obedece a varios factores, tanto externos como internos; entre los primeros está la presión ejercida sobre ellos por alteraciones ecológicas, ocupación de sus territorios por criollos y, más recientemente, por la crisis económica, política y social por la que atraviesa Venezuela actualmente. Por otro lado, los Warao son una cultura trashumante, que tradicionalmente se traslada de un lugar a otro en busca de los recursos que el medio les proporciona, según las estaciones y los sitios. Esta combinación de factores los ha llevado, al igual que muchos otros ciudadanos venezolanos, a emigrar fuera de las fronteras, en este caso a Brasil, donde su presencia se ha hecho familiar en ciudades como Boa Vista,

Cambalache tiene dos acepciones: es el nombre del vertedero de Ciudad
Guayana (Norte de Venezuela), el polo industrial más importante del sur de Venezuela; y es el nombre de una comunidad indígena de recuperadores de desechos. Normalmente, la primera vuelve invisible la segunda, la ciudad imagina un lugar inhabitado y putrefacto donde se deposita su basura. La realidad consiste en que cientos de familias viven de estos desechos, una economía subterránea donde las mujeres indígenas Warao buscan la manera de subsistir.
Ante una imagen fragilizada por los estereotipos sociales y la estigmatización, “No somos buitres” es la consigna con la que reclaman su humanidad las trabajadoras de Cambalache. Dicha frase resume la indignación del pueblo Warao, una primera conciencia de su exclusión social, del detrimento de sus derechos humanos y una reivindicación cultural de la imagen propia. Este posicionamiento es reciente, significa un reclamo al Estado venezolano para demandar mejores condiciones de trabajo, salud, atención sanitaria, educativa y humanitaria.
El ensayo fotográfico realizado en 2014 en el marco del trabajo antropológico del autor intenta desplegar el mencionado reclamo de dignidad moral a través del punto de vista de los afectados. Así, la rudeza del oficio en la basura tiene otra cara, aparece la vida cotidiana con su rostro humano, sus sufrimientos, consuelos y alegrías. Cambalache no es únicamente el escenario brutal del vertedero,
de hecho sus habitantes lo desmienten, lo desmontan y lo transforman cada día. La cultura femenina indígena es soporte moral de esta situación: la maternidad, la solidaridad y el entorno fluvial son elementos que afirman esta resistencia psicológica a la miseria material. De esta manera, el documental pretende un ensayo de “fotografía de dignificación”; un compromiso autoral por interpretar la “voz visual” del Otro, del indígena excluido y marginado por una situación
social que lo rebasa: ser recuperador de basura en una gran ciudad

This paper addresses the use of greetings and the importance of promises in political speeches performed by Warao and non-Warao indigenous politicians to Warao audiences in the Orinoco Delta, Venezuela. It shows that lack of promises can jeopardize the rhetorical effectiveness of their performance regardless of their use of discursive framings, such as greetings in indigenous languages, and of traditional genres of speech. Promises are important for the Warao because they link political speech with other meaningful events, especially political gift distribution. Promises create trans-semiotic links between events and index the possibility of a continuous relationship with political representatives.

Resumo: Os povos indígenas Warao do delta do Orinoco, pescadores, coletores e horticultores incipientes, sem cerâmica, seu habitat são os pântanos e as margens de tubulações e rios. Muitos deles, no entanto, saíram de lá para se reunir em assentamentos urbanos "crioulos" (não indígenas), formando verdadeiros "bairros" e integrando-se à sua estrutura socioeconômica de acordo com certas características particulares que respondem a uma estratégia adaptativa ancestral. Apresentamos aqui uma revisão etnográfica de uma delas e o processo que a originou: o assentamento Warao na cidade de La Horqueta, no cruzamento dos canais de Cocuina e Pedernales, no estado de Delta Amacuro, Venezuela. Abstract: Assentamento, Delta Amacuro, Indígenas, Migrações, Venezuela, Warao.
Resumen: Los indígenas Warao del delta de Orinoco, pescadores, recolectores y horticultores incipientes, sin cerámica, su hábitat son las marismas y riberas decanais y ríos. Muchos de ellos, sin embargo, han salido de allí para congregarse en asentamientos urbanos "criollos" (no indígenas), formando verdaderos "barrios" e integrándose en la estructura socioeconómica de aquéllos según ciertas características particulares que responden a una estrategia adaptativa ancestral. Exponemos aquí una reseña etnográfica de uno de ellos y el proceso que lo originó: el asentamiento Warao en la población de La Horqueta, en la intersección de los caños Cocuina y Pedernales, en el estado Delta Amacuro, Venezuela. Palabras clave: Asentamiento, Delta Amacuro, Indígenas, Migraciones, Venezuela, Warao.
Abstract: The Warao, indigenous people of the Orinoco delta, are fishermen, gatherers and incipient horticulturists, without ceramics and their habitat is the marshes and banks of pipes and rivers. Many of them, however, have left there to congregate in "creole" (non-indigenous) urban settlements, forming true "neighborhoods" and integrating into their socioeconomic structure according to certain particular characteristics that respond to an ancestral adaptive strategy. We present here an ethnographic review of one of them and the process that originated it: The Warao settlement in the town of La Horqueta, at the intersection of the Cocuina and Pedernales channels, in the Delta Amacuro state, Venezuela. Key words:  Delta Amacuro, Indians, Migrations, Settlements, Venezuela, Warao.

Depois de considerar a situação factual que os deslocamentos de povos indígenas e não indígenas estão ocorrendo em relação ao Brasil, penso que é urgente que os centros acadêmicos e oficiais realizem um estudo aprofundado desse processo, a fim de determinar suas características específicas e estabelecer as medidas pertinentes para resolvê-lo da maneira menos traumática possível e com benefício para todos.

O relatório que apresentamos a seguir é um relatório parcial da situação dos indígenas Warao refugiados em Natal em 2020. Em seu caráter parcial, não contém informações definitivas nem completas sobre todos os indígenas Warao que moram na cidade, mas traz informações sobre
a maioria dessas pessoas, indicando os principais aspectos que, segundo nosso entendimento, precisam da atenção do poder público, da sociedade civil e dos organismos transnacionais. Reconhecemos, baseados na literatura antropológica e nos relatórios e pareceres técnicos que já existem sobre os indígenas Warao em outras regiões, que nos próximos meses pode aumentar o número de indígenas refugiados dessa etnia no Estado e na cidade. Também reconhecemos,
baseados no acompanhamento direto dos grupos Warao na cidade de Natal, que apesar dos esforços do poder público municipal e estadual, a situação social das famílias que já estão na cidade é crítica e que é premente estabelecer um plano de atendimento organizado a curto,
médio e longo prazo, que garanta os direitos dos indígenas Warao. Esse relatório espera oferecer subsídios para a elaboração e execução desse plano.

Resumo:
Nos últimos tempos, as crises econômicas e políticas na Venezuela causaram a saída de numerosos grupos e famílias Warao para além das fronteiras, atingindo hoje tão distantes como a cidade brasileira de Manaus. Quando em 2000 este fenômeno começou a se manifestar na Venezuela, decidimos investigar as causas para fornecer soluções para esta situação. Em janeiro de 2003, a Corporación Venezolana de Guayana (CVG) foi para o Departamento de Antropologia do Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas (IVIC), solicitando propostas para resolver o problema das favelas indígenas Warao que existia em torno a Ciudad Guayana, San Felix e Puerto Ordaz, o grande centro urbano que é o hub do desenvolvimento da Guayana no estado de Bolívar, Venezuela, especialmente na área de resíduos urbanos. Nós aplicamos para esta tarefa Dr. Werner Wilbert, o pesquisador-assinado, e nós mesmo, Dr. Alvaro García-Castro. Apresento em seguida aqui uma descrição modificada desse projeto, que chamamos UMBRAL, que consiste na instalação de aldeias de transição Warao. Seu objetivo seria fornecer a os migrantes com uma estrutura residencial e serviços básicos, tendo em conta as características culturais específicas Warao, permitindo-lhes uma integração gradual com a sociedade crioula moderna. A proposta foi apresentada a issa instituição guayanesa em março de ese ano e antes que nunca chegou a ser concretizada. Porque hoje a situação na origem das migrações não é susceptível de ser resolvido no médio prazo, tentei adaptar as características do projeto para o caso brasileiro, para que possa ser analisado e considerado como uma alternativa para a crescente presença de numerosos membros deste grupo étnico em várias partes do Brasil.

When talking about the Warao, we tend to consider this ethnic group indigenous to the Orinoco river, as a homogeneous society, with some similar characteristics in the whole area of ​​its territory. Both in his oral history, myths, modern ethnography, as well as in the historical sources, we can see that existed in the past at least four distinct groups of this indigenous culture. Todaymany of these differences may be seen in well-defined territories in the Orinoco Delta and its periphery, where it is possible to find indigenous inhabitants living in stilt houses, without horticulture or canoes to emerging farmers living in high ground houses, builders of canoes and urban dwellers. Cuando se habla de los Warao, se tiende a considerar a este grupo étnico ribereño autóctono del Orinoco, como una sociedad homogénea, con ciertas características similares en todo el ámbito de su territorio. Tanto en su historia oral, mitos, la moderna etnografía, como en las fuentes históricas, podemos ver que existieron en el pasado al menos cuatro grupos bien diferenciados de esta cultura indígena. Hoy pueden verse muchas de estas diferencias en sectores bien definidos del teritorio deltano y su periferia, donde habitan desde indígenas sin horticultura habitando casas sobre pilotes en las riberas, sin canoas, hasta agricultores incipientes, habitantes de casas construidas en terrenos altos, constructores de canoas y habitantes urbanos.