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O lugar é um dos temas fundamentais da geografia contemporânea e a Geografia Humanista colaborou especialmente para seu desenvolvimento, trazendo contribuições da fenomenologia, do existencialismo e da psicologia (HOLZER, 1992; TUAN, 2013). Estas contribuições têm produzido repercussões ontológicas, levando à reflexão sobre a condição humana e o próprio sentido ontológico da experiência geográfica (RELPH, 2012; A Geografia Humanista fez isso muito centrada na relação homemmeio, pois "o conhecimento geográfico, enquanto essência do relacionamento homem-meio, é um destes conhecimentos que compõem nossa realidade multifacetada" (MARANDOLA JR., 2010a, p. 15). A atenção parece estar concentrada no meio e suas características, mas como contemplar a natureza propriamente biológica e orgânica destes seres humanos (homens e mulheres) que somos? O biólogo Humberto Maturana, empenhado em oferecer explicações abrangentes sobre o que é o conhecimento e como conhecemos, percebe a impossibilidade de tal explicação caso antes não entenda o que é o ser humano, biológica e culturalmente falando e como ele conhece. Surge então a teoria da Autopoiese; uma explicação do que seja o viver como ato de conhecer dos seres vivos. Um latente vir-aser fenomenológico dos seres vivos em geral, e de nós humanos em particular, que depende do meio para permitir o fluir da experiência que é o viver, dotando o espaço de identidade e autenticidade. (MATURANA, 2001) Marandola Jr. (2010b, p. 1), quando discorre sobre identidade e autenticidade dos lugares, aponta que Edward Relph busca "fundamentos fenomenológicos para a Geografia", ao passo que entende lugar como fenômeno. Logo, Dartigues (2008, p. 32) nos aponta que, "para alcançar a essência [de lugar], não se trata [aqui] de comparar e de concluir, mas de reduzir, isto é, de purificar o [esse] fenômeno de tudo que comporta de inessencial, de 'fático', para fazer aparecer o que lhe é essencial".
Anais EGAL, 2015
Apresento aqui algumas possibilidades de se entrelaçar os caminhos da geografia aos da fenomenologia, nas figuras de Edmund Husserl e Maurice Merleau-Ponty, sob a temática das viagens. Objetivo compreender as categorias geográficas de espaço, lugar, paisagem, região e território a partir de tal perspectiva humanista. Para tanto, busco significar uma experienciação de tais categorias, a partir desse movimento que coloca os indivíduos em atenção e devoção ao espaço-as viagens. Entendo as categorias geográficas como recortes essenciais das manifestações do tecido do mundo, isto é, desse continuum espaço-temporal no corpo; são intermediações entre a realidade e o discurso científico que a explica, configuradas a partir das vivências do ser no mundo e de seus sentimentos e percepções. Em ordem de identificar o que comporta essa relação, analiso o relato de cinco viajantes, inclusive o meu, cujas viagens variaram de seis meses a um ano por diversos países da Europa. Cada relato evidenciou aspectos singulares da experiência, mas é possível notar também aspectos essenciais. Por fim, desenvolvo as experiências relatadas pelos viajantes em correspondência com suas categorias geográficas, buscando destacar possíveis entendimentos das últimas. Ao viajar, nossa primeira relação é com o espaço. Ele define nossos sentimentos: liberdade, para ser e agir. Ausência de qualquer limite, de qualquer reconhecimento ou pausa. O lugar existe a partir da transformação do espaço pelas experiências íntimas e pelo desenvolvimento da topofilia. Em todos os relatos de viajantes esse processo é descrito. A paisagem é um recorte que enfoca o acúmulo da memória (e o esquecimento) da presença humana em um espaço. Ela é antes o sentir do que o perceber. A paisagem insere o ser no mundo, tanto a partir das suas subjetividades e identidades quanto do conteúdo físico e da obra do ser humano. A região é um construto que remete a um pertencimento ao espaço. As regiões podem se relacionar com a paisagem na medida em que a vivência desta permitir formular concepções daquela, inclusive criando essas imagens regionais, que responderia tanto pelas imagens quanto pelas narrativas acerca da regionalidade e da região. Território é a expressão dos sentimentos de poder, submissão, conflitos e resistências do ser no mundo. Palavras-chave: fenomenologia, viagem, categorias geográficas.
2019
RESUMO O trabalho proposto versa sobre o ensino, a arte e a geografia e como a filosofia de Hegel e Lukács como precursores da estética podem contribuir com a Geografia. Hegel em sua obra fenomenologia do espirito na análise da estética concebe a arte como produtos humanos, já para Lukács na sua leitura entende que a arte promove a elevação da consciência da humanidade. Assim sendo, inserimos a geografia e a arte na formação de professores, tendo como metodologia para a relação de ensino e aprendizagem as instalações geográficas, essas pautadas sobre o aporte teórico desses dois autores entre outros. A proposta desse ensaio teórico/prático é de mostrar como a arte e a geografia por meio desses teóricos podem trazer ao professor e aluno uma ressignificação dos conteúdos da geografia cooperando na transformação da sala de aula. ABSTRACT The proposed work deals with teaching, art and geography and how the philosophy of Hegel and Lukács as precursors of aesthetics can contribute to Geography. Hegel in his work phenomenology of the spirit in the analysis of aesthetics conceives the art as human products, and for Lukács in his reading understands that art promotes the elevation of the consciousness of humanity. Thus, we include geography and art in teacher training, using as a methodology for the teaching and learning relationship the geographic installations, based on the theoretical contribution of these two authors, among others. The proposal of this theoretical / practical essay is to show how art and geography through these theorists can bring to the teacher and student a re-signification of the contents of the geography cooperating in the transformation of the classroom.
Artigo recebido em: 25/01/2013. Artigo aceito em: 28/11/2013.
Geographia, 2016
Pretende-se refletir sobre a disposição escalar da região na Geografia Humana na transição da "Geografia Clássica" para a "Nova Geografia". Parte-se do pressuposto que durante o período hegemônico da "Nova Geografia" os estudos regionais vinculados à geografia econômica reforçaram a subnacionalidade atribuída à região, porém nos trabalhos regionais de geografia política podem ter predominado abordagens multiescalares. This paper addresses the regional scale in Human Geography in the transition from "Classical Geography" to "New Geography". It is assumed that, during the hegemony of the "New Geography", regional studies, associated with economic geography, strengthened the subnational understanding of the region. However, in regional and political geography multi-scale approaches may have been prevalent.
Geografia, no sentido etirnilógico, significa descrição da Terra. E, com um consenso geral, da Terra, com tudo o que contém e do que é inseparável, de tudo o que vive na superfície e a anima, da humanidade que a transforma e enriquece com traços novos. Pensando nesta última, os gregos falavam do ecúmeno. Enquanto a Geografia Física estuda os elementos inertes e a Geografia Biológica se ocupa dos seres vivos, a Geografia Humana é a parte da Geografia Geral que trata dos homens e suas obras desde o ponto de vista de sua distribuição na superfície terrestre. É a descrição do ecúmeno.
Anais do XIV ENANPEGE, 2021
Que é viagem? Nesse artigo, apresento as contribuições da Geografia Humanista sobre o tema. Busco evidenciar as formas como a viagem aparece e suas principais referências. Para tanto, realizo uma pesquisa bibliográfica sobre o tema no acervo da Revista Geograficidade, do Grupo de Pesquisa em Geografia Humanista Cultural, em um primeiro momento. Busco ainda identificar as referências bibliográficas dos artigos e livros encontrados nessa primeira busca. O viajante compõe com seus olhares, tanto os de leitura do real quanto os de devaneio e imaginação. Nesse sentido, a descrição que transforma espaço em paisagens e lugares apenas por meio do "olhar de fora" costuma "representar" ou "inventar" o outro (alteridade). Em outra direção, a viagem pode ser entendida ainda como fundação e refundação da conexão com a geograficidade expressa pela paisagem, uma redescoberta de sentido, uma exposição. Assim, a viagem aparece como forma de conexão e envolvimento do corpo pelos sentidos profundos expressados pela paisagem, mas também como impossibilidade de acesso à experiência da vida das gentes do lugar, com as quais, no entanto, é possível partilhar experiências e, assim, aprender com - diferente de falar por ou escrever sobre. A viagem nodula lugares na paisagem por meio da experienciação íntima que só a vulnerabilidade do corpo permite. Nodula lugares que não se confudem com os lugares das gentes do lugar. A viagem se revela como forma de cultivar experiências marcantes que continuam a originar o mundo que somos, como uma arte de tecer mundos, vínculos e sentimentos. É preciso então rasurar os relatos de viagem.
A produção do conhecimento geográfico: 3, 2018
O presente artigo investiga a relação entre o Horizonte humanista e a fenomenologia. A problemática do texto possui como elemento articulador a “fenomenologia geográfica”. Por fim, propõe-se a fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger como via de assimilação do método fenomenológico na ciência geográfica por meio da tematização da ontologia e do desenvolvimento de uma “geografia fenomenológica”.
Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP (PRACS), 2020
Resenha de: MARSHALL, Tim. Prisioneiros da Geografia: 10 mapas que explicam tudo o que você precisa saber sobre política global. Tradução Maria Luiza de A. Borges. Rio de Ja-neiro: Zahar, 1ed, 283p. 2018. Carlos Henrique Arantes de Moraes 1 https://orcid.org/0000-0002-9323-6228 http://lattes.cnpq.br/9662825202211880 Recebido em: 17 de julho de 2020 Aprovado em: 17 de setembro de 2020 Tim Marshall foi correspondente de programas de televisão e rádio em canais como IRN (França), BBC e Sky News. Além disso, escreveu para muitos jornais estadunidenses como Times, Guardian, Daily Telegraph e Sunday Times. Nesse período, reportou da Bósnia, Cro-ácia e Sérvia durante as guerras dos Balcãs nos anos 90. Ainda, passou a maior parte da crise do Kosovo, em 1999, em Belgrado, onde foi um dos poucos jornalistas ociden-tais que continuaram reportando um dos principais alvos dos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Isso resultou em trinta anos de experiên-cia em reportagens e apresentações, depois deixou o jor-nalismo em tempo integral para se concentrar na redação e análise do ambiente político internacional. 2 Com essa experiência em eventos geopolíticos, Tim es-creveu o livro "Prisioneiros da Geografia", demonstrando que decisões, eventos, conflitos internacionais e guerras ci-vis podem ser compreendidas levando-se em conta a his-tória, e a maneira como são determinadas pelo ambiente físico em que indivíduos, sociedades e países se desenvol-veram. Nesse interim, Tim prova, ao longo de 10 capítulos, que as regras da geografia que grandes estrategistas enfrentaram no passado, como Alexandre, Sun Tzu, e Aníbal, permanecem sendo aplicadas e exigidas de superação atualmente, mesmo com o advento da evolução tecnológica. Em cada capítulo, o autor realizou um estudo da formação da região ou de determinada potência, como a geografia influenciou sua evolução em Estado Nacional e como essa expres-são permanece agindo na relação externa e interna desses países ou regiões. No primeiro capítulo, inicia-se sobre a Rússia, o país de maior extensão territorial do mundo. Não à toa, os planaltos do Norte europeu forçaram Ivan, o Terrível, a expandir suas 1 Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME). Bacharel em Ciências Militares e especialização em Ciências Políticas. Atualmente é Mestrando em Ciências Militares pelo PPGCM no Instituto Meira Mattos/ ECEME.
Revista Geográfica de America Central, 2014
Este artigo tem por objetivo explanar a questão da representação espacial nos estudos da Geografia Humanista confluindo para o processo de mapeamento mental coletivo. Para tanto, foi realizada uma investigação bibliográfica de autores relacionados ao tema como Maurice Merleau-Ponty, YiFu Tuan e Salete Kozel. A investigação indica a necessidade por parte dos estudos humanistas geográficos de materialização das representações sociais, o que pode ocorrer por meio de mapas mentais coletivos. Tais mapas são compostos por signos que, após serem interpretados, revelam valores, identidades e aspirações de grupos de pessoas que caracterizam os lugares.
Outros Tempos: Pesquisa em Foco - História, 2007
Busca-se uma melhor compreensão da dicotomia existente entre a Geografia Fásica e a Geografia Humana e a necessidade de superá-la. A ciência geográfica possui uma grande virtude que é a visão global da realidade, mas a especialização é necessária para evolução dessa ciência. Nesse sentido é que se procura analisar as diferentes formas de ensino geográfico, pois se percebe que profissionais da geografia através das especializações entram em conflito com as demais áreas de conhecimento, pois acabam concentrando-se em determinados assuntos, favorecendo dicotomia já mencionada. Os professores de instituições públicas e particulares do Ensino Fundamental e Médio vivenciam essa situação com menos divergência, pois estão envolvidos com disciplinas distintas.
Magazin istoric, 2024
Social Studies of Science, 2011
Education Sciences , 2024
Библиотека М. Гринберга; Книжники, 2023
Youth ki Aawaz, 2020
Sakarya Üniversitesi Sosyal Bilimler Enstitüsü, 2022
Cogent Psychology
Diario de Campo, 2019
Revista Trágica, 2022
makalah pemberdayaan manusia, 2019
Discrete Mathematics, Algorithms and Applications, 2020
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), 2023
Journal of Interdisciplinary Medicine, 2019
Nano Letters, 2011