Mosteiros

___9___ como teria sucedido se houvesse continuado na Península a divisão das terras em sortes góticas e terças romanas». Quer dizer: uma partição levaria a misturarem-se as duas raças, ao passo que certos topónimos, como Godos e Godinhos, Romanos e Romanillos, indicam que tal não sucedeu: que elas se separaram.

“Mosteiro de Santa Maria de Salzedas. Da fundação à extinção”, reflete a evolução de um edifício que começou a ser construído em 1168, mas que terá tido a sua génese bem antes, no local hoje conhecido como “Abadia Velha”. Em o “Mosteiro de Santa Maria de Salzedas. Da fundação à extinção”, Ana Sampaio e Castro percorre os caminhos deste espaço a partir de diversos pontos de vista: o da geografia, da historiografia, das origens, do espaço monástico e do território.

Indo além do convencional formato de catálogo de exposição, esta obra procurou reunir um conjunto diversificado de investigadores que, no todo, contribuíssem para uma visão geral e multifacetada do fenómeno cisterciense na região, à luz do conhecimento atual.

Treze investigadores aceitaram o desafio, construindo um diálogo com e entre os objetos, as ideias, as formas, os textos e contextos, no sentido de (re)construir ruínas e fragmentos, procurando desenhar uma imagem com maior definição do passado, da memória coletiva e do património.

This study aims to understand the Monastery of S. Salvador of Vairão after the extinction of religious orders, namely the new uses of the complex, and the construction of the public cemetery. The construction of the cemetery begun in 1876, since in that decade several parishes around Porto built public cemeteries. The construction was delayed because of other constructions in the parish such as the aqueducts for the managing of water of the public fountain. The cemetery's main door indicates 1878 as its date of completion. The last abbess died in 1891, and from then began the process of integrating assets into the National Treasury. The inventory of all the assets of the churches and chapels of Vairão of July 9 1912 mentions the church with a tower and its dependencies, the chapel of St. John, and the address of houses with backyards, which served as the parish priest's house, as well as several chapels that were incorporated into the National Treasury, along with its objects. The monastery and its dependencies were heavily transformed in 1922, 1944 and 1966 due to renovations and expansions. Those were documented by DGEMN because they were in the protection area of the St. John chapel, classified as of public interest. Having been a Nursery and Vocational School, the monastery is now an inn for pilgrims of Santiago de Compostela, and a holiday center, while the church continues to be used as the parish temple. The appreciation of the monastery's heritage is seen on the PDM provided by the Vila do Conde City Council that informs that the church was proposed to be classified as of Public Interest. The monastery is still surrounded by agricultural land, probably not to the full extent it would have been. This space is not used, except for a small building that serves as the parish headquarters of the Association of Portugal´s Young Farmers.

Document analysis aiming to contextualise historically
the Monastery and Convent of Nossa Senhora da Graça
in the township of Torrão (Alcácer do Sal).
The building stemmed from private initiative as a home
for female devouts of Saint Martha, in 1560. Decades later
it became a monastery (1599) and is now a convent,
whose history is but a scatter of random elements.
The author discloses new sources that explain the
development of this monastic community from Torrão,
and its religious, economic, cultural and educational role
in the town and region.

KEY WORDS: Modern age; Contemporary age;
Document analysis; Religion; Convents.

A instituição da Congregação dos Monges Negros de S. Bento (1566) implementou um novo sistema administrativo que permitiu a estabilidade económica da Congregação e o início do processo de renovação artística, que estendeu-se pelos séculos XVII e XVIII. Além das intervenções a nível arquitectónico, este processo contemplou importantes alterações no património móvel, nomeadamente na pintura e imaginária.
O levantamento das invocações nos conjuntos monásticos beneditinos, deixou patente a vontade dos monges negros em ter presentes santos franciscanos, representados sobretudo em escultura e localizados fundamentalmente em retábulos no corpo das igrejas. Esta presença, sem fundamento normativo, terá resultado de um conjunto de motivações e revela um diálogo invocativo que deixa transparecer a reverência dos beneditinos por alguns exemplos da espiritualidade franciscana e a sua preocupação em inspirar monges e fiéis no caminho da perfeição.

“Mosteiro de São João de Tarouca. História, Arquitetura e Quotidiano” nasceu da necessidade de dar apoio a quem visita o complexo monástico, tendo apostado, por este motivo, na vertente comunicativa. Partindo da investigação realizada ao longo das últimas duas décadas pelos investigadores Luís Sebastian e Ana Sampaio e Castro, na obra desconstroem-se conceitos e cria-se um fio condutor que faz o leitor recuar até ao século VI e a partir daí (re)descobrir as origens da Ordem de Cister e a construção do Mosteiro de São João de Tarouca, entrando na sua história e no seu quotidiano.
Publicado em 2016 na versão impressa, em 2018 passa também a estar disponível em forma de e-book.

A rubrica “Memórias & Identidades” trata-se de uma iniciativa cultural promovida mensalmente pelo Jornal Audiência, através do contributo científico do Arqueólogo Fábio Soares, que tem como objetivo a reprodução e a divulgação da história do património cultural do concelho de Vila Nova de Gaia, sob uma perspetiva única e diferenciadora: a recolha escrita e oral de testemunhos de pessoas anónimas, mas que, por guardarem as memórias e estórias dos lugares, imóveis, monumentos e afins, constituem-se como testemunhos válidos e imprescindíveis na (re)construção da história local.
Na “Memórias & Identidades” partilhamos o que de bom o património tem e damos voz a quem o conhece bem!

Esta coletânea de artigos é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Confluências Textuais entre Teologia e Literatura (TEOLITE). O texto acerca de Camilo Castelo Branco (p. 191-226) é uma análise de um romance do mesmo escritor.
Muitas são as personagens religiosas e os ambientes, como mosteiros e conventos, figurados em A Bruxa de Monte Córdova (1868), de Camilo Castelo Branco (1825-1890). Este trabalho busca realizar a análise desses importantes elementos que compõem o referido romance camiliano. Para tanto, buscaremos um panorama acerca da situação histórica e política do século XIX em Portugal e de como o autor representou algumas questões religiosas, tão emblemáticas para o período, em sua obra. Por fim, abordaremos como as representações das casas religiosas e dos diferentes monges e freiras podem ser consideradas como traços críticos e miméticos da sociedade portuguesa oitocentista.

Assunto:
Fecho do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli (mosteiro da Cartuxa em Évora, Portugal)

Soube da intenção (decisão) da Ordo Cartusiensis  de encerrar o Mosteiro da Cartuxa de Évora e o único em Portugal, até final de 2019.
O mosteiro assim como os padres e irmãos que aí vivem há largas décadas representam muito para a cidade assim como para o país.
A propriedade, que inclui o mosteiro, embora gerida pela Fundação Eugénio de Almeida foi salvaguardada através de legado, na sua utilização perpétua pelos religiosos da Ordem, no que se refere à parte do cenóbio.
Vivem no local pessoas idosas que sempre viveram em clausura. Os jovens oriundos de Portugal são deslocados para outros países para aí fazerem o noviciado não sendo posteriormente aqui colocados.
Poderá ser feito alguma coisa pela Ordem /Fundação/ Igreja, de modo a ser revertida esta intenção a concretizar-se já nos próximos cinco meses?
Com esperança de que o assunto ainda consiga ser ponderado e revisto.

Edição 1091/21; Depósito Legal: 487067/21; ISBN: 978-989-8991-64-5.
Depois da desocupação do Mosteiro de Alcobaça, gerou-se um movimento de revolta da população, por ter sofrido alegados excessos por parte da comunidade religiosa. Este conjunto de fatores prejudicou a conservação dos edifícios da Ordem de Cister, precipitando nalguns casos, a destruição quase completa das instalações, a utilização arbitrária das estruturas edificadas e de material que foi empregue em construções. Na perspetiva da salvaguarda de um conjunto significativo da obra cisterciense no património cultural português, analisou-se do ponto de vista arquitetónico, o que subsiste das estruturas das suas granjas, quintas e outras construções agrícolas. Muitas delas estão em estado precário de conservação, nomeadamente as mais antigas. No entanto, algumas quintas e granjas dos séculos XVII e XVIII ainda se encontram em condições de degradação menos acentuadas.

Em 1758, frei Bernardo escreveu a História do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição de Penafiel. Para além de relatar como foi fundado, dedicou vários capítulos à vida de algumas recolhidas, relatando as suas virtudes e explicitando de que forma a vivência destas, diferiu das restantes. Muitas destas mulheres tiveram vidas memoráveis e se salientaram pela sua existência mística e pela aproximação a Deus. Diferiram das outras mulheres pelo êxtase, pelos jejuns, martírios, tornando-se Santas vivas. Outras oscilaram entre as maiores virtudes e um estado tal de desespero que o próprio cronista as descreveu como "tontinhas", "demência... furiosa", "estado de inocência", sofrendo de "hypicundria", ficando no "estado de menina". Muitas foram, inclusive, observadas pelo Bispo e por um padre exorcista, contudo, esses atos, uma vez que feitos "por amor exacerbado a Deus", foram considerados sinais de predestinação e de santidade e não de possessão demoníaca ou loucura.

A instituição da Congregação de São Bento de Portugal (1566) marcou o ponto de viragem na história dos beneditinos portugueses, inaugurando um ciclo pautado pelas normativas pós-tridentinas. Às medidas com vista ao equilíbrio geral, somaram-se as que visaram a renovação arquitectónica e artística dos mosteiros.
Entre as diversas áreas alvo da atenção reformadora dos monges beneditinos, destaque para o claustro, pólo agregador e ordenador dos diferentes espaços. O seu estudo sincrónico em cada uma das vinte e duas casas monásticas permite compreender a importância deste espaço no complexo arquitectónico monacal. Partindo dos ciclos construtivos e/ou reconstrutivos, procura-se apurar os quadros comuns e singulares, que esclarecem a definição tipológica do claustro no contexto monástico beneditino português entre os séculos XVII e XIX, e concorrem para a interpretação do processo da renovação artística na transformação de um espaço fundamental para o quotidiano monástico.

A rubrica “Memórias & Identidades” trata-se de uma iniciativa cultural promovida mensalmente pelo Jornal Audiência, através do contributo científico do Arqueólogo Fábio Soares, que tem como objetivo a reprodução e a divulgação da história do património cultural do concelho de Vila Nova de Gaia, sob uma perspetiva única e diferenciadora: a recolha escrita e oral de testemunhos de pessoas anónimas, mas que, por guardarem as memórias e estórias dos lugares, imóveis, monumentos e afins, constituem-se como testemunhos válidos e imprescindíveis na (re)construção da história local.
Na “Memórias & Identidades” partilhamos o que de bom o património tem e damos voz a quem o conhece bem!

Pretende realizar-se uma análise do vasto conjunto monástico-conventual da cidade de Évora e áreas envolventes, da sua evolução morfo-cronológica, das vicissitudes que sofreram ao longo da sua história, das intervenções que ocorreram após a extinção das ordens religiosas e das ocupações que atualmente lhes foram atribuídas. Serão efetuadas comparações entre as intervenções atuais, e consequências destas no mesmo. Procurar-se-ão alertar os futuros intervenientes para os riscos da tipificação deste património…