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quarta-feira, maio 12, 2010

"Avante, avante p’lo Benfica" - o hino original, censurado pelo fascismo português.

O original hino do Benfica não é aquele que todos conhecemos (o tal "ser benfiquista", das "papoilas saltitantes"...). O original - que, de acordo com as fontes que consultei, será (ou devia ser) também o oficial - é este.

Foi "composto por ocasião do vigésimo quinto aniversário do Clube (1929) e censurado pelo Estado Novo fascista em 1942". Música de Alves Coelho, com letra de Félix Bermudes. Terão sido as palavras deste hino que o tornaram inaceitável para a ditadura fascista.

Ei-las:

"Todos por um!" eis a divisa,
Do velho Clube Campeão,
Que um nobre esforço imortaliza,
Em gloriosa tradição.

Olhando altivo o seu passado,
Pode ter fé no seu futuro.
Pois conservou imaculado
Um ideal sincero e puro.

REFRÃO
Avante, avante p'lo Benfica,
Que uma aura triunfante Glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!

Olhemos fitos essa Águia altiva,
Essa Águia heráldica e suprema,
Padrão da raça ardente e viva,
Erguendo ao alto o nosso emblema!

Com sacrifício e devoção
Com decisão serena e calma,
Dêmos-lhe o nosso coração!
Dêmos-lhe a fé, a alma!


Como aparece, então, o "Ser Benfiquista", para substituir o hino original?

"A 16 de Abril de 1953 foi apresentado num sarau de angariação de fundos para a construção do Estádio da Luz, no Pavilhão dos Desportos, com a presença de cerca de 6 mil benfiquistas o tema "Ser Benfiquista" escrito por Paulino Gomes Júnior (letra e música) e interpretado pelo cristalino tenor Luís Piçarra, muitas vezes tomado, erradamente, pelo hino oficial do Clube."

Fontes:

http://5dias.net
http://www.youtube.com/user/antonio00maia

segunda-feira, maio 25, 2009

Nené, o grande goleador!


Amiguinhos: hoje venho aqui falar-vos de futebol. Mais concretamente de um grande jogador, avançado, excepcional goleador, conhecido como Nené.

Mas não, não é o que se sagrou este ano melhor marcador da 1ª Liga portuguesa ao serviço do Nacional da Madeira.

Não senhor: refiro-me aqui a outro, que já arrumou as botas há muito tempo - enquanto jogador, pois continua ligado ao futebol, nos escalões de formação do Benfica.

Tamagnini Nené foi um dos meus "ídolos" de infância. Era o avançado que, como se dizia (como alguns o acusavam, aliás) "não sujava os calções mas marcava golos".

Era jogador de grande técnica, de grande velocidade e, mais importante, de grande inteligência.

Começou a sua carreira em Moçambique - no Ferroviário da Manga - e depois, já em Portugal, jogou sempre no Benfica (embora, a dada altura, estivesse quase para se transferir para o Boavista).

Por ser veloz (com e sem a bola nos pés) começou por ocupar a posição de extremo. Mas foi como ponta-de-lança que se notabilizou, ao serviço do clube da Luz mas também da Selecção Nacional. Já no final da carreira, desempenhou - com muita competência, aliás - as funções de "número 10" (no Benfica, claro!).

Não sei se alguma vez tentou a - ou foi tentado pela - carreira de treinador nos escalões superiores. Suponho que tem a inteligência e o discernimento necessários para tal função. (Ou, pensando melhor, talvez tenha a inteligência e o discernimento necessários para NÃO ocupar tal função - pelo menos no Benfica.)




Mais informação sobre esta "velha glória" benfiquista:


(páginas da Wikipédia em português e inglês, respectivamente - e notem que a versão "inglesa" está muito melhor documentada, vá-se lá saber porquê...)