REVISÃO
Malformações genitais e erros genéticos
Genital malformations and genetical errors
Mauri José Piazza1
Almir A. Urbanetz2
Newton S. de Carvalho3
Palavras-chave
Anormalidades congênitas
Anormalidades uro-genitais
Genética médica
Keywords
Congenital abnormalities
Uro-genital abnormalities
Genetics, medical
Resumo
A proposta deste estudo foi revisar os fatores genéticos e as anomalias
cromossômicas passíveis de condicionarem anormalidades no aparelho genital feminino.
Abstract
The aim of this study was to review the genetic factors and chromosomal
abnormalities that can create Mullerian malformations in females’ genital tract.
1
2
3
Professor Titular de Ginecologia do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Curitiba (PR) Brasil
Professor Titular de Obstetrícia do Departamento de Tocoginecologia da UFPR – Curitiba (PR), Brasil
Professor Adjunto do- Departamento de Tocoginecologia da UFPR – Curitiba (PR) Brasil
Endereço para correspondência: Mauri José Piazza – Rua Padre Agostinho, 1.923, apto. 701 – CEP 80710-000 - Curitiba (PR), Brasil –
E-mail:
[email protected]
Piazza MJ, A.Urbanet A, Carvalho NS
Introdução
O intuito deste estudo foi caracterizar as possíveis anomalias
cromossômicas e ou gênicas envolvidas nos fenômenos desencadeadores. A frequência das anomalias congênitas no aparelho genital
feminino oscila entre 0,1% e 3,0% dos nascidos vivos.
A diferenciação sexual humana é um processo de eventos
coordenados, sendo que estes fatos desenrolam-se desde a concepção, mas dependem de fatores cromossômicos, gênicos e
hormonais para a perfeita organogênese.
Esta cascata de eventos moleculares induzirão no feto feminino e
com padrão cromossômico 46,XX ou contendo cariótipos similares
um perfeito desenvolvimento das estruturas Mullerianas.
A diferenciação masculina será também progressiva, havendo
o estímulo inicial para o desenvolvimento dos testículos, depois
das estruturas mesonéfricas (Wolffianas) e, finalmente, os genitais
externos sofrerão a ação dos androgênios fetais.
O estímulo inicial para este desenvolvimento testicular é condicionado pela expressão do gene SRY (sex determining region Y),
que está situado no braço curto do cromossomo Y. Várias mutações
gênicas do SRY têm causado anormalidades na diferenciação sexual
em indivíduos 46,XY.
Por sua vez, a diferenciação sexual feminina sob o aspecto gênico
é menos conhecida, mas modelos observacionais expressam que o
desenvolvimento ovariano ocorre pela ausência da expressão gênica
do SRY, enquanto que o desenvolvimento das estruturas paramesonéfricas (Mullerianas) ocorre pela ausência da expressão gênica
do MIF (Mullerian inhibition factor) que é de produção testicular
nas células de Sertoli.
Tendo em vista a ampla diversidade das anomalias Mullerianas,
acredita-se que estas devam ocorrer devido a anormalidades em vários
genes, os quais seriam necessários à indução destas malformações.
Embriologia
Pela evidenciação da origem embriológica dos ductos Mullerianos, foi caracterizado que estes provem do mesoderma,
enquanto o seio urogenital origina-se do endoderma.
Na 6ª semana de vida embrionária, ainda em fase indiferenciada, tanto os embriões masculinos quanto os femininos
possuem 2 pares de estruturas que são os ductos Wolffianos e
os Mullerianos1(D). Nos embriões femininos e na ausência da
testosterona fetal e do fator inibidor das estruturas Mullerianas,
ocorre a involução das estruturas Wolffianas. Por sua vez, os ductos
Mullerianos originam-se de invaginações do epitélio celômico,
situados na superfície antero-lateral da crista urogenital.
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Estas estruturas estão situadas longitudinalmente no embrião,
sofrem um processo de alongamento em torno da 9ª semana, sendo
nelas identificadas 3 regiões distintas: cranial-vertical,horizontal
e caudal-vertical.
As 2 estruturas, sendo bilaterais, com as suas regiões
”craniais-verticais” e que situam-se superiormente são abertas,
estão separadas e delas originam-se as fimbrias das tubas. As
regiões”horizontais” que se situam medialmente, migram e se
estendem lateralmente aos ductos de Wolff, progridem depois
no sentido crânio-caudal. Deste modo, serão formadas as partes
remanescentes das tubas, sendo que as regiões “caudais-verticais”,
situadas inferiormente e que estão inicialmente separadas por
um septo, se fundirão e formarão o primórdio útero-vaginal.
Quanto a fusão dos ductos Mullerianos, é aceito que ela ocorra
na direção caudal-cranial e, por esta razão ocorrem inúmeras
anomalias, como por exemplo:útero septado, colo uterino duplo
e septos vaginais longitudinais.
O primórdio útero-vaginal compreende 2 partes. Uma região
uterina e outra vaginal,no seu terço superior. Na fase inicial, o
útero tem forma de útero bicorno, mas em torno da 12ª semana
de vida intrauterina, há aumento deste volume uterino no seu
fundo, que passará a ter um formato piriforme. O endométrio
é derivado da linha de fusão dos ductos Mullerianos, enquanto
que o estroma endometrial e o miométrio serão derivados do
mesenquima adjacente. Todo este processo de desenvolvimento
uterino estará completo na 22ª semana de gestação2,3(D).
Para o desenvolvimento da vagina, torna-se essencial a fusão
das estruturas Mullerianas com o seio urogenital. Deste modo,
a porção caudal do primórdio útero-vaginal vai se inserir na
porção dorsal do seio urogenital, formando-se o tubérculo ou o
“sinus” Mulleriano.
Este tubérculo induz a formação de uma porção que é a placa
vaginal, de formato tubular, sendo esta canalização completada
ao redor da 20ª semana de gestação.
Acredita-se, ainda, que o epitélio do 1/3 superior da vagina
seja originado do primórdio útero-vaginal e os 2/3 inferiores
do seio urogenital.
Por sua vez, o hímen é um vestígio da membrana endodérmica que se diferencia no vestíbulo vaginal. Sua abertura
geralmente sucede no período perinatal e torna-se, deste modo,
uma membrana bastante fina.
Classificação
A mais ampla e difundida classificação das anomalias genitais
é a anteriormente proposta por Buttram e Gibbons4(D) e depois
aceita pela AmericanFertility Society5(D), hoje American Society of
Malformações genitais e erros genéticos
Tabela 1 - Classificação das Anomalias Mullerianas
Classe
1.
Tipos de Anomalias
Agenesia- Hipoplasia
2.
Útero unicorno
3.
Útero Didelfo
4.
Útero Bicorno
5.
Útero Septado
6.
7.
Útero Arqueado
Anormalidades
induzidas pelo DES
(Dietilestilbestrol)
Tuba
Corpo uterino
Cervix
Vagina
Associadas (úterovagina)
Único
Corno Rudimentar
acessório
--com cavitação
--sem cavitação-sólido
Com septo vaginal
longitudinal
Com septo vaginal
obliquo
Completo
Parcial
Completo
Parcial
Reproductive Medicine (ASRM). Esta classificação compreende 7
classes e está assim disposta:
A maioria das anomalias congênitas no aparelho genital
feminino é de etiologia desconhecida e, habitualmente, muitas
destas pacientes são casos isolados e excepcionalmente algumas
situações são detectadas em membros de uma mesma família.
Deste modo, pela observação destas anomalias, existem características que fatores gênicos e ambientais poderão favorecer
e induzirem o seu aparecimento.
Também a ocorrência simultânea de anormalidades Mullerianas associadas a múltiplos defeitos em vários órgãos tem
mostrado que estas situações estarão implicadas com vários
fatores gênicos.
Assim é que pelo estudo de diferentes malformações já foi
possível determinar que varias anormalidades ou mutações gênicas são passiveis de induzirem o aparecimento de múltiplas
anomalias somáticas concomitantes.
Entre as mutações gênicas conhecidas temos:
1. HOXA 13
Descrita como Síndrome mão-pé-útero ou como anomalia
genital, é uma doença autossômica dominante,onde estão descritas múltiplas anomalias esqueléticas, principalmente nas
mãos e pés, e vários tipos de anomalias da fusão das estruturas
Mullerianas. A duplicidade genital poderá apresentar uma
ampla gama de variedades anatômicas, e Mortlock e Innis6(C)
descreveram como seu fator desencadeante uma mutação do
gene HOXA13 o seu fator causal. O gene HOXA13 localiza-se
no braço curto do cromossomo 7, e neste braço curto entre as
posições dos loci 15 e 14.
Nesta eventualidade, diversos tipos de mutações foram descritos e 40% são ditas mutações de ponta e 60% são devidas as
expansões da poliamina.
Como poderão apresentar também múltiplas manifestações
fenotípicas, principalmente com as anomalias de fusão uterina,
sugere-se que a expressão de outros genes seriam importantes
para um perfeito desenvolvimento destas estruturas.
Os genes da família HOXA são essenciais para determinarem
o desenvolvimento das estruturas Mullerianas, sendo assim, a
expressão do gene HOXA9 é importante no desenvolvimento
das tubas, o HOXA10 atua no desenvolver do útero, sendo o
HOXA11 primordial para o desenvolver o segmento inferior
do útero e da cervix e o HOXA13 age também no desenvolver
da ectocervice e do terço superior da vagina7,8(C). O HOXA10
e o HOXA11 são também expressos ao nível do endométrio
em sua fase proliferativa e acham-se-se os mesmos aumentados
durante a fase secretória do ciclo endometrial9(D).
2. CFTR (Cystic fibrosis transmembrane conductance regulator)
Esta mutação do gene CFTR é uma doença genética com grande
letalidade e indutora da fibrose cística. Estas mutações gênicas são
capazes de induzir uma ampla diversidade de doenças com fenótipos variáveis. Deste modo, os pacientes poderão apresentar severos
distúrbios respiratórios ou grave deficiência pancreática, ou mesmo
até inexistirem sintomas.
Por sua vez, homens com anomalias de estruturas Wolffianas tem com muita frequência agenesia dos ductos deferentes,
devido a diversas mutações gênicas do CFTR. Deste modo,
Dork et al 10 (C) fizeram inferências também quanto ao desenvolvimento adequado das estruturas Wolffianas, sendo que
certas anomalias poderão possivelmente serem causadas por
mutações deste gene.
3. WT 1 (Tumor de Wilms 1)
Este gene tem seu nome derivado do nefroblastoma de
Wilms, o tumor sólido intra-abdominal mais frequente em
crianças, com incidência de 1:10.000 recem-natos.
Este gene está localizado no cromossomo 11p13, que é
deletado em pacientes com esta neoplasia, sendo acompanhado
de retardo mental, malformações genitais e hipoplasia ou
agenesia da iris11(C).
Também estas mutações foram evidenciadas em pacientes
com a Síndrome de Denys-Drash12(C), sendo que nos pacientes
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do sexo masculino há associação das anormalidades urogenitais
com quadros de pseudo-hermafroditismo. Há necessidade
de conveniente e precoce expressão deste gene WT1 para
o desenvolvimento das estruturas Mullerianas e, quando
sucedem mutações neste gene, resultará numa inapropriada
ação do fator inibidor dos ductos de Muller, causando assim
uma parcial regressão dos ductos Mullerianos.
4. MIS/AMHR (Mullerian inhibiting substance)
A deficiência do seu sinal ou ausência do receptor do MIS
poderá resultar na persistência dos ductos Mullerianos em homens, enquanto que a sua inapropriada expressão gênica poderá
resultar em regressão anormal dos ductos de Muller, como sejam
na agenesia útero-vaginal ou em outras anomalias uterinas.
O AMH/MIS (anti-Mullerian hormone/Mullerian inhibiting
substance) está localizado no cromossomo 19 com sub-bandas
13.2-13.3 e tem a capacidade de codificar uma glicoproteina
que é produzida nas células de Sertoli dos fetos masculinos, e
que tem a capacidade de induzirem a regressão das estruturas
Mullerianas. Nos fetos femininos, sua existência é capaz de
induzir uma diminuição da atividade da aromatase nas células
da granulosa dos ovários13(C).
5. Ausência de útero e vagina
A etiologia da agenesia Mulleriana não está definida devido à grande variabilidade de anomalias que são passiveis
de ocorrerem.. Muitos dos casos sucedem esporadicamente,
embora recentemente diversas situações familiares foram
descritas, fazendo-se creditar na possibilidade de fatores
genéticos estarem envolvidos. O cariótipo destas pacientes
é 46,XX e a ocorrência familiar tem sido evidenciada em
torno de 4%, quando mais de um membro destas famílias
tem sido diagnosticado14(C).
A agenesia Mulleriana tem sido descrita também associada a
erros enzimáticos da (GALT)-galactose 1-fosfato-uridyltransferase,
e a exposição excessiva a galactose seria responsabilizada pelo
anormal desenvolvimento vaginal15(C). Outras referências têm
defendido que mutações nos genes e nos receptores do hormônio antimulleriano ou na substância inibidora das estruturas
Mullerianas seriam responsáveis por estas anomalias.
Também pela perda de função gênica devido à mutação do gene
Wnt416(C) e ou alterações dos genes HOXA9 e HOXA137(D),
que serão responsáveis pela causa de anomalias nas tubas, no
útero, na cervix uterina e 1/3 superior da vagina.
Os genes da família WNT são conhecidos e responsáveis
por interações entre os epitélios com o mesenquima. O gene
Wnt4 codifica um fator de crescimento que participa no cres-
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cimento dos rins, supra-renais, mamas, hipófise e de todo o
aparelho reprodutivo feminino16,17(D). Por sua vez, o Wnt5a
exerce importante papel na regulação do estroma uterino e
no desenvolvimento epitelial, principalmente nas glândulas
uterinas e numa melhor resposta do útero aos estrogênios
exógenos18(D). O Wnt7 é essencial ao desenvolvimento dos
ductos Mullerianos, enquanto que o Wnt9 é expresso no
epitélio dos ductos de Wolff tanto nos homens como nas
mulheres18(D).
6. Defeitos na fusão das estruturas Mullerianas
Estes defeitos de fusão das estruturas Mullerianas compreendem um amplo grupo de variantes clínicas, sendo evidenciados
nas classes 2, 3, 4 e 5 da classificação da AFS/ASRM.
Dentre estas anomalias, a síndrome mão-pé-útero é um
exemplo de doença autossômica dominante, e outros exemplos destes defeitos de fusão são caracterizados como sendo
de etiologia poligênica ou multifatorial como os incluídos
nas síndromes da trissomia 13 e 18, na síndrome descrita por
Meckel-Fraser-Robert e na síndrome de Bardet-Biedl19(C).
7. Persistência do septo vaginal longitudinal
A persistência do septo longitudinal da vagina deve-se a uma
incompleta reabsorção do septo que é formado durante a fusão das
estruturas Mullerianas. Sua permanência poderá estar associada a
defeitos na fusão uterina e este defeito do septo tem sido caracterizado como uma proliferação e persistência do mesoderma.
Duas síndromes genéticas associadas a esta malformação
foram descritas como síndrome de Edwards-Gale20(C), que
é uma síndrome autossômica dominante, e a síndrome de
Johanson-Blizzard21(C), que é autossômica recessiva.
8. Persistência do septo vaginal transverso
Sua ocorrência é esporádica e sua etiologia, desconhecida.
No entanto, na síndrome de McKusik-Kaufman, onde estão
associadas polidactilia e doença cardíaca congênita havendo
uma maior incidência no grupo étnico Amish poderá coexistir
também o septo vaginal transverso.
O lócus genético responsável por esta síndrome situa-se no
cromossomo 20 e, especificamente, no 20p12.
9. Hímen imperfurado
É de incidência esporádica e ocorre em torno de 0,1% dos
RN do sexo feminino. No entanto, existem referências de que
possa ocorrer em certas famílias e foi descrita sua ocorrência em
pacientes portadoras da síndrome ulnar-mamaria, onde, além da
imperfuração himenal, coexistem anomalias esqueléticas e das
Malformações genitais e erros genéticos
Tabela 2 - diversas síndromes associadas a malformações genitais e diferentes genes responsáveis
Síndrome
Beckwith-Wiedemann
Donahue’s (leprechaunismo)
Roberts’
Robinow’s
Pterygium
Ulnar-mamaria
McKusick-Kaufman
Langer-Giedion
Edwards-Gale
Meckel’s
Johanson-Blizard
Winter’s
Waardenburg tipo 2
Mão-pé-útero
Fraser’s
Meckel’s
Bardet-Biedl
Beckwith-Wiedemann
Donohue’s
Roberts’
Denys-Drasch
Agenesia Uterina
Anomalia
Clitoromegalia
Clitoromegalia
Clitoromegalia
Hipoplasia de lábios/clítoris
Hipoplasia de lábios/clítoris
Hímen imperfurado
Septo vaginal transverso
Septo vaginal transverso
Septo longitudinal
Septo longitudinal
Septo longitudinal
Atresia vaginal
Atresia vaginal
Defeito fusão
Defeito fusão
Defeito fusão
Defeito fusão
Defeito fusão
Defeito fusão
Defeito fusão
Defeito fusão
Ausência uterina
glândulas apócrinas. Foi detectada mutações do gene TBX3,
sendo este um fator de transcrição proteica.
10. Anomalias dos genitais externos
A fusão dos pequenos lábios é uma situação anormal bastante incomum e, entre as diversas causas, são aventados erros
enzimáticos das supra-renais com excessiva produção de androgênios e também a associação com estados hipoestrogênicos e
com infecções vulvares tipo vulvites com traumatismos locais
repetidos.
A hipertrofia clitoridiana poderá raramente ocorrer associada às síndromes de Donahue22(C) e à síndrome de BeckwithWiedemann23(C).
11. Anomalias induzidas por fatores ambientais
A ocorrência esporádica das mais diversas anomalias estruturais
no trato genital feminino sugerem também que a exposição a certos
agentes teratogênicos poderão ser o fator causal.
Há vários anos foram determinados que 2 agentes causais
poderão atuar como agentes indutores como sejam a talidomida
e o dietilestilbestrol.
A talidomida é um agente teratogênico que atua induzindo
defeitos no mesoderma e consequentes anomalias nos membros,
no aparelho urinário, no aparelho circulatório e no coração. A
Tipo de herança
Autossômica dominante
Autossômica dominante
Autossômica dominante
Autossômica recessiva ou dominante
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Autossômica dominante
Autossômica dominante
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Autossômica dominante
Autossômica dominante
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Autossômica dominante
Autossômica recessiva
Autossômica recessiva
Esporádica
Autossômica recessiva
Gene envolvido
BWR1A
INSR
Centrômero
Mutação do TBX3
cromossomo 20
cromossomo 8
HOXA 13
Vários loci
BWR1A
INSR
Centrômero
WT1
-
focomelia estará presente em 100% destes casos e um 1/3 destas pacientes terão anomalias no aparelho genital como sejam
defeitos de fusão, que poderão variar desde agenesia genital até
útero bicorno e/ou septos longitudinais.
Nesta eventualidade, acredita-se que a talidomida exerça um
efeito que desregule a expressão de genes que são importantes
para o desenvolvimento normal dos membros e do aparelho
genital.
O dietilestilbestrol (DES) é um estrogênio sintético nãoesteroide que, no passado, foi bastante empregado na prevenção
dos abortamentos de repetição e da pré-eclâmpsia. No entanto,
foi verificado que as filhas destas usuárias passaram a desenvolver
uma maior ocorrência de adenose vaginal e de adenocarcinoma
de células claras da vagina24(C). Também neste grupo de pacientes foi evidenciada a maior ocorrência de anomalias uterinas,
caracterizando-se como útero em T, em torno de 68% destas25(C)
e de outras anomalias como hipoplasia uterina, anormalidades
nas tubas e no colo uterino.
O exato mecanismo do efeito teratogênico do DES ainda não é
bem conhecido, embora acredite-se que interfira e exerça mudanças
na expressão de um ou mais genes da família HOX, principalmente
dos genes HOXA10 e HOXA118,9(D),26(D). Seria possivelmente a
mesma anormalidade evidenciada na expressão do gene HOXA13
nas pacientes portadoras da síndrome mão- pé- útero.
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Leituras suplementares
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10.
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12.
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