Tipografia, Aprendizagem, Design

O desenho de fontes de texto ainda é, pela sua complexidade, pouco explorado nos cursos de design no Brasil. Portanto, a organização das etapas que constituem o projeto de uma fonte em um método pode facilitar o ensino do processo projetual. Esse artigo apresenta uma proposta de método para a criação de fontes de texto, composto por 11 etapas e dividido em três fases – briefing, design e produção –, direcionado ao ensino do design de tipos. O método foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica e de entrevistas com designers de tipos brasileiros. Esse estudo sugere o aprendizado do design de tipos por meio do desenvolvimento de uma fonte de texto a partir da definição de um problema, caracterizado por aspectos objetivos e subjetivos a serem interpretados no seu desenho.

O artigo relata uma experiência didática realizada na disciplina optativa Desenho de tipos, componente curricular do curso Bacharelado em Design da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que propôs utilizar o projeto de uma fonte dingbat como exercício inicial para o entendimento do processo projetual tipográfico. Como objetivo específico, foi buscado identificar se seria possível ensinar e exercitar os parâmetros de construção tipográfica ao longo do processo projetual de uma fonte não-alfabética. A experiência resultou no desenvolvimento de um método para o projeto de fontes dingbats a partir de uma pesquisa iconográfica e em 5 fontes dingbats representativas do espaço urbano da cidade do Natal (RN).

A pesquisa visou explorar o escopo do ensino do design de tipos no ambiente universitário público brasileiro por meio de mapeamento das disciplinas relacionadas à área dentro desse perfil de Instituição de Ensino Superior (IES). Os procedimentos metodológicos utilizados foram a pesquisa documental para mapear os cursos, a aplicação de questionários para entender como a tipografia se insere nos perfis curriculares da IES abordadas pela pesquisa, e as entrevistas semiestruturadas com os professores de tipografia dos cursos selecionados. Seus resultados apontam que apesar da tipografia ser abordada em grande parte dos cursos de design de maneira transversal, ainda não existe um consenso quanto a existência de uma disciplina obrigatória nas matrizes curriculares dos cursos. No tocante às disciplinas de design de tipos, foi constatado que apenas 17 do total de 68 componentes curriculares relacionados ao ensino de conteúdos tipográficos abordam especificamente o design de tipos. A pesquisa também revelou que os recursos existentes nas Universidades públicas brasileiras são satisfatórios para uma disciplina inicial de design de tipos.

Resumo da apresentação no Fórum Artes Gráficas aborda linguagem, pensamento e técnica/
UNICAMP. 09/11/2017

O livro é uma das obras da exposição homônima, ele tem 28 páginas com concepção e pesquisa de Fernanda Grigolin, projeto gráfico de Beatriz Matuck, identidade visual de Karina Francis Urban e consultoria de Danilo Perillo e ele só foi possível devido à parceria com o Ateliê
de Gravura da Unicamp e também ao trabalho realizado nas fontes primárias do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL  –  IFCH/UNICAMP).
Imagens icônicas da Greve de 1917 convivem lado a lado com fotografias do Oito de Março, manifestações feministas no Brasil e em outros lugares, textos  de  anarquistas  históricos  e  cartazes.  A  justaposição  de  tempos  é  um  artifício  da  edição.Todas  as  imagens  foram  trabalhadas  por  meio  de  matrizes  tipográficas.

O livro é parte de Arquivo 17 (Proac 15/2016): www.arquivo17.com