Irmandades

A família franciscana celebra em todo o mundo, em 2024, o quinto centenário do nascimento de São Benedito de Palermo, o mouro. Natural da ilha italiana da Sicília, São Benedito foi um filho de escravizados africanos, que ainda muito jovem passou a integrar um grupo de eremitas franciscanos e terminou sua vida no Convento Santa Maria de Jesus, da Ordem dos Frades Menores. Embora negro, analfabeto e não tendo sido ordenado sacerdote, Benedito tornou-se um exemplo de santidade entre os frades sicilianos e, após a sua morte, um modelo de santidade negra.

O artigo procura refletir sobre o papel do culto de Santo Elesbão e Santa Efigênia, no século XVIII, como um dos fatores de construção de identidades entre segmentos da população negra no Brasil colonial. Defendo a idéia de que o estímulo ao culto fazia parte de uma das estratégias da Igreja na conversão de africanos e seus descendentes, no entanto, a complexidade do processo caracterizado pela diáspora das culturas africanas na América deu a este projeto de conversão outras dimensões. Num processo de criatividade e resistência culturais, as populações de origem africana reinterpretaram os códigos católicos, conferindo ao culto dimensões outras que, se por um lado demonstraram em parte a eficácia do projeto com a aceitação dos símbolos católicos, por outro atestaram a existência de uma relativa autonomia das populações negras conquistada em meio às lutas cotidianas no interior do sistema escravista.

O artigo trata de aspectos do campo fúnebre de Campinas, São Paulo, no século XIX, enfatizando as atividades à margem da liturgia oficial, entre elas procissões, ofícios e rezas, uso de mortalhas e ritos de enterramentos que auxiliavam a população em geral a inculcar os preceitos religiosos acerca os ritos fúnebres, sobretudo com o apoio das irmandades que forneciam aos seus irmãos aportes próprios no pré e pós-morte. Com base em fontes distintas como jornais e testamentos, observou-se que no período as liturgias institucionais da Igreja Católica, dadas por meio de catecismos, manuais e livros sobre a prática do bem viver e morrer, circularam e foram ressignificadas em processos culturais dinâmicos que imprimiram na sociedade campineira características essenciais no modo de se tratar a morte e seus mortos.

O conteúdo desse relato de experiência em formato de carta foi forjado nas discussões do curso de Educação Cristã do Seminário Batista Goiano, SBG, onde fizemos reflexões, que nos levaram a repensar os prejuízos da ausência de educadores cristãos na liderança das igrejas de hoje. Esse

Orientador: Silvia Hunold LaraDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: Durante o século XVIII na América portuguesa a atividade musical que funcionava como reforço das representações de emanação do poder monárquico esteve majoritariamente nas mãos de músicos pardos livres; principalmente em meados daquele século esses músicos que tinham uma marca indelével de ascendência escrava dominaram a profissão passando da identificação social pela cor e situação jurídica frente à escra'vidão a runa afirmação identitária que unia cor, condição, profissão etc. Esse estudo acompanha alguns daqueles indivíduos no intuito de entender a presença parda em lugares afastados da escravidão enfatizando sua trajetória rumo a uma identificação própria, diferentes dos cativos e também dos brancosAbstract: During the x-vIII century, in porrnguese America, the musical activity working to reinforce d1e representation of the emanation of m...

Este estudo busca realizar uma analise dos homens que ocuparam os cargos da Mesa Administrativa da Veneravel Ordem Terceira de Sao Francisco de Assis de Vila Rica, no periodo abarcado entre a primeira eleicao de Mesa ocorrida em 1751, ate o ano de 1804. Buscamos identificar quem eram os homens que constituiam a “elite dirigente” daquela instituicao, procurando tracar um perfil prosopografico destes homens, conjugado com a analise de suas trajetorias, tentando perceber sua participacao em outras instituicoes que conferiam prestigio e poder naquela sociedade de Antigo Regime. Tentamos provar que a participacao naquela instituicao e principalmente a ocupacao dos cargos dirigentes na Ordem Terceira de Sao Francisco de Assis funcionava como mais um dos criterios que auxiliavam na hierarquizacao social, conferindo prestigio e visibilidade, e funcionando como uma via de legitimacao local em busca de ascensao social.

Espacios de convivencia y conflicto. Las cofradías de la población de origen africano en Ciudad de México, siglo XVII Resumen: Este estudio tiene como objetivo analizar las cofradías de los grupos de origen africano en Ciudad de México durante el siglo XVII. En particular interesa mostrar que estas asociaciones funcionaron como espacios de arraigo y de comunidad, que permitieron la construcción de alianzas-no exentas de rivalidades-y brindaron la oportunidad para organizarse, con lo cual se crearon y difundieron ciertos elementos de identificación que cohesionaron a la población afrodescendiente, más que por el origen o calidad, por la pertenencia a la corporación.

Objetivamos compreender intervenções modernizadoras feitas sucessivamente e com intervalos curtos, contudo restritas ao primeiro quartel do século XIX, sobre obras barrocas, a saber: as imagens de um altar, oriundas do século XVIII, à luz de informações obtidas a partir da documentação arquivística e das análises específicas da Conservação e Restauração. Tais procedimentos renovadores denunciam o dinamismo no trato com as obras, sempre no sentido de “melhorar” sua apresentação. Trata-se de trabalho preliminar, aliando o conhecimento teórico com a pesquisa arquivística, que é “esclarecida” durante e após o levantamento de campo: é fundamental não perder de vista a correlação sábia entre prática e teoria! Este trabalho é fruto de atividade em equipe, possibilitado em razão do projeto interdisciplinar de pesquisa, intitulado “Pintores Coloniais em Minas Gerais: evolução histórica, técnica e conservação”, coordenado pela Dra. Claudina Moresi e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig.

Orientador: Silvia Hunold LaraDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: Durante o século XVIII na América portuguesa a atividade musical que funcionava como reforço das representações de emanação do poder monárquico esteve majoritariamente nas mãos de músicos pardos livres; principalmente em meados daquele século esses músicos que tinham uma marca indelével de ascendência escrava dominaram a profissão passando da identificação social pela cor e situação jurídica frente à escra'vidão a runa afirmação identitária que unia cor, condição, profissão etc. Esse estudo acompanha alguns daqueles indivíduos no intuito de entender a presença parda em lugares afastados da escravidão enfatizando sua trajetória rumo a uma identificação própria, diferentes dos cativos e também dos brancosAbstract: During the x-vIII century, in porrnguese America, the musical activity working to reinforce d1e representation of the emanation of m...

O artigo trata de aspectos do campo fúnebre de Campinas, São Paulo, no século XIX, enfatizando as atividades à margem da liturgia oficial, entre elas procissões, ofícios e rezas, uso de mortalhas e ritos de enterramentos que auxiliavam a população em geral a inculcar os preceitos religiosos acerca os ritos fúnebres, sobretudo com o apoio das irmandades que forneciam aos seus irmãos aportes próprios no pré e pós-morte. Com base em fontes distintas como jornais e testamentos, observou-se que no período as liturgias institucionais da Igreja Católica, dadas por meio de catecismos, manuais e livros sobre a prática do bem viver e morrer, circularam e foram ressignificadas em processos culturais dinâmicos que imprimiram na sociedade campineira características essenciais no modo de se tratar a morte e seus mortos.

A pesquisa procura aprofundar o estudo sobre as Igrejas e Irmandades de Nossa Senhora do Rosário nas cidades paulistas entre os períodos de 1822 a 1930. O objetivo é localizar no estado de São Paulo Igrejas e Irmandades sob a devoção de Nossa Senhora do Rosário, além de mapear as regiões que possuíam influência religiosa afrocatólica. Desse modo é essencial compreender a repercussão social, religiosa e cultural das Irmandades de negros e pardos, analisando os compromissos das Irmandades e procurando entender a formação de outras irmandades de negros e pardos em regiões paulistas. O modo de funcionamento
das irmandades e como se relacionavam com a Igreja também é um dos aspectos de estudo, assim como as exigências para uma pessoa ser aceita como parte da irmandade e funcionamento dos cargos. A pesquisa também visa a entender a relação e a segregação étnico-racial presente no Brasil nesse período, assim como, a inserção da cultura africana
na sociedade religiosa, além dos seus diversos aspectos que envolvem o espaço construído de tais Igrejas. Vale destacar, ainda, que este resumo é um pequeno recorte do estudo de mestrado que está em andamento na pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas, sob o título “A construção de uma identidade cultural religiosa afrocatólica em terras paulistas: o caso das irmandades e Igrejas de Nossa Senhora do Rosário.” Sendo assim, o estudo ainda abordará aspectos
construtivos e de inserção urbana nos espaços públicos das capelas e igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, de modo a compreender os resquícios e vestígios arquitetônicos das comunidades negro-católicas do Estado de São Paulo.

O artigo trata de aspectos do campo fúnebre de Campinas, São Paulo, no século XIX, enfatizando as atividades à margem da liturgia oficial, entre elas procissões, ofícios e rezas, uso de mortalhas e ritos de enterramentos que auxiliavam a população em geral a inculcar os preceitos religiosos acerca os ritos fúnebres, sobretudo com o apoio das irmandades que forneciam aos seus irmãos aportes próprios no pré e pós-morte. Com base em fontes distintas como jornais e testamentos, observou-se que no período as liturgias institucionais da Igreja Católica, dadas por meio de catecismos, manuais e livros sobre a prática do bem viver e morrer, circularam e foram ressignificadas em processos culturais dinâmicos que imprimiram na sociedade campineira características essenciais no modo de se tratar a morte e seus mortos.

A dissertacao tem como tema de estudo a devocao a Nossa Senhora da Boa Morte na regiao de Minas Gerais nos seculos XVIII e XIX, enquanto estrategia para abrandar o medo ancestral da morte, e, fortemente ligada ao imaginario coletivo. Busca-se perceber a devocao como resultado de um processo cujas raizes remontam ao imaginario medieval, trabalhando-se a ideia de que o catolicismo, a politica pastoral da Igreja e a sociedade em geral foram influenciadas pela existencia do medo da morte. As fontes dividem-se em primarias manuscritas, fontes primarias impressas; ambas relativas as Irmandades de Nossa Senhora da Boa Morte, e, bibliografia de apoio. Procura-se cotejar as informacoes encontradas nos documentos da epoca entre si e com a bibliografia consultada. Busca-se, quando necessario, promove um dialogo entre os autores. No decorrer do trabalho de pesquisa conclui-se que a devocao a Nossa Senhora da Boa Morte revelou-se como uma reconstrucao cultural, dando um novo significado a questa...

O artigo aborda a constituicao e usos do Arquivo Historico da Santa Casa de Misericordia de Pelotas. Esta irmandade da Misericordia, assim como outras de mesmo nome, possui uma colecao de documentos sobre a historia social dos seculos XIX e XX. Temas como saude, infância, religiao, economia,politica, redes sociais, caridade, enfim, documentos sobre relacoes entre grupos sociais diversos podem ser encontrados neste acervo. Palavras-chave: Preservacao de acervos. Fontes. Irmandades. Historia social.

Na capitania de Minas Gerais, durante o periodo Colonial, era comum as irmandades de Sao Miguel e Almas realizarem algumas funcoes assistenciais normalmente cabiveis as Misericordias em Portugal, no Imperio ultramarino portugues e outras partes da Colonia. Desse modo, pretendemos analisar as relacoes entre estas duas instituicoes e o papel por elas desempenhado na sociedade mineira, onde a interacao de fatores economicos, religiosos e raciais contribuiam para uma estrutura social de grande complexidade e flexibilidade. Para isso, examinaremos a estrutura administrativa e dinâmica interna dessas confrarias, como os criterios de admissao, o perfil social dos membros, a administracao das obras de caridade, as funcoes desenvolvidas pelos oficiais da Mesa, a natureza dos conflitos que foram se desenrolando ao longo do tempo, bem como buscaremos compreender o modo pelo qual os fieis irmaos vivenciaram sua religiosidade dentro dessas congregacoes.

Fugindo ao destino que têm as escritas cotidianas - condenadas à destruição, ao abandono e ao esquecimento -, cartas, agendas, diários, autobioexposições de escritas ordinárias das quais participei da curadoria, foram preservados por pessoas comuns, permitindo, aos que guardaram, um reencontro com a própria história. Em suas páginas amareladas estão as marcas do tempo.

Facendo xustiza ao recordo xenealóxico, retense nas escabrosas pólas das estirpes nobiliarias unha das ramas secundarias dos acérrimos señores da fronteira lusitana: a Casa dos Soutomaior de Lantaño. Alzándose como unha nova heráldica desde o século XIV, que para nada tivo un papel mol e manido pola corrente principal, enarborouse como unha das familias máis influentes dos anos centrais do século XV, especialmente, baixo a intimidatoria figura de don Sueiro Gómez de Soutomaior, quen, nesta ocasión, recibirá a nosa íntegra atención.
Enfocado o punto de inicio e asimilando o modelo feudal do cabaleiro galego tentarase expor a orientación, ou máis ben a incompatibilidade de don Sueiro, conforme aos “tempos modernos” que anunciaban os baluartes urbanos, e, en particular, o círculo pontevedrés. Como puido acceder? Canta presenza tivo? Que papel desempeñou? Por que non  callou no  ritmo mercantil dos patróns  urbanos?... Todas  elas serán algunhas  das cuestións a indagar no presente estudo; sempre co peso da coherencia espazo-temporal sobre o tenor da lóxica.
O egocentrismo expansivo da súa época arribarao aos pes da muralla pontevedresa, contenedor dun dos máis prolíferos núcleos produtores da Galiza daquela época, chegando incluso a gozar dunha certa xurisprudencia das súas decisións urbanas a mediados do século XV. Porén, a finalidade do traballo non se limitará sinxelamente ao illado abordo do apoxeo do lantañés nas intrincadas  tramas do concello oligárquico de Pontevedra,  senón que o abanico das intencións tamén se abrirá ás distintas gradacións feudais do cabaleiro, as cales finalizarán co declive da súa pegada sobre o burgo mariñeiro.

HABLAR COMO DON QUIJOTE: EL DISCURSO CABALLERESCO EN EL QUIJOTE DE 1605  - Dann Cazes Gryj
EL MOSAICO AMERICANO: LA POESÍA DE LA NEGRITUD DE NICOLÁS GUILLÉN - Lorena P. López Torres
SABATO. UN ENSAYO COMPARATIVO - Fernando Beltrán
RELACIONES DIALÓGICAS EN TRES CUENTOS DE GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ - Eunmi Kwak
LA NOVELA EL EXAMEN: CORTÁZAR ARGENTINO - Alberto Julián Pérez
SUSAN SONTAG: UN SALTO CAMP A LA CAMA DE ALICE JAMES- Alessandra Luiselli
LA RECURRENCIA DE LA ESCRITURA COMO PROYECTO DE VIDA EN LA NARRATIVA DE ISABEL ALLENDE- Marta I. Jiménez
EL INFINITO FLUIR DE LA EXISTENCIA, EN “EL RÍO DE LAS LUCIÉRNAGAS” DEL ESCRITOR TERU MIYAMOTO- Orlando Betancor
LOS BAILES EN LAS COFRADÍAS E IRMANDADES DE NEGROS, MULATOS Y PARDOS ALLENDE Y AQUENDE LOS TRÓPICOS- Enrique Normando Cruz
RESEÑA: LUIS VÉLEZ DE GUEVARA, CELOS AMOR Y VENGANZA O NO HAY MAL QUE POR BIEN NO VENGA, WILLIAM R. MANSON; GEORGE PEALE (EDS.), ESTUDIO INTRODUCTORIO DE PAUL MICHAEL JOHNSON, NEWARK, JUAN DE LA CUEVA, 2018. PP. 197.- Emanuel Villagran

Os Provedores da Santa Casa da Misericórdia do Porto, 1499-2017. Coordenação de Fernando de Sousa. Coimbra, Almedina, 2017 (3 volumes).
Autoria das biografias dos provedores António José da Costa Lobo (Vol. II, p. 771-782), António José Dias Guimarães (Vol. II, p. 849-866), António Augusto Soares de Sousa Cirne (Vol. II, p. 937-950 e Vol. III, p. 63-74), e José Pereira Reis (Vol. III, p. 75-94).